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Língua Portuguesa 01 Leia o texto escrito por uma criança para o mural da escola: O diagnóstico das necessidades de aprendizagem desse aluno indica que ele: I. transcreve a fala (vendu, muchila); II. não usa a concordância nominal da variante culta (10 real); III. não sabe que o mesmo fonema pode ser grafado com diferentes letras (rocha); IV. não sabe que o gênero anúncio deve conter título e identificação do anunciante. Estão corretas a) I, II e IV, apenas. b) II e IV, apenas. c) I, II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 2 Motoristas e cobradores do transporte público de Itajaí voltaram ao trabalho por volta das 15h30 desta sexta-feira [07.04.2017], após uma _________ que começou às 10h. Eles protestavam contra o _________ nos salários. A empresa informou que não tinha dinheiro para fazer o depósito. Houve uma reunião no fim da manhã. A prefeitura __________ e a empresa concordou em depositar os salários até o início da tarde. (http://g1.globo.com. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: a) paralisação … atraso … interveio b) paralisação … atrazo … interveio c) paralização … atraso … interviu d) paralização … atrazo … interviu e) paralisação … atraso … interviu 03 Considere as informações da capa da revista para responder à questão. De acordo com a norma-padrão, a frase da capa também está corretamente redigida, sem prejuízo ao texto original, em: a) Como ganhar dinheiro, se o Brasil vim a dar certo. b) Como ganhar dinheiro, se o Brasil vier a dar certo. c) Como ganhar dinheiro, caso o Brasil vem à dar certo. d) Como ganhar dinheiro, se o Brasil vir à dar certo. e) Como ganhar dinheiro, caso o Brasil vir a dar certo. 04 Motoristas e cobradores do transporte público de Itajaí voltaram ao trabalho por volta das 15h30 desta sexta-feira [07.04.2017], após uma _________ que começou às 10h. Eles protestavam contra o ________ nos salários. A empresa informou que não tinha dinheiro para fazer o depósito. Houve uma reunião no fim da manhã. A prefeitura __________ e a empresa concordou em depositar os salários até o início da tarde. (http://g1.globo.com. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: a) paralisação … atrazo … interveio b) paralização … atrazo … interviu c) paralisação … atraso … interveio d) paralisação … atraso … interviu e) paralização … atraso … interviu 05 Leia o texto para responder à questão. A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio. Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida e a morte. Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio. A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo: – Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de seu marido. Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo. Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes. – Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava. O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados. (Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras de acentuação da língua padrão. a) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmina, que aceitou o matrimônio de sua filha. b) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. c) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não conseguia se recompôr e viver tranquilo. d) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, Remígio resolveu pedí-la em casamento. e) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. 06 O convidado é você, não seu telefone Os smartphones consomem cada vez mais o nosso tempo e se infiltram em cada canto da nossa vida, levando alguns a reconhecer que o vício já foi longe demais, por isso estão pedindo a amigos, a parentes e até a si mesmos que deixem o celular de lado e se concentrem nas pessoas à sua frente, em vez de se deixarem levar pela enxurrada de informações que chegam por e-mail, Facebook, Twitter e Instagram. As estratégias são simples, mas variadas. Uma editora de revista em Nova York disse que deixa o seu telefone numa lata de leite antiga, da hora que chega em casa até depois do jantar. O estilista Marc Jacobs proíbe que aparelhos eletrônicos entrem em seu quarto. Um casal de Nova Jersey estabeleceu uma punição: quem pegar o celular à noite sem uma razão realmente boa vai ser responsável por pôr o filho pequeno para dormir. Enquanto isso, vem ganhando popularidade nos restaurantes uma brincadeira em que todos amontoam seus celulares no meio da mesa, e a primeira pessoa que consultar seu aparelho é obrigada a pagar a conta. Em um vídeo do YouTube, visto mais de 24 milhões de vezes, uma moça, interpretada pela atriz Charlene de Guzman, é constantemente ignorada pois as pessoas ao seu redor estão consumidas por seus telefones. Num boliche, ela derruba vários pinos e se volta para comemorar com os amigos, mas eles nunca levantam o olhar das telas, o que nos leva a questionar se a vida é melhor quando vivida ou quando é apenas observada. O assunto vem exigindo atenção até dos planejadores de casamentos. Bruce Feiler escreveu no Times sobre noivas e noivos que não querem que os convidados tragam seus celulares ou postem fotos da cerimônia. Esses eventos têm nome: casamentos desplugados. Alguns casais querem evitar magoar quem não foi convidado. Outros querem se assegurar de que apenas fotos lisonjeiras sejam divulgadas. Pensando nisso, um planejador de eventos de luxo em Boston, que trabalha para artistas famosos, criou o que chama de chapelaria de celulares. Os convidados guardam seus telefones antes da cerimônia em um local destinado a esse fim e, no decorrer da noite, podem se dirigir a uma área com sofás para consultá-los. Feilercomenta que foi a um casamento em que o casal deixou claro de antemão que os celulares não estavam convidados. O noivo lhe disse: “Um casamento é feito para que as pessoas prestem um testemunho. Como elas podem fazer isso se nem escutam a cerimônia, já que estão ocupadas tirando fotos?”. (Emma G. Fitzsimmon. The New York Times, publicado pela Folha de S.Paulo em 08.10.2013. Adaptado) No trecho do segundo parágrafo – vai ser responsável por pôr o filho pequeno para dormir –, os termos destacados pertencem a classes gramaticais diferentes, apesar da semelhança na grafia e na pronúncia. Considerando essas informações, assinale a alternativa em que os termos destacados também pertencem a diferentes classes gramaticais. a) Agiu com extrema discrição ao evitar assunto tão constrangedor. A proposta de redação indicava que devíamos fazer uma descrição. b) Não o destrato porque ele é meu amigo de infância. A diretoria quer o distrato, pois os documentos apresentam irregularidades. c) A imprensa elogiou o concerto do pianista brasileiro radicado na França. O conserto do carro não compensou o investimento. d) Sua palavra soa como uma ofensa. Quem se encontra em recintos fechados sua muito. e) O engenheiro retificou os erros presentes no projeto original. A professora ratificou que a entrega dos trabalhos seria na data estabelecida anteriormente. 07 Leia o texto a seguir. São Paulo, 21 de julho de 2015. Senhor Diretor, Em atendimento à sua solicitação de esclarecimento sobre a _________ da impressão do material, informamos que 1. as máquinas pararam de funcionar ________ , sem que anteriormente tivessem apresentado algum defeito; 2. acionamos a assistência técnica para que as máquinas fossem rapidamente __________ ; 3. os técnicos inspecionaram os aparelhos e logo encontraram os problemas, solucionando- os. Dessa forma, reiteramos que haverá __________ dos prazos previamente estabelecidos, sem nenhum prejuízo à produção do material. Colocamo-nos à disposição. Dorneles Salferes Chefe de Impressão Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: a) paralização … inesperadamente … consertadas … comprimento b) paralisação … inesperadamente … concertadas … comprimento c) paralização … inexperadamente … concertadas … cumprimento d) paralisação … inesperadamente … consertadas … cumprimento e) paralização … inexperadamente … concertadas … comprimento 08 (Dik Brownie, Hagar. www.folha.uol.com.br, 29.03.2015. Adaptado) Considerando a ortografia e a acentuação da norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e respectivamente, preenchidas por: a) mal ... por que ... intuito b) mau ... por que ... intuito c) mau ... porque ... intuíto d) mal ... porque ... intuito e) mal ... por quê ... intuito 09 Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homo fóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil. Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade. Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser - ou parecer ser - invencível e bem sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro. Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade. (Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: < http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado) As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo… – têm sentido contextual de a) (I) dedicadas aos semelhantes e (II) ambiência. b) (I) praticantes da filantropia e (II) ambiguidade. c) (I) coerentes e (II) dualidade. d) (I) afáveis e (II) multiplicidade. e) (I) dotadas de autonomia e (II) duplicidade. 10 Avaliar os servidores Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia. Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos superiores, negativa ou positivamente. A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas. Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige. Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima. Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria já se mobilizam contra o texto. Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas. As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos. (Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado) No 6° parágrafo – Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatosda categoria já se mobilizam contra o texto. –, a conjunção e o advérbio destacados estabelecem no período, respectivamente, relações de sentido de a) explicação e tempo. b) oposição e afirmação. c) conclusão e modo. d) oposição e tempo. e) conclusão e afirmação. 11 Assinale a alternativa em que a preposição em destaque forma expressão com sentido de causa. a) Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção... b) ... uma vez posto em prática, a experiência servirá de base... c) ... carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. d) Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho... e) ... evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia. 12 Briga de irmãos... Nós éramos cinco e brigávamos muito, recordou Augusto, olhos perdidos num ponto X, quase sorrindo. Isto não quer dizer que nos detestássemos. Pelo contrário. A gente gostava bastante uns dos outros e não podia viver na separação. Se um de nós ia para o colégio (era longe o colégio, a viagem se fazia a cavalo, dez léguas na estrada lamacenta, que o governo não consertava), os outros ficavam tristes uma semana. Depois esqueciam, mas a saudade do mano muitas vezes estragava o nosso banho no poço, irritava ainda mais o malogro da caça de passarinho: “Se Miguel estivesse aqui, garanto que você não deixava o tiziu fugir”, gritava Édison. “Você assustou ele falando alto... Miguel te quebrava a cara”. Miguel era o mais velho, e fora fazer o seu ginásio. Não se sabe bem por que a sua presença teria impedido a fuga do pássaro, nem ainda por que o tapa no rosto de Tito, com o tiziu já longínquo, teria remediado o acontecimento. Mas o fato é que a figura de Miguel, evocada naquele instante, embalava nosso desapontamento e de certo modo participava dele, ajudando-nos a voltar para casa de mãos vazias e a enfrentar o risinho malévolo dos Guimarães: “O que é que vocês pegaram hoje?” “Nada”. Miguel era deste tamanho, impunha-se. Além disto, sabia palavras difíceis, inclusive xingamentos, que nos deixavam de boca aberta, ao explodirem na discussão, e que decorávamos para aplicar na primeira oportunidade, em nossas brigas particulares com os meninos da rua. Realmente, Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua autoridade. E pensávamos com ânsia no seu regresso, um pouco para gozar de sua companhia, outro pouco para aprender nomes feios, e bastante para descontar os socos que ele nos dera, o miserável. (Carlos Drummond de Andrade, A Salvação da Alma. Em: O sorvete e outras histórias.) Assinale a alternativa em que estão destacados, respectivamente, um adjetivo e uma locução adjetiva. a) Você assustou ele falando alto… /… teria impedido a fuga do pássaro. b) Miguel era o mais velho… /… a viagem se fazia a cavalo. c) E pensávamos com ânsia no seu regresso… /… o tapa no rosto de Tito. d) …para aprender nomes feios… /… o risinho malévolo dos Guimarães. e) …os socos que ele nos dera, o miserável. /… de certo modo participava dele. 13 Voluntários respondem a cartas enviadas para Julieta Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de Shakespeare. As cartas normalmente são tristes e sobre problemas em relacionamentos amorosos. Afinal, por mais que a famosa história seja romântica, também é bastante trágica. Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube tem a contribuição de um médico especialista. Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo. O projeto ficou ainda mais famoso com o filme “Cartas para Julieta” (2010), em que a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas foram recebidas, segundo o Clube. Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens. Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até € 1.039 ou prisão por até um ano. (MK. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2909201111.htm. Adaptado) No quinto parágrafo, em – O projeto ficou ainda mais famoso com o filme… –, a expressão destacada apresenta circunstância adverbial de intensidade, como no trecho: a) … a cartas enviadas de todo o mundo para Julieta… (1° parágrafo) b) As cartas normalmente são tristes… (2° parágrafo) c) … a famosa história seja romântica, também é bastante trágica. (2°parágrafo) d) … tenta ajudar pessoalmente a mulher a quem aconselhou. (5° parágrafo) e) … com multa de até € 1.039 ou prisão por até um ano. (último parágrafo) 14 Considere os trechos do texto. Junto à casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. (1° parágrafo) … e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas enviadas… (1° parágrafo) … nos anos de 1980 a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo. (4° parágrafo) As preposições destacadas estabelecem entre as palavras, correta e respetivamente, as relações de: a) posse, finalidade e companhia. b) posse, movimento e causa. c) lugar, finalidade e causa. d) consequência, movimento e companhia. e) lugar, finalidade e simultaneidade. 15 A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incomparável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma. As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390 milhões de dólares no ano passado. A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares. (Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado) Na passagem “Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante”, a conjunção em destaque expressa, no contexto, relaçãode sentido de a) causa e pode ser substituída, corretamente, por “Porque”. b) condição e pode ser substituída, corretamente, por “Desde que”. c) concessão e pode ser substituída, corretamente, por “Apesar de”. d) restrição e pode ser substituída, corretamente, por “Contanto que”. e) modo e pode ser substituída, corretamente, por “Assim”. 16 Considere as passagens a seguir. (I) Até organizações humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente… Organizações supranacionais (…) também têm verbas (II) para dar garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, (III) como sabemos, é que o dinheiro não aparece magicamente… As palavras destacadas podem ser substituídas, com correção e coerência de sentido, por: a) (I) Mesmo; (II) afim de; (III) entretanto. b) (I) Também; (II) de modo a; (III) à medida que. c) (I) No máximo; (II); de certa forma a; (III) assim. d) (I) Inclusive; (II) a fim de; (III) conforme. e) (I) Sem dúvida; (II) por fim; (III) mediante. 17 Ao mar Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David... O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros. – A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu! E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu? Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou. À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu? – Joel, vem almoçar! – gritava a mãe. Joel viajava ao largo; perto da África. (Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado) * lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro perscrutava o horizonte, para avistar terra Leia os períodos: • ... embarcou numa tábua e pôs-se a remar. (1° parágrafo); • Mas não o venceu, não o venceu! (3° parágrafo); • Que dizer deles, se nunca ninguém os viu? (4° parágrafo). As conjunções em destaque nos períodos estabelecem entre as orações, correta e respectivamente, relações de sentido de a) causa, adição e condição. b) conexão, oposição e condição. c) consequência, oposição e explicação. d) conclusão, adição e opção. e) conexão, conclusão e condição. 18 Assinale a alternativa em que a concordância está de acordo com a norma-padrão da língua. a) Pessoas com HSAM apresenta cérebro com o lobo temporal maior. b) Os cérebros de pessoas com HSAM têm o lobo temporal maior. c) As pessoas com HSAM dispõe de cérebro com lobo temporal maior. d) O lobo temporal nos cérebros de pessoas com HSAM parecem ser maior. e) Ter cérebro com lobo temporal maior são comuns em pessoas com HSAM. 19 Considere as frases do segundo e terceiro quadrinhos: • Quando você queria escrever alguma monstruosidade, era possível comentar de maneira anônima. / Hoje em dia, essas frescuras não são mais necessárias. Assinale a alternativa em que o acréscimo da conjunção, destacada na segunda frase, expressa sentido compatível com o contexto do trecho. a) Por isso, hoje em dia, essas frescuras não são mais necessárias. b) Porque, hoje em dia, essas frescuras não são mais necessárias. c) Contudo, hoje em dia, essas frescuras não são mais necessárias. d) Portanto, hoje em dia, essas frescuras não são mais necessárias. e) Contanto que, hoje em dia, essas frescuras não sejam mais necessárias. 20 Leia o trecho a seguir. No passado, a mão de obra oriunda do campo era absorvida ________ indústria. Em um passado mais recente, o setor de serviços encarregou-se ___________ ocupar boa parte dos trabalhadores que perderam espaço na indústria, que tem investido sistematicamente _________ automatização e outras tecnologias. Atualmente, dispersos ___________diferentes campos de atuação, o desafio dos trabalhadores consiste _________ se adaptar à era da internet e da informática. Considerando as regras de regência verbal e nominal, conforme a norma-padrão da língua, as lacunas do texto devem ser preeenchidas, correta e respectivamente, com a) na … de … de … com … de b) pela … de … em … por … em c) pela … a … de … por … com d) da … de … em … com … em e) com a … por … em … de … por 21 Leia um trecho da entrevista com o psiquiatra Miguel Chalub, para responder a questão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do problema. Para o psiquiatra Miguel Chalub, há um certo exagero nessas contas. Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”. ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no mundo? Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicalização de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica. ISTOÉ: A que se deve essa mudança? Miguel Chalub: Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz. ISTOÉ: O que diferencia a tristeza normal da patológica? Miguel Chalub: A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa. (Adriana Prado. https://istoe.com.br/74405_O+HOMEM+NAO+ACEITA+ MAIS+FICAR+TRISTE+/ Publicado em 26.05.2010. Adaptado.) Leia as frases. As previsões alusivas _______ aumento da depressão são alarmantes. Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequadamente convertidos _______ estados depressivos. Qualquer situação que possa ser um obstáculo _______ felicidade é considerada doença. Para que haja coerência com as ideias do texto e com a regência nominal estabelecida pela norma- padrão, as lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por: a) ao … com … na b) ao … em … à c) do … com … na d) com o … em … para e) com o … para … à 22 Leia o texto de Ruy Castro, para responder a questão. Todos chegarão lá O Brasil está envelhecendo. Segundo projeções oficiais, 20% da população terá mais de 60 anos em 2030. Em números absolutos, esperam-se perto de 50 milhões de idosos em 2030 – imagine o volume de antidepressivos, estimulantes e produtos geriátricos que isso vai exigir. Não quer dizer que a maioria dessesmacróbios¹ seguirá o padrão dos velhos de antigamente, que, mal passados dos 60, equipados com boina, cachecol, suéter, cobertor nas pernas, eram levados para tomar sol no parquinho. Quero crer que os velhos de 2030 se parecerão cada vez mais com meus vizinhos do Baixo Vovô, aqui no Leblon – uma rede de vôlei frequentada diariamente por sexa ou septuagenários torrados de sol, com músculos invejáveis e capazes de saques e cortadas mortíferas. A vida para eles nunca parou. Por sorte, a aceitação do velho é agora maior do que nunca. Bem diferente de 1968 – apogeu de algo que me parecia fabricado, chamado “Poder Jovem” –, em que ser velho era quase uma ofensa. À idade da razão, que deveria ser a aspiração de todos, sobrepunha- se o que Nelson Rodrigues denunciava como “a razão da idade”: a juventude justificando todas as injustiças e ignomínias² (como as da Revolução Cultural, na China, em que velhos eram humilhados publicamente por ser velhos). Naquela mesma época, o rock era praticado por jovens esbeltos, bonitos e de longas cabeleiras louras, para uma plateia de rapazes e moças idem. Hoje, ele é praticado por velhos carecas, gordos e tatuados, para garotos que podiam ser seus netos. Já se pode confiar em maiores de 60 anos e, um dia, todos chegarão lá. (Folha de S.Paulo, 04.10.2013. Adaptado) ¹ macróbios: pessoas que chegaram à idade muito avançada ² ignomínias: infâmias; desonra infligida por julgamento público A alternativa correta quanto à concordância verbal encontra-se em: a) Felizmente vêm se alterando as atitudes dos jovens em relação ao idoso, hoje mais aceito socialmente. b) Entre os acessórios utilizados pelos idosos que antigamente frequentava os parquinhos estão a boina e o cachecol. c) Existem, atualmente, idosos que foge ao antigo padrão de comportamento caracterizado por uma vida monótona e sem atrativos. d) Como ocorrem em outros países, a população do Brasil também está envelhecendo. e) Em números absolutos, haverão 50 milhões de idosos no Brasil que vão consumir todo tipo de produtos para essa faixa etária. 23 Avaliar os servidores Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia. Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos superiores, negativa ou positivamente. A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas. Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige. Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima. Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria já se mobilizam contra o texto. Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas. As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos. (Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa correta quanto à pontuação e à regência. a) Cabe lembrar que, a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores, foi uma das razões do fracasso do socialismo real ao longo dos anos. b) Cabe lembrar de que uma das razões do fracasso do socialismo real foi ao longo dos anos a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. c) Cabe lembrar que, ao longo dos anos, uma das razões do fracasso do socialismo real foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. d) Cabe lembrar, que uma das razões do fracasso do socialismo real, ao longo dos anos, foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. e) Cabe lembrar de que ao longo dos anos, uma das razões do fracasso do socialismo real, foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. 24 Uso de eletrônicos em excesso atrasa desenvolvimento infantil, diz Unicamp Um estudo da Faculdade de Educação da Unicamp, em Campinas (SP), concluiu que as crianças que usam aparelhos eletrônicos sem controle e não brincam, ou brincam pouco, no “mundo real”, podem ter atraso no desenvolvimento. A pesquisa foi realizada com meninos e meninas de 8 a 12 anos de idade, que ficam de quatro a seis horas diante das telas de computadores, tablets, celulares e videogames. Para a pedagoga Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel, as crianças que se enquadram nesse perfil acabam não brincando e nem tendo uma rotina, o que afeta o ritmo de construção do desenvolvimento cognitivo. Ao todo, 21 meninos e meninas de uma escola particular na região de Campinas passaram por testes para avaliar as capacidades que eles precisam ter para, inclusive, aprender bem o conteúdo ensinado na escola. Para a surpresa da pesquisadora, de todas as crianças, apenas uma mostrou possuir as habilidades esperadas para essa faixa. O uso de eletrônicos em si não é exatamente o problema, segundo a pesquisa, mas sim a falta de brincadeiras no “mundo real”. “O mais importante é eles brincarem. É preciso oferecer a essas crianças atividades que estimulem a criatividade”. Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem noção operatória de espaço, tempo e causalidade. (Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/ uso-de- eletronicos-em-excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp. Acesso em 29.09.2016. Adaptado) Assinale a alternativa correta quanto ao emprego da pontuação, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. a) Na atualidade as crianças, costumam abusar do uso de aparelhos eletrônicos. b) A falta de uma rotina de brincadeiras, compromete o desenvolvimento infantil. c) Enquanto brincam as crianças, desenvolvem noções de tempo e de espaço. d) Atividades que promovam a criatividade, devem fazer parte da rotina das crianças. e) Segundo a pesquisadora, brincar é uma atividade indispensável para crianças. 25 Por que achamos que ser magro é bonito? Dieta da sopa, da lua, do pepino, da batata doce, para secar a barriga. Em um passeio rápido pela internet, não é nada difícil pinçar alguns exemplos de uma obsessão pela magreza. Mas por que queremos tanto emagrecer? Por que achamos que “magreza = beleza”? A preocupação com o ponteiro da balança está longe de ser apenas uma preocupação com a saúde. Essa neura com o peso não vem dos tempos mais remotos. Basta espiar as obras de arte dos séculos passados e ver que a figura feminina idealizada ali concentrava mais gordura do que as modelos de hoje. O quadril largo, as coxas generosas, o rosto mais cheinho eram traços valorizados nas musas.Ainda que o padrão em si tenha mudado, a lógica permanece. “Os padrões de beleza que aparecem ao longo da história são, como regra, acessíveis a poucos”, aponta a psicóloga Joana de Vilhena Novaes. Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer de fome era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil. Portanto, não é de estranhar que as modelos extremamente magras sejam colocadas em um pedestal. É mais difícil ser muito magra com tantas calorias à disposição. O corpo magro e jovem também exige cada vez mais procedimentos estéticos e cirurgias para atingir a dita “perfeição” — exige dinheiro, mais um obstáculo. Só no Brasil, um terço das meninas que estão no 9° ano do Ensino Fundamental já se preocupam com o peso, de acordo com uma pesquisa de 2013 do IBGE. Em âmbito global, a probabilidade de que uma moça com idade entre 15 e 24 anos morra em decorrência de anorexia é 12 vezes maior que por qualquer outra causa. E não é à toa que as vítimas mais comuns sejam as mulheres. A nutricionista Paola Altheia explica a tendência: “Enquanto a moeda de valor masculina na sociedade é dinheiro, poder e influência, a das mulheres é a aparência”. (Ana Luísa Fernandes, Priscila Bellini. http://super.abril.com.br. 08.07.2015. Adaptado) No contexto do terceiro parágrafo, o uso das aspas em – “perfeição” – sinaliza que esse ideal a) se vincula ao corpo que não passou por procedimentos cirúrgicos. b) pode ser conquistado por todos aqueles que fizerem uma dieta. c) está na mente dos artistas, não deve ser ligado à vida comum. d) é relativo, ou seja, varia conforme a época ou os indivíduos. e) representa uma preocupação restrita a modelos profissionais. 26 A República dos Estados Unidos da Bruzundanga tinha, como todas as repúblicas que se prezam, além do presidente e juízes de várias categorias, um Senado e uma Câmara de Deputados, ambos eleitos por sufrágio direto e temporários ambos, com certa diferença na duração do mandato: o dos senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto. O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta anos descobria-se nele um produto que ficava sendo a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais não poder, de modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de impostos sobre produtos semelhantes, acabavam, na concorrência, por derrotar a Bruzundanga; e, assim, ela fazia morrer a sua riqueza, mas não sem os estertores de uma valorização duvidosa. Daí vinha que a grande nação vivia aos solavancos, sem estabilidade financeira e econômica; e, por isso mesmo, dando campo a que surgissem, a toda hora, financeiros de todos os seus cantos e, sobretudo, do seu parlamento. Naquele ano, isto dez anos atrás, surgiu na sua Câmara um deputado que falava muito em assuntos de finanças, orçamentos, impostos diretos e indiretos e outras coisas cabalísticas da ciência de obter dinheiro para o Estado. Chamava-se o deputado Felixhimino ben Karpatoso. Se era advogado, médico, engenheiro ou mesmo dentista, não se sabia bem; todos tratavam-no de doutor, embora nada se conhecesse dele. (Lima Barreto, Um grande financeiro. Os bruzundangas. Adaptado) Assinale a alternativa em que os sinais de pontuação estão empregados segundo os mesmos princípios da norma- padrão adotados na passagem – com certa diferença na duração do mandato: o dos senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto. a) A separação os fez perder muita coisa: ele, a guarda dos filhos; ela, a casa em que morava com as crianças. b) Há algo importante a explicar: a perda de clientes, muitos deles inadimplentes; entretanto, ninguém fala nada. c) Os meios de divulgação são os seguintes: internet, mensagem de celular e jornais; com eles, atingiremos o público. d) Foi o que disse o funcionário: o carregamento não chegou, ainda; e os pedidos estão se acumulando, mais e mais. e) Fui reticente, mas agora me explico: meu dinheiro acabou, nada me resta; e meu pai não pode me ajudar, coitado. 27 As escolas do futuro Um grupo de alunos está reunido na sala de aula no meio de um debate caloroso – estão tentando adaptar um carro convencional em um modelo ecológico e econômico. Essa é apenas uma das lições desta escola, chamada Minddrive, no Kansas, EUA. Esta não é uma escola normal, claro. O Minddrive, na verdade, é um reforço escolar para adolescentes que não vão bem no ensino regular. Mas seu método educativo não é tão exótico assim. Ele é todo baseado em jogos epistêmicos, em que os alunos simulam situações cotidianas e pensam em soluções para os problemas que vão surgindo. “Os desafios que as nossas escolas enfrentam hoje são importantes demais para ficarmos isolados. Precisamos preparar os alunos para o mundo real”, diz David Shaffer, professor de pedagogia da Universidade de Wisconsin e chefe do projeto de jogos epistêmicos para uso na educação. Green School é uma escola em Bali, na Indonésia, onde tudo é natural: as estruturas são de bambu e as salas de aula, abertas, para que o calor e o vento balineses possam entrar. Criada pelo americano John Hardy, ela se baseia na metodologia do educador britânico Alan Wagstaff, que defende uma maneira de ensinar que conecta aspectos racionais, emocionais, físicos e espirituais. Na prática, isso quer dizer que o conhecimento está dividido em temas, e não em matérias. Por exemplo, no ensino fundamental, crianças de sete anos aprendem “padrões de contagem” pulando corda. Um dos objetivos da Green School é que seus alunos saiam de lá prontos para abrir seus próprios negócios – sustentáveis, de preferência. Ainda durante o ensino médio, eles simulam a criação de uma empresa. E muitas acabam saindo do papel. (André Gravatá, Marcos Ricardo dos Santos. Editado por Karin Hueck. http://super.abril.com.br/comportamento/as- escolas-do-futuro. Adaptado) Os dois-pontos em – Green School é uma escola em Bali, na Indonésia, onde tudo é natural: as estruturas são de bambu e as salas de aula, abertas, para que o calor e o vento balineses possam entrar. (2º parágrafo) – servem ao propósito de introduzir, com relação à primeira parte da frase, a) um contraste. b) uma síntese. c) uma ressalva. d) um esclarecimento. e) uma relativização. 28 A alternativa que apresenta colocação dos pronomes destacados e pontuação de acordo com a norma-padrão é: a) Nos foi informado, que as delegações visitariam-nos amanhã, depois das 15 horas. b) Afirma-nos que os produtos, assim como as notas fiscais, estarão disponíveis amanhã, para que osdespachem. c) Perguntou-me: se eu estaria disposto, a entregar as provas, que me dariam proteção. d) Ninguém comprometeu-se com o projeto, afirmando: que era perda de tempo. e) Tendo elogiado-nos pela rapidez, na entrega, garantiram que vão ficar fregueses. 29 Leia a tira para responder a questão. De acordo com a norma-padrão, a frase que completa adequadamente o balão do segundo quadrinho é: a) Ei, Garfield, quer me ver arrumar a gaveta de meias? b) Ei, quer ver eu arrumar, a gaveta de meias Garfield!? c) Ei Garfield, quer me ver arrumar, a gaveta de meias? d) Ei, quer ver eu, arrumar a gaveta de meias, Garfield. e) Ei Garfield quer ver eu arrumar, a gaveta de meias? 30 Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha. Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto, embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e pastéis, só em momentos especiais. Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta.Pulei do número 58/60 para o 52 e, glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que batatas fritas? Se emagreço primeiro o rosto, engordo a barriga. A barriga masculina é teimosa. Todos sofrem disso. Barriguinha de tanque, só para jovens. Ou para os que comparecem à academia como beatas na igreja. A barriga não só teima, mas é perigosa. A partir de 100 centímetros, induz à chamada síndrome metabólica. Ou seja, à diabetes, problemas cardíacos, gordura no fígado. Um rol de doenças. Em todo o meu processo de emagrecimento, a barriga permaneceu, ai de mim! Não semelhante à de um Buda, como antes. Mas ficou. Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha mais. Voltei aos antigos. Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente. Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre será dela. (Walcyr Carrasco. Barriga teimosa. Disponível em: http://epoca.globo.com. Adaptado) Assinale a alternativa que reescreve o trecho do terceiro parágrafo do texto de acordo com a norma- padrão de pontuação da língua portuguesa. a) A gordura abdominal, em excesso é perigosa, pois leva à síndrome metabólica, isto é: aumenta as chances de desenvolver diabetes, problemas cardíacos, e gordura no fígado entre outras doenças. b) A gordura abdominal em excesso é perigosa, pois, leva à síndrome metabólica isto é, aumenta as chances de desenvolver, diabetes, problemas cardíacos e gordura no fígado, entre outras doenças. c) A gordura abdominal, em excesso, é perigosa, pois leva à síndrome metabólica isto é: aumenta as chances de desenvolver, diabetes, problemas cardíacos, e gordura no fígado entre outras doenças. d) A gordura abdominal em excesso é perigosa, pois leva à síndrome metabólica, isto é, aumenta as chances de desenvolver diabetes, problemas cardíacos e gordura no fígado, entre outras doenças. e) A gordura abdominal em excesso, é perigosa, pois leva à síndrome metabólica, isto é, aumenta as chances de desenvolver diabetes, problemas cardíacos, e gordura no fígado, entre outras doenças. 31 A frase do cronista, no início do segundo parágrafo, – A perspectiva me assusta. – refere-se a) à ansiedade que ele sente todos os dias ao sair de casa para tomar café. b) à possibilidade de ele não conseguir inspiração para escrever uma crônica. c) aos fatos da vida diária vivenciados pelo autor, que são considerados assustadores. d) aos assuntos nem sempre agradáveis que o inspiram para a produção de poemas. e) ao receio de se tornar mais um espectador de algum triste flagrante de esquina. 32 Pela leitura do texto, depreende-se que, a partir do acontecimento todo, vivenciado pelo cronista, o fato principal, que mais o impressionou e o levou a escrever a crônica, foi a) a refeição simples de uma pequena família pobre, num botequim. b) a satisfação da menininha ao comer o bolo de que ela mais gostava. c) o capricho com que a mãe veste a filha e ajeita a fita no cabelo. d) a dificuldade financeira da família para pagar a refeição festiva. e) a pureza do sorriso do pai diante do sucesso da comemoração. 33 A frase redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e, ao mesmo tempo, fiel às ideias do texto está na alternativa: a) Sentam-se a mesa do botequim para saciar a fome numa refeição festiva uma família de três seres. b) O garçom pega a fatia de bolo, a coloca cuidadosamente num pratinho e lhe leva até a menininha. c) A menininha começa à comer alegremente, assim que o garçom ponha o prato à sua frente. d) O modesto ritual da família à mesa é observado apenas pelo cronista, por ninguém mais. e) Apesar de a menininha ter ensaiado antes, ela sopra com força e apagam às três velinhas. 34 Nota-se, no texto, certa atenção do garçom em relação à família, o que se comprova pela seguinte passagem: a) Ao fundo do botequim um casal acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore… (3oparágrafo) b) O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom... (4oparágrafo) c) Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. (4o parágrafo) d) O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho... (4o parágrafo) e) O pai (...) aborda o garçom (...) e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. (4o parágrafo) 35 Assinale a alternativa que indica, corretamente, entre parênteses, a circunstância presente na expressão destacada no trecho do texto. a) O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso... (causa) b) A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. (tempo) c) ... a menininha sopra com força, apagando as chamas. (afirmação) d) São três velinhas brancas que a mãe espeta caprichosamente na fatia de bolo. (modo) e) Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada. (certeza) 36 Quanto à indicação, entre parênteses, do sentido estabelecido pelo termo em destaque nas frases do texto, assinale a alternativa correta. a) … entro num botequim para tomar um café junto ao balcão. (explicação) b) A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. (causa) c) E enquanto ela serve o refrigerante, o pai risca o fósforo e acende as velas. (conformidade) d) Como num gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra... (conclusão) e) … vacila, ameaça baixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar... (oposição) 37 Leia as frases a seguir: • A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras... (3o parágrafo) • A menininha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. (6o parágrafo) • Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido... (6oparágrafo) De acordo com o contexto, os termos destacados podem ser substituídos, sem alteração de sentido do texto, respectivamente, por: a) consistência; aflitas; abalado. b) moderação; apressadas; acanhado. c) demonstração; morosas; envergonhado. d) repressão; pausadas; arrojado. e) refreamento; impacientes; destemido. 38 Leia as frases do texto: • Lanço um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. • O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom... Os pronomes que substituem, correta e respectivamente, as expressões destacadas e estão adequadamente colocados na frase encontram-se em: a) Lanço-o ... que a merecem ... contá-lo ... aborda-o. b) Lanço-lhe ... que a merecem ... contar-lo ... aborda-o. c) Lanço-lhe ... que merecem-a ... contá-lo ... aborda-lhe. d) Lanço-o ... que merecem-na ... contar-lhe ... aborda-lhe. e) Lanço-o ... que a merecem ... contá-lo ... abordá-lo. 39 A frase cuja forma verbal destacada expressa um desejo está na alternativa: a) Na realidade estou adiando o momento de escrever. (1o parágrafo) b) Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito... (2o parágrafo) c) Sem mais nada para contar, curvo a cabeça… (2o parágrafo) d) A filhaaguarda também, atenta como um animalzinho. (5o parágrafo) e) ... mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.(6o parágrafo) 40 Leia a tira para responder a questão abaixo. (Folha de S.Paulo, 22.12.2017) No plano da linguagem verbal, concorre para o efeito de humor da tira o emprego a) do verbo “precisar”, definindo o estudo como obrigação. b) do substantivo "mercado”, que possui dois sentidos diferentes. c) do adjetivo “superpreparado”, indicando o entusiasmo das personagens. d) da expressão “olhos fechados”, que indica a busca por surpresas. e) do substantivo “corredor”, empregado com sentido impreciso. 41 Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder a questão abaixo. O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em relação à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação, que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve. A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação fonema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada: para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender os usos sociais do sistema de escrita é letramento. (http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado) De acordo com Magda Soares, o domínio da linguagem é uma forma de a) cisão da ordem social. b) manutenção das diferenças. c) garantia dos direitos sociais. d) esteio da discriminação. e) retração do poder na sociedade. 42 Quando a autora se refere ao letramento, fica claro que ele a) equivale à noção de alfabetização, considerando-se que esta também dá ênfase aos usos sociais da linguagem. b) se assemelha à alfabetização, porque também é uma prática de linguagem que tem foco na oralidade. c) se configura como uma tecnologia que deve ser aprendida, independentemente dos usos que dela se fazem. d) se distancia do conceito de alfabetização, já que as operações cognitivas não importam para o seu domínio. e) se fundamenta em práticas de linguagem significativas, não se confundindo com a alfabetização. 43 Leia as passagens do texto: • O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. • Tradicionalmente a alfabetização se resumia a codificar e decodificar... • É importante aprender a escrever, [...] aprender as convenções da escrita. • ... só tem sentido para ser usada: para saber interpretar textos, fazer inferências... As expressões em destaque reportam, correta e respectivamente, aos sentidos de: a) mentor; se restringia; os acordos; concluir. b) ídolo; se baseava; as regras; imaginar. c) mestre; se limitava; as possibilidades; sintetizar. d) símbolo; se concentrava; os usos; deduzir. e) fã; se reportava; as normas; argumentar. 44 Na passagem - “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? - as perguntas indicam que a) o entendimento do texto pode ser realizado, mesmo sem um contexto de letramento. b) a falta de alguns elementos textuais não deve impedir que o exemplo seja usado na escola. c) a característica fundamental de um texto não está atrelada a um contexto de letramento. d) o exemplo não pode ser considerado texto, porque lhe falta um contexto de letramento. e) o exemplo mostra que um texto serve tanto à alfabetização quanto ao letramento. 45 Leia as frases: O máximo de liberdade possível, ________ que se acreditava na época, era uma jovem solteira viajar com amigos. Para o autor, os alimentos calóricos, __________ quais os adolescentes fogem, são uma delícia. As lacunas das frases devem ser preenchidas, correta e respectivamente, pelas preposições: a) a … dos b) a … com os c) de … aos d) em … dos e) em …. aos 46 Um dos problemas que democracias enfrentam é o de como lidar com aqueles que negam seus princípios elementares, mas não chegam a conspirar para dar um “putsch”*. Entra nessa categoria a manifestação orquestrada por supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia. Não há como conciliar uma ideologia francamente racista, como a defendida pelos organizadores da marcha, em que se viam suásticas e se gritavam slogans contra negros, com a noção, nuclear para a democracia, de que os direitos de minorias precisam ser sempre respeitados. Mas usar a lei para silenciar esses grupos também não é uma solução satisfatória, pois viola outro pressuposto essencial da democracia, a liberdade de expressão. Como sair do paradoxo? Quão tolerante a democracia deve ser com os intolerantes? Penso que os americanos lidam bem com esse tipo de situação. Os EUA são um dos poucos países que levam a liberdade de expressão realmente a sério, permitindo que qualquer grupo exponha qualquer ideia e mobilize seus simpatizantes para defendê-la. E “qualquer” aqui não é força de expressão. Nos anos 70, a Suprema Corte ratificou o direito de um grupo nazista de realizar uma passeata em Skokie, cidade habitada por vários sobreviventes do Holocausto. Como a democracia nos EUA nunca foi seriamente ameaçada por grupos extremistas domésticos, não dá para dizer que a virtual sacralização da liberdade de expressão pelos tribunais seja um tiro no pé. Fica claro, porém, que o país se vale de outros mecanismos (sociais) para manter o radicalismo sob controle. É aqui que surgem motivos para preocupação. O grave não é que supremacistas brancos tenham conseguido fazer uma manifestação nos EUA, mas sim que o presidente do país, que deveria atuar como uma espécie de bússola nas grandes questões morais, tenha relutado tanto em condenar o evento racista de forma inequívoca. (Hélio Schwartsman, Tolerar a intolerância? http://www1.folha.uol.com.br. 15.08.2017. Adaptado) *putsch: golpe. Assinale a alternativa em que se identifica corretamente, nos parênteses, a relação de sentido que o trecho destacado estabelece com o restante do enunciado. a) … uma ideologia francamente racista, como a defendida pelos organizadores da marcha(Modo). b) Como a democracia nos EUA nunca foi seriamente ameaçada por grupos extremistas domésticos, não dá para dizer (Comparação). c) Fica claro, porém, que o país se vale de outros mecanismos (sociais) para manter o radicalismo sob controle (Causa). d) … usar a lei para silenciar esses grupos também não é uma solução satisfatória, pois viola outro pressuposto essencial da democracia (Explicação). e) … como lidar com aqueles que negam seus princípios elementares, mas não chegam a conspirar para dar um “putsch” (Condição). 47 Assinale a alternativa em que a concordância nominal e verbal está de acordo com a norma- padrão. a) No mundo todo, mais de um paísluta contra a discriminação de minorias, sendo mesmo vedadas manifestações públicas. b) Cerca de cinquenta por cento dos norte-americanos condena os atos extremistas promovido por minorias radicais. c) Para controlar extremistas, não basta ações policiais: é necessário a conscientização da população. d) É sempre bom tomar emprestado os modelos de democracia dos países em que já houveram ações contra extremismos. e) Se ações que se adotou contra o racismo não der certo, outras devem ser buscadas o mais brevemente possível. 48 Fascínio De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais. Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona. Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente. (Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir de modo a garantir a coerência com as informações do texto. A análise de A noite americana permite compreender ________ Truffaut foi o único de sua geração que se estabeleceu no ramo do cinema, ________ haver outros que continuam a fazer bons trabalhos. a) por que … a despeito de b) por que … em virtude de c) porque … apesar de d) porque … no caso de e) porque … devido a 49 Considere o trecho: A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. (2º parágrafo) Considerando as regras de regência nominal, as expressões que se subordinam corretamente à palavra destacada são: a) para o cinema / perante ao cinema. b) pelo cinema / do cinema. c) ao cinema / frente o cinema. d) sobre o cinema / no cinema. e) ante o cinema / com o cinema. 50 O verbo que se flexionará no plural para concordar corretamente com o sujeito da oração está entre colchetes em: a) Entre os maiores ícones da história do cinema do século 20, [estar] o parisiense François Truffaut. b) Algumas das temáticas mais abordadas na obra de Truffaut [ser] a infância, a paixão e as mulheres. c) A obra de grande parte dos cineastas contemporâneos [conter] referências ao trabalho de Truffaut. d) A noite americana [vencer] diversos prêmios em 1974, incluindo o Oscar de melhor filme estrangeiro. e) [Ter] participações nos filmes de François Truffaut a premiada atriz francesa Catherine Deneuve. Noções de Direito 01 Nos termos da Constituição Federal de 1988, são privativos de brasileiro nato os cargos a) de Presidente da República, de Deputado Federal e de Senador da República. b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal, da carreira diplomática e de oficial das Forças Armadas. c) de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente do Senado Federal e de Presidente do Tribunal de Contas da União. d) de Ministro do Supremo Tribunal Federal, de Ministro da Defesa e de Ministro da Justiça. e) de Prefeito, de Vereador e de Juiz de Direito. 02 No ano de 2017, o Ministro Relator Luís Roberto Barroso suscitou, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, uma questão de ordem na Ação Penal (AP) 937, defendendo a tese de que o foro de prerrogativa de função deve ser aplicado somente aos delitos cometidos por um deputado federal no exercício do cargo público ou em razão dele. O julgamento se encontra suspenso por um pedido de vistas, mas, se prevalecer o entendimento do Ministro Relator, haverá uma mudança de posicionamento do Supremo Tribunal Federal em relação ao instituto do foro de prerrogativa de função, que ocorrerá independentemente da edição de uma Emenda Constitucional. A hermenêutica constitucional denomina esse fenômeno de a) força normativa da Constituição. b) princípio da concordância prática. c) mutação informal da Constituição. d) maximização das normas constitucionais. e) interpretação sistêmica. 03 Assinale a alternativa que corretamente contempla um exemplo de aplicação do conceito de dimensão objetiva dos direitos fundamentais. a) Decisão do Supremo Tribunal Federal em que foi firmado o entendimento de que a revista íntima em mulheres em fábrica de lingerie, ou seja, empresa privada, constitui constrangimento ilegal. b) Habeas Corpus que se fundamenta no argumento de que a liberdade de um indivíduo suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer restrições se houver decisão judicial devidamente fundamentada. c) A previsão da Constituição Federal que afirma que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. d) Propositura de ação, com pedido de tutela de urgência, por indivíduo que pleiteia que o Poder Público forneça medicamentos dos quais necessita e não possui condições de adquirir. e) Mandado de injunção em que é questionada omissão normativa que inviabiliza o exercício de prerrogativas inerentes à nacionalidade, pleiteando-se decisão judicial que afaste as consequências da inércia do legislador. 04 A iniciativa popular no processo de reforma da Constituição Federal de 1988 a) não é contemplada pelo texto constitucional vigente, posto que este prevê que todo poder emana do povo, que o exercerá exclusivamente por meio de representantes eleitos. b) é vedada pelo texto constitucional vigente, que prevê que a participação popular se dará exclusivamente por meio do voto, do plebiscito e do referendo. c) é prevista expressamente pelo texto constitucional, podendo ser exercida pela apresentação de proposta subscrita por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado nacional. d) não é prevista expressamente pelo texto constitucional, muito embora seja admitida por alguns autores, com fundamento em uma interpretação sistemática da Constituição Federal. e) é prevista expressamente pelo texto constitucional, podendo ser exercida pela apresentação de proposta subscrita por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional. 05 Considere a seguinte situação hipotética: Na ausência de lei federal sobre um determinado tema, de competência legislativa concorrente, em 1995, o Estado do Rio Grande do Sul exerceu sua competência legislativa em matéria de proteção e defesa da saúde, nos termos da Constituição Federal, editando lei estadual que proibiu o uso de determinada substância no território estadual. Em 2007, a União editou lei federal que regulou o uso dessa mesma substância, permitindo-o, ainda que de forma restrita. No entanto, a lei federal foi objetode Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Não foi suspensa a aplicação da norma federal, no entanto, ela foi declarada inconstitucional, em 2017. Com isso, a lei estadual deve ser considerada a) inválida, pois no âmbito da competência legislativa concorrente, caberia ao Município – e não ao Estado – legislar sobre proteção e defesa da saúde, sobretudo se o uso da substância for relacionado ao interesse local. b) válida, pois a superveniência de lei federal apenas suspende a eficácia da lei estadual no âmbito da competência concorrente, de modo que, com a declaração de inconstitucionalidade da lei federal, a norma estadual teve sua eficácia restabelecida. c) inválida, pois a declaração de inconstitucionalidade da lei federal não restabelece a eficácia da lei estadual, tendo como efeito apenas a devolução da competência ao Estado para legislar sobre normas gerais enquanto não for editada nova lei federal. d) válida, pois a lei federal não revoga nem suspende a eficácia da lei estadual; em casos em que as normas federal e estadual forem incompatíveis, caberá ao Supremo Tribunal Federal decidir qual delas é aplicável. e) inválida, pois a competência legislativa concorrente permite que o Estado exerça sua competência suplementar somente após a União exercer plenamente sua competência de legislar sobre normas gerais. 06 Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre o Conselho Nacional de Justiça. a) O Conselho Nacional de Justiça poderá exercer o controle abstrato de constitucionalidade, declarando, em tese e como questão principal de eventual procedimento de controle administrativo, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. b) Sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos Tribunais, o Conselho Nacional de Justiça pode avocar processos disciplinares e determinar, dentre outras sanções cabíveis, a perda do cargo de membro do Poder Judiciário. c) O fato de o Conselho Nacional de Justiça ser composto por algumas pessoas estranhas ao Poder Judiciário fere a independência desse poder, tanto que o Supremo Tribunal Federal já declarou inconstitucionais os dispositivos que versam sobre a composição do Conselho. d) A Constituição Federal determina que a União crie ouvidorias de justiça, que serão competentes para receber reclamações e denúncias contra membros do Poder Judiciário e encaminhá-las aos respectivos Tribunais, mas não diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. e) O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. 07 Conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal, em matéria de controle de constitucionalidade, a) se os órgãos fracionários dos tribunais não submeterem ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamentos destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão, haverá violação da cláusula de reserva de plenário. b) aqueles que integram o processo em primeira instância na qualidade de terceiros – como assistentes, denunciados à lide ou chamados ao processo – não podem suscitar, pela via difusa, questão prejudicial de constitucionalidade. c) a ação civil pública ajuizada para resguardar direitos difusos ou coletivos pode substituir a ação direta, própria do controle concentrado das normas, não cabendo, no entanto, tal substituição se a ação civil pública versar sobre direitos individuais homogêneos. d) tanto as normas constitucionais originárias quanto as normas constitucionais derivadas podem ser objeto de controle difuso, pela via de defesa, e de controle concentrado, a ser exercido pelo próprio Supremo Tribunal Federal. e) inexiste usurpação de competência do STF quando os Tribunais de Justiça analisam, em controle concentrado, a constitucionalidade de leis municipais ante normas constitucionais estaduais que reproduzam regras da Constituição Federal que sejam de observância obrigatória. 08 A Súmula Vinculante no 49 afirma que a lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área é a) inconstitucional, porque compete privativamente à União legislar sobre atividades financeiras, econômicas e comerciais. b) inconstitucional, porque viola o princípio da livre concorrência, previsto como princípio expresso da ordem econômica na Constituição Federal de 1988. c) inconstitucional, porque um dos princípios da ordem econômica na Constituição Federal de 1988 é a redução das desigualdades regionais e sociais. d) constitucional, porque os Municípios são competentes para legislar sobre assuntos de interesse local conforme prevê o texto da Carta da República. e) constitucional, porque no âmbito da ordem econômica da Constituição Federal de 1988, a intervenção do Estado deve coibir o abuso do poder econômico. 09 A Constituição Federal de 1988 propicia amparo a alguns grupos sociais vulneráveis, sendo um exemplo disso a) a garantia de acesso e locomoção adequados às pessoas portadoras de deficiência, sendo a construção ou adaptação dos logradouros públicos e privados de responsabilidade do Estado. b) a proteção especial de crianças e adolescentes órfãos ou abandonados, por meio de acolhimento institucional, que será mantido com os recursos oriundos do salário-família. c) a posse permanente, pelos índios, das terras por eles tradicionalmente ocupadas, cabendo- lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. d) a garantia de gratuidade nos transportes coletivos às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. e) o conceito de família, estabelecido na Carta de 1988, de caráter limitado à comunidade entre ambos os pais com os respectivos filhos, como base da sociedade e destinatária de proteção especial do Estado. 10 O poder que enseja a elaboração da Constituição de um Estado-membro da federação, organizando o arcabouço constitucional daquela unidade federada, é denominado a) poder constituinte derivado decorrente reformador normal. b) poder constituinte derivado decorrente institucionalizador. c) poder constituinte derivado decorrente revisional anômalo. d) poder constituinte derivado decorrente reformador anômalo. e) poder constituinte derivado decorrente revisional normal. 11 Considere a seguinte situação hipotética. Cidadão Argentino comete crime em seu país e empreende fuga para o Brasil. A República Federativa da Argentina solicita sua extradição perante o Supremo Tribunal Federal. Em sua defesa, o Cidadão Argentino afirma que a lei penal que lhe incrimina é inconstitucional perante a Constituição Federal Brasileira. Neste caso, o Supremo Tribunal Federal a) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitucionais logram uma amplitude internacional, impedindo a eficácia dos atos legislativos, executivos e jurisprudenciais que as contrariarem. b) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitucionais são originadas da ideia de Estado-Nação, vigentes, portanto, somente nos estreitos limites territoriais daquele país. c) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, desde que haja reciprocidade, ou seja, que a autoridade argentina competente possa declarar a inconstitucionalidade de lei brasileira em face da Constituição Argentina. d) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois a Constituição Federal do Brasil, como as demais constituições, não possui a característica de supranacionalidade, típica dos tratados e convenções internacionais. e) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois ao analisar a lei internacional perante a Constituição Brasileira, os efeitos da decisão serão sentidos somente no Brasil, o que não afeta a esfera de competência
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