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Questionário de Proc Penal

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(Questionário)
1 - Cite três funções da prisão em flagrante.
Tem com funções evitar a fuga do infrator; auxiliar na colheita de elementos informativos: persecuções penais deflagradas a partir de um auto de prisão em flagrante costumam ter mais êxito na colheita de elementos de informação, auxiliando o dominus litis na comprovação do fato delituoso em juízo; impedir a consumação do delito, no caso em que a infração está sendo praticada (CPP, art. 302, inciso I), ou de seu exaurimento, nas demais situações (CPP, art. 302, incisos II, III e IV);
2 - De acordo com o art. 310 do CPP, qual será a atitude do juiz ao receber o auto de prisão em flagrante?
Agora, com a entrada em vigor da Lei n° 12.403/11, fica patente que a prisão em flagrante, por si só, não mais autoriza que o agente permaneça preso ao longo de todo o processo. Afinal, segundo a nova redação do art. 310 do CPP, ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente, relaxar a prisão ilegal; ou converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
3 - Na sistemática do CPP, o flagrante se divide em quatro momentos distintos. Quais são eles?
Agora, com a entrada em vigor da Lei n° 12.403/11, fica patente que a prisão em flagrante, por si só, não mais autoriza que o agente permaneça preso ao longo de todo o processo. Afinal, segundo a nova redação do art. 310 do CPP, ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente, relaxar a prisão ilegal; ou converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
4 - Qual é a natureza jurídica da prisão em flagrante delito?
Prevalece o entendimento de que a prisão em flagrante tem caráter pré cautelar. Não se trata de uma medida cautelar de natureza pessoal, mas sim precautelar, porquanto não se dirige a garantir o resultado final do processo, mas apenas objetiva colocar o capturado à disposição do juiz para que adote uma verdadeira medida cautelar: a conversão em prisão preventiva (ou temporária), ou a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada ou não com as medidas cautelares diversas da prisão. Ganha reforço com a entrada em vigor da Lei n° 12.403/11, que passa a prever que, recebido o auto de prisão em flagrante, e verificada sua legalidade, terá o juiz duas opções: converter a prisão em flagrante em preventiva, a qual é espécie de medida cautelar, ou conceder liberdade provisória com ou sem fiança, impondo as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, observados os critérios do art. 282.              Em outra linha, há doutrinadores que entendem que a natureza jurídica da prisão em flagrante é de ato administrativo tão somente, não possuindo natureza jurisdicional, sendo inviável querer situá-la como medida processual acautelatória com a qual se determina a prisão de alguém, sendo corrente minoritária.
5 - Quem é o sujeito ativo e passivo da prisão em flagrante?
Sujeito ativo da prisão em flagrante é aquele que efetua a prisão do cidadão encontrado em uma das situações de flagrância previstas no art. 302 do CPP. Pode ser qualquer pessoa, integrante ou não da força policial, inclusive a própria vítima. Quanto ao sujeito passivo pelo menos em regra, qualquer pessoa pode ser presa em flagrante.
6 - Explique a diferença entre flagrante facultativo e flagrante obrigatório.
Extrai-se do art. 301 do CPP que qualquer do povo poderá prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Percebe-se, pois, que o particular (inclusive a própria vítima) tem a faculdade de prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Para o particular, portanto, a prisão em flagrante configura exercício regular de direito.                Quanto ao flagrante obrigatório também se extrai do art. 301 do CPP que as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. A autoridade policial e seus agentes têm, portanto, o dever de efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a conveniência ou não de efetivá-la. A prisão em flagrante, para as autoridades policiais e seus agentes, configura estrito cumprimento do dever legal.
7 - O que é um flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro?
Entende-se em flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro, o agente que é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acaba de cometê-la (CPP, art. 302, incisos I e II). A expressão “acaba de cometê-la” deve ser interpretada de forma restritiva, no sentido de absoluta imediatidade (sem qualquer intervalo de tempo). Em outras palavras, o agente é encontrado imediatamente após cometer a infração penal, sem que tenha conseguido se afastar da vítima e do lugar do delito.
8 - O que é um flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase-flagrante?
O flagrante impróprio, também chamado de imperfeito, irreal ou quase-flagrante, ocorre quando o agente é perseguido logo após cometer a infração penal, em situação que faça presumir ser ele o autor do ilícito (CPP, art. 302, inciso III).
9 - O que é um flagrante presumido, ficto ou assimilado?
No flagrante presumido, ficto ou assimilado, o agente é preso logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração (CPP, art. 302, IV). Nesse caso, a lei não exige que haja perseguição, bastando que a pessoa seja encontrada logo depois da prática do ilícito com coisas que traduzam um veemente indício da autoria ou participação no crime.
10 - O que é um flagrante preparado, provocado, crime de ensaio, delito de experiência ou delito putativo por obra do agente provocador?
Ocorre quando alguém (particular ou autoridade policial), de forma insidiosa, instiga o agente à prática do delito com o objetivo de prendê-lo em flagrante, ao mesmo tempo em que adota todas as providências para que o delito não se consume.
11 - O que é um flagrante esperado?
Nessa espécie de flagrante, não há qualquer atividade de induzimento, instigação ou provocação. Valendo-se de investigação anterior, sem a utilização de um agente provocador, a autoridade policial ou terceiro limita-se a aguardar o momento do cometimento do delito para efetuar a prisão em flagrante, respondendo o agente pelo crime praticado na modalidade consumada, ou, a depender do caso, tentada.
12 - O que é um flagrante prorrogado, postergado, retardado ou diferido: ação controlada e entrega vigiada?
A ação controlada consiste no retardamento da intervenção policial, que deve ocorrer no momento mais oportuno do ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de provas. Também conhecida como flagrante prorrogado, retardado ou diferido, vem prevista na Lei de Drogas, na Lei de Lavagem de Capitais e na nova Lei das Organizações Criminosas (Lei n° 12.850/13).
13 - O que é um flagrante forjado, fabricado, maquinado ou urdido?
Nesta espécie de flagrante totalmente artificial, policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente, a fim de ‘legitimar’ (falsamente) uma prisão em flagrante.
14 - Como se dá a prisão em flagrante em crime permanente?
Crime permanente é aquele cuja consumação, pela natureza do bem jurídico ofendido, pode protrair-se no tempo, detendo o agente o poder de fazer cessar o estado antijurídico por ele realizado, ou seja, é o delito cuja consumação se prolonga no tempo. Enquanto não cessar a permanência, o agente encontra-se em situação de flagrância, ensejando, assim, a efetivação de sua prisão em flagrante, independentemente de prévia autorização judicial. Nos exatos termos do art. 303 do CPP, “nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência”.
15 - Como se dá a prisão em flagranteem crime habitual?
O crime habitual é aquele que demanda a prática reiterada de determinada conduta, por exemplo, rufianismo (CP, art. 230), exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica (CP, art. 282). Há divergências quanto à possibilidade de prisão em flagrante em crime habitual. Parte da doutrina não a admite, sob o fundamento de que tal delito somente se aperfeiçoa com a reiteração da conduta, o que não seria passível de verificação em um ato isolado, que é a prisão em flagrante.                                                                                                       Outra parte entende que não se pode estabelecer uma vedação absoluta à prisão em flagrante em crimes habituais. Na verdade, a possibilidade de efetivação da prisão em flagrante em crimes habituais deve estar diretamente ligada à comprovação, no ato, da reiteração da prática delituosa pelo agente.
16 - O que ocorre com o flagrante quando há apresentação espontânea do agente?
A apresentação espontânea figura como causa impeditiva da prisão em flagrante. Afinal, não tem cabimento prender em flagrante o agente que se entrega à polícia, que não o perseguia, e confessa o crime. De mais a mais, quando o agente se apresenta espontaneamente, não haverá flagrante próprio, impróprio, nem tampouco presumido (CPP, art. 302, I, II, III e IV), desautorizando sua prisão em flagrante. Caso o juiz entenda que estão presentes os pressupostos dos art. 312 e 313 do CPP, nada impede a decretação da prisão preventiva pela autoridade judiciária competente, caso se revelem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP.
17 - Quem são as autoridades com atribuições para a lavratura do APFD?
Em regra, a atribuição para a lavratura do auto de prisão em flagrante é da autoridade policial no exercício das funções de polícia investigativa do local em que se der a captura do agente, o que, no entanto, não afasta a atribuição de outra autoridade administrativa a quem, por lei, é cometido o mesmo mister (CPP, art. 4o, parágrafo único). De acordo com a súmula 397 do Supremo Tribunal Federal, “o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito”. No âmbito militar, esta atribuição recai sobre o comandante, oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou autoridade correspondente, tal qual dispõe o art. 245, caput, do CPPM.
18 - Quando da lavratura do APF, quem é a primeira pessoa a ser ouvida? É necessário que esse condutor tenha presenciado a prática do delito?
A primeira pessoa a ser ouvida quando da lavratura do auto de prisão em flagrante é o condutor, que pode ser tanto uma autoridade, como também um particular, responsável pela condução do capturado à autoridade. Não é necessário que tenha presenciado a prática do delito, nem tampouco a prisão, pois o preso pode ter sido entregue a ele.
19 - Após a oitiva do condutor no APF, quem será ouvido?
Após a oitiva do condutor, deve o presidente do auto de prisão em flagrante proceder à oitiva de duas testemunhas que tenham presenciado o fato.
20 - É obrigatória a oitiva do ofendido?
A oitiva do ofendido não é obrigatória, o que, no entanto, não impede sua realização.
21 - A ausência de testemunhas que tenham presenciado o fato delituoso impede a lavratura do APF?
A ausência de testemunhas que tenham presenciado o lato delituoso não impede a lavratura do auto de prisão em flagrante. Nessa hipótese, além do condutor, duas testemunhas que tenham presenciado a apresentação do preso à autoridade deverão ser ouvidas.
22 - O que é uma testemunha instrumentária ou fedatória? Qual é a sua finalidade?
As testemunhas denominadas de fedatárias ou instrumentárias, que não são testemunhas de um fato, mas sim de um ato, serão chamadas a assinar o auto quando o preso se recusar a assiná-lo, não souber ou não puder fazê-lo, exigindo a lei que tenham ouvido a leitura do interrogatório na presença do conduzido. A finalidade é confirmar que as declarações ali colhidas foram efetivamente prestadas pelo preso.
23 - Após a oitiva do condutor, ofendido e testemunhas, qual será o próximo passo na lavratura do APF?
Após a oitiva do condutor e das testemunhas, deve a autoridade competente proceder à realização do interrogatório do preso. Conquanto o Código de Processo Penal se refira em seu art. 304, caput, ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, tecnicamente ainda não há falar em acusado, haja vista não existir peça acusatória imputando-lhe a prática de fato delituoso.
24 - Antes de proceder ao interrogatório, quais direitos o presidente do APF deverá assegurar o autuado?
Deve o presidente do auto assegurar ao preso a possibilidade de que seja ouvido. No entanto, é possível que este permaneça calado, fazendo uso de seu direito ao silêncio (art. 5o, LXIII, da Constituição Federal), desdobramento do princípio do nemo tenetur se detegere. Deve se assegurar ao preso, ademais, a assistência da família e de advogado, assim como a possibilidade de comunicar a prisão à família ou à pessoa por ele indicada (CF, art. 5o, LXII, LXIII).
25 - O fato do preso encontrar-se hospitalizado, embriagado ou impossibilitado por qualquer razão de se manifestar, acarreta a ilegalidade do APF?
Por razões óbvias, se não for possível a realização do interrogatório do preso, porque este se encontra hospitalizado, embriagado ou impossibilitado por qualquer razão de se manifestar, isso não acarreta a ilegalidade do auto de prisão em flagrante.
26 - Como deverá proceder o interrogatório de preso estrangeiro?
Caso o preso seja estrangeiro e não compreenda o idioma nacional, é imprescindível a nomeação de um intérprete, nos termos do art. 193, c/c arts. 275 a 281 do CPP. O intérprete, que é equiparado ao perito (CPP, art. 281), deve ser pessoa capaz de compreender e transmitir ao preso, assim como dele receber, as informações essenciais para que possa entender a situação e se defender. Trata-se de garantia fundamental, já que, na hipótese de o preso não compreender o idioma e não conseguir se comunicar, ficam prejudicados seus direitos constitucionais. Se o preso estrangeiro entender o português, notadamente quando se trata de língua semelhante ao espanhol, não há necessidade de nomeação de intérprete. Noutro giro, caso não seja possível a nomeação de intérprete capaz de falar a língua original do estrangeiro, é perfeitamente possível a nomeação de intérprete que fale língua que o preso conheça
27 - É imprescindível a presença do advogado na lavratura do APF? Explique.
A presença de advogado quando da lavratura do auto de prisão em flagrante pode até ser admitida pela autoridade policial, mas daí não se pode concluir que sua presença seja imprescindível à lavratura do auto.251 Tendo em conta que o inquérito policial possui natureza inquisitorial, não se faz necessária a presença de advogado quando de sua realização. Aliás, o próprio art. 306, §1°, do CPP, com redação determinada pela Lei n° 11.449/07, dispõe que se o autuado não informar o nome de seu advogado, cópia integral do auto de prisão em flagrante deverá ser encaminhada à Defensoria Pública dentro Ora, se o dispositivo legal diz que cópia  do auto deve em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão. Ser encaminhada à Defensoria silenciando-se quanto à presença da em até 24 (vinte e quatro) horas, Defensoria durante o interrogatório, é porque não se exige a presença de advogado no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante delito.
28 - E se o preso em flagrante for advogado? Qual é o seu direito assegurado pelo Estatuto da OAB?
No tocante à prisão em flagrante de advogado, é bom lembrar que, segundo o art. 7o, IV, da Lei n° 8.906/94, é direito do advogado ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicaçãoexpressa à seccional da OAB. Perceba-se que a presença de representante da OAB somente será necessária  quando o crime praticado pelo advogado guardar certo liame com o exercício de sua profissão. Não havendo qualquer liame, basta a comunicação expressa à seccional da OAB.
29 - Em que consiste o fracionamento do APF?
Com a entrada em vigor da Lei n° 11.113/05, houve o fracionamento do auto de prisão em flagrante delito. Antes da entrada em vigor da referida lei, o auto era uma peça única, inteiriça, de texto corrido, composta pelo depoimento do condutor, das testemunhas e do conduzido, que só assinavam o auto após a oitiva de todos os envolvidos. Em outras palavras, imaginando-se a hipótese de um policial militar como condutor, isso significava que ele deveria permanecer na Delegacia até o final da lavratura do auto, aguardando a oitiva das testemunhas e de todos os presos, quando, então, poderia assinar o auto e retornar às suas atividades rotineiras. Essa permanência do condutor até o final da lavratura do auto era causa de inequívocos prejuízos à segurança pública, retirando o policial de sua atividade funcional por tempo bastante considerável. É compreendendo o cenário anterior que se visualiza a importância da Lei n° 11.113/05, que fracionou o auto de prisão em flagrante delito. Atualmente, o presidente do auto deve ouvir o condutor, colhendo sua assinatura desde logo, e lhe entregando cópia do termo e recibo de entrega do preso. Isso significa que, após sua oitiva, o condutor estará livre para retornar ao exercício da sua função. Da mesma forma se procederá quanto à oitiva das testemunhas, que não mais precisarão aguardar o término do auto para o assinarem. Ao final, a autoridade policial determina ao escrivão que autue todos os documentos em uma capa, incluindo o auto de prisão em flagrante, a nota de culpa, laudo de constatação da natureza da substância (no caso de drogas), ofício de comunicação da prisão em flagrante ao juiz e ao Ministério Público, termo de ciência das garantias constitucionais entregue ao preso, ofício de comunicação da prisão à defensoria pública, caso o autuado não possua advogado, etc., remetendo-os ao juiz competente.
30 - Há prazo para a lavratura do APF ou para seu encaminhamento ao juiz competente?
Não há dispositivo legal expresso quanto ao prazo para a lavratura do auto de prisão em flagrante. Entretanto, em virtude do disposto nos §§1° e 2° do art. 306, segundo os quais o auto de prisão em flagrante será encaminhado ao juiz competente e a nota de culpa será entregue ao preso dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, subentende-se que esse é o prazo máximo de que dispõe a autoridade para formalizá-lo.
31 - que se entende por APF negativo?
APF negativo significa que se das respostas do condutor e das testemunhas não resultar fundada suspeita contra o conduzido, interpretando-se a contrario sensu o art. 304, §1°, do CPP, a autoridade policial não poderá recolhê-lo à prisão, devendo determinar sua imediata soltura, sem prejuízo da instauração de inquérito policial ou lavratura de simples boletim de ocorrência. Portanto o Delegado de Polícia pode e deve relaxar a prisão em flagrante, com fulcro no art. 304, §1°, interpretado a contrario sensu, correspondente ao primeiro contraste de legalidade obrigatório quando não estiverem presentes algumas condições somente passíveis de verificação ao final da formalização do auto, como, por exemplo, o convencimento, pela prova testemunhal colhida, de que o preso não é o autor do delito.
32 - O recolhimento à prisão após a lavratura do APF é obrigatório?
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o presidente do auto mandará recolher o conduzido à prisão, salvo nas hipóteses em que for cabível a concessão de liberdade provisória com fiança pela autoridade policial, ou seja, nos casos de infração cuja pena máxima não seja superior a 4 (quatro) anos (CPP, art. 322, com redação dada pela Lei n° 12.403/11).
33 - Como deverá proceder o condutor do Flagrante caso não haja autoridade no lugar em que se estiver efetuado a prisão? Isso torna a prisão ilegal?
Como visto no art. 290, do CPP, em regra, a autoridade competente para a lavratura do caput, auto de prisão em flagrante é aquela que exerce suas funções no local em que foi efetuada a prisão, e não a do local em que se deu a consumação da infração penal. Caso não haja autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o conduzido será apresentado à do lugar mais próximo (CPP, art. 308), entendendo-se por aquele a que mais rapidamente se consiga chegar. Vale lugar mais próximo ressaltar, todavia, que, o fato de o auto ter sido lavrado por autoridade diversa daquela que efetivou a custódia, por si só, não torna a prisão em flagrante ilegal.
34 - Nos termos da pergunta anterior, haverá vínculo entre a autoridade para lavratura do APF (local em que se deu a captura) com a autoridade judiciária?
Não se deve confundir a autoridade com atribuição para a lavratura do auto — a do local em que se der a captura com a autoridade judiciária com competência territorial para processar e julgar o feito. Lembre-se que, em regra, fixa-se a competência territorial pelo local da consumação da infração penal (CPP, art. 70, caput), subsidiariamente, pelo domicílio ou residência do réu (CPP, art. 72, caput).
35 - O que é uma nota de culpa?
Em se tratando de prisão em flagrante delito, segundo o art. 306, §2°, do CPP, em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e o das testemunhas. Esse prazo de 24 (vinte e quatro) horas é contado a partir do momento da captura, e não da lavratura do auto de prisão em flagrante delito.259 Caso o preso não saiba, não possa ou não queira assinar, duas testemunhas assinarão o recibo pelo preso, atestando a entrega do documento (testemunhas instrumentárias). A nota de culpa de modo algum importa em confissão, nem tampouco que o preso esteja aceitando as acusações que lhe foram feitas quando de sua prisão.
36) Uma vez comunicada a autoridade judiciária acerca da prisão em flagrante, com o recebimento do APF acompanhado de todas as oitivas colhidas, o que deve fazer o juiz?
Segundo a nova redação do art. 310 do CPP, ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II — converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Vejamos, separadamente, cada uma dessas possibilidades.
37) Conceitue prisão preventiva.
Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente, mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, em qualquer fase das investigações ou do processo criminal (nesta hipótese, também pode ser decretada de ofício pelo magistrado), sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais (CPP, art. 313) e ocorrerem os motivos autorizadores listados no art. 312 do CPP, e desde que se revelem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão (CPP, art. 319).
38) Quando poderá ser decretada a prisão preventiva?
A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da persecução penal, ou seja, pode ser decretada durante a fase investigatória, bem como no curso do processo penal, até o trânsito em julgado da sentença penal irrecorrível.
39) De quem poderá ser a iniciativa para a decretação da prisão preventiva?
Na fase Processual a iniciativa será do juiz. Já na fase de investigatória será necessitado o requerimento do ministério público ou da representação da autoridade policial ou a requerimento do ofendido no caso de ação privada.
40) É sempre possível a decretação da prisão preventiva pelo juiz de ofício? Explique.
Não ojuiz só poderá decretar de ofício apenas no curso do processo penal, sendo assim ele não pode agir de ofício na fase investigatória, pois nesta fase necessita de provocação para decretar a prisão preventiva.
41) Quem detém legitimidade para requerimento de prisão preventiva?
Conforme art.311 do CPP em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial, o STF relativiza essa necessidade de requerimento principalmente quando se trata de conversão do flagrante em preventiva só dependerá da regra estabelecida no CPP é no sentido de que a prisão só poderá ser decretada de ofício se for no curso da ação penal necessitando de requerimento durante a investigação policial, o que é relativizado pela jurisprudência.
42) Quais são os dois pressupostos de toda e qualquer medida cautelar? E no caso de prisão preventiva, quais são eles?
Como toda e qualquer medida cautelar, a prisão preventiva também está condicionada á presença concomitante do fumis boni iuris, aqui denominado de fumus comissi delicti e do periculum in mora (periculum libertatis), no tocante que a prisão preventiva seja decretada não necessariamente a presença concomitante de todos esse fundamentos basta apenas a presença de um único destes para o decreto prisional seja expedido, mais caso esteja presente mais de um fundamento deve o magistrado fazer menção a cada um deles por ocasião da fundamentação da decisão, conferindo a legitimidade á determinação judicial.
Nesse sentido, o art. 282, §6°, do CPP, estabelece que a prisão preventiva será determinada quando não fo r cabível a sua substituição por outra medida cautelar. Na mesma linha, o art. 310, inciso II, do CPP, autoriza a conversão da prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas Cautelares diversas da prisão, pode-se dizer que o magistrado só poderá decretar a prisão preventiva quando não existirem outras medidas menos invasivas ao direito de liberdade do acusado por meio das quais também seja possível alcançar os mesmos resultados desejados pela prisão cautelar.
43) O que se entende por fumus comissi delicti?
E a comprovação da existência de um crime e indícios suficientes de autoria e a fumaça da prática de um fato punível. A prova, no limiar da ação penal, pode ser entendida como grande aproximação à probabilidade da ocorrência do delito, ela não precisa ser exaustiva, quanto à autoria são suficientes indícios para a presença de tal instituto. A existência do crime requer elementos mais concretos para sua afirmação, enquanto a autoria trabalha com a suficiência de indícios. 
O Fumus Commissi Delicti é um requisito cautelar próprio do processo penal trata-se de um dos requisitos para a imposição da prisão preventiva e das medidas cautelares alternativas trazidas com a Lei 12.403/2011. Ausente tal requisito, não é possível aplicar medidas cautelares alternativas nem a prisão preventiva 
44) O que se entende por periculum libertatis?
O periculum libertatis, indispensável para a segregação preventiva, está consubstanciado em
um dos fundamentos do art. 312 do CPP: a) garantia da ordem pública; b) garantia da ordem
econômica; c) garantia de aplicação da lei penal; d) conveniência da instrução criminal. Por força
do novo parágrafo único do art. 312 do CPP, a prisão preventiva também poderá ser decretada
em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (CPP, art. 282, §4°).
45) O que se entende por garantia da ordem pública 
  
Trata-se de um conceito jurídico indeterminado, mas que, basicamente, significa que há indícios de que o imputado voltará a delinquir se permanecer em liberdade, entende por ordem pública a paz e a tranquilidade no meio social. Desse modo, aquele indivíduo inveterado na vida do crime acaba por abalar essa paz social o que significa a restrição da sua liberdade de maneira cautelar. A prisão preventiva decretada com fundamento na garantia da Ordem Pública, funciona como um instrumento indispensável a favor da justiça para conter a reiteração de condutas criminosas, sempre que restar comprovada a periculosidade de um agente. 
46) O que se entende por garantia da ordem econômica?
São os crimes que atentam contra a ordem econômica e estão previstos na lei nº1.521/51, lei nº7.134/83, lei nº8.078/90, lei nº8.176/91, lei nº9.279/96 e lei nº9.613/98 seu conceito possibilita a prisão do agente caso haja risco de reiteração delituosa em relação a infrações penais que perturbem o livre exercício de qualquer atividade econômica com abuso do poder econômico, objetividade a dominação dos mercados a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros.
47) O que se entende por garantia da aplicação da lei penal?
A prisão preventiva com base na garantia de aplicação da lei penal deve ser decretada quando o agente demonstrar que pretende fugir do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena, sob pena de evidente violação ao princípio da presunção de inocência, não se pode presumir a fuga do agente simplesmente em virtude de sua condição socioeconômica favorável, caso não haja base empírica concreta não ser autorizada  a decretação da prisão do agente com base nesse pressuposto. O juiz só está autorizado a decretar a prisão preventiva com base em elementos concretos constantes dos autos que confirmem, de maneira insofismável, que o agente pretende se subtrair à ação da justiça. Os tribunais têm analisado essa intenção de se subtrair à aplicação da lei penal com certo temperamento, assim uma ausência momentânea, seja para evitar uma prisão em flagrante, seja para evitar uma prisão decretada arbitrariamente, não caracteriza a hipótese de garantia de aplicação da lei penal.
48) O que se entende por conveniência da instrução criminal?~
A conveniência da instrução criminal visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas. Tutela-se, com tal prisão, a livre produção probatória, impedindo que o agente comprometa de qualquer maneira a busca da verdade sendo assim havendo indícios de intimidação ou aliciamento de testemunhas ou peritos, de supressão ou alteração de provas ou documentos, ou de qualquer tentativa de turbar a apuração dos fatos e o andamento da persecução criminal, será legítima a adoção da prisão preventiva com base na conveniência da instrução criminal, levando em conta que o interrogatório é considerado meio de defesa a ausência do acusado ao interrogatório não autoriza por si só a decretação da prisão preventiva com base na conveniência da instrução criminal, embora o acusado não possa obstruir a atividade probatória não se admite que sua prisão seja decretada com objeto de obrigá-lo a contribuir para a apuração do fato delituoso.
Ao decretar a prisão preventiva com base nessa hipótese, deve o juiz ter sempre em mente o princípio da proporcionalidade, notadamente em seu segundo subprincípio, qual seja, o da necessidade, devendo se questionar se não existe outra medida cautelar menos gravosa que a prisão preventiva, a prisão preventiva decretada com base na conveniência da instrução criminal subsiste enquanto persistir a instrução processual, em outras palavras uma vez encerrada a instrução processual deve o juiz revogar a prisão preventiva decretada com base nessa hipótese de acordo com o art.316, caput, com o art.282, §5º do CPP.
49) Quais são as hipóteses de admissibilidade da prisão preventiva
Para a decretação da preventiva é necessário que estejam presentes dois requisitos, quais sejam, a prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, elementos esses que dão ensejo ao fumus commissi delicti e que estão previstos na parte final do artigo 312 do Código de Processo Penal assim será cabível prisão preventiva nas situações em que o réu descumpre as obrigaçõesde medidas cautelares diversas (art. 312, do Código Processo Penal).As condições de admissibilidade da prisão preventiva estão prevista no art. 313-em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos: I – punidos com reclusão; II – punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la; II - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 64 do Código Penal. 
50) É possível a decretação da prisão em crimes dolosos com pena de detenção superior a 04 anos?
Sim quando o réu for condenado por crime em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, quando houver dúvida sobre a identidade civil ou quando esta não fornecer elementos suficientes, conforme art.313, inciso IV.
51) Existe prazo determinado no CPP para duração da prisão preventiva? Não existindo, qual é o entendimento predominante?
Não a prazo determinado para duração da prisão preventiva em lei e em regra perdura até quando seja necessária a prisão do réu, claro que respeitando a razoabilidade de duração atentando sempre os princípios da proporcionalidade e necessidade estabelecidos em cada caso concreto, sendo imprescindível ter por base o princípio da razoabilidade para que seja preservado o devido processo legal e não dê ensejo a uma antecipação da pena.
52) Há constrangimento ilegal à liberdade de locomoção de modo a autorizar o relaxamento da prisão quando ficar evidenciado que o excesso de prazo foi causado por conta de diligências da defesa? 
 A súmulas do STJ que dispões que respectivamente que não há constrangimento ilegal o excesso de prazo, embora tais súmulas ainda sejam aplicadas hodiernamente, não podem ser consideradas de forma absoluta, sob penal de transgredir os princípios constitucionais e de direito processual penal em especial o princípio da razoável duração do processo, da proporcionalidade e da razoabilidade.
53) Em que consiste as Súmulas 21 e 52 do STJ que discutem acerca do excesso de prazo após a pronúncia ou o encerramento da instrução criminal?
A súmula 21 do STJ descreve que o réu fica superada a alegação só constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo da instrução. A regra, portanto, é que após a pronúncia, não há que se falar em constrangimento ilegal (passível de habeas corpus/relaxamento) por excesso de prazo. Contudo, o próprio Tribunal Superior admite a sua mitigação, quando, por exemplo, há descaso motivado pelo juízo.  Com relação à Súmula 52, “Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo”. Não obstante a regra geral de que após finda a instrução não há constrangimento ilegal, ante a aplicação do princípio da proporcionalidade e razoabilidade, é possível verificar que essa súmula também é mitigada/relativizada, assim, é possível concluir que a súmula 52 também deve ser aplicada com moderação, levando sempre em consideração o caso concreto e de acordo com o princípio da proporcionalidade e da razoabilidade.  Desta forma, o excesso de prazo, seja após a pronúncia do réu, seja após o encerramento da instrução probatória, ou mesmo diante da utilização de recursos pela defesa, deve ser interpretado pelo magistrado de acordo com o caso concreto, levando em consideração as circunstâncias de cada fato. Afinal, a morosidade estatal, em que pese histórica, não pode ser utilizada em desfavor do réu. 
54) Qual é a providência do juiz diante de um excesso de prazo na formação da culpa?
Caracterizado o excesso de prazo na formação da culpa, impõe-se o relaxamento da prisão, que pode ser determinado pelo próprio juiz que preside a instrução processual, ou pelo respectivo Tribunal, seja em face da interposição de habeas corpus, seja de ofício, quando da apreciação de eventual recurso
55) Uma vez relaxada a prisão preventiva por excesso de prazo, pode o juiz decretar nova prisão cautelar? Explique.
Uma vez relaxada a prisão preventiva por excesso de prazo, não pode o juiz decretar nova prisão cautelar, salvo diante de motivo superveniente que a autorize. Essa motivação que autoriza nova prisão cautelar deve ser completamente nova, seja quanto aos argumentos jurídicos, seja quanto aos fatos. Na verdade, como aponta a doutrina, deve-se exigir que essa motivação cautelar nova refira-se a fatos novos posteriores à soltura do réu, ou, quando muito, de fatos que, embora não posteriores à soltura do réu, eram estranhos ao processo penal e completamente desconhecidos do juiz quando da revogação da prisão preventiva. 
56) É possível um excesso de prazo na prisão com efeito extensivo?
Se o excesso de prazo não tiver como fundamento argumento de caráter exclusivamente pessoal, surgindo idêntica a situação de corréu, impõe-se um tratamento igualitário, estendendo-se a ordem concedida a todos os acusados, consoante o disposto no art.580 do CPP. Segundo o referido dispositivo, no caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos em que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
57) É possível o relaxamento da prisão por excesso de prazo em crimes hediondos?
Sim, uma vez reconhecida a ilegalidade da prisão, impõe-se seu relaxamento, ainda que o delito praticado pelo agente tenha natureza hedionda. Nesse sentido, eis o teor do enunciado da súmula n.697 do Supremo Tribunal Federal: a proibição da liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
58) É possível o excesso de prazo de investigado ou acusado solto?
Pela própria dicção do texto constitucional (CF, art. 5, inciso LXXVIII), depreende-se que o direito à razoável duração do processo é aplicável tanto ao acusado que está preso quanto àquele que está em liberdade. Não obstante o silêncio da legislação brasileira quanto às consequências de eventual dilação indevida referente a persecuções criminais em que o acusado esteja em liberdade , convém destacar que, em pioneiro julgado acerca do assunto, a 5 Turma Superior Tribunal de Justiça concedeu a ordem para determinar o trancamento de inquérito policial em andamento em relação a suspeitos que estavam em liberdade devido ao excesso de prazo por entender que não se pode admitir que alguém seja objeto de investigação eterna, porque essa situação, por si só, enseja evidente constrangimento, abalo moral e, muitas vezes, econômico e financeiro, principalmente quando se trata de grandes empresas e empresários e os fatos já foram objeto de Inquérito Policial arquivado a pedido do Parquet Federal.
59) Quando se dá a revogação da prisão preventiva?
De acordo com o art.316 do CPP o juiz pode revogar a prisão preventiva se, no decorrer do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Logo, considerando que a natureza cautelar da prisão preventiva exige que a mesma só seja mantida se presentes os requisitos do art. 312 do CPP, caso o motivo que autorizou sua decretação desapareça, deverá o próprio juiz a decretou revoga-la.
60) Conceitue prisão temporária.
Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente durante a fase preliminar de investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação da liberdade de locomoção do indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de informação quanto à autoria e materialidade das infrações penais mencionadas no art. Io, inciso III, da Lei n°7.960/89, assim como em relação aos crimes hediondos e equiparados (Lei n° 8.072/90, art. 2o, §4°),viabilizando a instauração da persecutio criminis in judicio. Como espécie de medida cautelar, visa assegurar a eficácia das investigações - tutela-meio para, em momento posterior, fornecerelementos informativos capazes de justificar o oferecimento de uma denúncia, fornecendo justa causa para a instauração de um processo penal, e, enfim, garantir eventual sentença condenatória - tutela-fim.
61) Quais são os três requisitos da prisão temporária?
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado. 
62) Cite 03 crimes em que se é possível decretar a prisão temporária?
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2o); 
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ Io e 2o); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ Io, 2o e 3°);
63) O que se entende por imprescindibilidade da prisão temporária para as investigações?
É indispensável a existência de prévia investigação (não necessariamente de um inquérito policial), apresentando-se a privação cautelar da liberdade de locomoção do indivíduo como recurso indispensável para a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da conduta delituosa. Impõe-se, pois, uma interpretação extensiva do art. Io, inciso I, da Lei n° 7.960/89, adequando-o à nova realidade investigatória. Deve a autoridade requerente demonstrar ao juiz o que faz ser considerado “imprescindível” o encarceramento do suspeito para elucidar o fato delituoso, como, por exemplo, a ocultação de provas, o aliciamento ou a ameaça às testemunhas, a impossibilidade de se proceder ao reconhecimento do acusado por se encontrar em local incerto, etc. Prestando-se a prisão temporária a resguardar, tão somente, a integridade das investigações, forçoso é concluir que, uma vez recebida a denúncia, não mais subsiste o decreto de prisão temporária, devendo o denunciado ser colocado em liberdade, salvo se sua prisão preventiva for decretada. Prisão temporária, por conseguinte, somente na fase pré-processual.
64) O que se entende por ausência de residência fixa e não fornecimento de elementos necessários no esclarecimento da identidade do indiciado?
Não ter residência fixa tem sido entendido pela doutrina como sendo a ausência total de um endereço onde possa o indiciado ser localizado. De fato, alguém pode perambular sempre pelas mesmas ruas de uma cidade, em um estado de total miserabilidade, sem que isso importe em presunção de fuga. Daí ter concluído a Suprema Corte ser ilegal a decretação de prisão cautelar pelo simples fato de o agente não possuir residência fixa, decorrente de sua condição de morador de rua. Para Tourinho Filho, no caso de não ser a prisão imprescindível às investigações e ter apenas a finalidade de esclarecer a identidade do suspeito, uma simples notificação de comparecimento ao distrito policial para a identificação dactiloscópica é o bastante e assim não tem justificativa prender alguém por 5 (cinco) dias. A nova lei de identificação criminal também permite a identificação criminal caso o indivíduo não se identifique civilmente (Lei n° 12.037/09, art. Io c/c art. 2o). A custódia cautelar sob o argumento de que se destina a conhecer a identidade do indiciado só pode ser aceitável, portanto, no caso de fracasso das diligências policiais que devem ocorrer previamente e, mesmo assim, o tempo limite de cárcere temporário deve ser o estritamente necessário para submeter o indivíduo à identificação criminal, sem que seja necessário cumprir todo o prazo previsto na lei.
65) O que se entende por fundadas razões de autoria ou participação do indiciado no âmbito da prisão temporária?
As fundadas razões têm que estar acompanhadas por dados objetivos que apontem para a conclusão de que o suspeito ou indiciado possa ser autor ou partícipe em um dos crimes ali enumerados e em razão do que é requerida a sua prisão temporária, sendo ilegal e repudiável uma captura destinada a fazer nascer referidos indicativos. Em outras palavras, quando da decretação da prisão temporária, deve o juiz concluir, em virtude dos elementos probatórios existentes — essa análise deve ser compatível com o momento em que se requer a prisão temporária, qual seja, logo na fase inicial das investigações - de que é elevada a probabilidade da superveniência de uma denúncia, desenhando-se igualmente viável a pretensão acusatória do órgão ministerial, sendo a constrição cautelar da liberdade de locomoção do agente imprescindível para a eficácia das investigações. 
66) O estupro de vulnerável pode ser tido como um dos crimes para decretação da prisão temporária? Explique.
Não obstante, a partir do momento em que a Lei n° 12.015/09 inseriu o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A) no rol dos crimes hediondos (Lei n° 8.072/90, art. Io, inciso VI), admitir-se-á a prisão temporária com fundamento no art. 2o, §4°, da Lei n° 8.072/90;
67) O crime de rapto violento foi eliminado do CP pela Lei 11.106/05. Assim, pode-se falar que houve abolitio criminis? 
Não se pode falar em abolitio criminis, pois não houve descriminalização total da conduta (princípio da continuidade normativo-típica), na medida em que o art. 148, §1°, V, do Código Penal, acabou absorvendo a figura típica do antigo art. 219. Assim, como o crime de sequestro ou cárcere privado (art. I, inciso III, alínea “b”) comporta prisão temporária, esta ainda pode ser decretada em relação a tal delito.
68) A prisão temporária continua sendo cabível em relação ao crime de quadrilha ou bando?
Toda quadrilha ou bando composta por 4 (quatro) pessoas já caracterizava uma associação criminosa. Por consequência, por força do princípio da continuidade normativo-típica, o art. Io, III, “1”, da Lei n° 7.960/89, continua válido. Todavia, onde se lê “quadrilha ou bando”, deverá se ler, a partir da vigência da Lei n° 12.850/13, “associação criminosa. Apesar da tipificação dessa nova modalidade delituosa, a Lei dos crimes hediondos e a Lei da prisão temporária não foram alteradas a fim de se nelas fazer inserir o referido crime. Destarte, por mais absurdo que possa parecer a possibilidade de decretação da prisão temporária apenas em relação ao crime menos grave - associação criminosa —, parece-nos inviável a decretação da prisão temporária em relação à constituição de milícia privada, sob pena de evidente violação ao princípio da legalidade;
69) É admissível prisão temporária em contravenções penais?
A prisão temporária não é admissível em contravenções penais, nem tampouco em crimes culposos.
70) Descreva o procedimento para decretação da prisão temporária.
A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Da leitura do art. 2o, caput, da Lei n° 7.960/89, depreende-se que a prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz. Preserva-se, assim, o sistema acusatório e o princípio da imparcialidade do juiz. Quando houver representação da autoridade policial, deve o Ministério Público ser obrigatoriamente ouvido, a fim de que se manifeste quanto à presença dos pressupostos indispensáveis à privação cautelar da liberdade - fum us comissi delicti (inciso III do art. Io) e periculum libertatis (inciso I ou II do art. Io). 
71) Qual é o prazo de duração da prisão temporária? É prorrogável? Há exceções ao prazo geral? 
A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Se a prisão temporária tiver sido decretada pelo prazo de 30 (trinta) dias, concluindo a autoridade policial, posteriormente, que não há mais necessidade de se manter o indivíduo preso, deve representar à autoridade judiciária competente solicitando a revogação da prisão temporária. Somente o juiz poderá revogar a prisãotemporária, jamais a própria autoridade policial.
72) Cite alguns direitos e garantias do preso temporário.
Além dos direitos e garantias constitucionais atinentes a toda e qualquer prisão cautelar, tópico abordado anteriormente, dispõe o art. 3o, caput, da Lei n° 7.960/89, que os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. A realização de exame de corpo de delito também é medida prevista na Lei n° 7.960/89 (art. 2o, §3°). Trata-se de medida de salutar importância, pois serve para o resguardo do preso e da própria autoridade responsável pela prisão. Tal exame deve ser feito tanto no momento inicial da prisão quanto do seu término, de modo a se afastar eventual arguição de maus-tratos, tortura ou sevícias físicas sofridas durante o período de encarceramento.
73- A decisão de pronúncia e a sentença condenatória recorrível legitimam, por si só, a decretação da prisão preventiva?
A prisão como efeito automático da pronúncia ou de sentença condenatória recorrível encontra-se revogada pelas leis que alteraram o procedimento do júri (Lei n° 11.689/08) e o procedimento comum (Lei n° 11.719/08), respectivamente. A Lei n° 12.403/11, ao conferir nova redação ao art. 283, caput, do CPP, também reforçou esse entendimento. Não obstante, por razões históricas, é de extrema importância sua análise, sobretudo se considerarmos que, até bem pouco tempo, tínhamos como entendimento jurisprudencial predominante o de que as prisões decorrentes de pronúncia e de sentença condenatória recorrível eram espécies autônomas de prisão cautelar.
74- Qual é a razão para substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar?
 só caberá a substituição da prisão preventiva pela domiciliar se, no caso concreto, os requisitos necessários para a substituição estiverem presentes. Desse modo, a prisão domiciliar atuará como uma alternativa a prisão preventiva para àqueles que preencherem as condições necessárias. Assim, se o agente for: a) maior de 80 (oitenta) anos; ou b) extremamente debilitado por motivo de doença grave; ou c) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; ou d) gestante; ou e) mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; ou f) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; a prisão domiciliar poderá ser decretada em substituição à prisão preventiva.
75- A prisão domiciliar prevista no CPP é a mesma prevista na LEP?
Não, somente nas situações excepcionais, enumeradas taxativamente no artigo 117 da LEP, plenamente justificadas em razão das condições pessoais dos condenados, é que se admite o cumprimento em residência particular. Já no CPP as hipóteses de cabimento da substituição da prisão preventiva por domiciliar estão reguladas no art. 318 do Código de Processo Penal, que é taxativo, e, logo, não comporta interpretação extensiva.
76- A prisão domiciliar é a mesma coisa do recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, previsto como medida cautelar autônoma no art. 319, V, CPP?
 A prisão domiciliar funciona como substitutivo da prisão preventiva justificada por razões humanitárias, também não se confunde com o recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, previsto como medida cautelar autônoma no art. 319, inciso V, do CPP. Na primeira situação, temos a verificação da presença dos elementos necessários para a decretação da prisão preventiva do agente (CPP, art. 312). Porém, por conta da presença de uma das situações especiais do art. 318, a prisão preventiva será substituída pelo recolhimento domiciliar, sendo que o agente só pode se ausentar de sua residência com autorização judicial.
77- Dentre as hipóteses de admissibilidade da prisão domiciliar destaca-se “agente extremamente debilitado por motivo de doença grave”. Assim, basta ter a doença para prisão domiciliar?
 Não, apenas ser constatado a doença não basta para a prisão domiciliar, o cumprimento de pena em prisão domiciliar por causa de doença grave pode ser concedido a condenado submetido ao regime aberto e, em casos especiais, a réu condenado em regime fechado ou semiaberto. 
78- Como se opera a fiscalização da prisão domiciliar?
O Anteprojeto de Lei de Execução Penal estabelece hipóteses em que o cumprimento da pena em liberdade será feito “sem vigilância direta”, tais como nas saídas temporárias, na prisão domiciliar e no livramento condicional.  só o acaso, representado casualmente por prisão em flagrante fora do domicílio em horário de recolhimento obrigatório, poderá demonstrar a prática de falta pelo sentenciado.
79- No âmbito da prisão domiciliar é possível que o indiciado ou acusado ausente da residência? Explique.
 De acordo com o art. 317, a prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. Como se percebe, toda e qualquer saída do agente de sua residência pressupõe prévia autorização judicial, que pode ser: 
a) específica: trata-se de autorização judicial para que o acusado possa se ausentar de sua residência apenas para uma situação determinada.
b) genérica: para situações mais amplas e corriqueiras, tais como frequência a cultos religiosos, etc. 
80- A prisão domiciliar regulamentada pelos arts. 317 e 318 do CPP foi pensada como medida substitutiva de anterior prisão preventiva. Não funciona, pois, como medida cautelar diversa da prisão, o que pode ser confirmado pelo fato de não estar arrolada dentre as medidas do art. 319 do CPP. Discute-se, no entanto, acerca da possibilidade de aplicação da prisão domiciliar de modo a impedir a decretação da prisão preventiva, isto é, como medida alternativa à referida prisão.
81- As medidas cautelares diversas da prisão podem ser aplicadas não apenas aos procedimentos regulados pelo CPP, mas a todo e qualquer procedimento criminal, em primeira ou segunda instância. A título de exemplo, o art. 22, §1°, da Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/06), estabelece que as medidas protetivas de urgência ali previstas não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público. 
82- Tem como objetivo precípuo verificar que o acusado permanece à disposição do juízo para a prática de qualquer ato processual, mas também pode ser usada para se obter informações acerca das atividades que o acusado está exercendo. E pertinente para situações em que o acusado não possui vínculos com o local e há risco de não ser encontrado posteriormente. 
83- Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar as atividades;
Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares; Internação Provisória.
84- Apesar de não ser possível que a internação provisória fosse decretada como efeito automático da constatação da inimputabilidade do acusado, entendia-se possível que, presentes os pressupostos da prisão preventiva, e comprovada a periculosidade do agente, fosse decretada sua prisão preventiva, a ser cumprida em hospital de custódia.
85- Consiste no uso de dispositivo não ostensivo de monitoramento eletrônico, geralmente afixado ao corpo da pessoa, a fim de que se saiba, permanentemente, à distância, e com respeito à dignidade da pessoa humana, a localização geográfica do agente, de modo a permitir o controle judicial de seus atos fora do cárcere.
Back-door utiliza o monitoramento eletrônico para retirar antecipadamente do sistema carcerário aquelas pessoas presas que possuam condições de terminar o cumprimento da pena fora do cárcere. Busca-se, assim, diminuir o tempo de cumprimento da pena na prisão. 
 Front-door nesse sistema de monitoramento a tecnologia passa a ser utilizada de modo a se evitar o ingresso do agente na prisão. Trata-se, portanto, de uma medida alternativa à prisão, que visa evitar o contato do agente com o cárcere.
86- O poder geral decautela é um poder atribuído ao Estado-Juiz, destinado a autorizar à concessão de medidas cautelares atípicas, assim compreendidas as medidas cautelares que não estão descritas em lei, toda vez que nenhuma medida cautelar típica se mostrar adequada para assegurar, no caso concreto, a efetividade do processo principal. Esse poder geral de cautela deve ser exercido de forma complementar, pois se destina a completar o sistema, evitando que fiquem carentes de proteção situações para as quais não se previu qualquer medida cautelar típica. Portanto, havendo medida cautelar típica que se revele adequada ao caso concreto, não poderá o juiz conceder medida cautelar atípica.
87) O que é uma liberdade provisória?
Cuida-se de verdadeiro direito subjetivo do cidadão preso frente ao Estado, quando ausentes razões de cautela, e não de um poder discricionário atribuído ao juiz, que não pode impor uma prisão cautelar sem a necessária motivação judicial. Em outras palavras, liberdade provisória é um instituto que permite ao acusado responder ao processo em liberdade até a sentença penal condenatória transitada em julgado, caso atenda a certos requisitos ou não. Caso descumpra algumas da regras, a liberdade provisória poderá ser revogada.
88) Há diferença entre liberdade provisória, relaxamento de prisão e revogação da prisão cautelar?
Sim.
1) O relaxamento da prisão está previsto no art. 5o, inciso LXV, da Constituição Federal: “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”;  cabível em face de toda e qualquer espécie de prisão, desde que ilegal; não se trata de medida cautelar, mas sim de medida de urgência baseada no poder de policia da autoridade judiciária; acarreta a restituição de liberdade plena; cabível em toda e qualquer delito.
2) A revogação da prisão cautelar ocorre quando não mais subsistem os motivos que legitimaram a segregação (CPP, art. 282, §5°, c/c art. 316); somente pode ser objeto de revogação a prisão temporária e a prisão preventiva, ou seja, aquelas prisões que só podem ser decretadas pela autoridade judiciária; não se trata de medida cautelar, mas sim de medida de urgência baseada no poder de policia da autoridade judiciária; acarreta a restituição de liberdade plena; cabível em toda e qualquer delito; a competência para revogar a prisão recai, originalmente, sobre órgão jurisdicional que decretou a medida cautelar. 
3) A liberdade provisória está prevista no art. 5o, inciso LXVI, da Carta Magna. Com as mudanças produzidas pela Lei n° 12.403/11. Funciona como um subjetivo da prisão em flagrante, logo, como medida de contracautela; é cabível em face de qualquer prisão; acarreta a restituição da liberdade com vinculação; há dispositivos que vedam a liberdade provisória, com ou sem fiança, em relação a alguns delitos, o que, todavia, não impede a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão;  pode ser concedida tanto pela autoridade judiciária quanto pela autoridade policial.
89) Quais são as espécies de liberdade provisória?
Com as mudanças produzidas no Código de Processo Penal pela Lei n° 12.403/11, afigura-se possível a seguinte classificação quanto às espécies de liberdade provisória:
a) quanto à fiança:
a.I) liberdade provisória sem fiança (CPP, art. 310, parágrafo único, e art. 350).
a. 2) liberdade provisória com fiança (CPP, arts. 322 a 349);
b) quanto à possibilidade de concessão:
b. l) liberdade provisória obrigatória;
b. 2) liberdade provisória proibida.
c) quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações:
c. l) liberdade provisória com vinculação;
c.2) liberdade provisória sem vinculação.
90) É possível uma liberdade provisória sem fiança por motivo de pobreza?
De acordo com o art. 350, caput, do CPP, com redação determinada pela Lei n° 12.403/11, nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória sem fiança, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 e a outras medidas cautelares, se for o caso. 
Assim sendo, se o crime é afiançável, e o agente não possa prestar a fiança por motivo de pobreza, pode o juiz, e somente ele, conceder ao preso liberdade provisória sem fiança, mas com as mesmas obrigações da fiança: a) comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento; b) o acusado afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante; c) o acusado afiançado não poderá ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, o juiz, de ofício (somente durante o processo), ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva.
91) O que é fiança e qual a sua natureza jurídica?
Fiança é uma garantia real de cumprimento das obrigações processuais do réu. É garantia real porque tem por objeto coisas (art. 330), não existindo mais a fiança fidejussória no processo penal comum. Pode ser prestada de duas maneiras: depósito ( dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, e títulos de divida federal, estadual ou municipal) e hipoteca. Além da finalidade precípua de assegurar o cumprimento das obrigações processuais do acusado, tem também como objetivo garantir o pagamento das custas, da indenização do dano causado pelo crime e também da multa. 
92) Quais são os momentos para a concessão de fiança?
Segundo o art. 334 do CPP, a fiança pode ser concedida enquanto não houver o trânsito em julgado de sentença condenatória, podendo ser concedida independentemente de prévia oitiva do Ministério Público.
93) É possível concessão de fiança pela autoridade policial? Explique.
Com as mudanças produzidas pela Lei n° 12.403/11, a autoridade policial passa a ter atribuição para conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Ademais, em havendo demora ou retardamento da autoridade policial no tocante à concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que terá 48 (quarenta e oito) horas para proferir sua decisão (CPP, art. 335), sob pena de acionamento das instâncias superiores por habeas corpus.
94) Como é arbitrado o valor da fiança?
A autoridade deve fixar o valor da fiança nos seguintes termos: a) de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; b) de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. A fim de adequar o valor da fiança, e levando-se em consideração a situação econômica do preso, é possível que a fiança seja dispensada, reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços) ou aumentada em até 1.000 (mil) vezes. Tanto a autoridade policial quanto a judiciária podem reduzir o valor da fiança até o máximo de 2/3, assim como aumentá-la em até 1.000 (mil) vezes.
95) Existem infrações inafiançáveis? Se sim, cite.
Sim. Racismo; crimes hediondos, tráfico de drogas; terrorismo e tortura; ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, bem como não será concedida fiança aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida; em caso de prisão civil e militar
96) Caso esteja presente um dos motivos que autorizam a decretação de prisão preventiva, será cabível a liberdade provisória?
De modo a emprestar coesão ao sistema, caso esteja presente um dos motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, não será cabível a concessão de liberdade provisória com fiança (CPP, art. 324, IV). Assim, ao ser comunicado da prisão em flagrante, quando presentes os requisitos constantesdos arts. 312 e 313 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão, deverá o magistrado, fundamentadamente, converter a prisão em flagrante em preventiva (CPP, art. 310, II).
97) Uma vez concedida a liberdade provisória com fiança, o afiançado deverá assumir deveres (arts. 327 e 328 do CPP)? Se sim, quais?
Uma vez concedida a liberdade provisória com fiança, deverá o afiançado assumir os seguintes deveres (CPP, arts. 327, 328):
1) Comparecimento perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento, reputando-se quebrada a fiança em caso de não comparecimento;
2) O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado;
3) Se o réu praticar nova infração penal dolosa, julgar-se-á quebrada a fiança.
98) Quando uma fiança reputar-se-á quebrada?
Reputa-se quebrada a fiança quando o acusado:
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;
II — deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo. Ex: quando apresenta atestados falsos visando à redesignação de atos processuais;
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V — praticar nova infração penal dolosa;
VI- bem como, o descumprimento dos deveres processuais previstos nos arts. 327 e 328 do CPP.
99) Quem poderá determinar o quebramento da fiança?
O quebramento da fiança só pode ser determinado pela autoridade judiciária, haja vista dispor o art. 581, inciso VII, do CPP, que cabe recurso em sentido estrito em face da decisão que o decretar, obviamente referindo-se o capta do art. 581 à decisão do magistrado. Antes de decretar o quebramento, é plenamente possível que o juiz intime a parte para que possa se justificar, nos termos do art. 282, §3°, do CPP.
100) Quais são as consequências do quebramento injustificada da fiança?
a) perda de metade do valor caucionado;
b) imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva;
c) impossibilidade, naquele mesmo processo, de nova prestação de fiança (art. 324, I, CPP).
101) O que se entende por perda da fiança?
Transitada em julgado a sentença condenatória, não pode o condenado frustrar a efetivação da punição, esquivando-se da apresentação à prisão, ou evadindo-se para não ser encontrado pelo oficial ou outra autoridade encarregada de levá-lo ao cárcere. Se o fizer, a fiança será julgada perdida. Com a nova redação do art. 344, fica evidente que a perda irá ocorrer quando o acusado, condenado irrecorrivelmente, não se apresentar para o início do cumprimento da pena, aí incluída qualquer espécie: privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa.
102) O que se entende por cassação da fiança?
A fiança deverá ser cassada em qualquer fase do processo nas seguintes hipóteses:
a) quando for concedida por equívoco (CPP, art. 338). Ex: suponha-se que a autoridade policial conceda fiança em relação a delito com pena máxima superior a 4 (quatro) anos.
b) quando ocorrer uma inovação na tipificação do delito, reconhecendo-se a existência de infração inafiançável (art. 339, CPP).
c) se houver aditamento da denúncia, acarretando a inviabilidade de concessão de fiança.
103) O que se entende por reforço da fiança?
De acordo com o art. 340 do CPP, cuja redação não foi modificada pela Lei n° 12.403/11, será exigido o reforço da fiança:
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II — quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito.
Caso não haja o reforço da fiança, a fiança será considerada sem efeito e o réu poderá ser recolhido à prisão, desde que presentes os pressupostos que autorizam a prisão preventiva (CPP, arts. 312 e 313).
104) O que se entende por fiança sem efeito (inidoneidade da fiança)?
É aquela não reforçada.
105) É possível dispensa da fiança? Explique.
O art. 350 do CPP, com redação determinada pela Lei n° 12.403/11, dispõe que, nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações dos artigos 327 e 328 do CPP e a outras medidas cautelares, se for o caso. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, desde que presentes os pressupostos e requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP. A dispensa da fiança não é uma discricionariedade do magistrado, mas sim direito do beneficiário.
106) É possível a conversão da liberdade provisória com fiança em liberdade provisória sem fiança?
 Se o indiciado já estiver em liberdade mediante fiança, nada impede que solicite ao juiz sua conversão em liberdade provisória sem fiança, nos termos do art. 310, parágrafo único, do CPP.
Exemplo: 
Suponha-se que, por ocasião da lavratura de auto de prisão em flagrante em relação à infração penal com pena máxima não superior a 4 (quatro) anos, a autoridade policial tenha concedido fiança ao agente. Todavia, como a conduta delituosa fora praticada sob o amparo de excludente da ilicitude, é bem mais vantajoso que o agente pleiteie ao juiz a concessão da liberdade provisória sem fiança do art. 310, parágrafo único, do CPP. Seria desarrazoado permitir que esse agente continuasse a suportar os ônus da fiança e as vicissitudes por que ela passa: quebramento, cassação, inidoneidade. Nesse caso, como a autoridade policial não pode conceder a liberdade provisória sem fiança do art. 310, parágrafo único, do CPP, é possível que o agente peça ao magistrado a conversão de sua liberdade provisória. Em tal hipótese, o valor da fiança deve ser restituído a quem a prestou, e o indiciado, ou acusado, ficará, apenas, obrigado a comparecer a todos os atos do processo, assinando, nesse sentido, o respectivo termo, que será juntado aos autos.
107) A quem se destina a fiança?
Se o réu for condenado e se apresentar para cumprir a pena imposta, ser-lhe-á devolvido o valor dado em garantia, atualizado, abatendo-se o valor das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa (restituição parcial). Se absolvido, o valor que a constitui será restituído sem desconto, devidamente atualizado. Declarada extinta a punibilidade, perderá a fiança seu objetivo, impondo-se a restituição dos valores dados a título de caução. No entanto, se a extinção da punibilidade se der em virtude da prescrição da pretensão executória, não há falar em restituição, como deixa entrever o art. 337, c/c art. 336, parágrafo único, do CPP.
108) Como procede a execução da fiança?
Com o advento do trânsito em julgado da sentença condenatória, os bens dados em garantia devem ser convertidos em dinheiro, para propiciar o pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e quitar eventual multa (CPP, art. 336, caput). Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. Lado outro, se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
109) O que se entende por uma liberdade provisória obrigatória?
Cuida-se de direito incondicional do acusado, não lhe podendo ser negado em hipótese alguma. Nas hipóteses previstas no artigo 321, do CPP, in verbis:
Art. 321. Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto, independentemente de fiança:
I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominadapena privativa de liberdade;
II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente cominada, não exceder a três meses.
110- Inúmeros dispositivos constitucionais e legais vedam a liberdade provisória, ora com e sem fiança, ora apenas com fiança: 
a) o art. 31 da Lei n° 7.492/86 veda a concessão de liberdade provisória com fiança aos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional;
b) a prática do racismo, previsto na Lei n° 7.716/89, constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão (CF, art. 5o, LXII, c/c art. 323, I, do CPP); 
c) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem (CF, art. 5o, XLIII, c/c art. 323, II, do CPP); 
d) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, com moldura na Lei n° 7.170/83, que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, constitui crime inafiançável e imprescritível (CF, art. 5o, XLIV, c/c art. 323, III, do CPP); 
e) o art. 2o, inciso II, da Lei n° 8.072/90, em sua redação original, vedava a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, aos crimes hediondos e equiparados. Posteriormente, a lei dos crimes hediondos foi alterada pela Lei n° 11.464/07, passando a vedar tão somente a concessão de liberdade provisória com fiança (art. 2o, inciso II, da Lei n° 8.072/90); 
f) o art. 7o da revogada Lei n° 9.034/95 vedava a concessão de liberdade provisória com ou sem fiança aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa: a propósito, a nova Lei das Organizações Criminosas (Lei n° 12.850/13) não traz nenhum dispositivo expresso quanto à vedação da liberdade provisória; 
g) o art. Io, §6°, da Lei n° 9.455/97, veda a concessão de liberdade provisória com fiança ao crime de tortura; 
h) o art. 3o da Lei n° 9.613/98, em sua redação original, vedava a concessão de liberdade provisória com e sem fiança aos crimes de lavagem de capitais. Ocorre que a Lei n° 12.683/12, com vigência em 10 de julho de 2012, revogou o art. 3o da Lei n° 9.13/98. Logo, referido delito passa a admitir, em tese, a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada ou não com as medidas cautelares diversas da prisão (v.g., suspensão do exercício de atividade de natureza econômica ou financeira);
  i) os arts. 14, parágrafo único, 15, parágrafo único, e 21, todos da Lei n° 10.826/03, vedavam a concessão de liberdade provisória em relação a certos crimes previstos no Estatuto do Desarmamento;499
  j) o art. 44, caput, da Lei n° 11.343/06 veda a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, aos crimes previstos nos arts. 33, caput, e §1°, e 34 a 37 da referida lei.500
111- Com o advento da Lei 11.464/2007, que alterou a redação do art. 2º, II, da Lei 8.072/90, tornou-se possível a concessão de liberdade provisória aos crimes hediondos ou equiparados, nas hipóteses em que ausentes os fundamentos previstos no art. 312 do CPP. Tendo em conta esse entendimento, bem como verificada a falta de motivação idônea para a prisão do paciente, a Turma conheceu, em parte, de habeas corpus e, na parte de que conheceu, deferiu-o para determinar que seja expedido alvará de soltura em favor do paciente, salvo se por outro motivo deva permanecer custodiado.
112- Nesta espécie de liberdade provisória, o acusado é posto em liberdade, porém fica vinculado a certos deveres processuais. A depender do caso, pode ser concedida com ou sem fiança.
Hipóteses :
a) liberdade provisória do art. 350, caput, do CPP: o crime é afiançável, porém, por se tratar de acusado pobre, o juiz concede a ele liberdade provisória sem fiança, sujeitando-o ao cumprimento das seguintes obrigações: 1) comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento; 2) o acusado afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade pro- cessante; 3) o acusado afiançado não poderá ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado;
b) liberdade provisória com fiança (arts. 322 a 349): o acusado fica sujeito às mesmas obrigações acima referidas (arts. 324, inciso I, 327 e 328, todos do CPP); 
c) liberdade provisória sem fiança do art. 310, parágrafo único do CPP, com redaçáo determinada pela Lei n° 12.403/11: se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições dos incisos I, II e III do art. 23 do Código Penal, poderá conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. Perceba-se que, nesse caso, e diversamente das hipóteses acima citadas, a vinculação do agente é bem menor, pois se sujeita apenas a comparecer a todos os atos processuais. 
d) liberdade provisória cumulada com uma ou mais das medidas cautelares diversas da prisão: por força das alterações produzidas pela Lei n° 12.403/11, a liberdade provisória não é mais apenas uma medida de contracautela, podendo ser também adotada como providência cautelar autônoma, com a imposição de uma ou mais das medidas cautelares diversas da prisão elencadas no art. 319 do CPP. A nova redação do art. 321 do CPP confirma que, doravante, deverá o juiz conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código, quando considerar que tais medidas são suficientes para produzir o mesmo resultado que a prisão preventiva, porém com menor lesividade à liberdade de locomoção do agente.

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