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RESUMO DE REPRODUÇÃO 1- Inicio ao ciclo estral: I. Locais de produção hormonal relacionada a reprodução: • Hipotálamo: produz o GnRH (hormônio liberador de gonadotrfoinas) que é responsável por estimular a adenohipófise. • Adenohipófise: produz diversos hormônios proteicos que agem por todo o organismo, porém temos a produção especifica de LH (hormônio luteinizante) e do FSH (hormônio folículo estimulante). -LH: responsável pelas formações de corpo lúteo após a ovulação. -FSH: responsável pela foliculação até a ovulação. • Gônadas: as gônadas são os ovários e os testículos, órgãos responsáveis pela produção hormonal de progesterona, testosterona e estrógeno. • Útero e placenta: a placenta produz uma infinidade de hormônios como o HCG. O útero produz especialmente a prostaglandina PGF2 alfa (vasoconstrição e luteólise) e PGE2 (faz vasodilatação). • Hormônios secundários: existem hormônios como o T3+T4, insulina e cortisol que podem influenciar no ciclo estral das fêmeas, algum processo de disfunção nesses hormônios pode ocasionar mudanças no ciclo estral. II. Padrão de liberação de gonadotrofinas: • Tônica: é quando a ascensão do hormônio em chegada ao seu pico é lenta, demorando dias para chegar à concentração máxima, causando efeito gradativo no órgão alvo. • Pulsátil: é quando o pico de concentração hormonal é atingido em 24 horas causando ação mais “forte” no órgão. A descida da concentração também é rápida. III. Eixo neuroendócrino gonadal: • O ciclo inicia-se quando o hipotálamo produz GnRH para a estimulação da hipófise com a produção de LH e FSH. • O FSH e LH são liberados em forma tônica agindo sobre os ovários realizando a foliculação progressiva até que os próprios folículos começam a produzir estrógeno e inibina. • Esses dois hormônios inibem seletivamente o FSH tônico e potencializam o LH para que se torne pulsátil, junto a estimulação do GnRh para que os folículos maturem. • Após a maturação folicular o óocito é liberado para a fecundação ocorrer sobrando apenas o corpo lúteo. • Em casos de fecundação o corpo lúteo começa a produzir muita progesterona que mantém a gestação e inibe que o ciclo estral se inicie novamente (aumento de progesterona e diminuição de estrógeno). • Em caso de não fecundação o endométrio durante o pico de estrógeno é sensibilizado produzindo PGF2 alfa sendo liberada caso seja detectado a não prenhes. A PGF2 alfa realiza luteólise destruindo o corpo lúteo. IV. Circulação útero-ovárica: como as prostaglandina são sensíveis a oxidação pulmonar elas ultrapassam o endotélio vascular da veia uterina e por diferença de pressão vai para a artéria ovariana agindo diretamente nos corpos luteis. 2- Ovogênese: o saco vitelínico em répteis e aves possui grande função na nutrição dessas espécies por meio do vitelo armazenado. Já nos mamíferos é a estrutura que fornece gonócitos para a formação das gônadas na vida embrionária. I- Mamíferos: o saco vitelínico possui células que migram para a região da crista genital do embrião e lá realizam mitose. Essas células se chamam gonócitos que colonizam a crista genital dando origem as gônadas. O número de mitoses realizadas que os gonócitos realizam será o numero correspondente de óocitos que a fêmea possuirá. II- Formação do óocito: após a mitose dos gonócitos, eles se transformam em oogônias 2n, assim para na interfase e realizam multiplicação de cromossomos e organelas. Após a interfase ocorre a primeira meiose gerando o óocito primário estacionado em prófase 1 e as fêmeas nascem com os óocitos assim. Quando dá inicio a puberdade do animal ocorre o eixo neuroendócrino gonadal gerando o pico de LH para a ovulação. Após o pico desse hormônio, temos 24 horas para que o óocito primário continue a meiose até a metáfase 2 sendo assim ovulado nessa fase. A meiose 2 só termina quando o óocito secundário encontra com o espermatozoide na tuba uterina chegando em telófase 2 e se tornando apenas N. III- Formação do óocito em cadelas: os óocitos das cadelas não são influenciados pelo pico de LH, assim são ovulados em forma primária. Ao chegarem à tuba uterina demoram até 3 dias para se tornarem óocitos secundários maduros, assim após o dia de sua ovulação a fêmea só pode ser coberta ou inseminada após os 3 dias de maturação. 3- Foliculogênese: o folículo é a unidade morfológica funcional dos ovários com a função de proteger o óocito e produzir hormônios esteroides. I- Classificação dos hormônios esteroides: temos o estrógeno (que pode ser o 17-beta-estradiol, estriol e sulfato de estrona), a progesterona e os andrógenos (produção de testosterona, em fêmeas há a produção de uma enzima chamada aromatase que transforma esse hormônio em estradiol). II- Tipos de folículos: são classificados pela quantidade de espaço que possuem entre as células. -Primordial: possui um óocito primário em prófase 1, uma camada de células planas e a lâmina basal. -Primário: possui uma camada de células cuboides chamada de granulosa e estroma folicular que está se diferenciando em TECA, a lâmina basal separa a TECA de granulosa. -Secundário: já possui múltiplas camadas da granulosa, possui TECA interna e externa, zona perlúcida que protege o óocito primário, começo de produção de fluídos → o antro já possui receptores gonadotróficos. -Antral: é a forma mais madura dos folículos, os antros estão cheios de estrógeno, possui óocito P1, retorna meiose por influencia do LH, a granulosa e a TECA secretam esteroides, rico em vascularização. As células da granulosa são especializadas em produção do fluído folicular, transformam testosterona em estradiol deixando-o no líquido o enviando para a corrente sanguínea (sinais do estro). As células da TECA são especializadas em produzir testosterona como o óvulo não necessita desse hormônio ele manda para as células da granulosa por meio de difusão. 4- Ciclo estral: animais que possuem ciclo estral são aqueles que aceitam o macho apenas no pico de estrógeno. I- Fases do ciclo estral: -Proestro: é quando há liberação tônica de FSH e LH ocorrendo inicio da foliculação, já produz um pouco de estrógeno e não aceita o macho, pode ter inicio dos sinais de cio. -Estro: é onde ocorre o pico de estrógeno e também inicia todos os sinais do cio, além da fêmea aceitar o macho. -Metaestro: após a ovulação sobra o corpo hemorrágico que pelo rompimento do folículo ocorre uma hemorragia e formação de um coágulo. Após 3 a 5 dias o coagulo é reabsorvido e as células da granulosa se transformam em corpo lúteo. -Diestro: é a fase do corpo lúteo onde ele está totalmente formado produzindo alta quantidade de progesterona que realiza feedback negativo no eixo. -Anestro: é o tempo em que o eixo está diminuído, é o intervalo entre um ciclo e outro. Há fêmeas que não possuem anestro, fazem o ciclo direto e só possuem o ciclo interrompido por gestação ou doenças. II- Ciclo estral das vacas: são fêmeas poliéstricas (são animais que permanecem em anestro até a puberdade, após isso não entra em anestro novamente) não estacionais (não dependem de nenhuma fase do ano para ciclar). A vaca possui um ciclo de 21 dias, o proestro demora apenas 24 horas, entrando em estro que dura até 18 horas ficando quase dois dias (24 + 18h) no cio. Totalizando temos 30 horas desde o começo do estro até chegar a ovulação que ocorre no metaestro. Apenas o metaestro ocorre em 3 a 5 dias e o diestro demora 15 dias. O melhor momento para a monta ou inseminação é quando está no final do estro, porém tem que ser antes da ovulação para que o óocito secundário se encontre com o SPTZ. III- Comportamentode cio das vacas: elas mugem mais, aceitam monta, possuem comportamento homossexual, produzem o tampão da mucosa e fica mais inquieta. Em vacas leiteiras a produção de leite cai, pois a vaca produz mais energia. O cio ocorre geralmente em horas frescas do dia. Para a detecção do cio podemos usar os bucais marcadores em fêmeas andrógenas que identificam a fêmea no cio. IV- Ciclo estral de búfalas: são animais poliestricos estacionais (só conseguem entrar no ciclo em épocas de pouca luz como outono e inverno). Maior quantidade de sol gera menor produção de melatonina que inibe o ciclo por diminuição de GnRH. Seu proestro dura de 12 a 24h e o estro dura 12 horas totalizando um tempo médio de 36 horas de cio (não possui comportamento homossexual e realiza edema vulvar). Seu metaestro dura de 3 a 5 duas e é onde ocorre a ovulação. O diestro dura 16 dias e é onde possui maior quantidade de progesterona. A gestação dura 12 meses tendo o intervalo entre partos de um ano e meio (18 meses), é indicado emprenhar no inicio da estação reprodutora para parir na estação reprodutora do ano seguinte. 5- Afecções do sistema reprodutor: I- Cervicites: é a inflamação da cérvix causada por uma infecção bacteriana podendo ser decorrente de uma vaginite ou endometrite, partos distócicos também podem ser a causa. Os sinais mais comuns é a liberação de material muco purulento na cérvix, repetição de cio já que não emprenha, infertilidade e passagem bloqueada para a inseminação. Como exames podem fazer um exame ginecológico e um antibiograma. Com o auxilio de um especulo podemos visualizar a inflamação. O tratamento consiste na limpeza da cérvix com um swab utilizando antissépticos e antibioticoterapia. II- Anomalias cervicais congênitas: as fêmeas podem nascer com uma cérvix alterada durante seu desenvolvimento embrionário como a cérvix dupla, aplasia cervical, cérvix curta e retorcida. Cervix dupla Em alguns casos a fêmea consegue emprenhar por monta natural, porém a chance do parto ser distócito é alta. III- Intersexos: é quando a fêmea possui os dois sexos (na genitália) não sabendo diferenciar sem exames mais específicos. O hermafrodita verdadeiro obrigatoriamente possui as duas gônadas misturadas chamado de ovotestis. O pseudo-hermafrodita masculino é o macho que nasce com características visuais femininas, porém seu cromossomo é XY e possui testículos. O pseudo-hermafrodita feminino é a fêmea que possui os cromossomos XX, ovários, porém suas características físicas são masculinas, como aumento de gordura na região do pescoço. O freemartinismo, ou também conhecido como vaca maninha, é quando ocorre a gestação gemelar em bovinos, porém os animais obrigatoriamente irão ser de sexos diferentes. Como a placenta dos bovinos em gestação gemelar faz uma anastomose (um mesmo vaso é utilizado para as duas placentas dos dois filhotes), os hormônios andrógenos do macho passam diretamente para a fêmea junto aos fatores de diferenciação inibindo a diferenciação sexual em fêmea, nascendo um animal XX/XY, possui ovários rudimentares e afuncionais se tornando andrógena. Essas fêmeas vivem normalmente sem complicações, porém são inférteis, ficam em anestro permanente, são utilizadas como rufiona ou são descartadas. IV- Prolapsos: os prolapsos de órgãos reprodutores acontecem geralmente decorrente de partos distócicos, fêmeas primíparas ou muito velhas, fetos mortos edemaciados, retenção de placenta ou hiperestrogenismo. Os principais sinais clínicos é a visualização do órgão podendo ser completa ou parcial. Se for uterino podemos ver a inversão do útero (podemos ver o órgão inteiro ou apenas os cornos). Para o tratamento temos que lavar e higienizar o órgão, podemos retirar as necroses formadas, com lubrificante podemos reintroduzir o órgão para a cavidade após uma anestesia epidural. Junto aos prolapsos de órgãos reprodutores, podemos ter também o de órgãos urinários como a bexiga, fundo do canal vaginal e do reto, ocasionado pelos mesmos motivos. V- Retenção placentária: após o parto naturalmente há a repulsão da placenta, cada espécie pode demorar um tempo específico. Tempo de retenção placentária Bovinos +/- 12h Equinos +/- 3h Suínos +/- 4h Pequenos ruminantes +/- 8h Cães e gatos Expulsão imediata Caso tenha retenção placentária (após a contagem de cada animal) os sinais clínicos mais comuns são restos placentários presos à vulva, odor forte (característico) por decomposição, muco sanguinolento, quebra do leite, rejeição do filhote, contaminação uterina. Como tratamento podemos realizar a tração manual e gentil da placenta, induzir a contração uterina com ocitocina, lavagem com litros de soro fisiológicos, massagem uterina via retal, antibioticoterapia e colagenases. Como profilaxia podemos administrar selênio e vitamina E na dieta dos animais, administrar ocitocina e prostaglandinas para o auxilio da contração uterina após o parto. VI- Inflamações e infecções uterinas: podem ser classificadas como endometrite, metrite puerperal séptica (após o parto) e perimetrite (inflamação de órgãos adjacentes). -Endometrite: é a inflamação na parte mais interna da camada uterina, sendo mais simples que uma metrite, geralmente não apresenta sinais clínicos e é autolimitante. -Metrite: é a inflamação que acomete o endométrio e o miométrio decorrente de uma distocia, retenção de placenta, natimortalidade e manejo santirário inadequado. Como sinais clínicos temos o corrimento fétido, cérvix dilatada, pode causar anorexia, septicemia, quebra do leite, hipertermia e maior produção do corrimento. O diagnóstico é feito pelo histórico e sinais clínicos característicos, porém podemos utilizar USG, palpação retal e exame de sangue. O tratamento consiste em realizar uma lavagem uterina, suporte clínico físico e alimentar, antibioticoterapia, ocitocina e prostaglandina 10 dias após o parto. A metrite pode gerar baixo retorno econômico, maior intervalo entre partos, diminuição da taxa de serviço, dificuldade de emprenhar ou pode evoluir para uma piometra. -Piometra: acontece a infecção uterina durante o cio enquanto a cérvix está aberta, assim que a fase de estro e metaestro acabam, a fase de diestro se inicia com alta quantidade de liberação hormonal de progesterona fazendo com que a cérvix fique fechada. Para realizar o tratamento devemos fazer a castração (em pequenos), realizar lavagem para a retirada do exsudado com auxilio da PGF2 alfa. VII- Afecções ovarianas: a maior parte dos bovinos possuem cistos foliculares que por modificações genéticas não reconhecem o LH, assim crescem com o estímulo do FSH, porém não rompem. Enquanto cresce produzem muito estradiol dando cio frequentemente sem respeitar o intervalo entre os cios. Pode ser que as células foliculares também não produzam o estradiol, sendo um animal em anestro permanente. Como sinais podemos ter o cio repetido, hipersexualidade e androgenização por aumento de testosterona. O tratamento consiste na aplicação de LH e GnRH para o cisto se romper, aplicar progesterona para melhorar o feedback de controle do cio. 6- Passos da inseminação artificial: -Preparo: devemos deixar montado o aplicador, a bainha, separar uma tesoura, papel toalha, luva e pinça. -Contenção: devemos conter o animal identificado no cio de manhã no tronco durante a tarde (12 horas para a ovulação). Fazemos o esvaziamento do reto e limpeza apropriada do períneo e da vulva (com auxilio de luvas e lubrificante). -Sêmen: devemos descongelar a palheta de sêmen em 35°C / 37°C por 30 segundos. Após isso devemos secar a palhetacom o papel toalha e montar o aplicador com a mesma. -Aplicação: abrir os lábios vulvares com uma mão ou com a ajuda de um espectro enquanto realiza palpação retal da cérvix. Passe o aplicador até o corpo do útero e deposite o sêmen devagar. -Finalização: retire o aplicador do canal vaginal e a mão do reto e massageie por último o clitóris da fêmea, descarte as luvas e a bainha descartável. 7- Manejo do cio: -Taxa de concepção: é a taxa de ovulação (quantidade de óocitos liberados e de boa qualidade) + a taxa de fêmea em estro (quantidade de fêmeas que são detectadas no cio). A manipulação do cio acaba com o trabalho da detecção do cio, sendo definida uma data / época para as fêmeas darem cio, diminuindo perdas, aumento no número de fêmeas fecundadas. -Indução do cio: é quando uma fêmea em anestro (puerperal, estacional, déficit no eixo) é induzida a entrar em cio aplicando hormônios para que a atividade ovariana volte. -Sincronização do cio: é quando temos fêmeas ciclando, porpem não estão sincronizadas, cada fêmea está em uma época diferente do ciclo, assim sempre iremos manipular a luteólise para que essa fase tenha seu tempo diminuído ou aumentado. -Eficiência reprodutiva: é quando manipulamos o ciclo para que ocorra o cio, gestação e parição em épocas convenientes. Podemos sincronizar o cio de um lote para que nasça na época da chuva. - Hormônios utilizados nos processos: temos a progesterona (realiza atresia nos folículos, porém não pode ser utilizada sozinha), estradiol (é aplicado quando queremos induzir o pico de LH pulsátil e estimular o GnRG, indutor de ovulação e também gera produção de PGF2 alfa no endométrio). PGF2 alfa (aplicamos o estradiol junto ao implante de progesterona para que quando retirarmos o dispositivo, sete dias depois a PGF2 alfa já foi produzida pela indução do estradiol, ocorrendo luteólise logo em seguida diminuindo o tempo de diestro). As gonadotrofinas são mais utilizadas em processos de IATF já que conseguem manipular o desenvolvimento folicular junto a ovulação aplicando FSH / LH. Geralmente aplicado 2 dias após a retirada do implante de progesterona e 16 horas depois ela ovula. -Ovsynch: é um protocolo de IATF onde aplicamos GnRH após o cio para estimular a ovulação e logo em seguida a PGF2 alfa para que a luteólise ocorra e o tempo de diestro seja diminuído. Assim começa uma nova onda folicular aplicando GnRH novamente para que ocorra a foliculação e a ovulação quando for conveniente. https://www.abspecplan.com.br/?modulos/abs_news/express:73 8- Transferência de embriões: -Receptora: deve ser do mesmo tamanho da doadora para evitar partos distócicos, deve possuir a habilidade materna, ter ECC bom, cio ser sincronizado com a doadora com o mesmo ciclo. O ideal é que tenha maior numero de receptoras do que o número de filhotes pretendidos, caso tenha um menor número podemos inocular mais de um embrião do mesmo grau. https://www.abspecplan.com.br/?modulos/abs_news/express:73 -Doadora: como é a doadora dos genes bons, deverá possuir bons índices zootécnicos, alta produção, ECC bom para ciclar, genética superior e estar cadastrada na associação dos criadores. -Embriões: podem ser classificados entre os utilizáveis (I, II e III) e os mortos por rompimento da zona pelúcida (IV). -Superovulação da doadora: após o cio a fêmea entra em metaestro e diestro, sua ovulação ocorre e dois dias depois se inicia uma nova onda folicular, porém entram em atresia já que a progesterona está em alta. Demora 7 dias a formação da onda folicular. Uma nova onda se iniciará assim em 2 dias aplicamos 8 doses de FSH decrescente por 4 dias, nos últimos dois dias devemos utilizar a PGF2 alfa para a luteólise do ultimo cio ocorrer e encurtar o tempo de diestro. A aplicação do FSH recruta novos folículos, a dose vai diminuindo já que os folículos crescem conforme cada dose aplicada. Após a fecundação o embrião demora de 6 a 8 dias para fixar no útero, a colheita deve ocorrer no entre o sexto e oitavo dia de fecundação. Antes do sexto dia ele não está no corpo uterino e depois do oitavo dia pode ter ocorrido a ruptura da zona pelúcida tornando-se um embrião de grau IV. -Retirada do embrião: com a ajuda de um balão fazemos o colabamento dos cornos uterinos com o auxilio do liquido PBS quente, fazendo com que ele volte para o filtro. Com um instrumento de duas vias deixamos o liquido entrar e sair pela gravidade, com a ajuda da massagem uterina pela palpação retal. Os embriões devem cair em um filtro e o PBS deve ficar junto para manter o meio. -Inovulação: a vaca receptora deve apresentar o corpo lúteo no ovário, assim fazemos o mesmo procedimento da inseminação artificial e implantamos o embrião no corno uterino que possui o ovário com corpo lúteo. 9- Fertilização in Vitro de embriões (FIV): - Vantagens: com a FIV podemos obter o melhoramento genético mais rápido, diminuir o intervalo entre partos, aumentar o número de gestações pela ovulação sem prenhes, usar sêmen sexado e produzir mais embriões. -Doadora: como é a doadora dos genes bons, deverá possuir bons índices zootécnicos, alta produção, ECC bom para ciclar, genética superior e estar cadastrada na associação dos criadores. Podemos utilizar fêmeas que não estão mais aptas a formarem embriões da forma convencional, fêmeas a partir de 6 meses, gestantes até o terceiro mês ou puerperais. -Receptoras: deve ser do mesmo tamanho da doadora para evitar partos distócicos, deve possuir a habilidade materna, ter ECC bom, cio ser sincronizado com a doadora com o mesmo ciclo. -Aspiração: realizamos a aspiração folicular com a ajuda de um USG, usamos uma agulha para perfurar os ovários e aspiramos o líquido folicular junto aos óocitos. -Maturação: existem 4 graus de óocitos (I, II, III são os estacionados em prófase I que possuem cumulus compacto e o grau IV que possui o cumulus expandido e se encontram em metáfase II). Podemos utilizar I, II e III e realizamos a maturação em uma incubadora, o IV não é viável em bovinos já que não é viável descongelar apenas uma palheta de sêmen. O processo de maturação demora entre 18 a 24 horas, colocamos os óocitos na placa por meio de maturação levando a uma estufa a 5% de dióxido de carbono, esperamos até que chegue a metáfase II. -Método de Percoll: é o processo onde manipulamos os SPTZ descongelando a paleta do sêmen e colocando no meio Percoll (viscoso), após isso é colocado em uma centrífuga onde fica por 5 minutos, os vivos vão para o fundo e os SPTZ mortos ficam presos no Percoll. -Método de Swim up: é quando manipulamos os SPTZ no meio talp (fluído) e levamos a uma estufa por uma hora e meia, assim os vivos nadam e os mortos sedimentam. -Capacitação: para retirar a capa proteica do sêmen que fica em volta dos SPTZ devemos utilizar heparina (semelhante ao que é produzido no sistema reprodutor feminino), assim os SPTZ conseguirão fecundar o óocito. -Fertilização: para fertilizar pegamos a placa com os óocitos maturados e aplicamos os SPTZ capacitados e vivos, após isso devemos aplicar uma capa de óleo mineral e levar a estufa por 24 horas verificando a presença de 2 corpúsculos polares. A cada dois dias verificamos os óocitos fecundados se estão vivos ou mortos trocando a capa de óleo, no 8 ou 9 dia estará em estágio de blastocisto e pode ser fecundado em uma receptora no 8 ou 9 dia de diestro. 10- Processos da fecundação: -Capacitação espermática: ao ser ejaculado no fundo da vagina, os SPTZ seguem o caminho até as tubas uterinas, assim durante seu trajeto dentro do sistema reprodutor feminino ele perde a capa proteica e se torna capacitado. -Hiperatividade espermática: ao chegaràs tubas uterinas os SPTZ ficam aderidos as vilosidades da estrutura, assim ao se encontrar com óocito ocorre o processo de quimiotaxia (entrada de cálcio pela membrana e liberação de quinases) que auxiliam o SPTZ a baterem sua cauda pendularmente e se desgrudarem da vilosidade para encontrar com o óocito. - Entrada do espermatozoide no óocito: no óocito ocorre mudança nas células do cumulus, elas liberam hialuronidases para facilitar a entrada do SPTZ no óocito. Já o SPTZ possui o acrossomo em sua cabeça (vesícula com enzimas) ao encostar-se à zona pelúcida do óocito ocorre à formação de poros para a passagem do mesmo, se direcionando para o espaço perivitelínico onde os corpúsculos polares estão (Reação do Acrossomo). -Fusão: ao passar pela zona pelúcida o SPTZ se fusiona com a membrana do óocito, se incorporando ao citoplasma do gameta feminino, tornando-se viável apenas a estrutura do DNA masculino, o resto é descartado. -Bloqueio da polispermia primária: após a fusão, ocorre a despolarização da membrana do óocito para repelir novos SPTZ. -Bloqueio da polispermia secundária: os grânulos corticais realizam produção de enzimas que vão a zona pelúcida e realizam modificações nas proteínas da mesma impedindo a passagem de novos SPTZ. -Singamia: é a fusão dos dois núcleos n+n dos gametas, podemos observar dois pró-núcleos e dois corpúsculos polares, tudo isso dando origem ao zigoto. 11- Inicio do desenvolvimento embrionário: -Após a fecundação, o zigoto é encaminhado para o corpo uterino, processo que pode demorar até 6 dias (chega em formato de mórula). -Ao chegar ao endométrio está em estágio de blastocisto, onde possui um polo de células, um antro e uma camada de células chamada de trofoblastos (na periferia da célula), esses possuem função de produzir placenta. A zona pelúcida só é rompida a partir do nono dia. -Após o nono dia torna-se blastocisto eclodido deixando sair os corpúsculos polares, assim após o rompimento da zona pelúcida, o zigoto se fixa na parede do endométrio (parte dos embrioblastos), caso seja mais de um zigoto (como no caso de cadelas ou gatas) os zigotos se fixam equidistantes. -Ao mesmo tempo os embrioblastos começam o processo de desenvolvimento do embrião. -A gastrulação ocorre no décimo dia, é quando os embrioblastos começam a se diferenciar em ectoderma (dá origem a pele, anexos e SN), mesoderme (da origem a maior parte dos órgãos) e endoderme (dá origem ao tubo digestivo). -A partir do vigésimo sexto dia ocorre a diferenciação sexual, é quando os gonócitos estão colonizando a crista genital, caso seja XY possuirá um gene SRY que produz medularina e TDF (fator determinante de testículo), esses hormônios organizam os gonócitos em tubos seminíferos dando origem aos testículos. Caso seja XX não haverá ação do gene SRY assim 12 semanas depois os ovários começam a crescer. -Na crista genital há dois ductos (ducto de Muller e ducto de Wolf). -O ducto de Wolf dará origem aos órgãos reprodutores masculinos, caso seja XY os testículos serão formados e a testosterona desenvolve em 2 ductos de Wolf e inibe o ducto de Muller (por fatores anti-mullerianos). -Caso seja XX não haverá testosterona para desenvolver o ducto de Wolf nem hormônios anti-mulleriano, assim o ducto de Muller se desenvolverá dando origem aos órgãos reprodutores femininos. Órgãos reprodutores com 3 meses Órgãos reprodutores com 6 meses XY Órgãos reprodutores com 6 meses XX Tubérculo genital ➔ Pênis Clítoris Pregas uretrais ➔ Rafe escrotal -- Eminência lábio escrotal ➔ Escroto Lábios maiores 12- Formação da placenta: as células dos trofoblastos invadem o endométrio rompendo vasos sanguíneos em humanos, nos animais não há esse rompimento. -Função da placenta: alimentação do feto, troca gasosa, passagem de nutrientes, minerais e vitaminas, pela artéria de algumas espécies chegam anticorpos, produção de hormônios como o HCG e o ECG, progesterona e estradiol. -Membranas: o âmnio (possui o líquido amniótico que lubrifica o embrião, mantém a T°, protege contra choques mecânicos), alantoide (possui o líquido que armazena as excretas do embrião) e o córion (pode ser chamado de corioalantóide já que é muito próximo da membrana anterior, é a mais externa e a que faz contato com o útero, tem ligação com o cordão umbilical). -Tipos de placentas: temos a cotiledonária (bovinos) possuem placentomas (ligação entre cotilédone e carúncula da mãe), possui as 5 camadas não tendo apenas o epitélio endometrial. Temos a multicotiledonária (equinos e suínos) possuem placenta semelhante aos bovinos, porém são menores em tamanho de placentomas. É a que possui mais camadas (6 camadas no total) fazendo maior filtração. A zonaria circular é apenas uma faixa que envolve o embrião de cães e gatos (aderida ao endométrio), possui 4 camadas (não tem tecido conjuntivo materno e epitélio endometrial). A discoide é apenas um disco que se liga ao endométrio e ao feto (em primatas e roedores), o resto é livre, possui apenas 3 camadas (não tem o epitélio endometrial, tecido conjuntivo materno nem o endotélio materno). 13- Abortamento: é o ato de expelir o feto morto ou natimorto. -Abortamento por micoses em bovinos: geralmente ocorre a infecção por ingestão de alimentos mofados ou contato diretamente pela mucosa como com pipetas de inseminação mofadas. Os agentes mais comuns é o Absidia, Candida Albicans e Aspergillus Flavus. Os sintomas ocorrem no terço final da gestação, as fêmeas ficam com o pelo opaco, 30% dos fetos nascem dermatite fúngica. Um método de profilaxia para evitar perda de bezerros é a limpeza correta de pipetas, estocar comida apropriadamente e ventilação em criações em confinamento. -Rinotraqueíte infecciosa bovina ou vulvovaginite pustular infecciosa: ambas são causadas pelo herpesvírus tipo I, pode contaminar pelo sistema respiratório ou genital (sêmen congelado contaminado). Sua principal característica é que ficam latentes e só atacam em queda de imunidade. O abortamento ocorre no 2/3 terço da gestação, pode ocorrer corisa intensa, é altamente contagiosa, 90% do rebanho pode adquirir, baixa mortalidade. Os fetos irão ficar com os rins e o fígado necrosados. A profilaxia que deve ser realizada é a vacinação e evitar a imunossupressão do animal. - Diarreia viral bovina: é causada pelo pestevírus, está relacionado a peste suína, maiores danos ocorre nos bezerros. A introdução de animais novos e doentes, ingestão de fezes contaminadas no pasto, monta natural são causas da contaminação pelo vírus. O abortamento ocorre no primeiro terço da gestação, os bezerros podem ter diarreia intensa, equimoses, trombocitopenia, hemorragias e febres. -Herpes vírus equino: é um vírus muito agressivo que ataca sistemicamente o feto, ocasionando necrose hepática fetal. O abortamento na fêmea ocorre no 2/3 da gestação, sua disseminação é pelo ar, fica latente e age em casos de imunossupressão. A profilaxia desse animal é obrigatória onde à vacinação deverá ocorrer em fêmeas prenhes nos 5, 7 e 9 meses de gestação. -Herpes vírus Suíno (doença de Aujeszky): é ocasionada pelo herpes vírus tipo I, o abortamento pode ocorrer em qualquer momento da gestação dos suínos, caso os leitões cheguem a nascer irão apresentar uma pseudorraiva com alterações neurológicas, andam em circulo com head tilt. Como profilaxia tem a vacinação das fêmeas, porém caso seja confirmado um caso, é necessário realizar o abate de todos os animais da produção com vazio sanitário de 6 meses. -Brucelose (zoonose): é uma bactéria que possui diversas CEPAS e é GRAM negativa, é intracelular facultativa, caso venha se alojar intracelularmente o animal setorna portador. O abortamento ocorre no terço final da gestação e em machos causa orquite. A contaminação ocorre pelo contato direto da pele, secreções ou entre mucosas, ingestão da placenta, pelo leite. Como profilaxia temos a vacinação obrigatória, incinerações do animal abatido, em pequenos animais podem fazer a castração, porém ainda é portador. -Campilobacteriose (DST exclusivamente): é uma bactéria GRAM negativa que se aloja no prepúcio do macho e é transmitida durante a cópula. A transmissão para a fêmea ocasiona uma metrite, o que torna o útero hostil para o embrião, levando a uma morte embrionária, caso o embrião consiga se fixar não passa dos 6 meses de gestação. Devemos realizar uma cultura e antibiograma do lavado do prepúcio do macho para confirmar se é campilobacteriose, o tratamento consiste em antibioticoterapia em fêmeas e machos. Como profilaxia pode ser utilizada o sêmen congelado. - Tricomonose (DST exclusivamente): é um protozoário que se aloja no prepúcio do macho sendo assintomático para o mesmo. Ocasiona metrite na fêmea, abortamento até 6 meses de gestação ou morte embrionária. Para identificar devemos fazer o lavado prepucial e esperar sedimentar, após isso analisamos no microscópio. Como profilaxia devemos utilizar o sêmen congelado. - Clamídia (zoonose): a contaminação ocorre por meio de ingestão ou monta natural, é originária dos pássaros, afeta mais ovinos do que grandes ruminantes. Os principais sintomas ocasionados nos machos são a vesiculite em glândulas anexas, em fêmeas ocorre o abortamento no terço final da gestação, porém o animal cria anticorpos após o primeiro contato. -Leptospirose (zoonose): bactéria transmitida por aves e roedores, pode ser adquirida por contato de pele, boca, nariz lesionados ou ingestão do portador paratênico. É estacional, ocorre mais em épocas de chuvas. Ocorre necrose dos túbulos renais fetais e maternais, demora 4 a 6 dias a incubação, abortamento ocorre no terço final da gestação. -Metrite contagiosa em equinos (DST exclusivamente): é uma bactéria que se aloja no prepúcio do macho sendo assintomático para o mesmo. Ocasiona uma morte embrionária ou até 2/3 da gestação, verificamos cio repetido e irregular. Para identificar devemos realizar uma cultura com material coletado em volta do clitóris. -Neosporose: é um protozoário que possui como hospedeiro definitivo o cão (o cão pode ter encefalomielite), se a fêmea ingerir as fezes do cão contaminado pode levar ao abortamento no terço final da gestação, caso o feto nasça e for fêmea se torna hospedeiro intermediário. 14- Fases do parto: -Pródromos: é quando a fêmea começa a se preparar para a expulsão do feto, começam variações hormonais e comportamentais, pode iniciar 7 a 10 dias antes do parto. Durante toda a gestação a progesterona fica em alta para manter a prenhes, porém quando está próximo ao parto esse nível de progesterona começa a cair e o de estradiol aumenta. -Desencadeamento do parto: quem escolhe o dia que irá nascer é o próprio feto, por estar em um local apertado, com restrição de movimento e diminuição de nutrição ele entra em estresse e começa a produzir cortisol. Esse cortisol fetal ativa a enzima 17-alfa-hidroxilase que transforma progesterona em estradiol que por sua vez começa a aumentar. O aumento do estrogênio na corrente sanguínea da fêmea estimula o útero a produzir PGF2 alfa para estimular a exposição de receptores de ocitocina no miométrio. Com ocitocina, estradiol e PGF2 alfa liberados na corrente sanguínea temos o inicio das contrações uterinas (não visíveis) ocasionando aumento no cortisol fetal. Com essas contrações o feto começa a se mexer mais o que estimula a produção de ocitocina e relaxina. A relaxina é responsável por relaxar as vias moles e vias duras do parto como ligamentos, cérvix, sínfise púbica entre outros. Após as contrações uterinas, temos a descida do útero ventralmente, o que leva a exposição do vazio do flanco e o rompimento da membrana alantoideana com extravazamento de líquido. -Expulsão do feto: cada espécie demora um tempo especifico para realizar a expulsão do feto. Espécie Tempo de expulsão Cães e gatos 15 minutos a 2 horas Equinos 30 minutos Suínos 15 minutos a 2 horas Ruminantes 1 a 3 horas. Quando ocorre o rompimento do alantoide e o feto se posiciona na via fetal, no assoalho do canal vaginal há barorreceptores que com a pressão do feto, estimula a medula a fazer contração abdominal (reflexo de Ferguson). -Distocias: o mau posicionamento, gigantismo fetal, incompatibilidade da fêmea com o feto, podem levar a problemas durante o parto. Se a passagem demorar mais que o tempo previsto para cada animal o feto pode ser estrangulado pelo cordão umbilical e sofrer asfixia por falta de oxigênio. -Estática fetal: temos a apresentação é quando identificamos a posição entre a coluna fetal e materna, pode ser longitudinal anterior/posterior, horizontal dorsal/ventral ou vertical dorsal/ventral. A posição é a relação da coluna do feto com a pelve da mãe, o não distócico é o vertebro-sacral, porém podemos ter posições distócicas como vertebro-púbica ou vertebro-íliaca. A atitude é a posição dos apêndices fetais como cabeça e membros posteriores / anteriores. Obrigatoriamente eles deverão estar estendidos, caso estejam flexionados é considerado uma distocia. 15- Ciclo estral dos equinos: dura cerca de 22 a 23 dias possui apenas estro e diestro, são estacionais entrando no cio apenas em meses claros como primavera e verão (sete dias antes do inicio da primavera pode ter o cio silencioso). - Cio do potro: a égua pode apresentar cio 7 dias depois do parto, caso a fecundação ocorra terá mais 6 dias para o embrião chegar ao corpo uterino, totalizando 13 dias para ocorrer a involução uterina. -Estro: dura em torno de 7 dias, com sinais de cio muito evidentes como exposição de clitóris, edema e eritema vulvar, micção frequente para liberar ferômonio e aceitação do macho. Podemos utilizar a rufiação (garanhão com capa protetora) para a identificação da fêmea no cio. -Ovulação: ocorre no estro já que a égua não tem metaestro, acontecem 24 a 48 horas antes do ultimo dia de estro. Se for utilizado monta natural devemos deixar o macho montar a fêmea em dias alternados durante os 7 dias de cio. -Controle da onda folicular: como não sabemos a data da ovulação, podemos fazer o controle com a palpação retal / USG, se estiver na fossa ovulatória com +/- 35 mm já é pré-ovulatório, porém há animais que ovulam apenas com 50 mm. Caso tenhamos que induzir a ovulação podemos administrar HCG, quanto mais edemaciado o corno uterino estiver mais próximo está a ovulação. -Sincronização do cio: aplicamos progesterona ou misturamos com a ração, caso esteja na fase folicular irá bloquear a foliculação, se estiver em diestro irá ocorrer luteólise depois de 14 dias pela PGF2 alfa natural. -Indução a ciclicidade: devemos induzir o cio em meses escuros com banhos de luz artificial das 17h às 21h (por 4 horas todos os dias) para manipular a glândula pineal. Também podemos “começar o dia mais cedo” fazendo o banho de luz 9 horas e meio depois do sol se por, deixando até o sol nascer novamente. -Inseminação artificial em equinos: evita DST e doenças abortivas, podemos usar o sêmen fresco, resfriado ou congelado. Para a inseminação com o sêmen resfriado ou fresco devemos detectar o cio, identificar se está na fossa ovulatória, aplicamos HCG para induzir a ovulação, faz a inseminação no corpo do útero. Para a inseminação com o sêmen congelado devemos fazer os mesmos procedimentos, porém o depósito do sêmen deveráocorrer nos cornos uterinos já que tem durabilidade baixa, deve ser aplicado após ovulação ocorrer. -Diagnóstico de gestação: após 13 dias da fecundação, já conseguimos identificar a vesicular com o USG, se tiver duas tem que romper uma já que não é suportado gestação gemelar. Para evitar inflamações após ruptura devemos administrar Flunixim Meglumine ® e 7 a 10 dias depois administramos progesterona. -Gestação: dura 11 meses e como a placenta produz ECG endógeno (mesma função do FSH), ele recruta novos folículos e luteiniza para que se tornem corpo lúteo acessório, auxiliando o corpo lúteo já existente. No meio da gestação o corpo lúteo sofre lise e a placenta passa a produzir progesterona. -Diestro: dura cerca de 14 dias, temos a alta de progesterona, os corpos luteis grandes são formados pelas células da granulosa. A luteólise ocorre no final do diestro pela PGF2 alfa, após a lise demora de 24 a 48h para entrar em estro novamente. 16- Ciclo estral de cães e gatos: • Cadelas: entram na puberdade de 2 a 3 meses antes de atingirem o peso corporal adulto, pode levar de 5 a 24 meses dependendo da raça. As raças pequenas são precoces e as raças grandes são tardias. São monoestricas não estacionais. -Pró-estro: dura em torno de 9 dias (média de 3 a 21 dias), onde ocorre sinais de cio bem evidentes, porém NÃO aceita o macho, possui alto pico de estradiol (atinge o pico de estradiol no final do pró-estro), secreção serosanguinolenta, a vulva edemaciada e realiza maior número de micções. http://ecodiagnosticavet.com.br/progesterona-a-ferramenta-que-pode-garantir-melhores- resultados/ A luteinização precoce do folículo ocorre antes do folículo se romper para a ovulação, as células da granulosa e da TECA começam o processo de luteinização fazendo com que os níveis de estradiol comecem a cair e o de progesterona aumente. O pico de LH marca a troca de pró-estro para estro. -Estro: ocorre o pico de LH, a fêmea se torna receptiva ao macho, realiza reflexo perineal positivo, a progesterona aumenta, após 48 horas do pico de LH ocorre a ovulação, porém demora 3 dias para a maturação, assim a melhor data para a fecundação é o quinto dia do estro. -Diestro: após a ovulação que ocorre no estro, há total formação do corpo lúteo, temos ainda altos níveis de progesterona, porém no final do diestro diminui, dura em torno de 2 meses sem fecundação, ocorre regressão total dos sinais de cio e ocorre luteólise ao final do período. -Anestro: é onde ocorre a quisciência reprodutiva, não tem variações hormonais, se comporta como se fosse castrada, dura em torno de 4 meses. • Gatas: são poliestricas estacionais, ou seja, apenas ciclam em meses de muita luz como primavera/verão (fotoperíodo positivo). -Pró-estro: é curto, dura somente dois dias, os níveis de estradiol aumentam gradativamente, sinais de cio acentuados como vocalização, rolamento, fricção e NÃO aceita o macho. http://ecodiagnosticavet.com.br/progesterona-a-ferramenta-que-pode-garantir-melhores-resultados/ http://ecodiagnosticavet.com.br/progesterona-a-ferramenta-que-pode-garantir-melhores-resultados/ -Estro: dura em torno de 5 a 6 dias, folículo dominante continua crescendo, aceita a cópula, aumento de estradiol, discreto edema vulvar e sangramento. Para ovular a fêmea precisa do estimulo da dor, podendo ser necessário mais de uma cópula para estimular o pico de LH. -Diestro: caso ovule ela entra em diestro, se não ovular não há essa fase. Se fecundar entra em gestação por 63 dias, se ovulou e não fecundou ela entra em pseudociese por 40 a 45 dias. -Interestro: caso ela não cruze ou não tenha recebido estímulos o suficiente para ovular, os folículos dominantes sofrem atresia, fazendo com que os níveis de estradiol caiam. Depois de 2 a 19 dias ela volta ao pró-estro se ainda estiver na fase estacional do ano. 17- Ciclo estral de pequenos ruminantes: são animais estacionais, ciclam apenas em épocas de pouca luz como outono e inverno, porém animais que vivem próximos a linha do equador (NE, N e NO) não são estacionais já que não há diferença de época de luz. -Puberdade: em 7 meses atingem 65% do peso corporal adulto, em regiões com menor disponibilidade de comida o primeiro cio pode ser afetado pelo balanço energético negativo. • Ciclo estral de caprinos: cicla a cada 21 dias nas épocas escuras. -Estro de caprinos: dura cerca de 36 horas, após 20 horas do pico de LH as fêmeas ovulam ainda no final do estro. Sua prolificidade é de 1,5, pode ovular mais de um óocito e parir até 3 filhotes. Os sinais do cio são bem evidentes gerando balidos, movimentação da cauda, edemaciamento e hiperemia vulvar, corrimento vaginal. O rufião pode passar até 2 vezes ao dia para identificar o cio, caso seja identificado inseminar 12 horas depois. O reflexo de Flehmen é o movimento labial que os machos fazem para aspirar maior quantidade de ferômonios femininos para auxiliar a excitação do animal. O odor hircino é uma glândula que fica na base do chifre, produzindo um óleo com odor muito forte. Em rebanhos leiteiros não pode deixar o macho próximo da produção de leite já que o produto pode adquirir o cheiro. O cruzamento entre MM (mocho → sem chifre), Mm (possuem apenas a base do chifre) ou mm (animal com chifre) podem gerar animais MM (fêmeas nascem pseudo-hermafroditas ésteres e machos possuem grânulo no epidídimo), NUNCA cruzar animais MM x MM ou Mm x Mm para que não nasça MM. -Metaestro dos caprinos: dura cerca de três dias, é a fase de luteinização dos folículos onde o LH diminui sua pulsatilidade e a progesterona aumenta. -Diestro dos caprinos: dura cerca de 14 dias e mantém a progesterona alta. • Ciclo estral de ovinos: cicla a cada 17 dias nas épocas escuras. -Estro em ovinos: possui o cio menos evidente do que caprinos, apenas o rufião consegue identificar, demora em torno de 35 horas, as ovelhas púberes tem o cio com menor tempo de 25 horas. Os seus dois primeiros cios podem ser silenciosos, até mesmo os machos não identificam, as ovelhas púberes não possuem muitos receptores de estrógeno, assim necessitam que a progesterona exponha os receptores de estrógeno (Priming da progesterona). -Diestro: seu corpo lúteo se degenera mais rápido, com o diestro durando apenas 10 a 11 dias. • Efeito macho para caprinos e ovinos: separamos os machos e as fêmeas durante o diestro sem contato nenhum, após um mês se houver contato o ferômonio do macho estimula a fêmea dando cio 5 dias depois. Pode ser utilizada para antecipar a puberdade em ovelhas santa Inês (não são estacionais), antecipar fim do anestro de lactação e sincronização do cio. • Efeito fêmea para caprinos e ovinos: a fêmea no cio estimula maior produção de testosterona no macho, assim há maior descarga de LH usando para sincronizar as fêmeas. • Protocolos para Santa Inês ou animais não estacionais do NO / N / NE: -Dezembro/Janeiro: deixamos as fêmeas sem contato com o macho. -01/02 a 14/02: colocamos os rufiões para realizar o efeito macho. -15/02 a 15/03: por um mês deixamos o carneiro a solta com as fêmeas para ocorrer monta ou inseminação artificial. -Julho a agosto: ocorrem os partos. -Setembro: na metade do mês 9 realizamos o desmame e o macho fica longe todo o período. -15/10 a 30/10: colocamos os rufiões novamente. -01/11 a 30/11: deixamos o carneiro solto novamente para a monta. -Abril do próximo ano: ocorrem os partos. Em 24 meses conseguimos até 3 partos por fêmeas. • Protocolo de sincronização do cio: só pode ser realizado na época da monta. -Aplicamos o Cidr (dispositivo intravaginal de progesterona) por 5 dias, podemos usar também a esponja vaginal por 11 dias. As que estão em cio parao ciclo, as que estão em diestro terminam de formar o corpo lúteo. -Com o protocolo da esponja ou do Cidr aplicamos PGF2 alfa para destruir o corpo lúteo existente. -Ao retirarmos os dispositivos aplicamos ECG para sincronizar a onda folicular. Caso use Cidr a fêmea entrará em cio em 30 horas, se for a esponja vaginal em 20 horas após a retirada. • Indução do cio: apenas realizar caso as fêmeas estejam em anestro estacional conseguindo até 3 partos em 24 meses. É utilizado para aumentar o numero de cordeiros, para obter mais meses de leite fora da época estacional. -Podemos utilizar implantes de melatonina. -Programas de luz confinando as fêmeas que estão ciclando em um galpão no mês de abril dando luz a elas das 17h às 21h. Em agosto desligamos as luzes, as fêmeas não confinadas param de ciclar e as que foram confinadas entram no ciclo. -Esponjas intravaginais com progesterona ou Cidr. • Processos de inseminação artificial em caprinos ocorrem como a de bovinos, porém em ovinos não é possível já que sua cérvix é tortuosa. 18- Exames ginecológicos: -Avaliação: fazemos a inspeção da vulva, vagina (vestíbulo + canal), corpo uterino, cornos uterinos, tuba uterina, ovários e glândulas mamárias. -Citologia vaginal: exame utilizado para identificar em qual fase do ciclo a cadela esta, contagem de dias para o parto, detecção de infecções e tumores venéreos. As células basais são as células que ficam mais distantes do lúmen e de vasos sanguíneos, apenas com um exame de biópsia conseguimos visualizar. As células parabasais são células mais superiores, possuem núcleo bem maior e consegue ser vista na citologia. As células superficiais (se assemelham a um sucrilhos) podem ser nucleadas (inicio de queratinização) e podem ser classificadas como anucleadas (totalmente queratinizadas), ficam longe dos vasos e morrem cedo. As células intermediárias possuem mais citoplasma do que núcleo se assemelha a um ovo frito. As células complementares são as hemácias, células do clitóris, bactérias, células do metaestro (células intermediárias que fagocitam neutrófilos), células espumosas (presente apenas no anestro) e TVT. -Fases do ciclo e a citologia vaginal de cada fase: No inicio do proestro iremos encontrar células parabasais e intermediarias. Já no final vemos células superficiais nucleadas (em maior quantidade), podemos visualizar muco e hemácias. No estro encontramos diversas células superficiais anucleadas, geralmente estão juntas e na lâmina iremos ver grande quantidade de células juntas. No diestro encontramos apenas células parabasais e intermediárias agrupadas, sem nenhuma superficial (baixo estradiol), o agrupamento formam cachos. No terço inicial do diestro encontramos grande quantidade de neutrófilos e células do metaestro já que é considerada a fase de limpeza. No anestro não há quase nenhuma célula, encontramos poucas parabasais ou pequenas intermediárias que estão em degeneração (células espumosas) por citólise. http://www.santelaboratorio.com.br/ciclo-estral/ 19- Afecções do sistema reprodutor de cadelas e gatas: • Vaginite: É quando encontramos células parabasais, intermediárias, muitos neutrófilos e células espumosas na citologia vaginal, podemos pensar em vaginite. Pode ser pré-pubere é quando ocorre uma vaginite antes do primeiro cio pela transição da flora bacteriana. -Causas: imunidade local baixa (diestro com aumento de progesterona), crescimento desorganizado da flora, neoplasias, corpos estranhos e infecções urinárias primárias. -Sinais Clínicos: prurido, edema, eritema, lambedura, alopecia, dermatite perivulvar, secreções serosanguinolentas, atenção do macho por cheiro forte (pode ser confundido com o cio). -Diagnóstico: idade, histórico clínico, vaginoscopia, citologia, cultura e antibiograma. -Tratamento para cadelas juvenis: o próprio estradiol do primeiro cio pode resolver a afecção, se estiver atrapalhando podemos lavar e secar e aplicar Flogo – Rosa para reposição da flora. -Tratamento para cadelas adultas: primeiro deverá ser definido a etiologia da afecção, fazer lavagem com sabão da vulva e do vestíbulo, http://www.santelaboratorio.com.br/ciclo-estral/ lavagem do canal com pipeta (flogo-rosa + vitamina C + sabão), antibioticoterapia apenas em casos muito graves. • Hiperplasia vaginal e prolapsos: -Causas: alta quantidade de estradiol pode levar a uma hiperplasia ou o prolapso em si, assim sendo comum no pró-estro e estro ou no final da gestação. Anomalias anatômicas ou compressão abdominal também podem ser uma das causas. -Graus de prolapso: o grau 1 é quando ocorre apenas o prolapso da prega do assoalho da vagina, sem protrusão visível, apenas inchaço da região perineal. O grau 2 é a exposição da prega do assoalho podendo ou não expor os lábios vulvares. O grau 3 é o máximo de exteriorização da prega com todo o assolaho vaginal exposto. -Sinais clínicos: exposição total da mucosa vaginal ou parcial, lambedura local, alterações da vascularização podendo ter necrose ou patógenos locais, corrimento vaginal e obstrução da uretra. -Diagnóstico: palpação vaginal, citologia (observar se está no cio), histórico clínico e sinais. -Tratamento: depende da fase do ciclo que está, se estiver no cio tem que interromper para que o estradiol caia (utilizar antagonistas de GnRH), limpamos e lubrificamos para colocar no lugar. Castração é indicada para que não ocorra novamente em outros cios. • Complexo hiperplasia endometrial Cística – Piometra: -Causas: geralmente acomete cadelas senis que possuem diestro mais longo. A alta quantidade de progesterona hiperplasia o endométrio e as glândulas uterinas produzem muco em excesso criando um meio rico para bactérias. O longo diestro vai degenerando o endométrio e as glândulas formam cistos, sendo um passo antes de a piometra ocorrer. A piometra acomete as 3 camadas uterinas gerando sinais clínicos de proporções sistêmicas, cistos ovarianos e ciclos irregulares. -Sinais clínicos: as bactérias produzem endotoxinas que podem afetar o sistema renal pelo depósito de imunocomplexos nos túbulos renais causando poliúria + polidpsia. Além da letargia, apatia, hiporexia, êmese, descarga purulenta vaginal, hipertermia ou hipotermia. -Diagnóstico: geralmente as de cérvix fechada demonstram sinais mais rápidos, USG, raio-x, hemograma (função renal e hepática), idade, fase do ciclo (estro há 1 ou 2 meses). -Tratamento: a castração é a mais indicada já que evita a contaminação no próximo ciclo, porém há tratamentos hormonais com inibidores de progesterona, PGF2 alfa, antibioticoterapia e suporte. (são caros e dolorosos). • Cistos foliculares: são folículos que não ovularam e passaram de 8mm, na fase de diestro, anestro ou fim de estro onde não deveria ter folículos. Pode ser bilateral ou unilateral, um único cisto ou múltiplos. -Sinais Clínicos: alta produção de estradiol, cio repetido, ninfomania, depressão medular, alopecia, hiperqueratinização da pele, ginecomastia e piometra secundária. -Diagnóstico: citologia encontrando células superficiais anucleadas, neoplasias ovarianas, USG e dosagem hormonal de estradiol. -Tratamento: castração ou indução da ovulação com GnRH e LH. • Hiperplasia mamária felina: geralmente ocasionado por tratamentos contraceptivos hormonais (grande quantidade de progesterona) sendo o organismo da fêmea felina sensível a altos níveis de progesterona. São mais afetadas fêmeas de 1 a 4 anos não castradas, pós-cio ou em lactação. -Sinais clínicos: nódulos em todos os tetos, bem delimitados e simétricos (homogêneos), medem de 2 a 5 cm, edema mamário, ulceração, necrose local, muita sensibilidadee infecções secundárias. -Diagnóstico: biópsia e histopatológico. -Tratamento: aplicar inibidores de progesterona, realizar castração para que não ocorra no próximo cio, inibir a lactação, mastectomia em área lesionada, se for grau leve tem como apenas acompanhar. • Pseudociese Manifesta: todas as cadelas possuem pseudociese (60 dias de diestro → 2 a 14 semanas pós-cio) por ter altos níveis de progesterona, porém algumas manifestam sinais e outras não. É muito comum, não há predisposição racial, nem de número de partos, nem com problemas reprodutivos, dá uma maior chance de desenvolver mastite já que há produção de leite que fica parada. -Causas: no final do diestro o organismo entende que é o final da gestação, assim a progesterona diminui e a prolactina (estimulada pela serotonina e inibida pela dopamina) aumenta. -Sinais: ganho de peso, comportamento protetor, adoção de objetos, produção de leite, distensão mamária, anorexia. -Diagnóstico: USG, raios-X para excluir prenhes. -Tratamento: colar elisabetano para evitar lambedura (estimulo da descida do leite), restrição hídrica, chá de salsinha, atividade física, antidepressivos, agonista de serotonina (ação dopaminérgica indireta) para saturação de receptores de prolactina. 20- Cuidados com neonatos: cada espécie possui um tempo específico que é considerado neonato, sendo para todas elas o período mais crítico. Os herbívoros naturalmente nascem mais preparados por serem presas, já os carnívoros são mais indefesos. • Termorregulação: como os neonatos possuem imaturidade hipotalâmica, eles não conseguem se manter na temperatura ideal. Os cães e gatos são pecilotérmicos, ou seja, nas duas primeiras semanas necessitam de calor (entre 27°C a 30°C) e boa umidade no ar para que não desidratem (pouco pelo e pele muito fina). Os filhotes de cão e gato usam a gordura marrom, metabolismo acelerado, não conseguem tremer pela baixa mielinização e fazem pouca vasoconstrição perdendo mais calor. Já os de herbívoros conseguem se termorregular já que possuem mielinização. • Sistema Cardiovascular: os neonatos possuem alta frequência cardíaca já que não fazem vasoconstrição, assim tem baixa resistência e alto fluxo de retorno. • Sistema respiratório: ainda é imaturo, porém funciona a partir do momento que nasce. Os neonatos necessitam de três vezes mais oxigênio do que os adultos por possuírem frequência cardíaca maior. Após o descolamento da placenta e o posicionamento do feto no canal vaginal há estímulos para ele respirar, assim se houver distocias o filhote pode começar a respirar dentro do útero. Após o nascimento devemos retirar o líquido com uma massagem nos pulmões, NUNCA balançar o animal ou pendura-lo já que pode retirar o líquido que protege seu estômago (capa protetora de anticorpos). O CRF (capacidade residual funcional) é quando o animal nasce e o líquido é retirado, o pulmão se expande cada vez mais na expiração até um momento que ele se mantém apenas expirando e inspirando formando assim o ar residual para não ocorrer atelectasia. • Sistema urinário: a filtração não é seletiva, assim perdem nutrientes, eletrólitos e água mais facilmente, pode ter desidratação e menor concentração urinária. O uraco persistente é quando há conexão tubular entre a bexiga e o umbigo, ainda é funcional mesmo após o nascimento. • Sistema hepatobiliar: os hepatócitos não são 100% funcionais, assim as enzimas podem estar 100% mais aumentadas, pode ocorrer baixa atividade da citocromo P450 (enzima que metaboliza medicamentos) e fazer colestase retendo bile podendo afetar processos digestivos. • Sistema hematopoiético: em um esfregaço sanguíneo vemos células percussoras (reticulócitos → hemácias ), ou seja, que ainda não foram maturadas, pois a medula óssea está imatura, são maturadas no timo. Já que as células são imaturas temos uma anemia regenerativa / progressiva até os 30 primeiros dias de vida. • Neonatos Hígidos: os que nascem de parto natural e saudável são chamados de hígidos. Com eles devemos nos preocupar apenas em retirar a membrana dos orifícios, massagem do tórax para limpeza pulmonar, fazer cura do umbigo e verificar parâmetros. • Distocias: os filhotes que passam por um parto distócico são mais propensos a terem problemas no período neonatal. Podem entrar em acidose metabólica, hipóxia e hipercapnia por estarem muito sem oxigênio. Após o nascimento não possuem tônus, respiram com dificuldade e com a boca aberta, não respondem a estímulos de dor, entram em cianose, diminui o débito cardíaco e possuem depressão respiratória, • Cesáreas: é a ultima opção caso esteja ocorrendo um parto distócico, como os neonatos estão mais tempo com a placenta descolada podem apresentar uma depressão respiratória. São animais que necessitam de maior estimulação, estão em hipóxia, temperatura pode chegar aos 30° C, nascem em acidose pelo tempo de espera, não possuem reflexo de sucção, diminuição de dor. • Grandes animais: as primeiras 24 horas são cruciais para os grandes animais, é o tempo em que ele está mais vulnerável a doenças. O colostro é a etapa mais importante já que possui imunoglobulinas e nutrientes que o neonato precisa. A limpeza do ambiente é necessária já que os neonatos, principalmente potros, estão suscetíveis a septicemia, artrite séptica ou doenças infectocontagiosas. A cura do umbigo deve ser realizada o mais rápido o possível, pode gerar infecções pelo uraco persistente que pinga urina e gera uma inflamação. A onfaloflebite é a inflamação de todas as estruturas do umbigo, pode necessitar de cauterização ou cirurgia. • Síndrome do mal ajustamento: é quando o potro não se adapta com o período neonatal, assim pode entrar em estresse, depressão respiratória, inibição do reflexo de sucção, hipoglicemia, dispneia e compactação de mecônio. • Período de desenvolvimento de pequenos animais: -Primeira à segunda semana: são as mais críticas já que eles não escutam, não andam, nem enxergam, possuem termotropismo positivo, precisam apresentar reflexo de sucção, a mãe deve estimular o reflexo urogenital. - Segunda a terceira semana: já conseguem ficar de pé, mamam a cada duas horas, com 10 a 11 dias os olhos e o conduto auditivo se abrem, porém são afuncionais. -Terceira semana ao primeiro mês: aparece os caninos e incisivos, possui maturação sensorial e começa as brincadeiras, a mãe educa e os filhotes começam a se afastar, a fontanela se fecha. -Quinta semana: já podemos começar a dieta de adaptação com a ração, misturando com o leite materno (adaptação do trato gastro intestinal). 21- Manejo reprodutivo em suínos: são fêmeas poliéstricas não estacionais, a puberdade é atingida em 6 a 7 meses com 160 a 170 kg. Seu ciclo dura 21 dias, o cio em porcas adultas dura 56 horas e em marrãs 47 horas. Em épocas quentes o cio é mais curto para ambas. • Pró-estro: possui vulva edemaciada, secreções mucosas, vulva hiperêmica, maior número de micções, inquietação, sinais de cio bem evidente, comportamento homossexual, RTH e RTM negativos. • Estro: dura 56 horas (2 dias + 10 horas), sinais ainda evidentes do cio, RTM + e RTH negativo durante o inicio do cio, já que a ovulação se ocorre no final do estro (36 horas após o inicio do cio), ela se torna RTM e RTH positiva. • Metaestro: duração de 2 dias sendo a fase de luteinização e formação de corpo lúteo. • Diestro: dura 14 dias, o corpo lúteo estão formados, ocorre maior secreção de glândulas uterinas pela presença de prostaglandina, vagina com mucosa pálida e seca. • Gestação: para que as porcas mantenham a gestação é necessário no mínimo 4 embriões produzindo sulfato de estrona junto ao interforonque impedem a ação da PGF2 alfa. • Sincronização do cio: Podemos realizar o efeito macho em fêmeas que estão em diestro com 1 cachaço para 6 a 10 fêmeas. Podemos também fazer o protocolo hormonal com progesterona na alimentação dos animais individualizados por 14 a 18 dias. • Indução do cio: aplicar PGF2 alfa nos dias 1 a 13 do ciclo para a lise do corpo lúteo do diestro. Aplicamos ECG em marrãs com o peso e idade certa, 7 dias depois aplicamos HCG. Pode ser usado no desmame precoce com fêmeas no 8 a 10 dia de lactação com o cio ocorrendo 44 a 46 horas depois. • Manejo de marrãs: representam 15% a 30% do rebanho já que a reposição de fêmea é alta. Quando chega aos 120 kg podemos usar seu segundo cio, antecipando o cio com o efeito macho ou protocolo hormonal de indução. O flushing é para aumentar o numero de ovulações em marrãs e fêmeas adultas, aplicamos ração de alto teor energético para estimular o recrutamento de folículos, 11 a 14 dias antes do cio. • Diminuição do intervalo entre partos: podemos diminuir o tempo de lactação e antecipar o cio em estágio puerperal. O desmame precoce só é indicado em caso de os leitões estiverem bem desenvolvidos com 3 semanas de lactação. A lactação normal dura 56 dias, caso fazer o desmame antecipado usamos o protocolo ECG / HCG com 3 semanas, após o desmame 7 dias depois ela ovula e conseguimos até 5 partos em 24 meses. • Diagnóstico de gestação: não retorno ao cio depois de 21 dias, RTM e RTH negativos, USG após 18 dias da monta ou inseminação, dosagem de progesterona após 21 dias. • Cachaço: atinge puberdade aos 4 meses de idade, castramos com 1 a 2 semanas de vida se for para corte. A partir dos 7 meses treinamos para ejacular fazendo colheita três vezes por semana. Com 1,5 ano ejacula todos os dias chegando a produzir até meio litro de sêmen. • Afecções do sistema reprodutor feminino de suínos: -Prolapso vaginal: pode ocorrer no final da gestação, durante ou logo após o parto. A causa mais comum é a consanguinidade, ingestão de milho mofado, manejo errado em piso inclinado. Para tratar devemos fazer a limpeza e a desinfecção local, caso não tenha lesões na mucosa devemos fazer a retração do órgão suturando para que não ocorra novamente. -Estrongenismo: a ingestão de cereais mofados pode levar a produção de micotoxinas que se ligam a receptores de estradiol, retomando os sinais de cio, prolapso vaginal, cio repetido, gera leitões com cio (transmitido pelo leite). -Cisto folicular: o aumento do cortisol por estresse térmico e erro de manejo faz diminuir o número de células da granulosa, por consequência diminuiu a produção de estradiol, realizando anestro, ciclos curtos ou irregulares. Podemos fazer tratamento hormonal. -Síndrome metrite, mastite e agalaxia: o estresse térmico e ambiental leva a uma queda de imunidade fazendo com que a porca pegue uma infecção por enterobactérias, os leitões necessitam de soro glicosado pela falta de produção leiteira, tratamos a sintomatologia das fêmeas, antibióticos é feito a partir do 112° dia de gestação como profilaxia. 22- Biotecnologias relacionadas a éguas: • OPU: ovum pick up, é a técnica de aspiração de folículos via transvaginal que usamos para outras formas de biotecnologia como TO, GIFT e ICSI. Pode ser realizado por laparotomia, pós-mortem ou USG. -Procedimento: um guia plástico possui um transdutor ultrassonografico e uma agulha para a punção. Levamos esse guia até o fundo da vagina com o auxílio do USG. A outra mão vai ao reto onde tracionamos o ovário para próximo do guia. Após identificar os folículos pela imagem, estocamos e furamos os ovários, a agulha possui duas vias, uma delas é conectada no PBS que entra no folículo, lava o mesmo, a segunda via retira esse líquido dos folículos com o auxilio de uma bomba. -Escalificação: precisamos escalificar o folículo para uma melhor retirada dos óocitos, fazendo giros na agulha. É necessária a sedação dos animais para que tenha o relaxamento dos ligamentos e que não sintam dor. • TO (transferência de óocitos): é realizado in vivo (fecundação na fêmea), utiliza do OPU, mas não é tão comum. -Procedimento: o óocito é maturado ou usa o maduro disponível para o procedimento, abrimos o flanco, identificamos a tuba uterina, depositamos os óocitos da doadora na receptora, seguindo pela inseminação artificial para a fecundação. -Vantagens: podemos aproveitas os óocitos das éguas doadoras que tenham problemas na ovulação ou na passagem gerando maior número de óocitos de genética boa. • ICSI (injeção intracitoplasmática espermática): é feita in vitro, utiliza do OPU e necessita apenas de um espermatozoide vivo, não necessariamente o sêmen necessita ser bom. -Procedimento: realizamos OPU e maturamos os óocitos, realizamos descamação oocitária retirando células do cumulus, realizando a injeção espermática e cultivamos até o momento da implantação na receptora. • GIFT (injeção intrafalopiana de gametas): é realizada in vivo, óocitos por meio da OPU, não é muito utilizado. -Procedimento: incisão no flanco, colocamos o oocito maturado na trompa junto com o espermatozoide, usamos menor quantidade de sêmen podendo ser de qualidade ruim. Alguns procedimentos não dão certos já que os espermatozoides não serão capacitados. 23- Exame andrológico nos machos: • Estruturas e funções: -Escroto: é a pele que protege os testículos, possui poucos pelos, gordura escassa, grande numero de glândulas sudoríparas e sebáceas para a termorregulação e túnica de dartos para a contração. Serve essencialmente para a proteção e termorregulação dos testículos. -Testículos: em algumas espécies necessita estar em 36/C a 38°C para o total funcionamento, o músculo cremaster realiza contração para a termorregulação, assim quanto mais próximo ao corpo mais quente ele ficará. O plexo pampiniforme é um enovelamento de artérias e veias onde o sangue arterial perde calor para o venoso, chegando aos testículos em uma temperatura agradável. Sua principal função é a produção de gametas masculinos e de hormônios sexuais. -Células de Sertoli: estão presentes nos testículos, realizam nutrição e sustentação da espermatogênese, nutrição dos SPTZ, fagocita os restos celulares, produz ABP (proteína transportadora de testosterona). -Células de Leydig: se encontram no parênquima basal dos testículos e são produtoras de hormônios andrógenos. -Células epiteliais germinativas: são células primordiais que ficam próximas a base, realizam a espermatogênese. • Eixo neuroendócrino gonadal: no hipotálamo há produção de GnRh onde realiza liberação de FSH e LH, pela hipófise. No testículo o FSH age estimulando as células de Sertoli e o LH nas de Leydig assim produzindo hormônios sexuais. As células de Sertoli produzem o ABP e inibina que inibem o FSH, já a testosterona inibe o eixo com o feedback negativo para controle de produção hormonal. • Espermatogênese: -Fase 1: é a fase da espermatogoniogênese onde ocorre as mitoses com os gonócitos formando as espermatogônias A0. -Fase 2: é a espermatocitogênese onde as espermatogonias B se desenvolvem até espermatócito primário, indo ao secundário depois da meiose. -Fase 3: é a formação do espermatozoide em si, realizam a espermiogênese, o espermatócito secundário começa a diferenciação celular, perdendo citoplasma, organelas, sobra pró-núcleo, muitas mitocôndrias, acrossomo e flagelos. • Epididimo: é onde ocorre a espermiação, é a maturação dos SPTZ, ganha motilidade e capacidade de fecundar passando pela cabeça, corpo e cauda do epidídimo, demora 60 dias para realizaro ciclo espermático. • Ducto deferente: é o que leva os SPTZ até a uretra, na sua porção final pode apresentar função secretora. As glândulas anexas (hormônio dependente) secretam o líquido seminal que gera nutrição, mantém o pH neutro, possui citrato e frutose para a viabilidade dos SPTZ. • Pênis: é o órgão de cópula masculino que pode ser classificado como fibroelástico (não aumentam de volume durante a ereção, já são compridos o suficiente) e os musculocavernoso (aumentam de volume e tamanho durante a cópula). • Prepúcio: pele que recobre toda a mucosa peniana, tem que ser simétrico, suínos possuem o divertículo que acumula secreções. 24- Técnicas de colheita de sêmen: colhemos o sêmen para congelar, resfriar, inseminação, analise e diluição. Sua avaliação tem que ser imediata já que os SPTZ são sensíveis a temperatura e a luz. • Bovinos: usamos com maior frequência a vagina artificial (necessita ser treinado e dócil), eletroejaculador e palpação retal para estimulação da glândula anexa. -Vagina artificial: é um tubo rígido de PVC que no seu interior possui uma mucosa de látex, entre essa mucosa e o material colocamos água quente a 42°C e ar para diminuir a luz e ocasionar maior pressão interna. A mucosa sempre tem que estar lubrificada para que não ocorram acidentes. • Equinos: vagina artificial é o mais utilizado, tem que ser aquecido a 42°C, animal estar condicionado ao procedimento, luz bem comprimido, uma membrana plástica revestindo a luz, bem lubrificado, o corpo que recolhe necessita de um filtro já que algumas raças possuem sêmen gelatinoso, sempre higienizar o prepúcio. • Pequenos ruminantes: usamos vagina artificial, porém é menor que as dos bovinos, é a mesma preparação, porém a água necessita estar a 60°C. • Suínos: é feita a partir do estimulo manual da cabeça do pênis. Primeiro temos que tracionar ele inteiro, realizando estimulo, elimina a primeira fração e usa um filtro para evitar grumos. • Felinos: mesmo mecanismo da vagina artificial para animais condicionados ou eletroejaculador em animais anestesiados. • Cães: usamos comumente a estimulação da base do pênis (no bulbo peniano), o tubo coletor necessita estar em banho Maria. Também pode ser utilizado o eletroejaculador em animais anestesiados e pós mortem direto da cauda do epidídimo. 25- Análise do sêmen: • Análise em aspecto macroscópico: -Volume: depende da espécie. -Cor: pode ser bege, perolado e marfim. -Odor: suis generis. -Aspecto: cremoso, leitoso, soroso ou aquoso (azoospermia). -pH: utilizamos de fitas medidoras de pH, com a pipeta colocamos 20 uL de sêmen para a comparação. Variação em torno de 6,5 e 7. -Movimento de massa: em apenas ruminantes conseguimos observar pequenos movimentos de grumos, se estiver em movimento é presente, caso não tenha é ausente. • Análise em aspecto microscópico: -Turbilhonamento: colocamos uma gota de sêmen no centro da lâmina, observando no aumento 4 (40x) a borda da gota, assim conseguiremos ver um grupo de SPTZ se mexendo ou não. Conforme a intensidade avaliamos de 0 a 5. -Motilidade retilínea e progressiva: colocamos a amostra de sêmen em soro fisiológico aquecido a 37°C, passamos para uma lâmina com um lamínula por cima, observando no aumento de 10 (100x), considerando apenas os SPTZ que se movimentam para frente, avaliando a motilidade em %. -Vigor: é quando avaliamos a velocidade que os SPTZ apresentam, assim damos de 0 a 5, o normal seria de 3 para cima. -Concentração: é utilizado a câmara de Neubauer para a contagem dos SPTZ, cada quadrado da câmara possuem quadrados maiores formados por 3 linhas, dentro desses quadrados grandes temos 16 quadrados pequenos. A diluição é o próximo passo onde utilizamos água em temperatura ambiente (SPTZ já estão mortos), fazendo a diluição correta para cada espécie, assim ruminantes 1:800, cães 1:50 e equinos 1:200. A análise é o passo seguinte onde montamos a câmara de Neubauer junto a uma lamínula com a amostra diluída, preenchendo as duas câmaras. Para avaliarmos necessitamos escolher 5 quadrados grandes e um lado específico para a avaliação. Assim o lado escolhido dos 5 quadrados será o que contaremos os SPTZ que não encostam na linha superficial, para o lado não escolhido contamos todos os SPTZ que NÃO encostam em nenhuma linha. A soma é quando somamos os SPTZ das duas câmaras (cada câmara é somada os seus 5 quadrados), assim fazemos a média de SPTZ entre as duas câmaras. Após descobrir a soma devemos aplicar a seguinte fórmula: [média dos SPTZ] x 5 x 10 x 1000 (parte da diluição) x 1000 (conversor de unidade). O resultado é dado em SPTZ/mL Volume (mL) Aspecto Densidade Concentração Pequenos ruminantes. 0,5 a 2,5 mL Cremoso Muito denso 2,5 x 10^9 SPTZ/mL Bovinos e Bubalinos. 10 mL Leitoso Denso 1,0 x 10^9 SPTZ/mL Equinos 40 a 150 mL Soroso Pouco denso 200 x 10^6 SPTZ/mL Suínos 250 mL Soroso Pouco denso 200 x 10^6 SPTZ/mL Cães 5 a 20 mL Soroso Pouco denso 200 x 10^6 SPTZ/mL 26- Patologias que acometem os espermatozoides: • Defeitos maiores: são alterações nas estruturas físicas dos SPTZ que o impedem de fertilizar o óocito, podendo ser encontrado até 30% de defeitos. • Defeitos menores: são SPTZ que possuem defeitos, porém não é grave o suficiente para impedir a fertilização. A presença da gota proximal nos SPTZ pode indicar problemas no epidídimo. • Formas de avaliação dos defeitos: - Câmara úmida: é uma forma de avaliar os defeitos de cauda dos SPTZ. Em 2mL de formol salino aquecido a 37°C diluímos 20uL de sêmen, assim os defeitos se tornarão fixos pelo formol. Em uma lâmina colocamos uma gota da diluição em seu centro, para vedarmos utilizamos uma lamínula e passamos esmalte em suas bordas, assim esperando 24 horas a sedimentação dos SPTZ. A avaliação é feita pela contagem de 200 células seguindo um ritmo organizado de movimentação no microscópio. Anotamos todos os defeitos encontrados e qual o número da célula (Ex: 9° sptz possui cabeça decapitada). Após contar as 200 células, somamos os defeitos iguais e tiramos a porcentagem encontrada, separando quais defeitos são maiores e quais são menores. Os defeitos maiores não podem passar de 20% e os menores de 25% (a soma dos dois não pode passar de 30%). -Esfregaço: é o método de avaliação de defeitos de cabeça e acrossomo, sem considerar defeitos de cauda. SPTZ com cabeça de formatos diferentes são defeitos maiores, cabeças com formatos diferentes, porém com forma preservada são defeitos menores e acrossomo destacado é um defeito de acrossomo. Em uma lâmina aquecida iremos pingar uma gota de sêmen diluído em soro fisiológico, assim puxando com outra lâmina o conteúdo para que o mesmo se espalhe. Fazemos a coloração com panótico deixando 30 segundos dentro do 1°, e 5 segundos fora, no segundo deixamos 30 segundos dentro e 5 segundos fora, por ultimo no terceiro deixamos 20 segundos dentro. Lavamos com água corrente e esperar secar para a visualização em 100x. A avaliação é feita com 200 células, anotando o número do SPTZ e qual o defeito do mesmo, tiramos a porcentagem a partir da soma dos defeitos iguais não podendo passar de 30%. 27- Maneiras de conservação de SPTZ: • Diluidores: são substâncias que conseguem auxiliar os SPTZ a terem maior tempo de vida sendo eles refrigerados ou congelados. Serve para aumentar o volume da amostra seminal, contem água, pH neutro, açúcares, isosmótico, íons, antibiótico. Ao adicionar aminoácidos, proteínas, substâncias antioxidantes e glicerol evitamos o rompimento da membrana e a formação de cristais após o congelamento. -Cálculo do volume
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