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PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 1 RELAÇÕES TRABALHISTAS INTRODUÇÃO Importante salientar que os conceitos aqui apresentados estão longe de abranger a totalidade da legislação trabalhista, visto que todos devem conhecer a realidade de sua empresa, bem como os parâmetros legais que a regem. Também é de suma importância que o profissional que atue nesta área esteja sempre atualizado, lendo constantemente os informativos legais, jornais e revistas específicos. Também acreditamos que esses conceitos trazem a indicação e o caminho seguro para iniciar seus estudos e despertar seu interesse para esse fascinante mundo que envolve o desafio de saber lidar com os processos da área de gestão de pessoas dentro de qualquer organização, independente de seu ramo de atividade. 1. DIREITO DO TRABALHO O Direito do Trabalho é um conjunto de princípios, normas e instituições referentes à relação de trabalho subordinado e situações semelhantes, visando assegurar melhores condições sociais e de trabalho ao profissional, de acordo com as medidas de proteção que são asseguradas. O Direito do Trabalho baseia-se em alguns princípios que direcionam as decisões de possíveis impasses que, por ventura, ocorram durante ou após a relação empregatícia. Estes são os princípios que direcionam o Direito do Trabalho: Princípio da proteção: é uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao colaborador, dando-lhe superioridade jurídica. Desmembra-se em três outros princípios: 1 in dubio pro operario: na dúvida, aplica-se a regra mais favorável ao colaborador; 2 Da norma favorável ao trabalhador: havendo conflito de interesses, terá aplicação a norma que atendamelhor aos interesses do trabalhador; 3 Da condição mais benéfica: uma vantagem já conquistada não pode ser reduzida; devem-se respeitar os direitos adquiridos. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: Leis de ordem pública ou imperativas não podem ser objeto de renúncia ou transação. Ou seja, não é possível negociar qualquer aspecto legal, mesmo com a concordância do colaborador. O valor depositado na conta vinculada do colaborador, referente ao FGTS, reverterá para o mesmo, conforme previsto em lei, porém, é proibida a negociação direta entre colaborador e empregador, ou seja, é proibido que o empregador pague o valor do FGTS diretamente para o colaborador, mesmo que, teoricamente, signifique um benefício para omesmo. Princípio da primazia da realidade: não importam as cláusulas de um contrato de trabalho, mas sim o que o colaborador faz. Os fatos é que são relevantes. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 2 Princípio da continuidade da relação de emprego: presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, exceto aqueles por prazo determinado, legalmente previstos. 2.1 Fontes Normativas do Direito do Trabalho O Direito trabalhista tem, como todas as áreas de direito, uma hierarquia de leis que deve ser seguida e uma lei de grandeza menor não pode reduzir os ganhos obtidos por uma lei superior. Caso isso ocorra, será considerada nula de pleno direito. No Direito do Trabalho, a sequência das leis é a seguinte: 1. Constituição Federal – estipula as principais normas; 2. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); 3. Convenções e acordos coletivos de trabalho – firmados entre sindicatos e empresas; 4. Sentenças normativas dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do TST – Tribunal Superior do Trabalho; 5. Atos do Poder Executivo; 6. Regulamentos da empresa e disposições contratuais; 7. Usos e costumes. O Direito Trabalhista emana principalmente da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943), da Constituição Federal, da Caixa Econômica em relação ao FGTS, e do INSS, além de outras leis, Decisões da Justiça Trabalhista e outros. Também – particularmente para a maioria das categorias profissionais - das Convenções Coletivas do Trabalho (CCT), Dissídios ou Acordos Coletivos que são as regras estipuladas pelos sindicados dos empregadores e dos empregados, DESDE QUE NÃO FIRAM OU DIMINUAM OS DIREITOS JÁ ADQUIRIDOS através das leis. Lei é uma norma ou conjunto de normas jurídicas. Convenção Coletiva - "é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicos e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho” (art. 611 da CLT). Tais cláusulas devem, sempre, ser mais benéficas aos trabalhadores sob pena de nulidade. O art. 9º da CLT dispõe: "Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente consolidação." Abrangência das normas coletivas, quando uma cláusula não tem sua vigência prorrogada nem é absorvida pela norma coletiva subseqüente, sua eficácia resta prejudicada, pois, como a negociação coletiva celebrada faz lei entre as partes, as normas coletivas devem ser honradas nos exatos limites em que forem estabelecidas, mesmo que venham a suprimir cláusula normativa anterior mais benéfica. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 3 O Enunciado nº 277 do TST - consagrou o entendimento de que as normas coletivas frutos de sentenças normativas, têm sua vigência restrita ao prazo que lhes foi assinado, de forma que não integram os contratos individuais de trabalho em definitivo. , 2 CONTRATO DE TRABALHO O contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso que determinará a relação de emprego. Pelo art. 443, da CLT, o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita (oral) ou expressamente (por escrito) e por prazo determinado ou indeterminado. Para que surta os efeitos legais, o contrato de trabalho deverá ter os seguintes requisitos: 1 Consensual (de acordo com as duas partes); 2 Sinalagmático (ambas as partes têm deveres); 3 Continuidade; 4 Subordinação; 5 Onerosidade (valores expressos namoeda corrente); 6 Pessoalidade. Quanto mais detalhado e com mais informações, melhor será o contrato de trabalho em caso de futuras ações trabalhistas. Basicamente, o contrato deverá conter: 1 Tipo de trabalho a ser prestado; 2 Local de trabalho; 3 Transferência entre empresas; 4 Jornada de trabalho (diária, semanal e mensal); 5 Semana de trabalho (total de dias); 6 Remuneração; 7 Natureza do contrato; 8 Testemunhas; 9 Outros, de acordo com a particularidade de cada empresa. 2.1 Sujeitos do Contrato de Trabalho O contrato de trabalho possui dois signatários (assinantes): o empregado e o empregador. Todo empregado é um trabalhador, mas nem todo trabalhador é um empregado. De acordo com o art. 3º. da CLT, o empregado é toda pessoa física, que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante o pagamento de salário. Exclusividade não é requisito do contrato de trabalho. Trabalho é todo esforço físico ou intelectual destinado à produção. Emprego é o trabalho subordinado, não eventual, sob dependência e remunerado. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 4 Empregador Art. 2° da CLT - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. § 1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. § 2º – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial,comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Súmula 129 TST – Se o empregado trabalha para um Grupo Econômico de empresas, e presta serviço em mais de uma delas, não caracteriza-se dois contratos de trabalho. Empregado Art. 3° da CLT – Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual ao empregador sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Principais características da relação de emprego: a) Pessoa física b) Pessoalidade – prestação pessoal de serviço; c) Serviço não eventual; d) Subordinação jurídica e hierárquica; e) Pagamento de salário. Estagiário Nos termos da Lei nº 11.788/08, são alunos regularmente matriculados que frequentam efetivamente cursos vinculados a estrutura da educação superior, educação profissional, ensino médio, educação especial, anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional, aceito por pessoas jurídicas de direito privado, órgãos da administração pública e instituições de ensino, para complementação de ensino e da aprendizagem. A Resolução nº 1 de 21.01.04 do Conselho Nacional de Educação, determinou que toda e qualquer atividade de estágio será sempre curricular, supervisionada e assumida pela Instituição de Ensino, configurando-se como um ato Educativo. Para efetivação do estágio, necessariamente será firmado termo de compromisso entre o aluno a parte concedente de estágio, com a interveniência obrigatória da Instituição de Ensino e facultativa do agente de integração, devendo conter: PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 5 Carga horária, duração e jornada do estágio, a serem cumpridas pelo estagiário, devem ser compatíveis com a jornada escolar do aluno, definidas de comum acordo entre a Instituição de Ensino, a parte concedente e o estagiário ou seu representante legal, de maneira a não prejudicar as atividades escolares, respeitada a legislação em vigor. a. A carga horária do estágio supervisionado da educação profissional, nível médio e ensino médio não poderão exceder a jornada diária de 30 horas semanais. (art. 10, II, CLT) b. A carga horária do estágio supervisionado de aluno de educação especial e anos finais do ensino fundamental modalidade profissional, não poderá exceder a jornada diária de 4 horas, perfazendo o total de 20 horas semanais (art. 10, I, CLT). Os estágios supervisionados que apresentem duração prevista igual ou superior a 1 (um) ano deverão a. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a serem tirados preferencialmente durante suas férias escolares. (art. 13, L. 11.804/08) b. É obrigatório a contratação de seguro contra acidentes pessoais, cuja a apólice seja compatível com valores de mercado, bem como enviar a instituição de ensino com periodicidade mínima de 06 (seis) meses, relatório das atividades. (art. 9º, IV, VII, L 11.804/08) O estágio não poderá ter a duração superior a 02 (anos), exceto quando se tratar de pessoa portadora de deficiência (art. 11, L. 11.804/08) Menores Aprendizes Art. 429 da CLT – Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. *Dispensados as microempresas e empresas de pequeno porte dessa obrigação. (art. 51,III, L.C. 123/06) Art. 428 da CLT – Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. §1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico- profissional metódica. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 6 §2oAo menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.. §3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. §4oA formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho. §5oA idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes portadores de deficiência. §6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização. §7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental. Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. §1oO limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses: I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades; II – falta disciplinar grave; III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou IV – a pedido do aprendiz. §2o Não se aplica o disposto nos artigos. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de extinção do contrato mencionadas neste artigo. (Multas de rescisão contratual de contrato por prazo determinado) FGTS 2% INSS igual a trabalhador normal Admissão de Aposentados Somente poderão retornar à atividade os aposentados por idade ou por tempo de serviço. Os procedimentos são os mesmos para os demais empregados. Não poderá fazê-lo se a sua aposentadoria tiver sido concedida por invalidez. Contratá-lo nessas condições, colocará em risco a própria aposentadoria do segurado, porque se o fato for denunciado ao INSS, certamente a sua aposentadoria será cassada, podendo, ainda requerer de volta o que o segurado recebeu, indevidamente, como proventos . PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 7 Contrato de trabalho Verde e Amarelo A Medida Provisória nº 905/2019, publicada em 11 de novembro de 2019, alterou muitos pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e está sendo considerada uma “mini reforma trabalhista”. Também conhecida como Programa Emprego Verde e Amarelo, a MP introduz um novo modelo de contrato de trabalho com o objetivo de estimular a contratação de jovens no início de carreira. Diante deste novocenário trabalhista, os profissionais de Recursos Humanos precisam estar atentos às mudanças na legislação e entender o que muda no dia a dia dos processos da área. O que é e para quem se aplica? O Contrato de Trabalho Verde e Amarelo foi criado pelo Governo Federal como uma possível alternativa às altas taxas de desemprego entre jovens brasileiros (18 a 24 anos) que já ultrapassam 25%, segundo dados do IBGE. Seu objetivo, portanto, é incentivar que empresas contratem, para qualquer tipo de atividade, jovens que tenham entre 18 e 29 anos de idade e que ainda não tenham participado de trabalho ativamente, isto é, que não tenham tido sua carteira de trabalho assinada. Neste caso, para fins de caracterização como primeiro emprego, não serão considerados vínculos de menor aprendiz, contrato de experiência, trabalho intermitente e trabalho avulso. Este tipo de contratação, todavia, se aplica para salários de até 1,5 salário mínimo, podendo haver reajuste após 12 meses de contrato. Além disso, o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo só poderá ser realizado para novos postos de trabalho e terá como referência a média do total de empregados registrados na folha de pagamento entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2019, limitando-se a 20% do total de empregados da empresa, levando-se em consideração a folha de pagamento do mês corrente de apuração. Quais são os direitos trabalhistas neste contrato? O jovem contratado nesta modalidade mantém seus direitos preservados — inclusive as previstas em acordos e convenções coletivas da categoria—, assemelhando-se à forma de pagamento do contrato intermitente: recebe, mensalmente, além do seu salário mensal, seu 13º salário proporcional e férias proporcionais com acréscimo de um terço. No caso de rescisão, terão direito ao seguro-desemprego desde que atendam aos requisitos legais do benefício. No que tange a jornada de trabalho, os direitos também permanecem. Isto é, poderá haver horas extras não excedentes a duas, desde que estabelecidas por acordo individual, convenção ou acordo coletivo. A remuneração da hora extra será, PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 8 no mínimo, 50% superior à remuneração da hora normal e é permitido banco de horas, bem como a adoção de regime de compensação de jornada. Vantagens para o empregador Ao adotar esta modalidade de contratação, o empregador tem algumas vantagens, como a desoneração da folha de pagamento em que a empresa passa a ser isenta do recolhimento de contribuição patronal do INSS (de até 20% sobre o total da remuneração paga nas demais modalidades de contratação), salário-educação e contribuição social destinada ao Sistema S. Neste sentido, a contratação na modalidade Verde e Amarela é vista comomais barata ao empregador. Além disso, a contribuição para o FGTS passa a ser de 2%, o que hoje é de 8% nas outras formas de contratação. Ainda sobre o FGTS, há uma redução na indenização sobre o saldo, passando de 40% para 20%, podendo ser paga mensalmente, juntamente com as demais verbas pagas. Esta indenização, no entanto, passa a ser obrigatória mesmo na hipótese de demissão com justa causa, o que não ocorre em outras modalidades de contrato de trabalho. Exceções e alertas A MP prevê a criação de um seguro por exposição ao perigo e a possibilidade de pagamento de adicional de periculosidade somente a empregados que ficarem expostos ao agente periculoso por, no mínimo, 50% de sua jornada de trabalho normal. Empresas que possuam até 10 empregados poderão contratar até dois jovens nestamodalidade. Para as empresas que em outubro de 2019 possuírem 30% menos empregados em relação a outubro de 2018, poderão contratar sem a restrição de reposição. Prazos e possíveis infrações A contratação por meio desta modalidade é permitida a partir de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2022. É assegurado o prazo de contratação de até dois anos, ainda que o término seja posterior à data limite da modalidade (31 de dezembro de 2022). Em casos de infrações aos limites estabelecidos, Contrato de Trabalho Verde e Amarelo será transformado, automaticamente, em contrato de trabalho por prazo indeterminado. Além disso, poderá haver punições com multa estabelecida no artigo 634-A da CLT. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 9 Exemplo Confira no quadro comparativo um exemplo com contrato via CLT e no novo modelo de contrato Verde e Amarelo: Empregado CLT Empregado Verde Amarelo Salário R$ 1.497,00 R$ 1.497,00 13° R$ 124,75 R$ 124,75 Férias + 1/3 R$ 166,33 R$ 166,33 FGTS R$ 143,05 R$ 35,76 Multa FGTS R$ 57,22 R$ 7,15 Total Mensal R$ 1.988,35 R$ 1.831,00 INSS 20% R$ 357,62 R$ – RAT 2%* R$ 35,76 R$ – Sistema S 5,8% R$103,71 R$ – Despesa Previdenciária Parte Empresa R$ 497,09 R$ – *Considerando uma empresa com RAT 2% sem reajuste do FAP 2.2 Contrato de Trabalho e de Experiència Contrato de Trabalho – Natureza Jurídica Contrato de Trabalho e Convenção Coletiva. Devido a sua importância, a própria CLT, se encarrega de defini-los: “Negócio jurídico pelo qual uma pessoa física se obriga, mediante remuneração, a prestar serviços, não eventuais, a outra pessoa ou entidade, sob a direção de qualquer das últimas.” MAGNO, OCTAVIO BUENO. Contrato de Trabalho - "é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego (CLT, art. 442)". É o documento que vai disciplinar a prestação de serviço (jornada, salário, duração etc.), fazendo lei entre as partes. Quando da sua elaboração, as partes são livres para negociar todas as suas cláusulas, porém estas cláusulas não podem contrariar as disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e as decisões das autoridades competentes. Art. 443 – O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. Prazo Determinado O Contrato de trabalho por prazo determinado é uma exceção, esta modalidade de contrato que tem início com data prevista para seu término. Devendo ser observado que esta cláusula deve ser ajustada expressamente entre as partes, pois, como se PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 10 trata de uma exceção, no caso de silêncio o contrato será considerado por prazo indeterminado (esta é a regra que tem prevalecido). Art. 443 § 1º – Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. §2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Sobre os contratos por prazo determinado, salienta-se que após o término de um, só poderá ser firmado outro contrato por prazo determinado com o mesmo empregado, após decorridos seis meses, sob pena de este novo contrato tornar-se contrato por prazo indeterminado. Salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Art. 445 – O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Art. 451 – O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Se o último dia do contrato cair em feriado ou domingo, ou dia não útil, não prorroga-se para o dia seguinte, caso isso ocorra este passa a ser por prazo indeterminado. Contrato de experiência O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado, cuja finalidade é a de verificar se o empregado tem aptidão para exercer a função para aqual foi contratado, sendo válido para qualquer natureza de atividade. Da mesma forma, o empregado, na vigência do referido contrato, verificará se se adapta à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado. Resumindo, o contrato de experiência é o período que o empregado e o empregador possuem para se “conhecerem”. Duração: Ao contrato de experiência, por ser uma espécie de contrato por prazo determinado, o entendimento predominante no judiciário é de que a duração mínima é de 15 dias, e a máxima conforme parágrafo único do art. 445 da CLT e Súmula 188 do TST é de 90 dias. Prorrogação: O artigo 451 da CLT determina que o contrato de experiência só poderá sofrer uma única prorrogação, sob pena de ser considerado contrato por prazo indeterminado. (deve conter a assinatura de ambas as partes para a prorrogação da experiência) PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 11 O contrato de experiência deve ser anotado na parte do "Contrato de Trabalho", bem como nas folhas de "Anotações Gerais". Qualquer das partes pode rescindir antes do prazo o contrato de experiência. Contudo, só haverá aviso prévio se houver no contrato cláusula recíproca de rescisão antecipada (artigo 481 da CLT): A indenização adicional prevista no artigo 9º das Leis nºs 6.708/79 e 7.238/84, ou seja, quando houver rescisão do contrato de trabalho no período de 30 dias que antecede a data-base da categoria do empregado, não será devida quando houver a extinção do contrato de experiência, uma vez que ela só é devida quando ocorre rescisão sem justa causa. Interrupção: Haverá interrupção quando, o empregado for remunerado normalmente, embora não preste serviços, contando-se também seu tempo de serviço, mostrando a existência de uma cessão provisória e parcial dos efeitos do contrato de trabalho. a) não há trabalho; b) há pagamento de salário; c) o período de afastamento é computado como tempo de serviço. Estabilidade provisória A jurisprudência trabalhista é no sentido de que o contrato de experiência é incompatível com qualquer forma de estabilidade provisória visto que no final da experiência, ocorre a extinção contratual, e, segundo as regras vigentes sobre as estabilidades, o contrato não pode ser rescindido antes do término, entretanto no término normal, inexiste impedimento. Obs.: Com exceção de maternidade. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 12 1 - Em caso de acidente ocorrido durante a vigência de contrato de trabalho, firmado por prazo determinado, o prazo contratual é suspenso, passando a ser computado novamente apenas após o término da licença médica. Hipóteses de interrupção: a) Aborto não criminoso; b) Auxílio-doença; c) Acidente de trabalho; d) Aviso-prévio; e) Faltas ao serviço (justificadas); f) Férias; g) Prontidão e sobreaviso; h) Salário-maternidade; i) Serviço militar. Suspensão: O empregado fica afastado não recebendo salário, nem conta-se seu tempo de serviço, havendo cessão provisória e total dos efeitos do contrato de trabalho. a) Não há trabalho; b) Não há pagamento de salário; c) O período de afastamento não é computado como tempo de serviço. d) O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito a indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, “b” do ADCT). (OJ nº 88) Hipóteses de suspensão: a) Aposentadoria por invalidez; b) Empregado eleito para cargo de diretor; c) Encargo público; d) Greve; e) Programa de qualificação. Prazo Indeterminado Esta é a regra geral. O contrato tem início em determinada data, inexistindo uma data precisa para o seu término. Não há prazo preestabelecido. O contrato pode, inicialmente, ser de prazo determinado, sendo que uma vez esgotado o prazo preestabelecido passa automaticamente para indeterminado. É o contrato que tem uma data para início e não tem para o término. Esse contrato não tem previsão legal para ser rescindido. Nesse caso, a rescisão depende da vontade das partes que o firmaram, ou seja, por interesse do empregado ou do empregador, devendo, normalmente, receber um aviso prévio de qualquer das partes que resolver rescindi-lo de, no mínimo, 30 (trinta) dias, salvo condições mais favoráveis. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 13 Contratação de Deficientes A Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, do Ministério da Previdência e Assistência Social, determina que todas as empresas, com mais de 100 empregados, deverão contratar pessoas reabilitadas pela previdência social ou pessoas com deficiência, de acordo com os percentuais da tabela a seguir: Tabela 1:%para contratação de pessoas com deficiência Nº DE EMPREGADOS PERCENTUAL De 101 a 200 empregados 2% De 201 a 500 empregados 3% 501 a 1.000 empregados 4% Mais de 1.000 empregados 5% Fonte: Lei 8.213/91 São considerados reabilitados todos os segurados e dependentes vinculados ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS, submetidos a processo de reabilitação profissional desenvolvido ou homologado pelo INSS. As empresas podem montar parcerias, bem como obter melhores informações junto às áreas de Reabilitação Profissional e de Fiscalização, por intermédio do Núcleo/Seção de Orientação ao Contribuinte - NOC, destinadas ao beneficiário reabilitado ou à pessoa com deficiência habilitada. Para os contratos de trabalho com mais de 90 dias, as empresas poderão efetuar a dispensa do empregado com deficiência, desde que haja a substituição em condições semelhantes. 3 SALÁRIO 3.1. Conceitos Salário: É contraprestação devida ao empregado pela prestação de serviço em decorrência do contrato de trabalho que o empregado recebe, “Salário corresponde ao valor pago diretamente pelo empregador em razão da prestação de serviços do último, destinando-se a satisfazer suas necessidades pessoais e familiares.” Exemplo: empregado é contratado com salário de R$ 1.100,00, registrado na carteira profissional. Remuneração = é a soma de todos os proventos que o empregado está recebendo (salário + horas extras + adicionais etc.) “Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja com dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho de modo a satisfazer suas necessidades básicas e de sua família.” PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 14 De acordo com a redação do art. 457 da CLT, remuneração é igual ao salário + as gorjetas + comissões + percentagens + gratificações + diárias para viagem + abonos. Exemplo: Salário = R$ 1.100,00 Horas Extras = R$ 60,00 DSR = R$ 15,00 Salário Família = R$ 32,80 Ad. Noturno = R$ 120,00 Remuneração = R$ 1.327,80 Base de Cálculo = É a soma dos proventos tributáveis para fins de Imposto de Renda. Ainda no exemplo acima, a base de cálculo seria R$ 1.295,00 já que o Salário Família é uma remuneração que o empregado recebe mas não é tributável para fins de desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte. Salário de Contribuição = é a soma dos proventos tributáveis para fins de INSS. As quatro tabelas que você precisa sempre ter à mão Existem quatro tabelas fundamentais para quem trabalha com cálculo de folha. 1. Tabela do INSS – Tabela de descontos previdenciários e valor de salário-família. 2. Tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte, com valores para desconto de dependentes, inclusive. 3. Tabela de Incidências – para saber quais descontos de INSS ou IRRF incide sobre os proventos e saber sobre quais proventos incide o depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). 4. Tabela de Direitos nas Rescisões Contratuais. Tais tabelas devem estar constantemente atualizadas. A de INSS muda quando muda o salário-mínimo, a de Imposto de Renda também costuma mudar todos os anos, normalmenteno início do ano. As demais são menos frequentes de serem alteradas. Denomina-se salário o valor econômico que o empregador paga diretamente ao empregado, em função da prestação dos serviços. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, assim como também as comissões, porcentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Por salário in natura, a legislação trabalhista considera também: Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 15 empresa, por força de contrato ou de costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (art. 458 da CLT). A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade não poderão exceder, respectivamente, 25% e 20% do salário contratual. NÃO serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: 1 Vestuários, equipamentos e outros acessórios para a prestação de serviços; 2 Educação; 3 Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno; 4 Assistência médica; 5 Seguros de vida e de acidentes pessoais; 6 Previdência privada. 3.2 Tipos de Salários Dentre os tipos de salário, é possível destacar: Salário mínimo: é o menor valor pago ao empregado, em âmbito nacional, por um trabalho prestado (art. 7º, IV, da CF/88). Anualmente, esse salário é atualizado; Salário profissional: é aquele fixado como mínimo a ser pago a uma determinada profissão, normalmente, firmado pelos Conselhos Regulamentares da Profissão; Piso salarial: é o menor salário pago a um empregado, dentro de uma categoria profissional, formada por empregados de diversas funções num setor comum de atividade econômica. Normalmente, é estabelecido na data-base da categoria, fixado por convenção coletiva. Salário normativo: fixado em sentença normativa proferida em dissídio coletivo pelos Tribunais do Trabalho. É uma forma de garantir os efeitos dos reajustes salariais coletivos, porque impede a admissão de empregados com salários menores que o fixado pela sentença. Salário de função: garantido por sentença normativa, sendo o menor salário pago a um novo empregado, para ocupar uma vaga aberta em substituição a outro empregado despedido sem justa causa. Salário substituição: de acordo com a Súmula nº 159 do TST, o empregado substituto tem o direito de receber o mesmo salário contratual do substituído, nos casos de afastamento que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias. Na prática, não há nenhuma alteração salarial e nem promoção de cargo. Nos vencimentos, paga-se apenas a diferença entre os salários do substituído e do substituto, a título de “salário substituição”. Na hipótese do cargo ficar vago em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. No entanto, deve-se observar o critério de equiparação salarial porque, mesmo durante o afastamento, o paradigma não deixou de existir. Ao término da PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 16 substituição ou, antes disso, é garantido o retorno ao seu cargo anterior (art. 450 da CLT). Comissões: comissão é a forma de remunerar o empregado pelo resultado de seu trabalho. É parte integrante do salário do empregado, sendo mais conhecido como salário variável. Normalmente, são utilizadas duas combinações de pagamento: a) fixo + comissões ou b) apenas comissões. No segundo caso, é assegurado pelo menos o valor do salário mínimo, independentemente da obtenção do resultado. Conforme art. 457, § 1º, da CLT, a comissão integra o salário para todos os efeitos trabalhistas. Gorjetas: a gorjeta é a contribuição compulsória ou não que o cliente tem para expressar a satisfação pelo serviço recebido. Tem reflexos nas verbas trabalhistas, conforme § 3º do art. 457 da CLT. Gratificações: não há definição técnica para a gratificação, considerada uma forma de retribuir um serviço diferenciado prestado pelo empregado. As formas mais conhecidas de gratificação são: gratificação de função, gratificação por tempo de serviço, gratificação de desempenho, gratificação de balanço, etc. 3.3 Jornada de Trabalho Conceito: é o período em que o empregado fica à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens. É o período de trabalho. A CLT define como duração do trabalho. Segundo o artigo.7ºincisoXIII, daConstituição Federal, a jornada de trabalho terá a duração de no máximo 08 horas diárias, com o limite de 44 horas semanais, esclarecendo que jornadas menores podem ser fixadas pela Lei, convenções coletivas ou regulamento de empresas. Art. 59. CLT A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 66 CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Art. 67. CLT Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas. Art. 71 CLT. [reforma trabalhista 2017] Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 17 § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Existem vários tipos de jornadas de trabalho, presencial, não presencial, com horário reduzido, enfim. Desde que não fira a lei, se pode montar vários tipos de jornadas de trabalho. O empregado pode trabalhar presencialmente ou não-presencial no qual não está presente na empresa, não tem um horário definido (Ex: Motorista). A CLT regulamenta a jornada de trabalho dos artigos 58 ao 65. Há trabalhadores que não cumprem as 08 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, previstas na C.F. PROFISSÃO LIMITE DE HORAS DIAS Bancários 06 horas Telefonistas 06 horas Jornalistas 05 horas Médico 04 horas Radiologista 04 horas Trabalhador emminas e subsolos 06 diárias e 36 semanais Engenheiro Químico 06 horas Arquiteto 06 horas Agronomo 06 horas Veterinário 06 horas Ascensorista 06 horas Operador Cinematográficos 06 horas Controle de Ponto e Quadro de Horário Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 18 discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de umamesma sessão ou turma.Base: art. 74 da CLT. Manual: É feito de forma transcrita pelo empregado em um livro ou folha (deve conter os dados do empregador e empregado). Mecânico: É utilizado com relógiomecânico e cartão ponto, esse cartão deve conter os dados do empregador e empregado. Digital: É feito através de um relógio digital (crachá, digital), devendo ser impresso no final do mês a folha de ponto. 3.4 Salário-família Denomina-se salário-família o benefício a que tem direito o segurado empregado e o trabalhador avulso que tem filhos ou equiparados menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Equiparam-se aos filhos: 1 enteado; 2 menor que, por determinação judicial, esteja sob sua guarda; 3 menor que esteja sob sua tutela e não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação; 4 filho de criação só poderá ser incluído entre os dependentes do segurado, mediante apresentação do termo de guarda ou tutela. O pagamento será feito mensalmente pela empresa ao empregado e deduzido quando do recolhimento das contribuições sobre a folha de salário ou pelo INSS ao segurado empregado que recebe auxílio-doença e que já recebia o salário-família quando em atividade. O salário-família começa a ser pago um mês depois da apresentação dos seguintes documentos: 1 certidão de nascimento do filho ou termo de tutela; 2 atestado de vacinação obrigatória, quando menor de 7 anos, devendo ser apresentado anualmente todo mês demaio; 3 comprovante de frequência escolar, a partir dos 6 anos, devendo apresentado semestralmente nos meses de maio e novembro. O empregado perde o direito ao recebimento do salário-família nos seguintes casos: 1 por morte do filho, a partir do mês seguinte ao do óbito, devendo, nesse caso, fazer a imediata comunicação à empresa, apresentando a respectiva certidão ou declaração escrita; 2 por completar o filho ou equiparado 14 anos de idade, a partir do mês seguinte ao da data de aniversário, salvo se inválido; 3 pela cessação da relação de emprego entre a empresa e o empregado, a partir da data em que o fato ocorrer; PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 19 4 pela cessação da invalidez do filho ou equiparado, a partir do mês seguinte ao da recuperação da capacidade. Caso a mãe e o pai se encontrem nas categorias e faixa salarial que dão direito ao salário-família, ambos recebem o benefício. O valor da cota será proporcional aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do empregado. Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar termo de responsabilidade, comprometendo-se a comunicar à empresa ou órgão previdenciário qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso de não cumprimento, às sanções penais cabíveis e à rescisão do contrato de trabalho pelo empregador, por justa causa, nos termos da CLT. Salário Família JANEIRO / 2018 FAIXA SALARIAL VALOR (R$) de 0,00 até 877,67 45,00 de 877,68 até 1.319,18 31,71 https://areadocliente.sci10.com.br/modulo/tabelas/index.php 3.5. Descansos do Empregado Durante a jornada semanal, o empregado tem direito aos seguintes descansos: Descanso interjornada: Entre duas jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. Também é assegurado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. Descanso intrajornada: Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo uma hora, não podendo exceder duas horas. Se o trabalho não exceder seis horas, será obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, com processo especificamente montado para esse fim e renovado a cada dois anos. Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Descanso semanal remunerado: Como a jornada de trabalho é considerada de segunda-feira a sábado, o descanso semanal remunerado (DSR) é o DOMINGO. Trabalho aos domingos só pode ocorrer com autorização expressa em lei, ou com pedido especial deferido pelo Ministério do Trabalho. Para os trabalhos autorizados aos domingos, o DSR deverá coincidir com um domingo, no mínimo, a cada quatro semanas. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 20 Quando o empregado faltar ao trabalho, sem justo motivo, o empregador tem o direito de descontar o DSR do empregado fundamentado, no artigo 6o. da Lei nº. 605/49: Artigo 6o. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. E no artigo 11 do Decreto no. 27.048/49: Artigo 11o. Perderá a remuneração do dia do repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado toda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. 3.6 Faltas e Atrasos Como falamos anteriormente, quando o empregado, sem motivo justificado, faltar ou chegar atrasado ao trabalho, o empregador poderá descontar-lhe do salário correspondente à falta, inclusive o DSR. O artigo 473 da CLT estabelece que o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário ou do repouso semanal: 1 a. Em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econômica, pelo período de até dois dias consecutivos; 2 b. Em virtude de casamento, pelo período de até 3 dias consecutivos; 3 c. Em caso de nascimento de filho(a), para o empregado, por 5 dias consecutivos; 4 d. A cada doze meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue, devidamente comprovada, por um dia; 5 e. Para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei, até dois dias, consecutivos ou não; 6 f. No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências de serviço militar referidas na lei; 7 g. Quando o empregado servir como testemunha, devidamente arrolada ou convocada; h) No caso de comparecimento à justiça do trabalho – Enunciado 155 do TST. Além dos itens do art. 473 da CLT, são consideradas faltas legais: 1 a. Se a ausência for devidamente justificada, segundo critério da administração da empresa; 2 b. Quando houver paralisação do serviço por conveniência do empregador; 3 c. Se a falta ao trabalho estiver fundamentada na lei sobre acidente de trabalho; 4 d. Em caso de doença do empregado, devidamente comprovada; 5 e. Casos pactuados em CCT ou ACT. 4 ESTABILIDADE, GARANTIA DE EMPREGO, PROTEÇÃO DAMULHER PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 21 A legislação trabalhista garante estabilidade no emprego para os seguintes casos: Dirigente Sindical - É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (Art. 543 da CLT). Membros da CIPA - É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa de empregado eleito para cargo de direção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o mandato (Art. 10 da CLT). Gestante - Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto (Art. 10 da CLT). Se a confirmação da gravidez ocorrer no contrato de experiência, também haverá estabilidade. Acidentado - Tem a garantia, pelo prazo mínimo de doze meses, da manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessão do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. (Art. 118, Lei 8.213/91). Membros da Comissão de Conciliação Prévia - É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes até um ano após o final do mandato, salvose cometerem falta grave, nos termos da lei. A extinção da estabilidade ocorre por: morte do empregado, aposentadoria espontânea, ocorrência de força maior, falta grave praticada pelo empregado ou pedido de demissão. Proteção da Mulher Com relação ao trabalho da mulher, o art 7º da CF estipula os seguintes direitos: XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; [...]. XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Licença maternidade: Será concedida licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias (Art. 7º, XVIII, CF). Também é facultado às empresas concederem licença maternidade de 180 dias, sendo que os 60 dias restantes são pagos integralmente pela empresa, não podendo haver o abatimento na guia da Previdência Social. O salário-maternidade do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é pago às contribuintes individuais, empregadas domésticas, trabalhadoras avulsas, seguradas empregadas, facultativas e seguradas especiais, por ocasião de parto, PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 22 inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Duração do benefício Salário Maternidade do INSS - As trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm o direito ao salário-maternidade durante, no máximo, 120 dias em que ficam afastadas do emprego por causa do parto. O benefício foi estendido também para as mães adotivas. O benefício pode ter início até 28 dias antes do parto. Se o benefício for iniciado antes do nascimento da criança, a forma de comprovar é o atestado médico. Por outro lado, se foi depois do parto, apenas a certidão de nascimento. 5 ADMISSÃO DE EMPREGADOS 5.1 Documentos necessários para admissão de empregados Na admissão do empregado é exigido que o mesmo apresente ao empregador os documentos de identificação e qualificação pessoal, para que o empregador possa fazer o registro do novo empregado, dando cumprimento a suas obrigações trabalhistas e previdenciárias. Alguns destes documentos são de apresentação obrigatória por lei, outros exigidos por determinadas categorias, e outros, ainda, por liberalidade do empregador, como segue: a.)Proposta de Emprego/Curriculo/Entrevista de emprego; b) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); Na admissão de empregado é indispensável que a empresa exija a CTPS, para proceder às anotações referentes ao contrato de trabalho, se for feito contrato de experiência (esse prazo não poderá ultrapassar a 90 dias), o mesmo deverá ser registrado na parte destinada às anotações gerais. O empregador anotará na CTPS do empregado, no prazo de 48 horas contadas da admissão, os seguintes dados: I - data de admissão; II - remuneração; e III - condições especiais do contrato de trabalho, caso existentes. Atualização da CTPS: A atualização das anotações da CTPS será efetuada nas seguintes situações: - na data-base da categoria profissional; - na época do gozo de férias; - por ocasião do afastamento por doença e/ou acidente do trabalho; - a qualquer tempo por solicitação do empregado;- na rescisão contratual. Anotação na CTPS: As anotações poderão ser feitas mediante o uso de carimbo ou etiqueta gomada, bem como de qualquer meio mecânico ou eletrônico de impressão, desde que autorizado pelo empregador ou seu representante legal. O empregador poderá adotar ficha de anotações, exceto quanto às datas de admissão e de extinção do contrato de trabalho, que deverão ser anotadas na própria CTPS. O empregado poderá, a qualquer tempo, solicitar a atualização e o fornecimento, impressos, de dados constantes na ficha de anotações. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 23 As anotações deverão ser feitas sem abreviaturas, ressalvando-se, ao final de cada assentamento, as emendas, entrelinhas, rasuras ou qualquer circunstância que possa gerar dúvida. É vedado ao empregador efetuar anotações que possam causar dano à imagem do trabalhador, especialmente referentes a sexo ou sexualidade, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, idade, condição de autor em reclamações trabalhistas, saúde e desempenho profissional ou comportamento. Apresentação da CTPS mediante recibo: A CTPS será obrigatoriamente apresentada contra recibo (CLT, art. 29, caput). Embora a exigência legal seja somente para a admissão, é recomendável que o mesmo ocorra em cada entrega da CTPS à empresa. Anotação Desabonadora: É vedado ao empregador efetuar anotações que possam causar dano à imagem do trabalhador, especialmente referentes a sexo ou sexualidade, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, idade, condição de autor em reclamações trabalhistas, saúde e desempenho profissional ou comportamento. A anotação desabonadora ao empregado na CTPS é vedada, pois a inutilizará. A respeito temos o Precedente Administrativo nº 21. CTPS.INUTILIZAÇÃO. Ao lançar na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS anotações prejudiciais ao trabalhador, a empresa tornou aquele documento inútil para uso, mesmo que objetivamente apenas uma das folhas tenha sido inutilizada. Autuação Procedente." c) Documentos de Identificação: A empresa poderá exigir, no momento da contratação, os documentos que achar conveniente. Os mais solicitados são: a) Foto; b) Título de eleitor (para ambos os sexos); c) Certificado de reservista ou prova de alistamento no serviço militar (para o sexo masculino); d) Cédula de identidade; e) CIC ou CPF f) Carteira de Habilitação Profissional expedida pelos órgãos de classe, tais como: OAB, CREA, CRC; g) Certidão de casamento, se for o caso; h) Certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos ou inválido, para fins de salário família; i) Cartão da Criança; j) Comprovante de Cadastramento no PIS/PASEP ou a correspondente anotação na CTPS (para se evitar duplo cadastramento); l) Contrato de Experiência; m) Livro ou ficha de registro de empregados; n) Exame médico admissional; o) Ficha de salário família; p) Termo de responsabilidade para percepção do salário família; q) Declaração de dependentes para fins do imposto de renda; d) Atestado de Antecedentes Criminais (a critério exclusivo do empregador); e) Declaração requerendo ou rejeitando o vale transporte. 5.2 Documentos que merecem atenção especial do empregador Atestado de antecedentes criminais: A legalidade da exigência do Atestado de Antecedentes Criminais é discutível, uma vez que ele não figura entre os PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 24 documentos de apresentação obrigatória e pode, ainda, gerar a presunção de tratamento discriminatório. A Lei nº 7.115/83 estabelece que a declaração de bons antecedentes, firmada pelo próprio interessado e sob as penas da lei, presume-se verdadeira. Atestados de gravidez e esterilização: É considerado crime a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou atestado de gravidez. Experiência superior a 6 meses: A CLT, artigo 442-A, estabelece que para fins de contratação, o empregador não poderá exigir do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 meses no mesmo tipo de atividade. Proibição de retenção de documentos: O empregador não poderá reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada. Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 a 3 meses ou multa, a retenção de qualquer documento. 5.3 Registro de Empregados Obrigatoriedade Em todas as atividades, o empregador é obrigado a registrar os respectivos empregados em livro, fichas próprias, ou sistema eletrônico (CLT, art. 41). A obrigatoriedade estende-se aos empregados rurais, aposentadosque retornam à atividade, menores e estrangeiros. Assim que o empregado começar a prestar serviço na empresa, de posse dos documentos já relacionados, efetua-se o registro no livro ou na ficha. Para este efeito não há prazo de tolerância e a empresa infratora sujeita-se à penalidade prevista no art. 47 da CLT. A assinatura (ou impressão digital do polegar direito, se analfabeto) do empregado na ficha ou folha do livro Registro de Empregado confirma os dados ali inseridos. Informações Obrigatórias O registro de empregados conterá as seguintes informações: I - nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e naturalidade; II - número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; III - número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Serviço Público - PASEP; IV - data de admissão; V - cargo e função; VI - remuneração; VII - jornada de trabalho; VIII - férias; e IX - acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver. O registro de empregado deverá estar atualizado e obedecer à numeração seqüencial por estabelecimento. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 25 Readmissão de Empregado Tratando-se de readmissão de empregado, considera-se novo contrato de trabalho, acarretando a utilização de outra folha de livro ou outra ficha, seguindo a respectiva ordem cronológica. Registro Informatizado O empregador poderá adotar controle único e centralizado do registro de empregados, desde que os empregados portem cartão de identificação contendo seu nome completo, número de inscrição no PIS/PASEP, horário de trabalho e cargo ou função. O registro de empregados de prestadores de serviços poderá permanecer na sede da contratada caso atendida a exigência contida acima. A exibição dos documentos passíveis de centralização deverá ser feita no prazo de dois a oito dias, a critério do Auditor Fiscal do Trabalho. Conservação das Informações O empregador poderá efetuar o registro de empregados em sistema informatizado que garanta a segurança, inviolabilidade, manutenção e conservação das informações e que: I - mantenha registro individual em relação a cada empregado; II - mantenha registro original, individualizado por empregado, acrescentando-lhe as retificações ou averbações, quando for o caso; e III - assegure, a qualquer tempo, o acesso da fiscalização trabalhista às informações, por meio de tela, impressão de relatório e meio magnético. O sistema deverá conter rotinas auto-explicativas, para facilitar o acesso e o conhecimento dos dados registrados. As informações e relatórios deverão conter data e hora do lançamento, atestada a sua veracidade por meio de rubrica e identificação do empregador ou de seu representante legal nos documentos impressos. O sistema deverá possibilitar à fiscalização o acesso às informações e dados dos últimos doze meses. As informações anteriores a doze meses poderão ser apresentadas no prazo de dois a oito dias via terminal de vídeo ou relatório ou por meio magnético, a critério do Auditor Fiscal do Trabalho. Centralização O empregador poderá adotar controle único e centralizado do registro de empregados, desde que os empregados portem cartão de identificação contendo seu nome completo, número de inscrição no PIS/PASEP, horário de trabalho e cargo ou função. O registro de empregados de prestadores de serviços poderá permanecer na sede da contratada, caso atendida a exigência contida acima. A exibição dos documentos passíveis de centralização deverá ser feita no prazo de dois a oito dias, a critério do Auditor Fiscal do Trabalho. Cadastramento no PIS/PASEP PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 26 Tendo em vista que o trabalhador é inscrito no PIS ou PASEP uma única vez em toda sua vida profissional, por ocasião da admissão a empresa deverá verificar, antes de proceder ao cadastramento, se o empregado já está inscrito, mediante solicitação do comprovante de inscrição ou cadastramento ou da anotação na CTPS. As pessoas jurídicas e as pessoas físicas que mantenham empregados, assim definidos pela legislação trabalhista, com contrato de trabalho regido pela CLT, deverão efetuar o cadastramento dos empregados e trabalhadores no PIS. Na emissão da 1ª via da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), o cadastramento no sistema PIS/PASEP será competência das Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), conforme determina a Portaria SPES nº 01/97. O cadastramento tem por objetivo permitir a identificação do trabalhador no processo de atribuição do Abono Salarial, no recolhimento e no pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), no requerimento e no pagamento do Seguro-Desemprego e no (CNIS) Cadastro Nacional de Informações Sociais. Os empregadores deverão solicitar o cadastramento dos trabalhadores ainda não cadastrados mediante preenchimento, em duas vias, do formulário Documento de Cadastramento do Trabalhador (DCT), seguindo as instruções contidas no verso da 2ª via. 6 FOLHA DE PAGAMENTO A folha de pagamento mensal é uma espécie de “relatório”, que informa ao empregado todos os seus proventos ou vencimentos e descontos efetuados no mês correspondente, bem como o líquido a receber e o valor do FGTS que foi depositado na conta vinculada para esse fim. Conforme art. 459 da CLT, o prazo para pagamento de salários é até o 5º dia útil, subsequente ao mês de competência. Para efeito de contagem do prazo, no calendário, o sábado é dia útil (IN nº 01/89). O atraso no pagamento de salários, salvo motivo de força maior, prevista no art. 501 da CLT, acarreta à empresa multa equivalente a 160 UFIRs, dobrada na reincidência (art. 4º da Lei nº 7.855, de 24/10/89) mais a multa pela Convenção ou Acordo Coletivo (caso esteja prevista). Os VENCIMENTOS/VERBAS/PROVENTOS constantes da folha de pagamentos são: Salário e remuneração DSR - Descanso Semanal Remunerado Adicional de insalubridade Adicional de periculosidade Adicional noturno Horas extras Salário-família Outros vencimentos Os Descontos para a folha de pagamento são: Faltas INSS IRRF Contribuição sindical PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 27 Contribuição confederativa Pensão alimentícia É o resumo de todos os proventos e descontos do empregado de determinadomês. Deve ser paga até o quinto dia útil do mês seguinte. Para o cálculo da folha de pagamento faz-se necessário saber se o empregado faltou se fez horas extras, se tem direito a algum adicional etc. Efetuam-se os cálculos dos proventos, descontos e do FGTS a ser depositado. A folha de pagamento particulariza todos os proventos e descontos por empregado, além de conter os TOTAIS por cada pagamento ou desconto e o valor líquido. Descontos e Proventos - Incidências Aqui a regra é que as verbas mais comuns (salários, horas extras, adicionais, férias, décimo terceiro) – conquistadas por FORÇA DO TRABALHO, sofrem incidência. Quais as mais comuns que não sofrem incidência? Salário família, Vale Transporte e Vale Refeição. Verbas pagas eventualmente, em parcela única, geralmente não sofrem incidência. Exemplo de Holerite – Recibo de Pagamento: PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 28 Básico - CHAHAD, José Paulo Zeetano; CACCIAMALI, Maria Cristina.Mercado de trabalho no Brasil: novas práticas trabalhistas, negociações coletivas e direitos fundamentais no trabalho. São Paulo : LTr, 2003. 529p, il. - FORMICA, Gualdo Amaury. Curso de atividades do departamento do pessoal. Sao Paulo : LTr, 1997. 360p. - PALMA, Vera Helena. Departamento pessoal: modelo : rotinas trabalhista e previdenciária.3. ed. São Paulo : LTr, 2002. 684p, il. - PONTELO, Juliana de Fátima; CRUZ, Lucineide A. Miranda da. Gestão de pessoas: manual de rotinastrabalhistas.6. ed. rev. e ampl. Brasília, D.F : Senac/DF, 2012. 359 p, il. - SENA, Randal. Práticas trabalhistas e previdenciárias.2. ed. rev. Fortaleza : Premius, 2005. 273 p, il. - SILVA, Marilene Luzia Da; REZENDE, Mardele Eugênia Teixeira. Rotinas trabalhistas: legislação e práticas para gestão de pessoas - 2ª edição. Editora Saraiva, 2019-01-28. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536531205. Acesso em 16 mar. 2020. Complementar - CAEIRO, Rubens.Manual do departamento pessoal.2. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo : STS Publicações e Serviços, 1995. 240 p, il. PRÁTICAS TRABALHISTAS CONTABILIDADE DE RECURSOS HUMANOS Elizabeth KrummenacherMarçal, Msc Referencial Teórico 29 - PALMA, Joao Augusto da. Novas praticas trabalhistas, com sumarissimo e conciliacao previa: novidades e nulidades na reforma da justica do trabalho. Sao Paulo : LTr, 2000. 166p. - REZENDE, Mardele Eugênia Teixeira; SILVA, Marilene Luzia da Co-autor. Rotinas trabalhistas: legislação e práticas para gestão de pessoas.2. São Paulo : Erica, 2016. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536517957. Acesso em: 27 jun. 2019. - SERSON, Jose. Curso de rotinas trabalhistas. Sao Paulo : LTr, 1970. 247p, il. - SERSON, José. Curso de rotinas trabalhistas. São Paulo : Revista dos Tribunais, 1995. 528 p. Eletrônico - Sistema de Folha de Pagamento VISUAL PRACTICE Sofware de Gestão de Departamento Pessoal, versão EDUCACIONAL
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