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TÉCNICO EM FARMÁCIA ESCOLA SANTA JULIANA INTRODUÇÃO À FAMÁCIA Prof. Thayse Agra SUMÁRIO INTRODUÇÃO À FARMÁCIA - HISTÓRICO - EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL - CONCEITOS BÁSICOS EM FARMÁCIA - NOÇÕES DA REALIDADE ATUAL E PERSPECTIVAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE FARMÁCIAS E DROGARIAS - FARMÁCIA X DROGARIAS - REQUISITOS MINIMOS PARA FUNCIONAMENTO - FARMÁCIA COMUNITÁRIA - FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO - FARMÁCIA HOSPITALAR - FARMÁCIAHOMEOPÁTICA BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS INTRODUÇÃO À MEDICAMENTOS - MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA, GENÉRICO E SIMILAR - CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS - BULAS E EMBALAGENS CENTRAIS DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO (CAF’S) - FARMÁCIA CENTRAL - FARMÁCIA SATÉLITE - FARMÁCIA DE QUIMIOTERÁPICOS - FARMÁCIA DE URGÊNCIA E EMERGENCIA POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS - RENAME - REMUNE - FARMÁCIA POPULAR FUNCIONAMENTO DE FARMÁCIAS - LEIS, PORTARIAS - RDC’S E NORMATIVAS INTRODUÇÃO À FARMÁCIA - O curso tem o objetivo formar um profissional completo e capaz para atuar nas áreas de: farmácia hospitalar, de manipulação, farmácia convencional bem como em laboratórios, indústrias, entre outros. E a disciplina Introdução à farmácia serve para aproximar o aluno aos termos técnicos, facilitando a sua atuação no mercado. HISTORIA DA FARMÁCIA Período pré-histórico . Plantas com propósitos medicinais . Doenças com explicação mística Hipócrates: Pai da medicina . Teoria dos humores Para explicar a etiologia das doenças usava-se a teoria humoral, que é apresentada nos tratados “Da natureza do homem” e “Dos humores” do CH. Havia quatro humores básicos na constituição corporal (bile amarela, bile negra, fleuma e sangue). Todas as partes líquidas e sólidas do corpo seriam compostas por uma mistura de tais humores. Não é uma doutrina isolada que versa apenas sobre etiologia das doenças ou sobre a constituição do corpo humano. Toda fisiologia normal dependia do equilíbrio dinâmico desses humores. O excesso de qualquer um destes causam perturbações que implicam no desequilíbrio corporal (caracterizando-se aí a doença). Galeno: Pai da farmácia . Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. . Do ponto de vista farmacêutico, a grande linha de força do galenismo foi a transformação da patologia humoral numa teoria racional e sistemática, em relação a qual se tornava necessário classificar os medicamentos. Século II . Árabes fundam a primeira escola de farmácia . Criada nesse período uma legislação para o exercício da profissão Século X . Medicina e farmácia uma única profissão . Conhecimento e desenvolvimento da área de saúde . Separação d medicina da farmácia no ano de 1240 d.C. Século XIII . Primeiros boticários surgiram, no entanto as especiarias utilizadas para fins farmacêuticos já existiam. . Os boticários manipulavam e produziam os medicamentos na frente dos pacientes de acordo com a prescrição médica. . As boticas também eram utilizadas para o preparo de perfumes. . Regimento dos boticários: Elaborado em Lisboa, consistia de uma série de obrigações dos boticários, mas não determinava suas funções e direitos. - SIMBOLOGIA E SEU SIGNIFICADO A taça com a serpente enrolada é conhecida internacionalmente como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta à antiguidade, sendo parte das histórias da mitologia grega. Segundo literatura antiga, o símbolo da farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça). EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA NO BRASIL . Governador Thomé de Souza trouxe o primeiro boticário de Portugal – Diogo de Castro. . Em 1640, as boticas foram autorizadas a funcionar como comércio e se multiplicaram. . Escola de Farmácia de Ouro preto/MG foi a mais antiga escola de farmácia do Brasil e da América do Sul, como unidade individualizada, desvinculada do curso de medicina. (Porque a do RJ e BA era vinculada as academias de medicina). CONCEITOS BÁSICOS EM FARMÁCIA No universo farmacêutico constantemente utilizamos termos que acabamos incorporando ao nosso cotidiano. No entanto, muitas vezes, empregamos esses termos sem saber exatamente o seu significado. Para ajudá-lo a esclarecer dúvidas, abaixo está relacionado alguns termos e conceitos importantes. Droga (drug= droga, remédio, medicamento): substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária. Fármaco (pharmakon= fármaco): estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Medicamento (medicamentum= remédio): produto Farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Remédio: é todo agente que produz cura ou alívio para a dor ou sofrimento. Por exemplo: medicamento, chá, banho de sol, massagem, dieta, psicoterapia e outros. Matéria-prima: substância ativa ou inativa que se emprega na fabricação dos medicamentos e demais produtos abrangidos pelo Regulamento Técnico de BPM da ANVS tanto a que permanece inalterada, quanto a passível de modificações. Princípio ativo (p.a.): é o fármaco (substância química definida), responsável pelo efeito farmacológico (ou terapêutico). Correlato: substância, produto, aparelho ou acessório não enquadrado nos conceitos anteriores, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa ou a proteção individual ou coletiva, a higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins de diagnóstico e analítico, os cosméticos e perfumes, e ainda, os produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários. Receita: prescrição escrita de medicamento, contendo orientação de uso para o paciente, efetuada por profissional legalmente habilitado, quer seja de formulação magistral ou produto industrializado. Fórmula: é a descrição de um ou mais fármacos (ou drogas). Também pode conter vários aditivos (inertes) como - veículos (água, álcool, óleo mineral, NaCl, propilenoglicol, glicerina) e excipientes (lactose, talco, vaselina, cera); edulcorantes (aroma e sabor); conservantes (benzoato de sódio, metilparabeno, propilparabeno, tocoferol, ácido ascórbico) e outros. Forma farmacêutica: forma do medicamento no mercado. Por exemplo: comprimido, cápsula, suspensão, solução (aquosa, oleosa), pomada, creme, unguento, supositório, pastilha, enema, óvulo, xarope, elixir, injetável, emplasto, adesivo, e outros. Dispensação: ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não. NOÇÕES DA REALIDADE ATUAL E PERSPECTIVAS DE FARMÁCIA EM ALAGOAS, BRASIL E OUTROS PAISES. As farmácias e drogarias estão em alta. A receita dos estabelecimentos que vendem artigos de saúde, beleza e higiene pessoal foi uma das que mais cresceram entre os vários setores do varejo. “O crescimento da venda e distribuição de medicamentos, o aumento da população, seu envelhecimento, o aumento do acesso à saúde, de convênios médicos e de programas do governo, como a Farmácia Popular, são fatores que contribuem para isso”. “A tendência é as redes aumentarem e as independentes diminuírem”. Essa projeção, no entanto, é contestada pelas entidades que falam em nome dos pequenos empresários do setor. Tudo isso mostra que o varejo farmacêutico é um ramo que apresenta desafios, mas também grandes oportunidades para o pequeno empresário, pois o setor deve permanecer bastante dinâmico nos próximos anos. Segundo dados da IMS Health, o Brasil está a caminho de se tornar o quarto mercado de varejo farmacêutico do mundo. As grandes redes seguem com planos de abertura de novas lojas, mas com o desafio de encontrar bonspontos em cidades grandes e desenvolver formatos apropriados às cidades menores. Por outro lado, as lojas independentes e pequenas redes buscam diferentes tipos de modelos para ganhar poder de barganha e eficiência no negócio, como o associativismo, franquias ou incorporação em franquias existentes e especialização como forma de capturar clientela segmentada. Estados Unidos: Farmácias parecendo supermercados (alimentos, brinquedos, material de limpeza, etc.). Medicamentos que no Brasil só são vendidos com retenção de receita, lá são comercializados sem receita e alguns medicamentos são proibidos a venda, diferente do Brasil (Dipirona). Venda de cigarros é permitida. Itália: Medicamentos só são vendidos com a apresentação de receita médica, automedicação, é impossível a não ser pelos produtos homeopáticos onde a venda e liberada, o velho analgésico você só compra se o farmacêutico que lhe atender julgar que é necessário o uso da substância, de acordo com o que você falar que está sentindo, ai pode ser que ele venda. Por falar em farmacêutico, é só o que vamos encontrar trabalhando nas farmácias, nada de operadores de caixa, balconistas ou serviços gerais. O profissional formado para prestar atenção farmacêutica, também é encarregado de limpar o chão, registra no caixa e despacha no balcão. - PAPEL DO TÉCNICO DE FARMÁCIA (FUNÇÕES INERENTES) DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO CARGO: Técnico de farmácia é uma profissão onde o profissional recebe, tria, armazena e dispensa medicamentos. No ramo industrial ou laboratorial, auxilia o preparo de produtos e atua no controle de equipamentos e materiais. Ainda pode trabalhar em farmácias homeopáticas, hospitalares e manipulação. O técnico em farmácia comunitária atua sob observação do farmacêutico. DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES TÍPICAS DO CARGO • Realizar tarefas simples em farmácias, estocando e manipulando produtos já preparados para auxiliar o farmacêutico. • Colocar etiquetas nos remédios, produtos e outros preparados farmacêuticos. • Armazenar os produtos, para facilitar a manipulação e controle dos mesmos. • Abastecer as prateleiras com os produtos, para permitir o rápido e permanente atendimento. • Zelar pela limpeza das prateleiras, balcões e outras áreas de trabalho, para mantê-los em boas condições de uso. • Efetuar atendimento verificando receitas, embrulhando e entregando os produtos, para satisfazer os pedidos. • Registrar os produtos fornecidos, para possibilitar os controles financeiros e estocagem. • Utilizar recursos de informática. • Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade associadas ao ambiente organizacional. Entre os conhecimentos necessários, é preciso saber interpretar as bulas e conhecer as ações dos medicamentos, diferenciar receita controlada da não controlada, além de como fazer o atendimento ao público. Já entre as habilidades profissionais, é preciso que o auxiliar de farmácia seja desinibido, mas que fale educadamente sempre. “Ele deve saber se portar bem no ambiente de trabalho, falar corretamente e não usar gírias. Por se tratar da área de saúde, é preciso que o cliente tenha confiança no profissional, então ele precisa ter essas características para fazer um bom atendimento”, - PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO Pode ser atendente de balcão em farmácias de todos os portes. Pode atuar em farmácias hospitalares, postos de saúde e empresas da área farmacêutica. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE FARMÁCIAS E DROGARIAS - REQUISITOS MÍNIMOS PARA ABERTURA DE UMA FARMÁCIA: Localização Para abrir uma farmácia, é fundamental a escolha adequada do ponto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a área de abrangência de atendimento de uma drogaria deve ter pelo menos 10 mil clientes potenciais. Portanto, deve-se pesquisar bem antes de adquirir ou alugar um imóvel e verificar quantas farmácias existe na região a fim de conhecer o tamanho de sua concorrência. Lembre-se que a boa rentabilidade é resultado de uma conjunção de fatores que envolvem principalmente o local em que foi instalado o estabelecimento. Locais de grande densidade populacional são ideais, mas não esqueça que existem exigências e restrições à instalação de farmácias e drogarias. Estrutura A estrutura básica deve contar com uma área bem arejada e clara, dividida em espaços para o estoque, recepção do cliente e aplicação de injeções etc. Equipamentos - Balcões; - Prateleiras; - Vitrines; - Computadores; - Móveis; - Materiais e equipamentos hospitalares em geral etc. Investimentos Os investimentos variam de acordo com a estrutura a ser montada pelo empreendedor, podendo ficar em torno de R$ 100.000,00. Mão de obra O número de funcionários irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento. Para começar, pode-se contar com: dois balconistas, um farmacêutico e o dono. - REQUISITOS MINIMOS PARA FUNCIONAMENTO I - Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela ANVISA; II - Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável; III - Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária, segundo legislação vigente; IV- Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia da respectiva jurisdição; e V - Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as especificidades de cada estabelecimento. - FARMÁCIA X DROGARIAS Drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais (ANVISA). Farmácia: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo em unidade hospitalar ou de qualquer outro equivalente de assistência médica (ANVISA). Em 11 de agosto, a Lei nº 13.021/14, muda o conceito de farmácia no Brasil: farmácias e drogarias deixam de ser meros estabelecimentos comerciais para se transformar em unidades de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva TIPOS DE FARMÁCIAS - FARMÁCIA COMUNITÁRIA A Farmácia Comunitária ou Farmácia de Oficina é um estabelecimento aberto ao público onde se efetua a cedência de medicamentos e outros produtos de saúde e onde se prestam serviços de saúde. Na farmácia comunitária a população tem acesso a medicamentos (medicamentos sujeitos a receita médica, medicamentos não sujeitos a receita médica e medicamentos manipulados), medicamentos e produtos homeopáticos, medicamentos e produtos veterinários, dispositivos médicos, suplementos alimentares e produtos de alimentação especial, produtos fitoterapêuticos, produtos de cosmética e higiene corporal, artigos de puericultura e artigos de conforto. Tendo em conta as características de proximidade à população e disponibilidade de horário, a farmácia comunitária é muitas vezes o primeiro local a que o doente recorre para aconselhamento sobre saúde. A evolução do conceito de farmácia comunitária em Portugal vai ao sentido desta ser considerada cada vez mais um espaço de saúde, em que para além do medicamento e do aconselhamento com ele relacionado, se prestam outros serviços farmacêuticos, nomeadamente a medição de parâmetros bioquímicos e fisiológicos (tensão arterial, glicemia, colesterol, ácido úrico, INR…), administração de medicamentos e de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação, apoio domiciliário, programas de Cuidados Farmacêuticos e campanhas de informação e educação para a saúde. - FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO A farmácia de manipulaçãoé um estabelecimento que visa fabricar e vender medicamentos para a população. Obtém as fórmulas manipuladas à solicitação de uma receita médica. No passado as farmácias não existiam, quando a população precisava de remédios elas se dirigiam as Boticas. No século X a medicina e a farmácia eram só uma profissão, o boticário era quem atendia os pacientes em casa, fazia o diagnóstico e receitava os remédios. A história da farmácia de manipulação começa nesse período. A grande vantagem dessas farmácias é obter tratamentos personalizados, apenas com a manipulação, os medicamentos são produzidos exatamente com as necessidades de cada paciente, como por exemplo: “Um dermatologista, dificilmente, vai receitar a mesma dosagem de ácido retinoico (composto usado para melhorar o aspecto das manchas na pele, diminuir oleosidade e problemas de acne) para duas pessoas, pois cada pele é diferente da outra.” Existe também a possibilidade da junção de dois medicamentos, facilitando a administração. Principais cuidados nos laboratórios de manipulação - Em relação ao uso da área dos laboratórios de manipulação, não pode ser permitido entrar ou permanecer nela sem paramentação, ou seja, sem utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). - Da mesma forma, outros cuidados são muito importantes e devem ser observados pelos manipuladores, visitantes e farmacêuticos que forem entrar ou permanecer nos laboratórios, tais como: não fumar, não mascar chicletes, comer ou beber. Muito menos tossir, espirrar e pentear ou tocar os cabelos. - Caso seja inevitável, você deverá sair da área de laboratório, proceder à nova higienização das mãos e troca das luvas, não se esquecendo de trocar a máscara caso tenha tossido ou espirrado. - Em hipótese nenhuma o manipulador deve se esquecer de manter as unhas das mãos aparadas e se lembrar de não usar esmaltes. Caso contrário, ficará impossibilitado de realizar suas atividades. - Cuidados com a higiene pessoal são importantes, pois a área dos laboratórios deve ser uma área asséptica. Portanto, não devemos ser uma fonte de contaminação. - O uso de perfumes também deve ser considerado, pois o seu aroma pode fixar em uma formulação indevidamente. - Manipuladores com doenças infectocontagiosas ou lesões superficiais não devem permanecer na área dos laboratórios. O ideal é que sejam afastados temporariamente da atividade de produção ou, dependendo da gravidade, do serviço, mediante apresentação de atestado médico. Casos de antidoping: Jogador de futebol e nadador César cielo, pelo uso de furosemida (diurético/anti-hipertensivo). - FARMÁCIA HOSPITALAR Para se falar de Farmácia Hospitalar é preciso primeiro conhecer um pouco do seu histórico, pois assim será possível compreender melhor o que está ocorrendo no Brasil de hoje e o que provavelmente acontecerá no futuro. A primeira farmácia hospitalar que se tem registro data de 1752em um hospital da Pensilvânia (EUA), na qual foi apresentada a primeira proposta de padronização de medicamentos. No Brasil, as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internados, obtidos de um ervanário do próprio hospital. Com a industrialização do medicamento, surgindo assim o fármaco pronto para uso, houve uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o farmacêutico de hospital. Por que ter um farmacêutico em uma casa de saúde para produzir medicamentos se este produto pode ser comprado pronto? E assim esse profissional praticamente desapareceu dos hospitais, só permanecendo nas instituições de grande porte. Em 1975 a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) introduziu no currículo do curso de farmácia a disciplina Farmácia Hospitalar, tornando-se mais tarde uma realidade em diversas universidades. Além disso, em 1980 foi implantado o curso de pós-graduação em Farmácia Hospitalar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A atuação da farmácia hospitalar se preocupa com os resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção deve estar no paciente, nas suas necessidades e no medicamento, como instrumento. Funcionamento Podemos destacar 02 tipos de sistemas de dispensação de medicamentos, sendo: 1. Dose Coletiva É o sistema pelo qual a farmácia fornece materiais e medicamentos, atendendo a um pedido feito pela unidade solicitante. Estas requisições são feitas em nome de setores, e não de pacientes, gerando total descontrole do uso. Na Dose Coletiva, a farmácia se torna um mero fornecedor de medicamentos, ocorrendo armazenamento em estoques descentralizados e retirando da farmácia a atividade de dispensação. Vantagens: – As movimentações do estoque são registradas com facilidade; – Custo de implantação muito baixo; – Baixo número de colaboradores na farmácia; – Horário de funcionamento da farmácia fica reduzido. Desvantagens: – Formação de subestoques; – Dificuldades no controle logístico dos estoques; – Erros de administração de medicamentos; – Maior quantidade de perdas; – Dispensação feita pela enfermagem: desvio de atividade. 2. Dose Individualizada/Dose Unitária. Sistema de dispensação existente nos Estados Unidos, já desde os anos 60, apresentando inúmeras vantagens em relação aos outros modelos, principalmente pelo controle que proporciona à Farmácia, no que se refere ao consumo de medicamentos. Neste sistema os medicamentos são dispensados de acordo com a prescrição médica, sendo separados e identificados pelo nome do paciente, nº do leito e horário de administração. Objetivos: – Integrar o farmacêutico à equipe multidisciplinar; – Medicamento correto na hora certa; – Reduzir incidência de erros de administração de medicamentos; Vantagens: – A Farmácia centraliza os estoques; – Quantidade reduzida de estoques, se comparado com a Dose Coletiva; – Menor quantidade de perdas e desvios; – Possibilidade de garantia de qualidade. – Segurança na farmacoterapia: otimizada; – Redução dos custos; – Disponibiliza maior tempo para a enfermagem se dedicar ao paciente; – Promove a Instituição: qualidade; Desvantagens: – Farmácia funciona em horário integral; – Custo de implantação, embora seja facilmente recuperado a curto ou médio prazo; – Investimento em contratação de colaboradores e treinamento. - FARMÁCIA HOMEOPÁTICA Desde a Grécia Antiga, a Medicina possui duas correntes terapêuticas, fundamentadas no princípio dos contrários e no princípio dos semelhantes. Em consequência do princípio dos contrários surgiu a chamada Alopatia e a própria Fitoterapia, que buscam suprimir os sinais e sintomas das doenças com substâncias (sintéticas ou naturais) que atuem “contrariamente” aos mesmos (“anti-”) (Ex: anti-inflamatório para a inflamação, antiácido para a acidez, antidepressivo para a depressão, antitérmico para a febre, etc.). Samuel Hahnemann criou, baseando-se no princípio dos semelhantes (semelhante cura semelhante), medicamentos homeopáticos. O médico homeopata tem como finalidade encontrar um medicamento que foi capaz de causar nos indivíduos sadios sintomas semelhantes (“homeo”) aos que se desejam combater nos indivíduosdoentes, estimulando o organismo a reagir contra a sua enfermidade. As ultradiluições das substâncias (medicamento dinamizado) são utilizadas com o intuito de diminuir o poder patogenético das mesmas, evitando uma possível agravação dos sintomas quando se administram doses fortes de uma substância que causa sintomas semelhantes aos do paciente, de forma análoga às doses infinitesimais da imunoterapia clássica. BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS Boas práticas farmacêuticas é o conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados em farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para o uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários. A ANVISA pretende promover o uso racional de medicamentos e resgatar o direito à informação ao cidadão por profissionais habilitados e qualificados, bem como reduzir a automedicação e o uso abusivo de medicamentos. As RDCs n°s 44 / 2009 e 41 / 2012 atualizam e tornam mais claras as regras para o comércio de medicamentos e produtos em farmácias e drogarias, assim como para a prestação de serviços exercida por esses estabelecimentos. Estabelece os critérios e condições mínimas para o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Procedimentos Operacionais Padrões (POP’s) é um documento utilizado para estabelecer uniformidade na execução de um processo ou função em farmácias, drogarias, laboratórios... Os Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s) são instruções detalhadas descritas para alcançar a uniformidade na execução de uma função específica. O POP deve ser escrito de forma detalhada para garantir padronização, seja na produção ou na prestação de um serviço. Cada documento deverá fazer parte de uma relação-padrão. Alguns itens devem estar contemplados em seu formato, tais como: cabeçalho contendo o tipo do documento, título, código, logotipo da empresa ou instituição, área responsável, responsáveis, datas da elaboração, aprovação e autorização, objetivos, campo de aplicação, abrangência ou aplicabilidade, responsabilidades, abreviações, definições, descrição dos procedimentos, referências e anexos. Alguns pontos importantes a serem verificados numa farmácia ou drogaria serão estudados. Seguem abaixo. 1. COMERCIALIZAÇÃO - Produtos regularizados pela ANVISA (plantas medicinais, drogas vegetais, cosméticos, perfumes, produtos de higiene, produtos médicos e diagnósticos, produtos alimentícios: Alimentos para dietas com restrição de nutrientes ou açúcar; para controle de peso; para lactentes, idosos e fórmulas infantis; vitaminas isoladas, chás, mel, própolis). 2. MEDICAMENTOS - Medicamentos de venda livre (sem retenção de receita). - Medicamentos de venda controlada (com retenção de receita: antibióticos, ansiolíticos, antidepressivos, retinóides...). 3. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS - Promover a dispensação conforme receituário médico ou solicitação do cliente. - Observar sempre nome do medicamento, concentração e quantidade apropriada para o tratamento. - Não poderão ser dispensadas receitas ilegíveis ou que possa induzir a erro ou troca na dispensação. - Prestar informações quanto a orientação da posologia, interações medicamentosas, reações adversas, conservação do produto... 4. ARMAZENAMENTO Instalações, espaço, temperatura, facilidade de locomoção e identificação dos medicamentos e correlatos. 5. SERVIÇOS AUTORIZADOS Atenção farmacêutica, perfuração do lóbulo da orelha, campanhas educativas, aplicação de injetáveis registrados em livros... (serviços podem ser cobrados ou não) 6. TREINAMENTOS REGISTRADOS - Treinamento/capacitação dos funcionários. Descrição das atividades, data, carga horária... 7. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL - Admissão do profissional (exame admissional e exames periódicos). - Responsabilidades e atribuições (Técnico em farmácia: Ser atencioso, saber ouvir, ser comunicativo, efetuar a primeira conferencia das receitas, organização, não dispensar medicamento se não entender a receita). 8. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA SAÚDE (PGRS) - Tem como objetivo proteger a saúde humana e qualidade ambiental. Engloba aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção da saúde pública. - Na farmácia são gerados resíduos do grupo D (resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares) e resíduos do grupo E (materiais perfurocortante escarificante, tais como: lâminas de barbear, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâmina de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas etc.) MEDICAMENTO O primeiro esclarecimento que se faz necessário é diferenciar “fármaco” de “medicamento”. Fármaco é toda substância ativa farmacologicamente, ou seja, que promove um efeito farmacológico quando administrada a um organismo. É a substância pura, que irá ser a responsável pelo efeito. Medicamento é empregado para o produto farmacêutico final que contém um ou mais fármacos, além de várias outras substâncias com as mais diversas funções, mas que não contribuem para o efeito farmacológico. Para ficar clara a diferença, vamos citar um exemplo: Alivium® Suspensão Gotas 100mg/mL: Cada mL (10 gotas*) de suspensão gotas contém: Ibuprofeno..................................................................................100mg Veículo q.s.p. .................................................................................1mL *Cada 1 gota contém 10mg de Ibuprofeno. (goma xantana, glicerol, benzoato de sódio, ácido cítrico, propilenoglicol, aroma artificial de frutas, sorbitol, sacarina sódica, ciclamato de sódio, dióxido de titânio, sucralose e água). Apenas o Ibuprofeno tem ação antipirética e analgésica. Todas as outras substâncias apresentam um papel secundário, sendo responsáveis por características da forma farmacêutica, essas outras substâncias que não são apresentam efeito farmacológico e entram na composição apenas como conservantes, secantes, agregantes, agentes de revestimento, etc., são conhecidas como excipientes. No conjunto, o fármaco e os excipientes formam o “medicamento”. Pois bem, se você já sabe a diferença entre fármaco e medicamento, vamos avançar no nosso aprendizado e conceituarmos outros termos muito utilizados no dia-a-dia da farmácia: “forma farmacêutica” e “via de administração”. Como já falamos, um fármaco precisa ser misturado com várias outras substâncias para chegar ao medicamento. No final da preparação do medicamento, o produto toma uma forma, a chamada “forma farmacêutica”. Forma farmacêutica é, portanto, a forma física que o medicamento adquire. Para facilitar a compreensão, vamos dividir as formas farmacêuticas em sólidas, semissólidas e líquidas. Os medicamentos nas formas farmacêuticas sólidas apresentam-se como um sólido, como no caso dos comprimidos, cápsulas, drágeas, pós, adesivos, supositórios, pastilhas, óvulos, etc. Quando adquire uma forma farmacêutica semissólida, o medicamento apresenta-se num aspecto de gel ou geleia, como no caso dos cremes, pomadas, pastas, géis, geleias, etc. E as formas farmacêuticas líquidas são representadas pelas soluções, suspensões, xampus, enema, colutórios, líquidos para injeção, etc. Agora que já sabemos o que é forma farmacêutica, vamos estudar as VIAS DE ADMINISTRAÇÃO. Todo medicamento precisa ser introduzidono organismo para que libere o fármaco, que será o responsável pelo efeito. Como, ou melhor, pode onde, administrar os medicamentos? A resposta é: pelas diferentes vias de administração. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - É o local de “entrada” do medicamento em um organismo. - Enteral (Oral - Via trato digestivo), Parenteral (Intradérmica, subcutânea, intramuscular e endovenosa), inalatória e Via tópica (Retal, ocular, intranasal e dérmica). Por exemplo, um comprimido deve ser utilizado pela via oral, um xampu deve ser utilizado pela via tópica. VIAS DO PROCESSO DE ABSORÇÃO - Via enteral: é aquela na qual o medicamento inicia o processo de absorção a partir de qualquer uma das porções do trato gastrintestinal (TGI). - Via parenteral: Quando o medicamento não utiliza o TGI como ponto de início da absorção. Benjamin Bell, em 1858, desenvolveu o método de utilização de uma agulha adaptada a uma seringa para injetar medicamentos diretamente no interior de tecidos. A prática recebeu o nome de injeção. *A via oral é a mais segura, econômica e conveniente. As desvantagens são a limitação da absorção, êmese (que significa “vômito”), destruição do fármaco por enzimas digestivas ou pelo pH gástrico (que é acido), irregularidades de absorção e passagem do fármaco pelo fígado. *Nas vias parenterais diretas, geralmente há disponibilidade do fármaco de forma mais rápida, ampla e previsível. As desvantagens é a necessidade de se manter a assepsia no local da administração, a dor provocada e a impossibilidade na automedicação. * Biodisponibilidade: é a velocidade e extensão com que uma substância ativa é liberada a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível na circulação. QUANTO AO LOCAL DE AÇÃO Os medicamentos podem ser de: • Ação local: apresentam ação diretamente sobre o local de aplicação. Ex: pomada, aplicada sobre a pele, como Neomicina + Bacitracina®, Furacin®, Bepantol®, Dermoderme®. • Ação sistêmica: o medicamento precisa entrar na corrente sanguínea para atingir seu local ou sítio de ação. Como por exemplo, as injeções, que quando aplicadas, chegam direto no sangue, exercendo os efeitos desejáveis. Exemplo: Mesigyna® (anticoncepcional injetável). PRINCIPAIS ERROS DE MEDICAÇÃO - Erros de prescrição. - Erros de dispensação. - Erros de administração. QUANTO A FORMA DE LIBERAÇÃO - Liberação imediata: tipo de liberação de formas farmacêuticas que não são modificadas intencionalmente por um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação. - Liberação prolongada: tipo de liberação modificada de formas farmacêuticas que permite pelo menos uma redução na frequência de dose quando comparada com o medicamento apresentado na forma de liberação imediata. É obtida por meio de um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação. - Liberação retardada: tipo de liberação modificada de formas farmacêuticas que apresenta uma liberação retardada do princípio ativo. A liberação retardada é obtida por meio de um desenho de formulação especial e/ou método de fabricação. As preparações gastrorresistentes são consideradas formas de liberação retardada, pois são destinadas a resistir ao fluido gástrico e liberar o princípio ativo no fluido intestinal. DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE MEDICAMENTOS - MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA O medicamento de referência é um medicamento inovador, ou seja, um novo medicamento. A indústria farmacêutica gasta mais de dez anos em pesquisas que consomem milhões de dólares para o desenvolvimento de um único medicamento. Protegido por leis de propriedade industrial e inovação, todo novo produto farmacêutico é patenteado, o que permite à indústria detentora do registro de patente a exploração comercial do medicamento inovador por vinte anos. Após a expiração da patente, outras indústrias farmacêuticas podem copiar a fórmula de um medicamento inovador, que agora passa a se chamar medicamento de referência, pois ele é a referência para a cópia. O medicamento “copiado” pode ser um medicamento similar ou um medicamento genérico. - MEDICAMENTO GENÉRICO: O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. O medicamento genérico apresenta eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, com este, ser intercambiável. *A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico é assegurada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os medicamentos genéricos podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê "Medicamento Genérico". Além disso, contém em sua embalagem a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787/99”. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento. Quais as vantagens dos medicamentos genéricos? Disponibilizar medicamentos de menor preço, uma vez que o medicamento genérico deve ser no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de referência; Reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos); Contribuir para aumento do acesso aos medicamentos de qualidade, seguros e eficazes. - MEDICAMENTO SIMILAR: Medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. *Os medicamentos genéricos e similares podem ser considerados “cópias” do medicamento de referência. Para o registro de ambos os medicamentos, genérico e similar, há obrigatoriedade de apresentação dos estudos de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica. Desde sua criação, o medicamento genérico já tinha como obrigatoriedade a apresentação dos testes de bioequivalência, enquanto a obrigatoriedade de tais testes para medicamentos similares foi a partir de 2003. Desde 2003, com a publicação da Resolução RDC 134/2003 e Resolução RDC 133/2003, os medicamentos similares devem apresentar os testes de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica para obtenção do registro para comprovar que o medicamento similar possui o mesmo comportamento no organismo (in vivo), como possui as mesmas características de qualidade (in vitro) do medicamento de referência. Além disso, os medicamentos similares passam por testes de controle de qualidade que asseguram a manutenção da qualidade dos lotes industriais produzidos. Todos os medicamentos similares passam pelos mesmos testes que o medicamento genérico. Equivalência farmacêutica: Os medicamentos são considerados equivalentes terapêuticos quando apresentam o mesmo fármaco, a mesma dosagem ou concentração e a mesma forma farmacêutica. Quando dois medicamentos são considerados equivalentes, eles também são considerados Intercambiáveis. É a base para a substituição do medicamento de referência pelo medicamento genérico correspondente. A Equivalência terapêutica significa: - Mesma eficácia clínica. - Mesma segurança. - Mesmo potencial de gerar efeitos adversos. UMA BREVE CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS 1) Fármacos que atuam no sistema nervoso central - Antidepressivos: sãofármacos indicados para a depressão e outros transtornos depressivos de humor. Exemplos: agomelatina, amitriptilina e fluoxetina. - Estabilizadores de humor: fármacos indicados para o tratamento do transtorno bipolar de humor. Exemplo: lítio. - Ansiolíticos: indicados para os transtornos de ansiedade, como transtorno de estresse pós- traumático e transtorno de ansiedade generalizada. Exemplos: bromazepam e diazepam. - Hipnótico-sedativos: indicados para induzir o sono. Exemplos: midazolam e zolpidem. - Anticonvulsivantes: indicados para transtornos epileptiformes. Exemplos: carbamazepina e topiramato. - Antiparkinsonianos: indicados para o tratamento de Mal de Parkinson. Exemplos: biperideno e levodopa + carbidopa. 2) Fármacos que atuam no sistema cardiovascular - Antiarrítmicos: indicados para o tratamento de arritmias cardíacas. Exemplos: adenosina, sotalol. - Anti-hipertensivos: indicados para o tratamento da hipertensão arterial. Exemplos: propranolol, hidralazina (vasodilatodor), hidroclorotiazida (diurético), captopril, losartano. 3) Fármacos do aparelho respiratório - Antitussígenos: inibem o reflexo da tosse. Exemplos: notuss (cloridato de difenidramida) - Expectorantes e mucolíticos: promovem a expectoração. Exemplos: ambroxol, carbocisteína. - Fármacos para o resfriado: aliviam os sintomas do resfriado comum. Exemplos: descongestionantes e anti-histamínicos (Bromferinamina, clorfeniramina). *junto com paracetamol - Antiasmáticos: Crises agudas de asma ou para o alívio do broncoespasmo. Exemplos: Salbutamol. 4) Fármacos que atuam no trato gastrintestinal - Anti-secretores: fármacos utilizados no tratamento da gastrite e úlcera péptica - Antiácidos: aliviam os sintomas de azia e queimação. Exemplos: bicarbonato de sódio e hidróxido de alumínio. - Antidiarreicos: indicados para casos de diarreia. Exemplos: loperamida e racecadotrila. - Laxantes e purgantes: indicados para casos de constipação intestinal. Exemplos: metilcelulose e óleo mineral. - Digestivos: auxiliam o processo da digestão no trato gastrintestinal. Exemplos: alcachofra, boldo. - Espasmolíticos ou antiespasmódicos: reduzem a motilidade do trato gastrintestinal, aliviando os espasmos viscerais. Exemplos: atropina, escopolamina. 50 5) Fármacos que interferem no metabolismo e nutrição: - Anorexígenos: auxiliam no tratamento de perda de peso por promover a redução ou perda de apetite ou, ainda, a absorção de gorduras. Exemplos: orlistate, sibutramina. - Antidiabéticos: indicados para casos de diabetes mellitus. Exemplos: insulina glargina, metformina. - Fármacos para hipotireoidismo: indicados para casos de hipotireoidismo. Exemplos: levotiroxina. - Fármacos para hipertireoidismo: indicados para casos de hipertireoidismo. Exemplos: propiltiouracila. - Agentes que afetam a calcificação: usados para distúrbios no metabolismo do cálcio. Exemplos: ácido zoledrônico, calcitonina. 6) Vitaminas: substâncias essenciais ao metabolismo dos seres vivos, necessárias em quantidades muito pequenas. - Vitaminas hidrossolúveis: vitaminas solúveis em água. Exemplos: ácido ascórbico, piridoxina. - Vitaminas lipossolúveis: solúveis em lipídios. Exemplos: betacaroteno, tocoferol. 7) Anticoncepcionais: indicados para evitar gravidez. Exemplos: etinilestradiol, levonorgestrel. 8) Antialérgicos: indicados para casos de alergias. Exemplos: dexclorfeniramina, pimetixeno. 9) Fármacos usados na dor e na inflamação: indicados para condições que apresentam dor ou inflamação. Exemplos: ácido acetilsalicílico, diclofenaco de sódio. 10) Fármacos usados em infecções - Antivirais: indicados para infecção causada por vírus. Exemplos: Oseltamivir. - Antibacterianos: indicados para infecção causada por bactérias. Exemplos: amoxicilina, ciprofloxacino. - Antifúngicos: indicados para infecção causada por fungos. Exemplos: cetoconazol, nistatina. - Antiparasitários: indicados para parasitoses. Exemplos: albendazol, metronidazol. DISPENSAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS A Portaria nº 344 de 12 de maio de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) é a principal legislação nacional sobre o comércio de medicamentos sujeitos a controle especial. Nela, as substâncias estão distribuídas em listas que determinam a forma como devem ser prescritas e dispensadas (Quadro 1). Estas listas (Anexo I da Portaria nº 344) são atualizadas através de Resoluções de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e devem ser acessadas por todos os profissionais que trabalham com substâncias sujeitas a controle especial. Quadro 1 Fonte: Portaria SVS/MS no 344/1998 Denominações das listas de substâncias sujeitas a controle especial. - GUARDA E RESPONSABILIDADE As substâncias sujeitas a controle especial e os medicamentos que as contêm devem ser guardados sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, em local exclusivo para este fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua dispensação deve ser feita exclusivamente por farmacêuticos, sendo proibida a delegação da responsabilidade sobre o controle dos medicamentos a outros funcionários. - ANÁLISE DO RECEITUÁRIO O farmacêutico é responsável por analisar as prescrições e só pode aviar ou dispensar os medicamentos quando todos os itens da receita e da Notificação de Receita estiverem devidamente preenchidos. A Receita de Controle Especial e a Notificação de Receita devem estar preenchidas de forma legível, com a quantidade escrita em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda ou rasura. Também devem estar preenchidos o nome e o endereço completo do paciente e a data de emissão. - ESCRITURAÇÃO Farmácias públicas, de unidades hospitalares ou equivalentes devem fazer a escrituração dos medicamentos controlados através dos Livros de Registro Específico autorizados pela Vigilância Sanitária local. Farmácias e drogarias privadas devem fazer a escrituração dos medicamentos controlados através do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC. A escrituração no SNGPC é exclusiva do farmacêutico responsável técnico pelo estabelecimento, que deve ser cadastrado no sistema com usuário e senha próprios. A senha deve ser sigilosa, não devendo ser delegada a ninguém. Na ausência do responsável técnico, a escrituração pode ser feita pelo farmacêutico substituto, desde que este também seja cadastrado no sistema. Cada estabelecimento deve desenvolver seu próprio sistema, capaz de gerar arquivos no formato especificado pela ANVISA com as informações da movimentação dos estoques, como entradas, saídas, perdas e transferências. Cada arquivo gerado deve ser transmitido para o SNGPC em intervalo que varia entre no mínimo um e no máximo sete dias. O envio de arquivo deve ser feito mesmo que não tenha havido movimentação no período. NOTIFICAÇÃO DAS RECEITAS A Notificação de Receita do tipo A é de cor amarela e usada para a prescrição dos medicamentos presentes nas listas A1, A2 e A3, entorpecentes e psicotrópicos. Ela é fornecida, de forma numerada e controlada, gratuitamente, pela autoridade sanitária estadual ou pelo Distrito Federal, aos profissionais e instituições cadastradas, em talonário de 20 folhas. A Notificação de Receita do tipo B é de cor azul e usada para a prescrição de psicofármacos como benzodiazepínicos, barbitúricos e anorexígenos, e pode ser impressa pelo profissional ou pela Instituição (FTN, 2010). Caso o prescritor decida receitar acima da quantidade determinada pela legislação, ele deve preencher justificativa com o diagnóstico da doença, posologia, data e assinatura e entregar junto com a receita B ao pacientepara que ele possa adquirir o medicamento na farmácia ou drogaria. A Receita de controle especial é de cor branca e deve ser preenchida em 2 vias. A primeira via é de posse da farmácia ou drogaria e a segunda é do paciente. É utilizada para prescrição dos componentes das listas C1 (substâncias de controle especial como anticonvulsivantes, antidepressivos, antipsicóticos) e C5 (anabolizantes). Os antirretrovirais (lista C4) devem ser prescritos, apenas por médicos, em formulário próprio estabelecido pelo programa nacional de DST/AIDS e aviados ou dispensados em farmácias do SUS, na qual uma via da receita fica retida e a outra fica com o paciente. Ao paciente, deverá ser entregue um receituário médico com informações sobre seu tratamento. A Notificação de receita para a prescrição de talidomida (lista C3) é de cor branca e deve ser usada pelos serviços públicos de saúde cadastrados no órgão de Vigilância Sanitária Estadual. As substâncias retinoicas (lista C2) são prescritas em notificação de receita especial, de cor branca, impressa pelo médico ou pela instituição a qual seja filiado. Nos estabelecimentos hospitalares, clínicas médicas, oficiais ou particulares, os medicamentos à base de substâncias constantes das listas A1, A2, A3, B1 B2, C2, C3 poderão ser dispensados ou aviados a pacientes internados ou em regime de semi-internato, mediante receita privativa do estabelecimento, subscrita por profissional em exercício no mesmo. EXEMPLO PRÁTICO E RÁPIDO: ANTIMICROBIANOS Com a publicação da Resolução RDC nº 20/2011, os medicamentos contendo substâncias classificadas como antimicrobianos e sujeitos a prescrição médica passaram a ser dispensados com retenção de receita pela farmácia. Eles possuem algumas regras diferentes das aplicadas aos medicamentos sujeitos a controle especial pela Portaria nº 344/1998. Essas diferenças são discutidas a seguir. Modelo de receita Não existe um modelo específico para o receituário de antimicrobianos. Basta que a receita seja feita em duas vias, contendo o nome completo, idade e sexo do paciente. Caso o prescritor não informe a idade e o sexo do paciente, esses dados podem ser preenchidos pelo farmacêutico responsável pela dispensação. Validade da receita As receitas têm validade em todo o território nacional, mas só podem ser atendidas em até 10 dias a partir da sua emissão. Portanto, a data de emissão corresponde ao primeiro dia de validade da receita. Dispensação Sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação fracionável. Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por não haver no mercado apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, para promover o tratamento completo ao paciente. No ato de dispensação, o farmacêutico deve reter a segunda via da receita e anotar nas duas vias a data, quantidade e número do lote do medicamento dispensado e rubricar. Ao contrário dos medicamentos controlados pela Portaria nº 344/1998, não é necessário anotar os dados do comprador. Também não é obrigatório estabelecer um número de notificação para a receita de antimicrobiano em 2 vias. Psicotrópicos: Medicamentos para tratamento de doenças psiquiátricas (depressão, ansiedade, calmantes, sedativos...) - Diazepam. Entorpecentes: Em farmacologia, designa os psicotrópicos que têm por principal função embotar ou insensibilizar. Trata-se principalmente dos opiláceos, designados também de narcóticos. - Morfina Anorexígenos: são medicamentos com a finalidade de induzir a anorexia - aversão ao alimento, falta de apetite, ou seja, são os famosos remédios para emagrecer. Geralmente são anfetaminas, metanfetaminas e similares. - Sibutramina, Femproporex. Retinóides: O termo retinóide foi criado em 1976 e destina o grupo de substâncias naturais ou sintéticas da vitamina A. A ação dos retinóides em geral é por sua ligação a receptores dentro das células epiteliais. Ao se ligarem a estes receptores, os retinóides estimulam a produção de Fatores de Crescimento Epidérmico (EGF) além da redução da produção de sebo pelas glândulas sebáceas, mecanismo este ainda não muito bem esclarecido. Agem inibindo as metaloproteinases que danificam a estrutura do colágeno, além de estimularem a produção de elastina e reduzir a ação das colagenases. - Ácido retinoico, Isotretinoína (acne). Imunossupressores: são usados para suprimir rejeição em receptores de transplante de órgãos e para tratar uma variedade de doenças inflamatórias e imunopatias. – Glicocorticoides, Ciclofosfamida, Ciclosporina, Prednisona, Prednisolona. MODELOS DE RECEITA E NOTIFICAÇÕES DE RECEITA BULAS Bula é o nome que se dá ao conjunto de informações sobre um medicamento que obrigatoriamente os laboratórios farmacêuticos devem acrescentar à embalagem de seus produtos vendidos no varejo. As informações podem ser direcionadas aos usuários dos medicamentos, aos profissionais de saúde ou a ambos. Em 19 de janeiro de 2010 foi republicada a Resolução RDC nº. 47/2009 que estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Nesta resolução, foram feitas alterações com a finalidade de elaboração de bulas mais objetivas e adequadas para cada público – pacientes e profissionais de saúde; mudanças quanto à forma, em que foi definido o tipo e tamanho da letra, espaçamento entre linhas e letras, cor de impressão e outras características para melhorar a leitura das bulas. As bulas para os pacientes serão separadas das bulas para os profissionais de saúde e conterão apenas informações sobre o medicamento que acompanha. Diferenças das bulas ao paciente e ao profissional - Bula para o Paciente (que é aquela destinada ao paciente, com termos mais acessíveis e diretos). - Bula para o Profissional da Saúde (que é aquela destinada ao profissional, com termos mais técnicos e informações mais complexas). - Tipos de Informação As informações encontradas nas bulas de medicamentos são, geralmente, divididas e organizadas segundo os tópicos: Nome do medicamento; Apresentação, formas ou formulações; Composição - Ingredientes e suas dosagens; Informações ao paciente - Cuidados de armazenamento, prazo de validade; Informações técnicas - Características farmacológicas do medicamento (Mecanismo de ação, tempo de ação, local da absorção, metabolização). Farmacocinética - O metabolismo do medicamento no organismo; Farmacocinética é o estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração. Abrange os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Indicações – Condições em que o medicamento pode ser utilizado; Contraindicações - Indicam condições em que o medicamento não deverá ser utilizado; Precauções - Cuidados a serem tomados durante o uso do medicamento; Gravidez - Informações sobre o uso do medicamento durante a gestação e a lactação; Interações - Dados sobre o uso concomitante com outras substâncias; Interação medicamentosa: é uma resposta farmacológica ou clínica causada pela interação de medicamento-medicamento, medicamento-alimento, medicamento-substância química, medicamento-exame laboratorial e não laboratorial, medicamento-planta medicinal, medicamento-doença cujo resultado final pode ser a alteração dos efeitos desejados ou a ocorrência de eventos adversos. Reações adversas - Efeitos colaterais possíveis ou esperados do medicamento; Reação adversa a medicamentos: qualquer respostaa um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas. Posologia - Informações sobre a dosagem e os intervalos de administração; Superdosagem - Informações sobre o uso excessivo ou em altas doses. Informações adicionais. EMBALAGENS A embalagem, o rótulo e a bula dos medicamentos devem transmitir todas as informações relevantes sobre o produto, contribuindo para o seu uso adequado. Eles devem conter informações obrigatórias sobre o medicamento, estabelecidas por resoluções publicadas pela ANVISA. A indústria responsável pelo medicamento tem obrigação legal de prestar todas as informações necessárias para o uso adequado e os possíveis problemas e cuidados relacionados ao produto. Quais informações devem constar na embalagem? • Nome comercial do medicamento (ausente em genéricos). Em caso de medicamentos fitoterápicos, deve ser apresentado o nome botânico da planta. • Denominação genérica. • Nome, endereço e CNPJ da empresa produtora. • Nome do fabricante e local de fabricação do produto. • Número do lote. • Data da fabricação (mês/ano). • Data de validade (mês/ano). • Número de registro (MS seguido do número, constando 13 números, iniciando com 1). • Composição do medicamento, quantidade e via de administração. • Nome do Farmacêutico Responsável Técnico e número da inscrição no CRF. • Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC. • Lacre de Segurança (toda a embalagem deve estar lacrada). • Tinta Reativa, que quando raspada com metal deve apresentar a palavra. “Qualidade E NOME DO LABORATÓRIO”; ou selo de rastreabilidade. IMPORTANTE: A ausência de alguma dessas informações na embalagem, é sinal de que há algo errado com o medicamento. Caso falte qualquer informação, o produto deve ser encaminhado, em sua embalagem original, ao serviço de vigilância sanitária, a fim de verificar se é falsificado ou não. CAF’s, FARMÁCIA CENTRAL, SATÉLITE, QUIMIOTERAPIA, EMERGÊNCIA E URGÊNCIA. C.A. F (Central de Abastecimento Farmacêutica) As principais funções de uma central de abastecimento farmacêutico (almoxarifado de especialidades farmacêuticas) são: receber, armazenar (estocar), controlar o estoque e distribuir os medicamentos e materiais para as farmácias do hospital. Após o recebimento, todos os produtos farmacêuticos são identificados com códigos de barras, visando garantir a rastreabilidade por lote e validade. Critérios internos de armazenamento são seguidos para preservar a qualidade dos medicamentos e materiais adquiridos. FARMÁCIA CENTRAL Esta farmácia destina-se ao armazenamento e à dispensação de medicamentos e materiais para os pacientes internados nas unidades. Nosso foco principal é oferecer uma terapia medicamentosa eficaz e segura. Para isso, seguimos uma criteriosa seleção dos nossos fornecedores e produtos farmacêuticos além de um rigoroso fluxo interno de organização e dispensação. O código de barras nos oferece uma segurança adicional pela possibilidade de rastreabilidade de todos os medicamentos que o paciente fez uso durante o seu internamento. Em uma unidade de saúde hospitalar, a farmácia central e as farmácias satélites têm funções fundamentais para o funcionamento de vários processos que na maioria das vezes estão interligados. A assistência dada à equipe de enfermagem e médica serve de base para a realização dos trabalhos envolvendo medicação, materiais hospitalares e no caso das farmácias anexadas ao Centro Cirúrgico e Pronto Atendimento, produtos ortopédicos e medicamentos em geral. Essa assistência só é eficaz se a atuação da equipe de farmácia esta em bom nivelamento de conhecimento específico, organização é e empatia, este último não menos importante já que se colocar na situação do colega é ponto principal para a resolução de problemas. O conhecimento especifico é primordial e rege a possibilidade de ter sempre certeza do que será feito, lembrando que há um envolvimento diário com crianças, idosos, recém-nascidos e gestantes que exigem mais atenção. O profissional farmacêutico atua como responsável e deve agir sempre como sentinela em volta dos processos pré- estabelecidos e tem dever de informa-los para a gestão as possíveis falhas e fim de evita-los, provando assim a necessidade do envolvimento do farmacêutico nos processos hospitalares o que já e visto com ênfase na maioria das unidades. FARMÁCIAS SATÉLITES Para atender uma grande demanda que há em um hospital, e não sobrecarregar apenas a Farmácia Central daí foi criado as Farmácias Satélites, que é uma farmácia hospitalar localizada dentro de setores críticos do hospital tais como centro cirúrgico e unidade de terapia intensiva. Os principais objetivos destas farmácias são armazenar adequadamente produtos farmacêuticos para manter sua qualidade e integridade além de fornecer medicamentos e materiais de uma forma que o paciente seja prontamente atendido. Foi um grande salto para aperfeiçoar os atendimentos, sendo assim, a acessibilidade dos Técnicos em Enfermagem, Médicos e Enfermeiros ficou melhor, porque os setores considerados mais críticos, ou seja, que precisa de mais atenção, começaram a ter as farmácias satélites exclusivas para esses setores. - Farmácia Satélite do Centro Cirúrgico A farmácia satélite do centro cirúrgico funciona 24 horas com atendimento exclusivo aos pacientes em procedimentos cirúrgicos. Está localizada no coração do centro cirúrgico proporcionando aos pacientes uma rápida dispensação de medicamentos e materiais e disponibilidade com fácil acesso a tudo que for preciso para a realização do procedimento. - Farmácia Satélite da UTI Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o local onde os pacientes se encontram sob cuidados intensivos de médicos e equipe de enfermagem. Para suprir as necessidades destes pacientes, é fundamental ter uma farmácia satélite na UTI funcionando 24 horas. A farmácia satélite da UTI oferece atendimento exclusivo aos pacientes desta unidade, fornecendo medicamentos e materiais de forma ágil e segura. FARMÁCIA DA QUIMIOTERAPIA O Departamento de Farmácia está inserido no Serviço de Oncologia Clínica e, junto com a equipe multiprofissional, desenvolve atividades que vão desde a análise da prescrição médica até o preparo da quimioterapia que será administrada ao paciente. FARMÁCIA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Farmácia de Pronto Atendimento (PA) Medicamentos: Problemas cardíacos, Asma, bronquite, insuficiência respiratória, infecções do trato respiratório, hipertensão, convulsões, dor intensa. Carvão ativado: Indicado para absorção de líquidos e gases. POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS A Política Nacional de Medicamentos regulamentada pela Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998, primeiro documento norteador para a Assistência Farmacêutica e política de medicamentos publicados pós-criação do Sistema Único de Saúde (SUS), estabeleceu entre suas diretrizes e prioridades a adoção e a revisão permanente da RENAME, considerando-a como ferramenta imprescindível para a promoção do uso racional de medicamentos. - RENAME A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) é uma lista de medicamentos que deve atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira. Deve ser um instrumento mestre para as ações de assistência farmacêutica no SUS. Relação de medicamentos essenciais é uma das estratégias da política de medicamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover o acesso e uso seguro e racional de medicamentos. Foi adotada há mais de 25 anos, em 1978, pela OMS e continua sendo norteadora de toda a política de medicamentos da Organização e de seus países membros. RENAME desempenha ainda o importante papel de orientara política pública de desenvolvimento científico e tecnológico, a fim de dotar o País de capacidade de desenvolver e produzir os medicamentos para atender às necessidades do SUS. Esta Relação é constantemente revisada e atualizada pela Comissão Técnica e Multidisciplinar de Atualização da RENAME, instituída pela Portaria GM no. 1.254/2005, e composta por órgãos do governo, incluindo instâncias gestoras do SUS, universidades, entidades de representação de profissionais da saúde. A divulgação da RENAME e a internalização do seu uso no cotidiano das ações de saúde impõe-se como ferramenta importante para garantir o acesso aos medicamentos, para buscar que se obtenham os resultados esperados com a farmacoterapia instituída e para promover o uso racional dos medicamentos. - REMUNE Nos municípios brasileiros a garantia do acesso aos medicamentos da atenção básica se inicia na seleção de medicamentos que compõem a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME). Esta lista deve ser elaborada com base na RENAME e no Elenco de Referência Nacional, considerando a prevalência e a incidência de doenças e a organização dos serviços de saúde. - FARMÁCIA POPULAR O Programa Farmácia Popular do Brasil vem a ser uma iniciativa do Governo Federal que cumpre uma das principais diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Foi implantado por meio da Lei nº 10.858, de 13 de abril de 2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos mediante ressarcimento, e pelo Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, que regulamenta a Lei 10.858 e institui o Programa Farmácia Popular do Brasil. As unidades próprias contam com um elenco de 112 itens, entre medicamentos e o preservativo masculino, os quais são dispensados pelo seu valor de custo, representando uma redução de até 90% do valor de mercado. A condição para a aquisição dos medicamentos disponíveis nas unidades, neste caso, é a apresentação de documento com foto, no qual conste seu CPF, juntamente com uma receita médica ou odontológica. Importante ressaltar que somente a Rede Própria aceita receitas prescritas por dentistas. Em 09 de março de 2006, por meio da Portaria n° 491, o Ministério da Saúde expandiu o Programa Farmácia Popular do Brasil, aproveitando a rede instalada do comércio varejista de produtos farmacêuticos, bem como a cadeia do medicamento. Esta expansão foi denominada “Aqui Tem Farmácia Popular” e funciona mediante o credenciamento da rede privada de farmácias e drogarias comerciais, com o intuito de levar o benefício da aquisição de medicamentos essenciais a baixo custo a mais lugares e mais pessoas, aproveitando a dinâmica da cadeia farmacêutica (produção x distribuição x varejo), por meio da parceria entre o Governo Federal e o setor privado varejista farmacêutico. A Portaria 491/2006 também apresentava os valores de referência a serem aplicados para as unidades farmacotécnicas de cinco princípios ativos indicados para o tratamento da hipertensão e quatro para o tratamento do diabetes, definidos com base na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME. Adotando o sistema de co- pagamento, o usuário paga até 10% do valor de referência estabelecido pelo Ministério da Saúde para cada um dos princípios ativos dos medicamentos que fazem parte do elenco do Programa, além da possível diferença entre este valor e o valor de venda praticado pelo estabelecimento. Em junho de 2007, o elenco de medicamentos do “Aqui Tem Farmácia Popular” foi ampliado, sendo incluídos os contraceptivos. Em fevereiro de 2010, um conjunto de medidas de combate à Gripe A (H1N1) foi adotado pelo Ministério da Saúde, entre eles, a inclusão do Fosfato de Oseltamivir no elenco do Programa. Em abril do mesmo ano, houve a inclusão da Insulina Regular, ampliando o elenco de medicamentos indicados para o diabetes, bem como o atendimento da dislipidemia, com a incorporação da Sinvastatina. Em outubro de 2010, o Programa ampliou o elenco de medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão e passou a atender novas doenças, tendo sido incluídos medicamentos para o tratamento da osteoporose, rinite, asma, Parkinson e glaucoma. A incontinência urinária para idosos passou a ser atendida com a inclusão das fraldas geriátricas. A partir de 2011, o Programa passou a disponibilizar os medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão e do diabetes sem custos para os usuários. Esta campanha foi denominada “Saúde Não Tem Preço” (SNTP). A Portaria 184/2011, assinada em 03 de fevereiro de 2011, determinou que, a partir do dia 14 de fevereiro, todas as farmácias da Rede Própria, bem como as farmácias e drogarias credenciadas do “Aqui Tem Farmácia Popular” ficassem obrigadas a praticar os preços de dispensação e os valores de referência até o dia 14 de fevereiro de 2011, garantindo, assim, a gratuidade para estes medicamentos. A partir de 04 de junho, o Ministério da Saúde também passou a disponibilizar para a população, por meio do SNTP, três medicamentos para o tratamento da asma, disponíveis em oito apresentações de forma totalmente gratuita. Os medicamentos disponíveis para asma são: Brometo de Ipratrópio, Diproprionato de Beclometasona e Sulfato de Salbutamol. Nas unidades da Rede Própria, está disponível somente o medicamento Sulfato de Salbutamol em três apresentações. Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o Programa oferece mais 11 itens, entre medicamentos e a fralda geriátrica, com preços até 90% mais baratos utilizados no tratamento de dislipidemia, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de contraceptivos e fraldas geriátricas para incontinência urinária. O “Aqui Tem Farmácia Popular” visa a atingir aquela parcela da população que não busca assistência no SUS, mas tem dificuldade para manter tratamento medicamentoso devido ao alto preço dos medicamentos. Neste sentido, uma das ações do Plano Brasil Sem Miséria, criado em 2011, com o objetivo de elevar a renda e as condições de bem-estar da população, rompendo barreiras sociais, políticas, econômicas e culturais, consiste na distribuição de medicamentos para hipertensos e diabéticos por meio do Programa Farmácia Popular do Brasil. *Para obter gratuitamente os medicamentos abaixo, de acordo com a Portaria SMS.G 1.535 de 27/09/06 será necessário que o(a) médico(a) prescreva o(s) medicamento(s) com os nomes genéricos e dosagens abaixo descritos, pois pela portaria, as Unidades Básicas de Saúde não aceitam receitas com nomes comerciais dos medicamentos. Também é fundamental a apresentação do cartão SUS. Para esses tipos de medicamentos, são contempladas receitas de convênios privados, ou seja, que não seja do SUS. FUNCIONAMENTO DE FARMÁCIAS LEIS, PORTARIAS, RDC’S, DECRETOS E NORMATIVAS Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014 - Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Lei nº 10.669, de 14 de maio de 2003 - Altera a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneante e outros produtos. Portaria nº 1.017 de 23 de dezembro de 2002- Estabelece que as Farmácias Hospitalares e/ou dispensários de medicamentos existentes nos Hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde deverão funcionar, obrigatoriamente, sob a Responsabilidade Técnica de Profissional Farmacêutico devidamente inscrito no respectivo Conselho Regional de Farmácia. Portaria nº 786/GM, de 19 de abril de 2002 - Altera o ANEXO da Portaria Nº 343, de 21 de março de 2001, que define o elenco de medicamentos que compõe o Incentivo à Assistência Farmacêutica, vinculado ao Programa Saúde da Família. Portarianº 371/GM, de 04 de março de 2002 - Institui o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, parte integrante do Plano Nacional de Reorganização da Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 - Política Nacional de Medicamentos. Resolução RDC n.º 33, de 25 de fevereiro de 2003 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Resolução - RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003 - Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos. Resolução RDC nº 140 de 29 de maio de 2003 - Bulas de medicamentos. Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004 - Regulamenta a Lei no 10.858, de 13 de abril de 2004, e institui o programa "Farmácia Popular do Brasil", e dá outras providências. Decreto n° 4.204, de 23 de abril de 2002 - Dá nova redação ao art. 1o do Decreto no 3.675, de 28 de novembro de 2000, que dispõe sobre medidas especiais relacionadas com o registro de medicamentos genéricos, de que trata o art. 4o da Lei no 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Instrução normativa - in nº 9, de 17 de agosto de 2009 - Dispõe sobre a relação de produtos permitidos para dispensação e comercialização em farmácias e drogarias. Instrução normativa - in nº 10, de 17 de agosto de 2009 - Aprova a relação dos medicamentos isentos de prescrição que poderão permanecer ao alcance dos usuários para obtenção por meio de autosserviço em farmácias e drogarias. Instrução Normativa nº 7, de 19 de novembro de 2011 - Dispõe sobre cronograma e procedimentos para credenciamento de farmácias e drogarias privadas referentes à escrituração dos medicamentos e substâncias contendo antimicrobianos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).
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