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Relatório de teorias de desenvolvimento e aprendizagem


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO PEDAGOGIA
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO
RELATÓRIO DE TEORIAS 
BELÉM/PA
2021
Jean Piaget - Epistemologia Genética
Sua teoria teve base no desenvolvimento natural da criança. O crescimento cognitivo da criança se dá por meio do processo de adaptação (interação com o mundo): assimilação (reconhecer o que é familiar) e acomodação (modificar os conhecimentos prévios), dois processos que nos permitem conhecer o mundo em todas as fases da vida. Equilibração (equilíbrio entre assimilação e acomodação).
O desenvolvimento cognitivo se dá através das seguintes etapas:
1º período: Sensório-motor- (0 a 2 anos) 
2º período: Pré-operatório- (2 a 7 anos) 
3º período: Operações concretas- (7 a 11 ou 12 anos) 
4º período: Operações formais- (11 ou 12 anos em diante)
Para Piaget, o desenvolvimento ocorre “antes” da aprendizagem. Uma das grandes contribuições de Piaget foi o raciocínio lógico matemático, fundamental na escola. Segundo ele, este conhecimento só pode ser ensinado dependendo da estrutura de conhecimento da criança. O professor desequilibra o esquema do aluno, para uma nova adaptação.
Ponto central: estrutura cognitiva do sujeito. As estruturas cognitivas mudam através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. Níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo.
Lev Vygotsky - O teórico do ensino como processo social
A teoria do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, dizia que a aprendizagem ocorre antes do desenvolvimento. A criança só se desenvolve porque aprende.
· Interação: aquilo que parece individual é resultado da relação com o outro.
· Internalização: Internalizar os conhecimentos do meio e fazer uma transformação pra si. 
· Mediação: as ferramentas que a criança tem acesso, culturais, artísticas, o professor, as atividades pedagógicas. de vir a ser.
· Zona de Desenvolvimento real: o indivíduo desempenha atividades sozinho. 
· Zona de Desenvolvimento proximal: desempenha atividades sozinhas ou com ajuda de alguém. (caminho para executar sozinha). 
· Zona de Desenvolvimento potencial: desempenha tarefas desde que seja ajudada por adultos ou indivíduo mais experiente.
· O professor Interfere na ZDP- Zona de Desenvolvimento Proximal, no que o aluno já sabe e o que ele precisa fazer com ajuda.
Desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado potencial para cada intervalo de idade (ZPD); o indivíduo deve estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo produz; o conhecimento surge primeiro no grupo, para só depois ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no relacionamento do aluno com o professor e com outros alunos.
Henri Wallon
Henri Wallon inovou ao colocar a afetividade como um dos aspectos centrais do desenvolvimento. O indivíduo é essencialmente emocional e gradualmente vai constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. Desenvolveu estágios como Piaget, porém foram cinco. Estágio impulsivo-emocional, sensório motor e projetivo, personalismo, categorial, puberdade e adolescência. Dizia que não é possível dissociar o biológico do social, e a construção do indivíduo se dá pelo conjunto: Cognitivo- Afetivo- Motor.
Diferentemente do que se pensa, o conceito afetividade não é sinônimo de carinho e amor. “Todo ser humano é afetado positiva e negativamente e reage a esses estímulos”. Wallon mostra que a afetividade é expressa de três maneiras de estímulos: por meio da emoção, do sentimento e da paixão. Para Wallon, “O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna”. O professor considera a história do aluno e as demandas sociais.
Freud - Psicanálise
A psicanálise ao estudar o aparelho psíquico do indivíduo, divide-o em regiões e instâncias: id, ego, e o superego. 
· Id: É a instância original da psique, é o componente biológico da personalidade. Contém tudo o que é psicologicamente herdado.
· Ego: Opera no nível da consciência, fazendo o indivíduo partir em busca da realização concreta do seu desejo.
(Ao nascer, o indivíduo é puro id e é puro inconsciente. Mediante o contato com a pressão da realidade, vai se estruturando e formando o ego).
· Superego: É o sensor das funções do ego e decide se algo é certo ou errado, de modo a garantir que uma pessoa aja em harmonia com os padrões sociais vigentes, é o árbitro moral internalizado, representa mais o ideal do que o real e tende mais a perfeição do que ao prazer;
A personalidade é composta desses 3 sistemas e o comportamento é resultante da interação entre eles. Cada um desses sistemas tem suas próprias funções, princípios operantes, dinamismos e mecanismos.
· Inconsciente: Refere-se aos impulsos instintivos (pulsões), representações reprimidas ou daquelas que nunca puderam chegar à consciência; as pulsões representam as necessidades do indivíduo (fome, sexo, curiosidade, etc.). O id é puramente inconsciente.
· Consciente: Tudo o que conhecemos é consciência; aplica-se a percepção do mundo objetivo; um conteúdo mental para ter acesso à consciência precisa ser um acontecimento perceptível.
· Pré-consciente: É o intermediário entre a inconsciência e a consciência, o ego liga-se ao sistema pré-consciente/consciente.
A parte visível da superfície representa a consciência, a parte maior representa o inconsciente. Nesta vasta região do inconsciente encontram-se os impulsos, as ideias e os sentimentos reprimidos. Coube a Freud o mérito da descoberta do nível inconsciente da personalidade. Freud postula a existência na sexualidade humana de impulsos presentes desde a infância, os chamados impulsos ou pulsões, que desempenham importante papel na educação.
Albert Bandura - Teoria Social Cognitiva
Foi desenvolvida por Albert Bandura na década de 1960; Conhecida como Teoria da Aprendizagem Observacional, depois foi nomeada Teoria da Aprendizagem Social. Bandura desenvolveu um conjunto de experiências, com o intuito de fundamentar a sua Teoria, pela ótica da aprendizagem social, Bandura afirma que os indivíduos aprendem a se comportar, desenvolver valores, formam crenças que constituem sua individualidade, desenvolvem senso de agência pessoal e coletiva.
· Descobriu que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos (Aprendizagem por Observação de um Modelo);
· Ocorre pelo que Bandura designa por modelação - que envolve a observação, a imitação e a integração. Em que a pessoa aprende um comportamento que passa a integrar o seu quadro de respostas. 
A aprendizagem social processa-se através da socialização, que decorre desde o nascimento até à morte do indivíduo.
REFERENCIAS
AZZI, R.G. Introdução à Teoria Social Cognitiva. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2012.
CARRARA, K. Introdução à psicologia da educação: seis abordagens. Avercamp, São Paulo,
2004.
GALVÃO, I. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Vozes, Petrópolis, RJ. 1995.
DE PÁDUA, Gelson Luiz Daldegan. A epistemologia genética de Jean Piaget. Revista FACEVV| 1o Semestre de, n. 2, p. 22-35, 2009.
TEIXEIRA, S.R.S.; BARCA, A. P. A. O professor na perspectiva de Vigotski: uma concepção para orientar a formação de professores. Revista de Educação, Ciência e Cultura, 2019.