Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo da Malu – 2020.2 Imunidade Celular Fenótipos Efetores de Células T ● LTCD8 – Ao serem ativados desenvolvem um fenótipo de linfócito T citotóxico (CTL) - Reconhece antígenos presentes em células infectadas por vírus ou células tumorais que são apresentadas via MHC-I - Desenvolvem como mecanismo efetor, a ligação à essas células e destruição das mesmas ● LTCD4 – Podem desenvolver diferentes fenótipos para efetuar a resposta imune - Os diferentes subgrupos determinam a natureza da célula efetora que será recrutada e ativada - Células Th1 – desenvolvem o fenótipo efetor produzindo citocinas inflamatórias como o IFN-gama, atuam auxiliando macrófagos a melhorarem seus mecanismos efetores para destruir os patógenos que eles não conseguiram destruir na imunidade inata - Células Th2 – desenvolveram seu fenótipo na ausência de inflamação, ou seja, o Ag não induziu inflamação pelas DCs, e consequentemente, produzem um perfil de citocinas que não possui ação inflamatória, como IL-4, IL-5 e IL-13 - Células Th17 – desenvolvem um fenótipo efetor inflamatório neutrofílico, ou seja, através da produção de IL-17 ele atrai neutrófilos para combater a infecção - Células Tfh (foliculares) – possuem função de auxiliar células B na produção de anticorpos, atuando de forma que o LB seja capaz de produzir diferentes classes de anticorpos - Células T reg (regulatória) – células que possuem capacidade de suprimir respostas imunes desencadeadas por outras células imunes, atuando na regulação da resposta imune contra antígenos estranhos e próprios Apresentação do Antígeno • Ocorre em 2 momentos • Priming – A apresentação é feita pela célula dendrítica vinda do sitio infeccioso, e segue para o linfonodo para apresentar peptídeos do microorganismo que ela endocitou para o LT naive ativando-os, levando ao desenvolvimento do LT efetor - O que caracteriza o fenótipo do linfócito, serão as citocinas e as condições em que essas células foram ativadas - O LT efetor vai para a circulação e segue para o sítio da infecção • Ativação secundária – no sitio da infecção o LT efetor será reativado, exercendo sua função efetora na eliminação do microorganismo Migração do LT efetor • A migração do LT efetor para o sítio da infecção envolve: 1. Saída do linfonodo: ▪ Essa saída coincide com a perda do receptor CCR7 e da L-selectina durante seu processo de ativação ▪ L-selectinas – molécula de superfície que os mantinham atraídos e ligados às células endoteliais passando para o estroma do linfonodo Resumo da Malu – 2020.2 ▪ CCR7 – receptor que o mantinha na região de linfócitos T no linfonodo ▪ Ao final da ativação o LT efetor passa a expressar S1PR1 ▪ S1PR1 (receptor de esfingosina 1-fisfato) – responsável por atrair o LT efetor para a circulação ▪ Na circulação ele será direcionado ao sitio infeccioso e esse direcionamento envolve a expressão de moléculas de adesão ao endotélio ativado junto ao sitio da infecção ▪ Passa a expressar moléculas ligantes de E-selectina ou P-selectina do endotélio ativado devido à inflamação ▪ Também expressa receptores de quimiocinas produzidas localmente no sitio da infecção 2. Entrada no sítio da infecção: ▪ Uma vez chegando ao sitio da infecção, vai exercer seu papel efetor ▪ As células T antígeno-específicas ficam retidas no sítio da infecção por conta das moléculas de adesão e das quimiocinas, e ali realizam suas funções efetoras ▪ CTL – se o linfócito ativado no linfonodo for um TCD8, ele na sua forma diferenciada migra em direção ao tecido infectado pelo vírus que foi apresentado para ele na apresentação cruzada, e chegando lá ele se liga à célula infectada matando-a induzindo sua apoptose ▪ TCD4 – até ela ser reativada pelo macrófago, ela vai promover o aumento da inflamação, estimulando células fagocíticas locais a eliminar o patógeno pela secreção de citocinas - Th1 – ativação de macrófagos e consequente killing de microorganismos ingeridos - Th17 – inflamação por neutrófilos e killing de patógeno Resposta Imune Mediada por Th1 → IFN-gama: ● Produzida pela célula Th1 diferenciada a partir de LT naive ● Fontes de IFN-gama no sítio da infecção: - Linfócitos Th1 – principal célula produtora de IFN-gama - Células NK – faz parte da inflamação e pode ser ativada pelo macrófago que está ali reconhecendo o Ag - Células CTL – quando ativados também produzem IFN ● As interleucinas IL-12 e IL-18 reforçam a sua produção pelo Th1 presente no sitio da infecção - Produzidas por macrófagos locais que estão fagocitando o antígeno no local inflamatório ● O macrófago reativa o Th1 funcionando como uma APC profissional de resposta secundária ● Ativação do Th1: - Aumenta produção de óxido nítrico, enzimas lisossômicas e espécies reativas de oxigênio – promove killing dos microorganismos em fagolisossomos (função efetora de macrófagos) - Aumento da secreção de citocina TNF, IL-1 e quimiocinas – aumentam o recrutamento de leucócitos (inflamação) - Aumenta a secreção de IL-2 – promove diferenciação de Th1 e mais produção de IFN-gama - Expressão aumentada de coestimuladores B7 e moléculas de MHC – aumentam a apresentação do antígeno pelo macrófago, havendo uma ativação aumentada da célula T amplificando sua resposta ● Essa população de macrófagos inflamatórios é chamada de macrófagos M1 ● Essas subpopulações de macrófagos diferem no perfil de citocinas liberadas durante a ativação do Th1 ● O IFN-gama é capaz de auxiliar células B na produção de anticorpos ● Algumas células Th1 ao invés de saírem do linfonodo e seguirem para o sitio de infecção, podem migrar para o Resumo da Malu – 2020.2 folículo linfoide onde a célula B está sendo ativada pelos menos antígenos que ativaram ela ● Logo, a Tfh vai funcionar como uma célula T folicular do tipo 1 (Th1 folicular) produzindo IFN-gama, que promove um segundo sinal ao LB que está sendo ativado por esse mesmo antígeno, mudando a classe de anticorpos que ele está produzindo ● O LB que inicialmente produziria apenas anticorpo IgM, passa a produzir também anticorpos IgG1 e IgG3 - Se ligam aos fagócitos por uma extremidade e aos patógenos pela sua outra extremidade, facilitando a fagocitose por esse macrófago - Fixam complemento ativando a via clássica, de forma a produzir C3b → opsonina que aumenta a fagocitose ● Logo, o IFN-gama estimula vias para o linfócito B aumentar a fagocitose ● O IFN-gama também inibe a diferenciação dos linfócitos TCD4 no fenótipo Th2 e Th17 ampliando a resposta do perfil Th1 no sitio da infecção Resposta Imune Mediada por Th2 • Ocorre quando o patógeno é um organismo que geralmente não pode ser fagocitado → vermes (helmintos) • O helminto habita o intestino não podendo ser fagocitado, e produz antígenos proteicos que não são inflamatórios • Quando os antígenos são liberados ou quando são arrancados da superfície do helminto, são endocitados por APCs através de reconhecimento de PRRs que não são inflamatórias • Células T são ativadas por esse mecanismo não inflamatório, desenvolvem um perfil em que produzem IL-4, IL-13 e IL-5 • Como não houve inflamação, não há produção de IL-12, e na sua ausência essa célula produz outras interleucinas • IL-4 – interleucina mais produzida, caracteriza o fenótipo Th2, inibe o fenótipo Th1, e é liberada por Th2 folicular (Tfh tipo 1) • Mesmo que as proteínas dos helmintos sejam reconhecidas por poucos receptores inflamatórios, como há a predominância de IL-4, ela inibe o receptor de IL-12 proibindo a expressão de Th1 → ela fica comprometida com o fenótipo Th2 • Resposta efetora – ocorre principalmente através de LB que capturaram proteínas nativas do helminto • Célula B –Muda a sua classe de anticorpo e passa a secretar predominantemente IgE e secreta um pouco de IgG4, que não é opsonina e não fixa complemento, logo, não possui ação na fagocitose • IgE – Capaz de se fixar ao mastócito e ao eosinófilo pelo seu lado onde não se liga ao antígeno, deixando livre sua porção que se liga ao antígeno • Quando o antígeno se liga à porção livre do IgE, ele promove a degranulação do mastócito → havendo liberação de aminas vasoativas e compostos neo-formados (prostaglandinas e leucotrienos), que produz a contração de musculatura lisa e aumento da permeabilidade vascular, que são fenômenos inflamatórios anafiláticos • IL-5 – induz aumento da produção de eosinófilos, promovendo sua ativação, crescimento e diferenciação para que cheguem ao local da infecção • O eosinófilo também se liga à superfície do o anticorpo IgE no lado que não se liga ao antígeno, possibilitando sua interação com estruturas presentes na superfície dos helmintos, e sua ação efetora → consiste no extravasamento de uma série de proteínas catiônicas que danificam a membrana celular dele desprendendo-o da mucosa intestinal • IL-13 – induz as células da mucosa intestinal à secretar muco, que faz o tecido dessa mucosa ficar mais escorregadio Resumo da Malu – 2020.2 • IL-4 + IL-13 – juntas estimulam o recrutamento de leucócitos, estimulam o peristaltismo, além de inibir a característica inflamatória do macrófago, induzindo uma outra população de macrófagos chamados macrófagos M2 → anti-inflamatórios, logo, ajudam a inibir características inflamatórias dos outros macrófagos, e promove o reparo tecidual da mucosa onde está ocorrendo a infecção • Esse tipo de resposta Th2 participa das reações alérgicas à determinadas substancias que induzem essa resposta alérgica Resposta Imune Mediada por Th17 • A bactéria ou fungo quando e reconhecido através de seus PAMPs pela APC, elas induzem uma resposta inflamatória pelo reconhecimento via receptores toll-like e dectina, logo, essa APC começa a liberar citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6) • O perfil Th17 é induzido principalmente por IL-6 e é mantido pela IL-23, que é induzida quando há reconhecimento via dectina • A ativação de PRRs do tipo dectina, que reconhecem alguns tipos de bactérias e principalmente fungos, induz a produção de IL-23 • IL-23 + IL-6 + TGF-beta – combinadas essas citocinas induzem o fenótipo Th17 que atua através da IL-17 e IL-22 • IL-17 (A): - Induz reações inflamatórias neutrofílicas - Recrutando neutrófilos aumentando sua quantidade no tecido, aumentando a expressão dos seus receptores que são importantes para a captura de patógenos - Produzem as citocinas infamatórias IL-1, IL-6, CSFs (fator estimulador de colônias), TNF e quimiocinas - Bactérias extracelulares e fungos, uma vez fagocitados, no interior do neutrófilo são rapidamente destruídos - Há uma eliminação tão eficiente, que não há necessidade de os monócitos chegarem ao local e ainda se diferenciarem em macrófagos - Induz a produção de peptídeos antimicrobianos (defensinas) • IL-22: - Aumento na produção de muco – promove manutenção da função epitelial normal no intestino e pele (efeito barreira) - Induz a produção de peptídeos antimicrobianos (defensinas) Resposta Imune Mediada por TCLT • A resposta do linfócito T citotóxico (CTL) é sobre vírus • O linfócito TCD8 naive é ativado no linfonodo, ele é produto da ativação via apresentação cruzada, após isso o LTCD8 ativado segue para a circulação e migra para o tecido infectado • O linfócito TCD8 quando se diferencia em CTL ele adquire receptores de endereçamento para o local onde está havendo a infecção, encontrando as células infectadas, e matando-as Resumo da Malu – 2020.2 → Etapas da citotoxicidade mediada por TCTL: • A interação do CTL com a célula-alvo infectada ocorre a partir da sinapse imunológica que consiste na: - Ligação do complexo peptídeo-MHC-I da célula viral com o receptor CD8 do CTL - Ligação da molécula de adesão ICAM-1 da célula viral com a integrina LFA-1 presente no CTL • Esse ponto de contato entre eles faz com que o CTL realize uma exocitose dos seus grânulos direcionada para esse ponto de contato • A introdução das substancias presentes nesses grânulos nas células-alvo é chamada de golpe letal • Após isso o CTL se desliga dessa célula e passa para a célula infectada seguinte • A célula infectada então irá entrar em apoptose devido as substancias citotóxicas introduzidas nela → Mecanismos da lise celular mediada por linfócitos TCTL: A. Killing celular mediado por perforina ou granzimas: ▪ O CTL libera perforinas e granzimas que são capturadas por um endossomo para o interior da célula ▪ Perforina – polimeriza formando um poro no endossomo que está armazenando granzimas, possibilitando a saída dessas granzimas para o citoplasma da célula ▪ Granzimas – livres no citoplasma, ativam enzimas caspases que atuam induzindo a degradação do DNA da célula-alvo, que morre por apoptose B. Killing celular mediado por Fas ou FasL: ▪ Fas (CD95) – expressa por vários tipos celulares, em especial quando essas células estão passando por mecanismos de estresse, como na infecção por vírus → células virais expressam Fas, porém só serão ativadas totalmente quando houver interação com o seu ligante de Fas (FasL) ▪ O linfócito T ao final da sua ativação expressa FasL que se liga à molécula Fas na célula-alvo, que possui uma cauda citoplasmática que ativa uma outra família de caspases (diferente das ativadas por granzimas), que degradam o DNA da célula, induzindo sua apoptose » No caso de células tumorais: • Células tumorais – costumam expressar na sua superfície moléculas semelhantes do MHC-I, como o MIC-A, MIC-B, ULPB e ERA-1 (marcadores de células tumorais) • O linfócito TCTL possui o receptor de ativação NKG2D, que possui função semelhante aos receptores da célula NK → reconhece alterações celulares, principalmente à nível de glicosilação das células • O receptor NKG2D reconhece MIC, ULBO e RAE-1, fazendo o linfócito T se ligar à célula tumoral, induzindo sua morte pelo mecanismo de Fas/FasL ou de perforinas e granzimas Resumo da Malu – 2020.2 → Inibição da resposta dos linfócitos TCTL: • No final da ativação dos linfócitos T, quando eles estão esgotados metabolicamente para produzir a resposta imune, eles sempre expressam receptor CTLA-4 • CTLA-4: - Receptor expresso no momento de exaustão metabólica do linfócito - Possui a função de desfazer a ligação do co-estimulador B7 com o CD28, por ter maior afinidade com o B7 - Realiza a captura dos fosfatos responsáveis por ativar esse linfócito, inibindo a resposta de ativação • No caso dos linfócitos TCD8, a expressão do CTLA-4 ocorre quando a infecção pelo vírus é uma infecção persistente • Normalmente, em uma infecção aguda, o antígeno pode ser eliminado rapidamente, ocorrendo logo a morte da célula • Entretanto, em uma infecção crônica, o LTCD8 chega à exaustão metabólica, expressando rapidamente receptor CTLA-4 e molécula PD-1 → inibem a função efetora desse linfócito desligando sua resposta • Muitos tumores conseguem escapar da resposta do TCD8 pois expressam CTLA-4 e PD-1 • Caso ocorre o bloqueio do CTLA-4 e PD-1, não há inibição do LTCD8, havendo uma resposta constante desse linfócito, importante no combate de células tumorais Linfócitos TCD4 Reguladores → LTCD4 reguladores naturais: • Gerados no timo • Possuem uma interação intermediária com auto-antígenos apresentados no timo • Expressa molécula CD25+ na sua superfície → é a cadeia do receptor de IL-2 mais forte • Expressa o fator de transcrição nuclear FOXp3+ que as outras células T expressam na superfície• Possuem CTLA-4 prontos no seu citoplasma → Principal mecanismo de regulação: • Ocorre quando se tem um linfócito T (CD25-) sendo ativado por um determinado antígeno, e esse mesmo antígeno está ativando um linfócito T regulador (CD25+) • Pelo LT regulador possuir CD25+, ele possui uma cadeia de afinidade mais alta com a IL-2 por ter o receptor de IL-2 já pronto • O LT ativado demora a produzir IL-2 pois ainda tem que transcrever os genes, e o pouco que ele produz se liga diretamente ao LT regulador, que inibe a resposta do LT Resumo da Malu – 2020.2 • Ocorre o mesmo com o CTLA-4 • O LT regulador já possui CTLA-4 no citoplasma, e quando ele liga na APC que está apresentando o mesmo antígeno para uma célula T efetora, o CTLA-4 pronto dele, se liga ao co-estimulador B7 da célula dendrítica, impedindo a ligação ao CD28 da célula T efetora • Sem essa ligação do B7 da célula dendrítica ao CD28 do linfócito T efetor, ocorre um bloqueio da célula T efetora → TCD4 Reguladores: • Podem ser induzidos na periferia • Células Th3: - É um tipo de célula TCD4+ - Induzida na mucosa - Secreta TGF-beta → citocina inflamatória - Inibe a secreção de IL-12 - Inibe a expressão de moléculas MHC - Inibe a expressão de co-estimulador B7 - Inibe a secreção de várias citocinas inflamatórias - Inibe a diferenciação em Th1 e Th2 • Células Tr-1: - Pode ser do tipo TCD4+ ou TCD8+ [=(Tc-2) - Induzida nos tecidos periféricos - Secreta IL-10 → citocina anti-inflamatória - Inibe a secreção de IL-12 - Inibe a diferenciação no fenótipo Th1 • Células T reguladoras naturais (nTreg): - São células TCD4+ CD25+ FoxP3+ - Originadas no timo - Inibem as respostas imunes de células T Ag-especificas - Mediam a inibição por contato
Compartilhar