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Resumo 3 - Órgãos Linfóides

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Resumo da Malu – 2020.2 
Órgãos Linfóides 
Sistema Linfático 
 
● Formado por: 
- Vasos capilares – se originam de células endoteliais 
sobrepostas que se anastomosam dando origem a capilares, 
que vão formar vasos de calibre cada vez maior. Não possui 
junções e membrana basal, o que permite a absorção do 
líquido intersticial 
- Linfa – líquido intersticial que drena para os capilares as 
substancias que penetram no organismo através das vias 
parenterais (não possui comunicação inicial com o sangue) 
● A circulação linfática ocorre por todo o corpo, e depois é 
entregue à circulação sanguínea através do ducto torácico 
esquerdo 
 
Órgãos Linfóides 
 
1. Órgãos Geradores (Primários): 
● Timo – local de amadurecimento dos linfócitos T 
● Medula óssea – gera todas as células sanguíneas e onde 
amadurece e desenvolve o linfócito T 
● São locais de diferenciação e maturação fenotípica e 
funcional dos linfócitos 
● Promove a expressão de receptores de específicos para o 
antígeno (função mais importante) 
● Vindos de um precursor linfóide comum 
 
2. Órgãos Periféricos (Secundários): 
● Baço – intercepta a circulação sanguínea 
● Linfonodos – intercepta ao longo de toda a circulação 
linfática 
● Nesses locais se encontra uma população mista de 
linfócitos T e B 
● Locais onde ocorre a interação entre os linfócitos naive 
com os antígenos estranhos 
● Onde ocorre a proliferação e transformação dos linfócitos 
em células efetoras da resposta imune 
 
→ Linfonodo: 
● Órgão linfóide secundário 
● Possui características que favorecem a iniciação de 
respostas adaptativas aos antígenos carreados dos 
tecidos pelos vasos linfáticos 
● Os linfócitos B e T ficam em regiões distintas do córtex dos 
linfonodos: 
 
 
» Região Cortical (Timo-independente): 
- Região mais externa 
- Por onde chegam os vasos aferentes que trazem as 
substâncias que foram coletadas pela linfa 
- Abriga linfócitos B e folículos linfóides 
» Região Paracortical (Timo-dependente): 
- Região mais interna 
- Por onde sai os vasos sanguíneos e linfáticos eferentes 
- Abriga linfócitos T vindos do timo → chegam através 
da vênula endotelial alta 
♥ A linfa chega através dos vasos aferentes, e após banhar 
e manter o contato com os linfócitos no linfonodo, ela sai 
através do sangue ou dos vasos eferentes 
♥ A linfa trás células estranhas e células dendríticas para 
banhar esses linfócitos, de forma que eles entram em 
contato com o antígeno 
 
→ Baço: 
● Principais funções: Remover células sanguíneas velhas e 
danificadas e remover partículas da circulação iniciando 
as respostas adaptativas aos antígenos 
● É dividido em: 
» Polpa vermelha: composta por sinusóides cheios de 
sangue 
» Polpa Branca: rica em linfócitos 
- Bainha periarteriolar – acompanha as artérias, sendo 
uma região rica em linfócitos T (T-dependente) 
- Folículo linfóide – adjacente à bainha periarteriolar, 
sendo uma região rica em linfócitos B (T-independente) 
- Sua segregação se dá como nos linfonodos 
● Zona Marginal: 
- Fronteira entre a polpa vermelha e branca 
- Povoada por células B da Zona Marginal, sendo distintas 
funcionalmente das células B foliculares 
- Povoadas por macrófagos 
 
→ Geração e Maturação dos Linfócitos: 
● Surgem a partir das células-tronco na medula óssea que 
dão origem a um precursor linfoide 
● Esse precursor linfoide inicial que dá origem à linhagem B 
e T de linfócitos 
● Todos os linfócitos passam por estágios de maturação para 
expressarem receptores de Ags e suas características 
● O linfócito T migra para o timo, onde ele vai amadurecer 
completamente antes de seguir para a circulação 
● O linfócito B sai da medula ainda imaturo e segue para a 
circulação, completando sua maturação nos órgãos 
secundários 
 Resumo da Malu – 2020.2 
● Através do sangue e da linfa, esses linfócitos naive chegam 
e povoam os órgãos linfoides secundários 
 
 
 
→ Anatomia da ativação dos linfócitos: 
● Nos órgãos periféricos (linfonodo e baço), os linfócitos 
entram em contato com substancias estranhas, sendo 
ativados pelos antígenos para proliferar e se diferenciar 
em células efetoras (células T efetoras e células B 
produtoras de anticorpos) 
● As células efetoras vão migrar através do sangue para o 
sítio da infecção nos tecidos 
● A sobrevivência dos linfócitos naive depende de sinais 
gerados pelos receptores de antígenos e pelas citocinas 
(IL-7) 
● Linfócitos virgens: possui meia vida de 1-3 meses se não 
encontrarem o Ag 
 
 
→ Localização dos linfócitos em áreas distintas dos órgãos 
linfóides periféricos: 
● A localização dos linfócitos dentro dos órgãos secundários 
é dependente de citocinas do tipo quimiocina, que são 
secretadas nessas áreas e se ligam a receptores de 
endereçamento, que direcionam a migração 
● Linfócitos T e B naive são liberados para um linfonodo 
através da artéria e deixam a circulação para entrar no 
nódulo através da HEV (vênulas do endotélio alto) 
● Células T naive – expressam o receptor CCR7, que se ligam 
às quimiocinas CCL19 e CCL21, produzida na zona Timo-
dependentes 
● Células B naive – expressam o receptor CXCR5, que se ligam 
à quimiocina CXCL13, produzida na zona T-independentes 
● Essa segregação garante que cada população entre em 
contato com as APCs apropriados 
● As células dendríticas que foram ativadas na imunidade 
inata, durante a migração e maturação, passam a 
expressar receptor CCR7, por isso, conseguem migrar para 
a mesma região dos linfócitos T 
 
Vias de Recirculação dos Linfócitos T 
 
● Independente ou não de encontrar o antígeno, esses linfócitos 
circulam no sangue, e essa circulação chama-se homing 
● A recirculação do linfócito depende de mecanismos que 
controlam a entrada das células T naive do sangue para os 
linfonodos, assim como sinais que controlam a saída dos nodos 
● Homing ou endereçamento → Migração de um leucócito para 
fora do sangue em direção a um tecido através da aquisição 
de receptores de endereçamento que o direcionam para locais 
que possuem células capazes de aceitar esse linfócito (células 
endoteliais) 
- Os receptores das células endoteliais que se ligam aos 
receptores de endereçamento são os chamados adressinas 
- No caso do linfócito T, essas adressinas estão localizadas no 
endotélio das HEVs (vênulas do endotélio altas) 
● Recirculação → Habilidade dos linfócitos de chegarem 
repetidamente aos órgãos linfóides secundários, residir neles 
transitoriamente e retornarem ao sangue 
 
1. Migração sangue-linfonodo: 
● A inflamação em tecido periférico promove um aumento 
significativo de fluxo sanguíneo para os linfonodos, 
drenando o local da inflamação 
● A adesão das células T naive nos linfonodos e MALTs ocorre 
através de vênulas endoteliais altas (HEVs) 
● As HEVs são células especializadas e apresentam moléculas 
de adesão e quimiocinas, que suportam a chegada seletiva 
de linfócitos 
● Inicialmente promove uma ligação fraca através das L-
selectinas dos linfócitos, com as adressinas das HEVs 
● Selectina – medeia o processo de migração que é dado 
pelo rolamento das células 
- O rolamento é mediado pelas L-selectinas da célula e 
pelas adressinas do HEV 
- Adressinas dos linfonodos – CD34 e Glycam-1 
- Adressina da MALT (Placa de Peyer) – MadCAM-1 
● Integrina – sua ativação é induzida por quimiocinas → 
promovem firme adesão e transmigração através da 
parede do vaso 
- Grande afinidade pelas quimiocinas CCL19 e CCL21 → se 
ligam ao CCR7 (aumenta a avidez e adesão firme a HEV) 
no linfonodo e CCR25 (liga-se a MadCam) na mucosa 
intestinal 
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♥ No baço não há presença de HEVs, logo, a passagem dos 
linfócitos para suas regiões distintas ocorre direto através 
do sangue 
 
2. Migração linfonodo-sangue: 
● As células T naive que chegam ao linfonodo, mas falharam 
em reconhecer o antígeno e estão desativadas,voltam 
para a corrente e têm outra chance de entrar em tecidos 
linfóides e procurar patógenos 
● A saída das células T dos linfonodos é dependente de S1P 
que se liga ao receptor S1PR-1, pois essa ligação gera 
sinais que estimulam o movimento das células para fora do 
linfonodo 
- S1P (esfingosina 1 fosfato) – é um glicolipídio presente 
grande quantidade no sangue e linfa, não está presente 
nos tecidos devido a presença de enzimas que hidrolisam 
esse lipídio (S1P liase), e presente em baixa quantidade 
no linfonodo 
- S1PR-1 (receptor de S1P) – está presente no linfócito em 
pequenas quantidades 
● Quando o linfócito está circulando no sangue, seu receptor 
S1PR-1 pode se ligar ao S1P, ocorrendo internalização do 
seu receptor que é endocitado 
● Dessa forma, o linfócito então perde o receptor que o atrai 
para o sangue, migrando para o órgão periférico 
● Após entrar no linfonodo, onde a concentração de S1P é 
baixa, o receptor é expresso novamente após várias horas, 
permitindo contato com o antígeno 
- Tempo o suficiente para a interação do LT naive com APCs 
antes de ser direcionada de novo para o sangue onde o 
S1P é elevado 
- Se a célula T for ativada pelo antígeno, a reexpressão do 
S1PR1 é suprimida por vários dias 
● No entanto, a estimulação antigênica (encontro do Ag com 
o linfócito no linfonodo) juntamente com IFN-tipo 1, vai 
induzir a expressão do CD69 pelo linfócito, que bloqueia a 
expressão de S1PR-1, retendo o linfócito no linfonodo, por 
tempo suficiente para sua ativação pelo antígeno 
● Ocorre retenção das células T ativadas no linfonodo até 
sofrerem expansão clonal e diferenciação em células T 
efetoras 
● Quando a diferenciação está completa: 
- As células perdem o CD69 
- Reexpressam S1PR1 que são atraídos ao sangue por S1P 
- Perdem CCR7 e L-selectina → impede a entrada do LT 
ativados no linfonodo, fazendo com que eles fiquem 
disponíveis para a migrar para o tecido infectado 
 
Obs: Fingolimod – droga que se liga ao S1PR-1 e promove uma 
modulação negativa da expressão de S1PR-1 
 
 
 
 
3. Migração de linfócitos T naive e efetores: 
● As células T efetoras chegam aos locais de infecção em vez 
de tecidos linfóides por meio de alterações nas moléculas 
de adesão e receptores de quimiocinas 
● Assim como os neutrófilos e monócitos, as células T efetoras 
possuem receptores para ligantes endoteliais 
● Estes receptores diferem dos das células T naive 
● A célula T naive possui receptores que permitem ela aderir 
às HEVs para entrar no linfonodo 
● Uma vez aderida, em presença das quimiocinas geradas no 
local, ligando-se ao receptor, promove uma ativação de 
moléculas do tipo integrinas (moléculas de adesão mais 
fortes) 
● Por isso, a ligação do linfócito naquele local será muito 
mais firme, e com isso, ele penetra na região paracortical, 
● Após sua ativação pelo antígeno, o linfócito passa a 
expressar ligante para E-selectina e P-selectina, que são 
selectinas presentes no endotélio ativado pela infecção 
● Dessa forma, o linfócito vai se ligar no local da infecção 
nos vasos ativados 
● O LT passa a expressar o receptor CXCR3 que se liga à 
quimiocina CXCL10, que ativa integrinas promovendo uma 
ligação mais forte com o endotélio vascular onde está 
ocorrendo a infecção, migrando e permanecendo retido 
nesse local, exercendo sua função de resposta imune 
 
 
 
 
 
 
 
 Resumo da Malu – 2020.2 
4. Migração de linfócitos B naive e efetores: 
● O linfócito B imaturo naive sai através dos sinusóides da 
medula óssea e migra para a polpa branca do baço onde 
completam seu amadurecimento 
● Penetram na polpa branca em resposta à quimiocina 
CXCL13 que se liga ao receptor CXCR5 do linfócito B 
● Após o amadurecimento, os LB foliculares naive maduros 
retornam à circulação e são endereçados aos linfonodos 
pela relação do receptor CXCR5 com a quimiocina CXCL13 
e aos tecidos linfóides da mucosa através da relação do 
receptor CXCR5 e da integrina 𝛼4𝛽7 que é extremamente 
importante para se ligar à adressina MadCAM1 do sistema 
imune de mucosas do intestino delgado (nesse local ocorra 
a ativação da integrina e sua interação com a adressina 
do intestino delgado) 
● A saída dos linfócitos B dos órgãos secundários também 
depende da interação do receptor S1PR1 com a S1P 
 
Sistema Imune Cutâneo 
 
● Funciona como um sistema linfóide periférico 
● Epiderme – forma barreira física contra à invasão microbiana 
● A camada basal de queratinócitos está em constante 
proliferação, composta por uma camada superficial de células 
mortas, sendo uma barreira impermeável 
● Queratinócitos: 
- Promovem a proteção física 
- Produz peptídeos microbianos (defensinas e catalecidinas) 
→ essa produção é induzida pelos queratinócitos possuírem 
receptores TLR e receptores NLRP3 (receptor relacionado à 
formação dos inflamossomos) respondendo ativamente aos 
patógenos 
- A formação dos inflamossomos é importante para liberação 
das citocinas inflamatórias 
- Sintetizam pró-IL-1𝛃 e pró-IL-18 → citocinas inflamatórias 
- A radiação UV ativa os inflamassomas formados pelos 
receptores NLRP3 → que induz a formação de IL-1β e IL-18 
ativas 
- Induzem a promoção de uma série de citocinas importantes 
para desenvolver uma resposta localizada 
♥ TNF 
♥ TSLP (linfopoetina estromal tímica) 
♥ IL-1, IL-6, IL-18 e IL-33 – induzem inflamação 
♥ GM-CSF (fator estimulador de colônias de granulócitos e 
macrófagos) – induzem a diferenciação e ativação das 
células dendríticas na epiderme 
♥ IL-10 – controla a resposta imune (anti-inflamatória) 
● A expressão depende de receptores como: TLRs e NLRs 
● As células dendríticas mais abundantes são na epiderme são 
as Células de Langerhans 
- Possui marcador CD103 em camundongo e CD141 em humano 
- Expressam langerina (CD207) → receptor de lectina tipo C 
● A pele humana normalmente contém muitas células T → 95% 
possui fenótipo de memória imunológica 
● As ILCs presentes na derme estão prontas para responder 
efetivamente à agentes estranhos → resposta efetora 
- Ocorre apesar de não possuir receptor de reconhecimento 
de antígenos 
 
→ Homing dos linfócitos cutâneos: 
● As células T na pele expressam moléculas de homing que 
direcionam sua migração para fora dos microvasos da 
derme 
● Os raios UVB em contato com a pele, ativa o lipídeo 7-
deidrocolesterol transformando-o em pré-vitamina D 
● A pré-vitamina D é capturada pelas DCs da pele, ricas em 
D3-hidroxilases, que clivam a pré-vitamina D ativando-a 
formando a vitamina D 
● A vitamina D e a célula dendrítica migram para o linfonodo 
● Caso haja antígenos proteicos sendo capturados pelas DCs, 
ao mesmo tempo que ela produz vitamina D ativa que será 
transportada para o linfonodo que drena aquele tecido 
cutâneo, ela apresenta os antígenos capturados para os 
linfócitos T, ativando-os 
● Nesse processo, a DC libera citocinas inflamatórias, em 
especial a IL-12, que induz a expressão do ligante de E-
selectina (CLA = antígeno de linfócito cutâneo) e de outras 
moléculas de superfície (CCR10, CCR8 e CCR 4) pelos LT 
ativados 
● O CLA + CCR4 + CCR8 + CCR10 induzem a migração dos LT 
ativados para o endotélio, promovem a sua adesão ao 
endotélio e a sua permanência na pele 
● Quando se toma muito sol provocando queimaduras na 
pele, é esse tipo de resposta inflamatória que acontece 
 
 
 
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Tecido Linfóide Associado à Mucosa 
 
1. Mucosa: 
● Epitélio de revestimento interno dos órgãos 
● São barreiras finas e permeáveis 
● Principal porta de entrada de patógenos 
● A pele é queratinizada → melhor barreira 
● Epitélio interno – composto por mucosa pois secretam um 
fluido viscoso (muco), composto por muitas glicoproteínas 
conjugadas a polissacarídeos (mucinas) 
● Muco: 
- Impede contato dos microorganismos à lâmina própria, 
impedindo a sua aderência no epitélio 
- Produzproteínas chamadas mucinas 
● Tipos de MALT: 
- BALT – associada aos brônquios 
- GALT – associada ao intestino (trato digestivo) 
- MALT – associada à mucosa nasal → produz proteínas 
antimicrobianas 
• GALT: 
- O tecido mais bem estudado até o momento 
- As respostas geradas nele são distintas das geradas em 
outros tecidos linfóides 
- Composto por: folículos linfóides isolados do intestino, 
Placas de Peyer, apêndice, linfonodos mesentéricos, 
tonsilas e adenoides 
 
Proteínas Antimicrobianas 
 
→ Defensinas: 
● São peptídeos catiônicos 
● Eliminam bactérias ao danificar sua membrana 
● São produzidas por todas as células de linhagem epitelial 
● São elas: 
» α-defensinas: expressas constitutivamente no intestino, 
ou seja, não há necessidade de sinais bacterianos que 
estimulem sua produção. Produzidas pelos enterócitos 
♥ Cryptidinas: 
- Produzidas no citoplasma das células de Paneth 
- Expressas a partir do reconhecimento do muramil 
dipeptídeo (presente no peptidoglicano da bactéria) 
por receptores PRRs do tipo NOD2 ativando-os 
- Possui importante ação contra bactérias e fungos 
» β-defensinas: são produzidas no trato respiratório e 
urogenital 
 
→ REG3γ: 
● São lectinas do tipo C 
● Glicoproteína induzida a partir do reconhecimento de 
PAMPs dos microorganismos por receptores TLR 
● É dependente da sinalização via MyD88 
● Sua expressão ocorre em enterócitos e Células de Paneth 
 
 
Tecido Linfóide Associado ao Trato 
Gastrointestinal (GALT) 
 
 
 
→ Organização do GALT: 
● A mucosa é dividida em: 
- Epitélio – contém linfócitos TCD8 (maioria) 
- Lâmina Própria – contém LTCD4, LTCD8, plasmócitos, 
macrófagos e células dendríticas 
• Composto por um tecido altamente organizado e um tecido 
menos organizado 
• O tecido mais organizado é composto pela região das 
Placas de Peyer com alguns folículos linfoides isolados 
 
→ Placas de Peyer: 
● Estruturas mais proeminentes e organizada da GALT 
● Importantes sítios de iniciação da resposta imune 
● Possui grande número de folículos de célula B com centros 
germinativos 
● Possui pequenas áreas de células T interfoliculares que 
permitem o contato da célula B com a célula T quando 
necessário 
● Ricos em células dendríticas 
 Resumo da Malu – 2020.2 
● Epitélio com pequeno nº de células especializadas, que são 
as denominadas células M 
● Células M: 
- Não secretam enzimas digestivas ou muco 
- Perdem a superfície espessa de glicocálix 
- Transporta antígenos para a região da lâmina própria 
de forma que eles entram na Placa de Peyer (presentes 
no intestino delgado) 
 
→ Folículos Linfóides Isolados: 
● Se desenvolvem somente após o nascimento 
● Compostos de epitélio contendo células M sobrepostas ao 
tecido linfóide organizado 
● São ricos em células B 
● Os folículos das Placas de Peyer e os folículos linfóides 
isolados são conectados por vasos linfáticos que vão para 
o linfonodo mesentérico drenante 
● Os patógenos são capturados nas Placas de Peyer e se os 
linfócitos não forem ativados nesse local, eles seguem para 
o linfonodo mesentérico através dos vasos linfáticos sendo 
ativados finalmente 
 
→ Sistema de Mucosas: 
● Possui muitos linfócitos efetores mesmo na ausência de 
doença 
● No intestino são encontradas células efetoras no epitélio e 
na lâmina própria 
● No epitélio – maioria são linfócitos TCD8 
● Na lâmina própria – é mais heterogênea 
- Contém LTCD4 e LTCD8, plasmócitos, MO e DC 
- Ocasionalmente eosinófilos e mastócitos 
- Raramente neutrófilos 
- ILCs principalmente tipo 3 (resposta inflamatória e efeito 
barreira) e tipo 2 (atua na proteção contra infecções por 
helmintos) 
 
 
 
→ Captura de antígenos no intestino: 
● Os antígenos são capturados no lúmen e trazidos para o 
interior da mucosa 
● A captura pode se dar pelas células M ou pelas células 
dendríticas na lâmina própria 
 
A. Células Dendríticas: 
▪ Abundante nas paredes do intestino, principalmente na 
lâmina própria 
▪ Emitem dendritos entre as junções epiteliais das células 
adjacentes, sem causar rompimento 
▪ A motilidade é aumentada em resposta à uma infecção 
bacteriana local 
▪ Algumas adquirem bactérias do lúmen passam para a 
lâmina própria, atravessando a barreira epitelial intacta 
sem a necessidade da célula M 
▪ São capazes de processar e apresentar antígenos para 
as células T no interior da GALT 
B. Células M: 
▪ Principal função: transporte transcelular de substâncias 
do lúmen do intestino para as células apresentadoras de 
antígeno subjacentes 
▪ Captura englobando o antígeno formando vesículas que 
transportam esse Ag fazendo uma transcitose para baixo 
do epitélio 
▪ O patógeno será capturado por células dendríticas que 
foram recrutadas em resposta a quimiocinas produzidas 
constitutivamente pelas células epiteliais 
▪ Permite a captura de bactérias inteiras, vírus e produtos 
microbianos solúveis 
▪ Após a captura do antígeno pelas DCs, ocorre o seu 
processamento e apresentação para os linfócitos T 
▪ Não secretam enzimas ou mucos 
▪ Perdem a superfície espessa do glicocálix, via pela qual 
os antígenos entram na célula 
▪ As células dendríticas são recrutadas em resposta às 
quimiocinas CCL20 e CCL9 → se ligam à CCR6 e CCR1 
 
 
 
→ Circulação de linfócitos: 
● Controlada por moléculas de adesão tecido-específicas e 
receptores de quimiocinas (receptores de endereçamento 
para aquele local) 
● Linfócitos naive chegam através das Placas de Peyer no 
intestino e aos linfócitos mesentéricos através de HEVs → 
ocorre a partir da CCR7 e α4β7, que se liga à MadCAM1 
● Requerem receptor CCR9 e seu ligante CCL25 (os efetores) 
 Resumo da Malu – 2020.2 
● Os linfócitos se encontram o antígeno no GALT, tornam-se 
ativados e perdem os receptores de endereçamento local 
● Após sua ativação no GALT, linfócitos passam a expressar 
a integrina α4β7 (molécula de adesão firme ao endotélio 
intestinal) e o receptor CCR9 (mantém a ligação que atrai 
essa célula para o local onde estão sendo produzidas as 
quimiocinas intestinais) 
● Todo linfócito T ativado no intestino, vai para a circulação, 
circula, é atraído e retido de volta no intestino delgado 
● Linfócitos ativados em outros tecidos não vão para a GALT 
porque não expressam α4β7 
● Infecções com a rota de entrada intestinal têm melhor 
imunização pela mucosa 
 
 
→ Papel da vitamina A: 
● As DCs do intestino expressam a TSLP (linfopoetina tímica 
estromal), e na sua presença elas capturam e processam a 
vitamina A em ácido retinóico no linfonodo mesentérico 
● A DC quando vai apresentar o antígeno para o linfócito T 
no intestino 
● A ativação do linfócito T na presença de ácido retinóico 
faz com que ele passe a expressar a integrina α4:β7 
ligante de MadCAM (adressina intestinal) e receptor CCR9 
que se liga a CCL25 (quimiocina) do endotélio intestinal 
● O LTs efetores deixam de expressar seus receptores, vão 
para o sangue, circulam, e são atraídos de volta pela 
expressão de receptor de endereçamento intestinal CCR9 
(expresso em T e B) que se liga à quimiocina CCL25 
secretada no epitélio intestinal 
● Quando volta ao intestino fica retido por conta da sua 
integrina α4:β7 que se liga firmemente à MadCAM do 
intestino 
● Sob efeito da vitamina A, as células dendríticas no GALT 
passam a expressar CCR9 e integrina α4:β7, cujo ligante 
é MadCAM1 
● O linfócito B ativado no GALT expressa α4:β7 
● O linfócito T ativado ou plasmócito (célula B secretora de 
anticorpos) vai sempre voltar para exercer sua função 
efetora no intestino 
 
 
 
● Infecções cuja porta de entrada seja intestinal a mucosa 
é a rota de imunização ideal 
● No cólon e na glândula salivar há presença da quimiocina 
CCL28 se liga ao receptor CCR10, que atua atraindo de 
forma local o LB produtor de anticorpos IgA 
● SI da mucosa forma um compartimento de recirculação 
unificada denominadoSI comum da mucosa 
 
→ Imunoglobulina A: 
● Medeia imunidade humoral no TGI 
● Anticorpo formado nos folículos onde se tem células B 
intestinais concentradas 
● Função: neutralizar microorganismos luminais 
● Classe dominante de Ig associada ao SI das mucosas 
● A IgA secretada se dimeriza nos folículos linfóides, essa 
dimerização junta 2 IgAs através de uma cadeia de 
proteínas denominada cadeia J 
● Esse dímero de IgA se liga ao poli-Ig presente na face 
interna da mucosa, formando uma vesícula na célula 
epitelial, que faz uma transcitose da IgA dimérica 
transportando-a da lâmina própria para o lúmen intestinal 
● Quando chega ao lúmen intestinal, enzimas clivam o poli-
Ig que é liberado, volta para a lâmina própria e vai se 
regenerar, mas o seu pedacinho que fazia a ligação com a 
IgA permanece preso a ela 
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● Esse fragmento de poli-Ig ligado à IgA vai protege-la do 
ataque das enzimas dos sucos intestinais 
● A IgA é chamada de anticorpo secretor por ser o único que 
permanece viável e efetivo nos sucos gástricos 
● A IgA não ativa complemento e não é opsonina → não 
induz inflamação 
● Possui repertório específico para bactérias comensais (não 
é observada no soro) 
 
 
 
→ Papel da microbiota comensal: 
● Organismos comensais são necessários para regular as 
respostas inatas no intestino 
● A microflora estimula a expressão de mucinas e peptídeos 
antimicrobianos, presentes em maior concentração mais 
próximo ao epitélio, que previnem a colonização por 
bactéria pois impedem o seu contato com a mucosa → 
previne a penetração sem causar inflamação 
● IgA: Passa da lâmina própria, onde é sintetizada, para o 
lúmen intestinal por transcitose, e atua prevenindo que 
organismos comensais alcancem a barreira epitelial, sem 
causar inflamação ela reduz as respostas inatas a esses 
organismos, limitando a ativação de células B e as 
respostas de anticorpo 
● Com isso, a mucosa se torna mais resistente à penetração 
bacteriana 
 
→ Regulação da Resposta Imune no Ambiente Tolerogênico: 
● Esse ambiente tolerogênico no intestino é possibilitado por 
conta da presença das bactérias comensais 
● Bactérias comensais – induzem produção constitutiva de 
TSLP, TGF-β, PGE2 que são substancias que estimulam a DC 
a não amadurecer totalmente 
● Logo, o linfócito se torna LT regulatório (T reg) 
● A presença do linfócito T reg que volta para a lâmina 
própria não deixa que se instale uma resposta inflamatória 
contra esses patógenos e antígenos alimentares 
● As DC e macrófagos residentes que possuem o receptor 
CX3CR, migram para a superfície, para o linfonodo 
mesentérico, e em presença de bactérias comensais essa 
migração captura antígenos que apresentam para as 
células dendríticas (CD103 e CD141) que são suscetíveis às 
substancias produzidas pela flora intestinal comensal 
● Quando essa célula dendrítica cai na circulação linfática 
e vai apresentar esse Ag para o LT no linfonodo, ele recebe 
um sinal muito fraco se diferenciando em uma célula T reg 
que impede a resposta inflamatória 
● Isso ocorre, pois a DC imatura não expressa moléculas 
coestimuladoras importantes para ativar eficientemente 
esse linfócito 
● Dessa forma, consegue se manter um ambiente de 
tolerância imunológica na mucosa intestinal 
● O mesmo não ocorre quando se tem bactérias patogênicas 
● Na presença de bactérias patogênicas, há apresentação 
do Ag pelas DC para células naive, não há indução de ácido 
retinóico, e ocorre a produção de citocinas inflamatórias 
que vão levar a uma resposta inflamatória no intestinal 
● Existe uma quebra de ambiente tolerogênico, diferente do 
que ocorre com as bactérias comensais

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