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Controle Hormonal

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Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
 
 
 
 
1-Definir hormônios e suas formas de atuação (parácrina, autócrino, endócrino) 
2- Caracterizar o transporte, atuação na célula, síntese, degradação, armazenamento em relação a solubilidade e estrutura química dos hormônios 
3- Explicar o ciclo circadiano (sono, insônia, melatonina, percepção). 
4- Explicar os mecanismos de feedback positivo e negativo. 
5- Caracterizar os receptores e mecanismos intracelulares dos hormônios 
6- Descrever a produção dos hormônios no hipotálamo e na hipófise (o que é produzido em cada um, relacionar os hormônios e ações) 
7- Descrever o GH e IGF-1 (estrutura, mecanismos que estimulam e inibem e efeitos fisiológicos) 
 
Hôrmonios autócrinos, parácrinos e endócrinos 
Endócrino Hormônio age em uma célula-alvo distante, na qual é 
transportado pelo sangue. 
Parácrino Hormônio difunde-se no interstício agindo em células 
vizinhas da célula secretora. 
Autócrino Hormônio secretado que agirá na própria célula 
secretora. 
 
Criptócrino a secreção e ação do 
hormônio ocorrem em um sistema 
fechado - diferentes células, intimamente relacionadas.Ex: há 
as interações da célula de Sertoli e as espermátides, em que a 
membrana basal do túbulo seminífero impede que os 
hormônios se difundam para o interstício testicular. 
 
 Justácrino o hormônio sintetizado passa a integrar a membrana plasmática (com parte da 
proteína localizada no meio extracelular) e, embora possa ser clivado formando um peptídio 
solúvel que se distancia da célula secretora, em geral permanece aderido à membrana 
plasmática da célula secretora, mantendo sua capacidade de ação restrita às células vizinhas, 
cujo alcance depende do tamanho de sua haste de sustentação. Agem desta maneira fatores 
de crescimento como EGF, TGFα, TNFα, entre outros 
 
Intrácrino a síntese do hormônio e a ligação ao seu receptor intracelular específico ocorrem 
dentro da mesma célula ( não sai da célula) . Ex: receptor Ah. Entretanto, uma variante deste 
tipo de sistema inclui a geração de metabólitos ativos dentro da célula-alvo, como a síntese 
do T3 (a partir do precursor T4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese, Transporte, Degradação e Armazenamento 
Hormônios Hidrossolúveis 
Grupo de hormônios proteicos, cuja composição varia desde um único aminoácido 
modificado até grande proteínas constituídas por várias subunidades, glicosilados (radical 
açúcar ligado em um aminoácido) ou fosforilados (PO4 ligado ao aminoácido). 
A síntese desses hormônios depende da disponibilidade intracelular do aminoácido e do 
conteúdo e atividade das enzimas chave no processo de metabolização (ou modificação) da 
molécula do aminoácido. 
Os demais hormônios (desde peptídios até proteínas) são codificados por genes específicos; 
portanto, sua síntese segue os princípios básicos da síntese de proteínas. . Após a etapa da 
tradução, ocorrem processos de metabolização pós-traducional. Primeiro, as proteínas 
perdem o peptídio sinal (primeira sequência de aminoácidos que indica o início do processo 
de tradução); depois, peptidases específicas clivam essa proteína, até chegar à forma 
biologicamente ativa do hormônio. Adicionalmente, pode ocorrer glicosilação ou 
fosforilação da molécula proteica, processos fundamentais para a atividade biológica de 
alguns hormônios. 
 
Secreção dos hormônios hidrossolúveis ocorre por meio das vesículas de membranas do RE 
ou Golgi. Esses mecanismos secretórios, em geral envolvendo aumento da concentração 
intracelular de cálcio livre, ativam a contração de estruturas do citoesqueleto celular, 
Isabelle G. Faustinelli 
Medicina Unaerp XLVII 
Problema 1 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
promovendo a mobilização das vesículas para a superfície celular. Contato da membrana da 
vesícula com a membrana plasmática, ambas de caráter lipofílico, fundem-se e libera-se o 
conteúdo. (exocitose) 
Processamento pós-transducional Ao mesmo tempo em que a molécula proteica é 
sintetizada junto à “doca”, ela já está sendo transferida para o interior do RE, sendo o 
peptídeo líder clivado da molécula precursora, antes mesmo que a tradução de toda a 
molécula de RNAm termine. A remoção do peptídeo líder altamente hidrofóbico faz com que 
o pré-pró-hormônio passe a pró-hormônio e possa assumir sua estrutura secundária 
característica durante a passagem através do RE e complexo de Golgi. 
OBS – A transformação do pró-hormônio em seu produto final, a molécula hormonal 
biologicamente ativa, ocorre inicialmente no RE, sendo o “acabamento final” no complexo de 
Golgi. 
– O pró-hormônio é inativo ou menos ativo e requerem ação de endopeptidases para remover 
sequencias vizinhas inativas. 
Além das clivagens, o pró-hormônio pode sofrer modificações químicascomo adições de 
açúcares entre outros que, na maioria das vezes, modifica o poder biológico do peptídeo final 
ou ainda sua meia-vida. 
EX: gene da próopiomelanocortina (POMC), que se expressa em vários territórios, 
principalmente no SNC, na hipófise, de modo que o seu processamento póstraducional 
provoca a liberação de diferentes hormônios, com ações distintas . Especificidades de cada 
célula secretora, tais como a presença de determinadas proteases, possibilitam que esse gene 
seja responsável pela síntese de diferentes hormônios, de acordo com o tipo celular ou a 
espécie animal. 
 
Os hormônios hidrossolúveis solubilizamse facilmente tanto no interstício como no sangue, 
tornando possível a livre circulação (como moléculas isoladas, solúveis no meio aquoso). O 
hormônio do crescimento e os IGF, que costumam circular ligados a uma proteína 
carregadora. 
Alguns territórios do organismo são ricos em enzimas proteolíticas, como o fígado e o rim, 
sendo locais de degradação de hormônios proteicos.. Além disso, na célulaalvo da ação 
hormonal ocorre um contínuo processo de internalização do complexo hormônio receptor; 
e, por ação de lisossomos, ocorre a metabolização/degradação dos hormônios. Alguns 
desses hormônios têm meiavida (definida como tempo necessário para degradar 50% da 
quantidade secretada em um 
dado momento) 
extremamente curta, como a 
da insulina, que é de 5 a 8 
minutos. 
Característico dos 
hormônios hidrossolúveis 
apresentarem receptor 
localizado na membrana 
plasmática da célulaalvo, 
com o local de 
reconhecimento (ou ligação) ao hormônio exposto ao meio extracelular. 
Catecolaminas 
As catecolaminas são sintetizadas pela medula suprarrenal e pelos neurônios e incluem a 
norepinefrina, epinefrina e dopamina . O produto hormonal primário da medula suprarrenal 
é a epinefrina e, em uma menor extensão, a norepinefrina. As catecolaminas obtêm sua 
especificidade por modificações enzimáticas do aminoácido tirosina e são estocadas em 
vesículas secretórias que fazem parte da via secretória regulada. 
São co-empacotadas com ATP, Ca++ e proteínas denominadas cromograninas. As 
cromograninas desempenham um papel na biogênese de vesículas secretórias e na 
organização de componentes dentro das vesículas. 
As catecolaminas são solúveis no sangue e circulam ou livres ou ligadas de forma fraca à 
albumina. Não atravessarem as membranas celulares, portanto produzem suas ações por 
meio de receptores de membrana. Meias-vidas curtas (1 a 2 minutos) e são primariamente 
removidas do sangue pela captura celular e por modificação enzimática. 
Hormônios Lipossolúveis 
A grande maioria desses hormônios deriva do colesterol, 
sendo por isso chamados de hormônios esteroides. Além 
disso, podem derivar de análogos do colesterol, os 
calciferóis, originando as diferentes formas de vitamina D 
(secoesteroide). também podem derivar de ácidos graxos, 
como as prostaglandinas e alguns feromônios. 
Hormônios Eteroides Ao contrário dos hormônios 
polipeptídicos, a biossíntese dos hormônios esteroides é 
restrita a alguns poucos tecidos (córtex da suprarrenal e 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
gônadas – testículos e ovários 
e placenta) que expressam 
diferentes formas do complexo 
enzimático P-450, responsávelpelo processamento da 
molécula de colesterol. 
Os hormônios esteroides são 
sintetizados por uma série de 
modificações enzimáticas do 
colesterol e possui um anel 
ciclopentanoper-
hidrofenantreno (ou um 
derivado relacionado) como 
seu núcleo . As modificações 
enzimáticas do colesterol são 
de três tipos em geral: 
hidroxilação, 
desidrogenação/redução e 
reações liase. ( produzem um 
derivado único para ser 
reconhecido por um receptor 
específico). 
 
Os receptores de hormônios 
esteroides clássicos são 
localizados no ambiente 
intracelular e atuam regulando a expressão gênica. 
Os hormônios esteroides são divididos em: progestinas, mineralocorticoides, 
glicocorticoides, androgênios e estrogênios. 
 
Tipos celulares esteroidogênicos – células que podem converter o colesterol em 
pregnenolona ( reação comum das vias). Tem capacidade de sintetizar colesterol, mas a maior 
parte é obtida de LDLs. 
 Esteroidogênese é regulada no nível do consumo, estocagem e mobilização do colesterol e 
no nível da expressão gênica e atividade da enzima esteroidogênica (residem no interior das 
membranas mitocontriais ou do REL). 
- Não são regulados no nível da secreção do hormônio pré-formado. 
- modificações adicionais (além daquelas envolvidas na desativação e na excreção) após sua 
liberação da célula esteroidogênica original. uma célula secreta o precursor e uma segunda 
célula converte o precursor em estrogênio ativo. 
- conversão periférica pode produzir (1) uma classe de hormônio mais ativa, mas similar (p. 
ex., conversão de 25-hidroxivitamina D em 1,25-di-hidroxivitamina D); (2) um hormônio 
menos ativo que pode ser reversivamente ativado por outro tecido (p. ex., conversão de 
cortisol em cortisona no rim, seguida pela conversão da cortisona em cortisol no tecido 
adiposo abdominal); ou (3) uma classe diferente de hormônio (p. ex., conversão de 
testosterona em estrogênio). 
Circulam ligados a proteínas de transporte, incluindo a albumina, mas também as proteínas 
específicas de transporte globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) e globulina de 
ligação a corticoesteroides (CBG). 
A excreção de hormônios pelo corpo tipicamente envolve modificações de inativação seguidas 
pela conjugação com glucuronida ou sulfato no fígado. Excretados pelos rins e absorvidos 
pelo TGI. 
Iodotironinas 
Os hormônios tireoideos são iodotironinas que são produzidas pela associação de resíduos de 
tirosina iodados ligados por uma ligação éter. Atravessam as membranas celulares tanto por 
difusão quanto por sistemas de transporte. Eles são estocados no ambiente extracelular da 
tireoide como parte integral da molécula glicoproteica tireoglobulina. 
Os hormônios tireoideos são pouco solúveis no sangue e fl uidos aquosos e são transportados 
no sangue ligados (> 99%) a proteínas séricas de ligação (globulina de ligação a hormônio 
tireoideo -TBG). 
Ciclo Circadiano 
O núcleo supraquiasmático (SCN) impõe um rítimo circadiano ( 24-25h / claro escuro) sobre 
a secreção de hormônios hipotalâmicos de liberação e dos eixos endócrinos que eles 
controlam. O sincronizador ambiental ( oscilador endógeno) mais poderoso para a maioria dos 
seres vivos é a alternância entre o claro e o escuro, o dia e a noite. 
A primeira etapa da síntese de todos os esteroides é a 
clivagem de parte da cadeia lateral da molécula de 
colesterol, dando origem à delta-5-pregnenolona. Esta 
reação, que é limitante de toda biossíntese dos 
hormônios esteroides, é catalisada por uma forma de 
citocromo P-450 existente no interior mitocondrial. 
Em seguida, a pregnenolona é lançada para o RE, onde 
é processada de acordo com o tipo celular e o hormônio 
que está sintetizado: 
 nas células adrenais responsáveis pela síntese dos 
glicocorticoides, a pregnenolona é 
hidroxilada nas posições 17 e 21 e desidrogenada na 
posição 3-beta, antes de retornar à mitocôndria para a 
etapa final de 11-beta-hidroxilação que gera o cortisol; 
 na zona glomerulosa do córtex adrenal, após a 11-
beta-hidroxilação que origina corticosterona, ocorre 
uma nova hidroxilação para a formação da 
aldosterona; 
 na gônada masculina, durante a biossíntese dos 
andrógenos, a pregnenolona é clivada em delta-4-
androstenediona para sofrer uma redução na posição 
17 e dar origem à testosterona; 
 nos ovários, a testosterona, que é um intermediário 
obrigatório da síntese dos estrógenos, é desmetilada 
na posição 19, dando origem à molécula do estradiol. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
A contribuição neural é gerada de células retinais especializadas sensíveis à luz que são 
distintas dos bastonetes e cones e por sinais para o SCN através do trato retino-hipotalâmico 
para as regiões hipotalâmicas periquiasmáticas, principalmente o núcleo supraquiasmático, 
que, por sua vez, conectasse com o núcleo paraventricular hipotalâmico, controlando, ao 
longo das 24 h, a atividade da via neural responsável pela síntese de melatonina. 
A glândula pineal forma uma ligação neuroendócrina entre o SCN e vários processos 
fisiológicos que requerem o controle circadiano. Essa glândula sintetiza o hormônio 
melatonina pelo neurotransmissor serotonina (o qual tem 
o triptofano como precursor). 
A enzima limitante para a síntese 
de melatonina é a N-
acetiltransferase. A quantidade e 
atividade desta enzima na glândula 
pineal variam de maneira cíclica, e 
responde pelo ciclo de secreção da 
melatonina e seus níveis 
plasmáticos. 
A síntese de melatonina é inibida 
pela luz e estimulada pelo escuro. 
Diante disso, a melatonina pode 
transmitir a informação de que a 
noite chegou, e as funções 
corporais são reguladas de acordo. 
Outro importante modulador dos 
neurônios hipotalâmicos e da glândula 
hipófise é o estresse (ou como estresse 
metabólico – hemorragia, inflamação – ou 
como estresse emocional – medo, 
ansiedade). Assim, grandes estresses 
descontrolam o relógio circadiano e 
causam um padrão persistente e 
exagerado de liberação hormonal que 
mobiliza os combustíveis endógenos 
(glicose e ácidos graxos) disponibilizando-
os para órgãos fundamentais; Por outro 
lado, os processos de crescimento e de 
reprodução são suprimidos. 
Alças regulatórias da transcrição e tradução 
gênicas dos chamados genes do relógio (clock 
genes) têm sido postuladas como modelo para 
a geração dos ritmos 
circadianos. 
Assim, a ritmicidade circadiana, em nível 
celular, parece depender de ciclos 
bioquímicos que envolvem processos de 
transcrição, tradução, interação proteica, 
processos de fosforilação, degradação 
proteica, translocação para o núcleo e 
interação com o material genômico, fechando alças de 
regulação positiva ou negativa da expressão gênica. Esses 
processos estão organizados temporalmente de tal modo 
que são capazes de gerar ciclos de aproximadamente 24 h. 
Muitos são os denominados genes do relógio, dentre os 
quais se destacam os genes clock, bmal1, período per1, per2, 
per3), criptocromo (cry1, cry2), tim. Como produto da 
transcrição de cada um desses genes e da tradução dos 
respectivos RNA mensageiros, geramse 
as proteínas correspondentes CLOCK, BMAL1, PER1, PER2, 
PER3, CRY1, CRY2 e TIM. 
 
Cada um dos hormônios circulantes apresenta seu pico de 
máxima produção e secreção em momentos diferentes do 
dia, de acordo com as necessidades típicas da espécie. Assim, 
para a espécie humana, tipicamente de atividade diurna, os 
corticosteroides suprarrenais, que no conjunto de suas funções 
preparam o organismo para a vigília e a interação ativa com o meio 
ambiente, têm seu pico máximo de produção e secreção no fim da 
noite de sono, precedendo o despertar. Da mesma maneira, a 
insulina é produzida e liberada em maior quantidade, além de agir 
mais intensamente, de manhã e no começo da tarde, quando as 
necessidades energéticas na espécie humana são maiores. 
Outra secreção hormonal que apresenta uma distribuição 
circadiana bem evidente é a do hormônio de crescimento. Seu pico 
de máxima para os seres humanos se dá no primeiro terço da noitede sono, coincidentemente com a maior incidência de sono 
sincronizado de ondas lentas (fases 3 e 4), momento este em que 
o metabolismo proteico cerebral é máximo. Vale ressaltar que, da 
mesma maneira que para os corticosteroides suprarrenais, as 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
relações entre os ciclos circadianos de vigíliasono e a concentração plasmática de hormônio 
de crescimento são principalmente temporais e não causais. 
Também, para várias outras secreções hormonais, está demonstrada a existência de 
ritmicidade circadiana: tireotropina, prolactina, aldosterona, renina e testosterona. 
Quanto aos hormônios foliculestimulante (FSH) e luteinizante (LH), notase, igualmente, uma 
tendência circadiana na sua concentração plasmática. No entanto, para o LH e o hormônio 
liberador de LH (LHRH), são muito mais evidentes e fisiologicamente importantes as suas 
produções e secreções infradianas (obedecendo aos ciclos estrais) e pulsátil (obedecendo a 
um ritmo ultradiano que, no ser humano, tem um período entre 1 e 2 h). 
Pico espontâneo de atividade elétrica no mesmo momento a cada 24/25h 
 
Mecanismos de Feedback 
ANOTAÇÔES JALEKO 
Glândulas clássicas: Glândula Pineal, Hipotálamo, Hipófise, Paratireoide e Tireoide, 
Glândula Suprarrenal (Córtex e Medula), Ginadas, Placenta, Rins... 
Eixo Hipotálamo-Hipófise – glândula periférica 
Eixo da Glândula Tireoide: 
Hipotálamo produz o TRH  Estimula a a hipófise a liberar TSH TSH estimula a tireoide a 
produzir T3 e T4  T3 inibe a produção hipotalâmica de THR e hipofisiária de TSH = 
Retroalimentação negativa 
Além disso, a produção hormonal no hipotálamo é frequentemente modulada por sinais 
oriundos do SNC. É assim que o funcionamento do eixo hipotálamohipófisesuprarrenal é 
regulado ao longo do dia, relacionando-se com o ciclo de sono e vigília determinado no SNC. 
Por outro lado, mecanismos de retroalimentação podem implicar apenas a secreção de um 
hormônio e um substrato metabólico diretamente envolvido na sua ação. Por exemplo: o 
maior estímulo para secreção de insulina pelas células B pancreáticas é a elevação da 
concentração plasmática de glicose. Uma vez que a concentração de insulina se eleve em 
consequência da elevação de glicose, um de seus efeitos é estimular a captação de glicose por 
várias células, diminuindo a concentração de glicose, e, consequentemente, voltando a 
diminuir a concentração de insulina. Assim se estabelece o que chamamos de homeostase (ou 
estado de equilíbrio) da glicemia (concentração de glicose no sangue). 
Feedback Negativo 
Mesmo em concentrações fisiológicas, os hormônios que são regulados por mecanismo de 
feedback negativo já exercem um certo tônus inibitório sobre os mecanismos envolvidos na 
sua síntese e secreção, o que determina a sua concentração basal na circulação. Uma vez que 
a concentração do hormônio aumente, esse tônus inibitório aumenta, provocando redução 
de sua síntese e secreção, ocorrendo o contrário quando a concentração do hormônio 
diminui, situação em que ocorre menor inibição desses mecanismos, com consequente 
aumento da sua síntese e secreção. 
Feedback Positivo 
Produção do hormônio  Age na célula alvo 
 estimulação positiva  maior produção/ 
estimulo desse hormônio. 
Ex: Ocitocina , quanto maior o estímulo da 
mama, maior será a sua produção. E uma vez 
que o estímulo cesse, sua produção também 
diminuirá e cessará. 
Outro exemplo é a produção de LH que 
diminuirá apenas após a ovulação. 
 
 
 
VIAS DE SINALIZAÇÃO 
1) Passos múltiplos e hierárquicos nos quais as proteínas efetoras “abaixo” são dependentes 
e direcionadas por receptores “acima”, transdutores e proteínas efetoras. 
Isto significa que a perda ou inativação de um ou mais componentes dentro da via leva a uma 
resistência geral ao hormônio, enquanto a ativação constitutiva ou a superexpressão dos 
componentes podem guiar a via de uma forma desregulada. 
2) Amplificação da ligação hormônio-receptor inicial. 
 A amplificação pode ser tão grande que a resposta máxima a um hormônio é obtida com a 
ligação do hormônio a uma pequena porcentagem de receptores. 
3) A ativação de múltiplas vias, ou pelo menos regulação de múltiplas funções celulares, de 
um evento de ligação hormônio-receptor. 
4) Antagonismo por reações constitutivas e de regulação da retroalimentação negativa. Ou 
seja, um sinal é amortecido ou terminado (ou ambos) por reações opostas. 
A perda ou ganho de funções por componentes opostos podem causar ativação independente 
do hormônio de uma via especifica, ou resistência ao hormônio. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Receptores e Mecanismos Intracelulares 
Mecanismo básico da ação hormonal 
Ligação hormônio + receptor  Mudança conformacional no receptor  Sinal  Ativação de 
segundos mensageiros intracelulares (Transformação)  Mensageiros ligam-se a proteínas 
efetoras regulando- as (Via de Sinalização)  Resposta Celular. 
 
Receptores hormonais e sua ativação 
 Cada receptor, em geral, é muito especifico para um só hormônio, determinando o tipo de 
hormônio que atuará sobre um tecido em particular. Deste modo, os tecidos-alvo que são 
afetados por um hormônio são os que contêm seus receptores específicos. 
Localização 
 Membrana celular/ Superfície específicos, principalmente, para os hormônios proteicos, 
peptídicos e catecolamínicos. 
 Citoplasma específicos, principalmente, para hormônios esteroides. 
 Núcleo receptores para hormônios da tireoide e se acredita estarem localizados em 
associação direta com um ou mais dos cromossomos. 
 
Número e sensibilidade dos receptores hormonais As próprias proteínas do receptor 
costumam ser inativadas ou destruídas durante o curso de sua função e, outras vezes, são 
reativadas ou são fabricadas novas proteínas pelo mecanismo sintético de proteínas da célula. 
 
 Down – Regulation diminuiu o número de receptores ou sua afinidade pelo hormônio; 
Pode ocorrer em decorrência de: inativação de algumas das moléculas de receptores; 
inativação de parte das moléculas de sinalização das proteínas intracelulares; sequestro 
temporário do receptor para o interior da célula; destruição dos receptores por lisossomos 
depois de serem interiorizados; ou diminuição da produção dos receptores. 
 
 Up – Regulation aumentou o número de receptores ou a afinidade pelo hormônio; 
A estimulação do hormônio induz a formação de receptores ou moléculas de sinalização 
intracelular, maior que a normal, pela maquinaria de fabricação de proteínas da célula-alvo 
ou maior disponibilidade do receptor para interação com o hormônio. (o tecido-alvo, 
portanto, se torna cada vez mais sensível aos efeitos de estimulação do hormônio). 
 
 Sinalização intracelular após ativação do receptor hormonal 
 
Receptores ligados a canais iônicos 
Virtualmente, todas as substâncias 
neurotransmissoras combinam-se com 
receptores na membrana pós-sináptica. Isso 
quase sempre causa alteração da estrutura do 
receptor, geralmente abrindo ou fechando o 
canal para um ou mais íons (Na+, K+, Ca++, 
etc). Esses receptores convertem um sinal 
químico em elétrico. A alteração do movimento desses íons pelos canais causa efeitos 
subsequentes nas células pós-sinápticas. 
OBS – Embora alguns hormônios possam exercer 
algumas de suas ações através de ativação de 
receptores de canais iônicos, a maioria dos 
hormônios que abre ou fecha canais iônicos o 
faz, indiretamente, por acoplamento com 
receptores ligados às proteínas G ou ligados a 
enzimas. 
 
Receptores ligados à Proteína G 
Muitos hormônios ativam receptores que regulam, indiretamente, a atividade de 
proteínasalvo (ex: enzimas ou canais iônicos) por acoplamento com grupos de proteínas da 
membrana celular, chamadas Proteínas G. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Todos os receptores acoplados às proteínas G possuem sete segmentos 
transmembrana que formam alça para o interior da célula e para o exterior da 
membrana celular. 
As partes do receptor que fazem protrusão para o citoplasma celular (especialmentea cauda citoplasmática do receptor) são acopladas às proteínas G que incluem 3 
partes: assubunidades α, β e γ. 
Em seu estado inativo, as subunidades α, β e γ das proteínas G formam complexo 
quese liga ao difosfato de guanosina (GDP) na subunidade α. 
Quando o hormônio se liga à parte extracelular do receptor, ocorre alteração da 
conformação no receptor que faz com que a proteína G trimérica, ligada ao GDP, se 
associe à parte citoplasmática do receptor e troque GDP por trifosfato de guanosina 
(GTP). O deslocamento do GDP por GTP faz com que a subunidade α se dissocie do 
complexo trimérico e se associe a outras proteínas de sinalização intracelular. Essas 
proteínas, por sua vez, alteram a atividade dos canais iônicos ou de enzimas 
intracelulares (como a adenilil ciclase ou a fosfolipase C), o que altera a função da 
célula. 
O evento de sinalização é rapidamente terminado, quando o hormônio é removido 
e a subunidade α se inativa por conversão de seu GTP em GDP novamente. Por 
conseguinte, a subunidade α, mais uma vez, se combina com as subunidades β e γ 
para formar a proteína G trimérica ligada à membrana e inativa. 
As proteínas G podem ser estimuladoras ou inibidoras e são chamadas, 
respectivamente, de Gs ou Gi. A atividade estimuladora ou inibidora reside na 
subunidade α (αs ou αi). Assim, quando GTP se liga à subunidade αs de uma proteína 
Gs, a proteína Gs estimula a enzima efetora (ex: adenilil ciclase); Por outro lado, 
quando o GTP se liga à subunidade αi de uma proteína Gi, a proteína Gi inibe a enzima 
efetora. 
Receptores ligados à enzimas 
Fw São receptores que, quando ativados, funcionam 
diretamente como enzimas ou se associam estreitamente às 
enzimas que ativam. Esses receptores ligados a enzimas são 
proteínas que atravessam a membrana apenas uma vez 
(diferentemente das sete alças transmembranas dos 
receptores acoplados às proteínas G). Possuem seu local de 
ligação ao hormônio no exterior da membrana celular e seu 
local catalítico ou de ligação à enzima, no interior. 
Quando o hormônio se liga ao receptor, é ativada (ou, 
ocasionalmente, inativada) uma enzima imediatamente 
dentro da membrana celular. 
Ex: Receptor de Leptina: é um exemplo de um receptor que não contêm, ele mesmo, 
atividade enzimática, mas sinalizam por meio de enzimas associadas. É membro da grande 
família de receptores de citocinas. 
No caso do receptor de leptina, uma das vias de sinalização ocorre por meio de tirosinocinase 
da família janus cinase (JACK), especificamente a JACK2. A ligação da leptina à parte 
extracelular do receptor (que existe como um dímero) altera sua conformação, possibilitando 
a fosforilação e a ativação das moléculas JACK2 associadas ao intracelular. 
- As moléculas JACK2 ativadas, então, fosforilam outros resíduos de tirosina, como as 
proteínas de transdutor de sinal e de ativador de transcrição (STAT), o que ativa a transcrição 
pelos genes-alvo da leptina a iniciar a síntese proteica. 
-- A fosforilação de JACK2 também leva à ativação de outras vias enzimáticas intracelulares 
como as cinases de proteínas ativadas por mitógenos (MAPK) e fosfatidilinositol-3-cinase 
(PI3K). 
Receptores intracelulares e ativação dos genes 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Fw  Receptores hormonais intracelulares e ativação de genes: Muitos hormônios (incluindo 
hormônios esteroides adrenais e os gonádicos, da tireoide, os hormônios retinoides e a 
vitamina D), pelo fato de serem lipossolúveis e atravessarem a membrana celular, interagem 
com receptores proteicos dentro da célula (no citoplasma ou no núcleo), e não na membrana 
 O complexo hormônio-receptor ativado, então, se liga a sequencia do DNA regulador 
(promotor) especifico, chamado de elemento da resposta hormonal e, dessa maneira, ativa 
ou reprime a transcrição de genes específicos e a formação de RNAm. 
Assim, minutos, horas ou até dias depois do hormônio entrar na célula, aparece proteínas 
recém-formadas nessa célula, que passam a serem as controladoras das funções celulares 
novas ou alteradas. 
OBS – muitos tecidos diferentes possuem receptores hormonais intracelulares idênticos, mas 
os genes que os receptores regulam são diferentes nos vários tecidos. Além disso, um receptor 
intracelular só pode ativar um gene se estiver presente a combinação apropriada das proteínas 
reguladoras dos genes, e muitas dessas proteínas reguladoras são tecido-especificas. 
Assim, as respostas de diferentes tecidos ao hormônio são determinadas não apenas pela 
especificidade dos receptores, mas também pela expressão dos genes que oreceptor regula. 
 
 
 
F
 
Mecanismo de ação hormonal intracelular e segundos mensageiros 
Os três principais mecanismos da ação hormonal sobre as células-alvo são: o mecanismo da 
adenilil ciclase, no qual o AMPc é o segundo mensageiro; o mecanismo da fosfolipase C, no 
qual IP3/Ca2+ e DAG são os segundos mensageiros; e o mecanismo dos hormônios esteroides. 
 
Além disso, a insulina e os fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs) atuam sobre 
as células-alvo por meio de um mecanismo da tirosina cinase. Finalmente, vários hormônios 
ativam a guanilato ciclase, na qual o monofosfato cíclico de adenosina (GMPc) é o segundo 
mensageiro. 
 
Mecanismo Participantes 
Adenil Ciclase (AMPc) ACTH; LH; FSH; TSH; ADH (receptor V2); HCG; MSH; CRH; Calcitonina; PTH; 
Glucagon; Receptores β1 e β2; Angiotensina II (epitélio). 
Fosfolipase C (IP3/Ca-
2+) 
GnRH; TRH; GHRH; Angiotensina II (musculo liso vascular); ADH (receptor 
V1); Ocitocina; Receptores α1. 
Hormônios Esteroides Glicocorticoides; Estrogênio; Progesterona; Testosterona; Aldosterona; 
1,25-diidroxicolecalciferol; Hormônios tireoidianos. 
Tirosina Cinase Insulina; IGF-1. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Guanilato Ciclase 
(GMPc) 
Peptídeo natriurético atrial (PNA); Fator de relaxamento derivado do 
endotélio (FRDE); Óxido nítrico (NO). 
Mecanismo pela Adecil Ciclase – AMPc 
Esse mecanismo envolve a ligação de um hormônio a um receptor, acoplado à proteína Gs ou 
Gi, e, então, à ativação ou inibição da adenilil 
ciclase, levando a aumento ou diminuição 
intracelular de AMPc. Em seguida, esse segundo 
mensageiro amplifica o sinal do hormônio, 
produzindo as ações fisiológicas finais. 
O complexo receptor-Gs-adenilil ciclase está 
inserido na membrana celular. Quando o hormônio 
não está ligado ao receptor, a subunidade αs da 
proteína Gs liga-se ao GDP  a proteína Gs está 
inativa. 
 
1. Hormônio + Receptor : a ligação 
produz uma alteração conformacional 
na subunidade αs. 
GDP é liberado de αs e substituído 
por GTP. Após, a subunidade αs 
separase de Gs. 
2. Ativação Adenilil Ciclase: 
complexo αs-GTP migra pela 
membrana celular e se liga e ativa a 
adenilil ciclase que irá catalisar ATP 
 AMPc, o segundo mensageiro. 
Embora não mostrada, a atividade 
intrínseca de GTPase na proteína G converte GTP de volta a GDP e a subunidade αs retorna ao 
seu estado inativo. 
3. Ativação PKA: AMPc ativa a proteína cinase A, que fosforilará proteínas intracelulares. Essas 
proteínas fosforiladas executaram as ações fisiológicas finais. 
4. Degradação AMPc intracelular : degradado a um metabólito inativo, 5’ AMP, pela enzima 
fosfodiesterase. 
** A ação especifica que ocorre em resposta a aumentos ou diminuições de AMPc, em cada 
tipo de célula-alvo, depende da natureza da maquinaria intracelular (conjunto de enzimas que 
cada célula possui). 
 
Mecanismo pela Fosfolipase C 
O mecanismo envolve a ligação do hormônio a um receptor, e o acoplamento por meio da 
proteína Gq à fosfolipase C. Níveis intracelulares de IP3/Ca2+ e DAG são aumentados, 
produzindo as ações fisiológicas finais. 
O complexo receptor-Gq-fosfolipase C está 
inserido na membrana celular. Quando nenhum 
hormônio está ligado ao receptor, a subunidade 
αq liga-se ao GDP. Nessa configuração a proteína 
Gq é inativa. 
 
1. Receptor + Hormônio: alteração 
conformacional na subunidade αq. GDP é 
liberado da 
subunidade αq e substituído por GTP, ea 
subunidade αq se separa da 
proteína Gq. 
2. Ativação Fosfolipase C : 
complexo αq-GTP migra pela 
membrana celular e se liga e ativa 
a fosfolipase C  ativada catalisa 
a liberação de diacilglicerol (DAG) 
e de IP3 do 4,5-difosfato de 
fosfatidilinositol (PIP2), um 
fosfolipídio da membrana  O IP3 gerado provoca a liberação de Ca2+ das reservas 
intracelulares no RE ou sarcoplasmático e mitocôndria, resultando em aumento da 
concentração intracelular de Ca2+. 
3. Ativação PKC: Juntos, Ca2+ e DAG ativam a proteína cinase C (PKC) (Etapa 6), que fosforila 
proteínas e produz as ações fisiológicas finais. 
 
Mecanismo do hormônios esteroides e tireoidianos 
O mecanismo dos hormônios esteroides envolve 
receptores citosólicos, enquanto o mecanismo dos 
hormônios tireoidianos envolve receptores 
nucleares. Ambos iniciam a transcrição de DNA (no 
núcleo) e a síntese de novas proteínas (no 
citoplasma). 
 
1. Ativação complexo receptor-hormônio: Os 
hormônios esteroides se difundem através da 
membrana celular e entram na célula alvo, onde se 
ligam a uma proteína receptora localizada no citosol 
ou núcleo – liga-se ao domínio E, localizado próximo 
da extremidade C-terminal do receptor. Ocorre 
alteração conformacional e o complexo receptor 
hormônio ativado entra no núcleo da célula alvo. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
2. Dimerização e ligação ao ERE: O complexo receptor-hormônio C dimeriza e se liga (seu 
domínio C) a sequências específicas do DNA, chamadas de elementos esteroide-reativos 
(EREs), localizados na região 5’ dos genes-alvo. 
 
3. Fator de Transcrição: O complexo receptor-hormônio passou a ser, agora, um fator de 
transcrição que regula a velocidade de transcrição desses genes . O novo RNAm é transcrito , 
deixa o núcleo e é traduzido em novas proteínas , que apresentam ações fisiológicas 
específicas .A natureza das novas proteínas é específica para o hormônio e é responsável pela 
especificidade das suas ações hormonais. 
Ex: o 1,25-diidroxicolecalciferol induz a síntese de uma proteína ligante de Ca2+ que auxilia na 
absorção de Ca2+ pelo intestino; a aldosterona induz a síntese de canais de Na+ nas células 
principais do rim, que participam da reabsorção de Na+ no rim; e a testosterona induz a síntese 
de proteínas do músculo esquelético. 
 
 
Hipotálamo 
O sistema imune nas barreiras epiteliais compartilha uma organização anatômica básica, 
com uma camada epitelial externa que previne a invasão microbiana, o tecido 
Relações anatomofuncionais: 
O hipotálamo e a glândula hipófise formam uma unidade que exerce controle sobre a função 
de varias glândulas endócrinas (como tireoide, adrenais e o gônadas) e, por conseguinte, 
sobre uma série de funções orgânicas. 
 
No hipotálamo, além dos elementos neurais característicos, encontram-se neurônios 
especializados em secretar hormônios peptídicos, conhecidos como neurônios peptidérgicos. 
Esses neurônios apresentam as mesmas propriedades elétricas das outras células nervosas, 
como a deflagração de potenciais quando estimulados; o potencial de ação provocado no 
corpo celular trafega até a terminação do axônio, onde, por determinar o influxo de Ca2+, 
desencadeia a secreção dos hormônios que se encontram em vesículas de armazenamento. 
Os produtos de secreção dos neurônios peptidérgicos são: 
 (1) Peptídios liberadores ou inibidores dos vários hormônios da adeno-hipófise, que agem, 
respectivamente, estimulando ou inibindo a secreção dos hormônios adeno-hipofisários; 
 (2) Peptídios neuro-hipofisários: hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina, que são 
sintetizados por neurônios hipotalâmicos e armazenados em terminações axônicas presentes 
no interior da neuro-hipófise. 
Os neurônios hipotalâmicos que se relacionam com a adeno-hipófise constituem o sistema 
parvicelular (ou tuberoinfundibular). Neurônios curtos fazem parte desse sistema, cujos 
corpos celulares encontram-se difusamente distribuídos em certas regiões do hipotálamo, tais 
como nos núcleos peri- e paraventriculares 
(porção parvicelular), arqueado e área pré-
optica medial. Dessas regiões partem 
axônios que convergem para a eminência 
mediana do hipotálamo, onde os vários 
hormônios liberadores e inibidores são 
secretados. 
Devido à existência de um sistema porta-
hipotálamo-hipofisário (sistema vascular 
altamente especializado), que conecta a 
eminência mediana à adeno-hipófise, os 
neuro-hormônios hipotalâmicos alcançam 
a hipófise anterior em altas concentrações, 
antes de se diluírem na circulação 
sistêmica. 
Os peptídios neuro-hipofisários são 
sintetizados por neurônios hipotalâmicos 
específicos (neurônios magnocelulares), 
que apresentam corpos celulares de 
dimensões maiores que as dos neurônios parvicelulares, e longos axônios que se projetam na 
neuro-hipófise. Esses neurônios localizam-se em dois núcleos hipotalâmicos bem definidos: 
(1) supraópticos e (2) paraventriculares. Desses núcleos é que partem os axônios que passam 
pela haste hipofisária e se dirigem à neuro-hipófise, onde estabelecem contatos sinápticos nas 
proximidades dos capilares sinusoides. 
Esses neurônios constituem o sistema magnocelular. Esse sistema recebe, também, 
contribuições de pequenos grupos de neurônios magnocelulares acessórios localizados em 
outros núcleos do hipotálamo. 
 
Interações do hipotálamo com outras áreas do SNC 
Os neurônios que compõem os sistemas parvi- e magnocelular estão sob a influencia de fibras 
nervosas originárias das mais variadas regiões do sistema nervoso. Isso faz com que o ritmo 
de secreção dos neuro-hormônios, causado a partir do padrão interno hipotalâmico, seja 
influenciado fortemente pelo restante do sistema nervoso por meio de aferências 
noradrenérgicas, colinérgicas e serotoninérgicas, principalmente. Neurotransmissores como 
epinefrina, dopamina, GABA e opioides também participam desse controle. 
Essa influência pode ser exercida por meio de sinapses axodendríticas, realizadas: 
(1) com os próprios núcleos hipotalâmicos (locais de síntese dos neuro-hormônios), 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 (2) bem como por 
sinapses axoaxônicas, 
efetuadas nas 
terminações axônicas da 
eminência mediana 
(local de 
armazenamento e 
secreção dos neurônios 
do sistema parvicelular). 
 (3) Além disso, alguns 
neurotransmissores 
podem, ainda, ser 
liberados diretamente 
no sangue portal, o que 
os caracteriza como hormônios, influenciando, por si sós, a secreção dos hormônios adeno-
hipofisários. 
 
Eminência mediana 
A eminência mediana hipotalâmica é a estrutura que representa funcionalmente a interface 
entre o sistema nervoso e a adeno-hipófise, e é o ponto de convergência de informações que 
partem das diferentes áreas do SNC em direção ao sistema endócrino. 
Ela é ricamente vascularizada pelas artérias hipofisárias superiores, que dão origem a um 
sistema capilar responsável pela coleta dos neuropeptídios secretados. Toda essa região 
permanece fora da barreira hematoencefálica. 
Estruturalmente, a eminencia mediana pode ser dividida em três camadas: 
1 – camada ependimal (mais interna); 
2 – cama fibrosa; 
3 – zona paliçada (mais externa). 
 
Hormônios hipotalâmicos 
No hipotálamo podemos distinguir basicamente duas classes de neurônios: (1) os que 
secretam seus hormônios na circulação portahipofisária e (2) os que secretam hormônios 
diretamente na circulação geral, mais especificamente nos capilares sinusoides da 
neurohipófise. 
Os que secretam seus hormônios na circulação portahipofisária são responsáveis pela 
regulação da síntese e liberação dos hormônios da adenohipófise, sendo, por essa razão, 
também conhecidos como hormônios hipofisiotróficos. 
 
se acharem amplamente distribuídos pelo organismo, exercem várias outras funções em 
diferentes sistemas biológicos. 
Os estudos iniciais indicaram que a maior parte dos peptídios hipotalâmicos age nas células-
alvo e ativam o sistema adenililciclase/cAMP. Outros, tais como a somatostatina, ao interagir 
com o receptor, que está acoplado a uma proteína G inibitória(proteínaGi), induzem 
diminuição da produção de cAMP, sendo observados efeitos inibitórios na célulaalvo. 
Verificou se, ainda, que alguns peptídios hipotalâmicos agem por meio do fosfatidilinositol, 
que em última análise leva a mudanças na concentração citosólica de cálcio e à ativação da 
proteinoquinase/cinase C. 
 
 
 
 
 
 
 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Hipófise 
A hipófise mantém-se conectada, por meio da haste hipofisária ao SNC, mais precisamente ao 
hipotálamo, com o qual guarda importantes relações anatômicas e funcionais. 
Em humanos, a hipófise apresenta-se dividida em basicamente duas porções: 
1) Hipófise anterior ou adeno-hipófise; 
2) Hipófise posterior ou neuro-hipófise. 
 
A adeno- e a neuro-hipófise são constituídas de células de origens embrionárias 
diferentes: a adeno-hipófise deriva de uma evaginação do teto da cavidade oral, a bolsa de 
Rathke, e apresenta características morfológicas de células epiteliais; a neuro-hipófise, por 
outro lado, deriva de uma projeção do assoalho do terceiro ventrículo (hipotálamo) que possui 
células gliais, conhecidas como pituícitos, e axônios, cujos corpos celulares encontram-se 
agrupados em núcleos específicos do hipotálamo. 
 
Neuro-Hipófise 
A neuro hipófise pode ser divida em três porções: 
o Lobo neural, pars nervosa ou lobo posterior, localizado posteriormente à adeno-hipófise; 
o Haste hipofisária ou infundibular, a qual se acha envolvida pela porção tuberal da 
adenohipófise; 
o Eminência mediana do tuber cinero (ou infundíbulo). 
O lobo neural apresenta grande quantidade de terminações nervosas que pertencem ao trato 
hipotálamoneuro- hipofisário, intimamente associadas a uma rica rede de capilares. 
Nessas terminações nervosas encontram-se armazenados os hormônios neuro-hipofisários, 
ADH e ocitocina, cujo processo de liberação é desencadeado por potenciais de ação 
provocados nos corpos celulares desses neurônios (neurônios magnocelulares). 
Os corpos celulares dos neurônios que se projetam para a pars nervosa estão localizados nos 
núcleos supraópticos (NSO) e nos núcleos paraventriculares (NPV) do hipotálamo. 
 
OBS – além de se projetarem para a neuro-hipófise, tanto as fibras ADHérgicas quanto as 
ocitocinérgicas, originarias do NPV, também se distribuem a outras regiões do sistema 
nervoso. Porém, essas fibras comportam-se de forma independente daquelas que se projetam 
para a neuro-hipófise, já que os níveis de ADH no LCE apresentam flutuações diferentes das 
observadas no plasma (apresentam um ritmo circadiano próprio). 
 
OBS – existem terminações nervosas contendo ADH em associação ao plexo capilar da 
circulação porta-hipotálamo-hipofisária cuja possível função é modular a secreção dos 
hormônios da adeno-hipófise (como a ACTH). 
 
 Hormônios neuro-hipofisários: 
ADH : Os efeitos biológicos do ADH podem ser divididos em: (1) ações renais (por meio de 
receptores V2), que levam à reabsorção de água do filtrado glomerular promovendo a 
retenção de agua (antidiurese), e (2) ações na musculatura lisa vascular (por meio de 
receptores V1), que resultam em contração da parede arteriolar e aumenta da resistência 
periférica total. 
Ocitocina : As ações fisiológicas da ocitocina (OT) são exercidas principalmente sobre a 
musculara lisa uterina e da que reveste os alvéolos da mama; Por meio desses mecanismos a 
ocitocina participa, respectivamente, do mecanismo do parto e da ejeção de leite durante a 
lactação. Além disso, há evidencias de que a OT exerça controle sobre a secreção de Prl e 
gonadotrofinas. 
Adeno- hipófise 
A adeno-hipófise é composta de três partes: 
o Pars distalis, que constitui cerca de 90% da adeno-hipófise; 
o Pars tuberalis, que envolve a haste; 
o Pars intermedia, que regride e esta ausente nos adultos humanos. 
A adeno-hipófise é constituída de cinco tipos celulares fenotipicamente distintos que, 
durante o desenvolvimento, surgem na seguinte ordem temporal: corticotrofos, tireotrofos, 
gonadotrofos, somatotrofos e lactotrofos. 
- Essas células são responsáveis pela síntese e secreção, respectivamente, de: hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio tireotrófico (TSH), gonadotrofinas (hormônio 
luteinizante – 
LH – e hormônio foliculestimulante – FSH), hormônio do crescimento (GH) e prolactina (Prl). 
OBS – algumas células hipofisárias, reconhecidas como somatomamotrofos, possuem a 
/capacidade de secretar tanto GH quanto Prl. Tanto os somatomamotrofos como os 
lactotrofos 
derivam de células produtoras de GH. 
 
Histofisiologia  As células da adeno-hipófise são classificadas de acordo com suas 
características tintoriais, em cromófilas (que englobam as basófilas e acidófilas) e cromófobas. 
-- As células tireotróficas, gonadotróficas e corticotróficas são basófilas; 
-- As células somatotróficas e lactotróficas são acidófilas; 
Admite-se que as células cromófobas possam representar populações celulares que 
estão em alto turnover de secreção hormonal, e que permanecem, transitoriamente, sem 
grandes 
estoques hormonais e, portanto, sem grande afinidade pelos corantes. 
 
 Hormônios adeno-hipofisários: 
De acordo com sua constituição química, os hormônios adeno-hipofisários são classificados 
em: glicoproteicos (TSH, LH e FSH), proteicos (GH e Prl) e peptídios [os peptídios relacionados 
com a POMC – ACTH e as melanocortinas (MSH, lipotrofina e opiáceos endógenos)]. 
 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
 
 
 
 
GH e IGF-I 
 O GH (hormônio do crescimento), STH (hormônio somatotrófico) ou somatotrofina, é um 
hormônio de peso molecular em torno de 22 kDa sintetizado nos somatotrofos, os quais 
compreendem 40% a 50% das células hipofisárias. 
Mecanismos de ação 
Receptores de citocinas: interage com receptores pertencentes à superfamília dos receptores 
de citocinas, os quais se apresentam dimerizados na membrana plasmática, e se caracterizam 
por não apresentar atividade tirosinoquinase intrínseca. 
Tiroquinases citoplasmáticas (Jak): provoca uma alteração conformacional na Jak2 e ativação 
da sua atividade catalítica. Segue se a fosforilação do receptor de GH e a ativação das 
proteínas Stat1 e Stat3, as quais se translocam ao núcleo estimulando a transcrição de genes 
específicos. 
MAP quinase (MAPK): interação de uma proteína adaptadora, tal como a Shc, com o receptor 
fosforilado ou com a própria Jak2 leva à ativação da via Ras e Raf e, consequentemente, à 
estimulação da via mitogênica da MAP quinase. 
Efeitos Biológicos do GH 
 Crescimento 
Sabe se que o crescimento dos ossos longos resulta da multiplicação das células cartilaginosas 
que compõem o disco epifisário. Deste modo, as ações do GH sobre o crescimento do 
esqueleto se devem à proliferação celular e ao estímulo da síntese de colágeno, principal 
componente da matriz orgânica, na placa epifisária. 
O IGF-I (somatomedina C) seja o principal fator com atividade estimulante sobre a cartilagem 
e regulável pelo GH. 
IGF-I 
A própria placa epifisária (com précondrócitos) sintetiza IGFI, em resposta ao GH. O IGFI 
aí produzido age autócrina e paracrinamente sobre as demais células do disco epifisário. 
Ativação da mitogênese é o principal mecanismo de ação do IGF-I 
Efeitos do IGF-I sobre a cartilagem: estímulo do transporte de aminoácidos, pela síntese 
de DNA, RNA e proteínas e pela incorporação de sulfato nos proteoglicanos e de prolina no 
colágeno. 
Receptores de IGF-I: a presença de receptores de IGFI, não só em condrócitos mas também 
em hepatócitos, adipócitos, células musculares e outros tecidos faz com que, com exceção 
dos condrócitos, virtualmente todos os tecidos respondam a um excesso de GH, mesmo 
após a puberdade. 
 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
 Metabolismo das proteínas 
Estimula a síntese proteica, mediada pelo GH ( diretamente) e pelo IIGF-I (indiretamente), 
através de dois mecanismos: 
- estímulo do transporte de aminoácidos 
- elevação do conteúdo intracelular de RNAm específicos que leva a síntese de proteínas. 
Os tecidos musculares esquelético e cardíaco são importantesórgãos-alvo do GH e 
do IGFI, os quais são responsáveis primários pelo controle de sua massa. Dessa 
maneira, observasse na deficiência de GH redução da massa muscular esquelética e 
cardíaca, que é revertida com o tratamento de reposição hormonal. 
*** Além de alterações estruturais, a reposição com GH promove substancial melhora no desempenho 
sistólico e diastólico cardíaco. O oposto (ganho de massa) ocorre na acromegalia, quando efeitos 
deletérios sobre o coração são observados, tais como: hipertrofia concêntrica, comumente associada à 
disfunção diastólica, seguindo-se o comprometimento da função sistólica. Anormalidades no 
automatismo cardíaco e na função das válvulas cardíacas também são usuais, nesta condição. Como 
apontado no texto, os efeitos sobre o ganho de massa também ocorrem em outros tecidos tais como 
fígado (causando hepatomegalia) e baço (provocando esplenomegalia), sendo observada, em alguns 
casos, a macroglossia (crescimento anormal da língua).  Relação com uso como hormônio 
anabolizantes. 
 Metabolismo dos carboidratos e lipídeos 
GH exerce efeitos semelhantes à insulina somente em tecidos que não tenham sido expostos 
ou que tenham sido submetidos apenas a pequenas doses de GH. 
Leva ao aumento da captação, oxidação e conversão de glicose a ácidos graxos, como 
também à diminuição da lipólise – por curto período. Logo a administração de GH leva a : 
- Diminuição da utilização de glicose pelos tecidos 
-Supressão da resposta tecidual aos seus efeitos insulina símiles????? 
- Aumento da lipólise 
-Ação hiperglicemiante durante a hipersecreção desse hormônio .Observa se aumento da 
síntese e secreção da insulina, o que indica claramente que os dois hormônios são 
antagônicos. atualmente está bem estabelecido que ela decorre de eventos intracelulares 
desencadeados pelo GH, após ligação com seus receptores (efeito pós receptor), que 
interferem na via de sinalização da insulina, reduzindo a sensibilidade a esse hormônio. 
 
 
A ação lipolítica do GH se deve ao estímulo da atividade da enzima lipase hormôniosensível 
(LHS), bem como do seu efeito em antagonizar as ações lipogênicas e antilipolíticas da 
insulina. GH determina a hidrólise de triglicerídios, promovendo mobilização de gordura de 
seus depósitos, com aumento de glicerol e dos ácidos graxos livres (AGL) circulantes; o 
primeiro é convertido à glicose no fígado, já que o GH estimula a atividade da 
fosfoenolpiruvatocarboxiquinase (PEPCK), enzima chave da gliconeogênese, enquanto os 
AGL são convertidos à acetil CoA e utilizados pelas células como fonte de energia. Deve se 
ressaltar que a maior utilização de AGL como fonte de energia reduz a utilização tecidual 
(muscular) de glicose (pelo ciclo de Randle), o que contribui também para o aumento da 
glicemia observado quando o GH encontrasse elevado na circulação. 
Eles aumentam a oxidação da glicose em adipócitos, estimulam a captação de glicose no 
diafragma e músculo cardíaco, estimulam a incorporação de glicose em glicogênio no 
diafragma e a captação de 
glicose e produção de lactato 
em coração perfundido. 
 
** Outros efeitos: v O GH 
também exerce importantes 
efeitos sobre o sistema 
imunológico. A interação do 
GH com seus receptores em 
macrófagos e linfócitos leva a 
um aumento da resposta 
dessas células aos antígenos, o 
que explica, em parte, a menor 
resposta do sistema 
imunológico em indivíduos 
com deficiência de GH. 
 
Regulação da secreção de GH 
 A regulação da secreção de GH é complexa e 
envolve, virtualmente, todas as interações 
possíveis entre os quatro componentes 
hormonais que constituem a sua alça de 
feedback, a saber: os hormônios hipotalâmicos 
GHRH e somatostatina, que por sua vez são 
regulados por fatores neurais, metabólicos e 
hormonais, o GH e IGF-I. 
 Peptídeos hipotalâmicos 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
O GHRH ( hormônio liberador de GH) estimula a síntese e secreção de GH, enquanto a SS ( 
somastotina) provoca redução da secreção de GH. 
Endorfinas, VIP (polipeptídio intestinal vasoativo), glucagon e neurotensina, entre outros, são 
capazes de estimular a liberação de GH, provavelmente por intermédio do GHRH. 
Dopamina(DA), serotonina (5 HT) e norepinefrina (NE), que são potencialmente capazes de 
estimular a liberação de GH somente quando injetados no hipotálamo. 
Clonidina (agonista αadrenérgico), a bromocriptina (agonista dopaminérgico) e o propranolol 
(antagonista betaadrenérgico) como indutores da 
secreção de GHRH e, portanto, de GH. 
Mmetisergida (bloqueador de 5 HT) e o 
isoproterenol (agonista βadrenérgico), Como 
inibidores da liberação de GHRH/GH. 
 
Grelina, interage com receptores acoplados à 
proteína Gq, presentes na membrana plasmática 
de somatotrofos, que promovem liberação do 
Ca2+ dos seus reservatórios intracelulares (via 
IP3), com consequente elevação da secreção de GH. 
 GH controla sua própria secreção e atua no hipotálamo, onde estimula a síntese e liberação 
de somatostatina (SS), e inibe a expressão e liberação do GHRH. 
 
 IGF-I n o GH não atua em uma glândulaalvo específica, de modo que a clássica regulação 
por retroalimentação negativa exercida pelos hormônios da glândulaalvo fica inviabilizada. 
Contudo, demonstrou-se que o IGFI, cuja síntese é estimulada pela ação do GH no fígado, 
exerce esse papel, e atua tanto sobre o hipotálamo, onde estimula a liberação de 
somatostatina e inibe a liberação e síntese de GHRH, quanto sobre a hipófise, onde suprime 
a secreção e a expressão gênica do GH. 
 Fatores metabólicos 
- Hipoglicemia Sabe se que um dos mais potentes estímulos para a secreção de GH é a 
hipoglicemia. Hiperglicemia, ocorreria o inverso, ou seja, aumento da liberação de 
somatostatina e diminuição da liberação de GH. Esta seria uma maneira pela qual a glicemia 
seria regulada via GH. Em paralelo a esse mecanismo, na hipoglicemia, considerada uma 
situação de estresse, ativação de vias αadrenérgicas, as quais estimulam a liberação de GHRH, 
o que resulta na liberação de GH. 
-Aminoácidos A infusão ou mesmo a administração oral da arginina provoca potente 
estimulação da secreção de GH, efeito que decorre de uma ação inibitória deste aminoácido 
sobre a liberação de somatostatina. Há evidências experimentais de que a arginina também 
promove aumento da expressão gênica do GH. Paradoxalmente, observasse elevação da 
secreção de GH na desnutrição proteicocalórica, o que, na verdade, é reflexo da diminuição 
da síntese de IGFI que ocorre nessa condição. 
-Ácidos Graxos suprimem a resposta do GH a certos estímulos, tais como hipoglicemia e 
administração de arginina; contudo, ainda se desconhece o mecanismo envolvido neste 
efeito. 
 Outros fatores que desencadeiam a liberação de GH são as situações de estresse, o 
exercício físico e o sono (nos estágios III e IV). Nas duas primeiras condições, a liberação de 
GH parece ser induzida por ativação de vias alfaadrenérgicas (norepinefrina), enquanto no 
sono o neurotransmissor envolvido seria a serotonina. Estudos recentes também 
evidenciaram que a administração de lactato promove ativação do eixo somatotrófico em 
ratos. Esse dado sugere que, além dos fatores próprios do exercício que são reconhecidos por 
aumentarem a secreção de GH, o lactato possa contribuir com esse processo, já que sua 
concentração se eleva na circulação sanguínea por ocasião da atividade física. 
 
 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
1-Descrever a síntese e estrutura dos hormônios tireoidianos ( relacionar com iodo e bócio). 
2-Caracterizar o armazenamento, secreção e regulação dos hormônios tireoidianos ( eixo hipotálamo-hipófise e outros reguladores ) * ver hormônios sexuais 
e menopausa. 
3-Caracterizar o transporte e os receptores dos hormônios tireoidianos. 
4-Explicar as ações fisiológicas dos hormônios tireoidianos. 
5-Descrever o metabolismo dos hormônios tireoidianos. 
 
Hormônios tireoidianos – Síntese e Estrutura 
Iodo e estrutura 
 Cerca de 93% dos hormônios metabolicamente ativos, 
secretados pela tireoide,consistem em tiroxina, e 7% são tri-
iodotironina. Entretanto, quase toda a tiroxina é, por fim, 
convertida em tri-iodotironina nos tecidos, de modo que 
ambas são funcionalmente importantes. As funções desses 
dois hormônios são qualitativamente iguais, mas diferem na 
velocidade e na intensidade de ação. A tri-iodotironina é cerca 
de quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas está 
presente no sangue em menor quantidade e persiste por um tempo muito curto. 
 
Biossíntese do HT 
 
Transporte do Iodo 
Quando ingerida, a forma orgânica é convertida em 
iodeto pela flora intestinal, sendo o iodeto absorvido 
no intestino delgado e transportado para o plasma. 
 
NIS ( sodium iodide symporter) – transporta iodeto 
extracelular contra um gradiente eletroquímico 
negativo, através do cotransportador Na+ - I- na 
proporção 2Na+ : 1 I- . 
- bomba Na+/K+ATPase mantém o gradiente elétrico 
negativo no interior celular, que facilita o influxo de 
Na+ na célula. 
- na glândula mamária a expressão de NIS ocorre 
durante a fase de lactação, permitindo a 
concentração de iodo no leite materno. 
- entrada para o lúmen da célula folicular 
 
Pendrina (PDS – canal de Cl/I-) iodeto difunde se em direção ao ápice e atinge o lúmen folicular 
transportado pela PDS, localizado na membrana apical da célula folicular. 
 
Perclorato (ClO4 –), tiocianato (SCN–) e 
pertecnetato (TcO4), que competem 
com o iodo pelo transporte via NIS – 
inibem o transporte do iodo. 
- ClO4- : inibe a captação pela glândula 
e favorece o efluxo de iodo. 
-SCN-: aumenta o efluxo de iodo. 
 Oxidação do Iodeto 
O iodeto é oxidado pela 
tireoperoxidase (TPO) localizada na 
membrana apical e com a face catalítica 
voltada para o lúmen folicular; 
 Processo é catalisado pelo peróxido de hidrogênio (H2O2) como doador de oxigênio. O 
peróxido é gerado pela enzima oxidase tireoidiana DUOX 1/ DUOX2 (ou dual oxidase), 
conhecida também como THOX, glicoproteína igualmente localizada na membrana apical, que 
apresenta atividade NADPH oxidase 
 
Iodação da TG ou organização do iodo 
. O iodo oxidado é, então, incorporado aos resíduos tirosina (por iodação) da molécula da 
tireoglobulina (TG) em reação catalisada pela TPO. 
Na glândula tireoide normal, quase toda a TG está presente como uma proteína solúvel no 
lúmen do folículo tireoidiano. 
 Quando uma molécula de iodo é incorporada à tirosina, gerase uma monoiodotirosina (MIT); 
quando dois iodos se incorporam, temos a diiodotirosina (DIT). 
 
 Acoplamento das iodotirosinas 
Hormônio age em uma célula-alvo distante, na qual é transportado pelo sangue. A reação de 
acoplamento ocorre separadamente da iodação e também é catalisada pela TPO. Ainda 
ligadas à tireoglobulina, 
algumas das tirosinas (MIT e 
DIT) se acoplam e geram 
tironinas iodadas. 
O acoplamento de MIT com DIT 
leva à formação de dois tipos de 
tironinas: a triiodotironina 
(ou T3) e a triiodotironina 
reversa (ou T3 reversa ou rT3), 
que diferem quanto à posição 
de iodação, enquanto o 
acoplamento de duas DIT 
Problema 2 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
resulta na geração de tiroxina (T4, ou tetraiodotironina) Pode haver o acoplamento de duas 
MIT, gerando diiodotironina (T2), que, como a rT3, apresenta efeito biológico distinto de T3 e 
T4. 
 
Sugere se que ocorra a formação de radicais livres ou formação de radicais Io ou I+ na 
molécula de DIT doador, o qual formaria éterdifenila com o grupo hidroxila do DIT aceptor, 
enquanto o DIT doador seria clivado, deixando uma porção alanina que permaneceria ligada 
à TG como desidroalanina (ver Figura 68.12). Desta maneira, as iodotironinas formadas 
permanecem no lúmen folicular presas à TG. 
 
Comversão periférica de T4 em T3 
Pelo fato de o T4 ser o produto primário da glândula tireoide, ainda que a forma ativa do 
hormônio tireóideo seja o T3, o eixo da tireoide libera grande quantidade para a conversão 
periférica, pela ação das desiodases especificas para tironina: 
 desiodase tipo 1 – a maior parte da conversão de T3 em T4 por essa enzima ocorre em 
tecidos com alto fluxo sanguíneo e rápida troca plasmática (fígado, rins e musculatura 
esquelética). A desiodase tipo 1 também é expressa pela tireoide (onde T4 é abundante) e 
apresenta uma afinidade para T4 relativamente baixa. (os níveis de desiodase tipo 1 são 
aumentados no hipertireoidismo, contribuindo para os elevados níveis circulantes de T3 
nessa doença) 
 desiodase tipo 2 – o cérebro mantem níveis intracelulares de T3 constantes pela ação dessa 
enzima, que possui alta afinidade e é expressa pelas células da glia do SNC. Essa enzima 
também esta presente nos tireotrofos da hipófise, onde atua como um “sensor do eixo 
tireóideo” que medeia a capacidade do T4 circulante de diminuir a secreção do TSH. 
(a expressão da desiodase tipo 2 está aumentada durante o hipotireoidismo, auxiliando a 
manter os níveis de T3 constantes no cérebro) 
 desiodase tipo 3 – é uma enzima “inativante” de alta afinidade, que converte T4 na forma 
inativa rT3. (essa enzima esta aumentada durante o hipertireoidismo, o que ajuda a moderar 
a superprodução de T4). 
 
Armazenamento, secreção e regulação 
Armazenamento da Tireoglobulina. A tireoide tem a capacidade incomum entre as glândulas 
endócrinas de armazenar grande quantidade de hormônios. Após o final da síntese dos 
hormônios tireoidianos, cada molécula de tireoglobulina contém cerca de 30 moléculas de 
tiroxina e algumas de tri-iodotironina. Nessa forma, os hormônios tireoidianos são 
armazenados nos folículos em quantidade suficiente para suprir as necessidades normais do 
organismo por 2 a 3 meses. Portanto, quando a síntese de hormônios tireoidianos é 
interrompida, os efeitos fisiológicos de sua deficiência só são observados vários meses depois. 
 
Secreção 
A maior parte da tireoglobulina não é liberada para a circulação; sendo necessário clivar a 
tiroxina e a tri-iodotironina da molécula de tireoglobulina; em seguida, ambos esses 
hormônios livres são liberados. Esse processo ocorre da seguinte forma: a superfície apical das 
células da tireoide emite pseudópodos, que cercam pequenas porções do coloide, formando 
vesículas pinocíticas que penetram pelo ápice da célula. Então, lisossomos no citoplasma 
celular imediatamente se fundem com as vesículas para formar vesículas digestivas que 
contêm as enzimas digestivas dos lisossomos misturadas com o coloide. Múltiplas proteases 
entre as enzimas digerem as moléculas de tireoglobulina e liberam tiroxina e tri-iodotironina, 
em sua forma livre, que se difundem pela base da célula tireoidiana para os capilares 
adjacentes. Assim, os hormônios tireoidianos são liberados no sangue. 
 
Em ambos os processos, as vesículas se fundem com os lisossomos compondo endossomos ou 
fagossomos com função proteolítica, com digestão da TG e desprendimento das moléculas de 
MIT, DIT, rT3, T3 e T4. 
Como MIT e DIT não são biologicamente ativos e a secreção para o plasma seria ineficaz, o 
iodo destas moléculas é removido pela ação da enzima iodotirosina-desiodase, dependente 
de NADPH, denominada desalogenase de tirosina (DHAL). 
A enzima DHAL, presente na célula folicular, remove o iodo de MIT e DIT, mas não 
realiza desiodação das iodotironinas (T4, T3 e rT3). 
 O pool de iodo liberado de MIT e DIT é, então, reutilizado para nova síntese hormonal no 
próprio folículo. 
 
Parte da tireoglobulina do coloide entra na célula tireoidiana por endocitose, Parte da 
tireoglobulina do coloide entra na célula tireoidiana por endocitose, depois de se ligar à 
megalina, uma proteína localizada na membrana luminal das células. Em seguida, o complexo 
megalina-tireoglobulina é transportado através da célula por transcitose até a membrana 
basolateral, onde uma parte da megalina permanece unida à tireoglobulina e é liberada no 
sangue capilar. 
 
T4 e T3 livres deixam a célula folicular através do transportador de membrana MCT8 
(transcrito do gene SLC16A2), localizado na membrana plasmática do polo basal, próximo à 
rede capilar do estroma interfolicular. Este tipo de transportador de membrana, específico 
para o transporte de hormônio tireoidiano, promove o efluxo e o influxo do hormônio 
tireoidiano em diferentes tipos celulares. 
 
Regulação 
Hormônio tireotrófico (TSH) 
Hormônio com meia vida de +/- 1h. formado pela combinação da subunidade α (que é idêntica 
à subunidade α das gonadotropinas – LH, FSH e hCG) com a β (que confere especificidade à 
molécula de TSH). O gene da α está localizado no cromossomo 6 e o da β, no 1. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 Regulação da secreção hipofisiária é 
controlada pela hipotálamo através do 
TRH e pelo HT – tríade da alça do 
feedback negativo. 
Como outros hormônios hipotalâmicos, 
o TRH chega à hipófise anterior via 
sistema portahipotálamohipófise. Ele 
interage com receptores específicos da 
adenohipófise estimulando a secreção 
de TSH nas células tireotróficas e de 
prolactina nas células lactotófricas. É 
liberado de maneira pulsátil, e a 
sensibilidade das células tireotróficas 
em responder a ele depende do nível de 
T4 circulante. 
 
[ T4 intracelular] baixa  aumento do 
número de receptores de TRH no tireotrofo  síntese e liberação de TSH. 
 
OBS – uma queda do T3 plasmático pouco afetará a concentração intracelular de T3 na 
hipófise e a ocupação dos receptores de HT; Por outro lado, a queda da T4 plasmática 
diminuirá o aporte nuclear de T3, ativando a transcrição dos genes de TSHα, TSHβ e de TRH. 
Além disso, uma pequena elevação de T4 circulante é suficiente para bloquear por completo a 
secreção de TSH, mesmo sob estimulo máximo de altas doses de TRH. 
Além do TRH e do HT, outras substancias de origem hipotalâmicas regulam a secreção de TSH: 
a somatostatina hipotalâmica e a dopamina inibem a secreção de TSH, assim como os 
glicocorticoides e algumas interleucinas. 
 
 Efeitos do TSH  
 
 
Na doença autoimune da tireoide, o 
organismo sintetiza imunoglobulinas que se 
ligam ao TSHR e estes anticorpos podem: (1) 
ser estimuladores, ocasionando hiperfunção 
e quadro clínico de hipertireoidismo, ou (2) 
ocupar o TSHR sem gerar sinalização e acarretar hipofunção da glândula tireoide e 
hipotireoidismo no paciente. 
O TSH é um potente estimulador do crescimento da tireoide. O tecido tireoidiano tem baixo 
índice de proliferação, mas o estímulo sustentado do TSHR aumenta o tamanho da célula 
folicular e o índice de proliferação celular, com consequente crescimento global da glândula . 
Mutação no gene do TSHR que ativa o receptor constitutivamente, independente da ligação 
com o TSH, eleva tanto a função tireoidiana quanto a proliferação, com decorrente quadro de 
hipertireoidismo e bócio. 
 
Frio e Reações Emocionais 
Um dos estímulos mais bem conhecidos para o aumento da secreção de TRH pelo hipotálamo 
e, portanto, de TSH pela hipófise anterior é a exposição do animal ao frio. Esse efeito resulta, 
quase certamente, da excitação dos centros hipotalâmicos de controle da temperatura 
corporal. 
 
 
Autoregulação 
A hormonogênese da glândula é controlada conforme a disponibilidade de iodo na célula, mas 
de maneira independente do TSH. 
Em um estado de deficiência do iodo, o transporte deste é aumentado, e, em casos de maior 
disponibilidade dele, ocorre o oposto. 
 
Na situação de grande excesso de iodo, sendo conhecido como efeito inibitório do iodo na 
glândula tireoide. Nessa situação, ocorrem: (1) diminuição da atividade do transportador de 
iodo, (2) redução da organificação do iodo (ou efeito WolffChaikoff) e (3) inibição da secreção 
de T4 e T3armazenados no coloide; esses efeitos em conjunto levam ao decréscimo do HT 
liberado pela glândula para a circulação. O iodo bloqueia a enzima DUOX, essencial na geração 
de H2O2 utilizado na organificação, e interfere nos processos dependentes de TSH, inibindo a 
atividade da sinalização via cAMP no folículo tireoidiano. 
 
Transporte e Receptores 
Transporte 
A concentração total de T4 plasmática no adulto é de aproximadamente 8 μg/dℓ (ou 103 
nmol/ℓ), e a de T3 plasmática é de 0,15 μg/dℓ (ou 2,3 nmol/ℓ). No entanto, apenas uma 
pequena fração se encontra na forma de hormônio livre, pois no plasma o HT se mostra ligado 
com grande afinidade, mas de maneira reversível, a várias proteínas transportadoras. 
Em condições fisiológicas de equilíbrio, 70 a 80% de T4 e T3 estão ligados à TBG. Cerca de 20% 
da T4 estão ligados à TTR, mas pouco de T3 se liga à TTR. A albumina transporta 
aproximadamente 10% de T4 e T3 circulante, e uma pequena fração de T3 e T4 está ligada a 
lipoproteínas. 
 
TBG glicoproteína globular sintetizada no fígado e com meia vida de 6 dias. TBG é regulada 
por níveis de estrógeno; assim, ocorre um aumento dos níveis de TBG na gravidez e pela 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
ingestão de substâncias contendo estrógeno, como os anticoncepcionais. Por outro lado, 
andrógenos e Lasparaginase diminuem a síntese de TBG. 
- T4 possui maior afinidade pela TBG do que o T3. 
 
TTR proteína tetramérica com meia vida de 2 dias. em dois locais de ligação para T4, onde um 
deles apresenta alta afinidade para T4 e o outro geralmente se encontra desocupado. T3 tem 
baixíssima afinidade para estes locais. A concentração de TTR é alta no plexo coroide. 
Há também local de ligação para a Vit A. 
 
Albumina baixa afinidade de ligação para T4 e T3. 
 
Lipoproteínas HDL Hor As apolipoproteínas das subclasses AI, AII, AIV, CI, CII, CIII e E 
apresentam locais de ligação ao HT, característica evolutivamente conservada na espécie 
animal. Dentre estas, se reconhece a afinidade de T4 para apoliproteínas A1; no entanto, esta 
afinidade é muito menor que para a TBG. 
 
A passagem do HT do meio extra para o meio intracelular, pela membrana plasmática, é um 
processo saturável e dependente de energia. Deste modo, recentemente, vários 
transportadores que realizam a captação de HT nos diferentes tecidos do organismo foram 
identificados e agrupados em duas categorias: 
 
1) Transportadores de ânions orgânicos:Vários membros da família NTCP e OATP 
transportam iodotironinas de modo não 
especifico, pois outros compostos também atravessam a membrana plasmática via estes 
transportadores. 
 A proteína transmembrana NTCP (apresenta sete domínios transmembrânicos) capta T4, 
T3, rT3, 3,3’T2 e as isoformas sulfatadas de maneira dependente de Na+. Ela é expressa apenas 
no fígado, e além do HT, transporta ácido bílico. 
 As proteínas da família OATP estão presentes na maioria dos tecidos e são importantes na 
detoxificação do organismo, facilitando a troca de ânions orgânicos com o bicarbonato 
intracelular. Dentre as proteínas dessa família, as das subfamílias OATP1, OATP4 e OATP6 
apresentam função mais seletiva, transportando iodotironinas nas diferentes formas, 
inclusiva sulfatadas. Dentre todas essas, a OATP1C1 realiza a captação especifica de T4 e rT3 
e está altamente expressa no cérebro (principalmente nos capilares), sugerindo ser crítica 
para a passagem de T4 na barreira hematencefálica. 
 
2) Transportadores de aminoácidos: 
Devido à característica da composição das iodotironinas (aminoácido com resíduo tirosina), 
recentemente, foi identificado que o MCT8, uma proteína da família MCT que transporta 
aminoácidos aromáticos, tem função ativa e especifica na captação de HT pelas células. 
 Em humanos, o MCT8 é um transportador 
com alta especificidade para o transporte de 
T3. A expressão desse transportador é 
particularmente alta no fígado, cérebro e 
coração. 
OBS – No cérebro, o MCT8 é importante como 
fonte de T3 no neurônio que não expressa 
desiodase D2.  Assim, a T3 (formada pela 
desiodação de T4 pela enzima D2 no 
astrócito) é transferida para o neurônio 
através do transporte realizado pelo MCT8 na 
membrana do neurônio. 
Ações fisiológicas 
Termogênese 
HT aumenta/estimula a 
expressão de: 
- UCP1 (tecido adiposo 
marrom). 
- UCP2 (fígado e t. adiposo) 
- UCP3 (m esquelético, 
coração e t. adiposo 
marrom). 
- Lipólise ( aumento 
disponibilidade de lipídeos – 
componentesdo mecanismo 
de desacoplamento) 
Mecanismo de 
desacoplamento 
mitocondrial. As proteínas 
mitocondriais UCP 
(uncoupling protein) facilitam 
o retorno do próton do 
espaço 
HT estimula o consumo de 
ATP : promove influxo celular de Na+ e o efluxo de K+; assim, restitui o gradiente destes íons 
através da membrana celular, o que aumenta a atividade e a expressão da Na+/K+ATPase, 
que ocorre predominantemente no tecido epitelial de grande atividade transportadora, como 
rim e intestino. Além disso, na transferência de Ca2+ do citosol para o retículo 
sarcoplasmático, o HT eleva o consumo de ATP pelo crescimento da atividade da 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
Ca2+ATPase. intramembranoso para a matriz mitocondrial, processo conhecido como 
desacoplamento fisiológico da mitocôndria, que produz calor. 
A termogênese facultativa é ativada pelo sistema nervoso autônomo simpático, mas é 
modulada de maneira importante pelo HT. 
 
 
Metabolismo Lipídico 
Acelera a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos. 
Síntese de colesterol e a conversão/degradação são deprimidas na deficiência de HT. 
Estado hipotireóideo: o nível sérico de colesterol total aumenta, devido principalmente à 
elevação do colesterol e da lipoproteína de baixa densidade (LDL). 
Intensifica a lipólise no t. adiposo. 
 
Metabolismo Proteico 
Excesso de HT: aumenta o catabolismo de proteínas – aumento da excreção de nitrogênio. 
 
Metabolismo dos Carboidratos Hormônio 
Intensifica ação da epinefrina: promoção da glicogenólise e gliconeogênese. 
Potencializa ação da insulina: utilização da glicose e síntese de glicogênio. 
Estimula a expressão/ disponibilidade de GLUT: aumento da absorção intestinal e entrada de 
glicose nos tecidos. 
 
SNS e Coração Hormônio 
- Aumenta FC 
-Aumento DC e FS 
-Aumento da Força cardíaca 
-Aumento FR 
Muitos dos efeitos do HT, particularmente no sistema cardíaco, são similares aos induzidos 
pelas catecolaminas. O HT apresenta acentuado efeito cronotrópico e inotrópico no coração. 
O excesso de HT aumenta a responsividade adrenérgica cardíaca, provavelmente 
amplificando a ação pósreceptora das catecolaminas. Os inibidores betaadrenérgicos 
revertem alguns dos efeitos do hipertireoidismo clínico, como a taquicardia; no entanto, 
outras ações do hipertireoidismo não são alteradas pelo bloqueio beta adrenérgico, como a 
elevação do consumo de O2. O HT aumenta a expressão da miosina MHCα que predomina na 
região atrial, resultando na subida da velocidade da contração cardíaca, ocorrendo o oposto 
com a diminuição do HT. 
 
Músculo Esquelético 
HT regula a expressão dos genes que codificam as diferentes isoformas da cadeia pesada da 
miosina (MHC) e do transportador de cálcio SERCA, que em conjunto ocasionam maior 
atividade da Ca2+ATPase e mobilização do cálcio nos miócitos. 
Efeito muscular termiogênico: controle sobre UPC3. 
Hipertireoidismo: pode ocorrer fraqueza muscular/ tremor. 
Quantidade de hormônio fica excessiva, os músculos são enfraquecidos, devido ao excesso do 
catabolismo proteico. 
 
Tecido Ósseo Hormônio 
Efeito na remodelação: formação/reabsorção. 
Osteoblastos: aumenta a fosfatase alcalina e a osteocalcina. 
Osteoclastos: eleva os marcadores de atividade, tais como a hidroxiprolina e o piridínio 
urinário. 
Excesso de HT: encurta o intervalo de tempo entre a formação óssea e a subsequente 
desmineralização, o que ocasiona crescimento da porosidade óssea cortical e afinamento das 
trabéculas 
Nas mulheres pós-menopausa, o efeito do excesso de HT se potencializa devido à falta de 
estrógeno, acarretando a aceleração da perda da densidade mineral óssea (chamada de 
osteoporose), o que faz crescer o risco de fratura óssea. 
 
Hematopoese 
Aumenta eritropoese: estímulo da expressão de eritropoetina induzida pelo HIF-1. 
Eritrócitos: ele nível de 2,3-DPG que promove a dissociação de O2 da hemoglobina, e assim 
aumenta a disponibilidade de O2 nos tecidos. 
Hipotireodismo: menor consumo de O2 e diminuição da eitropoese. 
 
Sistema Endócrino 
Ele estimula o crescimento do clearance dos hormônios esteroides, o que leva à elevação 
compensatória das suas sínteses. Como tanto a síntese quanto a degradação estão 
aumentadas, o nível plasmático de cortisol permanece inalterado. Grande parte dos pacientes 
com hipotireoidismo apresenta elevação da prolactina decorrente do aumento do TSH 
hipofisário, que volta ao nível normal quando recebem tratamento com HT. No 
hipotireoidismo, há menor secreção de LH e de FSH, sendo comum ocorrer falta de ovulação 
e distúrbios menstruais, como a menorragia (menstruação mais prolongada). A necessidade 
de insulina geralmente está aumentada em pacientes com hipertireoidismo. A diminuição do 
clearance da água no hipotireoidismo pode ser secundária à elevação da atividade do 
hormônio antidiurético, mas também pode estar relacionada com a alteração da 
hemodinâmica intrarrenal. 
 
 
Crescimento e Desenvolvimento Hormônio 
Em humanos, mesmo sem alteração do GH, na falta de HT há atraso no desenvolvimento e no 
crescimento. Em crianças, o hipotireoidismo atrasa, ao passo que o hipertireoidismo acelera 
a maturação óssea e o fechamento da epífise óssea. 
Isabelle Faustinelli XLVII 
 
 
Sistema Nervoso Hormônio 
O HT materno não atravessa a placenta em quantidade 
suficiente para manter o eutireoidismo fetal; assim, o feto no 
período intrauterino depende do hormônio sintetizado pela sua 
própria glândula, que se inicia a partir da 10ª-11ª semana de 
gestação. 
O HT regula a velocidade e o ritmo do desenvolvimento do SNC. 
A deficiência de hormônio 
tireóideo, no útero e no inicio da infância, diminui o crescimento 
do córtex cerebral e cerebelar, a proliferação de axônio e a 
ramificação dos dendritos, assim como a sinaptogênese, 
mielinização e migração celular. Danos cerebrais irreversíveis 
são consequências da falta de reconhecimento e tratamento da 
deficiência de HT imediatamente após o nascimento. 
Deste modo, no recém-nascido com hipotireoidismo, o dano 
permanente no desenvolvimento neurológico pode ser evitado 
se a reposição de HT for iniciada nas primeiras duas semanas de 
vida. (o TSH do recém-nascido é dosado pelo “teste do pezinho”, 
como uma forma de diagnostico precoce de um possível 
hipotireoidismo nessa criança). 
 
Metabolismo 
Endócrino Hormônio age em uma célula-alvo distante, na qual 
é transportado pelo sangue. Após a entrada do HT na célula, a 
maioria dos efeitos desses hormônios ocorrem pela via 
de interação com os receptores nucleares regulando a transcrição de genes-alvo, mecanismo 
conhecido como ação genômica (ou nuclear); contudo, existem evidencias de que o T3 e o T4 
também atuam via mecanismo de ação não genômica (ou não nuclear), cujos efeitos 
aparecem 
em frações de segundo e não são inibidos pela ciclo-hexamida 
(substancia que bloqueia a 
síntese proteica). 
 
 Ação genômica: 
A ação genômica do HT promove a modificação da transcrição 
de genes na célula-alvo. O 
HT entra na célula e a T3 (proveniente do plasma ou do 
produto da conversão intracelular de T4) liga-se ao receptor 
de HT. Esse receptor é nuclear, e se encontra ligado a regiões 
especificas do DNA do gene-alvo, denominadas regiões TRE. 
 
 TRE – São sequências específicas de DNA localizadas 
predominantemente na região upstream 
(a montante) do local de inicialização da transcrição do gene. 
O TER caracteriza-se pela presença da sequencia de seis nucleotídeos 
AGGT(C/G), organizados em três orientações diferentes: (1)DR-4, 
(2)F2 e (3)TREpal. A maioria dos TRE identificados é de DR4, seguida 
pelo F2, sendo o TREpal mais raramente encontrado. 
 
 Receptores nucleares de HT – 
Os TR apresentam alta homologia com os receptores de esteroides, 
vitamina D e ácido retinoico, sendo incluídos, portanto, na 
superfamília dos receptores nucleares. 
Existem três isoformas de TR com atividade funcional: TRα1, TRβ1 e 
TRβ2. Essas três isoformas ligam-se ao T3 de maneira similar. O 
splicing alternativo do gene TRHA gera ainda TRα2, mas ela não 
apresenta

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