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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP MECÂNICA DE FRATURA ELASTO-PLÁSTICA “FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA” Capítulo 5 – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica I. O Critério CTOD II. O Critério Integral J O CRITÉRIO CTOD CTOD: definição do critério O modelo de Wells O modelo de Burdekin e Stone Relação entre CTOD e K Medição experimental de CTOD Fator rotacional e fator “eta” A curva de projeto de Dawes Efeito de diversas variáveis Utilização de 5 CTOD e o crescimento estável de trinca O CRITÉRIO INTEGRAL J Integral J: definição matemática e significado físico Os campos HRR Relação de J com K e CTOD Medição experimental de J Curva de projeto Curva de resistência ao crescimento de trinca Medição experimental de J-R Mecânica de fratura biparamétrica Faixas de aplicação da MFEL e da MFEP para descrever o comportamento de fratura. Introdução Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. ,~ 1 1 2 0 0 n rI JE ij n n ij Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Similaridade entre valores de tenacidade obtidos experimentalmente e o comportamento à fratura de um componente estrutural em serviço: escoamento de pequena monta (small scale yielding) à frente da trinca; semelhança entre campos de tensões de corpos-de-prova laboratoriais e componentes estruturais; transferabilidade de resultados de tenacidade entre ambas as configurações. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. A análise matemática seguinte modela materiais elasto-plásticos como materiais elásticos não lineares, com a condição de não ocorrência de descarregamento. Assume- se também que os materiais obedecem a relação de Ramberg-Osgood entre tensão e deformação. Definição de Wells (1961): Determinação de K1c em aços estruturais tenacidade muito elevada para caracterização pela MFEL . A deformação plástica provoca o embotamento da ponta da trinca inicialmente aguda, e esse grau de embotamento aumenta proporcionalmente à tenacidade do material. Conclusão: Wells propôs a abertura da ponta da trinca – CTOD ou (crack tip opening displacement) como um parâmetro de medição de tenacidade à fratura. : deslocamento normal ao plano da trinca medido a partir da posição original da ponta da mesma. CTOD: definição geométrica do critério Definição de Rice (1968): Neste caso, o CTOD é a interseção de duas retas ortogonalmente posicionadas na ponta deformada da trinca. Esta definição se torna equivalente ao caso anterior, se a trinca se deforma de forma semicircular. Esta definição é chamada de CTOD 90º, e é comumente utilizada para a determnação de CTOD a partir de análises por elementos finitos. CTOD como deslocamento na zona plástica de Irwin E K u LE I y 2 4 2 a2 Situação elástica linear Situação elasto-plástica Zona plástica de Irwin O modelo de Wells (1961) CTOD pelo modelo da faixa de escoamento Situação elástica linear E K E a LE I LE LE 2 2 secln 8 Zona plástica de Dugdale e Barenblatt O modelo de Burdekin e Stone (1966) ' 2 Em K LE I 2 ' 1 2 E E m EE m ' 1 d.p. t.p. Relação entre CTOD e K Trabalho de Robinson e Tetelman (1974). Aço 4340 Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. aaWr VaWr Em K p pp LE I plel ' 2 Trabalho de Robinson e Tetelman (1974). Trabalho de Shang-Xian (1983) e Zhang/Wang (1987). Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. O método eta ( ), proposto em 1973 por Turner, surge como uma ferramenta simples e acurada para determinação da tenacidade à fratura (ambos e J), por meio da divisão da energia total absorvida em frações elástica e plástica. A área sob a curva P x CMOD representa estas parcelas de energia. aLE2 5,0, 2 1 2 1 LE LEc m E a 5,0, 25,02 1 1 LE LE c m E a A curva de projeto de Dawes A curva de projeto de Dawes: correlação entre tamanho de defeito admissível previsto pela curva de projeto de CTOD e tamanho real de trinca crítica de um aço estrutural. Dimensões Tamanho de trinca Taxa de deformação Temperatura Microestrutura Efeito de diversas variáveis Curvas obtidas em ensaio de máx com um aço do tipo AISI/SAE 4140. Aplicação: parafusos de bomba de mineroduto. GESFRAM. 0 1 2 3 4 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 METAL DE BASE USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) 0 1 2 3 4 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 ZTA USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) 0 1 2 3 4 0 1000 2000 3000 4000 METAL DE SOLDA USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) Região do entalhe CTOD max (mm) Metal de base 0,24 ZTA 0,25 Metal de solda 0,40 Resultados de ensaio CTOD em junta soldada de aço patinável USI-SAC-50. a) largura W do corpo de prova – trabalho de Burdekin e Stone, 1966. b) tamanho a de trinca – trabalho de Kanazawa, 1969. Taxa de deformação, temperatura e espessura – trabalho de Hood, 1971. Aço baixo carbono Taxa de deformação, temperatura e espessura – trabalho de Nishioka e Iwanaga, 1973. Vantagens: a) 5 é medido localmente na ponta da trinca, independente do comportamento global do material. b) Como consequência da medida direta de deslocamento, nenhuma função de calibração é requerida. LELE ef Em K K E 2 5 1 41,2 m mm 2 09,2 m mm t.p. d.p. Utilização de 5: modelo de Schwalbe (1984) Grupo Europeu de Fratura – EGF (1990) Perez-Ipiña et al. (1992) pi ipii iipi i V aaWraa aaaWr p pp pp V Wraar aWrar 1 1 CTOD e o crescimento estável de trinca Aço ao cromo Aço ao silício Curvas de crescimento de trinca de aços bifásicos, efeito do tamanho do entalhe lateral. 0 1 2 3 4 5 6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 Cr-LT SG25% Cr-LT SG37% Cr-TL SG25% Cr-TL SG37% Si-LT SG25% Si-LT SG37% Si-TL SG25% Si-TL SG37% Q ( m m ) a (mm) Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Idealizando o comportamento elasto-plástico de materiais como um comportamento não linear, onde o caminho de deformação é o mesmo no carregamento e no descarregamento (elasticidade não-linear), Rice (1968) definiu o parâmetro J como a medida da quantidade de energia disponível no material (força-motriz) para um pequeno crescimento de trinca. ds x u TdywJ da dU p Rice demonstrou ainda que o valor de J pode ser determinado através de uma integral de linha calculada no plano normal à trinca, na região ao redor da trinca. A Integral J Uma propriedade de grande importância para que a integral J tenha aplicabilidade científica e prática é a sua independência em relação ao caminho de integração. Desta forma, a integral J avaliada nas proximidades de defeitos deve apresentar os mesmos valores caso avaliada em qualquer contorno arbitrário mais abrangente tomado no corpo trincado. Analogamente, a manutenção de tal independência é de fundamental importância para que a determinação experimental da integral J possa ser realizada baseada em cargas remotas (como realizado pelo método eta). É sob tal contexto, e com os campos de tensão-deformação descritos pelo campo HRR, que a integral J medida tanto numérica como experimentalmente pode ser interpretada como um parâmetro de tenacidade à fratura. A definição original da integral J proposta por Rice é considerada independente do caminho de integração em certas circunstâncias: • Carregamento quasiestático; • Carregamento proporcional; • Ausência de forças de corpo; • Condição isotérmica; • Material homogêneo; • Ausência de crescimento de trinca.Taxa de liberação de energia não linear. U = Uo + Ua + U - F ad Ud UF ad d ad Ud a 0 Integral J: definição matemática e significado físico Integral J: definição matemática e significado físico ad Ud UF ad d J da UFd da dU FUUU p a ap aop Integral J: definição matemática e significado físico Considerações importantes: Densidade de energia de deformação w Teorema de Green Vetor tração T Integral J: definição matemática e significado físico Considerações importantes: Densidade de energia de deformação w ij ijij dw 0 Integral J: definição matemática e significado físico Considerações importantes: Vetor tração T jiji nT Exemplo: 2 1 2221 1211 2 1 n n T T n1 e n2 são os co-senos dos ângulos 1 e 2 que o vetor normal à superfície do sólido faz com os eixos x e y. Se n é normal ao comprimento ds da superfície: 1 2 cos cos dsdy dsdx Integral J: definição matemática e significado físico Considerações importantes: Teorema de Green A dydx y P x Q dyQdxP Integral J: definição matemática e significado físico A ao dydxwUU udsTF U = Uo + Ua + U - F Integral J: definição matemática e significado físico udsTdydxwU A p ds a u Tdydx a w da dU A p Integral J: definição matemática e significado físico da = - dx d/da = - d/dx ds x u Tdydx x w da dU A p Integral J: definição matemática e significado físico aWB dP J 0 2 Rice (1973) Rice (1968) ds x u TdywJ da dU p Em 1968, Hutchinson e Rice/Rosengreen [HRR] independentemente demonstraram que a integral J caracteriza o campo de tensões e de deformações na ponta da trinca de um material elástico não-linear, cujo comportamento mecânico seja descrito pela equação de Ramberg-Osgood: : constante adimensional n : coeficiente de encruamento do material n ooo Eles demonstraram que para J permanecer independente do caminho de integração, a composição tensão versus deformação deveria variar com 1/r nas proximidades da ponta da trinca. Os campos HRR Efeito do expoente de encruamento de deformação na constante de integração dos campos HRR. ,~ 1 1 2 0 0 n rI JE ij n n ij Variação angular da tensão adimensional em função do expoente n. A formulação HRR apresenta a mesma anomalia encontrada na MFEL: ambas indicam tensões infinitas para o raio da trinca tendendo a zero. Porém, esse não representa o comportamento real do material na ponta da trinca, já que as grandes deformações geram o embotamento da ponta da trinca, reduzindo a triaxialidade local de tensões. A fim de verificar a zona de validade de HRR para J, McMeeking e Parks (1979) realizaram formulações por elementos finitos, incorporando a teoria de grandes deformações e considerando o efeito das variações geométricas. Efeito de grandes deformações O embotamento na ponta da trinca faz com que o campo de tensões se desvie da solução dos campos HRR nas proximidades da ponta da trinca. Por outro lado, na região próxima à trinca na qual é válida a formulação HRR, a integral J caracteriza univocamente o campo de tensões , e um valor crítico Jc é tido como uma medida da tenacidade à fratura do material. Relação K-J para uma série de aços estruturais. 2 2 1 E E EE E K GJ I t.p. d.p. Relação de J com K: escoamento limitado Contorno ao longo da zona de estiramento à frente da ponta da trinca. LEmJ Relação de J com CTOD: escoamento limitado Relação J-CTOD para tensão plana e deformação plana, assumindo = 1; para 1 os resultados devem ser multiplicados por ^(1/n). nd J 0 Shih (1981) Relação de J com CTOD: material elasto-plástico Relação de J com CTOD Relação J-CTOD para um aço C-Mn, resultados de Kanazawa (1975). Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Comparação entre a curva de projeto de CTOD e a curva de projeto de J. Turner (1979). Curva de projeto Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Curva de resistência ao crescimento de trinca Curva de resistência esquemática, comparando controle de carga com controle de deslocamento. Curva de resistência ao crescimento de trinca: módulo de rasgamento Curva de resistência. Diagrama de avaliação de estabilidade. apl apl da dJE T 2 0 mat R da dJE T 2 0 Rapl TT Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Dimensões Tamanho de trinca Taxa de deformação Temperatura Microestrutura Efeito de diversas variáveis Curva de resistência ao crescimento de trinca: efeito de variáveis Curva de resistência para um aço estrutural En32, mostrando efeito da espessura e do entalhe lateral. Garwood e Turner (1977). Aço ao cromo Aço ao silício Curvas de crescimento de trinca de aços bifásicos, efeito do tamanho do entalhe lateral. 0 1 2 3 4 5 6 7 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Cr-LT SG=25% Si-LT SG=25% Cr-LT SG=37% Si-LT SG=37% Cr-LT SG=0% Si-LT SG=0% J (k Pa .m ) a (mm) Aço ao cromo Aço ao silício Efeito de processamento termo-mecânico no valor de JQ para aços bifásicos. 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 BH CM EE EE = estado de entrega CM = estirado + bake hardening BH = bake hardening BH CM EE J Q ( kJ /m 2 ) LE (MPa) DP Cr DP Si Tenacidade à fratura de um aço do tipo DIN 1740. Aplicação: mandril de bobinadeira de LTQ. GESFRAM. Em condições de escoamento em pequena escala, um parâmetro único (por exemplo, K , J , ou CTOD) caracteriza as condições na ponta da trinca, e pode ser utilizado como critério de fratura independente da geometria do material. A mecânica de fratura de um único parâmetro falha na presença de excessiva plasticidade, e a tenacidade à fratura passa a depender do tamanho e da geometria do corpo de prova utilizado. Um número significativo de pesquisadores tem procurado estender a teoria da mecânica de fratura além dos limites impostos pela consideração de um único parâmetro. A maior parte destas novas aproximações envolve a introdução de um segundo parâmetro para caracterizar as condições na ponta da trinca: a) a tensão elástica T ; b) a teoria J-Q . Mecânica de fratura biparamétrica Mecânica de fratura biparamétrica: tensão elástica T T T f r K ij I ij 00 000 00 2 T : tensão uniforme na direção OX, que induz uma tensão T na direção OZ; deformação plana. Mecânica de fratura biparamétrica: Efeito da tensão T no campo de tensões dentro da zona plástica Kirk, Dodds e Anderson (1994). Mecânica de fratura biparamétrica: razão de biaxialidade Valores de para diversas geometrias: T > 0 elevada restrição à deformação plástica T < 0 perda rápida da restrição W af WaB P T K aT I Mecânica de fratura biparamétrica: teoria J-Q campo de tensões na ponta da trinca, dentro da zona plástica trabalho de O’Dodds e Shih (1991/1992) DifijTijDifijHRRijij 0 2 ,00 ijTijij Q ij : delta de Kronecker 20 0 0 0 J r eemQ T yyyy Mecânica de fratura biparamétrica: teoria J-Q Relação entre Q e T Mecânica de fratura biparamétrica: Evolução de Q com a deformação. Mecânica de fratura biparamétrica: Lugar geométrico da tenacidade à fratura J-Q Mecânica de fratura biparamétrica: Aplicação para estruturas reais.
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