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manejo reprodutivo das vacas

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Manejo Reprodutivo 
1. Vacas em 1° período ou Pós-parto 
 
1.1 Ciclo estral 
Este é o período é caracterizado pela fertilidade da fêmea, a qual aceitará a 
monta do macho. Ocorre a cada 18 a 24 dias e tem duração de 6 a 20 horas, 
sendo mais duradouro no inverno do que no verão. Há sinais fisiológicos que 
ajudam a identificar esse período, como por exemplo, urina freqüente, corrimento 
vulvar cristalino, aumento do tamanho da vulva e maior excitação. As vacas 
interagem mais uma com as outras, montam em outras vacas e deixam ser 
montada por outras e os touros apresentam o reflexo de flêmen. A melhor 
maneira de identificar o cio é observando-as duas vezes ao dia, uma de manhã 
e outra à tarde por 60 minutos. Quanto mais falha na identificação do cio, maior 
o período de serviço, maior o intervalo entre partos, menor a eficiência 
reprodutiva e também a produção de leite. Segundo dados da Embrapa, somente 
a utilização da observação visual não é o suficiente para detecção do cio, 
correspondendo de 45% a 55% dos cios não identificados em um rebanho. 
Nesta fase é muito importante que a vaca não sofra o estresse térmico, pois isso 
deixara o cio mais curto e de difícil identificação. Como o sistema produção das 
vacas leiteiras será a pasto utilizaremos a detecção do cio pela observação 
visual dos sinais fisiológicos como explicado anteriormente e pela marcação do 
rufião com o aparelho bucal marcador (vide Manejo dos Touros). Para validar o 
cio da fêmea antes de utilizar a inseminação artificial, poderá ser empregado o 
Ovascan ou como ferramenta auxiliar nos casos de fêmeas mais agressivas ou 
dominantes, sendo confirmado o cio pela avaliação do muco vaginal mais 
resistente da fêmea. As vacas com o cio detectado serão encaminhas para o 
tronco de contenção para ocorrer à inseminação artificial. 
Estação de monta? 
1.2 Inseminação artificial 
O método principal para emprenhar a fêmea a ser utilizado é a inseminação 
artificial. O período de serviço das fêmeas bovinas será de 3 meses. Para se 
obter sucesso no processo, a inseminação deve ocorrer entre 8 e 12 horas após 
a identificação do cio. Se o cio for observado pela manhã, a tarde ocorrerá a 
inseminação, e assim, vice-versa. O óvulo é liberado do ovário entre 10 e 14 
horas após o final da ovulação, e permanece viável entre 6 e 12 horas. Já o 
espermatozoide fica viável por até 24 horas. A técnica de descongelamento: 
"banho-maria" com temperatura de 35-37°C por 40 segundos. - remoção da 
palheta do canister em até 6 segundos. 
O botijão com as palhetas de sêmen não deve ficar exposto ao sol. O nível do 
nitrogênio líquido do botijão não deve ficar abaixo de 15 cm e este deve ser 
mantido a -196 °C para que tenha uma boa preservação do sêmen. É necessária 
uma boa infraestrutura na propriedade para poder armazenar o botijão de sêmen 
e tronco para conter as vacas a serem inseminadas. Também, é conveniente ter 
escrituração zootécnica de todos os animais da fazenda, boas práticas sanitárias 
e um bom programa de manejo. Além disso, é muito importante a presença de 
um médico veterinário durante o procedimento da inseminação. 
Com base na escrituração zootécnica e ficha individual de cada vaca, deve se 
controlar o tempo de involução uterina, estro, detecção de cio e marcação do dia 
da técnica de inseminação artificial para se obter maior informação do animal. 
Assim, deve se fazer o exame ginecológico e a palpação transretal a partir dos 
50 dias e ultrassonografia após 40 dias da inseminação artificial e se a vaca não 
emprenhar deve ser encaminhada para a monta com o touro. O exame 
ginecológico deve ser realizado regularmente nas vacas, aos 15 dias pós-parto 
se houver retenção de placenta, descarga purulenta ou fétida e distocias, e aos 
50 dias pós-parto em casos de comportamento anormal de cio, aborto da 
gestação ou retorno ao cio após três serviços. 
A taxa de prenhez representa o número de vacas que ficaram prenhes em 
relação ao número de vacas aptas a ficarem prenhes em intervalo de 21 dias 
entre a taxa de inseminação e a taxa de concepção. É necessário um banco de 
dados coesos para a tomada de decisões. 
1.3 Manejo do touro 
Os touros utilizados na propriedade serão dois para cobrir as fêmeas não 
emprenhadas pelo método de inseminação artificial e um rufião para detectar o 
cio das fêmeas. Os touros apresentam a maturidade sexual de 24 a 28 meses e 
devem ser periodicamente substituídos a cada 5 anos para que não haja 
problemas de ele empenhar as próprias filhas, ou seja, consanguinidade. 
 Os dois touros utilizados como repasse da inseminação artificial para fêmeas 
não gestantes deverão ser da raça Girolando com histórico de alta taxa de 
fertilidade para se obter índices reprodutivos satisfatórios, além de passarem por 
testes andrológicos para avaliar o aparelho reprodutor e locomotor. Estes dois 
touros serão selecionados a partir do maior perímetro escrotal e teste de 
capacidade de serviço, apresentando maior líbido e filhas com maior 
precocidade sexual. O rufião será um touro com desvio lateral do pênis para 
evitar penetração ou fertilização da fêmea, ele será equipado com o buçal 
marcador (um reservatório com uma mistura de pó-xadrez com óleo queimado 
liberado durante a monta), sendo este preso no pescoço do rufião para marcar 
as fêmeas que estão em cio. 
A monta será controlada e não deve ser repetida mais que duas vezes, caso o 
touro tenha que cobrir outras fêmeas nos próximos 2 ou 3 dias. Nesse sistema, 
a fêmea em cio é levada até o macho que fica em um lugar separado. Quando a 
quantidade de inseminações ultrapassa o ideal de 1,6 doses por prenhes, entre 
as causas podemos associar à fertilidade das vacas (qualidade do óvulo, estado 
nutricional do animal, condição uterina entre outras causas) dos touros ou do 
sêmen adquirido. 
Manejo alimentar 
Nesse período a fêmea recebe a mesma dieta que irá receber após o parto, 
porém, sem o sal mineral. Isso ajuda os microorganismos do rúmen a se 
adaptarem a essa dieta que ira ser ingerida durante a lactação. A fêmea pós-
parto não tem capacidade de ingerir muito alimento, assim é necessário um alto 
valor energético e boa biodisponibilidade do alimento para que o animal aumente 
a produção de leite e saia do balanço energético negativo. É de extrema 
importância que o animal não perca mais de 1kg por dia nos primeiros 60 dias 
pós-parto, pois impactará diretamente na ovulação e a vaca entra em anestro. 
Na ficha zootécnica, cada vaca deve apresentar o escore de condição corporal 
ou ECC de 1,8 ou 2 para não impactar no pico de lactação, a avaliação do ECC 
será realizada pelo observador e fita de peso (figura 2). 
O touro deve ser manejado sozinho e separados das vacas em piquetes com 
abrigo contendo cochos para volumosos, concentrados, minerais e bebedouros 
com agua à vontade e de boa qualidade. Devem receber volumoso de boa 
qualidade, além de 2 kg de concentrado com 65% de NDT e cerca de 18% de 
proteína. Limitar o feno de 7 a 10kg por dia e oferecer no máximo 7kg de silagem 
de milho ou sorgo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo sanitário 
A função cíclica dos ovários, fertilidade e a manutenção da gestação podem ser 
afetadas pelas doenças pós-parto. As principais doenças que afetam a função 
cíclica são as distocias e doenças uterinas, como, retenção placentária e 
infecção uterina, prejudicando assim, o retorno correto do ciclo estral. 
Para evitar a retenção placentária é necessário que as membranas fetais sejam 
eliminadas nas primeiras 24 horas após o parto. A retenção placentária aumenta 
a probabilidade de a vaca ter metrite e endometrite e se não tratadas pode 
causar um prejuízo de ate 500kg da produção de leite na lactação. As doenças 
uterinas reduzem a concepção, atrasam a gestação e pode haver perda 
embrionária. 
A infecção de útero está associada ao aumento de corpos cetônicos e ácidos 
graxos não esterificadosno sangue associados a problemas metabólicos de 
cetose. A hipocalcemia subclínica, também eleva consideravelmente a 
probabilidade de a vaca ter alguma infecção uterina. Problemas no casco, 
hipocalcemia e cetose comprometem a fertilidade e a qualidade do embrião. 
 
1.4 Instalação 
 O abrigo deve ser individual com dimensões de 2,5 X 3,0 metros quadrados por 
animal e pé direito de 3 metros. Deve estar localizado em um local que seja de 
fácil acesso para as vacas. O exercício físico é algo muito importante para seu 
condicionamento físico, portanto, precisa de uma área de 200 metros quadrados 
por animal, contendo gramíneas resistentes ao pisoteio. As cercas podem ser 
feitas de arame farpado com 5 ou 6 fios mourões a cada 2 metros. As vacas 
serão divididas em lactantes e secas e serão subdivididas segundo o volume de 
leite produzido e pelo número de partos. 
2. Vacas no 2° e 3° período ou em lactação e gestação 
 
2.1 Lactação 
 
2.2 Manejo de ordenha 
O período de lactação será de 9 meses e o período de gestação será de 6 meses 
O momento da ordenha deve ser feito em um ambiente tranquilo, bem 
higienizado e de forma rápida e completa, é indicado que a vaca seja ordenha 
sempre pelo mesmo funcionário. A ordenha completa é essencial, pois se houver 
leite residual pode desestimular uma maior produção de leite. A ordenha deve 
seguir uma rotina rigorosa e manter o mesmo intervalo de 12 horas com o mínimo 
de atraso para o início do processo. O tempo de espera para ser ordenhada é 
de no máximo 1 hora, pois se demorar mais que isso a vaca entra em estresse 
e libera cortisol, este por sua vez, inibe a secreção da prolactina e ocitocina, os 
quais são responsáveis pela produção e ejeção do leite. 
Por produzir em média 19 litros por vaca da raça Girolando, a ejeção do leite 
deve ser estimulada duas vezes ao dia, aumentando de 20% a 40% no volume 
de leite na segunda ordenha. A primeira ordenha ocorrerá às 6 horas da manhã 
e a segunda às 6 horas da tarde para possibilitar um tempo hábil da produção 
de leite e o enchimento do úbere. A ordenha será mecanizada e sempre avaliar 
o comportamento animal para averiguar o bem-estar e não prejudicar na 
produção de leite. 
O tempo de duração da ordenha de cada vaca dura em média de 10 minutos. 
No total, terá 157 vacas em lactação por dia, além disso, a fazenda terá o 
equipamento em formato espinha de peixe duplo 20 que consiga ordenhar 40 
vacas ao mesmo tempo,para que as vacas não permaneçam mais de uma hora 
na sala de espera, assim, esse total de vacas vão ser separadas em 4 grupos 
com média de 40 vacas cada um. (Figura 1 e 1.1) A sala de espera deve ter 
conter sombra, bebedouro, ventiladores e aspersores. 180 vacas por hora 
As vacas em lactação serão divididas em 4 lotes: L1-vacas multíparas com 
produção ≥35l /dia; L2- vacas prímiparas com produção ≥35l /dia; L3- vacas 
multíparas com produção ≤35l /dia; L4- vacas prímiparas com produção ≤35l /dia 
A ordem da ordenha será primeiro o lote L2 e L4 com as vacas de 1° cria, depois 
os lotes L1 e L3 com vacas adultas e por último vacas em tratamento de mastite 
sub-clínica e clínica. 
Peso corporal? (4.5 X 20 X 2) o tempo de ordenha é de 8 a 12 minutos em média 
? 
Para que o leite recolhido tenha uma maior conservação e um número reduzido 
de patógenos é essencial a higienização da sala da ordenha, dos recipientes de 
manuseio e do armazenamento do leite. Primeiramente deve lavar o úbere, pois 
além de fazer a higienização já é um estimulo para a descida do leite. Somente 
os tetos devem ser lavados para diminuir o tempo gasto com a secagem do 
úbere. A secagem do úbere deve ser feita com papel toalha ou toalhas 
descartáveis e individuais. Após isso, faz o teste da “caneca telada” isso ajuda a 
identificar a mastite clínica. Se nas três primeiras ejeções de leite tiver coágulos 
ou grumos já é identificada a mastite clínica, então, essa vaca é considerada 
“vaca problema” e esta deve ser a última a ser ordenhada, já com um tratamento 
específico. O equipamento de ordenha deve ser adequadamente posicionado 
para não haver refluxo do leite do coletor para o teto, pois neste momento pode 
ocorrer contaminação pelas bactérias. O barulho dos equipamentos da ordenha 
e o pré-dipping estimulam a descida do leite. 
se faz a dosagem de ocitocina ou prolactina durante a lactação? 
 
2.3 Manejo alimentar e nutricional 
Nas duas primeiras lactações deve oferecer uma quantidade de alimento 
superior ao que a vaca deveria receber em função da produção de leite, pois 
nesta fase, a vaca ainda está em crescimento, portanto precisam de energia a 
mais para suprir as suas todas as suas necessidades. Com isso, é indicado que 
sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira cria e 10% para vacas 
que estão na segunda cria. É importante separar vacas primíparas das 
multíparas, pois isso evita dominância, aumentando assim, o consumo de 
matéria seca. 
Após o parto, a vaca, não consegue ingerir a quantidade correta de alimento 
para sustentar a produção crescente de leite nesse período até atingir o pico de 
lactação que deve ocorrer de 5 a 7 semanas após o parto. O pico de consumo 
de alimento deve ser em torno de 9 a 10 semanas após o parto. Por isso é de 
extrema importância que elas recebam um alimento de qualidade permitindo 
uma maior ingestão de nutrientes possíveis. 
O pasto deve ser de ótima qualidade para que a vaca ingira uma alta quantidade 
de matéria seca. O volumoso deve ser de boa qualidade e suplementa-lo com 
concentrados e mistura mineral adequada. O concentrado é controlado em 50% 
já que é ele que limita o custo. Por sua vez, é o volumoso que gera a gordura do 
leite e também não deve exceder 50%. É necessário a vaca comer 1kg de 
concentrado para ela produzir o equivalente de 4 kg de leite, sendo oferecido 
4,75 kg de concentrado mais silagem de milho para produzir a média de 19kg de 
leite da raça Girolando. 
Com o animal se alimentando em um bom pasto com bastante folha e verde, ele 
produzirá no máximo 13kg de leite por dia, os outros 6kg virão da alimentação 
do concentrado. O ideal é que o animal passe 8 horas pastando, 8 horas 
ruminando e 8 horas descansando. As vacas em lactação necessitam de uma 
quantidade grande de água já que 88% do leite é composto por água. Deve-se 
oferecer água a vontade e próxima dos cochos. Geralmente elas consomem 8,5 
litros de água para cada litro de leite produzido. Na época de calor, esse 
consumo aumenta consideravelmente. O consumo de matéria seca será de 
1,6% a 2,5% do peso vivo. Capim fresco de 50 a 70kg por dia. Quando o pasto 
for ruim o volumoso será ofertado no coxo. 
“20/25 litros de leite vem do alimento no cocho com concentrado, a diferença 
vem do concentrado” 
2.4 Manejo sanitário 
Os cuidados com a saúde da vaca no 2° período é de extrema importância para 
a qualidade do produto final. A partir da ficha zootécnica de cada animal, será 
feito o controle das vacinações, uso de carrapaticidas e demais medicamentos, 
sendo monitorados os cuidados com o casco e manejando o animal da melhor 
forma possível afim de que se evite certos incidentes e o estresse da vaca. Os 
casos de mastite serão divididos em clínica e subclínica, por afetar diretamente 
no leite, os animais que apresentarem mastite clínica deveram ser marcados 
para o descarte direto do leite, enquanto os animais com mastite subclínica 
continuarão a contribuir para a produção. Ademais, o ambiente é de extrema 
relevância para o processo de ordenha para estimular a decida do leite, então 
deve ser proibida a entrada de pessoas estranhas ou barulhos anormais e 
excessivos. 
Vacinações: A vacinação da brucelose é obrigatória para as fêmeas que 
possuem de 3 a 8 meses. A vacina contra carbúnculo sintomático deve ser 
realizada acima de 3 meses e ser repetida a cada 6 meses até os 2 anos de 
idade. A vacinação contra raiva deve acontecer anualmentee vacinar também 
contra a leptospirose e rinotraqueiteinfecicosa bovina. 
Carrapaticida: Um método para combater esses parasitas é o banho 
carrapaticida que devem ser realizados a cada 35 dias com um total de 6 banhos. 
Este tratamento deve cobrir um período de 120 dias sem que tenha o 
desenvolvimento de teleóginas. O método a ser utilizado é por aspersão e requer 
de 4 a 5 litros de produto por animal. Deve prestar atenção para que molhe o 
animal desde a cauda até o focinho e também não deve esquecer de molhar as 
partes de baixo e as reentrâncias da pele. É indicado que banhe o rebanho todo 
em 3 dias. Deve tomar cuidado com a chuva, pois se o animal for atingido por 
alguma chuva, após o banho de carrapaticida, este pode perder o efeito. 
Mastite: Os agentes mais comuns dessa doença são os estreptococos e os 
estafilococos. O índice dessa doença aumenta pelo manejo incorreto e deve 
levar em consideração o manejo de quando os animais estão no pasto, no 
momento da ordenha e a hora que voltam para o pasto novamente. Na ordenha 
mecânica, a ordenha deves ser realizada de acordo com as recomendações dos 
fabricantes. As trocas das pecas e borrachas precisam ser feitas como 
recomendado, assim como, o nível do vácuo, pois o excesso ou falta de vácuo 
aumentam a incidência de mastite. 
A mastite clínica provoca alteração química do leite e físico, podendo empedrejar 
o leite, enquanto a mastite subclínica só modifica a estrutura física e apesar de 
baixar a qualidade do leite ainda pode ser comercializado. Para a identificação 
da mastite subclínica faz o teste “CMT" ou "California Mastitis Test" que pode ser 
feita no campo, em seguida, será realizada a contagem de células somáticas 
("CCS") em laboratório. A cultura ajuda a identificar o causador na mamite e o 
teste da “caneca telada” ajuda a identificar a mastite clínica. Se nos primeiros 
jatos de leite vierem grumos e coágulos de leite, a mastite cínica já é identificada. 
O controle da mamite é ordenhar primeiro as vacas sadias, depois as que já 
possuíram a mastite e foram tratadas e por último, aquelas que estão com 
mastite. As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para 
esse período. 
Qual antibiótico usar? 
CCS e CBT 
CCS é a contagem das células somáticas do leite e reflete a qualidade do 
produto e a saúde da glândula mamária, frequentemente é observado aumento 
nos níveis de CCS em casos de mastite. Nesses casos, o manejo correto é 
fundamental para diminuir o CCS total, assim como dito anteriormente será 
realizado o teste da caneca de fundo preto para diagnosticar a mastite clínica e 
entrar imediatamente com tratamento. 
Enquanto a CBT que corresponde a contagem bacteriana total é resultado da 
higiene do ambiente. Para evitar a CCS e CBT alta utilizaremos o pré e pós-
dipping, sendo antissépticos para imersão dos tetos antes e depois da ordenha, 
respectivamente. O processo do pré-dipping é iniciado pelo iodo como germicida 
depois da higienização dos tetos, a corbetura do teto deve ser completa durante 
30 segundos para ação germicida máxima e por último é feita a secagem do teto 
pelo papel toalha. No pós-dipping, evita-se a transmissão das bactérias da mão 
do ordenhador e das teteiras para dentro do úbere da vaca e pele do teto, por 
permanecer aberto durante 1 hora, o esfíncter pode ser contaminado, então deve 
ser limpo com iodo. 
Cascos: Nas estações chuvosas há um aumento do barro no pasto, isto pode 
gerar um desgaste no casco levando a problemas que afetam na reprodução, 
perda de peso e a não demonstração do cio e afetando diretamente no intervalo 
entre partos. A forma de prevenção é utilizar animais que tenham um ângulo de 
casco alto. 
MAPA, manejo sanitário? 
Descarte das vacas? 
Todas que apresentarem problemas de não concepção, casco ou mastite 
3. Vacas em Período seco ou Pré-parto 
 
3.1 Manejo do período seco 
O período seco da fêmea gestante bovina é uma fase preparatória para a fase 
da lactação e pela grande exigência metabólica da produção de colostro e da 
quantidade de leite esperada no final da produção, já que a glândula mamária 
regenera os tecidos secretores de leite e acumula anticorpos para ter um colostro 
de melhor qualidade. Para atender essa transição de período, trabalharemos 
com uma média de 5 meses de período seco devido ao intervalo de parto de 14 
meses da raça Girolando, escolhida para compor o rebanho. Nessa fase, 
abordaremos um manejo alimentar e nutricional a fim de recuperar 
gradativamente a condição corporal do animal ao fim de 5 meses sem que ocorra 
estresse da vaca ou alterações no crescimento fetal, além de promover o 
descanso da glândula mamária. O galpão dos lotes deverá ser bem climatizado 
por uma ventilação com microaspersão de ar no dias mais quentes, favorecendo 
a termorregulação das vacas com impacto direto no consumo de alimento, 
produção de leite e bem-estar. 
Será realizada a divisão do grupo de vacas pré-parto com o objetivo de facilitar 
o manejo e o requerimento nutricional dos diferentes estágios fisiológicos, e 
consequentemente atender a demanda de consumo de matéria seca de cada 
grupo. Serão divididas em 04 lotes: 1-novilhas primíparas a partir da 8a semana 
pré-parto; 2- novilhas nas últimas 3 semanas do período seco; 3- vacas no início 
do período seco; 4- vacas nas últimas 3 semanas do período seco. 
1° Período (1° e 3° lote) 
O método para secagem do leite a ser utilizado é o gradativo. Assim, antes da 
data da secagem é retirado o concentrado e mantém a mesma rotina de ordenha 
do animal. Deve ser retirado o alimento concentrado 2 a 3 dias antes da secagem 
e no dia da secagem altera-se a ordenha com uma ordenha só de manhã e 
depois só de noite do outro dia, assim a célula vai produzindo cada vez menos 
leite. Essa alteração da rotina deve durar no máximo 7 dias, isso já vai ser o 
suficiente para o leite secar. Caso não interrompa, é necessário entrar com um 
secante. 
Para encaminhar o animal para o 1°ou 3° lote, primeiro se interromperá a 
lactação e maximizaremos o escore corporal aumentando a oferta de 
concentrado e diminuindo o volumoso na ração gradativamente. As novilhas em 
1° gestação serão separas das vacas multíparas pela necessidade energética 
maior devido ainda estar na fase de crescimento até o 3° parto. Durante o oitavo 
mês de gestação deverá ser efetuada a vacinação contra o paratifo dos bezerros. 
2° Período (2° e 4° lote) 
Mesmo tomando como referência a predisposição de algumas raças com 
genética holandesa antecipar o dia do parto de 2 a 3 dias, encaminharemos a 
novilha ou a vaca para um segundo lote quando atingir 3 semanas da data 
prevista para o parto. É importante não parir vacas gordas, pois estas consomem 
menos alimento e mobilizam mais as reservas corporais, sendo mais suscetíveis 
a desequilíbrios metabólicos e reprodutivos. O escore corporal tolerado é 2-4, 
sendo 3 o esperado. Dietas aniônicas pré-parto e catiônicas pós-parto têm 
mostrado efeitos benéficos. No final da gestação deve diminuir o cálcio para 
evitar problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral deve ficar 
disponível a vontade. 
3.2 Nutrição 
 Trabalharemos com o ganho de peso médio de 500g/vaca/dia, sendo estas 
500g destinadas a gestação, por trabalharmos com um período seco prolongado, 
utilizamos apenas uma alimentação para manutenção da condição corporal, 
sendo elaborado uma dieta balanceada entre proteínas, energia e minerais. O 
alimento a ser oferecido será o volumoso em conjunto com o concentrado para 
proporcionar uma fermentação mais equilibrada e a absorção de nutrientes mais 
eficiente. Os níveis de proteína bruta utilizados serão de 12- 14% da matéria 
seca. Como exemplo, considere que o volumoso seja silagem de milho que tem 
normalmente em torno de 7% de proteína bruta (PB) na base da matéria seca, e 
que deverá representar 60% da matéria seca da dieta (60% x 0,07 =4,2% de 
PB). Para que a proteína bruta da dieta seja balanceada para 14%, então o 
concentrado deverá ter 25% de proteína bruta na matéria seca, contribuindo com 
10% de PB (40% x 0,25) e a silagem de milho com 4,2% (60% X 0,07). Os 
padrões nutricionais sugeridos pelo NRC americano (edição1989 do 
NutrientRequirementsofDairyCattle) sugerem para vacas secas gestantes, uma 
dieta com 12% de PB, 56% de nutrientes digestíveis totais (NDT), com cerca de 
35% de fibra em detergente neutro (FDN), com um consumo diário esperado de 
matéria seca de 2% do peso vivo da vaca. O concentrado deve ser acrescentado 
na 2° semana pré-parto (0,5% do peso vivo da vaca). Analisar os alimentos 
oferecidos nessa fase para sódio, potássio, cloro e sódio, além do cálcio, fósforo 
e magnésio, para adequá-los às exigências, nessa fase. Substituir os alimentos 
com teores de potássio elevado se a diferença cátion-ânion (DCA) for superior a 
+200 mEq/kg (DCA=435 x %Na + 256 x %K - 282 x %Cl - 624 x %S). remover 
as fontes de cátions (bicarbonato de sódio e sal comum, principalmente). 
Adicionar sulfato de cálcio até atingir 0,45% de enxofre ou 1,2 a 1,6% de cálcio. 
Adicionar então cloreto de amônia para reduzir a DCA para -100 mEq/kg manter 
a ingestão de fósforo entre 30 a 60 g/dia. Nesse período a vaca deve ganhar de 
50 a 120kg de peso para que tenha um bom desenvolvimento do feto e para a 
vaca obter condições físicas ideais para uma boa produção de leite. A girolando 
tem uma média produção, assim, ela deve ganhar nesse período de 22 a 45kg 
de peso corporal. Então, deve dar de 1,8 a 2,7kg de concentrado e de 0,9 a 1,8 
kg de volumoso. 
3.3 Manejo sanitário 
O ambiente dos 04 lotes deve ser devidamente limpo 1 vez por semana e a 
limpeza do coxo todo dia na 1° refeição, deve apresentar boa ventilação, 
sombreamento para passar o dia e local de descanso com e sem concreto com 
espaço suficiente para as vacas se exercitarem, diminuindo a incidência de 
distocia no parto. Em especial os 2 lotes de novilhas e vacas no 2° período da 
seca estejam localizados perto da maternidade para facilitar o manejo. 
É importante avaliar o tamanho do úbere e o escape de leite no período da 
secagem do leite, se apresentar vazamento do leite pelo esfíncter deve ser feito 
a ordenha parcial ou se a glândula mamaria apresentar temperatura maior que 
o normal e o focinho da vaca estiver seco, pode suspeitar de infecção e será 
necessário um diagnóstico do veterinário para utilizar o secante e o antibiótico. 
3.4 Maternidade 
As vacas gestantes são encaminhadas para um ambiente que deve ser um pasto 
perto do curral para facilitar a observação. Isso é importante, pois se houver 
alguma complicação durante o parto é mais fácil fazer alguma interferência de 
forma rápida e com uma maior probabilidade de o animal nascer vivo. No parto, 
o animal perde em média 80kg (feto, líquidos fetais e placenta). Essa mudança 
rápida de peso pode deixar o animal desconfortável, sendo um momento de 
muito estresse para o animal, por isso, deve interferir o mínimo possível, apenas, 
em caso de distocias. Se isto ocorrer, é preciso interferir de modo que não cause 
nenhum dano para a bezerra e para a vaca. Presença do médico veterinário é 
de extrema importância para evitar algum tipo de risco. 
 
 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89669/1/24399.pdf 
http://www.inseminacaoartificial.com.br/Manejo_reprodutivo.htm 
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https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/alimentacao.html
https://docs.ufpr.br/~freitasjaf/artigos/manejogeral.pdf
http://www.ufrgs.br/nespro/arquivos/manual_touros_port.pdf
 
 
 
 
Vacinas: Como medidas higiênico-sanitárias não devem ser esquecidas a 
vacinação contra o paratifo dos bezerros, a vacina contra a aftosa de 6 em 6 
meses e os testes periódicos para brucelose e tuberculose. 
 
https://www.shopdocampo.com.br/shop/site/BovinosTexto8.html 
http://www.boiapasto.com.br/noticias/manejo-reprodutivo-de-vacas-
leiteiras/5306/9#.W6_JRddKgdU 
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_17_217200392357.html 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/inseminacao-artificial-em-
bovinos-inducao-e-sincronizacao-do-estro-em-vacas/33498 
 
Genética da bovinocultura leiteira 
O material genético trabalhado no vigente projeto será mestiça de Holandês com Zebu, ou seja, 
a raça Girolando. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (2018), a média 
de intervalo de partos é de 438 dias, sendo a duração de lactação 264 dias com 5.264kg em 
média de produção de leite. A idade ao primeiro parto das novilhas é de 30 e 35 meses com 
peso vivo de 450kg, atingindo 340kg com 20 meses de idade na puberdade fisiológica 
https://www.shopdocampo.com.br/shop/site/BovinosTexto8.html
http://www.boiapasto.com.br/noticias/manejo-reprodutivo-de-vacas-leiteiras/5306/9#.W6_JRddKgdU
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http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_17_217200392357.html
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/inseminacao-artificial-em-bovinos-inducao-e-sincronizacao-do-estro-em-vacas/33498
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