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FSDB - M1 - E-commerce

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Prévia do material em texto

Curso de Graduação a Distância 
 
 
 
 
 
E-commerce 
 
(4 créditos – 80 horas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: 
Teodomiro Fernandes da Silva 
Ricardo Alexandre Martins Garcia 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
2 
 
Missão Salesiana de Mato Grosso 
Universidade Católica Dom Bosco 
Instituição Salesiana de Educação Superior 
 
 
Chanceler: Pe. Ricardo Carlos 
Reitor: Pe. José Marinoni 
Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profa. Rúbia Renata Marques 
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori 
Coordenadora Pedagógica: Profa. Blanca Martín Salvago 
 
 
Direitos desta edição reservados à Editora UCDB 
Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335 
www.virtual.ucdb.br 
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco 
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário 
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302 
CEP 79117-900 Campo Grande – MS 
 
 
 
 
SILVA, Teodomiro Fernandes; GARCIA, Ricardo Alexandre Martins. 
 
E-commerce / Teodomiro Fernandes da Silva; Ricardo Alexandre 
Martins Garcia. Campo Grande: UCDB, 2018. 64p. 
 
Segunda edição revisada em 2020. 
 
Palavras-chave: 
1. Comércio eletrônico. 2. Tipos. 3. Pontos fortes. 4. Pontos fracos. 
 
 
 
0221 
 
3 
 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO 
 
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe 
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que 
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do 
seu curso. 
Elementos que integram o material 
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para 
a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina. 
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a 
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor. 
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-
fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo. 
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você 
possa aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para 
facilitar seu acesso aos materiais. 
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. 
As datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
Como tirar o máximo de proveito 
Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros 
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de: 
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas 
de comunicação e informação que o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA; 
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas 
audiovisuais, vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.; 
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto 
a calendário, atividades, ferramentas da AVA, e outros; 
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas 
necessidades como estudante, organize o seu tempo; 
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza-
gem, contando com a ajuda e colaboração de todos. 
 
 
4 
 
Objetivo Geral 
Proporcionar a descoberta dos processos de comércio pela internet e seus trâmites, 
considerando todas as características e detalhamento dos meios de viabilizar exportações e 
importações. 
Sumário 
 
UNIDADE 1 – INTERNET, SOCIEDADE E NEGÓCIOS ............................................. 09 
1.1 O fenômeno internet ............................................................................................... 09 
1.2 Efeito sobre os negócios .......................................................................................... 18 
 
UNIDADE 2 – O QUE É E-COMMERCE .................................................................... 22 
2.1 Conceitos ............................................................................................................... 22 
2.2 E-commerce e comércio assistido eletronicamente ..................................................... 25 
2.3 Categoria de comércio eletrônico segundo o tipo de transação .................................... 27 
2.4 Varejo eletrônico ..................................................................................................... 28 
 
UNIDADE 3 – PRINCIPAIS TIPOS DE COMÉRCIO ELETRÔNICO ........................... 32 
3.1 Business to Business (B2B) ...................................................................................... 32 
3.2 Business to Consumer (B2C) .................................................................................... 37 
3.3 Consumer to Consumer (C2C) .................................................................................. 38 
3.4 E-government ......................................................................................................... 38 
3.5 Redes e aplicações ponto a ponto............................................................................. 40 
 
UNIDADE 4 - MODELOS DE NEGÓCIO NA INTERNET ............................................ 45 
4.1 Comerciante ........................................................................................................... 45 
4.2 Corretagem ............................................................................................................ 46 
4.3 Publicidade ............................................................................................................. 48 
4.4 Uma Outra Abordagem ............................................................................................ 49 
 
UNIDADE 5 - ANÁLISE SWOT DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ................................. 52 
5.1 Forças ou pontos fortes do comércio eletrônico ......................................................... 52 
5.2 Fraquezas ou pontos fracos do comércio eletrônico .................................................... 54 
5.3 Oportunidades ........................................................................................................ 55 
 
5 
 
5.4 Ameaças ................................................................................................................ 55 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 57 
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................. 60 
 
 
Avaliação 
 
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da 
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa 
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc. 
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de 
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo 
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo 
será avaliado, pois a aprendizagem é processual. 
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as 
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre 
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática. 
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de 
cada disciplina. 
 
Critérios para composição da Média Semestral: 
Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho 
atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas 
diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das notas 
recebidas nas atividades virtuais,somada à nota da prova, dividido por 2. Caso a disciplina 
possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas. 
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2 
Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6 
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno, dando 
a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 7,0 
possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. 
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda 
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral 
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina. 
 
6 
 
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5 
/ 2 = 5,5 (Aprovado). 
FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES 
 
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu 
cronograma e tenha um controle de suas atividades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade 
(consulte o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem). 
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO ** 
Atividade 2.1 
Ferramenta: Tarefa online 
 
Atividade 3.1 
 Ferramenta: Tarefa online 
 
Atividade 4.1 
Ferramenta: Tarefa online 
 
Atividade 5.1 
Ferramenta: Tarefa online 
 
 
7 
 
BOAS VINDAS 
 
Este material didático apresenta o conteúdo da disciplina E-commerce. 
Vamos tratar sobre seus conceitos, apresentar alguns dados estatísticos atuais (logo estarão 
defasados), tipos e modelos de comércio eletrônico, orientações para quem deseja montar 
ou gerir um comércio eletrônico, recomendações aos consumidores e por fim uma análise 
SWOT do comércio eletrônico. 
 Ao elaborar este documento tivemos a preocupação de procurar apresentá-lo de 
uma forma mais simples possível, não obstante a presença de muitos termos técnicos 
usuais e não raras vezes apresentados na língua inglesa. 
 A não utilização de termos técnicos empobrece o conhecimento sobre esse assunto 
e, por isso, recomendamos utilizar, sempre que possível um dicionário específico para este 
tipo de assunto. 
 Há dicionários on line à disposição para ampliar os nossos conhecimentos sobre o 
assunto e podem ser facilmente acessados. 
 Entretanto, com o intuito de facilitar a aprendizagem, será postado um documento 
complementar a este material onde constam os principais termos técnicos utilizados. 
 Muitos deles já têm o seu significado ao lado e outros são tão comuns que não 
vemos a necessidade de dar significado. 
Acreditamos que ao término da leitura atenta deste material você não será o 
mesmo. Acreditamos num olhar mais crítico, de mais curiosidade, de um maior 
envolvimento e acompanhamento da dinâmica do mundo moderno com suas tecnologias, 
inovações e contínua prosperidade. 
 Não acompanhar a evolução do ambiente em que vivemos é morrer mais cedo 
distante de tudo e de todos. 
Falando nisso, você já fez compras pela internet? 
Tenha um excelente aproveitamento e muito sucesso!! 
 
 
8 
 
Pré-teste 
 
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos 
conhecimentos prévios que você já tem sobre os assuntos que serão 
desenvolvidos nesta disciplina. Portanto, não fique preocupado (a) com a nota, 
pois esta atividade não será pontuada. 
 
1. Em relação a e-commerce, assinale a alternativa que melhor expresse a sua 
experiência profissional com a atividade: 
a) atuo em organização que utiliza e-commerce para venda de seus produtos. 
b) atuei em organização que utiliza e-commerce para venda de seus produtos. 
c) as organizações em que atuei não utilizavam e-commerce para venda de seus produtos. 
d) ainda não atuei profissionalmente em organizações. 
 
2. Enquanto consumidor, qual a sua experiência de compra com e-commerce: 
a) sempre tive experiências positivas. 
b) tive experiências positivas e negativas, predominando as positivas. 
c) tive experiências positivas e negativas, predominando as negativas. 
d) tive experiências negativas. 
 
3. Enquanto consumidor, qual a sua frequência de compra por e-commerce: 
a) compro pelo menos uma vez por mês. 
b) compro pelo menos uma vez por semestre, mas não mensalmente. 
c) compro pelo menos uma vez por ano, mas não semestralmente. 
d) não compro por e-commerce. 
 
4. Para o futuro da sua organização, você considera e-commerce como: 
a) fundamental para a sobrevivência e continuidade do negócio. 
b) significativo para o negócio, mas não fundamental para a sobrevivência deste. 
c) pouco significativo para o negócio, sendo apenas um canal de vendas complementar. 
d) sem significância para o negócio e sem influência na sobrevivência e continuidade deste. 
 
Submeta o Pré-teste por meio da ferramenta Questionário. 
 
9 
 
 
UNIDADE 1 
INTERNET, SOCIEDADE E NEGÓCIOS 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender origem e evolução da internet, assim como 
impactos sobre a sociedade, organizações e formas de estabelecimento de negócios. 
 
1.1 O fenômeno internet 
Da sua origem aos dias atuais, a internet foi tornando-se cada vez mais presente na 
vida das pessoas e das organizações, mudando formas de relacionamento, de produção e 
até mesmo de negócios. A relevância é tão grande, que é difícil imaginar a dinâmica de uma 
sociedade completamente desconectada. 
A dimensão desta afirmação pode ser observada por meio de uma análise simples. 
Primeiro, liste as atividades que realiza 
diariamente e que de alguma forma 
estabelecem relações com a internet. Veja, por 
exemplo, como se desenvolvem as operações 
que são realizadas para o pagamento de um 
boleto bancário ou até mesmo para a busca de 
informações sobre um produto que deseja 
adquirir. Após isto, observe as mesmas 
atividades, mas agora imaginando-as sem a 
realização de conexão alguma com a internet. 
 Fonte: http://dailynut.dailysteals.com/w 
 
Será que sem acesso à internet é possível realizar todas as atividades da forma 
como realizamos hoje? Quanto de tempo poderia ser acrescido para concretização das 
operações, como por exemplo a baixa de um boleto após o seu pagamento? Quantas 
informações sobre um produto seria possível reunir e em quanto tempo? 
É bem provável que o distanciamento de resultados entre as práticas conectadas à 
internet e as práticas sem conexão sejam bem diferentes, principalmente em termos de 
tempo e precisão. 
Se desejar ir mais além, você pode também estabelecer uma comparação entre a 
quantidade de atividades que realiza com alguma conexão à internet e a quantidade que 
 
10 
 
realiza sem conexão alguma. Como resultado, irá perceber que a quantidade de atividades 
conectadas é muito superior em nosso dia a dia e que, provavelmente, pouquíssimas são 
aquelas sem nenhuma conexão. 
Considerando os efeitos da internet no dia a dia das pessoas e na própria sociedade 
como um todo, Turchi (2018) diz que das facilidades que dispomos atualmente, nenhuma 
delas seria possível caso não tivesse ocorrido o surgimento e o desenvolvimento da internet. 
Nesse contexto, refletiremos nas próximas subseções sobre o histórico da internet, 
indicadores relacionados à sua estrutura e uso e, também, sobre os efeitos que ela 
apresenta sobre as organizações. 
 
1.1.1 O início 
 
Do período apontado como sendo o início da internet até os dias atuais, já se passou 
quase meio século e de lá para cá muito mudou, tanto em termos de estrutura, quanto em 
termos de usuários. 
Conforme Castells (2003), uma tecnologia tida até então como obscura e sem muita 
aplicação para além dos mundos isolados de cientistas, de hackers e de comunidades 
contraculturais, acabou se tornando uma alavanca para transformações significativas dasociedade e sua transição para uma sociedade em rede e também para uma nova 
economia. 
O projeto Arpanet, do 
Departamento de Defesa dos Estados 
Unidos, em 1969, é apontado como o 
fato gerador da concepção de internet 
enquanto uma rede de computadores 
interligados. Turchi (2018) destaca que a 
ideia do projeto norte-americano era 
estabelecer uma rede de comunicação 
estratégica, que não pudesse ser 
destruída por meio de ataques inimigos, 
num eventual período de guerra. 
Rede de computadores interligados em diversos pontos estratégicos, como bases 
militares e centros de pesquisa e tecnologia, a Arpanet não tinha uma base centrada num 
 Fonte: https://images.theconversation.co 
 
 
11 
 
único ponto e permitia a transmissão de dados em qualquer sentido, independente do fato 
de um dos pontos dessa rede eventualmente não estiver se comunicando. 
Apesar da relevância e das contribuições efetivas do projeto norte-americano, 
Castells (2003) destaca que a Arpanet não pode ser considerada como a única fonte da 
internet para o formato que é conhecida hoje, sendo este, também, resultado de uma 
tradição de base de formação de redes de computadores. 
Em 1972, no âmbito da Arpanet, Ray Tomlinson desenvolve um software que 
permite o envio de mensagens eletrônicas (e-mails) para outros computadores conectados à 
rede. A ideia de correio eletrônico já existia, mas Tomlinson inova ao permitir que uma 
mensagem fosse enviada a diferentes pontos da rede; ao utilizar o símbolo @ para 
distinguir as mensagens a serem envidas à rede, das destinadas às caixas locais nas 
máquinas; e, também, ao unir as funcionalidades de envio e leitura de mensagem, assim 
como de envio de arquivos. No ano seguinte, conforme Teixeira (2015), ocorre a primeira 
comunicação internacional, entre Inglaterra e Noruega. 
Em 1975, são conectadas à rede as universidades e instituições que prestavam 
serviços relacionados à defesa. O número de sites chega a 100 e as mensagens e arquivos 
já são trocados com regularidade. Nesse período, o primeiro serviço comercial de acesso à 
rede, nos Estados Unidos, é criado, sendo chamado de Telenet. 
A rede foi ampliando e inovações estruturais foram acontecendo. Em 1983, 
conforme Turchi (2018), ocorre a substituição da linguagem utilizada para conexão entre os 
computadores que compõem a rede. O protocolo Network Control Protocol (NCP) é 
substituído pelo Transfer Control Protocol / Internet Protocol (TCP/IP), que é utilizado até 
os dias de hoje. 
Passando a se chamar ‘internet’, a rede tem um grande crescimento de máquinas 
conectadas e, em 1987, ocorre um novo e significativo marco para sua propulsão no 
mundo. A rede mundial de computadores é liberada pelo governo norte-americano, para 
que seja utilizada comercialmente (TEIXEIRA, 2015). 
Dando os primeiros 
passos no Brasil, a internet 
surge em 1989, numa rede que 
conectava a Fundação de 
Amparo à Pesquisa de São 
Paulo (FAPESP) e o Fermi 
National Accelerator Laboratory (FERMILAB), de Chicago, nos Estados Unidos, para troca de 
arquivos e correio eletrônico. Neste mesmo ano, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e 
Econômicas (IBASE) coloca no ar a rede Alternex, que a partir de 1992 tornou-se o primeiro 
Fonte: https://img1.ibxk.com.br/2018/04/ 
 
12 
 
provedor de acesso brasileiro a permitir que pessoas físicas tivessem acesso à internet. 
Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee cria o sistema de hipertexto World Wide 
Web (www), que permite a interligação e execução de documentos na internet, em 
hipermídia, facilitando a navegação e a integração entre documentos escritos, vídeos, 
imagens e áudios. 
Nesta mesma década, a internet já é constituída por 50 mil redes internacionais, 
estando metade delas nos Estados Unidos. No Brasil, o Ministério de Ciência e Tecnologia 
(MCT) inaugura a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), cujo papel é fundamental no processo 
de implementação da internet no país, principalmente em termos de infraestrutura 
tecnológica, de capacitação de recursos humanos, de formulação de políticas de preço, de 
gestão e até mesmo de uso (TURCHI, 2018). 
Ainda no Brasil, em 1991, o IBASE e a Associação para Progresso das Comunicações 
(APC) liberaram o uso da internet para as organizações não governamentais, as 
universidades e as entidades ligadas ao meio acadêmico. 
O período de 1992 a 1993, embora curto, é denominado como sendo a primeira fase 
da web, cuja característica é o 
estabelecimento de uma melhor 
infraestrutura de rede. 
A segunda fase, entre 1993 e 1995, é 
aquela em que os geeks adotam a internet e 
começam a utilizar o Netscape Navigator 1.0 
para nela navegarem. Criado no final de 
1994, o Netscape Navigator é um produto 
da norte-americana Netscape 
Communications Corporation e foi o primeiro 
navegador comercial. 
É também nesse período da segunda 
fase que o número de computadores 
conectados no mundo ultrapassa a marca de 
6 milhões. Em 1994, Jerry Yang e David Filo 
criam nos Estados Unidos o Yahoo, 
enquanto no Brasil a Embratel lança um serviço experimental de internet comercial. 
A exploração comercial da internet em território brasileiro, no entanto, somente é 
possível a partir do ano seguinte, ou seja, 1995, quando o MCT redefine o papel da RNP e 
estende os serviços de acesso a todos os setores da sociedade (TURCHI, 2018). 
Lançamento experimental da Embratel 
Fonte: https://img2.ibxk.com.br/2018/04/ 
 
13 
 
De 1995 a 1998 ocorre o período denominado como a terceira fase da internet, 
caracterizado pela sua chegada em definitivo ao público geral e, também, à adoção dos 
seus recursos pelo mundo empresarial, que passa a utilizá-la de maneira intensa. Castells 
(2003) comenta que embora tivesse originado na década de 1960, a internet nasce de fato, 
para a maioria das pessoas, somente nesta fase em que ela começa a ser utilizada e 
propagada de forma intensiva. 
A expansão dos usuários impacta também na expansão de novos produtos e 
recursos associados à internet. Em 1995, a Microsoft lança o portal e rede de serviços MSN, 
cujo nome posteriormente também seria relacionado ao programa de mensagens 
instantâneas denominado MSN Messenger, lançado em 1999 e desativado em 2013. 
No Brasil, o número de usuários conectados à internet também segue o ritmo 
internacional. Em 1996, o número era de 100 mil pessoas e em 1998 chega à marca de 1 
milhão de usuários. É também em 1998 que Larry Page e Sergey Brin fundam, nos Estados 
Unidos, o Google, que é hoje uma das empresas mais valiosas do mundo. 
 No ano 2000 inicia o período 
correspondente à quarta fase, que é 
também denominado de ‘Web 2.0’ pelo 
entusiasta de apoio ao software livre, Tim 
O’Reilly. 
Nesse mesmo ano, a valorização 
das empresas de tecnologia chega a 
valores elevadíssimos, de tal forma que a 
bolsa eletrônica de Nova Iorque, a 
Nasdaq, chega a alcançar mais de 5000 pontos em decorrência das negociações de ações 
das empresas ‘ponto com’. Tal fato é considerado o auge da bolha especulativa da Nasdaq, 
no mês de março de 2000. Logo em seguida os investidores veem o ‘esvaziamento’ da 
bolha, como a desvalorização acentuada das ações das empresas de tecnologia, tendo 
muitas delas já deixado de existir no início do ano de 2001. 
Esta fase, conforme Turchi (2018), é caracterizada pela proliferação de portais, 
blogs, microblogs e sites de relacionamento (redes sociais). A interação é permitida e 
estimulada, tanto por meio de computadores fixos quanto de dispositivos móveis, que 
também começam a despontar de maneira mais consolidada e definitiva. Os usuários da 
internet também passam de meros consumidores de conteúdos prontos, para serem 
criadores de conteúdo. 
Em 2014 o Brasil ultrapassa o índice de 120 milhões de usuários de internet e o 
mundo vê metade da sua população estar conectada à rede (TURCHI, 2018). 
Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/w 
 
14 
 
O momentoatual em termos de 
infraestrutura e uso da internet é 
denominado de ‘Web 3.0’, em que as 
conexões por meio de aparelhos móveis 
como smartphones se fazem cada vez 
mais intensa, assim como o uso de 
aplicativos bastantes específicos e da 
inteligência artificial, entre outros. 
O nível de interação entre os 
usuários na Web 3.0 é bastante elevando, assim como é elevada a exposição dos dados 
desses usuários, que estão em domínio dos grandes líderes da web, como Google, 
Facebook, Microsoft e Apple, que adotam o discurso de uso desses dados para o 
desenvolvimento de serviços cada vez mais personalizados às necessidades e desejos 
destes. 
Chris Anderson, autor do livro ‘A cauda longa’, enfatiza o risco atual da 
superexposição, destacando que empresas ofertam produtos grátis aos usuários, em troca 
da obtenção de informações que possam ser utilizadas para modelagem e realização de 
ofertas mais assertivas de seus produtos (TURCHI, 2018). Um ditado contemporâneo, 
inclusive, diz que se um produto não é cobrado, isto significa que o produto é você. 
Já, em termos de futuro, acredita-se que a ‘Web 4.0’ irá apresentar características 
inversas às atuais, ou seja, ao mesmo tempo em que se tem uma rede mundial de 
computadores interconectados, ter-se-á também redes fechadas, restritas a pequenos 
grupos, como se constituem como pequenos feudos dentro de uma aldeia global. 
Acredita-se inclusive, que deva ocorrer aumento nas restrições de uso, como ocorre 
em países como China, Arábia Saudita e Egito (TURCHI, 2018). 
 
 
 
Fonte: http://www.mrturismo.com/wp-conte 
Dica de aprofundamento 
 
Para conhecer mais sobre a origem da internet, leia o livro ‘A galáxia da 
Internet, reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade’, de 
Manuel Castells, disponível na ‘Minha Biblioteca’, no seu ambiente virtual de 
aprendizagem. 
 
15 
 
1.1.2 Acesso e usuários 
 
O número de usuários conectados à 
internet e a quantidade de acessos às suas 
páginas é impressionante. 
Turchi (2018) diz que cerca de 
cinquenta por cento da população mundial 
acessa à internet, o que corresponde a um 
número estimado de 3,75 bilhões de 
internautas. As mulheres, no cenário 
brasileiro, apresentam índice mais elevado 
de conexão do que os homens. 65,5% das 
mulheres estavam conectadas em 2016, contra um índice de 63,8% dos homens. Os 
percentuais são próximos, mas representam um indicativo interessante, dentre muitos 
outros que demonstram a crescente participação e relevância da mulher na sociedade como 
um todo. 
Entre os não conectados brasileiros, a maior parte diz que isto ocorre porque não 
sabem como utilizar a internet ou ainda porque não possuem interesse nisso. Segundo 
Gomes (2018), entre os 63,3 milhões de brasileiros que estão desconectados, apenas 
14,3% dizem que a internet é um serviço caro, portanto este não é um fator determinante 
para a maioria deles não se conectarem. 
Considerando que com o decorrer do tempo uma nova geração passa a ter acesso a 
aparelhos que possibilitem a conexão à internet e, ainda, que a presença da internet na vida 
das pessoas tende a se intensificar, é bem provável que haja uma redução no número de 
pessoas não conectadas no Brasil, assim como no mundo como um todo. 
Os maiores índices de conexão no país estão nas regiões Sudeste, com 72,3% de 
conectados; Centro-oeste com 71,8%; e Sul com 67,9%. Já os menores índices estão no 
Norte, com 54,3%, e Nordeste com 52,3% (GOMES, 2018). 
Em termos de faixa etária, a maior parte da população brasileira conectada 
concentra-se na faixa entre 35 e 54 anos de idade, enquanto em termos de classe social, a 
classe C é a que apresenta maior índice de conexão, com 52%, seguida das classes A e B 
com 38% e D e E com 10%. Quanto à escolaridade, 29% dos internautas brasileiros 
possuem curso superior completo e 50% ensino médio completo (TURCHI, 2018). 
Os indicadores também demonstram que o tempo médio de conexão do brasileiro no 
ano de 2017 foi de 8,15 horas por dia, sendo 3,43 dessas horas destinadas ao acesso a 
Fonte: http://www.csigroup.co.za/asse 
 
16 
 
redes sociais, como o Facebook, que predomina entre elas, com 122 milhões de usuários 
brasileiros cadastrados e 66% de acessos diários. Tal tempo de conexão faz com que o 
Brasil assuma a segunda posição no ranking mundial de tempo conectado (TURCHI, 2018). 
Em relação ao tempo médio de conexão brasileiro, há controvérsias, havendo 
aqueles que justificam tal tempo como sendo consequência da baixa qualidade de acesso no 
país, o que faz com que muitos usuários passem parte significativa desse tempo 
aguardando as páginas terem seus conteúdos carregados. O avanço da banda larga é 
considerado fator determinante para que ocorra a melhoria da qualidade de acesso e esta já 
é encontrada em praticamente 70% dos domicílios que possuem acesso à internet 
(TURCHI, 2018). 
No ano de 2017 o nordeste brasileiro puxou significativo avanço em termos de 
internet de alta velocidade no país, conforme destaca Rolli (2017). Alagoas, Sergipe, Bahia, 
Pernambuco e Tocantins foram os Estados que mais se destacaram pela quantidade de 
municípios que passaram a contar com 
rede de fibra ótica, enquanto Piauí, Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Amazonas e 
Minas Gerais tiveram problemas 
significativos de falta de estrutura. A fibra 
ótica é um filamento flexível, feito à partir 
de vidro ou plástico extrudido, que 
apresenta elevado rendimento para 
transmissão de luz, imagens e impulsos 
codificados, sendo muito relevante para a estruturação dos sistemas de banda larga. 
Distrito Federal, Rio de Janeiro e Santa Catarina são Estados que se destacam por 
possuir 100% dos seus municípios com fibra ótica, enquanto o Piauí é destaque negativo, 
com apenas 16,52% dos seus municípios 
contando com tal infraestrutura. 
Segundo Gomes (2018) o celular foi, 
no ano de 2016, o principal aparelho para 
acesso à internet no Brasil, sendo utilizado 
por 94,6% dos internautas. O uso de 
computadores foi apontado por 63,7% dos 
usuários, enquanto tablets chegaram a 
16,4% e televisores 11,3%. 
Em relação a tais índices, é válido 
Fibra ótica 
Fonte: https://esemanal.mx/revista/wp-co 
Fonte: https://www.adtaxi.com/wp-content 
 
17 
 
destacar que um usuário pode utilizar mais de um meio para realizar seus acessos, não 
havendo, por isso, uma equação exata em que a somatória dos percentuais seja 
exatamente 100% dos usuários. 
Ainda sobre o acesso móvel, Turchi (2018) diz que 4,9 bilhões de pessoal são 
usuários de celulares e destes, 2,5 bilhões acessam às redes sociais por meio do aparelho, 
ou seja, por meio móvel. No Brasil, em 2017, houve 197,1 milhões de pessoas conectadas à 
banda larga móvel. 
 Gomes (2018) diz que 94,6% dos internautas usam o celular para trocar mensagens 
por aplicativos de bate-papo; 76,4% para assistirem vídeos; e 73,3% para realização de 
chamadas de voz ou vídeo. 96% dos usuários usam a internet diariamente, enquanto 90% 
deles utilizam as redes sociais (TURCHI, 2018). 
Assim como os índices de acesso e usuários, é também impressionante os 
indicadores correspondentes à quantidade de informações que se encontram disponíveis na 
rede. Segundo Grego (2014), se todo o conteúdo digital do mundo fosse armazenado em 
tablets com capacidade de armazenamento de 128 gigabytes e estes tablets fossem 
empilhados, haveria uma pilha imaginária que corresponderia a 6,6 vezes a distância entre 
o planeta Terra e a Lua. O conteúdo digital do mundo dobra a cada dois anos e a estimativa 
é de que ele chegue a 44 trilhões de gigabytes no ano de 2020. No Brasil, a estimativa é de 
que ele chegue a 1.600 bilhões de gigabytes no mesmo período. 
Tais informações, também conforme Grego (2014), estão concentrados nos países 
mais desenvolvidos, que concentram 60% dos dados globais, mas com tendência de 
equalização no decorrer do tempo. 
Outro aspecto interessante é a utilidadedas informações disponíveis. Em 2014, a 
estimativa era de que apenas 22% dos dados mundiais continham informações úteis, 
havendo uma tendência de que tal utilidade chegue a 35% em 2020 (GREGO, 2014). 
Os indicadores sobre os dados e informações disponíveis na internet evidenciam o 
amplo desafio que se apresenta à sociedade e às organizações, à medida que se tem uma 
conexão e integração maior. 
Como lidar com a ampla quantidade de informações? Como assegurar que 
informações disponíveis sejam utilizadas de forma positiva para os usuários? Como 
assegurar conhecimento sobre organizações individuais, num cenário repleto de 
informações e de opções? Como assegurar a segurança de tais informações? 
Sem dúvida, as questões aqui apresentadas são apenas algumas das reflexões que a 
sociedade contemporânea deverá desenvolver, enquanto intensifica cada vez mais o uso da 
internet em seu cotidiano. 
 
 
18 
 
1.2 Efeito sobre os negócios 
 
E os negócios? De que forma a internet impactou sobre esta prática tão antiga da 
humanidade, que é o ato de negociar? Será que houveram efeitos significativos, assim 
como aconteceu em outras áreas? 
A presença da internet nos processos de negócios atuais, assim como a relevância 
que assume para tal, não requer muito esforço para ser percebida. Observe, por exemplo, o 
caso de uma pessoa que no final de semana realiza o pedido de uma pizza para ser 
entregue em sua residência. Para fazer o pedido, ela pode utilizar um aplicativo de 
mensagem instantânea, como WhatsApp ou Facebook Messenger, em que fala diretamente 
com o atendente da pizzaria. Para escolher o sabor, ele pode solicitar o envio do cardápio 
pelo aplicativo, ou ainda, consultar o site ou rede 
social em que a pizzaria deixa disponível o seu 
cardápio. Feito o pedido, solicita a entrega e informa 
que pagará com cartão. O entregador, ao chegar no 
endereço de entrega, utiliza uma máquina em que os 
dados do cartão são transmitidos, para realização da 
operação de pagamento. 
Fonte: https://madailylife.com/wp-conten 
 
Em todas as etapas do processo de pedido relatado, a internet se faz presente. O 
aplicativo de mensagem instantânea requer conexão à rede para poder estabelecer 
comunicação; o site ou rede social estão armazenados numa plataforma da rede; e a 
máquina para pagamento com cartão necessita de conexão à internet para envio dos dados 
e comunicação com a empresa operadora do cartão. 
É nítido, portanto, que sem a internet, o processo de pedido e pagamento da pizza 
seria mais demorado, mais oneroso e até mesmo menos seguro. 
Com a internet, as organizações encontraram novos canais de comunicação com 
seus mercados e, também, de distribuição para seus produtos, assim como passaram a 
repensar suas estratégias de marketing e a forma como se relacionam com mercados e 
parceiros, em praticamente qualquer ponto do mundo (TURCHI, 2018). 
As oportunidades que surgem para as organizações são praticamente ilimitadas, 
entretanto, os desafios associados a tais oportunidades também são muitos e para superá-
los as organizações devem desenvolver uma dinâmica de aprendizagem contínua, em que 
possam manter-se em sintonia com as transformações e evoluções que elas demandam. 
 
19 
 
Um cenário mais enriquecedor de possibilidades se demonstra no horizonte com o 
desenvolvimento da ‘internet das coisas’, que basicamente consiste numa rede de objetos – 
dos mais diversos, conectados à internet, coletando e transmitindo dados. A consolidação 
desta, sem dúvida, representará o auge da 
‘Web 3.0’, com a conexão integral de dados 
sobre os usuários da grande rede. 
Carros conectados à rede, assistentes 
virtuais pessoais, smartphones e outros 
dispositivos inteligentes, utilizados no dia-a-
dia, alimentam a ‘internet das coisas’ à 
medida que tornam mais prática a rotina de 
seus usuários. 
Conforme Costa (2018), a ‘internet 
das coisas’ possibilita às organizações uma 
compreensão mais profunda sobre seu cliente, sobre os hábitos e necessidades, de tal 
forma que o desenvolver e entregar propostas de valor para esses clientes sejam processos 
mais precisos e assertivos. Os impactos, inclusive, não se limitam apenas às relações com 
clientes, mas aos processos decisórios como um todo, que terão informações mais precisas 
para suas decisões. Novos negócios, não imagináveis até o momento, também podem 
surgir a partir de tal avanço, assim como já ocorre em relação a muitas profissões que não 
existiam há algumas décadas atrás. 
O e-commerce, por exemplo, é um demonstrativo mais que concreto dos novos 
modelos de negócios que foram e que vão surgindo em decorrência da evolução da 
internet. 
Por se tratar do objeto de estudo desta disciplina, neste momento não haverá uma 
abordagem mais detalhada sobre o e-commerce, mas para se ter uma dimensão do seu 
impacto, é válido destacar que há anos ele vem apresentando índices de crescimento 
superiores ao de vários setores da economia, inclusive do varejo como um todo, cuja 
proposta é essencialmente similar à do e-commerce. Em 2017, ano considerado difícil para 
a economia brasileira, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1%, enquanto o e-
commerce apresentou um índice de crescimento de 8% no seu faturamento, conforme 
evidencia Turchi (2018). 
Internet das coisas 
Fonte: http://www.political-intelligence 
 
20 
 
Agora, apesar dos indicadores 
demonstrando impactos significativos do 
uso da internet sobre as organizações e 
seus negócios, ainda há parcela 
significativa de pequenas e médias 
empresas que não utilizam tais recursos 
como poderiam e muitas, inclusive, não 
estão nem familiarizadas com os termos 
comuns a estas atividades. No Sudeste do 
Brasil, por exemplo, 40% das empresas não fazem uso de ambientes online, enquanto no 
Nordeste, este número chega a 50% (TURCHI, 2018). 
Falta de tempo, de recursos e mesmo de conhecimento são apresentados como 
fatores que levam ao pouco investimento em novas tecnologias de comunicação e 
informação, por estas pequenas e médias empresas, que optam por concentrarem esforços 
na essência do negócio, ou seja, no seu principal, deixando o aspecto online para segundo 
plano (TURCHI, 2018). 
Apesar disso, os baixos índices de participação das pequenas e médias empresas no 
cenário do e-commerce, por exemplo, revelam que há potencialidade para estas 
organizações que, segundo Turchi (2018), poderão tornar-se protagonistas, com atuações 
especializadas. Em 2014, conforme o autor, as empresas de pequeno porte representaram 
em torno de 18% do faturamento do e-commerce, enquanto em termos de país, elas 
constituem 98% dos negócios formais. 
Quando se analisa o uso das ferramentas disponíveis às organizações, é possível ter 
uma ideia do desafio existente e das possibilidades sobre o que está por vir em termos de 
internet e negócios. 
Os sites são vistos pelas organizações como relevantes para fortalecimento de marca 
e direcionamento de negócios, mas 51% delas não veem as mídias sociais como relevante 
para esforços de marketing; as ferramentas analíticas de sites, que permitem compreender 
comportamento do consumidor durante navegação, são utilizadas por apenas 25% das 
organizações; a existência de sites adaptados para uso em celulares e tablets é a realidade 
de apenas 4% das organizações; o faturamento com e-commerce pode ser considerado 
baixo no contexto de vendas das organizações, com 72% delas tendo o e-commerce como 
responsável por menos de 25% do seu volume de vendas; 7% das organizações não sabem 
quanto do seu negócio é decorrente da internet; 60% possuem sites, sendo que 93% 
Fonte: https://www.bluefountainmedia.com 
 
21 
 
destes é destinado para informações institucionais, 17% possuindo sistemas de pedidos e 
12% a opção de pagamento online para finalização de transações (TURCHI, 2018). 
Os efeitos da internet sobre os negócios, portanto, são evidenciados, mas osdesafios, conforme já citados, também são muitos. 
As próximas seções e subseções do material são destinadas a abordar de maneira 
mais específica o e-commerce, sua estrutura e dinâmica. 
 
 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1. 
 
 
Dica de aprofundamento 
 
Conheça mais sobre a internet das coisas. Leia o livro ‘Internet das 
coisas: uma introdução com Photon’, de Simon Monk, disponível na ‘Minha 
Biblioteca’, no seu ambiente virtual de aprendizagem. 
 
22 
 
 
UNIDADE 2 
O QUE É E-COMMERCE? 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender os conceitos de comércio eletrônico, aspectos 
envolvidos em sua definição, diferença com o comércio tradicional e volume de negócios 
no e-commerce. 
 
2.1 Conceitos 
O que é, afinal, o comércio eletrônico? 
Uma definição preliminar poderia resumi-lo ao ato de realizar negócios por via 
eletrônica. Contudo, esta seria uma forma muito simplista de caracterizar um fenômeno que 
tem provocado mudanças tão drásticas e rápidas nas estruturas de mercado, sociais e 
financeiras em nível mundial. 
Embora assumindo diversas denominações, tais como comércio eletrônico, e-
commerce, ou ainda comércio virtual, é um tipo de transação comercial feita especialmente 
através de um ou diversos equipamentos eletrônicos conectados a uma rede, em especial a 
internet. Quando realizado por meio de dispositivos móveis, como smartphones, o e-
commerce também é denominado m-commerce. 
As organizações, em nível mundial, estão incorporando o comércio eletrônico em 
suas relações com os mercados. 
O e-commerce, de acordo com Jesus (1997), constitui “qualquer tipo de transação 
comercial, em que as partes envolvidas interajam eletronicamente e não através de trocas 
ou contactos físicos”. 
Para uma definição mais precisa de comércio eletrônico, vamos resgatar o 
significado de comércio do ponto de vista tradicional e assim chegar ao conceito de e-
commerce. 
Para o American National Standards Institute (ANSI), comércio é “o processo pelo 
qual uma encomenda é colocada ou aceita, representando, como consequência, um 
compromisso para uma futura transferência de fundos em troca de bens ou serviços” 
(ANACOM, 2004), ou seja, uma relação de troca entre duas partes que se comprometem, 
uma à prestação de um serviço ou entrega de bem físico, outra ao pagamento por isso. 
 
23 
 
Com base em tal concepção, compreender o conceito de comércio eletrônico torna-
se bastante simples, bastando apenas relacionar a essência do comércio ao contexto 
contemporâneo em que tais transações são realizadas. 
Nessa linha, a International Data Corporation (IDC), define por comércio eletrônico 
“todo o processo pelo qual uma encomenda é colocada ou aceita através da Internet, ou de 
outro qualquer meio eletrônico, representando, como conseqüência, um compromisso para 
uma futura transferência de fundos em troca de produtos ou serviços”. (ANACOM, 2004). 
Relacionando a abordagem da IDC com o conceito apresentado pelo ANSI, observa-
se que a essência relativa ao comércio se mantém, mudando-se os canais pelos quais as 
transações são realizadas. Tal fato é um aspecto interessante quando também se olha para 
a história do comércio, que mantém a essência desde a sua origem, evoluindo no que tange 
aos meios com que elas se iniciam e se concretizam. 
O Gabinete de Estatísticas da União Europeia (EUROSTAT), adota uma definição na 
mesma linha da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE 
conforme ANACOM (2004), definindo comércio eletrônico como “a transação de bens e 
serviços entre computadores mediados por redes informáticas, sendo que o pagamento ou 
entrega dos produtos transacionados não terá que ser, necessariamente, feito através 
dessas redes”. 
Nesta abordagem, portanto, além da essência do comércio e da incorporação das 
novas tecnologias de informação e comunicação, é acrescida a particularidade do 
pagamento e entrega que podem não ocorrer via rede. Aqui, já evidencia-se o aspecto da 
integração que o comércio eletrônico hoje possui, em que o consumidor pode optar pelo 
pagamento do produto adquirido já no ambiente em que realiza a operação de compra ou 
ainda optar pela emissão de boletos eletrônicos, a serem pagos em outro momento. Outro 
aspecto desta integração é a possibilidade de comprar online e retirar o produto numa 
unidade física. Tal aspecto, inclusive, será trabalhado posteriormente na disciplina. 
Piedade e Drago (2017, p. 59), numa abordagem contemporânea, dizem que “O e-
commerce seria, então, o ato da empresa que utiliza um website para vender seus produtos 
ou serviços, usando a internet para facilitar essas vendas, funcionando 24h por dia, on-line”. 
Para compreensão do comércio eletrônico e sua dinâmica, Kalakota e Whinston 
(apud TURBAN, 2004) já destacavam ser relevante analisar sob a ótica de quatro 
perspectivas: comunicação; processo comercial; serviços; e online. 
Na ótica da comunicação, considera-se a distribuição de produtos, serviços, 
informação ou pagamentos por meio de redes de computadores ou outros meios 
eletrônicos. 
 
24 
 
Na ótica de processo comercial, considera-se a aplicação das tecnologias para a 
automação das transações e fluxo de trabalho, ou seja, a automação dos processos, 
incorporando novas tecnologias. 
Em termos de serviços, a abordagem é sobre a necessidade de vendedores e 
compradores quanto à diminuição de custos e a elevação nos níveis de qualidade e 
agilidade no atendimento. 
E, por fim, quanto ao on line, analisam-se as possibilidades de compra e vendas em 
tal ambiente. 
 
 
Figura 1 - Entendimento sobre o que é e-commerce 
Fonte: Elaboração própria 
 
A dimensão de estabelecimento de transações comerciais e a incorporação de novas 
tecnologias para operacionalização fica evidente, portanto, na abordagem dos autores já 
citados. 
Agora, para ampliar a compreensão, é interessante observar a relação que se 
estabelece entre comércio eletrônico, ou e-commerce, e o comércio tradicional. 
No comércio eletrônico houve uma evolução em diversos aspectos dos 
relacionamentos estabelecidos entre as organizações e mercados e, também, na 
infraestrutura e gestão destas. 
Em termos de relacionamento com o cliente, por exemplo, a ênfase passa a ser nas 
interações, que são iniciadas e encerradas a partir do consumidor, e, também, cuja 
abordagem está centrada em relacionamento e não em vendas. O cliente determina o ritmo 
das interações, à partir do momento em que ele opta, por exemplo, seguir ou deixar de 
seguir a página de uma empresa numa rede social, como Instagram ou Facebook. 
Outro aspecto também significativo nesta relação comércio eletrônico e comércio 
tradicional, é a questão da infraestrutura necessária para a dinâmica de funcionamento das 
organizações que neles se enquadram. No comércio tradicional é preciso a existência de 
estoque de produtos acabados, mesmo que mínimo, assim como é comum a manutenção 
de uma estrutura de produção. Já no comércio eletrônico, não há necessidade de estoque 
 
25 
 
de produtos, que pode estar centrado no fornecedor, assim como a estrutura de produção 
pode ser toda terceirizada. 
Um exemplo interessante para ilustrar tais diferenças é a comparação entre as lojas 
físicas e as virtuais da Casas Bahia. Em suas lojas físicas, a empresa necessita ter volume 
significativo de estoque e, muitas vezes, em seu mix de oferta não estão disponíveis 
diversos produtos que são comercializados no site. Na sua loja virtual, a Casas Bahia oferta 
produtos comuns de seu mix e outros que são de outras empresas parceiras, sendo comum, 
ao realizar a compra, aparecer a mensagem de que o produto será entregue por outra loja, 
que não a Casas Bahia, ou seja, no ambiente virtual ela pode optar por ofertar um mix 
maior de produtos, pois não há necessidade de tê-lo em seu estoque, mas sim no da loja 
parceira. 
 
2.2 E-commerce e comércio assistido eletronicamenteO processo comercial, consiste em seis fases, cuja associação às novas tecnologias 
contribuem para a classificação dos tipos de comércio (ANACOM, 2004). 
As fases do comércio são as seguintes: 
1. coleta de informação, onde o potencial comprador procura e coleta 
informação acerca de um determinado produto; 
2. contato, onde o comprador se identifica ao potencial vendedor e inicia com 
este uma troca de informações acerca do produto em questão; 
3. negociação, onde o comprador e o vendedor discutem as características, 
funcionalidades e preço do produto; 
4. compromisso, onde o comprador se compromete, perante o vendedor, em 
adquirir o produto ou serviço; 
5. pagamento; 
6. entrega do produto adquirido. 
 
 
26 
 
 
Figura 2 - O comércio eletrônico na perspectiva do consumidor 
Fonte: Elaboração própria 
 
Cada uma das fases representa uma etapa dos processos desenvolvidos durante 
uma operação comercial, desde o interesse inicial até a entrega do produto. 
 Se em qualquer uma das três primeiras fases de um processo comercial – coleta de 
informação, contato ou negociação – houver, em maior ou menor grau, uso de recurso por 
meios eletrônicos, então, tal como consta na figura 1, estaremos diante de um comércio 
assistido eletronicamente. Já se, além disso, o próprio compromisso de negócio for também 
assumido por via eletrônica estaremos na presença de comércio eletrônico. 
 O comércio eletrônico incluirá, assim, o valor de todas as transações resultantes de 
uma ordem explícita de compra realizada através de qualquer meio eletrônico, tais como 
telefone, aplicativos mobile, Electronic Funds Transfer (EFT), Eletronic Data Interchange 
(EDI), correio eletrônico (e-mail), ou mesmo a World Wide Web (WEB) como um todo. 
 A World Wide Web (Web) corresponde à parte gráfica da Internet. Dada a forte 
convergência dos utilizadores da Internet e da web, assim como o uso indiscriminado destes 
dois termos por parte da grande maioria dos agentes, passaremos a atribuir o mesmo 
significado a estas duas tecnologias. Seu traço distintivo reside no fato de o ato da 
encomenda ser feito por via eletrônica e de, por essa via, se assumir um compromisso de 
transferência de fundos em troca de bens ou serviços. 
 
 
 
 
 
27 
 
2.3 Categoria de comércio eletrônico segundo o tipo de transação 
 
 De acordo com o tipo de transação estabelecida, há uma classificação de categoria 
do comércio eletrônico. As subseções seguintes serão destinadas à apresentação dessas 
categorias. 
 
2.3.1 Comércio eletrônico direto 
É aquele no qual tanto o pedido como o pagamento e o envio dos bens intangíveis 
ou tangíveis, produzem-se on line, como é o caso de transações ou operações vinculadas a 
viagens, venda de ingressos (teatro, concertos, etc..), software, toda a gama de 
entretenimento (música, jogos, apostas), serviço de banca, venda de imóveis, assessoria 
legal, conselhos de saúde, temas de educação e serviços por parte do governo. 
 O comércio eletrônico direto consiste na encomenda, pagamento e entrega on line 
de produtos (bens incorpóreos). Este tipo de comércio eletrônico envolve transações 
eletrônicas sem quaisquer interrupções ou barreiras geográficas, permitindo dessa forma 
explorar todo o potencial dos mercados eletrônicos mundiais. 
 
2.3.2 Comércio eletrônico indireto 
Consiste em adquirir bens tangíveis que necessitam ser enviados de imediato e 
fisicamente, utilizando para isso canais ou vias tradicionais de distribuição. Portanto, o 
comércio eletrônico indireto consiste na encomenda eletrônica de produtos que, pela sua 
natureza tangível, têm que ser entregues fisicamente, utilizando para isso os tradicionais 
canais de distribuição. 
 Ao contrário da atividade direta, o comércio eletrônico indireto requer nível maior de 
esforço para explorar todo o potencial dos mercados eletrônicos mundiais, tendo, por 
exemplo, que se estabelecer eficientes canais internacionais de distribuição e em número 
suficiente para assegurar a entrega desses produtos. 
 Os componentes essenciais do comércio eletrônico envolvem, entre outros, os 
seguintes aspectos: crescimento de mercado, redução de custos, redução de tempo de 
produção, posição estratégica, traduzida em competitividade, amortização em curto prazo e 
percepção por parte do cliente. Veja a figura, a seguir, que representa esses componentes 
essenciais do comércio eletrônico. 
 
28 
 
 
 
Figura 3 - Componentes essenciais do e-commerce 
Fonte: Elaboração própria 
 
2.4 Varejo eletrônico 
O varejista é aquele que atua como intermediário de vendas, um vendedor que está 
posicionado entre os fabricantes e osclientes. No caso de varejo eletrônico, a intermediação 
é estabelecida on-line, com a figura do intermediário físico substituída por sistemas de 
interação virtual e informações sobre produtos sendo disponibilizadas por meio de a venda 
por catálogos virtuais, como sites, e-mail marketing e outros que contenham informações 
sobre produtos. 
O varejo eletrônico elimina a necessidade de uma loja física e muitas vezes até 
mesmo a existência do intermediário, com conexão direta entre fabricante e cliente. Uma 
definição simples e compacta sobre varejo eletrônico é a de que constitui-se em transações 
entre empresas e compradores individuais pela internet. 
Segundo Parente (2000 citado por BERGAMO et al, 2007), o varejo eletrônico se 
coloca como um varejo sem lojas, em uma evolução tecnológica do marketing direto. No 
ambiente do e-commerce, ele se encontra na categoria de troca de produtos e informações 
entre Empresa e Consumidor, denominado B2C (business-to-consumer). (TAKAHASHI, 
2000; LIMEIRA, 2003; TURBAN e KING, 2004 citado por BERGAMO et al 2007). O B2C 
consiste em modelo de negócio em que qualquer transação é realizada diretamente entre o 
vendedor e o consumidor (TURCHI, 2018). 
 
29 
 
O Varejo Eletrônico apresenta três tipos básicos: 
 Pure Players: varejistas que operam somente na web, possuindo como 
vantagem sobre os demais tipos a manutenção de custos operacionais mais baixos, 
nas despesas indiretas e nos processos que são mais simplificados; 
 Brick-and-Click: varejistas tradicionais que possuem um site na internet como 
canal de vendas, se utilizam de sua estrutura física e marcas conhecidas do 
consumidor como vantagem competitiva no mercado virtual; 
 Venda Direta: no qual o fabricante é ligado diretamente ao consumidor final, 
eliminando, portanto, a figura do intermediário. 
 
Quadro 1 - Empresas atuantes no Varejo Eletrônico s 
Tipo de varejo 
eletrônico 
Definição Exemplos 
Varejistas Puros 
ou “Pure Players” 
Empresas que só atuam on-line, sem 
existência de loja física. Podem se 
subdividir em: 
- Pure Players Físicos: Comercialização 
de Produtos / Serviços “físicos” pela 
internet; 
−Pure Players Virtuais: Comercialização 
de produtos digitais ou serviços de entrega 
exclusiva pela internet, como softwares, 
cursos on-line e música. 
www.submarino.com.br 
www.symantec.com.br 
 
Varejistas 
tradicionais que 
atuam na internet 
ou “Brick-and-
Click” 
Empresa de varejo tradicional, baseada em 
instalações físicas, que utiliza a internet 
como mais um canal de comercialização. 
www.americanas.com 
 
Venda direta 
Comercialização direta pela internet de 
produtos do fabricante com consumidor 
final 
 www.dell.com.br 
 
Fonte: Bergamo et al, 2007 
 Os modelos de negócios do varejo eletrônico também podem ser classificados 
conforme as características dos bens que vendem ou pelas regiões que cobrem. Dois 
modelos principais são destacados: 
1. Classificação por modelo de receita: 
 Modelos de venda de produtos 
 Modelos por assinatura 
 Modelos de tarifa por transação 
 
30 
 
 Modelos sustentados por propaganda 
 Modelos de patrocínio 
2. Classificação por canal de distribuição 
 Marketing direto 
 E-tailers puros 
 Varejistas de cliquesConforme Turchi (2018), o Brasil ocupa a 10ª posição no mundo em varejo online, 
sendo o único país da América Latina a estar entre os 10 maiores. O crescimento em vendas 
no ano de 2016 foi de 7,4%, com faturamento de R$ 44,4 bilhões, sendo 21,5% dessas 
vendas já realizadas por mobile, ou seja, via aparelhos móveis conectados à internet. Em 
2017, ainda no primeiro semestre, as vendas por mobile já representavam 31% do setor, 
evidenciando a relevância que esses dispositivos vêm obtendo no e-commerce como um 
todo. 
No Brasil, os Estados que mais compraram por e-commerce em 2016 foram São 
Paulo (80%), Rio de Janeiro (63%), Minas Gerais (53%), Rio Grande do Sul (32%) e Paraná 
(27%) (TURCHI, 2018). 
As categorias mais vendidas no comércio eletrônico brasileiro, conforme ilustração a 
seguir, são: moda e acessórios; eletrodomésticos; livros, assinaturas e apostilas; saúde, 
cosmésticos e perfumaria; telefonia e celulares; casa e decoração; informática, eletrônicos; 
esporte e lazer; e brinquedos e games. (EBIT INFORMAÇÃO citado por TURCHI, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
Dica de aprofundamento 
 
Conheça mais sobre o comércio eletrônico brasileiro acessando o site da Câmara 
Brasileira de Comércio Eletrônico, no site http://www.camara-e.net . 
 
http://www.camara-e.net/
 
31 
 
 
 
 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize a Atividade 2.1. 
 
 
 
32 
 
 
UNIDADE 3 
PRINCIPAIS TIPOS DE COMÉRCIO ELETRÔNICO 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Analisar os principais tipos de comércio eletrônico e suas 
diferentes aplicações e usos no mundo dos negócios eletrônicos. 
 
Existem diversas possibilidades de classificação do comércio eletrônico e nesta 
unidade serão destacadas as principais, evidenciando o aprofundamento e natural evolução 
dos conhecimentos sobre o tema. As principais variáveis podem envolver, por exemplo, o 
tipo de produto ou serviço transacionado, o setor de atividade, a tecnologia de suporte, os 
montantes envolvidos nas transações ou o tipo de intervenientes no processo. 
Aqui destacam-se os tipos mais evidenciados pela literatura e mais próximos da 
realidade cotidiana, ou seja, os tipos de intervenientes mais comumente envolvidos nas 
transações. 
 
3.1 Business to Business (B2B) 
 O comércio eletrônico Business to Business (B2B), conforme Teixeira (2015), 
engloba todas as transações eletrônicas para relações de negócios entre empresas, ou seja, 
toda venda que uma empresa faz para outra através da Internet. 
Nas relações B2B, uma prática cada vez mais adotada é a integração entre as 
empresas dos sistemas de informações da cadeia de valor. A troca eletrônica de dados 
permite a simplificação dos processos mercantis e a redução dos custos de produção, pois 
com o compartilhamento de dados relativos aos processos produtivos, as empresas 
reduzem seus ativos e os fornecedores produzem baseados na produção ou vendas dos 
clientes. 
 As características do B2B para Turban e King (2004), envolvem várias dimensões no 
varejo online, inclusive podendo haver ou não um intermediário ou até mesmo integração 
entre estrutura virtual e física. 
 Quanto às características de compra, o B2B pode ser: 
 Compra spot: aquisição de produtos à medida que são necessários ao 
comprador, que adquire tais produtos, em geral, a preços de mercado. Aqui 
não há compromisso regular estabelecido. 
 
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 Suprimento estratégico: compras que envolvem contratos de longo prazo, 
geralmente baseados em negociações privadas entre vendedores e 
compradores, constituindo, costumeiramente, relações regulares de 
negócios. O estabelecido aqui é regra. 
Quanto aos tipos de materiais, no B2B podem ser negociados: 
 Materiais diretos: usados na manufatura e composição do produto (por 
exemplo, aço em um carro ou papel em um livro); 
 Materiais indiretos: usados para apoiar a produção (por exemplo, artigos 
de escritório ou lâmpadas); 
 MROs (manutenção, reparos e operações): recursos indiretos usados em 
atividades que apoiam o processo produtivo (por exemplo, conserto de 
equipamentos quebrados ou manutenções periódicas). 
 Quanto ao setor de atuação estabelecido, os agentes do B2B pode caracterizar-se 
como: 
 Marketplaces verticais: mercados que lidam com um setor ou segmento 
de setor (por exemplo, aço ou produtos químicos); 
 Marketplaces horizontais: mercados que se concentram em um serviço ou 
produto usado em todos os setores (por exemplo, materiais para escritório 
ou PCs). 
 Quanto à dinâmica de relações entre os agentes envolvidos nas transações, o B2B 
pode ser caracterizado como: 
 Lado da venda: um vendedor para muitos compradores; 
 Lado da compra: um comprador para muitos vendedores; 
 Bolsas: muitos vendedores para muitos compradores; 
 Comércio colaborativo: comunicação e compartilhamento de informações, 
projeto e planejamento entre parceiros de negócios. 
 
Nos relacionamentos de cadeia de suprimento no B2B, os subprocessos e papéis são 
inter-relacionados, com vantagens competitivas para o gerenciamento desta (TURBAN e 
KING, 2004). Entre os prestadores de serviços online no B2B, são mais comuns: serviços de 
viagens e turismo, serviços imobiliários, mercado de ações, pagamentos e financiamentos. 
Uma preocupação no comércio eletrônico é a padronização de comunicação entre os 
equipamentos que compõem as redes. No B2B, tal preocupação torna-se mais significante 
ainda quando se olha para os sistemas de troca de informações entre os componentes de 
 
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uma determinada cadeia de valor, cujos integrantes se propuseram a compartilhar 
informações, conforme já mencionado anteriormente. 
Fagundes (2011) destaca que a tecnologia EDI (Electronic Data Interchange) é um 
processo de troca padronizada de informações utilizada por comunidades comuns de 
negócios. Existem vários padrões de formatos de mensagens atendendo diferentes 
mercados, o que dificulta o intercâmbio entre diferentes comunidades internacionais. Diante 
disto, a Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu e fomenta um padrão único de 
mensagem que, praticamente todas as comunidades de negócios internacionais já se 
comprometeram em adotar. O padrão de mensagem desenvolvido pela ONU chama-se 
EDIFACT (Padrão Internacional para Intercâmbio Eletrônico de Dados). 
No contexto do B2, uma prática que tem ganhado adeptos são os leilões de compra 
pela Internet, em que uma empresa publica na Web que deseja comprar um lote de um 
determinado produto, com sua especificação e aguarda as propostas dos fornecedores. 
À medida que as propostas chegam, é publicada a menor cotação recebida, sem o 
conhecimento de qual empresa fez a oferta. Se alguma empresa consegue melhorar o preço 
publicado, esta envia uma nota para o comprador dizendo que possui melhor oferta e então 
essa cotação é publicada na Internet. Se outra empresa consegue reduzir o preço, envia 
uma nova cotação para o comprador, e assim por diante até se conseguir o melhor preço. 
Essa prática tem reduzido entre 15 e 20%, em média, o preço dos produtos para as 
empresas compradoras. 
Face a relevância e possibilidades do mercado de business-to-business. Vários 
fornecedores de software integrados de gestão empresarial (ERP) desenvolveram 
mecanismos de interconexão de dados entre os ERPs para facilitar os processos mercantis. 
O comércio B2B desenvolve-se, basicamente, em três grandes plataformas, que também 
são objetos de estudo da disciplina. São elas: e-Marketplace, e-Procurement e e-
Distribution. 
 
3.1.1 E-Marketplace 
Os e-Marketplaces consistem em plataformas eletrônicas onde as empresas, ora 
assumindo a posição de comprador, ora a de vendedor, se reúnem em torno de um mesmo 
objetivo: estabelecer laços comerciais entre si. Tal definição, inclusive já era destacada por 
Bloch, Pigneur e Segev (1996) citados por Morinishi (2005), que descreveram tais 
plataformas como locais virtuais onde múltiplos compradorese fornecedores realizam 
negócios através da internet. 
 
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 Esses locais virtuais atuam como intermediário eletrônico, permitindo que buscas 
sejam feitas de modo organizado, por meio da centralização de múltiplos compradores e 
vendedores num único ambiente. Podem assumir uma forma vertical, quando são utilizados 
apenas por empresas de uma indústria específica, ou horizontal, quando ocorre a 
participação de empresas de várias indústrias ou ramos de atividade. 
 
3.1.2 E-Procurement 
Os e-Procurements são plataformas eletrônicas especificamente desenvolvidas para 
suportar o aprovisionamento das organizações, permitindo que estas otimizem a cadeia de 
fornecimento em termos de tempo e de custos, através da automatização das interações 
com as centrais de compras dos seus fornecedores (ANACOM, 2004). 
As metas do e-procurement, conforme Turban e King (2004), são: 
 Aumentar a produtividade do agente de compras; 
 Reduzir os preços de compras dos produtos; 
 Aperfeiçoar o fluxo e o gerenciamento de informações; 
 Minimizar as compras não programadas; 
 Melhorar o processo de pagamento; 
 Dinamizar o processo de compra, tornando-o mais simples e rápido; 
 Reduzir o custo administrativo de processamento por pedido; 
 Descobrir fornecedores que ofereçam bens e serviços mais rapidamente ou mais 
baratos; 
 Integrar o processo de compra empresarial com o controle orçamentário de 
modo eficiente e eficaz; 
 Minimizar erros humanos nos processos de compra e expedição. 
 Em termos de implementação, Turban e King (2004) recomendam: 
 Ajustar o e-procurement à estratégia de comércio eletrônico da empresa; 
 Revisar e alterar o próprio processo de procurement; 
 Implantar interfaces entre o e-procurement e sistemas de informação 
empresariais integrados; 
 Coordenar o sistema de informação do comprador com o dos vendedores. 
 
3.1.3 E-Distribution 
Os e-Distributions, por sua vez, consistem em plataformas eletrônicas concebidas 
para integrar as empresas com os seus distribuidores, filiais e representantes, permitindo 
 
 
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efetuar uma variedade de tarefas, que vão desde a simples consulta a um catálogo digital 
até a emissão de faturas e recepção de mercadorias. 
Apesar de o comércio B2B já ser praticado há algumas décadas, nomeadamente com 
a utilização da tecnologia EDI, é com o recurso das mais recentes tecnologias disponíveis 
que o modelo B2B tem incentivado inovadoras formas de cooperação empresarial, tornando 
as empresas cada vez mais competitivas e ajudando-as a enfrentar, com sucesso, os novos 
desafios da globalização. 
Os benefícios do B2B já eram destacados por Turban e King (2004): 
 Elimina papel e reduz custos administrativos; 
 Acelera o tempo de realização dos ciclos; 
 Reduz custos e tempo de busca para os compradores; 
 Aumenta a produtividade de funcionários que cuidam dos processos de 
compra e venda; 
 Reduz erros e aprimora a qualidade dos serviços; 
 Reduz níveis e custos de estoque; 
 Aumenta a flexibilidade da produção, permitindo entrega just-in-time; 
 Facilita a customização em massa; 
 Aumenta as oportunidades de colaboração. 
 
 
Figura 4 - Desenvolvimento do B2B 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
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3.2 Business to Consumer (B2C) 
No contexto do varejo eletrônico, Business to Consumer (B2C) constitui-se em todos 
os processos que permitem que um consumidor final possa adquirir um produto ou serviço 
através da Internet (FAGUNDES, 2011), concretizando, conforme Teixeira (2015), as 
relações de negócios entre empresas e consumidores. Os shoppings on-line devem prover 
de todas as informações necessárias para o consumidor comprar um produto sem a 
interação física com os representantes comerciais da empresa. 
O B2C, conforme ANACOM (2004), corresponde à seção de varejo do comércio 
eletrônico e caracteriza-se pelo estabelecimento de relações comerciais eletrônicas entre as 
empresas e os consumidores finais. O estabelecimento deste tipo de relações pode ser mais 
dinâmico e mais fácil, mas também mais esporádico ou descontinuado. O B2C desenvolveu-
se de forma intensiva com o advento da web e hoje é possível encontrar e comprar 
praticamente todo tipo de produto nos ambientes virtuais. 
Mesmo que alguns consumidores não comprem determinados produtos nas lojas 
virtuais, eles podem tomar a decisão de compra com base em informações obtidas pela 
Internet, seja em sites de busca, sites das próprias empresas vendedoras ou até mesmo em 
redes sociais. Por exemplo, um consumidor decidiu comprar um carro. Ele começa a buscar 
informações sobre preço e características dos carros de seu interesse pela Internet. Ele 
visita os sites de várias montadoras, sites de vendas independentes, sites de revistas 
especializadas e vai formando opinião sobre qual carro deve comprar. 
Em alguns sites o consumidor pode simular as várias formas de pagamentos e pode 
passar informações pessoais para uma pré-aprovação do financiamento do carro. Mesmo 
que algumas empresas não façam vendas diretas em suas páginas oficiais, deveme star 
preparadas para oferecer todo o suporte necessário ao consumidor para que ele decida pelo 
seu produto (FAGUNDES, 2011). 
Um processo importante e que ainda hoje é relevante em termos de comércio 
eletrônico, principalmente em termos de B2C, é o receio que alguns consumidores 
Dica de aprofundamento 
 
Conheça mais sobre B2B. Leia o livro ‘B2B: gestão de marketing em mercados 
industriais e organizacionais’, de Michael D. Hutt e Thomas W. Speh, disponível na 
‘Minha Biblioteca’, no seu ambiente virtual de aprendizagem. 
 
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apresentam em usar o comércio eletrônico por medo de fraudes eletrônicas. Para superar 
esse receio as empresas investem em mecanismos seguros de transferência de informações 
eletrônicas, como, por exemplo, o protocolo de transação segura SET, desenvolvido em 
conjunto pelas operadoras de cartões de crédito VISA e MASTERCARD. 
Investimento em tecnologias de segurança será sempre uma preocupação constante 
no cenário de comércio eletrônico. Novas tecnologias surgem todos os dias e são utilizadas 
tanto para o bem quanto para o mal, quando se fala em e-commerce. Os hackers possuem 
conhecimentos e habilidades que deixam os profissionais de segurança em tecnologia em 
alerta constante. 
 
3.3 Consumer to consumer - C2C 
 
No comércio eletrônico Consumer to Consumer (C2C), a compra e venda é realizada 
entre pessoas físicas, por meio eletrônico, e sem a necessidade da presença física do 
comprador e do vendedor. A compra e venda é realizada entre um comprador e um 
computador localizado em qualquer lugar do planeta, por intermédio de um sistema 
eletrônico. Uma das formas de negociação realizadas pela Internet que mais cresceu, o C2C 
vê no ‘Mercado Livre’ uma forte expressão da sua origem, mas hoje é intensivamente 
realizado por meio de outros canais online, como as mídias sociais. 
Os maiores beneficiados pela plataforma, além de pessoas físicas, são 
microempreendedores, pequenas e médias empresas, que têm condições de oferecer 
virtualmente seus produtos e serviços a uma enorme gama de clientes nacionais e 
internacionais, em pé de igualdade com grandes vendedores. 
 Além dos tipos de comércio eletrônico na dimensão privada, vistos anteriormente, 
podemos ter tipos de comércio eletrônico que envolvem as dimensões pública e público- 
privada. 
 
3.4 E-Government 
 
 No tipo Governo eletrônico faz-se uso de tecnologias de informação (TI) e de 
comércio eletrônico para fornecer acesso a informações governamentais e serviços públicos 
a cidadãos e parceiros de negócios. Esse tipo de comércio eletrônico proporciona, segundo 
Turban e King (2004): 
 Método eficiente e eficaz de fazer transações comerciais; 
 Oportunidade de melhorar a eficiência e a eficácia das funções governamentais; 
 
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 Torna o governo mais transparenteaos cidadãos. 
 Essa modalidade pode ser conhecida pelas siglas Business-to-Administration (B2A), 
ou ainda, Consumer-to-Administration (C2A). 
 São conhecidas também como Government-to-Consumer - G2C e Consumer-to-
Government - C2G existindo transações envolvendo governo e consumidores finais, tais 
como, pagamento de impostos e serviços de comunicação. Vamos ver um pouco mais sobre 
eles. 
A categoria de comércio eletrônico denominada Business-to-Administration (B2A), 
conforme ANACOM (2004), cobre todas as transações on line realizadas entre as empresas 
e a Administração Pública. É uma área que envolve grande quantidade e diversidade de 
serviços, designadamente nas áreas fiscal, da segurança social, do emprego, dos registros e 
notariado, entre outros. 
As denominações Governo-empresa ou Government-to-business (G2B) são 
categorias de e-government que incluem interações entre governos e empresas (governos 
que vendem e fornecem serviços a empresas e empresas que vendem produtos e serviços 
ao governo). 
O modelo Consumer-to-Administration (C2A), segundo ANACOM (2004), abrange 
todas as transações eletrônicas efetuadas entre os indivíduos e a Administração Pública. 
Entre as várias áreas de aplicação, salienta-se segurança social (através da divulgação de 
informação, realização de pagamentos, etc.), saúde (marcação de consultas, informação 
sobre doenças, pagamento de serviços de saúde, etc.), educação (divulgação de 
informação, formação a distância, etc.) e impostos (entrega de declarações, pagamentos, 
etc.). 
Ambos os modelos que envolvem a Administração Pública, B2A e C2A estão 
fortemente associados à ideia de modernização, agilização, transparência e qualidade do 
serviço público, aspectos cada vez mais realçados pela generalidade das entidades 
governamentais. 
 Government-to-Citizens (G2C) também é definição para esta categoria de e-
government que inclui as interações entre um governo e seus cidadãos. 
Há ainda a modalidade de transações entre governo e governo conhecida como G2G 
(government-to-government). Os resultados obtidos em pesquisa realizada por Cavalcante 
Neto (2002) sugerem que três fatores influenciam de forma relevante o sucesso de 
processos G2G, que são segurança computacional; cultura das organizações envolvidas; e 
capacitação das pessoas envolvidas. Cada um destes fatores, conforme averiguado pelos 
resultados traz um conjunto de considerações que devem ser observadas pelo administrador 
público nas estratégias de implantação dos processos G2G. 
 
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 O government to employees (G2E) constitui categoria de e-government que abrange 
atividades e serviços entre organismos governamentais e seus funcionários. 
 As diversas tipologias de e-commerce podem ser ilustradas na figura seguinte, que 
destaca, também os agentes envolvidos nos processos de negócios realizados em cada uma 
delas. Por agentes do e-commerce, considera-se aqui o governo, as empresas e os 
consumidores. 
 
 
Figura 5 – E-commerce e relações entre agentes 
Fonte: Takahashi (2000) 
As setas na ilustração indicam o sentido das relações. Setas com ponta única tem, 
no sentido que apontam, a indicação do agente determinante da tipologia, enquanto as 
setas com ponta dupla já indicam o sentido bilateral das relações na tipologia especificada. 
A categoria de e-commerce, caracterizada pelas relações de negócio estabelecidas entre os 
agentes, é indicada pelas siglas descritas entre os agentes, nas setas. Uma relação entre 
empresa e consumidor, por exemplo, é denominada business to consumer (B2C) quando o 
sentido da relação de negócio é a empresa vendendo para o consumidor. Quando um 
consumidor vende algo para a empresa, a caracterização inverte-se e passa a ser 
denominada consumer to business (C2B). 
 
3.5 Redes e aplicações ponto a ponto 
A internet, que sustenta as estruturas de comunição no e-commerce, constitui-se 
numa grande rede, de nível global, em que milhares de computadores estão conectados, 
consumindo e compartilhando informações. Em termos de arquitetura de rede, ou seja, 
 
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estrutura que fundamenta suas comunicações, as redes assumem basicamente dois 
formatos: rede usuais ou redes ponto a ponto (peer to peer – P2P). 
As redes usuais constituem-se em vários computadores conectados, mas com a 
comunicação centrada em único computador, denominado servidor, que é responsável pela 
armazenamento e distribuição das informações aos demais. As redes peer-to-peer (P2P), 
por sua vez, constituem-se numa arquitetura de rede em que cada estação de trabalho 
(computadores, tablets, smartphones e outros equipamentos que possam a ela estarem 
conectados) tem funcionalidades semelhantes, compartilhando dados e processando 
diretamente, assumindo cada equipamento o papel de um servidor, sem haver um único 
servidor central responsável por todo o processamento. Cada estação de trabalho é um 
ponto da rede e torna possível a comunicação de ponto a ponto, possibilitando expandir 
significativamente o universo de informações acessíveis. Sistemas torrents, em que 
computadores conectados compartilham arquivos que estão armazenados nos diversos 
pontos da rede, ou seja, ponto a ponto, são exemplos de redes P2P. 
 Turban e King (2004) destacam algumas características dos sistemas P2P: 
 Interface com o usuário carregada fora de um navegador Web; 
 Os computadores dos usuários podem funcionar como clientes e como 
servidores; 
 O sistema como um todo é fácil de usar e bem integrado; 
 O sistema inclui ferramentas para apoiar usuários que queiram criar conteúdo ou 
agregar funcionalidades; 
 O sistema oferece conexões com outros usuários; 
 O sistema suporta protocolos de “cruzamento de redes”. 
 
3.5.1 Aplicações ponto a ponto 
 As arquiteturas P2P são utilizadas de forma intensiva na sociedade contemporânea, 
para diversas finalidades. 
Nas relações de negócio eletrônico consumer to consumer (C2C), as aplicações P2P 
acontecem em forma de suporte à comunicação em que usuários que vendem produtos 
diretamente de seus equipamentos, sem a necessidade de recorrer a servidores 
centralizados. 
Nos ambientes organizacionais, P2P é utilizado para compartilhamento de recursos 
de computação e arquivos de dados, como por exemplo uma rede que conecta vários 
computadores ou outro tipo de gadget a uma impressora compartilhada. Por gadget 
 
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considera-se equipamentos eletrônicos que são desenvolvidos para facilitar o cotidiano das 
pessoas, como smartphones, entre outros. 
 No caso das relações entre empresas, as pessoas podem compartilhar informações, 
mas não precisam enviá-las a um servidor desconhecido. As empresas usam arquitetura P2P 
como base para acelerar as transações comerciaise também para propiciar interações 
colaborativas bidirecionais, que podem ser: 
 Dinâmicas; 
 Em tempo real; 
 Colaborativas; 
 Com boa relação custo-benefício; 
 Focada no cliente. 
 Já na relação empresa-consumidor, a aplicação de P2P ocorre com uma combinação 
do P2P com filtragem colaborativa para facilitar buscas por produtos. Nestes casos a 
dinâmica do processo costuma desenvolver-se da seguinte forma: 
 Usuário digita palavra-chave sobre informação a ser buscada. Um produto, por 
exemplo; 
 A palavra-chave é enviada a um grupo de computadores pares, que fazem busca 
em índices locais de páginas Web; 
 Esses computadores retransmitem a consulta a outro grupo de computadores e 
estes, por sua vez, a outro grupo, até que seja consultado em torno de um 
milhão de computadores; 
 Os URLs resultantes são retransmitidos ao usuário, segundo as mais visitadas 
recentemente e pares com interesses similares. 
 No caso de aplicação para publicações on line observa-se a entrega eletrônica de 
jornais, revistas, notícias, músicas, vídeos e outras informações disponíveis de forma digital 
na Internet. Neste caso, ela é usada principalmente para disseminar

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