Redação enem 2020

Prévia do material em texto

De acordo com a Constituição Federal Brasileira todos os indivíduos possuem direito à saúde de qualidade plural e livre de preconceitos, porém, no cotidiano essa conquista é negligenciada frente aos estigmas atrelados às doenças mentais. Nesse parâmetro, dentre as causas desse entrave, podemos citar a perpetuação do preconceito bem como a falta de acesso pleno ao tratamento necessário. Com isso, essa problemática está ligada à aspectos sociais e governamentais, na qual necessitam ser superados para assim mitigar os estigmas.
Em primeiro plano, nota-se, que na sociedade uma em cada vinte pessoas possuem problemas mentais, mas, mesmo frente a números tão expressivos, não normalizamos a presença desse entrave. Ademais, vivemos na era do apareço, logo existo na qual o melhor lado é mostrado, massifica-se a ideia de felicidade plena, excluindo bem como perpetuando o preconceito com quem não se encaixa nesse padrão. Dessa forma, as pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, e outros transtornos mentais graves não se sentem representados nessa sociedade do espetáculo, que atrelado aos estigmas sociais dificultam progressivamente a interação social. Logo, é vital a representação desses seres em filmes e séries, como Os trezes porquês, para assim os mesmos se sentirem pertencidos e reduzirmos a perpetuação do preconceito.
Somado a isto, percebe-se que o Brasil é o país mais depressivo da América Latina e mesmo assim proporciona tratamentos precários. Atrelado a isso, a sucateação da saúde pública brasileira virou um projeto, porque, mesmo possuindo a percepção de que todos os indivíduos podem apresentar sinais de sofrimento psíquico, cada vez menos se investe na saúde e esse descaso aumenta frente às doenças mentais. Com isso, somos considerados cidadãos de papel- teoria do jornalista Gilberto Dimenstein- pois possuímos direito à saúde de qualidade e plural apenas no papel já que tal direito é negligenciado diariamente. Por fim, hospitais sem suprimentos, clínicas lotadas, escassez de profissionais da saúde tal como falta de acesso à medicação tornou-se realidade na sociedade brasileira.
Infere-se, portanto, que o estigma associado às doenças mentais no Brasil advém de aspectos governamentais e sociais. Sendo assim, é de responsabilidade do Governo investir mais no Ministério da Saúde, para os mesmos fomentarem o acesso mais eficiente a psiquiátricos, psicólogos e apoio pós-diagnóstico, bem como ampliar e revitalizar o Centro de Valorização a vida, com o fito de promover o acesso pleno ao tratamento necessário. Além disso, é vital que a sociedade, com o apoio midiático, normalize tal como se livre do preconceito frente às doenças mentais, através da publicação real da vida pelos influenciadores, com o intuito de quebrar padrões e a ideia de felicidade plena, além da conscientização e a divulgação do CVV por meio de perfis voltados ao apoio da saúde mental, tal como filmes e séries que abordem a problemática. Com isso, teremos uma sociedade plural, diversa, bem como alcançaremos a cidadania plena.