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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP APLICAÇÃO NO PROJETO ESTRUTURAL “FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA” Capítulo 9 – Aplicação no projeto estrutural Projeto com mecânica de fratura Exemplos de aplicação PROJETO COM MECÂNICA DE FRATURA Curva de projeto utilizando CTOD ou J Diagrama de análise de falhas Procedimento R6 BS 7910 API 579 SINTAP Utilização do fator K para seleção de materiais Aplicação do fator K em fadiga EXEMPLOS DE APLICAÇÕES Utilização do fator K para seleção de materiais Problema: Seja um vaso de pressão, fabricado com aço de alta resistência mecânica, que vai ser construído para suportar 34,5 MPa de pressão interna p , com diâmetro nominal d de 762 mm , e espessura da parede t igual ou maior do que 12,7 mm. O projetista pode utilizar qualquer valor para o limite de escoamento do aço, mas o peso e o custo são fatores que devem ser levados em consideração. Os aços disponíveis para utilização no vaso de pressão são apresentados na Tabela 1, com limite de escoamento LE e tenacidade à fratura KIC , para a temperatura e a taxa de carregamento de serviço. Utilização do fator K para seleção de materiais Aço LE (MPa) KIC (MPa m) Custo ($/kg) A 1794 88 3,10 B 1518 121 3,10 C 1242 154 2,20 D 1242 242 2,60 E 966 286 1,10 F 759 187 0,33 Tabela 1 Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação tradicional de projeto Considerações: Não se consideram trincas presentes no material. Fator de segurança = 2 Densidade do aço = 7,84 g/cm3 Equações: Conversões: peso/m = volume/m x densidade volume/m = ( d t)/m peso/m = ( d t)/m x densidade custo/m = (peso/m) x (custo/kg) 2 LE projeto projeto dp t 2 Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação tradicional de projeto - Resultado Aço LE (MPa) projeto (MPa) t (mm) peso (kg/m) custo ($/m) A 1794 897 14,65 275 852 B 1518 759 17,32 326 1011 C 1242 621 21,17 398 876 D 1242 621 21,17 398 1035 E 966 483 27,21 511 562 F 760 380 34,59 650 214 Tabela 2 Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação pela mecânica de fratura Considerações: Trinca superficial de profundidade a = 12,7 mm e relação a/2c = 0,25 Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação pela mecânica de fratura Equação geral para KI : KI: fator de intensidade de tensão Mk: fator de magnificação para trincas profundas, assumindo valores de acordo com gráfico a seguir : tensão circunferencial aplicada a: profundidade da trinca Q: parâmetro de forma da trinca, assumindo valores de acordo com gráfico a seguir Consideração: fator de segurança = 2 KIprojeto = KIC/2 Q a MK kI 12,1 Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação pela mecânica de fratura Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação pela mecânica de fratura Utilização do fator K para seleção de materiais Aproximação pela mecânica de fratura - Resultado Aço LE (MPa) KIC (MPa m) KIprojeto (MPa m) projeto (MPa) t (mm) peso (kg/m) custo ($/m) A 1794 88 44 241 54,4 1019 3146 B 1518 121 60,5 331 39,6 743 2293 C 1242 154 77 421 31,2 586 1293 D 1242 242 121 603 21,8 409 1083 E 966 286 143 655 20,1 376 417 F 760 187 93,5 497 26,4 495 164 Tabela 3 Utilização do fator K para seleção de materiais Comparação entre as duas abordagens Utilização do fator K para seleção de materiais Comparação entre as duas abordagens – Tabela 4 Aço LE (MPa) t (mm) Fator de segurança contra colapso Fator de segurança contra fratura Espessura para ambos critérios (mm) A 1794 14,65 2,0 0,35 54,40 7,43 2,0 54,40 B 1518 17,32 2,0 0,64 39,60 4,58 2,0 39,60 C 1242 21,17 2,0 1,12 31,20 2,95 2,0 31,20 D 1242 21,17 2,0 1,77 21,80 2,07 2,0 21,80 E 966 27,21 2,0 3,01 27,21 20,10 1,47 2,0 F 760 34,59 2,0 2,51 34,59 26,40 1,53 2,0 Utilização do fator K para seleção de materiais Comparação entre as duas abordagens – Tabela 5 Aço LE (MPa) t (mm) peso (kg/m) custo ($/m) A 1794 54,40 1019 3146 B 1518 39,60 743 2293 C 1242 31,20 586 1293 D 1242 21,80 409 1083 E 966 27,21 511 562 F 760 34,59 650 214 Aplicação do fator K em fadiga Problema: Seja uma placa de aço laminado a frio, do tipo SAE-1020, submetida a cargas uniaxiais em amplitude de tensão constante, no ar, com a razão R entre tensões igual a 0 (zero). As propriedades mecânicas deste aço são: LE = 500 MPa; LR= 670 MPa; E = 207 GPa; da/dN (mm/ciclo) = 2,16 x 10-13 K3 (N.mm-3/2). Para uma tensão máxima do ciclo de fadiga igual a 25% do limite de resistência do material, e considerando a tenacidade à fratura igual a: KIC = 52/104/208 MPa m, encontre as equações para as curvas de qualidade (S-N) deste material, para um tamanho inicial de trinca igual a: ai = 0,1/0,5/2,5 mm. Aplicação do fator K em fadiga da dN C K C Y a m m . . . . N C da Y a f m ma a i f1 . . m f ma a N cons te C da Y a I i f tan . 1 Neste exemplo: = max ; Y = 1,12 Aplicação do fator K em fadiga Determinação do tamanho crítico de trinca af: fIC aK max12,1 KIC (MPa m) af (mm) 52 24,45 104 97,82 208 391,3 Tabela 6 Aplicação do fator K em fadiga Determinação das equações das curvas S-N – Tabela 7 ai (mm) af (mm) KIC (MPa m) S x N 0,1 24,45 52 3 log( max) = log(3,50x10 12) – log(Nf) 0,5 24,45 52 3 log( max) = log(1,43x10 12) – log(Nf) 2,5 24,45 52 3 log( max) = log(5,09x10 11) – log(Nf) 0,1 97,82 104 3 log( max) = log(3,62x10 12) – log(Nf) 0,5 97,82 104 3 log( max) = log(1,55x10 12) – log(Nf) 2,5 97,82 104 3 log( max) = log(6,29x10 11) – log(Nf) 0,1 391,3 208 3 log( max) = log(3,68x10 12) – log(Nf) 0,5 391,3 208 3 log( max) = log(1,61x10 12) – log(Nf) 2,5 391,3 208 3 log( max) = log(6,89x10 11) – log(Nf) Aplicação do fator K em fadiga Análise dos resultados Qualquer estudo de propagação de trinca de fadiga pode ser reduzido à obtenção de uma curva S x N. Para cada geometria, comprimento inicial e comprimento crítico de trinca haverá uma curva S x N de propagação de trinca, cuja inclinação é o valor do expoente m da equação de Paris. A curva S x N desloca-se sempre no sentido ascendente quando m diminui e a constante de integração I aumenta, o que permite tensões admissíveis mais elevadas. O parâmetro I depende de diversos fatores: verifica-se facilmente que I aumenta quando a constante C da equação de Paris diminui. Confirma-se, em termos de tensões admissíveis, que valores mais baixos de C e de m produzem tensões admissíveis mais elevadas e, portanto, uma maior resistência à propagação de trinca. Aplicação do fator K em fadiga Análise dos resultados O feixe de retas paralelas dado pelas equações da Tabela 7 desloca-se no sentido descendente quando ai aumenta e af diminui. As tensões admissíveis diminuem com o aumento do comprimento inicial de trinca e com a diminuição do tamanho crítico de trinca (valores menores de tenacidade KIC). A variável mais importante do problema é o comprimento inicial de trinca. Comprimentos iniciais de trinca mais elevados fazem baixar o que se chama de “nível de qualidade da construção”, porque obrigam a usar tensões admissíveis mais baixas. Aplicação do fator K em fadiga Análise dos resultados Representação esquemática da influência do expoente m e do parâmetro I na curva S x N de propagação.