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Resumo da Malu – 2020.2 Órgãos Linfóides Sistema Linfático ● Formado por: - Vasos capilares – se originam de células endoteliais sobrepostas que se anastomosam dando origem a capilares, que vão formar vasos de calibre cada vez maior. Não possui junções e membrana basal, o que permite a absorção do líquido intersticial - Linfa – líquido intersticial que drena para os capilares as substancias que penetram no organismo através das vias parenterais (não possui comunicação inicial com o sangue) ● A circulação linfática ocorre por todo o corpo, e depois é entregue à circulação sanguínea através do ducto torácico esquerdo Órgãos Linfóides 1. Órgãos Geradores (Primários): ● Timo – local de amadurecimento dos linfócitos T ● Medula óssea – gera todas as células sanguíneas e onde amadurece e desenvolve o linfócito T ● São locais de diferenciação e maturação fenotípica e funcional dos linfócitos ● Promove a expressão de receptores de específicos para o antígeno (função mais importante) ● Vindos de um precursor linfóide comum 2. Órgãos Periféricos (Secundários): ● Baço – intercepta a circulação sanguínea ● Linfonodos – intercepta ao longo de toda a circulação linfática ● Nesses locais se encontra uma população mista de linfócitos T e B ● Locais onde ocorre a interação entre os linfócitos naive com os antígenos estranhos ● Onde ocorre a proliferação e transformação dos linfócitos em células efetoras da resposta imune → Linfonodo: ● Órgão linfóide secundário ● Possui características que favorecem a iniciação de respostas adaptativas aos antígenos carreados dos tecidos pelos vasos linfáticos ● Os linfócitos B e T ficam em regiões distintas do córtex dos linfonodos: » Região Cortical (Timo-independente): - Região mais externa - Por onde chegam os vasos aferentes que trazem as substâncias que foram coletadas pela linfa - Abriga linfócitos B e folículos linfóides » Região Paracortical (Timo-dependente): - Região mais interna - Por onde sai os vasos sanguíneos e linfáticos eferentes - Abriga linfócitos T vindos do timo → chegam através da vênula endotelial alta ♥ A linfa chega através dos vasos aferentes, e após banhar e manter o contato com os linfócitos no linfonodo, ela sai através do sangue ou dos vasos eferentes ♥ A linfa trás células estranhas e células dendríticas para banhar esses linfócitos, de forma que eles entram em contato com o antígeno → Baço: ● Principais funções: Remover células sanguíneas velhas e danificadas e remover partículas da circulação iniciando as respostas adaptativas aos antígenos ● É dividido em: » Polpa vermelha: composta por sinusóides cheios de sangue » Polpa Branca: rica em linfócitos - Bainha periarteriolar – acompanha as artérias, sendo uma região rica em linfócitos T (T-dependente) - Folículo linfóide – adjacente à bainha periarteriolar, sendo uma região rica em linfócitos B (T-independente) - Sua segregação se dá como nos linfonodos ● Zona Marginal: - Fronteira entre a polpa vermelha e branca - Povoada por células B da Zona Marginal, sendo distintas funcionalmente das células B foliculares - Povoadas por macrófagos → Geração e Maturação dos Linfócitos: ● Surgem a partir das células-tronco na medula óssea que dão origem a um precursor linfoide ● Esse precursor linfoide inicial que dá origem à linhagem B e T de linfócitos ● Todos os linfócitos passam por estágios de maturação para expressarem receptores de Ags e suas características ● O linfócito T migra para o timo, onde ele vai amadurecer completamente antes de seguir para a circulação ● O linfócito B sai da medula ainda imaturo e segue para a circulação, completando sua maturação nos órgãos secundários Resumo da Malu – 2020.2 ● Através do sangue e da linfa, esses linfócitos naive chegam e povoam os órgãos linfoides secundários → Anatomia da ativação dos linfócitos: ● Nos órgãos periféricos (linfonodo e baço), os linfócitos entram em contato com substancias estranhas, sendo ativados pelos antígenos para proliferar e se diferenciar em células efetoras (células T efetoras e células B produtoras de anticorpos) ● As células efetoras vão migrar através do sangue para o sítio da infecção nos tecidos ● A sobrevivência dos linfócitos naive depende de sinais gerados pelos receptores de antígenos e pelas citocinas (IL-7) ● Linfócitos virgens: possui meia vida de 1-3 meses se não encontrarem o Ag → Localização dos linfócitos em áreas distintas dos órgãos linfóides periféricos: ● A localização dos linfócitos dentro dos órgãos secundários é dependente de citocinas do tipo quimiocina, que são secretadas nessas áreas e se ligam a receptores de endereçamento, que direcionam a migração ● Linfócitos T e B naive são liberados para um linfonodo através da artéria e deixam a circulação para entrar no nódulo através da HEV (vênulas do endotélio alto) ● Células T naive – expressam o receptor CCR7, que se ligam às quimiocinas CCL19 e CCL21, produzida na zona Timo- dependentes ● Células B naive – expressam o receptor CXCR5, que se ligam à quimiocina CXCL13, produzida na zona T-independentes ● Essa segregação garante que cada população entre em contato com as APCs apropriados ● As células dendríticas que foram ativadas na imunidade inata, durante a migração e maturação, passam a expressar receptor CCR7, por isso, conseguem migrar para a mesma região dos linfócitos T Vias de Recirculação dos Linfócitos T ● Independente ou não de encontrar o antígeno, esses linfócitos circulam no sangue, e essa circulação chama-se homing ● A recirculação do linfócito depende de mecanismos que controlam a entrada das células T naive do sangue para os linfonodos, assim como sinais que controlam a saída dos nodos ● Homing ou endereçamento → Migração de um leucócito para fora do sangue em direção a um tecido através da aquisição de receptores de endereçamento que o direcionam para locais que possuem células capazes de aceitar esse linfócito (células endoteliais) - Os receptores das células endoteliais que se ligam aos receptores de endereçamento são os chamados adressinas - No caso do linfócito T, essas adressinas estão localizadas no endotélio das HEVs (vênulas do endotélio altas) ● Recirculação → Habilidade dos linfócitos de chegarem repetidamente aos órgãos linfóides secundários, residir neles transitoriamente e retornarem ao sangue 1. Migração sangue-linfonodo: ● A inflamação em tecido periférico promove um aumento significativo de fluxo sanguíneo para os linfonodos, drenando o local da inflamação ● A adesão das células T naive nos linfonodos e MALTs ocorre através de vênulas endoteliais altas (HEVs) ● As HEVs são células especializadas e apresentam moléculas de adesão e quimiocinas, que suportam a chegada seletiva de linfócitos ● Inicialmente promove uma ligação fraca através das L- selectinas dos linfócitos, com as adressinas das HEVs ● Selectina – medeia o processo de migração que é dado pelo rolamento das células - O rolamento é mediado pelas L-selectinas da célula e pelas adressinas do HEV - Adressinas dos linfonodos – CD34 e Glycam-1 - Adressina da MALT (Placa de Peyer) – MadCAM-1 ● Integrina – sua ativação é induzida por quimiocinas → promovem firme adesão e transmigração através da parede do vaso - Grande afinidade pelas quimiocinas CCL19 e CCL21 → se ligam ao CCR7 (aumenta a avidez e adesão firme a HEV) no linfonodo e CCR25 (liga-se a MadCam) na mucosa intestinal Resumo da Malu – 2020.2 ♥ No baço não há presença de HEVs, logo, a passagem dos linfócitos para suas regiões distintas ocorre direto através do sangue 2. Migração linfonodo-sangue: ● As células T naive que chegam ao linfonodo, mas falharam em reconhecer o antígeno e estão desativadas,voltam para a corrente e têm outra chance de entrar em tecidos linfóides e procurar patógenos ● A saída das células T dos linfonodos é dependente de S1P que se liga ao receptor S1PR-1, pois essa ligação gera sinais que estimulam o movimento das células para fora do linfonodo - S1P (esfingosina 1 fosfato) – é um glicolipídio presente grande quantidade no sangue e linfa, não está presente nos tecidos devido a presença de enzimas que hidrolisam esse lipídio (S1P liase), e presente em baixa quantidade no linfonodo - S1PR-1 (receptor de S1P) – está presente no linfócito em pequenas quantidades ● Quando o linfócito está circulando no sangue, seu receptor S1PR-1 pode se ligar ao S1P, ocorrendo internalização do seu receptor que é endocitado ● Dessa forma, o linfócito então perde o receptor que o atrai para o sangue, migrando para o órgão periférico ● Após entrar no linfonodo, onde a concentração de S1P é baixa, o receptor é expresso novamente após várias horas, permitindo contato com o antígeno - Tempo o suficiente para a interação do LT naive com APCs antes de ser direcionada de novo para o sangue onde o S1P é elevado - Se a célula T for ativada pelo antígeno, a reexpressão do S1PR1 é suprimida por vários dias ● No entanto, a estimulação antigênica (encontro do Ag com o linfócito no linfonodo) juntamente com IFN-tipo 1, vai induzir a expressão do CD69 pelo linfócito, que bloqueia a expressão de S1PR-1, retendo o linfócito no linfonodo, por tempo suficiente para sua ativação pelo antígeno ● Ocorre retenção das células T ativadas no linfonodo até sofrerem expansão clonal e diferenciação em células T efetoras ● Quando a diferenciação está completa: - As células perdem o CD69 - Reexpressam S1PR1 que são atraídos ao sangue por S1P - Perdem CCR7 e L-selectina → impede a entrada do LT ativados no linfonodo, fazendo com que eles fiquem disponíveis para a migrar para o tecido infectado Obs: Fingolimod – droga que se liga ao S1PR-1 e promove uma modulação negativa da expressão de S1PR-1 3. Migração de linfócitos T naive e efetores: ● As células T efetoras chegam aos locais de infecção em vez de tecidos linfóides por meio de alterações nas moléculas de adesão e receptores de quimiocinas ● Assim como os neutrófilos e monócitos, as células T efetoras possuem receptores para ligantes endoteliais ● Estes receptores diferem dos das células T naive ● A célula T naive possui receptores que permitem ela aderir às HEVs para entrar no linfonodo ● Uma vez aderida, em presença das quimiocinas geradas no local, ligando-se ao receptor, promove uma ativação de moléculas do tipo integrinas (moléculas de adesão mais fortes) ● Por isso, a ligação do linfócito naquele local será muito mais firme, e com isso, ele penetra na região paracortical, ● Após sua ativação pelo antígeno, o linfócito passa a expressar ligante para E-selectina e P-selectina, que são selectinas presentes no endotélio ativado pela infecção ● Dessa forma, o linfócito vai se ligar no local da infecção nos vasos ativados ● O LT passa a expressar o receptor CXCR3 que se liga à quimiocina CXCL10, que ativa integrinas promovendo uma ligação mais forte com o endotélio vascular onde está ocorrendo a infecção, migrando e permanecendo retido nesse local, exercendo sua função de resposta imune Resumo da Malu – 2020.2 4. Migração de linfócitos B naive e efetores: ● O linfócito B imaturo naive sai através dos sinusóides da medula óssea e migra para a polpa branca do baço onde completam seu amadurecimento ● Penetram na polpa branca em resposta à quimiocina CXCL13 que se liga ao receptor CXCR5 do linfócito B ● Após o amadurecimento, os LB foliculares naive maduros retornam à circulação e são endereçados aos linfonodos pela relação do receptor CXCR5 com a quimiocina CXCL13 e aos tecidos linfóides da mucosa através da relação do receptor CXCR5 e da integrina 𝛼4𝛽7 que é extremamente importante para se ligar à adressina MadCAM1 do sistema imune de mucosas do intestino delgado (nesse local ocorra a ativação da integrina e sua interação com a adressina do intestino delgado) ● A saída dos linfócitos B dos órgãos secundários também depende da interação do receptor S1PR1 com a S1P Sistema Imune Cutâneo ● Funciona como um sistema linfóide periférico ● Epiderme – forma barreira física contra à invasão microbiana ● A camada basal de queratinócitos está em constante proliferação, composta por uma camada superficial de células mortas, sendo uma barreira impermeável ● Queratinócitos: - Promovem a proteção física - Produz peptídeos microbianos (defensinas e catalecidinas) → essa produção é induzida pelos queratinócitos possuírem receptores TLR e receptores NLRP3 (receptor relacionado à formação dos inflamossomos) respondendo ativamente aos patógenos - A formação dos inflamossomos é importante para liberação das citocinas inflamatórias - Sintetizam pró-IL-1𝛃 e pró-IL-18 → citocinas inflamatórias - A radiação UV ativa os inflamassomas formados pelos receptores NLRP3 → que induz a formação de IL-1β e IL-18 ativas - Induzem a promoção de uma série de citocinas importantes para desenvolver uma resposta localizada ♥ TNF ♥ TSLP (linfopoetina estromal tímica) ♥ IL-1, IL-6, IL-18 e IL-33 – induzem inflamação ♥ GM-CSF (fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos) – induzem a diferenciação e ativação das células dendríticas na epiderme ♥ IL-10 – controla a resposta imune (anti-inflamatória) ● A expressão depende de receptores como: TLRs e NLRs ● As células dendríticas mais abundantes são na epiderme são as Células de Langerhans - Possui marcador CD103 em camundongo e CD141 em humano - Expressam langerina (CD207) → receptor de lectina tipo C ● A pele humana normalmente contém muitas células T → 95% possui fenótipo de memória imunológica ● As ILCs presentes na derme estão prontas para responder efetivamente à agentes estranhos → resposta efetora - Ocorre apesar de não possuir receptor de reconhecimento de antígenos → Homing dos linfócitos cutâneos: ● As células T na pele expressam moléculas de homing que direcionam sua migração para fora dos microvasos da derme ● Os raios UVB em contato com a pele, ativa o lipídeo 7- deidrocolesterol transformando-o em pré-vitamina D ● A pré-vitamina D é capturada pelas DCs da pele, ricas em D3-hidroxilases, que clivam a pré-vitamina D ativando-a formando a vitamina D ● A vitamina D e a célula dendrítica migram para o linfonodo ● Caso haja antígenos proteicos sendo capturados pelas DCs, ao mesmo tempo que ela produz vitamina D ativa que será transportada para o linfonodo que drena aquele tecido cutâneo, ela apresenta os antígenos capturados para os linfócitos T, ativando-os ● Nesse processo, a DC libera citocinas inflamatórias, em especial a IL-12, que induz a expressão do ligante de E- selectina (CLA = antígeno de linfócito cutâneo) e de outras moléculas de superfície (CCR10, CCR8 e CCR 4) pelos LT ativados ● O CLA + CCR4 + CCR8 + CCR10 induzem a migração dos LT ativados para o endotélio, promovem a sua adesão ao endotélio e a sua permanência na pele ● Quando se toma muito sol provocando queimaduras na pele, é esse tipo de resposta inflamatória que acontece Resumo da Malu – 2020.2 Tecido Linfóide Associado à Mucosa 1. Mucosa: ● Epitélio de revestimento interno dos órgãos ● São barreiras finas e permeáveis ● Principal porta de entrada de patógenos ● A pele é queratinizada → melhor barreira ● Epitélio interno – composto por mucosa pois secretam um fluido viscoso (muco), composto por muitas glicoproteínas conjugadas a polissacarídeos (mucinas) ● Muco: - Impede contato dos microorganismos à lâmina própria, impedindo a sua aderência no epitélio - Produzproteínas chamadas mucinas ● Tipos de MALT: - BALT – associada aos brônquios - GALT – associada ao intestino (trato digestivo) - MALT – associada à mucosa nasal → produz proteínas antimicrobianas • GALT: - O tecido mais bem estudado até o momento - As respostas geradas nele são distintas das geradas em outros tecidos linfóides - Composto por: folículos linfóides isolados do intestino, Placas de Peyer, apêndice, linfonodos mesentéricos, tonsilas e adenoides Proteínas Antimicrobianas → Defensinas: ● São peptídeos catiônicos ● Eliminam bactérias ao danificar sua membrana ● São produzidas por todas as células de linhagem epitelial ● São elas: » α-defensinas: expressas constitutivamente no intestino, ou seja, não há necessidade de sinais bacterianos que estimulem sua produção. Produzidas pelos enterócitos ♥ Cryptidinas: - Produzidas no citoplasma das células de Paneth - Expressas a partir do reconhecimento do muramil dipeptídeo (presente no peptidoglicano da bactéria) por receptores PRRs do tipo NOD2 ativando-os - Possui importante ação contra bactérias e fungos » β-defensinas: são produzidas no trato respiratório e urogenital → REG3γ: ● São lectinas do tipo C ● Glicoproteína induzida a partir do reconhecimento de PAMPs dos microorganismos por receptores TLR ● É dependente da sinalização via MyD88 ● Sua expressão ocorre em enterócitos e Células de Paneth Tecido Linfóide Associado ao Trato Gastrointestinal (GALT) → Organização do GALT: ● A mucosa é dividida em: - Epitélio – contém linfócitos TCD8 (maioria) - Lâmina Própria – contém LTCD4, LTCD8, plasmócitos, macrófagos e células dendríticas • Composto por um tecido altamente organizado e um tecido menos organizado • O tecido mais organizado é composto pela região das Placas de Peyer com alguns folículos linfoides isolados → Placas de Peyer: ● Estruturas mais proeminentes e organizada da GALT ● Importantes sítios de iniciação da resposta imune ● Possui grande número de folículos de célula B com centros germinativos ● Possui pequenas áreas de células T interfoliculares que permitem o contato da célula B com a célula T quando necessário ● Ricos em células dendríticas Resumo da Malu – 2020.2 ● Epitélio com pequeno nº de células especializadas, que são as denominadas células M ● Células M: - Não secretam enzimas digestivas ou muco - Perdem a superfície espessa de glicocálix - Transporta antígenos para a região da lâmina própria de forma que eles entram na Placa de Peyer (presentes no intestino delgado) → Folículos Linfóides Isolados: ● Se desenvolvem somente após o nascimento ● Compostos de epitélio contendo células M sobrepostas ao tecido linfóide organizado ● São ricos em células B ● Os folículos das Placas de Peyer e os folículos linfóides isolados são conectados por vasos linfáticos que vão para o linfonodo mesentérico drenante ● Os patógenos são capturados nas Placas de Peyer e se os linfócitos não forem ativados nesse local, eles seguem para o linfonodo mesentérico através dos vasos linfáticos sendo ativados finalmente → Sistema de Mucosas: ● Possui muitos linfócitos efetores mesmo na ausência de doença ● No intestino são encontradas células efetoras no epitélio e na lâmina própria ● No epitélio – maioria são linfócitos TCD8 ● Na lâmina própria – é mais heterogênea - Contém LTCD4 e LTCD8, plasmócitos, MO e DC - Ocasionalmente eosinófilos e mastócitos - Raramente neutrófilos - ILCs principalmente tipo 3 (resposta inflamatória e efeito barreira) e tipo 2 (atua na proteção contra infecções por helmintos) → Captura de antígenos no intestino: ● Os antígenos são capturados no lúmen e trazidos para o interior da mucosa ● A captura pode se dar pelas células M ou pelas células dendríticas na lâmina própria A. Células Dendríticas: ▪ Abundante nas paredes do intestino, principalmente na lâmina própria ▪ Emitem dendritos entre as junções epiteliais das células adjacentes, sem causar rompimento ▪ A motilidade é aumentada em resposta à uma infecção bacteriana local ▪ Algumas adquirem bactérias do lúmen passam para a lâmina própria, atravessando a barreira epitelial intacta sem a necessidade da célula M ▪ São capazes de processar e apresentar antígenos para as células T no interior da GALT B. Células M: ▪ Principal função: transporte transcelular de substâncias do lúmen do intestino para as células apresentadoras de antígeno subjacentes ▪ Captura englobando o antígeno formando vesículas que transportam esse Ag fazendo uma transcitose para baixo do epitélio ▪ O patógeno será capturado por células dendríticas que foram recrutadas em resposta a quimiocinas produzidas constitutivamente pelas células epiteliais ▪ Permite a captura de bactérias inteiras, vírus e produtos microbianos solúveis ▪ Após a captura do antígeno pelas DCs, ocorre o seu processamento e apresentação para os linfócitos T ▪ Não secretam enzimas ou mucos ▪ Perdem a superfície espessa do glicocálix, via pela qual os antígenos entram na célula ▪ As células dendríticas são recrutadas em resposta às quimiocinas CCL20 e CCL9 → se ligam à CCR6 e CCR1 → Circulação de linfócitos: ● Controlada por moléculas de adesão tecido-específicas e receptores de quimiocinas (receptores de endereçamento para aquele local) ● Linfócitos naive chegam através das Placas de Peyer no intestino e aos linfócitos mesentéricos através de HEVs → ocorre a partir da CCR7 e α4β7, que se liga à MadCAM1 ● Requerem receptor CCR9 e seu ligante CCL25 (os efetores) Resumo da Malu – 2020.2 ● Os linfócitos se encontram o antígeno no GALT, tornam-se ativados e perdem os receptores de endereçamento local ● Após sua ativação no GALT, linfócitos passam a expressar a integrina α4β7 (molécula de adesão firme ao endotélio intestinal) e o receptor CCR9 (mantém a ligação que atrai essa célula para o local onde estão sendo produzidas as quimiocinas intestinais) ● Todo linfócito T ativado no intestino, vai para a circulação, circula, é atraído e retido de volta no intestino delgado ● Linfócitos ativados em outros tecidos não vão para a GALT porque não expressam α4β7 ● Infecções com a rota de entrada intestinal têm melhor imunização pela mucosa → Papel da vitamina A: ● As DCs do intestino expressam a TSLP (linfopoetina tímica estromal), e na sua presença elas capturam e processam a vitamina A em ácido retinóico no linfonodo mesentérico ● A DC quando vai apresentar o antígeno para o linfócito T no intestino ● A ativação do linfócito T na presença de ácido retinóico faz com que ele passe a expressar a integrina α4:β7 ligante de MadCAM (adressina intestinal) e receptor CCR9 que se liga a CCL25 (quimiocina) do endotélio intestinal ● O LTs efetores deixam de expressar seus receptores, vão para o sangue, circulam, e são atraídos de volta pela expressão de receptor de endereçamento intestinal CCR9 (expresso em T e B) que se liga à quimiocina CCL25 secretada no epitélio intestinal ● Quando volta ao intestino fica retido por conta da sua integrina α4:β7 que se liga firmemente à MadCAM do intestino ● Sob efeito da vitamina A, as células dendríticas no GALT passam a expressar CCR9 e integrina α4:β7, cujo ligante é MadCAM1 ● O linfócito B ativado no GALT expressa α4:β7 ● O linfócito T ativado ou plasmócito (célula B secretora de anticorpos) vai sempre voltar para exercer sua função efetora no intestino ● Infecções cuja porta de entrada seja intestinal a mucosa é a rota de imunização ideal ● No cólon e na glândula salivar há presença da quimiocina CCL28 se liga ao receptor CCR10, que atua atraindo de forma local o LB produtor de anticorpos IgA ● SI da mucosa forma um compartimento de recirculação unificada denominadoSI comum da mucosa → Imunoglobulina A: ● Medeia imunidade humoral no TGI ● Anticorpo formado nos folículos onde se tem células B intestinais concentradas ● Função: neutralizar microorganismos luminais ● Classe dominante de Ig associada ao SI das mucosas ● A IgA secretada se dimeriza nos folículos linfóides, essa dimerização junta 2 IgAs através de uma cadeia de proteínas denominada cadeia J ● Esse dímero de IgA se liga ao poli-Ig presente na face interna da mucosa, formando uma vesícula na célula epitelial, que faz uma transcitose da IgA dimérica transportando-a da lâmina própria para o lúmen intestinal ● Quando chega ao lúmen intestinal, enzimas clivam o poli- Ig que é liberado, volta para a lâmina própria e vai se regenerar, mas o seu pedacinho que fazia a ligação com a IgA permanece preso a ela Resumo da Malu – 2020.2 ● Esse fragmento de poli-Ig ligado à IgA vai protege-la do ataque das enzimas dos sucos intestinais ● A IgA é chamada de anticorpo secretor por ser o único que permanece viável e efetivo nos sucos gástricos ● A IgA não ativa complemento e não é opsonina → não induz inflamação ● Possui repertório específico para bactérias comensais (não é observada no soro) → Papel da microbiota comensal: ● Organismos comensais são necessários para regular as respostas inatas no intestino ● A microflora estimula a expressão de mucinas e peptídeos antimicrobianos, presentes em maior concentração mais próximo ao epitélio, que previnem a colonização por bactéria pois impedem o seu contato com a mucosa → previne a penetração sem causar inflamação ● IgA: Passa da lâmina própria, onde é sintetizada, para o lúmen intestinal por transcitose, e atua prevenindo que organismos comensais alcancem a barreira epitelial, sem causar inflamação ela reduz as respostas inatas a esses organismos, limitando a ativação de células B e as respostas de anticorpo ● Com isso, a mucosa se torna mais resistente à penetração bacteriana → Regulação da Resposta Imune no Ambiente Tolerogênico: ● Esse ambiente tolerogênico no intestino é possibilitado por conta da presença das bactérias comensais ● Bactérias comensais – induzem produção constitutiva de TSLP, TGF-β, PGE2 que são substancias que estimulam a DC a não amadurecer totalmente ● Logo, o linfócito se torna LT regulatório (T reg) ● A presença do linfócito T reg que volta para a lâmina própria não deixa que se instale uma resposta inflamatória contra esses patógenos e antígenos alimentares ● As DC e macrófagos residentes que possuem o receptor CX3CR, migram para a superfície, para o linfonodo mesentérico, e em presença de bactérias comensais essa migração captura antígenos que apresentam para as células dendríticas (CD103 e CD141) que são suscetíveis às substancias produzidas pela flora intestinal comensal ● Quando essa célula dendrítica cai na circulação linfática e vai apresentar esse Ag para o LT no linfonodo, ele recebe um sinal muito fraco se diferenciando em uma célula T reg que impede a resposta inflamatória ● Isso ocorre, pois a DC imatura não expressa moléculas coestimuladoras importantes para ativar eficientemente esse linfócito ● Dessa forma, consegue se manter um ambiente de tolerância imunológica na mucosa intestinal ● O mesmo não ocorre quando se tem bactérias patogênicas ● Na presença de bactérias patogênicas, há apresentação do Ag pelas DC para células naive, não há indução de ácido retinóico, e ocorre a produção de citocinas inflamatórias que vão levar a uma resposta inflamatória no intestinal ● Existe uma quebra de ambiente tolerogênico, diferente do que ocorre com as bactérias comensais
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