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Farmacologia dos esteróides sexuais - tratamento de infertilidade, endometriose, câncer de mama e de próstata, etc - alguns agonistas de receptor de estrógeno tem seletividade tecidual - suprimir o eixo -> forma de antagonismo - o antagonismo também pode ser feito em receptores teciduais Eixo hipotálamo-pituitária-gonadal - hipotálamo secreta GnRH de forma pulsátil -> atua no gonadotrofo da pituitária via receptores de GnRH -> estímulo da síntese e secreção de gonadotrofinas: hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH) - ovário: promove secreção de estrógeno - testículo: promove secreção de testosterona - estrógeno e testosterona exercem feedback negativo na pituitária e no hipotálamo - síntese e liberação de FSH e LH são independentes Biossíntese do estrógeno, progesterona e testosterona - precursor = colesterol - a produção de progesterona, andrógeno e estrógeno são interligados - 17a-hidroxiprogesterona = principal testosterona do sangue - Di-hidrotestosterona = molécula ativa - androstenediona -> pode virar estrógeno por ação da aromatase - aromatases: expressão é essencial para conversão de andrógenos em estrógenos - localizada no RE das células granulosas do ovário, Sertoli, Leydig, osso, tecido adiposo, blastocisto de implantação, cérebro, etc - gonadotrofinas por receptor proteína Gs aumentam AMPc que facilitam o transporte de colesterol na mitocôndria das células que sintetizam esteróides - aumenta aromatase e 17beta-hidrotestosterona desidrogenase -> aumento na produção de estradiol e de estrona - estrona e 17beta-estradiol = principais estrógenos (tem também o estriol, mas é mais fraco) - 5a-redutase: essencial para produção de testosterona - transforma testosterona em dihidrotestosterona - localização: glândulas sebáceas, folículos capilares, próstata, genital, epidídimo, vesículas seminais - aromatase mais expressa: produz mais estrógeno (estradiol) - 5a-redutase mais expressa: produz mais testosterona Ação das gonadotrofinas - efeitos diferentes em machos e fêmeas - machos: células alvo - célula de Leydig (LH) - aumenta a síntese de testosterona, que se difunde para a célula de Sertoli - célula de Sertoli (FSH) - aumenta produção de ABP (proteína ligadora de andrógeno) -> mantém a concentração de testosterona alta no testículo -> importante para a espermatogênese - aumenta a produção de incretinas - fêmeas - célula da teca (LH) - estimula a produção de andrógenos, que se difundem para células da granulosa - célula da granulosa (FSH) - aumenta a expressão de aromatase, produzindo estrógenos a partir dos andrógenos Mecanismo de ação - todos são agonistas de receptores nucleares - estrógeno: age no receptor de estrógeno alfa ou beta - progestageno: agem no receptor de progesterona A ou B - testosterona (principalmente DHT) exercem seus efeitos através da interação com receptor de andrógenos (AR) - todos estão ligados a proteínas ligadoras de hormônios sexuais ou a albumina - só a fração livre se difunde para dentro da célula -> receptor é intracelular - receptor é inativo ligado a protrínas de choque térmico; a partir do momento que o hormônio liga no receptor, muda sua conformação e a HSP90 se desloca do receptor, que pode migrar pro núcleo e se ligar a seus elementos responsivos no DNA, alterando a expressão gênica Classes e agentes farmacológicos que modulam a ação dos hormônios gonadais - estrógenos e progesteronas: podem ser usados na anticoncepção - existem várias disfunções que podem ser usados para tratar - mecanismo: interrupção do eixo hipotálamo-pituitária-gonadal - prolactinoma, síndrome do ovário policístico - mecanismo: crescimento inapropriado de tecido hormônio dependente - hiperplasia de endométrio, endometriose - câncer de próstata - câncer de mama - miomas uterinos - hiperplasia prostática benigna - mecanismo: secreção diminuída de estrógenos ou andrógenos - menopausa/hipogonadismo Classes e agentes farmacológicos Inibidores dos hormônios gonadais - Inibidores de síntese - inibidores de aromatase e 5-alfa redutase - inibidor da aromatase: inibe síntese de estrógeno -> exemestane, anastrozol - aromatase é essencial para produção de testosterona ou de androstenediona - inibe biossíntese do estrógeno -> diminui retroalimentação negativa do estrogênio e aumenta FSH, estimulando desenvolvimento folicular - uso: infertilidade, câncer de mama - efeito adverso: osteoporose -> aumenta risco de fraturas - inibidor da 5-alfa redutase: não converte em DHT -> finasterida - diminui a produção de di-hidrotestosterona que é o metabólito ativo - usos: hiperplasia prostática benigna (crescimento inapropriado de tecido hormônio dependente -> retira o hormônio, diminui o crescimento), hirsutismo em mulheres, calvíce - efeitos adversos: impotência e diminuição do libido - agonista/antagonista GnRH - administração pulsátil estimula secreção de gonadotrofinas - receptor de GnRH = GPCR acoplado a proteína Gq - ativa fosfolipase C, produzindo DAG e IP3, que iniciam cascata de sinalização que culmina em síntese e secreção de gonadotrofinas - agonistas promovem liberação contínua de GnRH: inibe síntese de gonadotrofinas -> leuprolida, goserelina, nafarrelina, histrelina, tritorrelina - administrados continuamente para inibir secreção de gonadotrofinas - tem modificações na molécula para aumentar a meia vida -> maior potência e duração de ação - efeitos adversos: - mulher: tem menor produção de estrógeno -> efeitos semelhantes a menopausa - ondas de calor, diminuição da densidade óssea, ressecamento a atrofia vaginal - usos: diagnóstico de hipogonadismo, estimula ovulação (pulsátil) e endometriose (contínua); câncer de próstata (contínua) - antagonista age diretamente no receptor bloqueando a ligação - ganirelix e cetrorelix - ao bloquear o receptor de GnRH inibe o pico de LH prematuro em mulheres que estão sob hiperestimulação ovariana controlada - não consegue ter implantação do óvulo e gravidez - uso em reprodução assistida: melhora implantação - antagonistas de receptores - atuam diretamente no receptor - SERMs (moduladores do receptor de estrógeno - não são antagonistas puros) - tem ação mista - pode ser tanto agonista quanto antagonista dependendo do tecido onde ele age - ações seletivas nos tecidos - tamoxifeno: câncer de mama ER positivo - antagonista na mama, agonista no endométrio e no osso - raloxifeno: osteoporose na menopausa e prevenção do câncer de mama - antagonista na mama e no endométrio, agonista no osso - mecanismos de seletividade - o receptor de estrógeno tem as formas alfa e beta -> localização dos receptores atribui seletividade ao fármaco - alguns órgãos expressam os dois, outros podem expressar preferencialmente um - podem recrutar co-ativadores ou correpressores diferentes - em um tecido, pode agir como agonista parcial, promovendo a transcrição de alguns genes, mas não de outros - recruta apenas um tipo de cofator -> não tem o efeito exatamente igual ao do estrógeno - antagonista: não recruta os cofatores - SPRM - Ulipristal - agonista parcial nos receptores de progesterona no endométrio - ações: inibe a ovulação -> inibe a liberação de LH, inibindo a ruptura do folículo induzida por LH no ovário - uso: contraceptivo de emergência - mioma uterino: progesterona age no endométrio causando mudança de estado proliferativo para secretório - anti-progestina - Mifepristona - antagonista competitivo dos receptores de progesterona no miométrio e endométrio - sensibiliza o miométrio a ação da prostaglandina E1 - aumenta a contração uterina - uso no aborto hospitalar - pode ter um aumento do sangramento vaginal - anti-estrógeno - clomifeno, fulvestranto -> antagonistas puros (são antagonistas em todos os tecidos) - fulvestranto = câncer de mama resistente a tamoxifeno - clomifeno = tratamento de infertilidade anovulatória - mulher tem o eixo hipotálamo-hipofisário intacto e produz adequadamente o estrogênio - você inibe os efeitos de retroalimentação negativa dos níveis de estrogêniono hipotálamo e hipófise - aumenta liberação de FSH e maturação do folículo - tem mais efeitos adversos em outros tecidos - ex: também antagoniza no osso -> osteoporose - mimetiza menopausa na mulher -> tem os mesmos sintomas de menopausa - antiandrógeno - Flutamida - Espironolactona - câncer de próstata e no hirsutismo (hepatotóxico) Hormônios e análogos - Estrógenos - Estradiol = principal estrógeno circulante - Esteróides sintéticos - ethinyl estradiol - mestranol - 2-hidroximetinilestradiol - estradiol 17beta-ciclopentilpropionato - Progesteronas - Pregnanas - mais parecidas com as progesteronas - ex: medroxiprogesterona - Estranas - Gonanas - menor atividade androgênica - Farmacocinética - bem absorvidos no TGI e também prontamente absorvidos pela pele e mucosas - rapidamente metabolizado no fígado (sintéticos mais lentamente) - indutores enzimáticos: rifampicina, fenobarbital, fenitoína, cabamazepina -> diminuir eficácia - se ligam a albumina e a globulina ligante de hormônios sexuais (SHBG) - aumento ou diminuição = altera fração livre - excretados na urina - bactérias no trato gastrointestinal ajudam a metabolizar os anticoncepcionais e ai se você toda antibiótico elas morrem e a metabolização fica prejudicada - Anticoncepcionais - combinados: estrógeno+progestágeno - orais combinados - associam um estrógeno a diversos progestágenos - usos: contracepção, endometriose (suprime secreção de gonadotrofinas, promovendo decidualização), ciclos menstruais irregulares, dismenorréia (cólica menstrual), menorragia, hirsutismo (redução da produção e da atividade androgênica), acne, SOP (suprimir LH, suprimindo produção ovariana de testosterona) - diferentes gerações = diminuição da dose - estrógeno e progesterona baixa = permite que o LH e FSH aumentem - antes do pico do LH = pico de estrógeno -> feedback positivo - baixa produção de progesterona e alta produção de estrógeno -> fase pré ovulatória - corpo lúteo: produz progesterona - feedback negativo - diminui secreção de LH e FSH - níveis sempre altos e constantes dos hormônios estrógeno e progesterona na circulação devido ao uso da pílula = feedback negativo - efeitos farmacológicos - inibição da ovulação pela supressão de gonadotrofinas - estrógeno: agre predominantemente sobre FSH, impedindo desenvolvimento folicular - progestágenos: age predominantemente sobre LH, bloqueando o pico desse hormônio necessário para ovulação - alteração do muco cervical (mais viscoso) inibindo o transporte do esperma - interferem no transporte do óvulo pelas tubas uterinas - inibe a implantação pela supressão do desenvolvimento endometrial normal - contraindicações - tromboembolismo venoso profundo ou derrame prévio - histórico de câncer de mama - hipertensão - aterosclerose - enxaqueca - imobilização prolongada (risco de tromboembolisto) - doença hepáica - gravidez - hipertrigliceridemia - mulheres > 35 anos que fumam - trombofilia hereditária - fármacos que diminuem concentrações séricas dos contraceptivos hormonais - anticonvulsivantes - barbitúricos - cabamazepina - fenitoína - rifampicina - topiramato -> anticonvulsivante - vigabatrin -> antiepilético - amoxicilina - bactérias intestinais são importantes para metabolização - efeitos cardiovasculares - tabagismo e uso de estrógenos aumentam o risco de trombose arterial e tromboembolismo venoso - contraceptivos de baixa dose de estrógeno não aumentam risco de IM ou AVC em mulheres saudáveis, não fumantes, independente da idade - IM e AVC podem ocorrer em mulheres que usam contraceptivos de alta dose, ou que apresentam fatores de risco cardiovascular acima da idade de 35 anos - o estinilestradiol tem efeito pró-coagulante - aumenta fatores de coagulação - diminui inibidores naturais da coagulação - efeitos benéficos - menor risco de câncer endometrial e ovariano - menor risco de prenhez ectópica - menstruação mais regular - menor incidência de inflamação das tubas uterinas (salpingite) - aumento da densidade óssea - melhora acne e hirsutismo - injetáveis mensais - anel vaginal - adesivo transdérmico - só progestágenos - oral (minipílula) - diária, sem interrupção - contém apenas derivado de progesterona - mulheres fumantes ou acima de 35 anos, ou com fatores de risco cardiovascular - mulheres que acabaram de ter filho e estão em fase de lactação - injetáveis trimestrais - injeção intramuscular - medroxiprogesterona -> pregnana - causa feedback negativo no hipotálamo - implantes subdérmicos - intervalo de aproximadamente 5 anos - levonorgestrel, etonogestrel, norgestrel - sistema intra-uterino (endoceptivo) - DIU com liberação lenta de progestágeno - DIU - tem efeitos locais - causa supressão dos receptores de estradiol no endométrio - atrofia endometrial - inibição da passagem do espermatozóide - sangramento irregular ou amenorréia - efeito (oral e intramuscular) - inibem ovulação alterando liberação de GnRH - diminui frequência dos pulsos - oral de emergência (pílula do dia seguinte) - Terapia de reposição - dosagem muito maior do que o necessário para anticoncepção - após a puberdade a secreção de estrógeno tem um pico e fica alto principalmente durante a fase reprodutiva - antes da menopausa há uma diminuição da produção do estrógeno -> perda de atividade folicular do ovário - alterações da interrupção da função ovariana normal - sintomas da menopausa - fogachos - ressecamento vaginal - alterações de humor (depressão) - alterações de padrão de sono - maior risco de doença cardiovascular - osteoporose - declínio cognitivo - terapia apenas com estrógeno: aumento da incidência de câncer de endométrio -> desencadeia uma proliferação acelerada do endométrio - instituição da terapia hormonal é um balanço entre riscos e benefícios - benefícios - alívio dos sintomas da menopausa - melhoram trofismo e lubrificação da mucosa vaginal - via vaginal: reduz infecções urinárias recorrentes - reposição de estrógeno - mulheres com útero: adiciona um progestágeno em regime cíclico para prevenir câncer de endométrio - estradiol transdérmico, oral, percutâneo - mulheres histerectomizadas - estrógenos conjugados - medroxiprogesterona - ação anti-estrogênica - osteoporose: apenas discreto benefício - menor risco de doença cardiovascular - contraindicado para mulheres com doença cardiovascular coronariana - não protege contra alzheimer - contraindicações - câncer de mama ou lesão suspeita sem diagnóstico - hiperplasia - doença tromboembólica - doença hepática - hipertensão - sangramento vaginal - câncer de endométrio - Reposição hormonal masculina - homens com dosagem de testosterona baixa -> hipogonadismo - terapia com androgênios - testosterona bioidêntica injetável ou mesmo gel de bio lipídeos com alta absorção na pele - mecanismo de ação - se liga no receptor de andrógeno, que é um receptor nuclear - diferentes formas farmacêuticas: evitar o catabolismo hepático - sublingual - injeções intramusculares - via transdérmica ou gel tópico - farmacocinética - simula as concentrações séricas normais de testosterona - monitoramento da eficácia é realizado determinando concentração sérica de testosterona - dose excessiva: efeitos colaterais - efeitos adversos - acne - ginecomastia - comportamento agressivo - eritropoiese - retenção de sal e água - hiperplasia de próstata e câncer de próstata - infertilidade, diminuição dos testículos
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