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Manejo Reprodutivo 1. Vacas em 1° período ou Pós-parto 1.1 Ciclo estral Este é o período é caracterizado pela fertilidade da fêmea, a qual aceitará a monta do macho. Ocorre a cada 18 a 24 dias e tem duração de 6 a 20 horas, sendo mais duradouro no inverno do que no verão. Há sinais fisiológicos que ajudam a identificar esse período, como por exemplo, urina freqüente, corrimento vulvar cristalino, aumento do tamanho da vulva e maior excitação. As vacas interagem mais uma com as outras, montam em outras vacas e deixam ser montada por outras e os touros apresentam o reflexo de flêmen. A melhor maneira de identificar o cio é observando-as duas vezes ao dia, uma de manhã e outra à tarde por 60 minutos. Quanto mais falha na identificação do cio, maior o período de serviço, maior o intervalo entre partos, menor a eficiência reprodutiva e também a produção de leite. Segundo dados da Embrapa, somente a utilização da observação visual não é o suficiente para detecção do cio, correspondendo de 45% a 55% dos cios não identificados em um rebanho. Nesta fase é muito importante que a vaca não sofra o estresse térmico, pois isso deixara o cio mais curto e de difícil identificação. Como o sistema produção das vacas leiteiras será a pasto utilizaremos a detecção do cio pela observação visual dos sinais fisiológicos como explicado anteriormente e pela marcação do rufião com o aparelho bucal marcador (vide Manejo dos Touros). Para validar o cio da fêmea antes de utilizar a inseminação artificial, poderá ser empregado o Ovascan ou como ferramenta auxiliar nos casos de fêmeas mais agressivas ou dominantes, sendo confirmado o cio pela avaliação do muco vaginal mais resistente da fêmea. As vacas com o cio detectado serão encaminhas para o tronco de contenção para ocorrer à inseminação artificial. Estação de monta? 1.2 Inseminação artificial O método principal para emprenhar a fêmea a ser utilizado é a inseminação artificial. O período de serviço das fêmeas bovinas será de 3 meses. Para se obter sucesso no processo, a inseminação deve ocorrer entre 8 e 12 horas após a identificação do cio. Se o cio for observado pela manhã, a tarde ocorrerá a inseminação, e assim, vice-versa. O óvulo é liberado do ovário entre 10 e 14 horas após o final da ovulação, e permanece viável entre 6 e 12 horas. Já o espermatozoide fica viável por até 24 horas. A técnica de descongelamento: "banho-maria" com temperatura de 35-37°C por 40 segundos. - remoção da palheta do canister em até 6 segundos. O botijão com as palhetas de sêmen não deve ficar exposto ao sol. O nível do nitrogênio líquido do botijão não deve ficar abaixo de 15 cm e este deve ser mantido a -196 °C para que tenha uma boa preservação do sêmen. É necessária uma boa infraestrutura na propriedade para poder armazenar o botijão de sêmen e tronco para conter as vacas a serem inseminadas. Também, é conveniente ter escrituração zootécnica de todos os animais da fazenda, boas práticas sanitárias e um bom programa de manejo. Além disso, é muito importante a presença de um médico veterinário durante o procedimento da inseminação. Com base na escrituração zootécnica e ficha individual de cada vaca, deve se controlar o tempo de involução uterina, estro, detecção de cio e marcação do dia da técnica de inseminação artificial para se obter maior informação do animal. Assim, deve se fazer o exame ginecológico e a palpação transretal a partir dos 50 dias e ultrassonografia após 40 dias da inseminação artificial e se a vaca não emprenhar deve ser encaminhada para a monta com o touro. O exame ginecológico deve ser realizado regularmente nas vacas, aos 15 dias pós-parto se houver retenção de placenta, descarga purulenta ou fétida e distocias, e aos 50 dias pós-parto em casos de comportamento anormal de cio, aborto da gestação ou retorno ao cio após três serviços. A taxa de prenhez representa o número de vacas que ficaram prenhes em relação ao número de vacas aptas a ficarem prenhes em intervalo de 21 dias entre a taxa de inseminação e a taxa de concepção. É necessário um banco de dados coesos para a tomada de decisões. 1.3 Manejo do touro Os touros utilizados na propriedade serão dois para cobrir as fêmeas não emprenhadas pelo método de inseminação artificial e um rufião para detectar o cio das fêmeas. Os touros apresentam a maturidade sexual de 24 a 28 meses e devem ser periodicamente substituídos a cada 5 anos para que não haja problemas de ele empenhar as próprias filhas, ou seja, consanguinidade. Os dois touros utilizados como repasse da inseminação artificial para fêmeas não gestantes deverão ser da raça Girolando com histórico de alta taxa de fertilidade para se obter índices reprodutivos satisfatórios, além de passarem por testes andrológicos para avaliar o aparelho reprodutor e locomotor. Estes dois touros serão selecionados a partir do maior perímetro escrotal e teste de capacidade de serviço, apresentando maior líbido e filhas com maior precocidade sexual. O rufião será um touro com desvio lateral do pênis para evitar penetração ou fertilização da fêmea, ele será equipado com o buçal marcador (um reservatório com uma mistura de pó-xadrez com óleo queimado liberado durante a monta), sendo este preso no pescoço do rufião para marcar as fêmeas que estão em cio. A monta será controlada e não deve ser repetida mais que duas vezes, caso o touro tenha que cobrir outras fêmeas nos próximos 2 ou 3 dias. Nesse sistema, a fêmea em cio é levada até o macho que fica em um lugar separado. Quando a quantidade de inseminações ultrapassa o ideal de 1,6 doses por prenhes, entre as causas podemos associar à fertilidade das vacas (qualidade do óvulo, estado nutricional do animal, condição uterina entre outras causas) dos touros ou do sêmen adquirido. Manejo alimentar Nesse período a fêmea recebe a mesma dieta que irá receber após o parto, porém, sem o sal mineral. Isso ajuda os microorganismos do rúmen a se adaptarem a essa dieta que ira ser ingerida durante a lactação. A fêmea pós- parto não tem capacidade de ingerir muito alimento, assim é necessário um alto valor energético e boa biodisponibilidade do alimento para que o animal aumente a produção de leite e saia do balanço energético negativo. É de extrema importância que o animal não perca mais de 1kg por dia nos primeiros 60 dias pós-parto, pois impactará diretamente na ovulação e a vaca entra em anestro. Na ficha zootécnica, cada vaca deve apresentar o escore de condição corporal ou ECC de 1,8 ou 2 para não impactar no pico de lactação, a avaliação do ECC será realizada pelo observador e fita de peso (figura 2). O touro deve ser manejado sozinho e separados das vacas em piquetes com abrigo contendo cochos para volumosos, concentrados, minerais e bebedouros com agua à vontade e de boa qualidade. Devem receber volumoso de boa qualidade, além de 2 kg de concentrado com 65% de NDT e cerca de 18% de proteína. Limitar o feno de 7 a 10kg por dia e oferecer no máximo 7kg de silagem de milho ou sorgo. Manejo sanitário A função cíclica dos ovários, fertilidade e a manutenção da gestação podem ser afetadas pelas doenças pós-parto. As principais doenças que afetam a função cíclica são as distocias e doenças uterinas, como, retenção placentária e infecção uterina, prejudicando assim, o retorno correto do ciclo estral. Para evitar a retenção placentária é necessário que as membranas fetais sejam eliminadas nas primeiras 24 horas após o parto. A retenção placentária aumenta a probabilidade de a vaca ter metrite e endometrite e se não tratadas pode causar um prejuízo de ate 500kg da produção de leite na lactação. As doenças uterinas reduzem a concepção, atrasam a gestação e pode haver perda embrionária. A infecção de útero está associada ao aumento de corpos cetônicos e ácidos graxos não esterificadosno sangue associados a problemas metabólicos de cetose. A hipocalcemia subclínica, também eleva consideravelmente a probabilidade de a vaca ter alguma infecção uterina. Problemas no casco, hipocalcemia e cetose comprometem a fertilidade e a qualidade do embrião. 1.4 Instalação O abrigo deve ser individual com dimensões de 2,5 X 3,0 metros quadrados por animal e pé direito de 3 metros. Deve estar localizado em um local que seja de fácil acesso para as vacas. O exercício físico é algo muito importante para seu condicionamento físico, portanto, precisa de uma área de 200 metros quadrados por animal, contendo gramíneas resistentes ao pisoteio. As cercas podem ser feitas de arame farpado com 5 ou 6 fios mourões a cada 2 metros. As vacas serão divididas em lactantes e secas e serão subdivididas segundo o volume de leite produzido e pelo número de partos. 2. Vacas no 2° e 3° período ou em lactação e gestação 2.1 Lactação 2.2 Manejo de ordenha O período de lactação será de 9 meses e o período de gestação será de 6 meses O momento da ordenha deve ser feito em um ambiente tranquilo, bem higienizado e de forma rápida e completa, é indicado que a vaca seja ordenha sempre pelo mesmo funcionário. A ordenha completa é essencial, pois se houver leite residual pode desestimular uma maior produção de leite. A ordenha deve seguir uma rotina rigorosa e manter o mesmo intervalo de 12 horas com o mínimo de atraso para o início do processo. O tempo de espera para ser ordenhada é de no máximo 1 hora, pois se demorar mais que isso a vaca entra em estresse e libera cortisol, este por sua vez, inibe a secreção da prolactina e ocitocina, os quais são responsáveis pela produção e ejeção do leite. Por produzir em média 19 litros por vaca da raça Girolando, a ejeção do leite deve ser estimulada duas vezes ao dia, aumentando de 20% a 40% no volume de leite na segunda ordenha. A primeira ordenha ocorrerá às 6 horas da manhã e a segunda às 6 horas da tarde para possibilitar um tempo hábil da produção de leite e o enchimento do úbere. A ordenha será mecanizada e sempre avaliar o comportamento animal para averiguar o bem-estar e não prejudicar na produção de leite. O tempo de duração da ordenha de cada vaca dura em média de 10 minutos. No total, terá 157 vacas em lactação por dia, além disso, a fazenda terá o equipamento em formato espinha de peixe duplo 20 que consiga ordenhar 40 vacas ao mesmo tempo,para que as vacas não permaneçam mais de uma hora na sala de espera, assim, esse total de vacas vão ser separadas em 4 grupos com média de 40 vacas cada um. (Figura 1 e 1.1) A sala de espera deve ter conter sombra, bebedouro, ventiladores e aspersores. 180 vacas por hora As vacas em lactação serão divididas em 4 lotes: L1-vacas multíparas com produção ≥35l /dia; L2- vacas prímiparas com produção ≥35l /dia; L3- vacas multíparas com produção ≤35l /dia; L4- vacas prímiparas com produção ≤35l /dia A ordem da ordenha será primeiro o lote L2 e L4 com as vacas de 1° cria, depois os lotes L1 e L3 com vacas adultas e por último vacas em tratamento de mastite sub-clínica e clínica. Peso corporal? (4.5 X 20 X 2) o tempo de ordenha é de 8 a 12 minutos em média ? Para que o leite recolhido tenha uma maior conservação e um número reduzido de patógenos é essencial a higienização da sala da ordenha, dos recipientes de manuseio e do armazenamento do leite. Primeiramente deve lavar o úbere, pois além de fazer a higienização já é um estimulo para a descida do leite. Somente os tetos devem ser lavados para diminuir o tempo gasto com a secagem do úbere. A secagem do úbere deve ser feita com papel toalha ou toalhas descartáveis e individuais. Após isso, faz o teste da “caneca telada” isso ajuda a identificar a mastite clínica. Se nas três primeiras ejeções de leite tiver coágulos ou grumos já é identificada a mastite clínica, então, essa vaca é considerada “vaca problema” e esta deve ser a última a ser ordenhada, já com um tratamento específico. O equipamento de ordenha deve ser adequadamente posicionado para não haver refluxo do leite do coletor para o teto, pois neste momento pode ocorrer contaminação pelas bactérias. O barulho dos equipamentos da ordenha e o pré-dipping estimulam a descida do leite. se faz a dosagem de ocitocina ou prolactina durante a lactação? 2.3 Manejo alimentar e nutricional Nas duas primeiras lactações deve oferecer uma quantidade de alimento superior ao que a vaca deveria receber em função da produção de leite, pois nesta fase, a vaca ainda está em crescimento, portanto precisam de energia a mais para suprir as suas todas as suas necessidades. Com isso, é indicado que sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira cria e 10% para vacas que estão na segunda cria. É importante separar vacas primíparas das multíparas, pois isso evita dominância, aumentando assim, o consumo de matéria seca. Após o parto, a vaca, não consegue ingerir a quantidade correta de alimento para sustentar a produção crescente de leite nesse período até atingir o pico de lactação que deve ocorrer de 5 a 7 semanas após o parto. O pico de consumo de alimento deve ser em torno de 9 a 10 semanas após o parto. Por isso é de extrema importância que elas recebam um alimento de qualidade permitindo uma maior ingestão de nutrientes possíveis. O pasto deve ser de ótima qualidade para que a vaca ingira uma alta quantidade de matéria seca. O volumoso deve ser de boa qualidade e suplementa-lo com concentrados e mistura mineral adequada. O concentrado é controlado em 50% já que é ele que limita o custo. Por sua vez, é o volumoso que gera a gordura do leite e também não deve exceder 50%. É necessário a vaca comer 1kg de concentrado para ela produzir o equivalente de 4 kg de leite, sendo oferecido 4,75 kg de concentrado mais silagem de milho para produzir a média de 19kg de leite da raça Girolando. Com o animal se alimentando em um bom pasto com bastante folha e verde, ele produzirá no máximo 13kg de leite por dia, os outros 6kg virão da alimentação do concentrado. O ideal é que o animal passe 8 horas pastando, 8 horas ruminando e 8 horas descansando. As vacas em lactação necessitam de uma quantidade grande de água já que 88% do leite é composto por água. Deve-se oferecer água a vontade e próxima dos cochos. Geralmente elas consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite produzido. Na época de calor, esse consumo aumenta consideravelmente. O consumo de matéria seca será de 1,6% a 2,5% do peso vivo. Capim fresco de 50 a 70kg por dia. Quando o pasto for ruim o volumoso será ofertado no coxo. “20/25 litros de leite vem do alimento no cocho com concentrado, a diferença vem do concentrado” 2.4 Manejo sanitário Os cuidados com a saúde da vaca no 2° período é de extrema importância para a qualidade do produto final. A partir da ficha zootécnica de cada animal, será feito o controle das vacinações, uso de carrapaticidas e demais medicamentos, sendo monitorados os cuidados com o casco e manejando o animal da melhor forma possível afim de que se evite certos incidentes e o estresse da vaca. Os casos de mastite serão divididos em clínica e subclínica, por afetar diretamente no leite, os animais que apresentarem mastite clínica deveram ser marcados para o descarte direto do leite, enquanto os animais com mastite subclínica continuarão a contribuir para a produção. Ademais, o ambiente é de extrema relevância para o processo de ordenha para estimular a decida do leite, então deve ser proibida a entrada de pessoas estranhas ou barulhos anormais e excessivos. Vacinações: A vacinação da brucelose é obrigatória para as fêmeas que possuem de 3 a 8 meses. A vacina contra carbúnculo sintomático deve ser realizada acima de 3 meses e ser repetida a cada 6 meses até os 2 anos de idade. A vacinação contra raiva deve acontecer anualmentee vacinar também contra a leptospirose e rinotraqueiteinfecicosa bovina. Carrapaticida: Um método para combater esses parasitas é o banho carrapaticida que devem ser realizados a cada 35 dias com um total de 6 banhos. Este tratamento deve cobrir um período de 120 dias sem que tenha o desenvolvimento de teleóginas. O método a ser utilizado é por aspersão e requer de 4 a 5 litros de produto por animal. Deve prestar atenção para que molhe o animal desde a cauda até o focinho e também não deve esquecer de molhar as partes de baixo e as reentrâncias da pele. É indicado que banhe o rebanho todo em 3 dias. Deve tomar cuidado com a chuva, pois se o animal for atingido por alguma chuva, após o banho de carrapaticida, este pode perder o efeito. Mastite: Os agentes mais comuns dessa doença são os estreptococos e os estafilococos. O índice dessa doença aumenta pelo manejo incorreto e deve levar em consideração o manejo de quando os animais estão no pasto, no momento da ordenha e a hora que voltam para o pasto novamente. Na ordenha mecânica, a ordenha deves ser realizada de acordo com as recomendações dos fabricantes. As trocas das pecas e borrachas precisam ser feitas como recomendado, assim como, o nível do vácuo, pois o excesso ou falta de vácuo aumentam a incidência de mastite. A mastite clínica provoca alteração química do leite e físico, podendo empedrejar o leite, enquanto a mastite subclínica só modifica a estrutura física e apesar de baixar a qualidade do leite ainda pode ser comercializado. Para a identificação da mastite subclínica faz o teste “CMT" ou "California Mastitis Test" que pode ser feita no campo, em seguida, será realizada a contagem de células somáticas ("CCS") em laboratório. A cultura ajuda a identificar o causador na mamite e o teste da “caneca telada” ajuda a identificar a mastite clínica. Se nos primeiros jatos de leite vierem grumos e coágulos de leite, a mastite cínica já é identificada. O controle da mamite é ordenhar primeiro as vacas sadias, depois as que já possuíram a mastite e foram tratadas e por último, aquelas que estão com mastite. As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esse período. Qual antibiótico usar? CCS e CBT CCS é a contagem das células somáticas do leite e reflete a qualidade do produto e a saúde da glândula mamária, frequentemente é observado aumento nos níveis de CCS em casos de mastite. Nesses casos, o manejo correto é fundamental para diminuir o CCS total, assim como dito anteriormente será realizado o teste da caneca de fundo preto para diagnosticar a mastite clínica e entrar imediatamente com tratamento. Enquanto a CBT que corresponde a contagem bacteriana total é resultado da higiene do ambiente. Para evitar a CCS e CBT alta utilizaremos o pré e pós- dipping, sendo antissépticos para imersão dos tetos antes e depois da ordenha, respectivamente. O processo do pré-dipping é iniciado pelo iodo como germicida depois da higienização dos tetos, a corbetura do teto deve ser completa durante 30 segundos para ação germicida máxima e por último é feita a secagem do teto pelo papel toalha. No pós-dipping, evita-se a transmissão das bactérias da mão do ordenhador e das teteiras para dentro do úbere da vaca e pele do teto, por permanecer aberto durante 1 hora, o esfíncter pode ser contaminado, então deve ser limpo com iodo. Cascos: Nas estações chuvosas há um aumento do barro no pasto, isto pode gerar um desgaste no casco levando a problemas que afetam na reprodução, perda de peso e a não demonstração do cio e afetando diretamente no intervalo entre partos. A forma de prevenção é utilizar animais que tenham um ângulo de casco alto. MAPA, manejo sanitário? Descarte das vacas? Todas que apresentarem problemas de não concepção, casco ou mastite 3. Vacas em Período seco ou Pré-parto 3.1 Manejo do período seco O período seco da fêmea gestante bovina é uma fase preparatória para a fase da lactação e pela grande exigência metabólica da produção de colostro e da quantidade de leite esperada no final da produção, já que a glândula mamária regenera os tecidos secretores de leite e acumula anticorpos para ter um colostro de melhor qualidade. Para atender essa transição de período, trabalharemos com uma média de 5 meses de período seco devido ao intervalo de parto de 14 meses da raça Girolando, escolhida para compor o rebanho. Nessa fase, abordaremos um manejo alimentar e nutricional a fim de recuperar gradativamente a condição corporal do animal ao fim de 5 meses sem que ocorra estresse da vaca ou alterações no crescimento fetal, além de promover o descanso da glândula mamária. O galpão dos lotes deverá ser bem climatizado por uma ventilação com microaspersão de ar no dias mais quentes, favorecendo a termorregulação das vacas com impacto direto no consumo de alimento, produção de leite e bem-estar. Será realizada a divisão do grupo de vacas pré-parto com o objetivo de facilitar o manejo e o requerimento nutricional dos diferentes estágios fisiológicos, e consequentemente atender a demanda de consumo de matéria seca de cada grupo. Serão divididas em 04 lotes: 1-novilhas primíparas a partir da 8a semana pré-parto; 2- novilhas nas últimas 3 semanas do período seco; 3- vacas no início do período seco; 4- vacas nas últimas 3 semanas do período seco. 1° Período (1° e 3° lote) O método para secagem do leite a ser utilizado é o gradativo. Assim, antes da data da secagem é retirado o concentrado e mantém a mesma rotina de ordenha do animal. Deve ser retirado o alimento concentrado 2 a 3 dias antes da secagem e no dia da secagem altera-se a ordenha com uma ordenha só de manhã e depois só de noite do outro dia, assim a célula vai produzindo cada vez menos leite. Essa alteração da rotina deve durar no máximo 7 dias, isso já vai ser o suficiente para o leite secar. Caso não interrompa, é necessário entrar com um secante. Para encaminhar o animal para o 1°ou 3° lote, primeiro se interromperá a lactação e maximizaremos o escore corporal aumentando a oferta de concentrado e diminuindo o volumoso na ração gradativamente. As novilhas em 1° gestação serão separas das vacas multíparas pela necessidade energética maior devido ainda estar na fase de crescimento até o 3° parto. Durante o oitavo mês de gestação deverá ser efetuada a vacinação contra o paratifo dos bezerros. 2° Período (2° e 4° lote) Mesmo tomando como referência a predisposição de algumas raças com genética holandesa antecipar o dia do parto de 2 a 3 dias, encaminharemos a novilha ou a vaca para um segundo lote quando atingir 3 semanas da data prevista para o parto. É importante não parir vacas gordas, pois estas consomem menos alimento e mobilizam mais as reservas corporais, sendo mais suscetíveis a desequilíbrios metabólicos e reprodutivos. O escore corporal tolerado é 2-4, sendo 3 o esperado. Dietas aniônicas pré-parto e catiônicas pós-parto têm mostrado efeitos benéficos. No final da gestação deve diminuir o cálcio para evitar problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral deve ficar disponível a vontade. 3.2 Nutrição Trabalharemos com o ganho de peso médio de 500g/vaca/dia, sendo estas 500g destinadas a gestação, por trabalharmos com um período seco prolongado, utilizamos apenas uma alimentação para manutenção da condição corporal, sendo elaborado uma dieta balanceada entre proteínas, energia e minerais. O alimento a ser oferecido será o volumoso em conjunto com o concentrado para proporcionar uma fermentação mais equilibrada e a absorção de nutrientes mais eficiente. Os níveis de proteína bruta utilizados serão de 12- 14% da matéria seca. Como exemplo, considere que o volumoso seja silagem de milho que tem normalmente em torno de 7% de proteína bruta (PB) na base da matéria seca, e que deverá representar 60% da matéria seca da dieta (60% x 0,07 =4,2% de PB). Para que a proteína bruta da dieta seja balanceada para 14%, então o concentrado deverá ter 25% de proteína bruta na matéria seca, contribuindo com 10% de PB (40% x 0,25) e a silagem de milho com 4,2% (60% X 0,07). Os padrões nutricionais sugeridos pelo NRC americano (edição1989 do NutrientRequirementsofDairyCattle) sugerem para vacas secas gestantes, uma dieta com 12% de PB, 56% de nutrientes digestíveis totais (NDT), com cerca de 35% de fibra em detergente neutro (FDN), com um consumo diário esperado de matéria seca de 2% do peso vivo da vaca. O concentrado deve ser acrescentado na 2° semana pré-parto (0,5% do peso vivo da vaca). Analisar os alimentos oferecidos nessa fase para sódio, potássio, cloro e sódio, além do cálcio, fósforo e magnésio, para adequá-los às exigências, nessa fase. Substituir os alimentos com teores de potássio elevado se a diferença cátion-ânion (DCA) for superior a +200 mEq/kg (DCA=435 x %Na + 256 x %K - 282 x %Cl - 624 x %S). remover as fontes de cátions (bicarbonato de sódio e sal comum, principalmente). Adicionar sulfato de cálcio até atingir 0,45% de enxofre ou 1,2 a 1,6% de cálcio. Adicionar então cloreto de amônia para reduzir a DCA para -100 mEq/kg manter a ingestão de fósforo entre 30 a 60 g/dia. Nesse período a vaca deve ganhar de 50 a 120kg de peso para que tenha um bom desenvolvimento do feto e para a vaca obter condições físicas ideais para uma boa produção de leite. A girolando tem uma média produção, assim, ela deve ganhar nesse período de 22 a 45kg de peso corporal. Então, deve dar de 1,8 a 2,7kg de concentrado e de 0,9 a 1,8 kg de volumoso. 3.3 Manejo sanitário O ambiente dos 04 lotes deve ser devidamente limpo 1 vez por semana e a limpeza do coxo todo dia na 1° refeição, deve apresentar boa ventilação, sombreamento para passar o dia e local de descanso com e sem concreto com espaço suficiente para as vacas se exercitarem, diminuindo a incidência de distocia no parto. Em especial os 2 lotes de novilhas e vacas no 2° período da seca estejam localizados perto da maternidade para facilitar o manejo. É importante avaliar o tamanho do úbere e o escape de leite no período da secagem do leite, se apresentar vazamento do leite pelo esfíncter deve ser feito a ordenha parcial ou se a glândula mamaria apresentar temperatura maior que o normal e o focinho da vaca estiver seco, pode suspeitar de infecção e será necessário um diagnóstico do veterinário para utilizar o secante e o antibiótico. 3.4 Maternidade As vacas gestantes são encaminhadas para um ambiente que deve ser um pasto perto do curral para facilitar a observação. Isso é importante, pois se houver alguma complicação durante o parto é mais fácil fazer alguma interferência de forma rápida e com uma maior probabilidade de o animal nascer vivo. No parto, o animal perde em média 80kg (feto, líquidos fetais e placenta). Essa mudança rápida de peso pode deixar o animal desconfortável, sendo um momento de muito estresse para o animal, por isso, deve interferir o mínimo possível, apenas, em caso de distocias. Se isto ocorrer, é preciso interferir de modo que não cause nenhum dano para a bezerra e para a vaca. Presença do médico veterinário é de extrema importância para evitar algum tipo de risco. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89669/1/24399.pdf http://www.inseminacaoartificial.com.br/Manejo_reprodutivo.htm https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/alimentacao. html https://docs.ufpr.br/~freitasjaf/artigos/manejogeral.pdf http://www.ufrgs.br/nespro/arquivos/manual_touros_port.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89669/1/24399.pdf http://www.inseminacaoartificial.com.br/Manejo_reprodutivo.htm https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/alimentacao.html https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/alimentacao.html https://docs.ufpr.br/~freitasjaf/artigos/manejogeral.pdf http://www.ufrgs.br/nespro/arquivos/manual_touros_port.pdf Vacinas: Como medidas higiênico-sanitárias não devem ser esquecidas a vacinação contra o paratifo dos bezerros, a vacina contra a aftosa de 6 em 6 meses e os testes periódicos para brucelose e tuberculose. https://www.shopdocampo.com.br/shop/site/BovinosTexto8.html http://www.boiapasto.com.br/noticias/manejo-reprodutivo-de-vacas- leiteiras/5306/9#.W6_JRddKgdU http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_17_217200392357.html https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/inseminacao-artificial-em- bovinos-inducao-e-sincronizacao-do-estro-em-vacas/33498 Genética da bovinocultura leiteira O material genético trabalhado no vigente projeto será mestiça de Holandês com Zebu, ou seja, a raça Girolando. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (2018), a média de intervalo de partos é de 438 dias, sendo a duração de lactação 264 dias com 5.264kg em média de produção de leite. A idade ao primeiro parto das novilhas é de 30 e 35 meses com peso vivo de 450kg, atingindo 340kg com 20 meses de idade na puberdade fisiológica https://www.shopdocampo.com.br/shop/site/BovinosTexto8.html http://www.boiapasto.com.br/noticias/manejo-reprodutivo-de-vacas-leiteiras/5306/9#.W6_JRddKgdU http://www.boiapasto.com.br/noticias/manejo-reprodutivo-de-vacas-leiteiras/5306/9#.W6_JRddKgdU http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_17_217200392357.html https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/inseminacao-artificial-em-bovinos-inducao-e-sincronizacao-do-estro-em-vacas/33498 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/inseminacao-artificial-em-bovinos-inducao-e-sincronizacao-do-estro-em-vacas/33498
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