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FAVENI (FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE) NEUROLINGUÍSTICA MAISA BRUNA DE MORAIS TEIXEIRA DO NASCIMENTO TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E SUA CONTRIBUIÇÃO NO COMBATE A OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES GURUPI 2020 TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E SUA CONTRIBUIÇÃO NO COMBATE A OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Autor1, (Maisa Bruna de Morais Teixeira do Nascimento) Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços. RESUMO- A obesidade e o excesso de peso em adolescentes e crianças retrata uma grande e complexa ameaça à saúde pública. Com base nessa afirmação o objetivo deste estudo é analisar o uso da terapia cognitivo comportamental no combate a obesidade em crianças e adolescentes e quais suas contribuições. A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma das abordagens com estratégicas bem eficazes em relação ao tratamento de obesidade, já que um tratamento com suas intervenções possibilita a manutenção a longo prazo de uma melhora que fora alcançada, não sendo somente temporária pois o indivíduo aprende a entender e a modificar pensamentos considerados disfuncionais. Trata-se de uma revisão sistemática. No total, foram localizados 1.302 artigos. Após analisar os títulos e resumos dos artigos, foram excluídos 1.250 por não apresentarem relação entre os descritores e por estar fora do período entre anos pré- determinados. Contudo selecionou-se 52 publicações, destes, 41 artigos não estavam relacionados com o tema e 05 duplicados. Deste modo utilizou-se para análise 06 artigos. No qual foi observado que as intervenções com a TCC apresentaram resultados satisfatórios nas pesquisas mostrando melhoras de aspectos emocionais, mudança de comportamento alimentar, e principalmente na diminuição da obesidade, o que traz boas corroborações para literatura da área. PALAVRAS-CHAVE: Obesidade. Teoria Cognitivo Comportamental. Crianças. Adolescentes. 1 maisabrunatx@gmail.com 1. INTRODUÇÃO A obesidade e o excesso de peso em adolescentes e crianças retrata uma grande e complexa ameaça à saúde pública. São inúmeros desafios relacionados ao ambiente e ao estilo de vida, problemas como depressão, baixa autoestima, distúrbios alimentares, descriminação social e bullying são ainda mais suscetíveis de ter mais impacto sobre o bem-estar e saúde dos adolescentes e crianças com obesidade do que muitos outros dos adversos efeitos físicos do excesso de peso. Com isso, A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma das abordagens com estratégias bem eficazes em relação ao tratamento de obesidade, já que um tratamento com suas intervenções possibilita a manutenção a longo prazo de uma melhora que fora alcançada, não sendo somente temporária pois o indivíduo aprende a entender e a modificar pensamentos considerados disfuncionais. Em virtude de todos os dados ora apresentados, surge como problema a seguinte indagação: Seria então, relevante o uso da terapia cognitivo comportamental no combate a obesidade em crianças e adolescentes e quais suas contribuições. Decorrente do problema de pesquisa, algumas hipóteses nortearam o desenvolvimento da investigação aqui proposta. Acredita-se, que um tratamento contra obesidade realizado por uma equipe multidisciplinar no qual o psicólogo utilize a TCC, seja de grande valia pois com ela o indivíduo conseguirá modificar seus pensamentos a longo prazo. Este estudo tem como objetivo analisar o uso da terapia cognitivo comportamental no combate a obesidade em crianças e adolescentes e quais suas contribuições. 2. DESENVOLVIMENTO Perder peso, emagrecer, essa é a vontade de muita gente! Mas, a maioria das pessoas que buscam um corpo magro, focam apenas em exercícios físicos e dietas, as vezes mirabolantes e que acabam prejudicando a saúde. É de entendimento que da perspectiva metabólica, existe a necessidade de ingestão de menos calorias do que se gasta para haver uma perda de peso. Portanto, se a quantidade de calorias ingeridas for equivalente ao número de calorias que foi gasto para sustentar o metabolismo, naturalmente, o peso permanecerá estável. De acordo com SALVE (2006) O peso corporal (massa corporal) é mantido e modificado em função do equilíbrio energético entre o consumo e o gasto energético. A atividade física é importante porque utiliza as calorias extras que geralmente seriam armazenadas como gorduras. Qualquer atividade física contribui para o gasto energético. Para uma perda de peso saudável, é aconselhável ainda, a ajuda de um profissional da nutrição, somente ele está preparado para estudar cada caso, elaborar um plano nutricional que se adeque individualmente. Contudo, um trabalho multidisciplinar entre Nutrólogos, Nutricionistas, Psicólogos e Profissionais de Educação Física trarão resultados ainda melhores. Uma situação amplamente conhecida é a obesidade, porventura seja a mais antiga enfermidade que se conhece. Mulheres obesas apresentadas em forma de estátuas e pinturas podem ser vistas apresentadas em pedras e pinturas da antiguidade. Algumas pinturas já foram encontradas em porcelanas chinesas da era pré cristianismo, em múmias egípcias, vasos dos Maias e Incas, (REPETTO, 1998). O consumo em excesso de gordura, principalmente gorduras industrializadas, acarreta muitos malefícios, principalmente a obesidade, esta que em muitos países é considerada um dos maiores problemas de saúde. O portal da Abeso (Associação Brasileira para o estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)) cita que a OMS ( (Organização Mundial da Saúde) considera a obesidade como um problema de abrangência mundial, tendo em vista que é uma doença que atinge uma quantidade elevada de pessoas e leva o organismo a desenvolver variados tipos de doenças, levando ainda em alguns casos, morte prematura. As pessoas obesas são colocadas em desvantagem pelos indicadores de vida (NAHÁS, 2001). Entender que essa doença é mortal, é fácil para quem não tem dificuldades emocionais. Na maioria das vezes até as pessoas que são emocionalmente dependentes de comida entendem seus malefícios, mas, não é fácil ter o controle. Com isso, o Psicólogo deve entrar no tratamento para ajudar a quem precisa de ferramentas para conseguir sair de um quadro de algum distúrbio alimentar. O acompanhamento de um profissional da área da Psicologia que trabalhe com a TCC (Teoria Cognitiva Comportamental) é de grande valia, e digamos ainda que, necessária pois, ele dará sempre as ferramentas para que o indivíduo consiga mudar seus pensamentos e visão em relação a comida. “A TCC atua nesse cenário trabalhando os aspectos emocionais que levam o paciente a ganhar peso e não mantê-lo nas vezes em que consegue perder. É feito uma avaliação de pensamentos sabotadores, a flexibilização de pensamentos automáticos disfuncionais, adaptações na rotina de acordo com a realidade individual de cada indivíduo e um importante trabalho com a autoimagem. Além do mais, é através da terapia que se trabalha situações das diferentes áreas da vida e que influenciamna maneira que o paciente se relaciona com a alimentação.” (RAMALHO, 2018). A TCC possui características específicas tais como a sua estrutura, orientação para o presente, brevidade, modificação de pensamentos e direcionamento para comportamentos disfuncionais e resolução de problemas (Beck, 1964, apud DA LUZ, DA SILVA OLIVEIRA, p. 4, 2013)). Podem ser verificadas diversas derivações e aplicações da terapia cognitiva advindas do modelo Beck, estes que se baseiam em uma formulação cognitiva de um transtorno específico e também como em um entendimento ou conceituação de forma individual do paciente (Beck, 1997, apud DA LUZ, DA SILVA OLIVEIRA, p. 4, 2013). Nesta abordagem, intervenções cognitivas, tem como objetivo, levar o paciente a reestruturar pensamentos disfuncionais já as intervenções comportamentais são direcionadas no intuito de modificar comportamentos inadequados. Ainda sendo úteis para identificar cognições que fazem associação a comportamentos específicos (Beck, Rush, Shaw & Emery, 1997, apud DA LUZ, DA SILVA OLIVEIRA, p. 4, 2013). A TCC para o emagrecimento, advém do pressuposto modificando, redirecionando o pensamento, o comportamento alimentar será alterado e com isso, a perda de peso acontecerá (Beck, 2011). É visto que a combinação de dieta com a TCC leva o indivíduo a ter menos recaídas relacionadas a comportamentos alimentares classificados como inadequados dos obesos comparados a indivíduos que são tratados somente com orientação nutricional. A junção de tratamentos da TCC com acompanhamento nutricional e profissional de Educação Física, ainda demonstra benefícios como a melhora da imagem corporal e autoestima através da diminuição do IMC, diminuição da compulsão alimentar, preocupações com a alimentação e depressão, (Werrij et al., 2007, apud DA LUZ, DA SILVA OLIVEIRA, p. 8, 2013). 3. METODOLOGIA O estudo é regido segundo uma revisão sistemática, portanto tratando-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e busca elucidar as contribuições que a terapia cognitiva comportamental nos traz no combate a obesidade em crianças e adolescentes. Quanto aos objetivos, caracteriza-se, como uma pesquisa bibliográfica, do tipo descritivo exploratório. As referências que preenchem os critérios de inclusão e exclusão, foram avaliados, de acordo com período de publicação obedecendo ao intervalo entre os anos de 2011 a 2020. Baseando em estudos que relacionam programas de emagrecimento com a utilização da Teoria Cognitiva Comportamental. Como critérios de exclusão, foram marcados estudos que não tiveram os descritores Obesidade, Crianças e adolescentes, Teoria Cognitiva Comportamental, artigos fora do intervalo dos anos referentes às publicações de 2011 a 2020 e estudos que não abordam o tema e não relacionam a Teoria Cognitiva Comportamental (TCC) juntamente com seus benefícios. Os descritores de busca dos artigos foram: Obesidade, Crianças e Adolescentes, Teoria Cognitiva Comportamental (TCC). Foram desenvolvidos pela busca de fontes confiáveis quanto ao tema abordado, que proporcionasse o encontro de artigos em um tempo reduzido. Uma procura eficaz envolve também a escolha de base de dados que insiram mais especificidade com o tema, as bases de buscas foram: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico e Pepsic (Periódicos Eletrônicos de Psicologia). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO No total, foram localizados 1.302 artigos. Após analisar os títulos e resumos dos artigos, foram excluídos 1.250 por não apresentarem relação entre os descritores e por estar fora do período entre anos pré-determinados. Contudo selecionou-se 52 publicações, destes, 41 artigos não estavam relacionados com o tema e 05 duplicados. Deste modo utilizou-se para análise 06 artigos (figura 1). FIGURA 1 - FLUXOGRAMA DO RESULTADO DA BUSCA DE FONTES DE INFORMAÇÕES, DA SELEÇÃO E DA INCLUSÃO DOS ESTUDOS NA REVISÃO SISTEMÁTICA Fonte: elaborado pela autora. Para melhor compreensão foram tabelados os estudos encontrados e pertinentes da seguinte forma: Quadro 1 - Artigos incluídos na revisão sistemática. Autor/Ano Estudos Metodologia Resultados/conclusões LUIZ, A. M. A. G.,2010 Efeitos de um programa de intervenção cognitivo – comportamental em grupo para crianças obesas Com 65 crianças e suas mães, divididas em grupo experimental (n=35) e grupo controle (n=30) que foram avaliadas em três momentos: avaliação inicial, reavaliação (após 10 semanas) e seguimento (após de seis meses). Nas avaliações as mães responderam ao Questionário do Comportamento Alimentar em Crianças (CEBQ) e nas crianças foram aplicados o Foi verificada diminuição significante entre os momentos de avaliação do percentil de obesidade no grupo experimental; dos sintomas depressivos e ansiosos e melhora da qualidade de vida, em comparação com o grupo controle. Os dados também indicam mudança significante no comportamento alimentar das crianças do grupo experimental em relação ao grupo controle. Considera-se que o programa de intervenção cognitivo- comportamental apresentou 06 completos elegíveis para avaliação 05 foram excluídos por serem duplicados 52 foram selecionados 41 artigos não estavam relacionados com o tema Foram identificados 1.302 artigos pelas buscas nas bases de dados 1.250 artigos não apresentaram relação entre os descritores e período entre anos pré- determinados Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida em Crianças e Adolescentes (AUQEI), o Inventário de Depressão Infantil (CDI) e a escala de ansiedade O Que Penso e Sinto (OQPS). O grupo experimental foi submetido a um programa de intervenção Psicológica com 10 sessões de duas horas de duração baseado no modelo da TCC. Durante o programa utilizadas as técnicas: formulação e psicoeducação, registro de pensamentos disfuncionais, balões de pensamento, reestruturação cognitiva, “role- play”, controle de estímulos, relaxamento, respiração, treino em habilidades sociais e educativas parentais. O grupo controle recebeu atendimento padrão oferecido pela equipe do Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica (médico endocrinologista pediátrico, psicóloga e nutricionista) durante os dias de consultas agendados. resultados satisfatórios na melhora de aspectos emocionais e comportamentais de crianças obesas, bem como na diminuição da obesidade. Argumenta-se que programas como este deveriam ser amplamente utilizados em ambulatórios de obesidade infantil para melhorar a qualidade de vida das crianças. BAZZI, J. C. 2019 Efeitos de intervenções motivacionais para o tratamento da obesidade em crianças: revisão sistemática da literatura. Foram selecionados estudos de ensaios clínicos de tratamentos para obesidade e sobrepeso em crianças de 05 a 10 anos, dos últimos 10 anos (2009 – 2019), Um total de 916 estudos foram encontrados, dois quais, apenas 5 foram incluídos na amostra final da pesquisa. Os resultados demonstraram que intervenções motivacionais são efetivas na modificação do IMC, mas principalmente, mudanças comportamentais são observadas, tanto na ingestão de calorias, quanto na aderência ao exercício físico. A motivação dos pais e da família também parece ser relevante para os resultados. SÁ, C. A. T. 2018 A clínica cognitiva comportamental no enfrentamento do fenômeno da obesidade infantil no brasil Revisão bibliográfica Diversos estudos apontam resultados positivos em população com excesso de peso, sendo alguns deles: melhoria de aspectos psicossociais, aumento da autoestima e qualidade de vida, diminuição do índice de abandono ao tratamento e redução significativa de peso. DE MELO BORGES, Modelocognitivo comportamental para tratamento Seis crianças participaram de nove sessões em grupo que visaram: modificação dos Os resultados obtidosconfirmam eficácia do tratamento na mudança NEVES, 2014 de crianças obesas com compulsão alimentar periódica hábitos alimentares, reestruturação cognitiva, entre outros. comportamental, na reestruturação cognitiva e na perda de peso. KUNITAKE Y. Y. B, 2019 Influência do Stress e Obesidade em Adolescentes: Um estudo bibliográfico em Terapia Cognitivo Comportamental Revisão Bibliográfica Identificou-se por via dos dados bibliográficos assistemáticos que as intervenções utilizadas no controle de stress e da obesidade, são essenciais e que o stress pode ser um gatilho para o desencadeamento da obesidade Elias, E. 2013 Obesidade no tratamento com terapia cognitiva comportamental: uma revisão bibliográfica. Revisão Bibliográfica Os estudos pontuam-nos diversas intervenções da TCC, e verificam que a necessidade do contato com o terapeuta após o termino do tratamento faz a diferença; quanto ao número de sessões que deve ser a longo prazo, trabalho em grupo com maior respaldo ou por que poucos estudos individuais se têm até o momento; possibilita o enfoque com pessoas com transtornos psiquiátricos e com problemas de obesidade ou com sobrepeso; apresentaram basicamente as técnicas de Automonitoramento, controle de estímulo, reestruturação cognitiva, manejo do estresse, recompensas, mudanças de atitude ao comer e prevenção de recaídas. A qualidade de eficácia da TCC é apresentada, porém carece de estudos de longo prazo 4.1 DISCUSSÃO No estudo de Luiz (2010), os autores podem perceber que existe uma associação entre ansiedade e obesidade infantil, e os dados apresentados no estudo salientam a necessidade de manejar esses sintomas em busca de diminuí-los, com isso, provavelmente acontecerá diminuição do peso. A literatura ainda aponta que intervenções com base no modelo cognitivo-comportamental auxiliam na diminuição da ansiedade em indivíduos com transtornos alimentares e/ou obesos (DUCHESNE; ALMEIDA, 2002 apud DA LUZ E DA SILVA OLIVEIRA ,2013). O autor afirma que é extremamente essencial que os profissionais da saúde redobrem suas atenções a esse fator a fim de constantemente avaliar a qualidade de vida do paciente, já que os cuidados iniciados precocemente têm fator permanente e decisivo no desenvolvimento das crianças, principalmente em relação a habilidade para entender e conseguir regular as emoções (SANTOS, 2004 apud DA LUZ E DA SILVA OLIVEIRA ,2013). Para tais manobras são necessárias ferramentas específicas e ainda o total envolvimento dos pais juntamente com outros profissionais da área da saúde. Bazzi, (2019) relata em seu estudo que técnicas voltadas ao tratamento da obesidade durante infância infelizmente, ainda estão distantes de ser conclusivas. O autor ainda pôde verificar em seus estudos que algumas variáveis como depressão, compulsão alimentar, satisfação com a imagem corporal, padrões cognitivos, níveis de habilidades sociais e ansiedade, podem melhorar consideravelmente com a redução de peso. Com isso, Sá (2018) elucida em seu estudo que o tratamento realizado da obesidade ocorrido durante a infância apresenta uma maior eficácia do que quando realizado em adultos (EPSTEIN et al.; 1995 apud PIMENTA et al., 2009). Progenitores são responsáveis pela aquisição de suprimentos, educação e controle de regularidade de exercícios físicos, sendo assim, indispensáveis na compreensão da formação, manutenção e transformação de hábitos. Nesse sentido, se existe uma família com estilo de vida não saudável, a chance de a criança aprendê-lo é considerável, ao passo que sua relação com a comida e padrões emocionais e de comportamentos serão confeccionados a partir desse meio (VAN DEN AKKER et al., 2007 apud PIMENTA et al, 2009). Acerca de procedimentos parentais, no qual a mãe, responsável, ou a toda a família se empenha na mudança de hábitos alimentares de físicos, é entendido como algo fundamental, pois na maioria das vezes, é essencial que seja modificada a forma com que a família funciona, buscando assim, a melhor maneira de conduzir à melhora no quadro dessa inquietante morbidade. Nesse sentido, foram criadas técnicas de treinamento em habilidades parentais, sendo: Práticas educativas relativas ao estabelecimento de limites, à comunicação, ao ensino de responsabilidades e à expressão de afeto, diálogo, expressão espontânea de sentimentos positivos e negativos em relação aos comportamentos, expressão de opiniões e solicitação adequada de mudança de comportamento, cumprimento de promessas feitas, coerência do casal quanto à educação dos filhos, o “saber dizer não” e manter a decisão, negociar quando há divergência de ideias, estabelecer regras e cumprimento das mesmas e pedir desculpas, admitindo os próprios erros e reconhecendo os limites de cada um (BOLSONI-SILVA, MARTURANO, 2002 apud LUIZ, 2010, p. 51). Ainda de acordo com Sá (2018) uma das atribuições e premissas para a eficácia da TCC consiste em constantemente habilitar o indivíduo a se conhecer e se autodeterminar, conseguindo então, transforma-lo em seu próprio terapeuta (BECK, 1997). No entanto, quando se trata do público infantil isso é um pouco dificultado já que a criança tem dificuldade em internalizar e compreender adequadamente as condições e contextos em que está inserido. Contudo, mesmo assim ainda existe a possibilidade de passar conhecimentos acerca de estratégias comportamentais, tais como: exposição e prevenção de respostas. Já que elas são utilizadas para que os mesmos consigam lidar de maneira positiva com os obstáculos da vida, conseguindo com isso, construir autogestão de prevenção à recaída, esta, que deve ser entendida como algo que faz parte do processo e da vida, e jamais como fracasso (POSTON; FOREYT, 2000 apud LUIZ, 2010). De Melo Borges e Neves (2014) concorda com Sá (2018) quando ressalta que o empenho das famílias que ajudaram as crianças participantes do seu estudo recordando da anotação diária (automonitorização), da visualização da pirâmide e seleção alimentar (modificação de hábitos alimentares), e que ainda auxiliaram promovendo estímulos para a realização de exercícios físicos e principalmente no controle alimentar, demonstra ter auxiliado significadamente no processo de redução de peso. A primeira sessão teve por objetivo apresentar aos componentes do grupo, de modo lúdico, os materiais necessários para o tratamento. Na segunda sessão, foram realizadas brincadeiras psicomotoras e destacada a importância dos exercícios físicos para perder peso e ser saudável. Na terceira sessão, os fantoches apresentaram a pirâmide alimentar visando educar e estimular a alimentação saudável. Na quarta sessão, objetivando treinar o autocontrole em relação à compulsão alimentar, contou-se a história “Vivi e as vontades que vêm do nada” e refletiram sobre a fome fisiológica e a fome gerada por pensamentos e sentimentos. Na quinta sessão, foram realizadas reflexões com perguntas previamente formuladas cuja intenção foi revisar e avaliar o tratamento. Foram discutidos todos os temas abordados e os registros. A sexta sessão objetivou o treinamento da solução de problemas e reestruturação cognitiva. Na sétima sessão, o objetivo foi trabalhar a autoestima, diminuir os sentimentos de vergonha e isolamento, e combater o pensamento distorcido de si. Na oitava sessão, foi realizado o treino de algumas habilidades sociais e avaliado se novos repertórios comportamentais foram adquiridos por meio da brincadeira de pescaria de perguntas. E, finalmente, na nona sessão foi feita a retrospectiva de todo tratamento e na avaliação coletiva, realizou-se um balanço sobre assiduidade, peso, medidas e números de estrelas que ganharam. (DE MELO BORGES E NEVES (2014)). Nas pesquisas de Kunitake (2019) foi observado a afirmação de que a Terapia Cognitivo Comportamentalestá sendo eficaz em suas diversas intervenções em pacientes sendo crianças e adolescentes que apresentam sintomas de stress, com isso, acarretando obesidade. “As investigações acerca de stress na adolescência mencionam ainda o desenvolvimento de transtorno alimentares, obesidade, problemas dermatológicos e estomacais. E quanto a intervenção, ainda a mesma autora, o stress deve ser proporcional à maturidade cognitiva, socioafetiva e idade do adolescente. Possibilitando-lhe estratégias para que possa lidar melhor maneira com a situação, por via de treino em habilidades sociais, asservidade e relaxamento.” (Tricolli (2010, p. 60) apud Kunitake (2019)). Elias, (2013) cita Beck, (2011) que afirma que o indivíduo conseguirá aprender como agir quando estiver cansado, estressado, chateado, doente, sem ter o que fazer ou quando estiver aborrecido. E tendo esse autocontrole, ele conseguirá controlar muito além do que somente sua alimentação e o seu peso, conseguindo controlar melhor a sua vida pessoal em todos os aspectos. Algo muito preocupante é citado ainda em Elias (2013) “A obesidade infantil tem aumentado de forma preocupante no mundo inteiro, acometendo países desenvolvidos como os em desenvolvimento” (FERNANDO et al.,2007; GUILLAUME,1999; apud MACEDO e CANÇADO, 2009). Além do aparecimento das diversas patologias a obesidade infantil traz os distúrbios biopsicossociais como a discriminação, autoimagem negativa, depressão e socialização diminuída. 5. CONCLUSÃO A obesidade infantil infelizmente, já é considerada como um problema de saúde pública, e sua incidência e prevalência aumenta em todos os gêneros e camadas sociais da população, pode ser caracterizada como uma grande epidemia no contexto mundial. Preocupantemente, esse quadro necessita de avaliações para que ainda sejam investigadas e encontradas soluções para assim, revertê-lo. Sabemos que diversos fatores podem ser incluídos na lista de causadores da obesidade infantil, sendo eles, psicológicos, alimentares, familiares, falta de atividade física, falta de incentivo da família, acomodação, Com isso, a obesidade torna-se a cada dia uma condição muito complexa, na qual aparentemente estão envolvidas um leque de condições, tornando assim o tratamento um pouco difícil, já que para um sucesso é preciso acontecer mudanças comportamentais e principalmente de hábitos pelo resto da vida do indivíduo e se ele não tem um suporte emocional, provavelmente ficara mais difícil ter êxito. O aumento de peso corporal, o excesso de gordura que surge lá na infância tende a aumentar gradualmente. Por ser uma doença altamente complexa, seu controle também é complexo, e infelizmente, percentuais altos são muito observados no insucesso dos tratamentos pois na maioria das vezes os pacientes não finalizam suas sessões de terapia ou não conseguem manter o padrão comportamental. Portanto, em vista disso, e principalmente por isso, o tratamento da obesidade infantil exige indescritivelmente interdisciplinaridade para que ocorra êxito. Apesar das limitações encontradas nas pesquisas para realização deste estudo, o mesmo a atingiu seus objetivos, as intervenções com a Teoria cognitivo-comportamental apresentaram resultados satisfatórios nas pesquisas mostrando melhoras de aspectos emocionais, mudança de comportamento alimentar, e principalmente na diminuição da obesidade, o que traz boas corroborações para literatura da área. 6. REFERÊNCIA BAZZI, J. C. Efeitos de intervenções motivacionais para o tratamento da obesidade em crianças: revisão sistemática da literatura. 2019. Disponível em :<https://www.scielo.br/>, Acesso em: 12 dez. 2020. BECK, J. S. Pense Magro. A dieta definitiva de Beck, ed. Artmed, 2011. BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997. DA LUZ, F. Q.; DA SILVA OLIVEIRA,. Terapia cognitivo-comportamental da obesidade: uma revisão da literatura. Aletheia, n. 40, 2013. Disponível em :<http: https://scholar.google.com.br>, Acesso em: 12 dez. 2020. DE MELO BORGES, J.; NEVES, S. M. M. Modelo cognitivo-comportamental para tratamento de crianças obesas com compulsão alimentar periódica. Revista Fragmentos de Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 24, p. 73- 83,2014. Disponível em: htp://revistas.pucgoias.edu.br/index.php/fragmentos/article/viewFile/3566/2070 =>, Acesso em: 10 dez. 2020. ELIAS, Eliane. 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