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Caderno de questões policia penal mg

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Sumário 
Língua Portuguesa .................................................................................................................................................. 3 
Direitos Humanos ................................................................................................................................................ 41 
Código de Ética e Estatuto do Servidor Público do Estado de Minas Gerais ....................................................... 67 
Conhecimentos Específicos.................................................................................................................................. 84 
RaciocínioLógico ................................................................................................................................................... 97 
Conhecimentos Gerais ....................................................................................................................................... 106 
 
 
Língua Portuguesa 
01 
 
Leia os textos (1) e (2) das músicas a seguir: 
 
[Texto música (1)] 
O Mundo é Um Moinho 
Cartola 
Ainda é cedo, amor 
Mal começaste a conhecer a vida 
Já anuncias a hora de partida 
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar 
Preste atenção, querida 
Embora eu saiba que estás resolvida 
Em cada esquina cai um pouco a tua vida 
Em pouco tempo não serás mais o que és 
Ouça-me bem, amor 
Preste atenção, o mundo é um moinho 
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos 
Vai reduzir as ilusões a pó 
[ Texto música (2) ] 
Anna Julia 
Los Hermanos 
 
Quem te vê passar assim por mim 
Não sabe o que é sofrer 
Ter que ver você, assim, sempre tão linda 
Contemplar o sol do teu olhar, perder você no ar 
Na certeza de um amor 
 
Me achar um nada 
Pois sem ter teu carinho 
Eu me sinto sozinho 
Eu me afogo em solidão 
 
Oh, Anna Júlia 
Oh, Anna Júlia 
Analisando sintaticamente ambos os textos, quanto aos termos destacados podemos afirmar que: 
I. Se equivalem sintaticamente. 
II. Não se equivalem, pois “amor e querida” não podem ser considerados sujeitos nucleares dentro do 
contexto que estão inseridos. 
III. Estão descolados sintaticamente da oração, não pertencem ao sujeito ou predicado e servem para 
chamar, ou seja, invocar o receptor da mensagem. 
IV. São considerados apenas acessórios da oração, complementos que não são utilizados como integrantes, 
ou seja, não participam como essenciais para o esclarecimento da oração. 
 
 
Estão corretas as afirmativas: 
a) II, apenas. 
b) IV, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) I e IV, apenas. 
02 
Leia o fragmento do texto: 
“Acredita-se que o ebola se propague em longas distâncias ao ser levado por morcegos, que podem hospedar 
o vírus sem morrer. Assim, ele infecta outros animais com os quais os mamíferos voadores compartilham 
árvores, como os macacos. Frequentemente se propaga para os humanos através de carne infectada. A 
geografia remota e extensa do Congo lhe dá uma vantagem com relação a outras zonas, já que os surtos 
costumam ser localizados e são relativamente fáceis de isolar.” 
A partir do texto, leia as afirmativas interpretadas gramaticalmente a seguir: 
I. É afirmada a indeterminação do sujeito, ao se apresentar o verbo acreditar em terceira pessoa, 
acompanhado do pronome SE. 
II. Há a participação do sujeito composto ao lermos no texto, uma geografia remota e extensa do Congo. 
 
III. O advérbio de modo está presente quando é classificado o modo que se propaga a doença para os seres 
humanos. 
IV. Ao dizer ’’frequentemente”, se faz a classificação do tempo necessário para que a enfermidade acometa 
os seres humanos por intermédio da carne infectada. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e III, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) IV, apenas. 
d) II e IV, apenas. 
03 
Leia com atenção o poema de Gregório de Matos: 
Três dúzias de casebres remendados, 
Seis becos de mentrastos entupidos 
Quinze soldados rotos e despidos 
Doze porcos na praça bem criados. 
 
Dois conventos, seis frades, três letrados 
Um juiz com bigodes sem ouvidos 
Três presos de piolhos carcomidos 
Por comer dois meirinhos esfaimados. 
 
As damas com sapatos de baeta 
Palmilha de tamanca como frade 
 
Saia de chita, cinta de raquete. 
 
 
O feijão que só faz ventosidade 
Farinha de pipoca, pão de greta 
De Sergipe Del Rei esta é a cidade. 
Quanto à tipologia textual usada pelo escritor analise as afirmativas a seguir: 
I. É uma descrição, por relatar as características de um local. 
 
II. É uma dissertação, por analisar e interpretar dados reais sobre a cidade de Sergipe Del Rei. 
III. É apenas a definição de uma linda cidade aos olhos do poeta. 
IV. É uma exposição, são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias; explica; 
avalia; reflete. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e IV, apenas. 
b) I, apenas. 
c) III e IV, apenas. 
d) III apenas. 
04 
Leia o fragmento textual: 
“Os conhecimentos produzidos na área de políticas públicas vêm sendo largamente utilizado por 
pesquisadores, políticos e administradores que lidam com problemas públicos em diversos setores de 
intervenção e nas maisdiferentes áreas: ciência política, sociologia, economia, administração pública, direito 
etc.[i] Vêm sendo utilizado tanto no que diz respeito à implementação e a avaliação das políticas públicas, 
quanto no que diz respeito a abordagens que destacam o papel das ideias e do conhecimento neste 
processo[ii].” 
 
 
As palavras destacadas estão morfologicamente classificadas, respectivamente e conforme os preceitos 
da norma culta. A esse respeito, assinale a alternativa correta. 
a) conjunção; advérbio; verbo; verbo. 
b) conjunção; adjetivo; advérbio; verbo. 
c) preposição; adjetivo; substantivo feminino; verbo. 
d) preposição; advérbio; advérbio; verbo. 
05 
Considere os textos: 
. “... a riqueza provoca um tipo de consumo “ostentatório”, comprando que serviam apenas para demonstrar 
o status dos ricos. [...] Esse consumo provoca a imitação dos pobres, que por sua vez, passavam, dentro das 
suas possibilidades, a consumir objetos desnecessários, mas que lhe davam aparência de “classe superior" 
(José Chiavenato). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. 
 
 
3. “Eu me utilizo de todos os meios da Sociedade de consumo, penetro no Sistema, mas como um veneno” 
(Raul Seixas) 
Ao compará-los, é correto afirmar: 
I. Na atualidade os bens de consumo são o equilíbrio físico e mental necessários para toda asociedade. 
II. Há um consumo ilimitado de bens, sobretudo em artigos de pouca necessidade. 
III. As palavras “ostentatório” e “veneno” servem para definir o que representa o consumismo no mundo 
atual. 
IV. O consumismo é necessário pela importância da produtividade industrial no mundo moderno a menos 
que ultrapasse os limites da classe menos favorecida. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e III, apenas. 
b) I e IV, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) II e IV, apenas. 
06 
Analise as afirmativas a seguir atribuindo-lhes valores Verdadeiro (V) ou Falso (F): 
( ) Renderam-se às tropas aliadas as forças germânicas de terra, mar e ar. (O núcleo do sujeito é, “forças 
germânicas”). 
( ) Pode haver grandes shows na virada cultural. (O verbo haver tem valor existencial). 
( ) Precisa-se de pedreiro. (A partícula SE atua como determinante do sujeito). 
( ) Foram incentivados a comemorar a queda do governo. (O infinitivo não é flexionado, principalmente, em 
locuções verbais e verbos preposicionados). 
Assinale a alternativa que, respectivamente, apresenta a sequência correta de cima para baixo. 
a) V; V; F; V. 
b) F; F; V; V 
 
c) V; F; V; F. 
d) V; V; F; F. 
07 
Analise o poema de Rudolf Steiner: 
“No coração tece o sentir 
Na cabeça brilha o pensar 
Nos membros vigora o querer 
Brilhocente 
Tecer revigorante 
Vigor brilhante 
Isto é o homem. 
Com relação à palavra “Brilhocente”: 
Assinale a alternativa correta. 
a) Se trata da junção do verbo brilhare o substantivo inocente. 
b) É um adjunto adnominal. 
c) Se trata da união do substantivo brilho e o adjetivo inocente. 
d) É um neologismo. 
08 
Texto 
 
Gravidez por substituição 
“Carrego seu flho por R$50 mil” 
Proibida no Brasil, barriga de aluguel movimenta internet 
com grupos de oferta e procura (Clarissa Pains) 
 
“Cedo meu útero por R$30 mil em dinheiro e um carro a partir do ano de 2012.” 
“Alugo barriga por R$50 mil para terminar de construir minha casa.” 
“Se você não tiver dinheiro, mas puder me arrumar um emprego, alugo meu útero sem custos.” 
Ao rolar a página de um grupo público sobre barriga de aluguel na internet, a sensação é de estar vendo 
uma seção de classifcados. As mulheres informam quanto cobram e quais são suas exigências, e os possíveis 
contratantes selecionam as que mais se encaixam no perfl que procuram e entram em contato. Os valores 
costumam variar de R$10 mil a R$50 mil, e muitas “candidatas” se dispõem a viajar para outros estados. Tão 
explícitas na rede, essas transações comerciais são, no entanto, proibidas no Brasil. Por aqui, só se pode 
“emprestar” a barriga para parentes de até quarto grau e se não houver dinheiro envolvido, no que é 
chamado tecnicamente de cessão temporária de útero ou gravidez por substituição. 
 
Quem tenta driblar isso, tem, em geral, consciência da proibição, mas alega necessidade fnanceira.[...] 
O tema não é consenso mesmo entre especialistas em reprodução. Para Maria Cecília, ter uma barriga 
solidária dentro da família e sem pagar é o ideal por uma questão emocional e de segurança para os pais e 
o bebê, mas a proibição da transação comercial traz outros problemas. 
- O vínculo comercial dá, sim, margem a práticas de má-fé. No entanto, é uma faca de dois gumes: quando 
você proíbe, acham um jeito de fazer de forma clandestina e, portanto, insegura. Proibir não é o melhor 
caminho, mas isso é uma opinião pessoal – diz ela. 
Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Marcio Coslovsky ressalta que o 
objetivo da norma é, acima de tudo, impedir que se atente contra a dignidade humana: 
- A ideia é proteger as pessoas e não explorar a miséria delas. A única ponderação que cabe notar é que 
tal proibição, de forma geral, é associada à classe social: quem tem dinheiro pode pegar um avião e fechar 
um contrato de barriga de aluguel, porque vários países permitem. [...] 
Outra especialista, Claudia Navarro diz, ainda, que uma “inseminação caseira”, feita fora das clínicas 
especializadas, envolve uma série de perigos. 
- Há risco grave de infecção. Nas clínicas, o sêmen fca guardado seis meses antes de ser usado, para dar 
tempo de a janela de incubação dos vírus terminar. Isso nos dá garantia de que a pessoa não tem HIV, por 
exemplo – diz ela. – E se, além da barriga, a mulher usar seu óvulo, ela será mãe de fato da criança. Pode, no 
futuro, pedir guarda, pensão. São muitas consequências. 
(Fonte: Jornal O Globo, 25/02/2018) 
“quando você proíbe, acham um jeito de fazer de uma forma clandestina” (7º§) 
 
 
Considerando o contexto em que o verbo “acham” está inserido, sintaticamente, seu sujeito deve ser 
classifcado como: 
a) Composto. 
b) Indeterminado. 
c) Inexistente. 
d) Desinencial. 
09 
Em “Tão explícitas na rede, essas transações comerciais são, no entanto, proibidas no Brasil.” (4º§) o 
conectivo destacado poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por: 
a) portanto. 
b) porquanto. 
c) todavia. 
d) além disso. 
10 
Assinale a alternativa em que se faz um comentário INCORRETO a respeito do vocábulo destacado em “- 
O vínculo comercial dá, sim, margem a práticas de má-fé.”(7º§): 
 
a) trata-se de um artigo defnido feminino e no singular. 
b) sua presença deve-se a uma questão de regência. 
c) não ocorre crase em função do vocábulo “práticas”. 
d) classifca-se, morfologicamente, como preposição. 
11 
Texto 
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não 
viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em 
outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros. 
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde 
que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da 
loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o 
contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas – só detalhes interessam. O 
conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos 
não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da 
lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...] 
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de 
descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença. 
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. 
D 10) 
A partir da leitura atenta do texto, pode-se apreender que a presença do menino de rua provoca no 
narrador o seguinte sentimento: 
a) Revolta. 
b) Desconforto. 
c) Indiferença. 
d) Piedade. 
12 
“Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, 
os meios-fios, os postes. 
Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama.” (1º§) 
O autor estabelece, argumentativamente, uma distinção inicial que é marcada pelo uso dos pronomes 
possessivos e revela um posicionamento discursivo. Com esses pronomes, o autor: 
a) insere-se na realidade do menino de rua, sendo solidário a ele. 
b) aproxima-se do leitor que teria uma realidade semelhante a dele. 
c) desloca o menino de rua para a realidade dos leitores. 
d) afasta-se da realidade dos leitores aos quais faz referência. 
 
13 
 
“Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, 
os meios-fios, os postes. 
Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama.” (1º§) 
O conectivo destacado no trecho relaciona ideias introduzindo o valor semântico de: 
a) Explicação. 
b) Conclusão. 
c) Oposição. 
d) Condição. 
14 
Em “Eu preferia que ele não viesse.” (1º§), nota-se um emprego mais coloquial da regência do verbo 
preferir, contrariando a norma culta. Isso se explica devido: 
a) ao uso de apenas um dos complementos exigidos pelo verbo. 
b) à presença de um complemento verbal na forma deoração. 
c) à ausência da preposição “a” antes do complemento verbal. 
d) ao emprego do conectivo “que” como ferramenta coesiva. 
15 
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-se entre 
si, sendo a primeira classificada como: 
a) subordinada adverbial. 
b) subordinada adjetiva. 
c) subordinada substantiva. 
d) coordenada sindética. 
16 
Cumprindo papel caracterizador, os adjetivos e locuções adjetivas são instrumentos que podem contribuir 
para indicação do posicionamento do autor. Dessa forma, assinale a alternativa em que a locução adjetiva 
assume um caráter mais subjetivo, sinalizando um posicionamento do autor. 
a) “parado no sinal de trânsito” (1º§). 
b) “o menino de rua só pode brincar” (2º§). 
c) “A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades” (2º§). 
d) ”sair do útero da mãe” (3º§). 
17 
Texto 
 
Camelos e beija-flores... 
(Rubem Alves) 
 
 
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as “estórias” deveriam ser 
grafadas como “histórias”. É assim que os gramáticos decidiram e escreveram nos dicionários. 
Respondi também delicadamente: “Comigo não. Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’. 
Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’. Estória e história são tão diferentes quanto camelos e 
beija-fores...” 
Escrevi um livro baseado na diferença entre “história” e “estória”. O revisor, obediente ao dicionário, 
corrigiu minhas“estórias” para “história”. Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro 
que era para falar de camelos e beija-flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos 
camelos... 
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: “A estória não quer ser 
história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.” 
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava estórias. Ela, ao final, 
me perguntava: “Papai, isso aconteceu de verdade?” E eu ficava sem lhe poder responder porque a resposta 
seria de difícil compreensão para ela. A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para 
que aconteça sempre...” 
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão definitivamente 
enterradas no passado. Mortas para sempre. [...] 
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso é uma invenção. O 
jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí, ao ler o mito que nunca existiu eu me 
vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...] 
A história nos leva para o tempo do “nunca mais”, tempo da morte. As estórias nos levam para o tempo 
da ressurreição. Se elas sempre começam com o “era uma vez, há muito tempo” é só para nos arrancar da 
banalidade do presente e nos levar para o tempo mágico da alma. 
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever “estória” não corrija para “história”. Não quero confundir 
camelos e beija-flores... 
“A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre...”(5º§) 
O pronome destacado cumpre papel coesivo, mas também sintático na oração. Assim, sintaticamente, ele 
deve ser classificado como: 
a) adjunto adnominal. 
b) objeto direto. 
c) complemento nominal. 
d) objeto indireto. 
e) predicativo. 
18 
A oração destacada em “Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido.”(3º§), está na forma 
reduzida e introduz, em relação à principal, o valor semântico de: 
 
a) causa. 
b) concessão. 
c) consequência. 
d) condição. 
e) conformidade. 
19 
Texto I 
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística. Por isso, 
embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma 
verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e 
problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer 
saber o que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma 
sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras 
diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas 
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...] 
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e sofisticada 
de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, além de expor traços do 
que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro 
que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer 
uma relação com outros textos. [...] 
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um 
fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da língua deriva para 
outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. 
E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes. 
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001) 
Considere o fragmento abaixo para responder a questão. 
“A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um fato 
ou situação que ela representa como um espelho.” (3º§) 
Sabendo tratar-se de um período composto, estrutura mais complexa na língua, analise as afirmações 
abaixo. 
I. A segunda oração é “que uma língua não é clara e relacionada diretamente a um fato ou situação” e exerce 
a função sintática de predicativo. 
II. Ocorrem, no período, duas orações subordinadas adverbiais de valores semânticos distintos. 
III. O trecho “a um fato ou situação” exemplifica termos coordenados entre si. 
IV. A primeira oração classifica-se como subordinada substantiva subjetiva. 
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas incorretas. 
a) I e II, apenas 
b) II e IV, apenas 
 
c) III, apenas 
d) I e III, apenas 
e) IV, apenas 
20 
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu emprego justificado 
pela seguinte razão: 
a) introduz uma opinião contrária à do autor. 
b) ratifica a informação imediatamente anterior. 
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas. 
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede. 
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente. 
21 
Texto I 
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística. Por isso, 
embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma 
verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e 
problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer 
saber o que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma 
sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras 
diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas 
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo omundo.[...] 
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e sofisticada 
de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, além de expor traços do 
que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro 
que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer 
uma relação com outros textos. [...] 
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a um 
fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da língua deriva para 
outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. 
E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes. 
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001) 
No trecho “Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção de 
piadas fornecerá excelente pista:”, a preposição em destaque ocorre em função de uma exigência de 
regência. Dentre as frases abaixo, assinale aquela em se verifica um ERRO no emprego do termo regido 
em destaque. 
a) O supervisor chamou todos os funcionários. 
b) O adiamento do evento implicará em corte de verbas. 
c) Eles não se esqueceram da data da audiência. 
d) Os candidatos visavam a um resultado eficiente. 
 
e) Perdoaram aos agressores. 
22 
Texto I 
 
Os outros 
 
 
Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que anteontem, quando tive 
o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita Consciência da Alteridade. 
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo pela calçada. Foi então 
que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica. Simplesmente entendi, naquele instante, que 
o pedestreera um outro: via o mundo por seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre 
seus ombros, tinha antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente 
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida dele. 
O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que ele agora estava no 
quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por sua pele, tão centro do Cosmos e da 
Criação quanto eu, você e sua tia-avó. 
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas verdades as mais difíceis 
de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe, racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: 
você acredita mesmo que isso seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo 
e, convenhamos, isso não faz o menor sentido. 
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência elas têm, é de que não 
são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário ontem de noite. Diante de um riacho, as 
saúvas africanas se metiam na água e formavam uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras 
passassem. Morriam afogadas, para que o formigueiro sobrevivesse. 
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma solidariedade pela formiga 
desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o 
pedestre estava fazendo naquela hora. Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a 
mulher do próximo? Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill 
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos por aí, crentes que, se 
Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses. Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões 
de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça 
e a esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra, 
agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não éestranhíssimo? 
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo: Editora 34, 2010. p17-18) 
Considere o período abaixo e as afirmativas feitas a respeito das orações e termos que o constituem. 
 
 
“Sete bilhões de irritações, sistemas digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a 
esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria.” (6º§) 
 
 
I. A oração “que não desgrudam da cabeça”, por seu caráter acessório, pode ser deslocada para outras 
posições no período sem prejuízo ao sentido inicial. 
 
II. Todos os verbos do período possuem o mesmo sujeito. 
III. O trecho “Sete bilhões de irritações, sistemas digestivos, músicas chicletenta” ilustra um exemplo de 
paralelismo sintático, apesar de se notar a omissão da preposição “de” em parte dele. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I, II e III. 
b) apenas I. 
c) apenas II. 
d) apenas III. 
e) apenas I e II. 
23 
 
O termo “uma tendência crescente” exerce, na oração em que se encontra, a função sintática de: 
a) objeto direto. 
b) adjunto adnominal. 
c) predicativo do sujeito. 
d) complemento nominal. 
e) aposto. 
24 
Considere o fragmento abaixo para responder a questão abaixo. 
“Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. 
Não era de espantar: estava inteiramente fora de forma.” 
(1º§) 
Os advérbios destacados expressam, respectivamente, as seguintes circunstâncias: 
a) modo e modo. 
 
b) intensidade e tempo. 
c) intensidade e intensidade. 
d) modo e intensidade. 
25 
Dos adjetivos presentes em “Depois de uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos” (2º§), apenas 
o segundo está apresentando uma alteração de grau. Trata-se do grau: 
a) superlativo absoluto. 
b) comparativo de superioridade. 
c) superlativo relativo. 
d) comparativo de igualdade. 
26 
Considere o trecho abaixo para responder a questão abaixo. 
“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira 
ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo.” 
(2º§) 
As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguintes orações: 
a) subordinada adverbial e subordinada substantiva. 
b) coordenada sindética e subordinada adjetiva. 
c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva. 
d) subordinada substantiva e coordenada sindética. 
27 
O verbo destacado em “O juiz procedeu à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.” (2º§) é 
transitivo indireto e rege a preposição “a”. Tal fato justifica a ocorrência da crase no trecho. Dentre os 
verbos destacados abaixo, assinale o que NÃO possui mesma transitividade e regência de acordo com a 
normal padrão. 
a) assistir (no sentido de ver). 
b) obedecer. 
c) querer (no sentido de ter afeto). 
d) aspirar (no sentido de respirar). 
28 
Texto II 
 
 
 
O vocábulo “que” que segue a palavra “homem” cumpre papel coesivo e deve ser classificado, 
morfologicamente como: 
a) pronome relativo. 
b) conjunção integrante. 
c) conjunção explicativa. 
d) pronome indefinido. 
29 
Texto III 
 
 
O homem vive em média sete anos a menos que a mulher. A cada três mortes de adulto, duas são de 
homens. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, na faixa 
de 20 a 59 anos, os homens morrem mais por causas externas, como acidentes de trânsito, acidentes de 
trabalho e lesões por violência. O segundo motivo de morte entre homens nesta faixa etária são as doenças 
do aparelho circulatório, seguida das neoplasias. Comemorado neste sábado (15), o Dia Internacional do 
Homem traz para o debate os cuidados com a saúde masculina no país. 
Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos e 57% apresentam sobrepeso. Com relação 
ao tabagismo, 12,7% fumam e sobre doenças crônicas, 7,8% dos homens têm diabetes e 23,6% têm 
hipertensão. Vinte e sete por cento dos homens consomem bebida alcóolica abusivamente e 12,9% dirigem 
após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado anualmente pelo governo federal. 
 
 
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/ dia-internacional-do-homem- 
chama-atencao-para-cuidados-comsaude-masculina. Acesso em 01/09/17) 
Os vocábulos devem ser analisados no contexto em que estão inseridos. Desse modo, as palavras 
destacadas no texto possuem: 
a) mesmo papel coesivo. 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/
 
b) diferentes classes gramaticais. 
c) funções sintáticas equivalentes. 
d) identificação semântica. 
30 
A concordância verbal que envolve a indicação de porcentagens pode causar confusão na escrita. Em 
“Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos” (2º§), o verbo está no plural uma vez que 
concorda com o seguinte termo: 
a) 18%. 
b) homens. 
c) brasileiros. 
d) obesos. 
31 
 
Notícia de jornal 
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, trinta anos 
presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, 
permanecendo deitado na calçada durante setenta e duas horas, para finalmente morrer de fome. 
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância do Pronto Socorro e 
uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo 
de fome. 
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de 
fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem 
morreu de fome. 
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal sem ser identificado. 
Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre de fomeem plena rua, entre centenas de 
passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um 
pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem seu 
destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que 
morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e 
o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem 
perdão. 
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que haveria de ser da minha 
alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome. 
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o 
jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às 
autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar 
que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que 
morresse de fome. 
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais movimentado da 
cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome. 
Morreu de fome. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. A repetição de que o homem morreu de fome expressa a indignação do cronista com o fato. 
II. De acordo com o cronista, a fatalidade aconteceu apesar das atitudes corretas dos comerciantes e dos 
que passaram ao lado do homem. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I, apenas. 
c) II, apenas. 
d) Nenhuma. 
32 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. “Presumíveis” é adjetivo e indica que não se tem certeza da idade do homem que morreu. 
II. “Escarmento” é substantivo concreto e pode ser substituído no texto por “indignação”. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I, apenas. 
c) II, apenas 
d) Nenhuma. 
33 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. O cronista considera que o homem era um vagabundo, um mendigo, um bicho e, por isso, seu destino era 
previsível. 
II. Ao atribuir o adjetivo “pleno” a “centro” e “rua”, o cronista destaca o descaso das pessoas. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I, apenas. 
c) II, apenas. 
d) Nenhuma. 
34 
Considere o período e as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
“Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às 
autoridades.” 
 
I. Trata-se de um período composto por coordenação. 
II. O sujeito de “louve-se” é indeterminado. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I, apenas. 
c) II, apenas. 
d) Nenhuma. 
35 
Assinale a alternativa em que a concordância está correta. 
a) Não foi adequado a postura dela na cerimônia. 
b) Ele deixou bem claro, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto. 
c) A maioria dos estudantes que prestaram o concurso apresentou dificuldades em matemática. 
d) Deve existir outras soluções para este problema! 
36 
Assinale a alternativa em que as duas palavras devem ser obrigatoriamente acentuadas. 
a) Critica – sofa. 
b) Violencia – reporter. 
c) Enfase – vivencia. 
d) Especifica – lamentavel. 
37 
Considere o período e as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
O crescimento assustador de casos de febre amarela trata-se de um sério problema e fizeram com que 
muitas pessoas procurassem os postos de saúde. 
I. O verbo “trata-se” está empregado incorretamente, pois o uso do “se” é incompatível com a presença do 
sujeito simples. 
II. Há um problema de concordância verbal: o verbo “fazer” deveria estar na terceira pessoa dosingular. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I, apenas. 
c) II, apenas. 
d) Nenhuma. 
 
38 
Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade. 
 
 
O murinho 
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, capitaneando 
inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral, providas de namorados 
civis e militares. 
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente ao edifício, 
separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de altura, tão lisa que 
convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a 
diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou 
não conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente 
se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da 
noite). 
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia. Sem playground, 
oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, 
chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que 
só as mães escutam — as mães sentadas no “murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão. 
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde, uns rapazinhos e 
brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse bando tinha o dinamismo próprio 
da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua 
alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos 
guturais que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. 
Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo 
à horda que se renovava. 
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e desacataram-no. A 
rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada de mau, só cantar e assobiar. 
Os chatos que pirassem. 
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone chamou a 
radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o porteiro estava falando 
sozinho. 
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles 
reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gente do Jandaia, e outros 
que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos 
bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes 
envergonhava a rua. 
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava; tinha também 
rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadinhos não iam fazer isso diante 
de suas casas? 
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se mostrassem omissos, 
uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde de água suja conspurcou a camisa 
esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte 
voltaram. E voltaram e tornaram a voltar. 
 
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele uma grade de 
ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa pessoal de um deles, 
coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comentou uma das garotas, com desprezo. 
Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as 
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos. 
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 
Com base na leitura, analise asafirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
 
 
I. O cronista narra a disputa pelo espaço particular, o jardim de um edifício, invadido por jovens baderneiros. 
II. A resolução do conflito recuperou o espaço para seus usuários originais e legítimos. 
a) Nenhuma afirmativa é correta. 
b) Apenas a afirmativa I é correta. 
c) Apenas a afirmativa II é correta. 
d) As afirmativas I e II são corretas. 
39 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. O sufixo “inho” marca o grau diminutivo do substantivo “muro” e tem, no texto, um efeito semântico 
pejorativo. 
II. “Consternação” é um substantivo concreto e pode, no texto, ser substituído por “raiva”. 
a) As afirmativas I e II são corretas. 
b) Apenas a afirmativa I é correta. 
c) Apenas a afirmativa II é correta. 
d) Nenhuma afirmativa é correta. 
40 
Na oração “mas impõe-se a descrição sumária do território”, o sujeito é: 
a) oculto. 
b) composto. 
c) simples. 
d) indeterminado. 
41 
Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade. 
O murinho 
 
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, capitaneando 
inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral, providas de namorados 
civis e militares. 
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente ao edifício, 
separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de altura, tão lisa que 
convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a 
diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou 
não conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente 
se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da 
noite). 
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia. Sem playground, 
oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, 
chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que 
só as mães escutam — as mães sentadas no “murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão. 
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde, uns rapazinhos e 
brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse bando tinha o dinamismo próprio 
da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua 
alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos 
guturais que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. 
Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo 
à horda que se renovava. 
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e desacataram-no. A 
rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada de mau, só cantar e assobiar. 
Os chatos que pirassem. 
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone chamou a 
radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o porteiro estava falando 
sozinho. 
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles 
reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gente do Jandaia, e outros 
que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos 
bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes 
envergonhava a rua. 
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava; tinha também 
rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadinhos não iam fazer isso diante 
de suas casas? 
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se mostrassem omissos, 
uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde de água suja conspurcou a camisa 
esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte 
voltaram. E voltaram e tornaram a voltar. 
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele uma grade de 
ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa pessoal de um deles, 
coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comentou uma das garotas, com desprezo. 
Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as 
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos. 
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 
 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. O cronista sugere que, no período noturno, casais aproveitavam a falta de iluminação frequente para 
namorar. 
II. “Mormente” é um advérbio e pode ser substituído, no texto, por “especialmente”. 
a) As afirmativas I e II são corretas. 
b) Apenas a afirmativa I é correta. 
c) Apenas a afirmativa II é correta. 
d) Nenhuma afirmativa é correta. 
42 
Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. 
“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles 
reapareceram.” 
I. Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação. 
II. “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”. 
a) As afirmativas I e II são corretas. 
b) Apenas a afirmativa I é correta. 
c) Apenas a afirmativa II é correta. 
d) Nenhuma afirmativa é correta. 
43 
Assinale a alternativa que não apresenta problema de concordância. 
a) O porteiro deixou claro, ao abordar os jovens, os incômodos que eles estavam causando. 
b) Houve moradores que não se importaram com o grupo de jovens. 
c) Ergueu-se altas grades no muro. 
d) Fazem dias que os jovens não se reúnem na frente do edifício. 
44 
Assinale a alternativa em que não há problema de regência. 
a) A atitude dos jovens implicou na medida de colocar grades no muro. 
b) A chegada dos jovens na área do prédio causou alvoroço. 
c) O filme que assistimos é muito longo. 
d) A medida à qual o cronista se referiu foi autoritária. 
45 
Para a questão, considere o texto a seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudônimo de Tereza 
Quadros, no jornal Comício, em 1952. 
 
Lar, engenharia de mulher 
Tereza Quadros 
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é um mal. O leitor 
gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem revelada. Negativo é sempre 
negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto, menos magro do que gordo, mas 
necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma boa escova de nylon, para cabelo. É assim que 
a gente imagina os homens de bom coração e devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça 
arrepiadinha de cachos da menina e falou com bondade: 
- Que pena vocês não terem um lar. 
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a menina, que tinha cinco 
anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo quarto de hotel. Naturalmente, 
espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a felicidade que tinha, sem saber que era dona 
dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando 
por cima da cabeça dos homens. Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam 
essas geringonças complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita 
vontadede andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas 
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos, já que a maioria 
não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata de biscoitos, depois que as 
crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil, mas ainda se pode arranjar: quem compra 
bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai 
alimentando a esperança de cair nas graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, 
só com muita sorte. Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o 
lar. Sabe-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa parecida 
com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o mundo sabe que 
está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu com tanta força e que nós todos 
sabemos quando ele está presente, como sabemos quando houve desarranjo sério nas turbinas ou simples 
curto circuito num fusível qualquer. 
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num canto do 
armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas esperadas. Mas a gente 
percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito fresco, o sabor de substância simples e 
natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar 
à mulher. E que a mulher construiria o lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que 
levar vantagem, não podia ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa 
simples e complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil, 
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher. 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir. 
I. A crônica estabelece uma oposição semântica entre casa e lar, dissociando os dois termos, muitas vezes, 
tomados como sinônimos no dia a dia. 
II. De acordo com a crônica, existem pessoas que possuem uma casa, mas não têm um lar. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II. 
 
d) nenhuma das duas afirmativas. 
46 
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir. 
I. A cronista é contra a participação das mulheres no mercado de trabalho, pois elas devem se dedicar ao lar. 
II. Segundo a autora, as mulheres são incapazes de compreender os fenômenos elétricos e científicos, por 
isso elas devem se dedicar a uma atividade em que predomina a intuição, característica tipicamente 
feminina. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II. 
d) nenhuma das duas afirmativas. 
47 
Assinale a alternativa que está correta de acordo com a norma culta. 
a) Não se resolveram os problemas da empresa. 
b) A redução da maioridade penal trata-se de um assunto polêmico. 
c) Ouviu-se as testemunhas do caso e nada foi comprovado. 
d) Não se precisam de justificativas para essa atitude. 
48 
Assinale a alternativa sem problemas de regência. 
a) O viaduto que passo todos os dias está em reforma. 
b) O filme que assistimos é muito bom. 
c) A cidade aonde ele nasceu é muito pequena. 
d) A obra a que o professor se referiu não é muito divulgada. 
49 
Considere os períodos a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. O não comprimento das normas implicará em advertência. 
II. Não me lembrei do aniversário dele há dois dias. 
a) Somente o período I está de acordo com a norma culta. 
b) Somente o período II está de acordo com a norma culta. 
c) Os dois períodos estão de acordo com a norma culta. 
d) Nenhum dos dois períodos está de acordo com a norma culta. 
 
50 
Considere o período a seguir e assinale a alternativa incorreta. 
O diretor considerou inadequado, as ideias expostas pelo funcionário na reunião, mas houve colegas que 
apoiaram ele. 
a) O adjetivo “inadequado” deveria estar no feminino e no plural. 
b) O pronome pessoal do caso reto “ele” deveria ser substituído pelo pronome oblíquo: o correto seria “que 
o apoiaram”. 
c) O verbo “haver” deveria concordar com “colegas”: o correto seria “houveram”. 
d) A vírgula depois de “inadequado” está empregada incorretamente. 
51 
Texto I 
Afinal: o que é a “morte cerebral”? 
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o preenchimento 
de critérios clínicos e laboratoriais 
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza, de uma 
forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes, e, sem o 
conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista 
evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e 
complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros, para que 
as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas. 
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser necessárias; 
muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada. 
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos que o 
indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também achávamos que as 
sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração. 
Apesar disto parecer “bom senso”, o conceito de “morte cerebral” e seu adequado diagnóstico são 
tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar formalmente a “morte 
cerebral” ou “morte encefálica” tomou impulso quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou- 
se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser 
considerados possíveis doadores. 
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos aspectos 
são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que são facilmente 
reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, 
pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação 
nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado: ver se o paciente 
respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação pudesse ser replicada, independente do 
ambiente em que o indivíduo esteja. [...] 
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados (caso 
tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir 
deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias. 
 
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-cerebral/ Acesso em: 
07/02/17) 
De acordo com o texto, ser considerada uma relativa novidade a declaração de morte cerebral ocorre em 
função de: 
a) o cérebro coordenar muitas funções necessárias à atividade humana. 
b) o cérebro possibilitar que se fale, pense, além de organizar as ideias. 
c) seu diagnóstico envolver o preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais. 
d) muitos indivíduos receberem medicação nas 24h que antecedia a morte cerebral. 
e) até pouco tempo, acreditar-se que o indivíduo morria quando seu coração parava. 
52 
O caráter informativo do texto em análise deve-se, sobretudo: 
a) à linguagem essencialmente técnica empregada na sua redação. 
b) à inclusão do autor e do leitor por meio do uso da primeira pessoa. 
c) à exposição da visão pessoal do autor em detrimento dos fatos. 
d) ao emprego excessivo de exemplos na argumentaçãoproposta. 
e) a uma mensagem centrada no assunto em questão. 
53 
Em “Aprimoram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção” (1º§), o verbo destacado 
está flexionado no plural concordando com: 
a) o sujeito “eles” que se encontra oculto. 
b) o núcleo do sujeito simples “mecanismos”. 
c) o sujeito composto “de defesa, de alimentação, de locomoção”. 
d) o pronome “se” que o acompanha indicando sujeito indeterminado. 
e) os complementos verbais “de defesa, de alimentação, de locomoção”. 
54 
Dentre as palavras abaixo, presentes no texto, assinale a opção cujo vocábulo é acentuado por uma regra 
diferente da que justifica a acentuação dos demais. 
a) cérebro. 
b) indivíduo. 
c) únicos. 
d) achávamos. 
e) diagnóstico. 
http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-cerebral/
 
55 
 
No terceiro parágrafo do texto, percebe-se um desvio de regência em relação à Norma Padrão, na seguinte 
passagem: 
a) “com a efetiva participação de representantes das Perícias Médicas”. 
b) “Este estudo resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS”. 
c) “que buscou parceria com diversos segmentos da sociedade”. 
d) “visando abordar todos os aspectos relevantes sobre o assunto”. 
e) “no período compreendido entre junho de 1996 e junho de 1997,”. 
56 
Em relação à construção do último parágrafo do texto, pode-se afirmar que se trata do uso de apenas: 
a) orações coordenadas. 
b) um período composto. 
 
c) uma frase nominal. 
d) uma oração absoluta. 
e) uma oração subordinada. 
57 
Texto I 
 
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons 
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro de uma mulher 
de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que comprimia o nervo óptico a ponto 
de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do 
cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não 
dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem 
mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à 
operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro 
quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria. 
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a morte da paciente, 
que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o acusaram de ter roubado os últimos 
momentos juntos que restavam à família. 
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh narra em seu 
livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para 
suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a 
médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de 
vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por 
“pensamentos, emoções, memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...] 
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os- 
medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17) 
 
O texto acima apresenta um caráter mais objetivo e sugere ter como finalidade central: 
a) desvalorizar o trabalho dos médicos diante dos pacientes. 
b) explicar que existem cirurgias mais simples do que outras. 
c) apresentar aos leitores o livro escrito pelo neurocirurgião. 
d) descrever a rotina diária de um médico em seu trabalho. 
e) mostrar como os pacientes podem ser ingratos. 
58 
Considere o período abaixo para responder à questão. 
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que 
comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando 
nascesse.”(1º§) 
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor semântico 
de: 
a) concessão. 
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-
 
b) finalidade. 
c) adversidade. 
d) explicação. 
e) consequência. 
59 
O pronome relativo destacado em “as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos 
deslizam” (2º§) poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido e adequando-se à norma, por: 
a) o qual. 
b) das quais. 
c) que. 
d) as quais. 
e) em que. 
60 
Texto I 
 
Paternidade Responsável 
Quantos filhos você gostaria de ter? 
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será que vou conseguir 
sustentar um filho?”. 
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa 
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários. 
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a adolescência 
porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a gestante adolescente 
apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, 
tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não 
contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a escola? 
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções 
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre, então, a 
clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais 
clínicas faz uso de métodos ainda mais precários. 
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar que 
assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, 
seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois. 
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106) 
A palavra “Desesperadas”, no início do quinto parágrafo, refere-se ao substantivo “jovens” e deve ser 
classificada morfologicamente como: 
a) advérbio. 
b) adjetivo. 
 
c) pronome. 
d) verbo. 
61 
Texto I 
Paternidade Responsável 
 
Quantos filhos você gostaria de ter? 
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será que vou conseguir 
sustentar um filho?”. 
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa 
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários. 
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a adolescência 
porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a gestante adolescente 
apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, 
tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não 
contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a escola? 
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções 
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre, então, a 
clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais 
clínicas faz uso de métodos ainda mais precários. 
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar que 
assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, 
seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenasum ou dois. 
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106) 
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em destaque 
deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação ao emprego desse 
mesmo verbo. 
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. 
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. 
c) As pessoas tem muitos planos. 
d) A mentira tem perna curta. 
62 
Texto II 
Família 
(Titãs, fragmento) 
Família, família 
Papai, mamãe, titia, 
Família, família 
 
Almoça junto todo dia, 
Nunca perde essa mania 
Mas quando a filha quer fugir de casa 
Precisa descolar um ganha-pão 
Filha de família se não casa 
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão 
Família êh! 
Família áh! 
Em relação ao verso “Almoça junto todo dia” (v.4), percebe-se que a palavra “família” exerce a função 
sintática de: 
a) sujeito. 
b) objeto direto. 
c) objeto indireto. 
d) predicado. 
63 
Texto I 
Paternidade Responsável 
Quantos filhos você gostaria de ter? 
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será que vou conseguir 
sustentar um filho?”. 
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa escola, 
um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários. 
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a adolescência 
porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a gestante adolescente 
apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de eventuais problemas de saúde, 
tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não 
contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a escola? 
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções 
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre, então, a 
clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais 
clínicas faz uso de métodos ainda mais precários. 
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar que 
assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, 
seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois. 
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106) 
 
Na visão de especialistas, no quarto parágrafo, dois problemas são apontados para indicar o perigo de 
uma gravidez na adolescência. Um refere-se à saúde e outro é, na verdade, uma questão: 
a) econômica. 
b) moral. 
c) emocional. 
d) educacional. 
64 
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em destaque 
deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação ao emprego desse 
mesmo verbo. 
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. 
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. 
c) As pessoas tem muitos planos. 
d) A mentira tem perna curta. 
65 
Texto 
 
O retrato 
(Ivan Angelo) 
 
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de couro, sentou- 
se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O 
rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma 
caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente 
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como 
uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem 
disse “nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu. 
Considere o fragmento abaixo para responder à questão. 
“O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de couro, sentou- 
se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo.” 
 
Dentre as palavras abaixo, presentes no trecho em análise, assinale a única que NÃO pode ser classificada 
como adjetivo. 
a) grisalha. 
b) xadrez. 
c) azuis. 
d) jeans. 
 
66 
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá- 
la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra: 
a) caderneta. 
b) bolso. 
c) fotografia. 
d) homem. 
67 
O plural do substantivo “balcão” é balcões. Assinale a alternativa em que se indica, corretamente, o plural 
do substantivo. 
a) irmão – irmões. 
b) pão – pães. 
c) mão – mões. 
d) limão – limãos. 
68 
Texto 
Estranhas Gentilezas 
(Ivan Angelo) 
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da 
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas, nos 
mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente. 
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. 
Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase nada. A impressão de 
que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo 
telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal 
resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali. 
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir 
em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as próximas? 
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico aguardando o 
assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número inesperado de pessoas 
me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos 
Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera 
e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente 
me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar- 
me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite. 
[...] 
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza? 
 
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. 
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o 
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta giratória, 
enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, saio mal- 
humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja 
de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao 
computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas. 
Vocabulário: 
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo 
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes 
3 carros muito velozes 
Considerando seu entendimento do texto, nota-se que o final pode ser considerado, de fato, 
surpreendente uma vez que o leitor descobre que: 
a) o narrador morava em um apartamento. 
b) o narrador frequentava bancos para pagar suas contas. 
c) as gentilezas retratadas eram da imaginação do narrador. 
d) o narrador atravessa avenidas arriscando sua vida. 
69 
No início do texto, o narrador atribui a ausênciade gentilezas: 
a) à falta de tempo das pessoas. 
b) à falta de educação das pessoas. 
c) à ruindade das pessoas. 
d) ao egoísmo das pessoas. 
70 
Na oração “Estão acontecendo coisas estranhas.” (1º§), em função da concordância verbal, pode-se 
concluir que “coisas estranhas” exerce a função sintática de: 
a) objeto direto. 
b) sujeito. 
c) objeto indireto. 
d) complemento nominal. 
71 
No título do texto, são empregadas duas palavras que devem ser classificadas, pela ordem em que 
aparecem como: 
a) substantivo e adjetivo. 
b) advérbio e substantivo. 
 
c) substantivo e advérbio. 
d) adjetivo e substantivo. 
72 
Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque foi escrita com letra maiúscula por se tratar de: 
a) um erro de grafia. 
b) um destaque do autor 
c) um substantivo próprio. 
d) um substantivo coletivo. 
73 
As frases interrogativas que formam o quinto parágrafo indicam questionamentos: 
a) das pessoas em geral. 
b) do narrador. 
c) do leitor 
d) do vizinho do narrador. 
74 
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder a questão seguinte. 
“O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos 
de cima silenciam depois das dez da noite.“ (4º§) 
A afirmação feita sobre os vizinhos de cima permite ao leitor concluir que eles: 
a) não gostavam do narrador. 
b) compravam coisas caras. 
c) eram barulhentos antes. 
d) não gostavam de jornais. 
75 
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder a questão seguinte. 
“O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos 
de cima silenciam depois das dez da noite.“ (4º§) 
O sufixo “-eiro”, presente em “jornaleiro” tem um significado. Assinale a alternativa em que esse sufixo 
tenha um valor DIFERENTE do que se observa em “jornaleiro”. 
a) pedreiro. 
b) açougueiro. 
c) engenheiro. 
d) formigueiro. 
 
76 
No último parágrafo, o motivo que leva o narrador a descer pelas escadas é: 
a) alguém “segurar” o elevador. 
b) gostar de fazer atividades físicas. 
c) ter medo de elevadores. 
d) estar com muita pressa. 
77 
Texto I 
Entre palavras 
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de 
há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar conhecimento de novas 
palavras e combinações de. 
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem 
registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda o que 
você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o 
nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940? 
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o módulo lunar, 
o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o som pop, a arte pop, as 
estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a 
descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a 
mixagem. 
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a 
Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a OEA, e a ONU. 
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema, idioleto, o 
ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica. 
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, 
poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição. Fundos de 
investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how. Barbeador elétrico de noventa 
microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados. Viagens pelo crediário, 
Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click! 
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas 
começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral A enumeração 
caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, 
vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado? 
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) 
 
No segundo parágrafo, o vocábulo destacado, em “Você que me lê, preste atenção”, cumpre papel coesivo 
e é classificado, morfologicamente, como: 
a) pronome relativo. 
 
b) conjunção integrante. 
c) pronome interrogativo. 
d) conjunção coordenativa. 
e) pronome demonstrativo. 
78 
Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na existência 
humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao exercer a função 
sintática de: 
a) objeto direto. 
b) sujeito. 
c) predicativo do sujeito. 
d) adjunto adverbial. 
e) adjunto adnominal. 
79 
Em “Entre palavras circulamos, vivemos, morremos,” (6º§), ocorre uma enumeração de: 
a) frases. 
b) períodos. 
c) orações adjetivas. 
d) orações coordenadas. 
e) orações substantivas. 
80 
Texto II 
Ressalva 
 
Este livro foi escrito 
por uma mulher 
que no tarde da Vida 
recria e poetiza sua própria 
Vida. 
 
Este livro 
Foi escrito por uma mulher 
Que fez a escalada da 
 
Montanha da Vida 
removendo pedras 
e plantando fores. 
 
Este livro: 
Versos ... Não 
Poesia ... Não. 
um modo diferente de contar velhas estórias. 
 
Assinale a alternativa correta. Quanto à tipologia textual predominante no texto II, nota-se que ela está 
corretamente indicada e justificada na seguinte opção: 
a) dissertativa, em função da defesa de um ponto de vista por meio de argumentos. 
b) narrativa, pois nota-se a presença de uma sequência progressiva de ações. 
c) dissertativa, sobretudo em função da linguagem impessoal adotada. 
d) narrativa, em função da delimitação clara das noções de espaço e tempo. 
e) descritiva, já que se destaca a caracterização de um objeto e de uma pessoa. 
 
Direitos Humanos 
01 
 
Assinale a alternativa correta a respeito das características dos direitos humanos. 
a) O Princípio da ilimitabilidade garante que o Estado e a sociedade não podem limitar a fruição dos direitos 
humanos já conquistados, com o objetivo de disciplinar situações excepcionais que venham a reduzir o 
alcance desses direitos. 
b) O Princípio da divisibilidade propõe que os direitos humanos devem obedecer a uma classificação retórica, 
que divide e categoriza os vários grupos de direitos inerentes ao homem e à sociedade, para que sejam 
melhor usufruídos pelos seus destinatários. 
c) O Princípio da essencialidade reza que os direitos humanos devem ser vistos como aquela categoria de 
direitos inerentes à sociedade em determinada época histórica, podendo ser divididos em essenciais, que 
devem gozar de livre fruição, e os não essenciais, que ainda demandam reivindicações a serem conquistadas 
ao longo do tempo. 
d) O Princípio da inalterabilidade estabelece que os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso 
do tempo, pois têm caráter eterno, não se ganham nem se perdem com o tempo, são anteriores, 
concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
e) O Princípio da interrelacionariedade dispõe que os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter- 
relacionam, permitindo às pessoas escolher entre os mecanismos de proteção global ou regional, pois não 
há hierarquia entre eles. 
 
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Assinale a alternativa que contempla um tratado de direitos humanos, incorporado pelo Direito Brasileiro 
com o status de norma constitucional, que faz parte do que a doutrina chama de Bloco de 
Constitucionalidade.

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