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CS - DIREITO DO IDOSO 2020


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2020.1
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Caderno Sistematizado
Direito do Idoso
DIREITO DO IDOSO 
DIREITO INTERNACIONAL DO IDOSO ............................................................................................. 3 
1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM ...................................................... 3 
2. PROTOCOLO DE SAN SALVADOR ........................................................................................... 3 
3. PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL DE VIENA SOBRE ENVELHECIMENTO....................... 3 
4. SEGUNDO PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL DE MADRI SOBRE O ENVELHECIMENTO 
E UMA DECLARAÇÃO POLÍTICA ...................................................................................................... 3 
5. CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS 
IDOSOS ............................................................................................................................................... 4 
DIREITO CONSTITUCIONAL DO IDOSO .......................................................................................... 5 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................... 5 
2. RESPONSABILIDADE INTERGERACIONAL ............................................................................. 5 
3. RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA E SOLIDÁRIA ......................................................... 5 
4. PROGRAMAS DE AMPARO ....................................................................................................... 5 
5. GRATUIDADE DOS TRANSPORTES URBAMOS ..................................................................... 5 
NORMATIVA INFRACONSTITUCIONAL ........................................................................................... 7 
1. LEI 8.842/94 – POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO ...................................................................... 7 
2. LEI 10.741/2003 - ESTATUTO DO IDOSO (EDI) ........................................................................ 7 
3. LEI 8.292/1991 ............................................................................................................................. 8 
4. LEI 8.213/1191 ............................................................................................................................. 8 
5. LEI 8.742/1993 ............................................................................................................................. 8 
6. LEI 9.029/1995 ............................................................................................................................. 9 
7. LEI 10.048/2000 ........................................................................................................................... 9 
8. LEI 10.098/2000 ........................................................................................................................... 9 
9. CÓDIGO CIVIL ............................................................................................................................. 9 
10. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ............................................................................................ 10 
11. CÓDIGO PENAL ..................................................................................................................... 10 
12. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ......................................................................................... 10 
13. CÓDIGO ELEITORAL ............................................................................................................. 11 
14. CÓDIGO DO CONSUMIDOR ................................................................................................. 11 
15. LEI 13.646/2018 – VALORIZAÇÃO E DEFESA DO IDOSO ................................................. 11 
ESTATUTO DO IDOSO ..................................................................................................................... 12 
1. O IDOSO/A PESSOA IDOSA ..................................................................................................... 12 
2. GARANTIA DE PRIORIDADE DE ATENDIMENTO OU ATENDIMENTO PREFERENCIAL .. 12 
3. DISCRIMINAÇÃO EM RAZÃO DA IDADE ................................................................................ 13 
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................... 13 
 VIDA .................................................................................................................................... 13 
 LIBERDADE, RESPEITO E DIGNIDADE ........................................................................... 13 
 ALIMENTOS ........................................................................................................................ 14 
 SAÚDE ................................................................................................................................ 15 
 EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER ................................................................. 17 
 PROFISSIONALIZAÇÃO E PROTEÇÃO AO TRABALHO ................................................ 18 
 ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................................... 18 
 HABITAÇÃO ........................................................................................................................ 24 
 TRANSPORTE .................................................................................................................... 24 
4.9.1. Urbano e Semiurbano .................................................................................................. 24 
4.9.2. Interestadual ................................................................................................................ 25 
4.9.3. Intermunicipal ............................................................................................................... 25 
4.9.4. Estacionamentos.......................................................................................................... 26 
5. MEDIDAS DE PROTEÇÃO ........................................................................................................ 26 
6. POLÍTICA E INSTITUIÇÕES DE ATENDIMENTO .................................................................... 27 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno de Direito do Idoso possui como base as aulas do professor Paulo Lépore, do 
Curso G7 Jurídico. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.dizerodireito.com.br/
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL DO IDOSO1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM 
Apesar de não tratar especificamente sobre o tema, em seu art. 25, 1., previu a proteção na 
velhice. 
Artigo 25° , 1.Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe 
assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à 
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda 
quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no 
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos 
de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua 
vontade. 
2. PROTOCOLO DE SAN SALVADOR 
Trata-se de um Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre os Direitos Humanos 
(Pacto de San José da Costa Rica), dispõe sobre os direitos sociais, econômicos e culturais, seu 
art. 17 trata especificamente da proteção de pessoas idosas. 
Artigo 17 - Proteção de pessoas idosas 
Toda pessoa tem direito à proteção especial na velhice. Nesse sentido, os 
Estados Partes comprometem-se a adotar de maneira progressiva as 
medidas necessárias a fim de pôr em prática este direito e, especialmente, a: 
a. Proporcionar instalações adequadas, bem como alimentação e 
assistência médica especializada, às pessoas de idade avançada que 
careçam delas e não estejam em condições de provê-las por seus próprios 
meios; 
b. Executar programas trabalhistas específicos destinados a dar a 
pessoas idosas a possibilidade de realizar atividade produtiva adequada às 
suas capacidades, respeitando sua vocação ou desejos; 
c. Promover a formação de organizações sociais destinadas a melhorar a 
qualidade de vida das pessoas idosas. 
3. PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL DE VIENA SOBRE ENVELHECIMENTO 
Elaborado no plano da ONU, sob a forma de 62 recomendações, durante a I Convenção 
Internacional Sobre Envelhecimento. 
4. SEGUNDO PLANO DE AÇÃO INTERNACIONAL DE MADRI SOBRE O 
ENVELHECIMENTO E UMA DECLARAÇÃO POLÍTICA 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 4 
 
Elaborado na II Convenção Internacional Sobre o Envelhecimento, em 2002. 
O Plano de Ação pedia mudanças de atitudes, políticas e práticas em todos os níveis para 
satisfazer as enormes potencialidades do envelhecimento no século XXI. Suas recomendações 
específicas para ação dão prioridade às pessoas mais velhas e desenvolvimento, melhorando a 
saúde e o bem-estar na velhice, e assegurando habilitação e ambientes de apoio1. 
5. CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
DOS IDOSOS 
A Convenção é de 2015, criada no âmbito a OEA. 
Destaca-se por ser um documento de caráter vinculante, ou seja, gera responsabilização 
aos Estados que a aderirem e não respeitarem seus dispositivos. 
A Convenção ainda está na fase do aceite. O Brasil foi um dos primeiros países a assinar 
este tratado internacional, mas ainda não ratificou2. 
O objetivo da Convenção é promover, proteger e assegurar o reconhecimento e o pleno 
gozo e exercício, em condições de igualdade, de todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais do idoso, a fim de contribuir para sua plena inclusão, integração e participação na 
sociedade (art. 1°). 
Além disso, considera a pessoa idosa a partir de suas peculiaridades, considerando-se o 
processo de envelhecimento saudável, respeitando as suas vontades. 
Observe o conceito de envelhecimento saudável trazido pela Convenção; 
Envelhecimento ativo e saudável: Processo pelo qual se otimizam as 
oportunidades de bem-estar físico, mental e social; de participar em 
atividades sociais, econômicas, culturais, espirituais e cívicas; e de contar 
com proteção, segurança e atenção, com o objetivo de ampliar a esperança 
de vida saudável e a qualidade de vida de todos os indivíduos na velhice e 
permitir-lhes assim seguir contribuindo ativamente para suas famílias, 
amigos, comunidades e nações. O conceito de envelhecimento ativo e 
saudável se aplica tanto a indivíduos como a grupos de população. 
Tanto a pessoa idosa quanto a criança e o adolescente estão em um estado peculiar de 
suas vidas, por isso necessitam de uma proteção especial. Ou seja, possuem todos os direitos das 
pessoas adultas e mais os direitos próprios. 
 
 
 
 
 
 
1 https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-idosas/ 
2 https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2164910 
https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-idosas/
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2164910
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL DO IDOSO 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, salienta-se que a CF protege os idosos, as crianças e adolescentes, os 
deficientes e a família em uma série de dispositivos sem fazer separação. 
É uma proteção clara aos vulneráveis. 
2. RESPONSABILIDADE INTERGERACIONAL 
Em seu art. 229 a CF traz a responsabilidade entre as gerações, ou seja, os filhos devem 
amparar os pais na velhice, na doença ou quando estes estiverem com carência de recursos, tendo 
em vista que quando menores o dever de assistência, de criação e de educação eram dos pais. 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e 
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência 
ou enfermidade. 
3. RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA E SOLIDÁRIA 
Cabe à família, à sociedade e ao Estado o amparo das pessoas idosas, proporcionando-
lhes a participação na vida da comunidade. 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as 
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo 
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
4. PROGRAMAS DE AMPARO 
Sempre que o idoso precisar de amparo, preferencialmente, os programas devem ser 
desenvolvidos em sua residência. 
Art. 230, § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados 
preferencialmente em seus lares. 
O acolhimento asilar deve sempre ser excepcional. 
5. GRATUIDADE DOS TRANSPORTES URBAMOS 
 
 
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Os maiores de 65 anos possuem direito ao transporte urbano gratuito. 
Art. 230, § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade 
dos transportes coletivos urbanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NORMATIVA INFRACONSTITUCIONAL 
1. LEI 8.842/94 – POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 
Instituiu a política nacional do idoso, regulamentada pelo Decreto 1.948/96 que determinou 
a competência da Secretaria Especial dos Direitos Humanos sua coordenação. 
Além disso, fixou as seguintes diretrizes: 
• viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que 
proporcionem sua integração às demais gerações; 
• participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, 
implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem 
desenvolvidos; 
• priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do 
atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam 
sua própria sobrevivência; 
• descentralização político-administrativa; 
• capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e 
na prestação de serviços; 
• implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos 
serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível de governo; 
• estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter 
educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento; 
• priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de 
serviços, quando desabrigados e sem família; 
• apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento. 
2. LEI 10.741/2003 - ESTATUTO DO IDOSO(EDI) 
Entrou em vigor em 2004, a fim de traz uma proteção diferenciada. 
Segundo a doutrina, o EDI instituiu um microssistema jurídico, tendo em vista que tutela os 
direitos de uma minoria (idosos) dotados de vulnerabilidade (especial condição peculiar). Ou seja, 
sempre que houver situações jurídicas envolvendo pessoas idosas deve-se adotar o Estatuto do 
Idoso. 
Além disso, o Estatuto do Idoso traz: 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 8 
 
• Direitos indisponíveis – não pode renunciar à proteção; 
• Normas de ordem pública – são impostas independentemente da vontade; 
• Doutrina da proteção integral – ao idoso são garantidos todos os direitos dos adultos e, 
ainda, os direitos especiais em razão do seu estágio peculiar de vida. 
3. LEI 8.292/1991 
Organiza a Seguridade Social, prevendo o direito à assistência social durante a velhice. 
Art. 4º A Assistência Social é a política social que provê o atendimento das 
necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, 
independentemente de contribuição à Seguridade Social. 
Parágrafo único. A organização da Assistência Social obedecerá às seguintes 
diretrizes: 
a) descentralização político-administrativa; 
b) participação da população na formulação e controle das ações em todos 
os níveis. 
4. LEI 8.213/1191 
Dispõe sobre os Planos de Benefícios e Previdência Social, dentre os quais a aposentadoria 
e a pensão. 
5. LEI 8.742/1993 
Trata-se da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), define a proteção do idoso como um 
de seus objetivos, prevê o pagamento de BPC, um salário mínimo assistencial seguindo o disposto 
no art. 203, V da CF. 
LOAS Art. 2o A assistência social tem por objetivos: 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à 
prevenção da incidência de riscos, especialmente: 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
(...) 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família; 
 
Art. 6º, § 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo a 
proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, 
como base de organização, o território. 
 
 
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Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-
mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e 
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
6. LEI 9.029/1995 
Veda conduta discriminatória na contratação e manutenção da relação empregatícia em 
razão da idade. 
Art. 1o É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa 
para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por 
motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, 
reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as 
hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII 
do art. 7o da Constituição Federal. 
7. LEI 10.048/2000 
Dispõe sobre a prioridade no atendimento da pessoa idosa em repartições públicas, bancos 
e obriga as empresas públicas de transporte e concessionárias de transporte público a reservarem 
lugares especiais. 
Art. 1o As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 
60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de 
colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei 
 
Art. 3o As empresas públicas de transporte e as concessionárias de 
transporte coletivo reservarão assentos, devidamente identificados, aos 
idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas 
acompanhadas por crianças de colo. 
8. LEI 10.098/2000 
Trata da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (muitas 
vezes causada pela idade), aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa portadora de 
deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou 
temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e 
percepção. 
9. CÓDIGO CIVIL 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art7xxxiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art7xxxiii
 
 
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Prevê no art. 38 a sucessão do ausente com mais de 80 anos de idade, e impõe o regime 
de separação de bens a pessoa maior de 70 anos de idade (art. 1.641) 
10. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Prevê a prioridade de tramitação processual para os idosos. Salienta-se que a Lei 
13.466/2017 determinou que dentre os idosos, aqueles com 80 anos ou mais terão prioridade. 
Conforme entendimento do STJ (Info 6503), a pessoa idosa é a parte legítima para requerer 
a prioridade de tramitação do processo, devendo, para tanto, fazer prova da sua idade. A prioridade 
na tramitação depende, portanto, de manifestação de vontade do interessado, por se tratar de direito 
subjetivo processual do idoso. A necessidade do requerimento é justificada pelo fato de que nem 
toda tramitação prioritária será benéfica ao idoso, especialmente em processos nos quais há alta 
probabilidade de que o resultado lhe seja desfavorável. 
Ex: determinada pessoa jurídica ajuizou execução contra um idoso e pediu prioridade na 
tramitação do feito alegando que o executado possui mais de 60 anos. O pleito não foi aceito 
considerando que falta legitimidade e interesse à exequente para formular o referido pedido. 
11. CÓDIGO PENAL 
Trata do idoso em alguns dispositivos, estabelece como circunstancia agravante o fato de o 
crime ter sido praticado contra maior de sessenta anos; reduz pela metade o prazo de prescrição 
quando o agente for, na data da sentença, maior de 70 anos; prevê o abandono material como 
crime. 
12. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Segundo o art. 220 do CPP a pessoa idosa, impossibilidade de comparecer ao forum, poderá 
prestar depoimento no local em que estiver. Além disso, o juiz poderá antecipar o depoimento da 
pessoa idosa. 
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de 
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem. 
 
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por 
enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução 
criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer 
das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. 
 
3 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b14573b9273c38ba0f89bb63abc87973?p
alavra-chave=idoso&criterio-pesquisa=e 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b14573b9273c38ba0f89bb63abc87973?palavra-chave=idoso&criterio-pesquisa=e
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b14573b9273c38ba0f89bb63abc87973?palavra-chave=idoso&criterio-pesquisa=e
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 11 
 
13. CÓDIGO ELEITORAL 
Torna facultativo o voto do idoso maior de 70 anos, confere preferência ao idoso na hora de 
votar. 
14. CÓDIGO DO CONSUMIDOR 
Prevê como circunstância agravante dos crimes previsto no CDC quando praticados contra 
pessoa maior de 60 anos. 
15. LEI 13.646/2018 – VALORIZAÇÃO E DEFESA DO IDOSO 
Institui o Ano de Valorização e Defesa dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, em alusão à 
Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos. 
Art. 1º Fica instituído o ano de 2018 como o Ano de Valorização e Defesa dos 
Direitos Humanos da Pessoa Idosa, em alusão ao processo de ratificação, 
pelo Brasil, da Convenção Interamericana sobre a Proteçãodos Direitos 
Humanos dos Idosos. 
Parágrafo único. Durante o Ano de Valorização e Defesa dos Direitos 
Humanos da Pessoa Idosa, serão empreendidas ações como: 
I - realização de palestras e eventos sobre o tema; 
II - divulgação da Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos 
Humanos dos Idosos por meio de material educativo e campanhas 
publicitárias; 
III - articulação conjunta com órgãos da administração pública, com o Poder 
Legislativo e o Poder Judiciário para incentivar ações de valorização da 
pessoa idosa, no âmbito de suas competências; 
IV - outras medidas que se proponham a esclarecer e sensibilizar a população 
acerca dos direitos da pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 12 
 
ESTATUTO DO IDOSO 
1. O IDOSO/A PESSOA IDOSA 
O Estatuto considera idoso a pessoa com sessenta anos ou mais. Contudo, alguns 
benefícios, são concedidos a partir dos sessenta e cinco anos, são eles: 
a) Benefício mensal de um salário mínimo (LOAS); 
b) Gratuidade do transporte coletivo público urbano e semiurbano. 
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos 
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam 
meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é 
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei 
Orgânica da Assistência Social – Loas. 
 
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a 
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto 
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos 
serviços regulares. 
2. GARANTIA DE PRIORIDADE DE ATENDIMENTO OU ATENDIMENTO PREFERENCIAL 
O Estatuto estabelece uma série de prioridades de atendimento para as pessoas idosas (art. 
3º), a seguir enumeraremos algumas. 
a) Atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados 
prestadores de serviços à população 
O atendimento preferencial não é absoluto, há relativização na análise do caso concreto. 
b) Preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; 
É apenas uma preferência. 
c) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao 
idoso; 
d) Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com 
as demais gerações; 
e) Priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do 
atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de 
manutenção da própria sobrevivência; 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 13 
 
Ideia da responsabilidade compartilhada e solidária. Além disso, estar perto da família traz 
inúmeros benefícios aos idosos. 
f) Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia 
e na prestação de serviços aos idosos; 
g) Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter 
educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
h) Garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais. 
i) Prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. 
3. DISCRIMINAÇÃO EM RAZÃO DA IDADE 
Nos termos do art. 4º do EI, nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, 
discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou 
omissão, será punido na forma da lei. 
É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
4. DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 VIDA 
O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos 
do Estatuto do Idoso (art. 8º). Ou seja, não se pode renunciar o direito de envelhecer de forma 
saudável, é um elemento da personalidade. 
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um 
direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. 
Destaca-se que o direito ao envelhecimento possui proteção de direito social, apesar de não 
estar previsto expressamente no art. 6º da CF, demanda uma prestação do Estado. 
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à 
saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um 
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. 
 LIBERDADE, RESPEITO E DIGNIDADE 
A pessoa idosa, com domínio de suas faculdades mentais, possui direito à liberdade, ao 
respeito e à dignidade. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 14 
 
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a 
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos 
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. 
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços 
comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II – opinião e expressão; 
III – crença e culto religioso; 
IV – prática de esportes e de diversões; 
V – participação na vida familiar e comunitária; 
 VI – participação na vida política, na forma da lei; 
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da 
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. 
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de 
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou 
constrangedor. 
 ALIMENTOS 
O Estatuto do Idoso traz uma regra especial para obrigação alimentar, o idoso poderá 
escolher entre os prestadores de alimentos, é uma obrigação solidária. 
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os 
prestadores. 
O CC estabelece a obrigação alimentar através do binômio NECESSIDADE + 
POSSIBILIDADE. Em regra, é divisível e segue uma ordem de pagamento de alimentos. 
STJ (REsp. 775.565/SP) – Estatuto do Idoso é norma especial que prevalece 
sobre o CC, sendo plenamente aplicável o entendimento segundo o qual a 
solidariedade da obrigação alimentar garante ao idoso a opção sobre quem 
será o prestador. 
 
Destaca-se, ainda, a discussão acerca das linhas de parentesco, ou seja, de quais parentes 
o idoso poderá cobrar os alimentos, observe: 
• Linha reta de parentesco: não há limitação quanto a quem será o alimentante 
(entendimento predominante). Existindo os parentes em linha reta os alimentos podem 
ser cobrados de qualquer deles, entendimento pacífico. 
• Linha colateral de parentesco: parentesco do alimentante se restringe ao segundo grau 
(entendimento predominante), nos termos do art. 1.697 do CC 
Art. 1.697 do CC: Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos 
descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, 
assim germanos como unilaterais. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 15 
 
Irmãos são parentes em 2º grau, são atingidos quando não existir ascendentes ou 
descendentes. Em linha colateral só se admite que seja cobrado alimentos dos irmãos, é o 
entendimento da jurisprudência. 
STJ: já negou alimentos para idoso pleiteado de prestador parente colateral 
de terceiro grau (REsp 1.032.846. Rel. Min. Nancy Andrigui. Julgado em 
18/12/2009) 
 
A doutrina entende de modo diverso (Maria Berenice Dias), o alimentante pode ser de até 
quarto grau (primos), o que se sustentaria pela linha de vocação hereditária prevista no art. 1.829, 
IV, do Código Civil, que não limita os colaterais ao segundo grau 
OBS: As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou 
Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos 
termos da lei processualcivil. Não precisam ser homologadas judicialmente, o Promotor ou o 
defensor público podem firmar esses acordos referente a alimentos. 
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante 
o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão 
a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil 
 SAÚDE 
O atendimento a pessoa idosa deve ocorrer pelo SUS, com atenção especial à prevenção. 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e 
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a 
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção 
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos 
O ED prevê o fornecimento gratuito de medicamentos, especialmente os de uso continuado, 
além de próteses e órteses. Além disso, prevê o atendimento domiciliar, incluindo a internação, 
para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para 
idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e 
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural. 
Destaca-se que é vedada a discriminação nos Planos de Saúde pela cobrança de valores 
diferenciados em razão da idade. 
É possível o reajuste em razão da faixa etária, para o STJ, desde que: 
a) haja previsão contratual; 
b) sejam aplicados percentuais razoáveis; 
c) sejam preenchidos os requisitos previstos na Lei 9.656/98 (que dispõe sobre os planos e 
seguros privados de assistência à saúde); 
d) seja observado o princípio da boa-fé objetiva, que veda reajustes absurdos e aleatórios 
que onerem em demasia o segurado 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 16 
 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU 
OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. 
AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. FUNDAMENTO DO ACÓRDÃO NÃO 
IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 
INADMISSIBILIDADE. HARMONIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A 
JURISPRUDÊNCIA DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO 
ANALÍTICO E SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. - Ausentes os vícios do art. 
535 do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração. - A ausência de decisão 
acerca dos argumentos invocados pela recorrente em suas razões recursais, 
não obstante a interposição de embargos de declaração, impede o 
conhecimento do recurso especial. - A existência de fundamento do acórdão 
recorrido não impugnado quando suficiente para a manutenção de suas 
conclusões impede a apreciação do recurso especial. - O reexame de fatos e 
provas em recurso especial é inadmissível. - O dissídio jurisprudencial deve 
ser comprovado mediante o cotejo analítico entre acórdãos que versem sobre 
situações fáticas idênticas. - Negado seguimento ao recurso especial. 
 
É válida a cláusula prevista em contrato de seguro-saúde, que autoriza aumento das 
mensalidades do seguro quando o usuário completar sessenta anos de idade, desde que haja 
respeito aos limites e requisitos estabelecidos na Lei 9.656/98 e, ainda, que não se apliquem índices 
de reajuste desarrazoados ou aleatórios, que onerem em demasia o segurado (REsp 1.381.606. 
Rel. Min. Nancy Andrighi. Julgado em 07/10/2014). 
É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese 
na qual será admitido o seguinte procedimento: 
• quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o 
idoso em sua residência; ou 
• quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente 
constituído. (Lei 2.896/2013) 
Ademais, é assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do 
Instituto Nacional do Seguro Social- INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de 
saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do 
laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. Esta 
hipótese, é uma situação específica, embora o interesse seja do idoso ele tem direito ao 
atendimento domiciliar. 
Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o 
órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, 
segundo o critério médico. O direito a acompanhante existe, no entanto, não é absoluto deve-se 
analisar o caso concreto. 
Salienta-se que, de acordo com o STJ (Resp. 1.793.840-RJ), a operadora do plano de saúde 
tem o dever de custear as despesas de acompanhante do paciente idoso no caso de internação 
hospitalar, com fundamento no art. 16 do EI. 
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a 
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 17 
 
adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério 
médico. 
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo 
tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no 
caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. 
Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de 
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem 
como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: 
• autoridade policial; 
• Ministério Público; 
• Conselho Municipal do Idoso; 
• Conselho Estadual do Idoso; 
• Conselho Nacional do Idoso. 
As pessoas envolvidas têm o dever de comunicar suspeita ou confirmação de violência 
praticada contra os idosos às autoridades sanitárias e outras. 
A expressão violência é abrangente, será qualquer ação ou omissão praticada em local 
público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. 
Existe ordem a ser seguida quanto a escolha do tratamento a ser aplicado, e o idoso deve 
ser é o primeiro a ser consultado, qual seja: 
• Conselho Nacional do Idoso. 
• Idoso (no domínio das faculdades mentais) 
• Curador 
• Familiares (na falta do curador ou de tempo para consulta-lo) 
• Médico 
OBS: a urgência autoriza a ação do médico sem a necessidade de respeito à ordem de preferência. 
 EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER 
O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando 
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. Os 
cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação 
e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. 
Importante salientar que os ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer 
devem ter descontos de pelo menos 50%, bem como acesso preferencial aos locais dos eventos. 
A regra não é a gratuidade, mas o desconto. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 18 
 
O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e 
incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, 
que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. 
 PROFISSIONALIZAÇÃO E PROTEÇÃO AO TRABALHO 
É vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, 
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir. 
Súmula 683 do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público 
só se legitima em face do art. 7°, XXX, da Constituição, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. 
CF, Art.7°, XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções 
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
A fixação de limite máximo de idade só é permitidaem razão de determinados cargos que 
se faça necessário, em razão da natureza do cargo a ser preenchido. 
O primeiro critério de desempate em concurso público deve ser a: idade, dando-se 
preferência ao de idade mais elevada. 
Atenção! O STF já decidiu que lei estadual regulamentadora de concurso de remoção para a 
outorga de serventia extrajudicial, que estabelece primeiro critério de desempate que não seja a 
idade (no caso, o maior tempo de serviço público), prevalece sobre o Estatuto do Idoso. O 
argumento é no sentido de que a lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis derogat legi 
generali). (MS 33.046. Rel. Min. Luiz Fux. Julgado em 10.03.2015). 
O Poder Público criará e estimulará programas de: 
• profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e 
habilidades para atividades regulares e remuneradas; 
• preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 
(um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de 
esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; 
• estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho. 
 ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Benefício de Prestação Continuada (BPC): Aos idosos, a partir de 65 anos, que não 
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o 
benefício mensal de um salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. 
Deve ainda comprovar: 
• Renda mensal familiar per capita inferior a ½ do salário mínimo. 
• Não possuir outro benefício de seguridade social. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 19 
 
Abaixo a excelente explicação do Professor Márcio Cavalcante sobre o tema4: 
Em 2013, o Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei nº 
8.742/93 (sem pronúncia de nulidade) por considerar que esse critério estava defasado para 
caracterizar a situação de miserabilidade. O STF afirmou que, para aferir que o idoso ou deficiente 
não tem meios de se manter, o juiz está livre para se valer de outros parâmetros, não estando 
vinculado ao critério da renda per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo previsto no § 3º do art. 20. 
O Min. Gilmar Mendes afirmou que “a economia brasileira mudou completamente nos 
últimos 20 anos. Desde a promulgação da Constituição, foram realizadas significativas reformas 
constitucionais e administrativas com repercussão no âmbito econômico e financeiro. A inflação 
galopante foi controlada, o que tem permitido uma significativa melhoria na distribuição de renda”. 
Tais modificações proporcionaram que fossem modificados também os critérios para a concessão 
de benefícios previdenciários e assistenciais que podem ser “mais generosos” que o parâmetro de 
1/4 do salário mínimo mencionado no § 3º do art. 20 acima referido. 
O Relator esclareceu que, atualmente, os programas de assistência social no Brasil utilizam 
o valor de 1/2 salário mínimo como referencial econômico para a concessão de benefícios. Ele 
ressaltou que este é um indicador bastante razoável e que, portanto, o critério de 1/4 do salário 
mínimo utilizado pela LOAS está completamente defasado e inadequado para aferir a 
miserabilidade das famílias. STF. Plenário. RE 567985/MT e RE 580963/PR, red. p/ o acórdão Min. 
Gilmar Mendes, julgados em 17 e 18/4/2013 (Info 702). 
Esse foi também o entendimento do STJ: 
(...) A Terceira Seção do STJ, ao apreciar o REsp 1.112.557/MG, submetido 
à sistemática do art. 543-C do CPC/1973, firmou a compreensão de que o 
critério objetivo de renda per capita mensal inferior a 1/4 (um quarto) do 
salário mínimo - previsto no art. 20, § 3°, da Lei 8.742/93 - não é o único 
parâmetro para aferir hipossuficiência, podendo tal condição ser constatada 
por outros meios de prova. STJ. 2ª Turma. REsp 1797465/SP, Rel. Min. 
Herman Benjamin, julgado em 21/03/2019. 
 
O legislador, de forma acertada, encampou o entendimento jurisprudencial acima explicado 
e, por meio da Lei nº 13.146/2015, inseriu o § 11 ao art. 20 da Lei nº 8.742/93 prevendo o seguinte: 
Art. 20 (...) 
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão 
ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do 
grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento. 
A Lei nº 13.981/2020 (publicada em 24/03/2020), atualizou o § 3º do art. 20, aumentando a 
renda mensal per capita de 1/4 para 1/2 do salário mínimo: 
LEI Nº 8.742/93 
Antes da Lei 13.981/2020 Depois da Lei 13.981/2020 
Art. 20 (...) 
§ 3º Considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa com deficiência ou idosa 
Art. 20 (...) 
§ 3º Considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa com deficiência ou idosa 
 
4 https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139822020-alteracoes-no-beneficio.html 
https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139822020-alteracoes-no-beneficio.html
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 20 
 
a família cuja renda mensal per capita seja 
inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. 
a família cuja renda mensal per capita seja 
inferior a 1/2 (meio) salário-mínimo. 
 
Vale ressaltar que o projeto que deu origem à Lei nº 13.981/2020 havia sido vetado pelo 
Presidente da República, mas o veto foi derrubado e a Lei foi promulgada pelo Congresso Nacional, 
entrando em vigor no dia 24/03/2020 (data de sua publicação). 
Ocorre que a confusão não acabou aí. 
No dia 02/04/2020 foi publicada a Lei nº 13.982/2020, que alterou novamente o § 3º do art. 
20 da Lei nº 8.742/93. 
O que previa o projeto aprovado que deu origem à Lei nº 13.982/2020? 
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a 
família cuja renda mensal per capita seja: 
I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020; 
II - igual ou inferior a 1/2 (meio) salário-mínimo, a partir de 1º de janeiro de 2021. 
Ocorre que esse inciso II foi vetado pelo Presidente da República. 
Vejamos a evolução histórica: 
LEI 8.742/93 
Critério objetivo de miserabilidade para fins de recebimento do BPC 
Redação original 
da Lei 8.742/93 
Redação dada 
pela 
Lei 12.470/2011 
Redação dada pela 
Lei 13.981/2020 
Redação dada pela 
Lei 13.982/2020 
Não previa Renda mensal per 
capita inferior a 1/4 
(um quarto) do SM 
Renda mensal per 
capita inferior a 1/2 
(meio) SM 
Regra: renda mensal per capita 
igual ou inferior a 1/4 (um quarto) 
do SM até 31/12/2020 
Exceção: pode ampliar para 1/2 
do SM no período de calamidade 
do Covid-19 
 
Essa é a redação atual do § 3º do art. 20 da Lei nº 13.982/2020: 
Art. 20. (...) 
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja: 
I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro 
de 2020; 
II - (VETADO). 
Vale ressaltar que é muito provável que esse veto seja novamente rejeitado pelo Congresso 
Nacional e, possivelmente, o inciso II entrará em vigor prevendo o critério de 1/2 para o ano de 
2021. No entanto, atualmente, temos o quadro acima. 
O que se entende por renda familiar mensal per capita? Como isso é calculado? 
Normalmente, um assistente social vai até a residência da pessoa que está requerendo o 
benefício e faz entrevistas com ela e os demais moradores da casa, indagando sobre as fontes de 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 21 
 
renda de cada, verificando as condições estruturais do lar, os móveis e eletrodomésticos existentes 
no local etc. Após isso, é elaborado um laudo social. 
A renda familiar mensal per capita é calculada da seguinte forma: soma-se todos os 
rendimentos dos membros da família que moram na mesma casa que o requerente do benefício e 
depois divide-se esse valor pelo número de familiares (incluindo o requerente). Ex.: Carla (pessoa 
com deficiência) mora com seus pais (João e Maria) e mais um irmão (Lucas).João e Maria 
trabalham e ganham um salário mínimo, cada. Cálculo da renda mensal per capita: 2 salários 
mínimos divididos por 4 pessoas = 2:4. Logo, a renda mensal per capita será igual a 1/2 do salário 
mínimo. 
O que se entende por família? 
Para os fins da renda familiar do LOAS, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou 
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, 
os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto (art. 20, 
§ 1º). 
EXCLUIU DO CÁLCULO DA RENDA MENSAL PER CAPITA, O BENEFÍCIO 
ASSISTENCIAL OU PREVIDENCIÁRIO NO VALOR DE 1 SALÁRIO-MÍNIMO RECEBIDO POR 
FAMILIAR 
Como vimos acima, o amparo assistencial é um benefício pago aos idosos com mais de 65 
anos ou às pessoas com deficiência. Foi dito também que esse benefício está previsto no art. 20 
da Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – Loas). 
Ocorre que o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), norma editada 10 anos depois, também 
resolveu tratar sobre o assunto e trouxe a seguinte regra: 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam 
meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é 
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei 
Orgânica da Assistência Social – Loas. 
Até aí, tudo bem, sem novidades. No entanto, preste bastante atenção ao que diz o 
parágrafo único deste art. 34 do Estatuto do Idoso: 
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos 
termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar 
per capita a que se refere a Loas. 
O que disse o parágrafo único: se o idoso pedir o amparo assistencial e for constatado que 
alguém de sua família já recebe esse benefício, essa quantia deverá ser excluída da renda 
familiar per capita. 
Ex: Maria (65 anos) requereu o amparo assistencial; a assistente social foi até a sua casa e 
percebeu que lá vivem as seguintes pessoas: 
1) Maria (a requerente): que não tem renda; 
2) João (cônjuge): que possui 70 anos e recebe BPC idoso; 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 22 
 
3) Pedro (filho): recebe 1 salário-mínimo; 
4) Ricardo (filho): sem renda. 
5) Vitor (filho): sem renda. 
Logo, a renda familiar per capita é de 1 salário-mínimo dividido por 5 pessoas, ou seja, a 
renda familiar per capita é de 1/5 do salário mínimo. Essa renda de 1/5 do salário-mínimo atente o 
critério previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93. 
Vale ressaltar que o valor recebido por João não entra no cálculo da renda familiar per 
capita por força do parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso. 
Repare que, se entrasse, a renda per capita familiar seria superior a 1/4 do salário-mínimo. 
• Se não houvesse o art. 34, parágrafo único: a renda mensal per capita seria 2/5 do 
salário-mínimo (superior ao critério de 1/4); 
• Como existe o art. 34, parágrafo único: a renda mensal per capita é de 1/5 do salário-
mínimo (inferior ao critério de 1/4). 
Conclui-se, portanto, que regra do parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/2003 ajuda 
bastante o idoso que pede o benefício. 
Para a jurisprudência, o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso podia ser aplicado, 
por analogia, à pessoa com deficiência que pede o amparo assistencial? Se uma pessoa com 
deficiência possui em sua família alguém que já recebe o LOAS, é possível excluir esse valor do 
cálculo da renda mensal per capita, assim como é feito com o idoso? 
SIM. Esse era o entendimento tanto do STF como do STJ. Veja como o STF decidiu: 
(...) 4. A inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34, parágrafo único, 
da Lei 10.741/2003. O Estatuto do Idoso dispõe, no art. 34, parágrafo único, 
que o benefício assistencial já concedido a qualquer membro da família não 
será computado para fins do cálculo da renda familiar per capita a que se 
refere a LOAS. Não exclusão dos benefícios assistenciais recebidos por 
deficientes e de previdenciários, no valor de até um salário mínimo, percebido 
por idosos. Inexistência de justificativa plausível para discriminação dos 
portadores de deficiência em relação aos idosos, bem como dos idosos 
beneficiários da assistência social em relação aos idosos titulares de 
benefícios previdenciários no valor de até um salário mínimo. Omissão parcial 
inconstitucional. 5. Declaração de inconstitucionalidade parcial, sem 
pronúncia de nulidade, do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003. (...) 
STF. Plenário. RE 580963, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/04/2013. 
 
O STJ foi mais claro na fixação da tese: 
Aplica-se o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 
10.741/2003), por analogia, a pedido de benefício assistencial feito por 
pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por 
idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo da renda 
per capita prevista no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/1993. STJ. 1ª Seção. REsp 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 23 
 
1.355.052-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 25/2/2015 (recurso 
repetitivo) (Info 572). 
 
Como vimos, esse benefício possui fundamento constitucional (art. 203, V, da CF/88) e a 
CF/88 não fez distinção de tratamento entre o idoso e o deficiente, tratando-os igualmente. Assim, 
conclui-se que há uma inaceitável lacuna normativa a desproteger os deficientes vulneráveis, lacuna 
essa que deve ser suprida com fundamento nos arts. 4º e 5º da LINDB e no parágrafo único do art. 
34 do Estatuto do Idoso. 
Desse modo, à luz dos princípios da isonomia e da dignidade humana, faz-se necessário 
aplicar a analogia a fim de que o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso integre também o 
sistema de proteção à pessoa com deficiência, para assegurar que o benefício previdenciário, no 
valor de um salário mínimo, recebido por idoso que faça parte do núcleo familiar não componha a 
renda per capita prevista no § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93. 
O que fez a Lei nº 13.982/2020? 
Positivou o entendimento jurisprudencial acima explicado. Assim, a Lei nº 13.982/2020 
acrescentou o § 14 ao art. 20 da Lei nº 8.742/93 prevendo a mesma regra do parágrafo único do 
art. 34 tanto para o idoso como para a pessoa com deficiência. Veja o dispositivo inserido: 
Art. 20 (...) 
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no 
valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta 
e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para 
fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou 
pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere 
o § 3º deste artigo. 
Vale ressaltar que o § 14 foi ainda mais generoso que o parágrafo único do art. 34 porque 
disse que o benefício previdenciário no valor de 1 salário-mínimo (ex: uma aposentadoria no valor 
de 1 salário-mínimo) também é excluído do cálculo da renda mensal per capita. Compare: 
 
Estatuto do Idoso Lei 8.742/93 (com a redação 
dada pela Lei 13.982/2020) 
Art. 34 (...) 
Parágrafo único. O benefício já concedido a 
qualquer membro da família nos termos do caput 
não será computado para os fins do cálculo da 
renda familiar per capita a que se refere a Loas. 
Art. 20 (...) 
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o 
benefício previdenciário no valor de até 1 (um) 
salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com 
deficiência não será computado, para fins de 
concessão do benefício de prestação continuada 
a outro idoso ou pessoa com deficiência da 
mesma família, no cálculo da renda a que se 
refere o § 3º deste artigo. 
 
Assim, no exemplo dado acima, se João (cônjuge de Maria) recebesse uma aposentadoria 
no valor de 1 salário-mínimo, isso também estaria excluído do cálculo da renda mensal per capita. 
 
 
 
CS – DIREITODO IDOSO 2020.1 24 
 
Para reforçar a possibilidade – já aceita pela jurisprudência – de que duas ou mais pessoa 
da mesma família podem receber o benefício, a Lei nº 13.982/2020 inseriu o § 15 com a seguinte 
redação: 
Art. 20 (...) 
§ 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro 
da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. 
 HABITAÇÃO 
O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou 
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar (o idoso é quem decide se deseja 
ou não morar sozinho), ou se dirigir a uma instituição especializada, ou, ainda, em instituição pública 
ou privada. 
Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação 
externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. 
Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza 
de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte: 
• reserva de pelo menos 3% (nada impede que seja maior) das unidades habitacionais 
residenciais para atendimento aos idosos; 
• implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso; 
• eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao 
idoso; 
• critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão. 
OBS: As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-se, 
preferencialmente, no pavimento térreo, a fim facilitar a acessibilidade do idoso. 
 TRANSPORTE 
4.9.1. Urbano e Semiurbano 
Regra Geral - idosos maiores de 65 anos, conforme dispõe a própria CF, possuem direito à 
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços 
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. 
Em relação aos idosos entre 60 e 65 anos, fica a critério da legislação local dispor sobre as 
condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte coletivos públicos urbanos e 
semiurbanos. 
Salienta-se que para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer 
documento pessoal que faça prova de sua idade. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 25 
 
Além disso, nos veículos de transporte coletivo urbanos e semiurbanos, serão reservados 
10% dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado 
preferencialmente para idosos. 
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a 
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto 
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos 
serviços regulares. 
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer 
documento pessoal que faça prova de sua idade. 
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão 
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente 
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. 
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) 
e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre 
as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos 
no caput deste artigo. 
Vale ressaltar que o STF julgou improcedente ADI proposta contra este art. 39, declarando 
que ele é constitucional: 
O art. 39 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) apenas repete o que 
dispõe o § 2º do art. 230 da Constituição do Brasil. A norma constitucional é 
de eficácia plena e aplicabilidade imediata, pelo que não há eiva de invalidade 
jurídica na norma legal que repete os seus termos e determina que se 
concretize o quanto constitucionalmente disposto. STF. Plenário. ADI 3768, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/09/2007. 
4.9.2. Interestadual 
É o transporte entre estados. 
Em regra, deve-se reservar duas vagas gratuitas por veículo para idosos, com renda igual 
ou inferior a 2 salários-mínimos. Além disso, garante-se o desconto de 50%, no mínimo, no valor 
das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 
(dois) salários-mínimos. 
De acordo com o STJ (REsp. 1.057.224), é ilegal a exigência de cadastramento do idoso 
junto à concessionária de transporte coletivo para o gozo do direito ao passe livre. 
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual 
ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto 
do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais custos 
relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de 
pedágio e de utilização dos terminais. STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. 
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info 641). 
4.9.3. Intermunicipal 
Em relação ao transporte intermunicipal, há lacuna. Ou seja, não há normas que disciplinam 
o transporte entre os municípios dentro de um estado. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 26 
 
Prevalece na jurisprudência a utilização da regra do transporte urbano e semiurbano, não 
se aplica a regra do transporte estadual. 
4.9.4. Estacionamentos 
É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% das vagas nos 
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a 
melhor comodidade ao idoso. 
Para o STJ (RMS 32.340), pode a administração restringir o uso de determinada área de 
estacionamento somente às pessoas idosas que, de alguma forma, estiverem vinculadas às 
atividades desenvolvidas pelo órgão público a que o estacionamento público atende (servidores 
idosos que exercem suas funções em um fórum). 
5. MEDIDAS DE PROTEÇÃO 
A política de atendimento ao idoso é aplicada àqueles em condições de risco social (mesma 
lógica do ECA), e as medidas de proteção aplicadas de forma a garantir-lhes assistência, sempre 
que os direitos reconhecidos no Estatuto do Idoso forem ameaçados ou violados por: 
• por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
• por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento; 
• em razão de sua condição pessoal. 
A situação de risco ou situação de vulnerabilidade social é o que leva a aplicação as medidas 
de proteção, elas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, como também podem ser 
substituídas umas pelas outras a qualquer tempo, sempre levando em conta a necessidade do 
idoso. 
As medidas de proteção ao idoso poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e 
levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e 
comunitários. São elas: 
• encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade; 
• orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
• requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou 
domiciliar; 
• inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a 
usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua 
convivência que lhe cause perturbação; 
• abrigo em entidade; 
• abrigo temporário. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 27 
 
Ademais, as medidas de proteção podem ser aplicadas a terceiros que estejam causando 
perturbações (irmãos, padrinhos, primo), aos idosos. 
Por fim, destaca-se a utilização de abrigo temporário quando o idoso necessite ficar ausente 
do lar por questão de segurança pessoal ou emergências. 
6. POLÍTICA E INSTITUIÇÕES DE ATENDIMENTO 
É conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A responsabilidade é primária, solidária e 
compartilhada entre todos os entes da federação. 
São linhas de ação da política de atendimento: 
• políticas sociais básicas (saúde, educação, moradia), previstas na Lei no 8.842,de 4 de 
janeiro de 1994; 
• políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que 
necessitarem; 
• serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos, 
exploração, abuso, crueldade e opressão; 
• serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos 
abandonados em hospitais e instituições de longa permanência; 
• proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos; 
• mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da 
sociedade no atendimento do idoso. 
As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência 
(asilos) adotarão os seguintes princípios: 
• preservação dos vínculos familiares, a fim de manter os laços afetivos para uma velhice 
mais sadia. 
• atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
• manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior; 
• participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo; 
• observância dos direitos e garantias dos idosos; 
• preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade. 
O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e 
criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções 
administrativas. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 28 
 
Além disso, as instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao 
idoso terão direito à assistência judiciária gratuita (importante para sua manutenção econômica). 
Ademais, tanto as entidades governamentais quanto as não-governamentais de atendimento ao 
idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros 
previstos em lei. 
Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados recebidos 
pelas entidades de atendimento. 
As entidades de atendimento que descumprirem as determinações do Estatuto do Idoso 
ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, 
às seguintes penalidades, observado o devido processo legal: 
ENTIDADES GOVERNAMENTAIS ENTIDADES NÃO-GOVERNAMENTAIS 
Advertência Advertência 
Afastamento provisório de seus dirigentes Multa 
Afastamento definitivo de seus dirigentes Suspensão parcial ou total do repasse de 
verbas públicas, ocorrerá quando verificada a 
má aplicação ou desvio de finalidade dos 
recursos 
Fechamento de unidade ou interdição de 
programa. 
- Quando da apresentação do projeto de 
atendimento, este deve obedecer e respeitar o 
Estatuto do idoso sob pena de ser interditado. 
A unidade pode continuar aberta, apenas o 
programa estará interditado 
Interdição de unidade ou suspensão de 
programa. 
Interdição de unidade - Sendo a entidade 
particular, não falamos em fechamento da 
unidade, mas em interdição da unidade. O 
fechamento da unidade só se dará quando 
tratarmos de unidade governamental. Havendo 
danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de 
fraude em relação ao programa, caberá o 
afastamento provisório dos dirigentes ou a 
interdição da unidade e a suspensão do 
programa 
 Proibição de atendimento a idosos a bem do 
interesse público 
 
Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os direitos 
assegurados no ED, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis, 
inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de 
atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências a serem tomadas 
pela Vigilância Sanitária. 
 
 
CS – DIREITO DO IDOSO 2020.1 29 
 
Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração 
cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes 
e os antecedentes da entidade.