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Processo Civil: 13/08/2020
Litisconsórcio:
1. Noções gerais: Em regra, nas ações judiciais há um autor no polo ativo e um réu no polo passivo.
Porém, é possível que haja pluralidade de partes, ou seja, mais de um autor no polo ativo da demanda e/ou mais de um réu no polo passivo na demanda. 
Dá-se a esse fenômeno o nome de litisconsórcio. Art. 113 CPC
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
(Segundo Greco Filho, há comunhão de direitos ou obrigações quando duas ou mais pessoas possuem o mesmo bem jurídico ou têm o dever da mesma prestação.)
II - Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
(Causa de pedir é o conjunto de fatos e direitos que fundamentam o pedido do autor em uma ação judicial. Por exemplo, quando um consumidor ajuizar ação para ser ressarcido pela compra de produto defeituoso, a causa de pedir envolverá o fato (compra de produto defeituoso) e o fundamento jurídico do pedido.) Ex: Quando ocorre um grande acidente em que varias vítimas do acidente podem optar podem ingressar com uma ação juntas com uma ação indenizatória ou podem cada uma individualmente propor a sua ação
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
· Haverá litisconsórcio se: 
1ª Houver comunhão de direitos ou obrigações (UM CASAL DEVE UM BANCO, AMBOS SÃO RESPONSAVEIS PELA RELAÇÃO OBRIGACIONAL)
2ª Se houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir
3ª Simples afinidade por pontos comuns em questões de fato ou de direito (AÇÃO COLETIVA OCORRE QUANDO O OBJETO DA DEMANDA É UM DIREITO OU INTERESSE COLETIVO)
No litisconsórcio o que importa são os sujeitos do processo. Se houver pluralidade de autores ou/e réus, há litisconsórcio. 
Já na ação coletiva o que importa é o objeto da ação, que neste caso deve ser um direito ou interesse coletivo. (patrimônio cultural, do meio ambiente e ações tomadas pela coletividade).
Nada impede que haja litisconsórcio numa ação coletiva.
2. Classificação:
a) Ativo, passivo e misto
Ativo: é aquele que ocorre quando há dois ou mais autores no polo ativo da demanda
Passivo: é aquele que ocorre quando há dois ou mais réus no polo passivo da demanda 
Misto: quando ocorre litisconsórcio ativo e passivo no mesmo processo
b) Inicial e Ulterior (ou incidental ou superveniente)
Inicial: quando o litisconsórcio existe desde a distribuição da petição inicial.
Ulterior: é o litisconsórcio que surge no curso da demanda.
Ex: Sucessão processual causa mortis
O litisconsórcio no Brasil pela regra é o inicial, então quando o autor forma o litisconsórcio, esse litisconsórcio é chamado de inicial e ele é a regra no Brasil, portando a regra é processo começa já com litisconsórcio formado, não se admite portanto o litisconsórcio formado no curso do processo, ou seja, depois que o processo já começou.
No ulterior é aquele litisconsórcio formado no curso do processo, ele é proibido no brasil para preservar o princípio de juiz natural que diz que as partes não podem escolher o juiz da causa, o juiz vai ser escolhido por regras de competência, regras essas que já estão previstas na lei, a parte portanto não vai poder escolher o juiz.
Só poderá ter ulterior se tiver sucessão processual (Art.110 CPC) 
Sérgio entra com uma ação contra Pedro, eu Sérgio é o autor e Pedro o réu, no meio do processo o Pedro morreu, como ele morreu, os filhos dele vem para sucedê-lo no processo, vai acontecer o fenômeno chamado sucessão processual, uma parte sai e outra entra, no caso os dois filhos de Pedro irão suceder no adentro do processo, nesse caso Sérgio continua sendo autor e os dois filhos se tornam réus, como esse litisconsórcio foi formado no curso do processo, chamamos isso de ulterior.
Como segunda hipótese teremos a conexão de ações (Art. 55 e 58 do CPC).
O processo começa de forma separada, mas como teremos conexões de ações, nós teremos reunião de ações para audiência em conjunto
E a intervenção de terceiros no processo, exemplo da seguradora do carro.
c) Litisconsórcio facultativo e necessário: 
Facultativo: É o litisconsórcio que não é obrigatório, ou seja, ele é uma faculdade do autor, que opta pelo litisconsórcio ou não, ela pode ingressar a demanda sozinha, ou ele pode ingressar com a demanda em face de um único réu.
Necessário: É aquele que é obrigatório, ou seja, as partes devem litigar em conjunto no pelo passivo da demanda, ele pode ser obrigatório por força de lei, a lei determina que os vários réus devem estar obrigatoriamente no polo passivo da demanda, ou pelo fato que a própria relação jurídica de direito material é indivisível
O litisconsórcio facultativo se divide em recusável e irrecusável
Litisconsórcio facultativo recusável: ocorre nas hipóteses de litisconsórcio multitudinário.
Litisconsórcio multitudinária: de acordo com a jurisprudência, é possível, no máximo, 5 autores e 5 réus na demanda. Mais do que isso o litisconsórcio se torna multitudinário e pode ser recusado tanto de ofício pelo juiz ou a requerimento do réu.
O objetivo do desmembramento é não comprometer a rápida solução do litígio e nem dificultar o exercício do direito de defesa.
Quando, então, houver mais de 5 pessoas num dos polos da demanda, o juiz vai determinar o desmembramento do processo e as partes serão intimadas quando o desmembramento tiver sido efetuado, voltando a correr do zero o prazo que foi interrompido para a realização do desmembramento.
A hipótese de desmembramento do litisconsórcio multitudinário consta no art. 113, §1º, do CPC/15, que assim dispõe: "O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença". 
Em contrapartida, o litisconsórcio facultativo se torna irrecusável quando não for multitudinário:
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
1º Por força de lei (Ex.: inventário, usucapião...).
2º Porque a relação jurídica de direito material é indivisível (Ex.: ação de dissolução de condomínio)
Negócio jurídico processual: Alguns doutrinadores defendem a possibilidade de formação de litisconsórcio necessário em virtude de um negócio jurídico processual atípico (art. 190, CPC).
O negócio jurídico processual é uma avença firmado entre as partes sobre regras de procedimento. 
O negócio jurídico processual pode ser anterior ao processo ou pode ser celebrado no curso do processo.
Existem dois tipos de negócio jurídico processual: o típico (que são hipóteses previstas em lei) e o atípico (que não tem previsão legal, mas está autorizado pela cláusula geral de negociação prevista no art. 190, CPC)
O CPC/15 resgata uma teoria chamada agora pela doutrina de "teoria do neoprivatismo processual"
Essa teoria é uma tentativa de resgatar o protagonismo das partes no processo, protagonismo este que em grande parte ficou com o juiz no CPC/73
d) Litisconsórcio simples e unitário
Litisconsórcio simples: é aquele em que a decisão pode ser diferente para cada um dos litisconsortes.
Pedro entra com uma ação que pede uma indenização contra duas empresas e eu peço indenização por danos morais, nesse processo tenho duas possibilidades, o juiz condena a pessoa X a me pagar a indenização a título de danos morais, mas o juiz isenta a pessoa jurídica Y do pagamento.Litisconsórcio unitário: é aquele em que a decisão tem que ser a mesma para todos os litisconsortes 
O litisconsórcio será unitário sempre que a relação jurídica de direito material for indivisível.
EX: Ação anulatória de casamento, ação para anulação de concurso público.
Processo civil 20/08/2020
Existe litisconsórcio facultativo unitário?
Existe litisconsórcio necessário ativo?
Doutrina majoritária: Não existe litisconsórcio necessário ativo, pois haveria, do contrário, violação ao direito de ação, previsto no art. 5º, inciso XXXV, CF
Existe facultativo unitário? Para a corrente majoritária sim. E ele ocorrerá no polo ativo da demanda, sempre que a relação de direito material for indivisível. Caso em que ele será facultativo, para não violar o direito de ação daquele que pretende ingressar em juízo e unitário, pq se houver a formação do litisconsórcio, a decisão terá que ser a mesma para todos
Solução doutrinária e jurisprudencial para o problema: haverá a intimação do cônjuge ou da pessoa que se recusou a ingressar na demanda.
Uma vez intimado, o cônjuge ou a pessoa terá 3 opções:
1ª Pode optar por ingressar ao lado do autor no polo ativo da demanda (caso em que haverá um litisconsórcio facultativo, unitário, ativo e ulterior).
2ª Pode optar por ingressar ao lado do réu no polo passivo da demanda (litisconsórcio facultativo, simples, passivo e ulterior).
3ª Permanece inerte, ou seja, não ingressa nem como autor e nem como réu. Nesse caso, o autor passa a atuar como seu substituto processual (hipótese de legitimação extraordinária).
Parte da jurisprudência e da doutrina entendem ser o caso de citar o cônjuge ou a pessoa para ingressar como réu no polo passivo. Nesse caso, se ficar inerte, será considerado revel.
Regime de tratamento dos litisconsortes:
1º No litisconsórcio simples, nem os atos prejudiciais (condutas determinantes) de um litisconsorte prejudicarão o outro e nem os atos benéficos (condutas alternativas) de um litisconsorte beneficiarão o outro.
Ex: Confissão, recorrimento para a instancia superior
2º No litisconsórcio unitário, os atos prejudiciais (condutas determinantes) de um litisconsorte não prejudicarão o outro, mas, por necessidade de tratamento uniforme, os atos benéficos (condutas alternativas) de um litisconsorte beneficiarão o outro.
Art. 117, CPC
OBS: a doutrina entende que o ato prejudicial de um litisconsorte será considerado ineficaz se vier a prejudicar o outro nas hipóteses de litisconsórcio unitário
Acaba prejudicando sim, porque no exemplo citado da venda do apartamento, uma queria vender e a outra não.
3° Intervenção "iussu iudicis"
Quando ocorrerá a intervenção "iussu iudicis"?
Ocorrerá nas hipóteses de litisconsórcio necessário passivo, se o autor deixar de citar quaisquer dos litisconsortes ou nas hipóteses de litisconsórcio facultativo unitário ativo
O que acontecerá se o juiz não verificar a ausência de um litisconsorte necessário e proferir sentença?
Art. 115, I e II, CPC
Se for litisconsórcio necessário e simples: a sentença será ineficaz em relação ao litisconsorte que não foi citado (para o ausente)
Se o litisconsórcio for necessário e unitário, a decisão será inválida para todos 
4° Querela nulitatis: é uma ação imprescritível que tem objetivo alegar ausência ou invalidade de citação desde que o réu tenha permanecido revel (art. 525, §1º, I, CPC)
Intervenção de terceiros
1. Noções gerais.
· Terceiro é aquele que não é parte.
· Na intervenção de terceiro, o terceiro ingressa no processo e ao fazê-lo assumir a posição de parte.
· O terceiro deve demonstrar que aquela sentença proferida entre as partes do processo ela vai atingir sua esfera jurídica ou patrimonial
2. Classificação:
a) Espontânea ou provocada
Será espontânea quando o terceiro pedir para ingressar no processo
Será provocada quando qualquer das partes solicitar ou provocar a intervenção do terceiro.
Em regra, ele possui dois poderes no processo: dar parecer por escrito no prazo de 15 dias a contar da intimação para tanto; ele também pode participar de audiências públicas.
Além de oferecer parecer e participar de audiências públicas, o amicus curiae pode praticar outros atos processuais?
Sim, desde que autorizado pelo juiz ou relator 
b) "Ad coadiuvandum" ou "ad excludendum"
"ad coadiuvandum": quando o terceiro ingressa no processo a fim de auxiliar uma das partes
"ad excludendum": quando o terceiro ingressa no processo a fim de excluir uma ou ambas as partes
São 5 as modalidades de intervenção de terceiros prevista no CPC:
1ª Assistência 
Art. 119, CPC
O assistente é o terceiro que ingressa no processo a fim de auxiliar uma das partes a obter sentença favorável.
Para que o terceiro ingresse na qualidade de assistente, ele deve demonstrar que possui interesse jurídico
Interesse jurídico: está no fato da esfera de direitos e obrigações da pessoa ser atingida por aquela decisão judicial
Assistente: terceiro
Assistido: é a parte (autor ou réu) que será auxiliado pelo terceiro
O assistente pode ingressar no processo a qualquer tempo ou em qualquer grau de jurisdição.
Admite-se a assistência no procedimento comum e nos procedimentos especiais. Não se admite a assistência no procedimento sumaríssimo do Juizado Especial.
O STJ entende que não se admite assistência na execução, pq isso violaria o art. 119, CPC que diz que o assistente deve auxiliar o assistido a obter uma sentença favorável. Segundo o STJ, não há que se falar em sentença favorável ou desfavorável na execução, já que o propósito é apenas receber o crédito do exequente.
2ª Chamamento ao processo
O objetivo é constituir um título executivo contra o coobrigado, se uma pessoa pagar a integralidade de uma dívida, essa sentença será um título executo e terá um poder para obrigar os coobrigados a cota parte.
3ª Denunciação da lide
É uma das formas mais utilizadas na prática a denunciação da lide serve para garantir o direito a regresso dentro de um mesmo progresso.
Quando uma pessoa sofre um determinado prejuízo contra uma pessoa, ou seja, quem sofreu o prejuízo deve ser ressarcido pelo prejuízo por uma outra pessoa.
4ª Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Medida Provisória nº 881, de 2019).
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividadeeconômica específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
CDC - Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração
Artigo 34 da Lei nº 12.529 de 30 de novembro de 2011
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
CTN - Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966
Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Cl nº 104, de 2001)
 
Viola o patrimônio da PJ, porque o patrimônio da PN foi transferido para o patrimônio da PJ.
Antes de se agredir o patrimônio da PN ou PJ, precisaremos a esse 3° o exercício regular do contraditório 
Nos Juizados Especiais admite-se apenas o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, em virtude da celeridade processual.
5ª Amicus curiae (amigo da corte)
1. Noções gerais:
Art. 927, §2º, CPC
São pessoas, órgãos ou entidades que tenham interesse ou conhecimento técnico ou científico sobre a controvérsia e ingressam no processo a fim de auxiliar o juízo a proferir uma decisão judicial mais justa e acertada. Ou seja, o amicus curiae contribui com os seus conhecimentos para a formação de uma tese jurídica que, a depender do caso, dará origem a um precedente obrigatório.
Geralmente o amicus curiae atua em causas que tenham repercussão social da controvérsia.
2. Procedimento 
O amicus curiae pode ingressar no processo de três formas distintas:
- A requerimento do próprio amicus curiae
- A requerimento de qualquer das partes
- Por determinação do juiz, de ofício
O juiz ou o relator é que autorizará ou não o ingresso do amicus curiae
A decisão que autoriza o ingresso do amicus curiae é irrecorrível
A contrário senso, é possível recorrer da decisão que não permite o seu ingresso
Quais são os poderes conferidos ao amicus curiae?
Em regra, ele possui dois poderes no processo: dar parecer por escrito no prazo de 15 dias a contar da intimação para tanto; ele também pode participar de audiências públicas
Além de oferecer parecer e participar de audiências públicas, o amicus curiae pode praticar outros atos processuais?
Sim, desde que autorizado pelo juiz ou relator 
O amicus curiae pode recorrer por meio de embargos de declaração (a fim de sanar omissão, obscuridade, contradição ou erro material na decisão que apreciou ou deixou de apreciar o seu parecer) e cabe recurso contra o acórdão do Tribunal proferido em IRDR (incidente de resolução de demandas repetitivas)
O FPPC entende que por analogia, como a finalidade é a mesma, o amicus curiae também poderia recorrer contra o acórdão proferido no IAC (incidente de assunção de competência)
FPPC (fórum permanente de processualistas civis)
O amicus curiae precisa contratar advogado?
Depende. Só vai precisar de advogado para praticar atos restritos à advocacia. Então, p. ex., vai precisar de advogado pra participar de audiência, pra recorrer..., mas não precisaria de advogado para oferecer parecer
OBS: a melhor doutrina vem entendendo que além das 5 hipóteses de intervenção de terceiros previstas no CPC, o recurso do terceiro prejudicado (art. 996, CPC) também seria modalidade de intervenção de terceiro
O terceiro recorrente é aquele que poderia ter ingressado no processo como litisconsorte ou como assistente, mas não o fez. E agora pretende entrar para recorrer, pq possui interesse jurídico na causa e sofreu prejuízo com a decisão.
Outra OBS: existe uma modalidade de intervenção de terceiro, chamada de "intervenção anômala" que não está prevista no CPC, mas que consiste na possibilidade de a União ingressar em processos nos quais demonstre possuir interesse econômico.
27/08/2020
Existem dois tipos de assistência:
a) Assistência simples ou adesiva: o assistente não é titular da relação jurídica discutida e também não tem relação jurídica com o adversário do assistido.
b) Assistência litisconsorcial: o assistente é titular da relação jurídica discutida e tem relação jurídica com o adversário do assistido
3. Efeitos da assistência:
a) Na assistência litisconsorcial: art. 124, CPC
Segue-se o regime de tratamento dos litisconsortes
Se entre assistente e assistido houver um litisconsórcio simples, nem os atos benéficos e nem os atos prejudiciais de um beneficiarão ou prejudicarão o outro.
Se entre assistente e assistido houver um litisconsórcio unitário, os atos prejudiciais de um não prejudicarão o outro, mas os atos benéficos de um, por necessidade de decisão uniforme, beneficiarão o outro
c) Na assistência simples ou adesiva: Arts. 121 a 123, CPC
- O assistente quando ingressa no processo assume a condição de parte e como tal terá os mesmos poderes, faculdades ou ônus do assistido
- O assistente quando ingressa no processo assume a condição de parte e como tal terá os mesmos poderes, faculdades ou ônus do assistido
O assistente simples é parte no processo, mas não é parte no litígio (diferente do assistente litisconsorcial que é parte no processo e no litígio)
- O assistente simples, por não ser titular da relação jurídica discutida, não pode impedir o assistido de praticar atos de disposição do direito
Art. 122, CPC
O assistente simples pode recorrer da decisão judicial? Art. 121, caput c/c art. 122, CPC
O assistente simples só pode recorrer se o assistido de forma expressa ou tácita não o impedir.
O assistente litisconsorcial pode recorrer ainda que o assistido não queira, já que aquele é titular da relação jurídica discutida
O assistente atuará como substituto processual do assistido se este se mantiver omisso (em se tratando de assistido-autor) ou se permanecer revel (em se tratando de assistido-réu)
Substituição processual = legitimação extraordinária (ou seja, atuar em nome própria na defesa de interesse alheio)
O assistente pode ingressar com uma demanda regressiva, buscando indenização por perdas e danos contra o assistido se se sentiu lesado em virtude do fato do assistido por dolo ou culpa ter deixado de apresentar uma prova ou uma alegação capaz de influir na sentença do juiz, ou se o assistente pegou o processo num estágio tão evoluído que não conseguiu apresentar provas ou alegações capazes de influenciar na decisão judicial
3. Procedimento
Art. 120, CPC
O assistente por petição demonstrará que possui interesse jurídico em intervir na demanda a fim de auxiliar uma das partes. O juiz, de plano, analisará o pedido e, se for o caso, rejeitá-lo-á de imediato (se entender ser o caso de rejeição liminar). 
Do contrário, abrirá vista para as partes se manifestarem em 15 dias. 
Se as partes impugnarem, alegando que o terceiro não possui interesse jurídico, o juiz, sem suspender o processo, decidirá o incidente. 
Se as partes não impugnarem, o juiz autoriza o ingresso do terceiro como assistente. 
Da decisão do juiz caberá um recursochamado agravo de instrumento.
Chamamento ao processo:
1. Noções gerais:
Arts. 130 a 132, CPC
Chamante: réu originário 
Chamado: é o terceiro 
Chamamento ao processo é a modalidade de intervenção de terceiros através da qual o réu chama ao processo o terceiro corresponsável ou responsável principal pelo pagamento da dívida, de forma que todos eles respondem pelo débito perante o autor.
O terceiro ingressa no processo na qualidade de réu, formando com o chamante (que é o réu originário) uma situação de litisconsórcio passivo.
O objetivo do chamamento ao processo é a obtenção de uma sentença (título executivo judicial) que condene todos os responsáveis ou corresponsáveis pelo pagamento da dívida, de forma que aquele que pagar ao autor, poderá regredir na mesma execução contra os demais.
O chamamento ao processo é sempre uma faculdade do réu, que só chama o terceiro ao processo se ele quiser.
Somente o réu pode realizar o chamamento ao processo. Ou seja, não existe chamamento ao processo feito pelo autor. 
O chamamento ao processo é sempre uma faculdade do réu, que só chama o terceiro ao processo se ele quiser.
Somente o réu pode realizar o chamamento ao processo. Ou seja, não existe chamamento ao processo feito pelo autor.
O terceiro não tem opção de aceitar ou não o chamamento. Uma vez chamado, ele necessariamente passará a integrar o polo passivo na qualidade de réu.
Entre o chama-te e o chamado se formará um litisconsórcio ulterior, passivo, facultativo e simples.
2. Hipóteses de cabimento 
Art. 130, CPC
1ª O fiador (réu originário) que chama o afiançado (inquilino) ao processo. 
Caso o fiador pague a dívida, ele poderá regredir cobrando o total do devedor principal (que é o afiançado/inquilino)
Isso poderá ser feito nos autos da própria execução em que o fiador pagou a dívida ao locador/autor da ação.
2ª Se um fiador for demandado, ele pode chamar ao processo os cofiadores, de forma que todos respondam pela dívida perante o locador/autor da ação. Aquele que pagar, poderá regredir cobrando dos demais a quota-parte de cada um.
3ª Quando o devedor demandado chama os demais devedores solidários pelo pagamento da dívida
Nesse caso, o objetivo é obter uma sentença que condene todos os devedores solidários pela dívida, de forma que aquele que pagar poderá cobrar a quota-parte dos demais nos autos da própria execução. 
Art. 132, CPC.
3. Procedimento: art. 131, CPC
A denunciação da lide gera uma ampliação objetiva do processo, porque se amplia o objeto/pedido da demanda. Além do pedido formulado pelo autor em face do réu, haverá também o pedido formulado pelo denunciante em face do denunciado.
Além disso, amplia também subjetivamente o processo, já que traz um terceiro para o processo, que é o denunciado.
A denunciação da lide é uma demanda regressiva porque o seu objetivo é o de permitir que o denunciante regrida contra o denunciado no mesmo processo, ou seja, cobre do denunciado aquilo que foi condenado a pagar.
Por que a denunciação da lide é uma demanda antecipada e eventual?
Porque quando o denunciante promove a denunciação da lide (na Inicial ou na contestação), ele ainda não foi condenado a pagar nada a ninguém, logo, ele denuncia o terceiro à lide, para a eventualidade de ser derrotado e ter que pagar à parte contrária o valor da condenação.
A denunciação da lide é uma demanda antecipada, pq no momento em que ela é proposta o denunciante não possui interesse processual (necessidade), ou seja, falta-lhe uma das condições da ação.
Em princípio, se falta uma das condições da ação, a demanda deveria ser extinta sem resolução de mérito. No entanto, estamos diante de uma exceção, na qual a lei, excepcionalmente, autoriza o processamento de uma ação sem que haja num primeiro momento interesse processual.
O interesse processual só será apreciado quando da prolação da sentença. E só haverá interesse processual, se o denunciante sucumbir na ação principal, caso em que o juiz passará a apreciar a denunciação da lide. Do contrário, se o denunciante sair vitorioso, a denunciação da lide não será apreciada por falta de interesse processual. 
2. Facultatividade da denunciação da lide
A denunciação da lide é sempre facultativa, ou seja, o denunciante não está obrigado a promover a denunciação da lide. Se ele preferir, pode aguardar o trânsito em julgado da decisão e o pagamento da indenização para, só após, regredir sobre o terceiro por meio de ação autônoma. 
A denunciação da lide é sempre facultativa, pois ninguém está obrigado a exercer o direito de ação e nem pode ser impedido de fazê-lo posteriormente. 
3. Hipóteses de cabimento:
a) Denunciação da lide para exercer direitos resultantes da evicção 
Art. 125, inciso I, CPC
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
A evicção é a perda judicial da coisa
Evicto: é aquele que perde o bem por decisão judicial
Evictor: é o vencedor, ou seja, é aquele que tem o direito sobre o bem reconhecido por decisão judicial
Alienante: é aquele que vendeu bem
Admite-se uma única denunciação sucessiva, nos termos do art. 125, §2º, CPC.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma
No mais, se houver necessidade de outra denunciação, terá que ser feita por meio de ação autônoma.
Não se admite denunciação da lide "per saltum" e nem denunciação coletiva, pq não é possível litigar contra pessoa em relação a qual o denunciante não possui nenhuma relação jurídica. Nesse caso, os denunciados seriam parte ilegítima para figurar no polo passivo da denunciação da lide.
Denunciação coletiva: seria o denunciante denunciar à lide todos os alienantes da cadeia dominial ao mesmo tempo (incluindo todos como litisconsortes no polo passivo da denunciação da lide)
Denunciação per saltum: seria a possibilidade, que não se admite, de o denunciante pular o alienante imediato e denunciar diretamente os seus antecessores.
b) Denunciação da lide para garantir direito de regresso em virtude de lei ou contrato 
Ocorre quando o denunciante tem com o denunciado um contrato que lhe permite buscar o direito de regresso ou então o direito de regresso é assegurado pela própria lei 
Art. 125, inciso II, CPC
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
1ª Corrente (restritiva - Vicente Greco Filho): Não se admite denunciação da lide quando for necessário trazer ao processo fundamento jurídico novo (como, por exemplo, a apreciação de dolo ou culpa). Isso porque haveria um aumento significativo da carga probatória, o que acabaria por violar a economia e celeridade processual.
2ª Corrente (ampliativa - Barbosa Moreira): admite-se denunciação da lide que traga ao processo fundamento jurídico novo. Isso porque onde a lei não restringiu não cabe ao intérprete fazê-lo.
3. Procedimento:
Tanto ou autor quanto o réu pode denunciar a lide o terceiro.
Quando a denunciação da lide é feita pelo autor, será elaborada na própria petição inicial (arts. 126 e 127, CPC).
O denunciado será citado para contestar a denunciação da lide e complementar a petição inicial com os argumentos e provas que entender necessárias para auxiliar o autor a vencer a demanda.
Só depois é que o réu será citado para contestar a inicial já aditada pelo denunciado.
Para o CPC, o denunciante e o denunciado, em relação à parte contrária, serão considerados litisconsortes.
Se a denunciação da lide for feita pelo réu, será elaborada na própria contestação. 
Art. 128, CPC
Caso o denunciado conteste a ação principal, esta seguirá tendo em litisconsórciodenunciante e denunciado
Se o denunciado permanecer revel, o denunciante pode reconhecer a procedência do pedido do autor e prosseguir contra o denunciado buscando o direito de regresso
Se o denunciado confessar os fatos objeto da ação principal, o denunciante tem duas opções: pode prosseguir na ação principal (já que os atos prejudiciais de um litisconsorte não prejudicarão o outro) ou pode aderir à confissão e seguir apenas buscando o regresso por meio da denunciação da lide.
No CPC/73, o autor, se fosse vencedor, teria que cobrar a condenação do réu (denunciante) e este, tendo efetuado o pagamento poderia regredir sobre o denunciado.
O CPC/15 inovou, permitindo que dentro dos limites da condenação, o autor execute o valor devido diretamente contra o denunciante ou contra o denunciado.
Art. 128, parágrafo único, CPC
Se o denunciante for vencedor, não haverá interesse processual (necessidade) para julgamento da denunciação da lide. 
Se o denunciante for vencido, o juiz julgará a denunciação da lide. 
Se o denunciante for vencedor, não haverá interesse processual (necessidade) para julgamento da denunciação da lide. 
Se o denunciante for vencido, o juiz julgará a denunciação da lide. 
Ação principal e denunciação da lide serão julgadas na mesma sentença. 
Situação jurídica do denunciado em relação ao adversário do denunciante na ação principal:
Para o CPC, haveria litisconsórcio.
Para o Cândido Dinamarco, haveria assistência litisconsorcial
Para Nelson Nery Jr, seria assistência simples
Para Fredie Didier Jr., há legitimação extraordinária autônoma
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica:
1. Noções gerais: é uma modalidade de intervenção de terceiros prevista no art. 133 e seguintes do CPC
Aplica-se o incidente de desconsideração da personalidade jurídica em todas as hipóteses em que a lei autoriza essa desconsideração.
- Teoria maior da desconsideração da p. j. (art. 50, CC)
Está caracterizada pelo abuso da personalidade jurídica, havendo confusão patrimonial ou desvio de finalidade.
- Teoria menor da desconsideração da p. j. (art. 28, CDC) 
Essa teoria vem sendo utilizada por analogia na Justiça do Trabalho
O simples fato de ser sócio da p. j. já faz com que a pessoa responda pela dívida caso a própria p. j. não tenha bens passíveis de penhora. Independe de prática de ato fraudulento e independe do capital integralizado 
Por essa teoria, não se pode transferir o risco do negócio para o consumidor ou para o empregado, por analogia.
- Teoria inversa da desconsideração da p. j. (art. 133, §2º, CPC)
Ocorre quando o sócio adquire patrimônio próprio com recursos próprios só que em nome da pessoa jurídica. Geralmente, a intenção é fraudar a meação do cônjuge ou companheiro.
2. Procedimento 
Tem que ter garantia do contraditório
Antes de desconsiderar a personalidade jurídica para atingir o patrimônio pessoal do sócio (no caso da teoria maior ou menor) ou da pessoa jurídica (no caso da teoria inversa) deve-se garantir procedimento com contraditório, ou seja, não haverá desconsideração antes do sócio ou da pessoa jurídica ser ouvida.
1ª) A desconsideração da p. j. pode ser requerida na própria petição inicial. Nesse caso, há litisconsórcio entre a pessoa jurídica e os seus sócios. O juiz aqui, decidirá se é caso de desconsiderar e atingir o patrimônio do sócio em sentença, sujeita a recurso de apelação.
(art. 134, §2º c/c art. 1009, CPC)
2ª) Instauração de um incidente de desconsideração da p. j. em 1ª instância
Nesse caso, está em curso um processo de conhecimento ou de execução, e o autor instaura um incidente buscando desconsiderar a p. j. para atingir o patrimônio do sócio (no caso da teoria maior ou menor) ou da pessoa jurídica (no caso da teoria inversa). Nesse incidente deverá ficar demonstrado o preenchimento dos requisitos da teoria adotada, o sócio ou a pessoa jurídica será citada para oferecer contestação em 15 dias e o juiz decidirá o incidente por meio decisão interlocutória sujeita a recurso de agravo de instrumento
(art. 134 c/c art. 1015, inciso IV, CPC)
3ª) Instauração de incidente de desconsideração da p. j. quando o processo estiver em grau de recurso, perante o Tribunal
Nesse caso, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para contestar tbm em 15 dias. O autor deve provar o preenchimento dos requisitos ou pressupostos da teoria a ser aplicada (maior, menor ou inversa) e o julgamento deste incidente será feito pelo relator do recurso pendente de julgamento no Tribunal. Por se tratar de decisão monocrática ou unipessoal do relator, contra esta caberá recurso de agravo interno.
(art. 932, inciso VI c/c art. 1021 e art. 136, p. único, CPC)
Prazos:
1. Noções gerais: 
Prazo é o lapso de tempo dentro do qual a parte pode praticar um ato processual de forma válida.
Todo prazo possui um "dies a quo" e um "dies ad quem"
Dies a quo: é o primeiro dia do prazo
Dies ad quem: é o último dia do prazo
O ato processual será considerado válido se for praticado entre o "dies a quo" e o "dies ad quem"
Se o ato processual for praticado após o "dies ad quem", será considerado intempestivo e como tal, inválido.
Será considerado prematuro e inválido o ato praticado antes do "dies a quo"?
Será considerado válido o ato processual praticado antes do início da contagem do prazo (art. 218, §4º, CPC). Trata-se de garantia de celeridade processual.
2. Classificação:
a) Prazo legal, judicial e convencional
· Prazo legal: é o prazo previsto em lei
· Prazo judicial: é o prazo fixado pelo juiz
· Prazo convencional: é o prazo fixado de comum acordo entre as partes (negócio jurídico processual)
Em regra, os prazos são legais. 
Se, porém, a lei for omissa, o juiz deverá fixar o prazo levando em consideração a complexidade do ato a ser praticado.
E se o juiz não fixar o prazo e não tiver previsto em lei?
Nesse caso, se o ato for praticado por meio de petição, será de 5 dias o prazo para a parte.
Porém, se o prazo for para comparecimento da parte em Cartório (ou seja, no fórum, na secretaria da Vara), esta não estará obrigada a comparecer antes de decorridas 48 horas. 
Art. 218, §§1º a 3º, CPC
b) Prazo comum e prazo particular 
· Prazo comum: é o prazo previsto a um só tempo para ambas as partes
· Prazo particular: é o prazo previsto para apenas uma das partes
A parte pode renunciar a um prazo processual?
Pode, desde que seja um prazo particular, que seja feito de forma expressa, a parte deve ser capaz e o direito disponível
Art. 225, CPC.
c)Prazo próprio e prazo impróprio
Prazo próprio: é o prazo previsto para as partes, cujo descumprimento acarreta consequências processuais
Prazo impróprio: é o prazo previsto para os juízes e auxiliares de justiça, cujo descumprimento não acarreta consequências processuais, podendo acarretar consequências na esfera administrativa.
d) Prazos dilatórios e prazos peremptórios
Prazos dilatórios: são prazos previstos em lei, mas que podem ser alterados por convenção entre as partes ou mesmo pelo próprio juiz.
Em relação às partes, caso elas convencionem a alteração de um prazo processual, deverão fazê-lo antes do início da contagem do prazo, para não caracterizar má-fé
Exemplos de prazos dilatórios: o prazo de emenda da Inicial; o prazo para as partes apresentarem rol de testemunhas; prazo para o perito apresentar o laudo pericial
Prazos peremptórios: são os prazos previstos em lei, mas que não podem ser alterados por convenção entre as partes e, em regra, nem mesmo pelo próprio juiz.
O juiz pode alterar um prazo peremptório em caso de calamidade pública pelo tempo que for necessário e, sendo a comarca de difícil transporte, por até 2 meses.
O juiz não pode reduzir um prazo peremptório sem que haja autorização das partes (art. 222, CPC).
Exemplos de prazo peremptório (prazos fatais): prazo para contestar e prazo para recorrer
Uma vez finalizado o prazo, não há necessidade de declaração judicial nesse sentido.
Exemplos de prazos dilatórios: prazo para juntar documentos, arrolar testemunhas e realizar diligencias determinadas pelo juiz, entre outros.
Porém, a parte podealegar justa causa para ter perdido o prazo 
Justa causa: evento alheio a vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por advogado
Se o juiz considerar que houve justa causa, ele devolverá o prazo para a parte praticar o ato 
Art. 3º c/c art. 10, Lei 11.419/06
e) Prazos para as partes, juízes e auxiliares de justiça 
- Prazos para as partes:
A parte tem 48h para comparecer em juízo se não houver outro prazo previsto em lei ou determinado pelo juiz 
A parte tem 5 dias para peticionar, praticando o ato processual, se não houver preceito legal nem assinação pelo juiz
Art. 218, §§2º e 3º, CPC
Litisconsortes com advogados diferentes de escritórios diferentes terão prazo em dobro para qualquer manifestação nos autos do processo, desde que sejam autos físicos. Essa regra do prazo em dobro não se aplica aos autos eletrônicos em virtude do princípio da ubiquidade judiciária
Art. 229, CPC
Cessa a contagem do prazo em dobro se um dos réus permaneceu revel 
Claro, que em se tratando de dois réus
Art. 229, §1º, CPC
O STJ entende que permanecendo apenas um litisconsorte no processo, este não terá prazo em dobro para recorrer 
Prazos para os juízes
Arts. 226 e 227, CPC
Os juízes tem 5 dias para proferir despachos
10 dias para proferir decisões interlocutórias 
30 dias para proferir sentenças 
Havendo motivo justificado, é permitido ao juiz dobrar esses prazos previstos em lei 
Despachos (art. 203, §3º, CPC): são pronunciamentos judiciais sem conteúdo decisório, cujo único propósito é garantia o andamento do processo
Art 1001, CPC: os despachos são irrecorríveis (isso porque não tem conteúdo decisório)
Decisão interlocutória (art. 203, §2º, CPC): é o pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que não põe fim ao procedimento em 1ª instância 
Sentença (art. 203, §1º, CPC): é o pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que põe fim ao procedimento em 1ª instância 
g) Prazos para as partes, juízes e auxiliares de justiça
Prazos dos auxiliares de justiça:
- 1 dia para remeter os autos a conclusão (para encaminhar os autos ao gabinete do juiz), a contar do primeiro dia útil subsequente a ciência da ordem judicial ou o primeiro dia útil subsequente a prática do ato processual anterior se foi determinado por lei.
- 5 dias para a prática dos demais atos processuais, a contar do primeiro dia útil subsequente a ciência da ordem judicial ou o primeiro dia útil subsequente a prática do ato processual anterior se foi determinado por lei.
Juntada de documentos e manifestações em autos eletrônicos é feita automaticamente, sem necessidade de atuação do auxiliar de justiça.
h) Prazos do Ministério Público, Defensoria Pública e Fazenda Pública
Ministério Público (art. 180, CPC), Fazenda Pública (art. 183, CPC), Defensoria Pública (art. 186, caput, CPC) e advogados de NPJ das faculdades de Direito tem prazo em dobro para qualquer manifestação nos autos do processo. 
Advs. de NPJ (art. 186, §3º, CPC).
3. Curso e contagem dos prazos processuais
Prazo processual conta-se excluindo o dia do início e incluindo o dia do término (art. 224, CPC)
Se o prazo para a prática de ato processual estiver prevista em dias, só serão computados os dias úteis. Porém, se o prazo estiver previsto em meses ou anos, conta-se dias corridos (art. 219, CPC).
Nenhum prazo processual começa ou termina em dia não útil. Se acontecer, será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.
Regra geral, não se pode praticar atos processuais em dias não úteis. Logo, se isso acontecer, considera-se que o ato foi praticado no primeiro dia útil subsequente.
Feriados municipais devem ser provados pela parte.
Qual a diferença entre a suspensão e a interrupção do prazo?
· Suspensão: Se o prazo foi suspenso, volta a correr depois de onde parou.
· Interrupção: Se o prazo foi interrompido, volta a correr do zero.
O CPC elenca nos Arts. 220 e 221 algumas hipóteses de suspensão do prazo:
1ª) Entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive, estão suspensos os prazos para a prática de atos processuais. 
Nesse período, a Defensoria Pública, o Ministério Pública e a advocacia pública continuam trabalhando normalmente (salvo férias individuais). 
Nesse período não se pode designar ou sessões de julgamento.
A parte tem até o fim do horário de abertura do fórum para peticionar se forem autos físicos ou até as 24h se forem autos eletrônicos (na prática, tem até 23:59:59).
2ª) Suspende-se o prazo se houver obstáculo criado em detrimento da parte
Algum impedimento por alguma razão interna do fórum, ESTUDE.
3ª) Suspende-se o prazo nas hipóteses de suspensão do próprio processo (art. 313, CPC).
Art. 313. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes;
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI - por motivo de força maior;
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula.
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa;         (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai.         (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689 .
§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte:
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses;
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.
§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.
§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4º.
§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.         (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 7 º No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.         (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)Exemplos de interrupção do prazo: 
- A interposição do recurso de embargos de declaração interrompe o prazo para a interposição de qualquer outro recurso
- Ocorre interrupção do prazo para contestar ou praticar qualquer ato processual quando a parte requer o desmembramento do processo em virtude de alegação de litisconsórcio multitudinário (art. 113, CPC).
- O CPC prevê outras hipóteses de interrupção do prazo
Existem duas modalidades de citação: 
Citação pessoal: que é aquela feita em mão própria (princípio da pessoalidade: para a citação ser considerada pessoal, o A.R. ou mandado deve assinado pelo próprio réu, para se ter certeza de que foi cientificado)
Modalidades de citação pessoal:
- Citação postal (com aviso de recebimento - AR)
- Citação por mandado (feita pelo oficial de justiça, com assinatura do mandado pelo réu)
- Citação feita pelo escrivão ou chefe de secretaria (nesse caso, o réu comparece a secretaria da Vara e dá ciência da citação nos autos do próprio processo)
- Citação eletrônica (é pessoal, pq só pode se realizar por meio certificado digital, que dá ciência inequívoca e faz prova contra o seu signatário)
Art. 6º, Lei 11.419/06
Citação ficta ou fictícia: nessas hipóteses tem-se uma citação presumida, já que não se tem certeza se o réu foi cientificado. Por isso mesmo, se o réu citado de forma ficta permanecer revel, será nomeado curador especial para defendê-lo (art. 72, II, p. único, CPC)
Código de Processo Civil.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Modalidades de citação ficta ou fictícia:
- Citação por edital: se o réu se encontra em local incerto ou não sabido ou é pessoa desconhecida
- Citação com hora certa: se o oficial de justiça suspeita de ocultação do réu para evitar a citação
Em regra, as pessoas físicas serão citadas pela via postal (art. 247, CPC).
Código de Processo Civil.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Em regra, as pessoas jurídicas de direito público e de direito privado, ressalvadas as microempresas e empresas de pequeno porte serão citadas por meio eletrônico (art. 246, §1º, CPC).
Código de Processo Civil.
Art. 246. A citação será feita:
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
As regras sobre citação pessoal ou ficta, também se aplicam para as hipóteses de intimação pessoal ou ficta. 
Contagem de prazo (art. 231, CPC):
Citação é o chamamento que se faz ao réu ou interessado para tomar ciência do processo e, querendo, oferecer defesa 
A comunicação dos demais atos processuais, tanto para o autor quanto para o réu, se dá através de intimações
Art. 231, incisos I e II, CPC: o prazo processual conta-se a partir da juntada aos autos físicos ou eletrônicos do mandado ou do A.R. devidamente cumpridos, caso seja citação ou intimação por oficial de justiça ou pelo correio, respectivamente.
Havendo litisconsórcio passivo, o prazo para os diversos réus contestarem começa a correr da juntada aos autos do último mandado ou AR devidamente cumpridos. Conta-se o prazo excluindo-se o dia da juntada (que é considerado o dia do começo). 
Se todos os réus tiverem o mesmo advogado, o prazo será de 15 dias para contestarem. Se, porém, tiverem advogados distintos de escritórios distintos e forem autos físicos, o prazo será de 30 dias (art. 229, CPC)
Em caso de intimação, se forem vários os litisconsortes intimados, o prazo para cada um começa a correr da juntada aos autos do seu respectivo mandado ou AR de intimação.
Art. 231, §§1º e 2º, CPC
Art. 231, III, CPC: se a citação ou intimação foram realizadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, o prazo começa a correr no primeiro útil subsequente ao da citação/intimação.
Se, contudo, após os 10 dias corridos a parte não acessou a intimação ou citação, o décimo primeiro dia é automaticamente o primeiro dia para a prática do ato processual.
Art. 231, VI, CPC: quando a citação ou intimação forem feitas por carta precatória, o prazo começa a correr no primeiro dia útil subsequente a juntada aos autos da carta precatória devidamente ou cumprida, ou no primeiro dia útil subsequente a juntada aos autos do comunicado encaminhado pelo juízo deprecado informando que a carta precatória já foi cumprida (art. 7º, Lei 11.1419/06).
Art. 231, VII, CPC: se a intimação se der por meio de publicação no órgão oficial, impresso ou eletrônico, o que geralmente acontece quando a intimação é feita na pessoa do advogado da parte, o prazo começa a correr no primeiro dia útil subsequente à intimação.
Art. 231, VIII, CPC: o dia da carga quando a intimação se der por retirada dos autos do cartório da secretaria da Vara
4. Preclusão 
Existem três tipos de preclusão:
A) Preclusão temporal: é a perda da capacidade de praticar um ato pelo decurso do tempo.
A prescrição se refere ao exercício do direito material x a preclusão se refere a perda do prazo pra prática de ato processual.
B) Preclusão consumativa: quando o ato já foi praticado ele não pode voltar a ser praticado novamente, ainda que a parte esteja dentro do prazo.
C) Preclusão lógica: ocorre quando a parte pretende pratica um ato incompatível com outro ato processual anteriormente praticado
Petição inicial:
1. Noções gerais:
A petição inicial é a primeira peça do processo. Deve ser apresentada pelo autor da ação e o seu conteúdo é a demanda.
Os atos processuais se dividem em: solenes e não solenes.
Atos processuais solenes: são aqueles que tem forma previamente definida em lei.
Atos processuais não solenes: são aqueles que não tem forma predeterminada, podendo ser praticado de qualquer forma, desde que atinja a sua finalidade.
A regra é que os atos processuais são não solenes. Ou seja, vigora o princípio da liberdade das formas. 
Princípio da liberdade das formas (o ato processual pode ser praticado de qualquer forma desde que atinja a sua finalidade).
Porém, em princípio, os atos processuais solenes se forem praticados com desrespeito à forma prevista em lei devem ser invalidados, salvo se apesar de desrespeitar a forma, ainda assim, atingiram a sua finalidade. Isso ocorre em respeito ao princípio da instrumentalidade das formas (determina que a forma não é um fim em si mesmo, mas existe para garantia de que será alcançada a finalidade almejada para a prática do ato).
Decorre do princípio da instrumentalidade das formas, o brocardo "pas de nullité sans grief", ou seja, não há nulidade se não houver prejuízo (os atos processuais devem ser aproveitados, até por questão de economia processual, se mesmo praticado com desrespeito a forma atinge a sua finalidade).
Dito isso, tem-se que a petição inicial é um ato processual solene, ou seja, tem que preencher os requisitos previstos em lei para ser considerada válida. Estes requisitos estão previstos nos Arts. 319 e 320, CPC.
2. Requisitos da petição inicial
Arts. 319 e 320, CPC
Art. 319, I: deve-se indicar na petição inicial o juízo a quem se dirige a causa
Art. 319, II: as partes, autor e réu, devem ser qualificadas na Inicial, indicando nome completo, CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, endereço residencial ou comercial, estado civil (inclusive existência de união estável), nacionalidade e profissão.
Assistência judiciária gratuita é gênero que abrange: a gratuidade de justiça (art. 98, CPC - que engloba o não pagamento ou pagamento parcial das custas processuais e honorários de sucumbência) e a assistência por advogado gratuito (defensoria pública, advogado dativo, advogado particular atuando gratuitamente)
2. Requisitos da Inicial
319, II
Art. 319, II, CPC: exige que as partes sejam qualificadas na petição inicial
Art. 319, §§1º a 3º, CPC: caso o autor não disponhade todas as informações necessárias para qualificar as partes, deve solicitar ao juiz diligências no sentido de obtê-las. A ausência dessas informações não pode inviabilizar a garantia de acesso à justiça.
Art. 319, III, CPC: fato (causa de pedir remota) e os fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima)
O pedido se divide em mediato e imediato 
O pedido mediato é o bem da vida, ou seja, é o resultado que se pretende alcançar
O pedido imediato é o provimento jurisdicional requerido, que pode ser de natureza declaratória, condenatória ou constitutiva (e que dará ensejo a uma sentença de mesma natureza)
- Declaratório é o pedido que busca o reconhecimento da existência ou não de uma relação jurídica (Ex.: ação de investigação de paternidade; ação de reconhecimento de união estável)
- Constitutivo é o pedido que busca criar, modificar ou extinguir uma situação jurídica.
(Ex: ação de divórcio)
- Condenatório é o pedido que busca o reconhecimento de uma prestação a ser cumprida pelo réu 
Art. 319, V, CPC: o autor deve na petição inicial dar valor à causa
Existem dois tipos de valor da causa:
- Valor da causa legal: são as hipóteses em que o valor da causa é determinado por lei (art. 292, CPC)
- Valor da causa estimativo: quando a causa não tiver conteúdo econômico imediatamente aferível. Nesse caso, o advogado do autor vai estimar o valor da causa (geralmente, nós colocamos valores baixos, para evitar pagamento de custas iniciais altas. Mas tbm não pode ser um valor tão baixo, a ponto de o juiz entender que se está burlando o erário. Por isso, é comum que o valor nesses casos seja de aproximadamente R$1.000,00).
Para que serve o valor da causa? 
Possui várias finalidades definidas em lei. Por exemplo, através do valor da causa define-se o procedimento (se será o procedimento comum, o sumaríssimo dos Juizados Especiais...); fixa-se as custas iniciais a serem pagas pelo autor; honorários de sucumbência caso não haja condenação; multa por litigância de má-fé é calculada com base no valor dado à causa.
Art. 319, VII, CPC: o autor deve optar por se pretende ou não participar de audiência preliminar de mediação ou conciliação. O silêncio do autor significa que ele aceita participar da audiência
Art. 321, CPC: o autor deve instruir a petição inicial com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
3. Emenda da Inicial:
A emenda da Inicial consiste na determinação de judicial de correção de erros ou preenchimento de algum requisito que esteja faltando na Inicial, no prazo de 15 dias, a fim de que o processamento do feito possa ser admitido.
Se não for cumprida a ordem de emenda no prazo de 15 dias, o juiz indeferirá a petição inicial e o processo será extinto sem resolução de mérito.
O prazo de 15 dias para emendar a Inicial é um prazo dilatório, que pode ser então alterado pelo juiz caso seja necessário.
A emenda da Inicial é um direito subjetivo do autor, ou seja, o juiz tem o dever (e não a simples possibilidade) de mandar emendar a Inicial se o vício apontado for sanável.
Só é possível falar em indeferimento da Inicial antes da citação do réu. Para que o réu seja citado, o juiz tem que ter deferido a Inicial. 
Se o juiz verificar que a petição inicial preenche todos os seus requisitos e não contém erros capazes de impedir o prosseguimento do feito, vai deferir a Inicial e ato contínuo, citar o réu.
Se, porém, a Inicial contiver algum defeito, o juiz deverá mandar emendá-la e, uma vez cumprida a ordem de emenda, deferir a Inicial e citar o réu.
Se a ordem de emenda não for cumprida ou se o vício for insanável (não admitir emenda), a Inicial será indeferida e o processo extinto sem resolução de mérito
4. Indeferimento da Inicial:
Art. 330, CPC
A Inicial será indeferida se não for cumprida a ordem de emenda ou contiver erros que impeçam o seu prosseguimento, após intimado para sanar o vício. 
O indeferimento da Inicial pode ser total ou parcial. Será total quando for indeferida em relação a todos os capítulos de sentença. E será parcial quando o indeferimento atingir apenas um ou alguns dos capítulos de sentença
Teoria dos capítulos de sentença: cada pedido formulado pelo autor na Inicial ou pelo réu reconvenção ou requerimento feito pela parte dará origem a um capítulo de sentença. A decisão é formalmente única, mas formada por vários capítulos, cada um dizendo respeito a um pedido ou requerimento da parte
No caso de indeferimento total da petição inicial, o juiz profere uma sentença extinguindo o processo sem resolução de mérito (é sentença pq põe fim ao procedimento em 1ª instância)
No caso de indeferimento parcial da petição inicial, o juiz profere uma decisão interlocutória (já que esta decisão não põe fim ao procedimento em 1ª instância, que seguirá para o processamento do pedido que não foi indeferido)
Art. 330, I, CPC: haverá indeferimento da Inicial se ela for inepta
Quais são as hipóteses de inépcia da Inicial?
- Hipóteses de indeferimento da Inicial: 
Art. 330, I, CPC: haverá indeferimento da Inicial se ela for inepta
As hipóteses de inépcia da inicial estão previstas no art. 330, §§1º e 2º, CPC
- Se faltar pedido ou causa de pedir
- Se o pedido for genérico ou indeterminado, fora das hipóteses do art. 324, §1º, CPC.
- Se da narração dos fatos não decorrer a conclusão (o pedido para ser concludente, deve decorrer da causa de pedir, sob pena de inépcia)
- Se a Inicial contiver pedidos incompatíveis entre si
- Se a Inicial for de ação de empréstimo, financiamento ou alienação de bens, o valor incontroverso deve ser informado na Inicial para que continue a ser pago ao longo do processo, sob pena de indeferimento
Art. 330, incisos II e III: se faltar legitimidade ou interesse processual
Art. 330, IV, CPC: haverá indeferimento da inicial se não for cumprida a ordem de emenda (art. 321, CPC) ou se o advogado estiver atuando em causa própria e não fornecer endereço para intimação.
5. Pedido:
a) Conceito
O pedido é o núcleo da petição inicial e, como já dito, se divide em pedido mediato (que é o bem da vida, aquilo que se pretende alcançar) e pedido imediato (que é o provimento jurisdicional requerido - de natureza declaratória, condenatória ou constitutiva)
- Princípio da congruência, correlação ou adstrição: o pedido limita a atuação do órgão julgador, sendo vedada a prolação de sentença "citra petita", "ultra petita" ou "extra petita"
O órgão julgador está limitado pelo que foi pedido, sob pena de violar o princípio da imparcialidade. O juiz, por isso, só age quando provocado (inércia) e nos exatos limites da provocação (congruência)
- Decisão "extra petita": é aquela que dá algo diverso do que foi pedido 
Essa decisão é nula
- Decisão "ultra petita": quando o juiz dá mais do que foi pedido 
Essa decisão é nula naquilo que ultrapassar o valor do pedido.
- Decisão "citra petita": ocorre quando o juiz deixa de analisar algum dos pedidos formulados pela parte.
Nesse caso, haverá interposição de recurso de embargos de declaração, pedindo ao juiz que sane a omissão e aprecie o pedido que não foi analisado.
Se as partes celebrarem acordo nos autos, poderão incluir neste acordo matéria que não foi objeto de pedido?
Claro que sim, já que se trata de autocomposição (e o pedido limita apenas a atuação do juiz, mas não a das partes, que são livres para incluir no acordo matéria que não foi objeto do pedido). 
Art. 515, §2º, CPC
b) Pedido certo e determinado 
Pedido certo: é aquele que consta expressamente da petição inicial, ou seja, que consta por escrito
Exceções: Arts. 322 e 323, CPC
- Juros de mora e correção monetária 
- Honorários de sucumbência 
- Parcelas vincendas em relações jurídicas continuadas 
São as três hipóteses em que se admite pedido implícito (que não precisa constar expressamente).
- Pedido determinado: é aquele quantitativa ou qualitativamente delimitado na Inicial
Exceções: hipóteses em que se admite pedido indeterminado ou genérico. 
Obs.: somente o pedido mediato pode ser genérico nas hipóteses previstas em lei
O pedido imediato jamais poderá ser genérico
São três hipótesesprevistas no art. 324, §1º, CPC:
I: é possível formular pedido genérico nas ações universais, que são aquelas que tem por objeto uma universalidade de fato ou de direito
Universalidade de fato: uma série de bens individuais que em seu conjunto possuem uma destinação comum (Ex.: rebanho e biblioteca)
Universalidade de direito: são os direitos, obrigações, bens e relações jurídicas pertencentes a uma mesma pessoa (Ex.: espólio, massa falida).
II: se na petição inicial não for possível ao autor determinar toda a extensão do ato ou do fato
Existem dois tipos de cumulação de pedidos:
a) Cumulação própria: ocorre quando o autor formula dois ou mais pedidos na intenção de obter todos eles.
A cumulação própria se divide em: simples e sucessiva.
Simples: quando o deferimento de um pedido não depende do deferimento do outro (Ex.: pedido de dano material e de dano moral)
Sucessiva: quando o deferimento do segundo pedido depender do deferimento do primeiro pedido (Ex.: ação de investigação de paternidade c/c alimentos).
b) Cumulação imprópria: ocorre quando o autor formula dois ou mais pedidos com a intenção de obter apenas um deles.
- A cumulação imprópria pode ser alternativa ou subsidiária/eventual:
Alternativa: quando o autor formula dois ou mais pedidos e fica a cargo do juiz escolher qual deles será deferido. Nesse caso, para o autor tanto faz o deferimento de um ou de outro.
Art. 325, CPC
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
- Subsidiária/eventual: ocorre quando o autor formula um pedido principal e outro subsidiário para o caso do principal ser indeferido (Ex.: quero a troca da geladeira. Se, porém, não for possível, por falta de estoque, quero o dinheiro de volta)
Art. 326, CPC
Código de Processo Civil.
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
Caso o autor tenha formulado pedido alternativo e o juiz tenha deferido qualquer um deles, não poderá o autor recorrer contra a sentença do juiz, já que seu pedido foi julgado procedente. 
Porém, em se tratando de pedido subsidiário, caso o juiz tenha deferido o pedido subsidiário ou eventual e indeferido o principal, o autor poderá recorrer para pedir ao Tribunal a reforma da decisão a fim de que lhe seja assegurado o pedido principal. 
Quais são os requisitos para a cumulação de pedidos?
Art. 327, CPC
Não há necessidade de conexão entre os pedidos para que haja cumulação dos mesmos na petição inicial 
Há necessidade de que os pedidos sejam compatíveis entre si, salvo nas hipóteses de cumulação imprópria (art. 327, §3º, CPC).
Há necessidade de que o mesmo juízo seja competente para conhecer todos os pedidos 
Há necessidade de que o procedimento escolhido seja adequado para todos os pedidos. Atenção para o art. 327, §2º, CPC que permite a parte cumular pedidos de procedimentos diversos desde que opte pelo procedimento comum, podendo trazer para esse procedimento comum peculiaridades do outro procedimento, desde que seja compatível.
4. Alteração de pedido ou causa de pedir:
Existem dois tipos de alteração de pedido ou causa de pedir:
a) Alteração quantitativa: quando o autor pretende acrescentar mais um pedido ou causa de pedir na petição inicial.
b) Alteração qualitativa: ocorre quando o autor pretende modificar o pedido ou a causa de pedir já existentes na petição inicial.
O art. 329 do CPC autoriza tanto a alteração quantitativa quanto a alteração qualitativa do pedido ou da causa de pedir 
O art. 329 do CPC permite ao autor alterar pedido ou causa de pedir, independentemente da autorização do réu, até a sua citação.
Após a citação do réu e até a fase de saneamento do processo, é possível ao autor alterar pedido ou causa de pedir desde que haja a autorização do réu, sendo assegurado ao réu a reabertura do prazo para contestar.
Após a fase de saneamento do processo, não é possível alterar pedido ou causa de pedir, porque ocorre o fenômeno da estabilização da demanda, devendo o juiz conhecer exatamente qual é o pedido e a causa de pedir a fim de determinar as provas a serem produzidas.
Improcedência liminar do pedido: 
1. Noções gerais:
Nas hipóteses de improcedência liminar do pedido, o juiz julga improcedente o pedido do autor liminarmente, ou seja, antes mesmo da citação do réu, o que levará à extinção do processo com resolução de mérito. Isso só será possível se a prova dos fatos alegados pelo autor na Inicial se fizer exclusivamente com os documentos já anexados. Não é possível falar em improcedente liminar do pedido se houver necessidade de dilação probatória.
 
Há violação ao princípio do contraditório, uma vez que o pedido do autor é julgado improcedente sem que tenha havido a citação do réu?
Não há violação ao contraditório, pois o réu não será prejudicado, já que a sentença proferida pelo juiz será de improcedência do pedido do autor (não há nulidade se não houver prejuízo). 
O juiz jamais poderia, contudo, julgar liminarmente procedente o pedido do autor, pq aí sim haveria violação ao contraditório. O réu não pode ser condenado sem antes ser dado a ele a oportunidade de se manifestar.
Aqui também é possível a aplicação da teoria dos capítulos de sentença. O juiz pode julgar liminarmente improcedente um dos pedidos formulados na Inicial e determinar a citação do réu para contestar o outro, prosseguindo com o feito em relação ao pedido que não foi apreciado ainda.
Nesse caso aqui, o pedido foi liminarmente julgado improcedente através de uma decisão interlocutória, já que o feito prosseguiu para a apreciação posterior do outro pedido, apenas depois de dar ao réu oportunidade de defesa.
A improcedência liminar do pedido é chamada por alguns doutrinadores de "julgamento antecipadíssimo do mérito"
1ª) Art. 332, incisos I a IV, CPC: o juiz pode julgar liminarmente improcedente o pedido do autor se este pedido violar um precedente obrigatório
O autor pode recorrer da sentença que julgou improcedente o seu pedido sem sequer citar o réu e nesse caso, é facultado ao juiz, caso queira, se retratar no prazo de 5 dias e citar o réu para prosseguir com a demanda em 1ª instância 
Qual seria o argumento utilizado pelo autor para apelar contra uma sentença que julgou improcedente o seu pedido aplicando um precedente obrigatório?
Existem dois mecanismos para afastar um precedente obrigatório: "distinguishing" e o "overruling" do precedente
- "Distinguishing": ocorre quando o autor alegar que o precedente obrigatório não se amolda ao caso dos autos. Ou seja, o caso concreto é distinto daquele que deu origem ao precedente. Então naquele caso específico o precedente não se aplicaria.
- "Overruling": ocorre quando o autor alega que o precedente obrigatório já foi superado e que, portanto, não deve ser aplicado
De acordo com o FPPC (Fórum Permanente de Processualistas Civis), nos enunciados nº 322 e 324, haverá "overruling" quando lei posterior editada pelo Congresso Nacional estiver em sentido contrário ao do precedente anteriormente firmado. Outra hipótese seria a de alteração social, política, cultural ou econômica que permita a superação do precedente.
2ª) Ocorre quando o juiz reconhece, de ofício, a prescrição ou a decadência do direito do autor (art. 332, §1º, CPC).
Para parte da doutrina, como por exemplo, o prof. Fredie Didier Jr., não existe mais a categoria condições da ação, já que essa expressão desapareceu do CPC/15. 
Então, para esses doutrinadores, o interesse processual e a legitimidade, que antes eram condições da ação, passaram a ser hipóteses de pressuposto processual de validade.
E a possibilidade jurídica do pedido que também eracondição da ação, passou a ser analisado no mérito
O posicionamento majoritário, contudo, continua sendo no sentido de que permanece ainda hoje existentes as condições da ação e que seriam três: possibilidade jurídica do pedido, interesse processual e legitimidade 
Existem, como dito acima, duas hipóteses típicas (pq previstas em lei) de improcedência liminar do pedido, que seriam o pedido que viola precedente obrigatório e o reconhecimento de ofício de prescrição ou decadência. Porém, há doutrinadores que defendem a existência de uma hipótese atípica (não prevista em lei) de improcedência liminar do pedido, que seria a impossibilidade jurídica do pedido.
TUTELA PROVISÓRIA:
1. Noções gerais:
Na tutela provisória é feito um juízo de cognição sumária ou superficial (significa que no momento em que o juiz aprecia o pedido de tutela provisória ainda não foram apreciadas todas as alegações e todas as provas a serem produzidas pelas partes) 
Por isso mesmo, a tutela provisória pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo.
Já na tutela definitiva, geralmente proferida através da sentença, o juiz se baseia num juízo de cognição exauriente, ou seja, num juízo de certeza (já que as partes trouxeram aos autos do processo todas as alegações necessárias e produziram todas as provas que desejaram, tornando possível ao juiz decidir de modo definitivo).
A tutela provisória se divide em: 
a) Tutelas de urgência: que se dividem em tutela antecipada e tutela cautelar 
b) Tutelas da evidência 
2. Tutelas de urgência: 
2.1 Noções gerais:
A tutela de urgência é aquela que se baseia numa situação de urgência. 
Além disso, tanto a tutela antecipada quanto a tutela cautelar podem ser concedidas em caráter incidental ou antecedente
- Será antecedente quando foi requerida a tutela de urgência antes mesmo da propositura da ação 
Será incidental se for requerida no curso do processo (também é incidental a tutela de urgência requerida na própria petição inicial).
Apesar dos requisitos para a concessão da tutela antecipada e da tutela cautelar serem os mesmos, é necessário diferencia-las por causa do fenômeno da estabilização de efeitos, que só ocorre na tutela antecipada antecedente.
- Tutela antecipada (satisfativa): permite a satisfação do direito do autor antes mesmo da prolação da sentença. Ou seja, o autor passa a usufruir do direito pleiteado antes que seja proferida sentença reconhecendo tal direito de modo definitivo.
- Tutela cautelar (assecuratória): o seu objetivo é assegurar bens, pessoas ou provas a fim de garantir o resultado útil do processo.
A tutela cautelar assegura para satisfazer, ao passo que a tutela antecipada satisfaz para assegurar.
Como a tutela de urgência (cautelar ou antecipada) é provisória, pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo. Se isso ocorrer, quem ressarcirá os prejuízos da parte contrária?
O autor assume o risco quando pede uma tutela de urgência. Logo, se houver revogação ou modificação da tutela de urgência deferida, cabe ao autor indenizar os prejuízos sofridos pelo réu. Aqui vigora a chamada teoria do risco proveito, que determina que a responsabilidade civil do autor é objetiva, ou seja, ele responde independente de ter agido com dolo ou culpa.
Há um requisito que deve ser verificado antes de deferir uma tutela antecipada que é o da "reversibilidade da tutela provisória deferida"
Se houver risco de irreversibilidade do provimento jurisdicional prestado, o juiz não pode deferir a tutela de urgência 
O CPC prevê a possibilidade do juiz exigir uma contracautela (ou seja, uma caução) prestada pelo autor para deferir a tutela de urgência. O objetivo dessa contracautela é assegurar que o réu terá como receber o ressarcimento pelos prejuízos causados caso a tutela de urgência deferida venha a ser revogada ou modificada. 
O próprio CPC permite ao juiz dispensar a contracautela se o requerente da medida estiver sob o pálio da gratuidade de justiça.
29/10/2020
-Quem pode requerer a tutela antecipada e cautelar?
A tutela cautelar pode ser requerida tanto pelo autor quanto pelo réu.
O juiz também pode, de ofício, deferir uma tutela cautelar, desde que tenha caráter incidental (ou seja, no curso do processo), pois do contrário haveria violação ao princípio da inércia. Então, o juiz não poderia deferir uma tutela cautelar antecedente de ofício.
Essa possibilidade de o juiz deferir de ofício uma tutela cautelar incidental decorre do chamado "poder geral de cautela". Seria o poder que é dado ao juiz de acautelar, ou seja, de assegurar qualquer situação que coloque em risco o resultado útil do processo.
Inclusive, em virtude do poder geral de cautela, o juiz poderá inclusive deferir uma tutela cautelar distinta da requerida pela parte, se ele entender que esta medida é mais acertada para assegurar o resultado do processo
Agora, em se tratando de tutela antecipada, na imensa maioria dos casos, ela será requerida pelo autor, já que a tutela antecipada antecipa a satisfação do próprio direito pleiteado pela parte e, em regra, quem formula uma pretensão em juízo, que pode vir a ser antecipada, é o autor.
Excepcionalmente, a doutrina e a jurisprudência reconhecem a possibilidade de o réu requerer tutela antecipada. Isso ocorreria, por exemplo, nas hipóteses de reconvenção, pedido contraposto e ação de consignação em pagamento.
Existe a possibilidade de o juiz deferir de ofício uma tutela antecipada?
Há divergência doutrinária
A posição majoritária é no sentido de que não é possível o deferimento de uma tutela antecipada de ofício, já que violaria o princípio da inércia e da imparcialidade do julgador.
A doutrina minoritária diz que é possível o deferimento de ofício da tutela antecipada, já que o juiz já foi provocado a decidir sobre aquele objeto, só não pedido específico de tutela antecipada. Além disso, de nada adiantaria entender o contrário, pois imaginando uma situação em que o juiz defere a tutela antecipada de ofício e a parte contrária recorre, caso o Tribunal reforme a decisão a fim de indeferir a tutela antecipada pelo simples fato de que a mesma não pode ser deferida de ofício, resta evidente que o autor, diante da reforma da decisão em grau de recurso, formulará pedido de tutela antecipada e o juiz deferirá, não podendo o Tribunal neste caso nada fazer, já desta feita houve pedido.
De acordo com o princípio da fungibilidade, o juiz pode receber o pedido de tutela antecipada e processa-lo como se fosse de tutela cautelar, ou vice versa, receber um pedido de tutela cautelar e processa-lo como se fosse de tutela antecipada, desde que fundamente a sua decisão (art. 305, p. único, CPC)
2.2 Procedimento da tutela antecipada antecedente 
Arts. 303 e 304, do CPC
O pedido de tutela antecipada antecedente será feito nas hipóteses em que a urgência for contemporânea à propositura da ação.
Nesses casos, o autor ingressará com uma petição inicial simplificada (que não preenche todos os requisitos dos arts. 319 e 320, CPC). Na verdade, o autor deverá apontar de forma sucinta o que é a lide, o fumus boni iuris e o periculum in mora, formular o pedido da tutela antecipada antecedente e dizer qual será o pedido de tutela final. 
Além disso, deve dar valor à causa. 
IMPORTANTE! Se o autor pretende se valer do fenômeno da estabilização de efeitos, este deverá ser requerido nesse momento, ou seja, na petição inicial simplificada.
Após o autor ingressar com o pedido de tutela antecipada antecedente, se o juiz a deferir, intimará o autor para no prazo de 15 dias ou outro prazo maior, se necessário, aditar a petição inicial com os requisitos que ficaram faltando.
Se o juiz indeferir a tutela antecipada antecedente, o autor terá 5 dias para emendar a Inicial.
Uma vez deferida a tutela antecipada antecedente, o autor terá 15 dias para adita-la e o réu será intimado para dar cumprimento à tutela antecipada deferida e citado para dar prosseguimento ao feito.
Uma vez intimado para dar cumprimento à tutela antecipada antecedente, caso o réu não recorra, e desde que o autor tenha requerido,

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