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Entamoeba histolytica: diagnóstico laboratorial e clínico Inaê Fernanda de LUCCAS1 Jaqueline RIBEIRO2 Resumo: A Entamoeba histolytica é o agente causador da amebíase intestinal e é responsável pela alta taxa de mortalidade em países em desenvolvimento. No Brasil a infecção varia entre 0 a 61%, essa variação pode ocorrer por conta da diferença de regiões ou até mesma a técnica de diagnostico que é utilizada. Este artigo teve como objetivo principal fazer um levantamento de dados para uma revisão bibliográfica em relação as características clínicas e diagnósticos laboratoriais que são utilizados em caso de amebíase intestinal. Grande parte das infecções causadas por Entamoeba histolytica não causam sintomas, contudo há exceções, os indivíduos que se mostram sintomáticos apresentam dores abdominais e diarreia. Para diagnosticar amebíase é necessário identificar a morfologia dos cistos e trofozoítos da E. histolytica, contudo este método é incapaz de diferenciar as espécies por conta da semelhança morfológica. Para a diferenciação das Estamoebas é necessário realizar pesquisa de antígenos nas fezes ou utilizar técnicas de biologia molecular para melhor compreensão epidemiológica e direcionamento da conduta terapêutica, para prevenir complicações na doença. Palavras Chave: Diagnóstico; Amebíase intestinal; Doença. ____________________________________ 1 Inaê Fernanda de Luccas. Estudante de Biomedicina pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: 8064525@souclaretiano.edu.br 2 Jaqueline Ribeiro. Estudante de Biomedicina pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: 8066806@souclaretiano.edu.br mailto:8064525@souclaretiano.edu.br 1. INTRODUÇÃO: A amebíase humana é uma infecção causada por um parasita protozoário denominado Entamoeba histolytica. Loesch em 1875 descobriu a doença visualizando trofozoítos nas fezes de pacientes com disenteria. O trofozoíto geralmente reside no cólon, no entanto, por razões que ainda não foram determinadas, eles podem obter o fenótipo do patógeno e causar disenteria, colite ou abscesso hepático. A doença é transmitida pela ingestão de água e alimentos contaminados por cistos E. histolytica Portanto, embora a infecção do tecido seja mundial, a taxa de prevalência nos países em desenvolvimento é maior devido ao saneamento deficiente e à má distribuição de água potável. Em 1986 foi estimado que possivelmente 500 milhões de indivíduos estivessem contaminados por E. histolytica, e mais de 100 mil morriam anualmente. Contudo atualmente sabemos que os números foram superestimados, pois não houve diferenciação entre E. histolytica, Entamoeba díspar e Entamoeba moshkovskii, que são amebas indistinguíveis microscopicamente. E. histolytica é a única espécie identificada como patógeno humano, outras espécies são consideradas não patogênicas, embora tenham sido isoladas por pacientes com sintomas gastrointestinais. No Brasil, a amebíase é um importante problema de saúde pública, e a incidência da infecção por Entamoeba histolytica varia muito dependendo da cidade e da técnica utilizada para o diagnóstico. Alta prevalência é observada quando é usado para análise microscópica de diagnóstico de fezes, uma vez que esta técnica não diferencia E. histolytica, E. díspar e E. moshkovskii. No entanto, ao usar uma técnica que detecta antígenos ou DNA específico de E. histolytica, a incidência diminuiu significativamente, mostrando que a maioria dessas pessoas está infectada com uma ameba diferente de E. histolytica. Para diferenciação e melhor entendimento das Entamoebas é essencial utilizar métodos de pesquisa de antígenos e técnica de biologia molecular, na tentativa de prevenir a forma invasiva da doença e a resistência dos parasitas aos medicamentos. Assim, o presente artigo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica em relação ao diagnostico laboratorial e características clínicas da Entamoeba histolytica. 2. METODOLOGIA A revisão de literatura foi realizada em novembro de 2020, com base em pesquisas nas ferramentas digitais Google Acadêmico e SciELO, filtrando os artigos nacionais e internacionais, utilizando como paravras-chave “amebíase”, “Entamoebas” e “diagnósticos”. As buscar foram restritas a artigos publicados a partir de 2005. 3. REVISÃO DE LITERATURA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Grande parte das infecções causadas por E. histolytica é assintomática e na maioria das vezes o próprio organismo é capaz de combater a doença. Contudo, uma pequena porcentagem de indivíduos acaba desenvolvendo disenteria amebiana (SANTOS;SOARES,2008). Os pacientes com disenteria amebiana geralmente apresentam dor abdominal e diarreia, sangue nas fezes e, às vezes, náuseas, cefaleia e febre. É comum a visualização de achados do tipo cristais de Charcot-Leyden (FOTEDAR et al., 2007b). Entre as formas parenterais, o abscesso hepático amebiano é a forma mais comum e está associado a um importante índice de infecção epitelial intestinal. Os principais sintomas são dor e peso sob o hipocôndrio direito. Como dito, os sintomas não são comuns e geralmente não é possível detectar cistos ou trofozoítos nas fezes. Para realizar o diagnóstico é necessário observar o teste sorológico ou detecção do DNA por PCR (FOTEDAR et al., 2007b). Às vezes, as manifestações clínicas relacionadas à doença podem estar relacionadas a outras doenças intestinais como salmonelose, disenteria bacilar, Cólon irritado e esquistossomose. O diagnóstico diferencial pode ser feito por meio da história clínica do paciente e da detecção de parasitas por exame parasitológico de fezes, exame imunológico, biópsia de úlcera intestinal e / ou reação em cadeia da polimerase. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O diagnóstico de amebíase de rotina é feito através da realização de exame fecal e identificação morfológica de cistos e trofozoítos. Para realizar o exame recomenda coletar e analisar três amostras de fezes a cada dois dias porque elas eliminam os parasitas de forma intermitente. As fezes pastosas devem ser submetidas aos métodos de concentração , como Hoffman, Pons e Jenner (HPJ), Faust e / ou Rich, para a pesquisa de E. histolytica. EPF tem a vantagem de não exigir equipamentos sofisticados, fáceis de fazer e baratos. No entanto, não é capaz de distinguir espécies pertencentes ao complexo E. histolytica / E. dispar / E. moshkovskii, devido à semelhança morfológica entre essas espécies para formar diagnóstico presuntivo e cancelamento de seu uso em estudos epidemiológicos específicos. Assim, a espécie E. histolytica / E. dispar / E. moshkovskii só pode ser distinguido por técnicas imunológicas ou moleculares específicas (FOTEDAR et al., 2007b). Para diferenciar cistos de Entamoebas e trofozoítos, é recomendado o uso de coloração de amostras de fezes por hematoxilina ou tricrômio ou e a análise morfométrica (exame da forma e sua relação com o tamanho). A sensibilidade da análise a faixa microscópica varia de 25 a 60% e a especificidade de 10 a 50% (FOTEDAR et al., 2007b). Os testes sorológicos detectam antígenos de ameba ou anticorpos específicos para o parasita. A detecção de anticorpos tem uma extensão a limitação de não determinar se a infecção é recente ou antiga porque os anticorpos circulantes persistem (SANTOS; SOARES, 2008). A detecção de antígenos nas fezes é feita por meio de testes antígenos específicos de E. histolytica testando imunoensaios enzimáticos (ELISA), usando anticorpos monoclonais específicos contra lectinas presentes na superfície dos trofozoítos de E. histolytica. Este teste tem uma sensibilidade e especificidade maiores que 95%, mas não é tão sensível a baixas cargas parasitárias e a reação em cadeia da polimerase é indicada (FOTEDAR et al., 2007b). A reação em cadeia da polimerase tem alta reprodutibilidade, sensibilidade e especificidadee é capaz de detectar baixa carga parasitária. Pode ser usado para diagnóstico diferencial entre E. dispar, E. histolytica e E. moshkovskii, pois é capaz de determinar sequências de DNA específico para cada espécie. Este teste tem uma sensibilidade e especificidade superior a 90% (FOTEDAR et al., 2007b). Não é amplamente utilizado escalas em laboratórios de diagnóstico de rotina devido ao alto custo. CONSIDERAÇÃO FINAIS A amebíase é um importante problema de saúde pública em todo o mundo, sendo a Entamoeba histolytica o agente causador. No entanto, devido à semelhança morfológica com outras espécies, como E. dispar e E. moshkovskii, uma incidência superestimada de E. histolytica é observada usando apenas análise microscópica devido à baixa especificidade deste teste. Assim, a utilização de um ELISA para rastreamento de antígenos de E. histolytica em fezes ou de técnicas de biologia molecular é essencial para a diferenciação dessas entamoebas e, assim, para o entendimento da epidemiologia de cada um, orientando uma abordagem terapêutica para prevenção desta forma a doença invasiva. REFERÊNCIAS 1. DE CARLI, G. A.; TASCA, T. Diagnóstico e Identificação de Parasitos. In: Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para diagnóstico das parasitoses humanas. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2007. Cap. 42, p. 753-762. 2. DOURADO, A.; MACIEL, A.; ACA, I. da S. Ocorrência de Entamoeba histolytica/Entamoeba díspar em pacientes ambulatoriais de Recife, PE. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v. 39, n. 4, 2006. 3. FOTEDAR, R. et al. PCR Detection of Entamoeba histolytica, Entamoeba dispar, and Entamoeba moshkovskii in Stool Samples from Sydney, Australia. J Clin Microbiol., v. 45, n. 3, p.1035- 1037, 2007a. FOTEDAR, R. et al. Laboratory diagnostic techniques for Entamoeba species. Clin Microbiol Rev., v. 20, n. 3, p. 511-532, 2007b. 4. FREITAS, M. A. R. Análise da Expressão diferencial de genes possivelmente envolvidos com a virulência em cepas de Entamoeba histolytica isoladas de diferentes casos clínicos. Tese (Doutorado em Parasitologia) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. 5. SANTOS, F. 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