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LASER: Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. Consiste em fótons de luz que se movem na mesma direção, frequência e comprimento de onda. Características da luz laser ✓ Monocromático: apenas 1 comprimento de onda e 1 cor é emitida; ✓ Coerência espacial: ondas de luz sincronizadas que permite uma penetração bem mais profunda; Fonte: BAHRENS; BEINERT, 2018. ✓ Colimação: refere-se ao paralelismo do feixe, ou seja, quanto mais paralelo ele for, maior é a concentração de energia em uma área localizada. Essa característica permite que os lasers sejam focados em pontos microscópicos, produzindo enormes densidades de energia na área do foco. A profundidade de penetração do laser, o ponto em que os fótons são absorvidos pelos tecidos, depende do comprimento de onda da luz. Lasers com comprimentos de onda maiores (800 a 1.000 nm) penetram mais profundamente nos tecidos do que aqueles com comprimento de onda menores (600 a 700 nm). Os fótons emitidos durante a laserterapia de baixa intensidade ativam determinados receptores da pele que estimulam ou inibem eventos fisiológicos. Estes efeitos são provocados pela ativação de cromóforos, partes de uma molécula (geralmente melanina e hemoglobina) que absorvem luz com uma cor (comprimento de onda) específica. Em razão da especificidade dos cromóforos em absorver a energia luminosa, acredita-se que o comprimento de onda determine quais receptores da pele são afetados. O Laser usado pelo fisioterapeuta é o de baixa potência e eles não produz efeitos térmicos. O tipo de transferência energética se dá por radiação. Laser de baixa potência O Laser de Hélio-Neônio (HeNe) e laser arsenieto de gálio (AsGa) são considerados de baixa potência (frios) porque seus níveis máximos de potência não são capazes de produzir uma resposta térmica. O comprimento de onda dos lasers HeNe é 632,8 nm, caindo dentro do espectro de luz visível e emitindo uma luz vermelha brilhante, o pulso é contínuo e é indicado para lesões superficiais. Já os lasers AsGa (Diodos semicondutores) têm comprimento de onda equivalente a 904,4nm, é usado no modo pulsado, a luz emitida é o infravermelho não visível e é indicado para lesões mais profundas. Fotobiomodulação Fonte: STARKEY, C. 2017. Efeitos terapêuticos do laser Os lasers possuem efeitos terapêuticos na cicatrização do tecido e no manejo da dor, tanto aguda quanto crônica, para tratamento de síndrome do túnel do carpo, dor musculoesquelética no ombro e cervicalgia. Nos tecidos humanos, os fotorreceptores primários (cromóforos) incluem hemoglobina, COX, mioglobina e flavoproteínas. A energia dos fótons absorvidos afeta a mitocôndria, estimulando a produção de ATP. A energia produzida pelo ATP altera a atividade em nível molecular, incluindo a estimulação de curto prazo da cadeia de transporte de elétrons, a estimulação da cadeia respiratória mitocondrial, o aumento da síntese de ATP e uma redução no pH intracelular e na produção de COX. O processo de cicatrização é reforçado pela atividade fagocítica acelerada e pela destruição seletiva de bactérias. Acredita-se que a absorção de fótons cause um aumento da síntese de ATP, o que acelera o metabolismo celular e estimula a liberação de radicais livres. A permeabilidade da membrana celular é alterada e há um aumento na atividade de fibroblastos, linfócitos e macrófagos. As circulações sanguínea e linfática são melhoradas na área circundante da área de tratamento, promovendo o crescimento de tecido de granulação e o crescimento de novos capilares. Também se acredita que a laserterapia aumente o conteúdo de colágeno e aumente a resistência à tração de feridas em processo de cicatrização. Os mecanismos propostos de redução da dor incluem a alteração da velocidade de condução nervosa ou a diminuição do espasmo muscular. O laser de baixa intensidade pode reduzir a taxa e a velocidade dos impulsos nervosos sensoriais nos nervos inflamados. A diminuição da síntese de prostaglandinas também pode contribuir para a diminuição da dor. Acredita-se que muitos dos mesmos efeitos biofísicos que auxiliam na cicatrização dos tecidos moles melhorem a consolidação da fratura e a remodelação óssea por meio de um efeito indireto. Estes efeitos, incluindo o aumento da formação capilar, a deposição de cálcio, o aumento da formação de calo e a redução de hematoma. Ao se chocar com os tecidos, os fótons podem criar ondas de micropressão que afetam a consolidação óssea de um modo semelhante aos estimuladores de crescimento ósseo ultrassónicos. Efeitos primários do laser São aqueles que ocorrem pela absorção de fótons ✓ Estimula a liberação de substâncias pré-formadas no corpo, como histamina, serotonina e bradicinina; ✓ Interfere nas reações enzimáticas normais, aumentando a mitose por estímulo na produção de ATP; ✓ Diminui a produção de prostaglandinas, gerando o efeito anti-inflamatório; ✓ Produção de glicina e prolina → colágeno → cicatrização; ✓ Efeito fibrinolítico, evitando a má qualidade da cicatrização. ✓ Potencialização da bomba de sódio e potássio, favorecendo a manutenção do potencial de membrana. Efeitos secundários do laser São produzidos por eventos químicos causados pela interação dos fótons emitidos do laser e dos tecidos, podendo produzir mudanças mais profundas do que os efeitos primários. ✓ Microcirculação: o Laser proporciona uma paralisação dos esfíncteres pré-capilares devido a ação da histamina, favorecendo o aumento da circulação. ✓ Trofismo: o aumento da produção de ATP favorece o aumento da mitose, colaborando para a cicatrização dos tecidos. Fonte: STARKEY, C. 2017. Indicações Os lasers são utilizados para auxiliar na cicatrização de feridas superficiais, incluindo ulcerações da pele, incisões cirúrgicas e queimaduras. Acredita-se que a absorção de fótons cause um aumento da síntese de ATP, acelerando o metabolismo celular. Além disso, a permeabilidade da membrana é alterada e há aumento da atividade de fibroblastos, linfócitos e macrófagos. As circulações sanguíneas e linfáticas são melhoradas na área que circunda o local que está sendo tratado, promovendo o crescimento de tecido de granulação. Também se acredita que a laserterapia aumente o conteúdo de colágeno. A laserterapia também é utilizada para diminuir as dores aguda e crônica, porque altera a velocidade de condução nervosa e diminui o espasmo muscular. Além disso, a diminuição da síntese de prostaglandinas também pode contribuir para a diminuição da dor. O laser também pode ser aplicado em pontos-gatilho e pontos de acupuntura. Os efeitos biofísicos que auxiliam na cicatrização de tecidos moles (aumento da formação capilar, deposição de cálcio, aumento da formação de calo e redução de hematomas) também melhoram a consolidação de fraturas e a remodelação óssea por meio de um efeito indireto. Contraindicações ✓ Olhos; ✓ Útero gravídico; ✓ Neoplasias ativas; ✓ Hemorragias; ✓ Local com infecção; ✓ Gônadas; ✓ Cartilagem de crescimento. Laser Analgésico Anti- inflamatório Antiedematoso Cicatrizante Técnicas de tratamento e dosagem ✓ Pontual ✓ Contato direto com a pele: sempre colocar um plástico filme no local de aplicação ✓ Contato indireto com a pele: principalmente quando existe feridas abertas; ✓ Na borda da lesão. Os protocolos são baseados na quantidade de energia emitida ao paciente medida em joules por centímetros quadrados (J/cm2), o que é calculado por uma fórmula que abrange o tempo de exposição, a potência do laser e o tamanho da área em tratamento. Por exemplo, assumindo uma dose de tratamentode 5 J/cm2, com uma saída média de 1 mW em uma área de um centímetro quadrado. O tempo total de tratamento seria: Duração do tratamento = 5 J/cm2 × 0,01 cm2 0,001 W Duração do tratamento = 5.000 × 0,01 cm2 Duração do tratamento = 50 segundo A dosagem do laser é medida em J/cm2 e 1 joule equivale a 1 watt/s. A configuração, a aplicação e a dosagem do mesmo são específicas de cada dispositivo, por isso deve-se consultar o manual de instrução para os procedimentos de aplicação exatos. O princípio Arndth-Schultz determina a dosagem apropriada: A – Doses insuficientes não irão estimular a resposta desejada; B – Aumento da intensidade com resposta terapêutica, vai chegar em um ponto em que a resposta se estabiliza; C – A partir do ponto B, se aumentar ainda mais a intensidade ocorre um declínio na resposta celular, podendo gerar um processo de bioinibição com efeito deletério. Referências Starkey, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. Barueri: Editora Manole, 2017. https://waltpbm.org/documentation-links/recommendations/
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