Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TÓPICOS EMERG. EM GESTÃO DE PESSOAS Aula 01 MISSAO: CHIAVENATO, I. Gestão de pessoal.- A missão representa a razão da existência de uma empresa, significa a finalidade ou motivo pelo qual a organização foi criada, seu papel na sociedade. O conhecimento sobre a missão de uma organização cria um “sentido” para as pessoas direcionarem seus esforços produtivos, auxiliando-as a alcançar seus objetivos estratégicos. Assim, a missão orienta as atividades da organização, sinalizando aos diversos setores qual seu papel no sistema da empresa e, desta forma, como seus empregados podem contribuir para gerar o sucesso da empresa. VISÃO: A visão de uma organização é a imagem que ela cria para si no cenário futuro. Permite com isto que se perceba as ações necessárias para torná-la real. A missão e a visão geram as condições para se definir os seus objetivos e formular as suas estratégias organizacionais para alcançá-los. A estratégia organizacional funciona como o meio para realizar a missão e alcançar os objetivos organizacionais que propiciarão o alcance da visão da empresa. Por meio da visão, as organizações procuram indicar o lugar aonde a empresa pretende chegar: a um determinado espaço de tempo e o compromisso que as pessoas que atuam no espaço organizacional devem assumir para com a mesma, compartilhando de seus propósitos. Através da visão se constrói uma identidade comum quanto aos propósitos da empresa para o futuro, a fim de orientar o comportamento dos membros sobre o destino que a organização deseja. VALORES ORGANIZACIONAIS: Os valores organizacionais indicam seus princípios básicos, suas crenças sobre as pessoas e todos os demais personagens que compõem seu universo. Assim, a postura da empresa em relação aos seus recursos humanos, aos seus clientes, aos fornecedores, aos acionistas e à sociedade em geral. São expressões de seus valores e indicam aos seus gestores e empregados a postura profissional que devem assumir junto a estes. Cultura Organizacional Os valores organizacionais estão presentes em sua cultura conforme define Chiavenato: “Um padrão de assuntos básicos compartilhados que um grupo aprendeu como maneira de resolver seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que funciona bem a ponto de ser considerado válido e desejável para ser transmitido aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação aos seus problemas. É a maneira costumeira ou tradicional de pensar e fazer as coisas, que são compartidas por todos os membros da organização e que os novos membros devem aprender e aceitar para serem aceitos no serviço da organização. Refere-se a um sistema de significados compartilhados pelos membros e que distinguem a organização das demais organizações. A essência da cultura de uma organização provém da maneira como a organização faz negócios, a maneira como ela trata clientes e empregados e o grau de autonomia ou liberdade que existe nos departamentos ou escritórios e o grau de lealdade expressado pelos empregados a respeito da organização.” OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS: Para Chiavenato, o “objetivo é o resultado desejado que se pretende alcançar dentro de um determinado período de tempo. Os objetivos devem atender simultaneamente a seis critérios: 1. ser focalizado em um resultado a atingir e não em atividade; 2. ter consistência, ou seja, estar ligados coerentemente a outros objetivos e demais metas da organização; 3. ser específico, isto é, circunscritos e bem definidos; 4. ser mensurável, quantitativos e objetivos; 5. estar relacionado com um período de tempo como dia, mês etc.; 6. serem alcançáveis, ou seja, serem perfeitamente possíveis.” ESTRATEGIA ORGANIZACIONAL: Refere-se ao comportamento global e integrado da empresa em relação ao ambiente que a circunda, na definição de Chiavenato, e apresenta as seguintes características: “1. é definida pelo âmbito institucional, quase sempre através da participação de todos os demais níveis e negociação quanto aos interesses e objetivos envolvidos; 2. é projetada a longo prazo e define o futuro e o destino da organização; 3. envolve a empresa como uma totalidade, é um mutirão de esforços; 4. é um mecanismo de aprendizagem organizacional através do qual a empresa aprende com a retroação decorrente dos acertos e erros nas suas decisões e ações globais.” O planejamento estratégico pode se apresentar a partir de três tipos, segundo Ackoff, citado por CHIAVENATO: “1. PLANEJAMENTO CONSERVADOR/DEFENSIVO: é o planejamento voltado para a estabilidade e manutenção da situação existente em manter as práticas vigentes. 2. PLANEJAMENTO OTIMIZANTE/ANALÍTICO: voltado para a adaptabilidade e inovação da organização. Sua base é incremental, tenta melhorar as práticas vigentes. 3. PLANEJAMENTO PROSPECTIVO/OFENSIVO: voltado para as contingências e para o futuro da organização; sua base é adesão ao futuro, no sentido de ajustar-se às novas demandas e preparar-se para as futuras contingências.” “O planejamento estratégico de RH deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização” CHIAVENATO. O planejamento estratégico de RH integrado deve ter correspondência com as estratégias organizacionais. Assim, o planejamento estratégico de RH pode adotar uma estratégia do tipo adaptativo, autônomo ou integrado. Os principais fatores que intervêm no PERH são: a rotatividade, o absenteísmo e as mudanças no requisito da força de trabalho, o que obriga que este planejamento seja revisado frequentemente. O PERH deve indicar as ações da área de RH para contribuir com o alcance dos objetivos organizacionais, bem como apresentar programas que favoreçam e incentivem os indivíduos a alcançarem seus próprios objetivos individuais. Define os recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, dentro de um determinado período. As pessoas passam a significar o diferencial competitivo na medida em que através de sua atuação eficiente e eficaz garantem o pleno emprego dos demais recursos de produção. Desta forma, para direcionar os esforços individuais de seus empregados, as organizações devem propiciar a conciliação dos objetivos individuais com os objetivos organizacionais, criando, através da área de Recursos Humanos, Programas que gerem o desenvolvimento profissional destes, orientando os seus gestores para as práticas de gestão que envolvam os empregados nos processos de gestão participativa, induzindo ao comprometimento e ao amadurecimento profissional. As empresas dependem das pessoas para o seu sucesso e as pessoas dependem das organizações para sua sobrevivência e desenvolvimento pessoal e profissional. Assim, tanto a classe empregadora quanto os trabalhadores necessitam rever seus conceitos sobre essa relação que deve ser de cooperação mútua e respeitosa. Este é o desafio a ser gerenciado pela área de Recursos Humanos, juntamente com os gestores da organização. Segundo Chiavenato, enquanto as organizações têm por objetivos a: “• sobrevivência; • crescimento sustentado; • lucratividade; • produtividade; • qualidade nos Produtos/serviços; • redução de custos; • participação no mercado; • novos mercados; • novos clientes; • competitividade; • imagem no mercado. O empregados apresentam os seguintes objetivos: • Melhores salários; • melhores benefícios; • estabilidade no emprego; • segurança no trabalho; • qualidade de vida no trabalho; • satisfação no trabalho; • consideração e respeito; • oportunidades de crescimento; • liberdade para trabalhar; • liderança liberal; • orgulho da organização.” As Pessoas devem ser vistas pela organização como parceiros, e podemos classificar quatro grupos de parceiros organizacionais, conforme apresenta Chiavenato: Acionistas e Investidores Contribuem com capital de risco e Investimentos para a organização e objetivam terem porretorno os lucros Empregados Contribuem com trabalho, esforço, conhecimentos e habilidades para a organização e objetivam terem por retorno salários, benefícios, redistribuições e satisfações; Fornecedores Contribuem com matérias-primas, serviços, insumos básicos, tecnologias para a organização e objetivam terem por retorno lucros e novos negócios; Clientes e Consumidores Contribuem com compras e aquisição dos bens e serviços para a organização e objetivam terem por retorno qualidade, preço e satisfação.” Administração Estratégica de Recursos Humanos apresenta as políticas e práticas relacionadas com as pessoas, envolvendo as ações de recrutamento, seleção, treinamento, enriquecimento ocupacional, recompensas, avaliação de desempenho, planejamento de carreiras, qualidade de vida no trabalho. Entendendo o posicionamento estratégico da área de Recursos Humanos, cabe aos gestores as ações cotidianas junto aos empregados, acompanhando ou atuando nas atividades como recrutamento, entrevistas, seleção, treinamento, avaliação de desempenho, levantamento do potencial de seus colaboradores e indicações para promoções. O novo papel da área de Recursos Humanos junto às organizações prevê uma atuação contingencial e situacional, entendendo as pessoas como seres humanos, com características individuais que agregam seu talento e competência às organizações e devem, portanto, serem percebidas como parceiros organizacionais. Cabe à área a análise do contexto ambiental na qual a organização está envolvida com suas variáveis políticas, econômicas, tecnológicas, sociais, educacionais e culturais; a análise sobre o comportamento dos concorrentes e clientes; as aspirações dos investidores, o negócio da organização e seu comprometimento em atender à sociedade. Além disso, cabe compreender os processos internos da organização e o funcionamento e comprometimento das demais áreas no alcance dos objetivos organizacionais. Deve estar atenta aos aspectos ligados às inovações tecnológicas e ao acesso à informação que geram oportunidade aos indivíduos de adquirirem novos conhecimentos e os impactos da globalização sobre as organizações. Entender que o trabalhador atual detém um nível de conscientização que obriga as organizações a realizarem práticas gerenciais que o compreendam como inteligentes, criativos, participativos e críticos. Que por estas mesmas características tendem, nas condições propícias fornecidas pelas políticas de recursos humanos, a uma maior autonomia no cenário organizacional e esperam destas um bom clima para o trabalho, assim como o reconhecimento de seus esforços através de programas de reconhecimento de desenvolvimento de seu potencial. 1) Propiciar a organização das condições para esta alcançar seus objetivos e realizar sua missão; 2) Proporcionar o pleno emprego da força de trabalho dos seus empregados através de cargos enriquecidos e de processos de avaliação de desempenho; 3) Proporcionar aos empregados o desenvolvimento de seu potencial, gerando competências a serem empregadas na organização, através de processos de análise de potencial, treinamento e planos de carreiras, avaliação bem treinados e motivados (reconhecimento e não só dinheiro); 4) Aumentar a satisfação no trabalho, criando um bom clima organizacional, programas de incentivo à participação dos empregados e de reconhecimento social e financeiro; 5) Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; 6) Auxiliar na administração das mudanças, objetivando flexibilidade e agilidade à organização; 7) Garantir a integridade ética e a responsabilidade social dentro e fora das fronteiras organizacionais. Aula 02 Não há indivíduo ou grupo sem cultura estabelecida. Independentemente do nível de escolaridade, devemos entender que a cultura vai além do conhecimento formalmente transmitido. Em toda sociedade, há o estabelecimento de um padrão cultural que orienta as práticas de comportamento de seus membros internos e as distingue das demais sociedades. A cultura pode ser manifestada pelo seu conhecimento acadêmico, artístico e cultural formal sendo oficializada intelectualmente. Entretanto, podemos definir cultura de uma maneira mais ampla, como um conjunto de costumes de uma sociedade. Assim, a cultura pode ser registrada pelos mecanismos formais ou não, sendo perpetuada e desenvolvida por seu povo através de suas histórias, rituais, cerimônias, símbolos, músicas, danças, vestuário, linguagem etc. Em termos organizacionais, Chiavenato define cultura como: “Um padrão de assuntos básicos compartilhados que um grupo aprendeu como maneira de resolver seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que funciona bem a ponto de ser considerado válido e desejável para ser transmitido aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação aos seus problemas. É a maneira costumeira ou tradicional de pensar e fazer as coisas, que são compartilhadas por todos os membros da organização e que os novos membros devem aprender e aceitar para serem aceitos no serviço da organização. Refere-se a um sistema de significados compartilhados pelos membros e que distinguem a organização das demais organizações. A essência da cultura de uma organização provém da maneira como ela faz negócios, a maneira como ela trata clientes e empregados e o grau de autonomia ou liberdade que existe nos departamentos ou escritórios e o grau de lealdade expressado pelos empregados a respeito da organização.” Podemos fazer uma analogia da Cultura Organizacional como sendo a Personalidade da Organização. Através da sua cultura, a empresa é reconhecida no seu ambiente interno e externo. Na análise do ambiente organizacional, os elementos principais da cultura organizacional são apresentados por Chiavenato, segundo descrição a seguir: 1. O cotidiano do comportamento observável: como as pessoas interagem, a linguagem e gestos utilizados, os rituais, rotinas e procedimentos comuns. 2. As normas: ou regras que envolvem os grupos e seus comportamentos, como nos momentos de laser, nas refeições, nos dias informais. 3. Os valores dominantes: defendidos por uma organização, como a ética, o respeito pelas pessoas, a qualidade de seus produtos ou preços baixos. 4. A filosofia administrativa: que guia e orienta as políticas da organização quanto aos funcionários, clientes e acionistas. 5. As regras do jogo: como as coisas funcionam, o que um novo funcionário deve aprender para sair-se bem e ser aceito como membro de um grupo. 6. O clima organizacional: os sentimentos das pessoas e a maneira como elas interagem entre si, com os clientes ou elementos externos. As mudanças contínuas fazem parte do ambiente onde as organizações se situam obrigando-as a se adaptarem para sobreviver e obterem sucesso em seus empreendimentos. Para tal elas precisam estar abertas para desenvolver as mudanças em seu ambiente interno, o que exige que sejam adaptáveis, flexíveis e que constantemente se reinventem. Esse processo só é possível através das pessoas que compõem seus quadros funcionais e do entendimento dos valores da cultura organizacional e dos valores que norteiam as atitudes e comportamento do grupo. O processo de desenvolvimento organizacional deve ser compartilhado por seus membros de forma a proceder às mudanças de uma maneira harmoniosa, evitando descontinuidades na personalidade desta organização. A força propulsora da mudança parte da percepção da relação das variáveis externas com a percepção da resistência natural das pessoas e da cultura da organização. Assim, a necessidade de mudança pode ser percebida e identificada como o caminho natural para a adaptação da organização ao ambiente externo, o que prioriza sua sobrevivência e seu sucesso. OS GERENTES NOS PROCESSOS DE MUDANÇA: Neste contexto o gestor, enquanto líder de seu grupo, tem um papel fundamental na eliminação da resistêncianatural dos indivíduos aos processos de mudanças. É importante que este gestor procure entender os aspectos racionais, psicológicos e sociológicos da resistência dos indivíduos ao processo de mudanças. Assim, a responsabilidade de compreender a cultura organizacional e gerir os processos de mudanças necessários à organização não são de responsabilidade exclusiva da área de Recursos Humanos, mas, sem dúvida, cabe a esta o desenvolvimento de políticas que valorizem seus empregados e reconheça seu valor latente para as organizações. A liderança do gestor, bem mais que seu poder emanado pelo cargo, é fundamental para que este processo de integração seja consolidado de forma a transformar o grupo em uma equipe de trabalho, com a noção de time. Para Bergamini, “cabe à organização prover recursos, não só a cada membro em particular, como também às subunidades que a compõem no sentido de que possam ser utilizados para o alcance dos fins almejados.” Manter o grupo motivado e voltado para alcançar os objetivos organizacionais é papel primordial do gestor e, para tal, a área de Recursos Humanos deve ter uma atenção especial com o desenvolvimento dos ocupantes desta função de liderar. Segundo Aldag, “para liderar pessoas, você precisa primeiro, saber liderar a si mesmo”. Nesse processo de desenvolvimento do seu potencial de liderança, devem ser considerados não só os conhecimentos técnicos de gestão, mas o desenvolvimento de sua inteligência emocional para poder motivar continuamente sua equipe a alcançar suas metas. AULA 03 A princípio, costumamos entender os processos de alianças e parcerias apenas do ponto de vista financeiro, entendendo que não passa de uma jogada para garantir a formação de uma empresa mais sólida economicamente, ou então que uma das empresas não está com sua saúde financeira em boas condições. Entretanto, há muito mais por trás das alianças e parcerias, questões que passam por consolidação de mercado, ampliação para outros mercados e aprendizagem, que são os principais objetos destes processos. Os objetivos que geram as alianças organizacionais têm impactos internos e externos às empresas envolvidas neste processo, e a maneira como são percebidas pelo mercado e acionistas é fundamental para seu sucesso. Assim, o fator estratégico que orienta o processo de aliança determina a forma como o mercado irá reagir a esta. Estudos demonstram que: 1) o mercado prefere as estratégias de expansão às de transformação: Isto se justifica na medida em que o objetivo expansionista indica o desejo de crescimento de uma empresa que apresenta-se saudável. Significa aumentar seu market share, buscando novos mercados. Já a estratégia de transformação apresenta riscos do novo produto não ter a aceitação que se espera, e isto gera desconfianças no mercado do sucesso do empreendimento. 2) aquisições geram mais valor que fusões ou alianças. Na Aquisição, fica bem clara a empresa dominante do processo. Assim, é mais fácil identificar o comportamento futuro da nova empresa oriunda da aliança no mercado. Os principais resultados do estudo demonstram que a compreensão do objeto da aliança é determinante para as reações do mercado sobre essa aliança. Assim, os principais tipos estratégicos são: • Consolidação de mercado; • expansão geográfica; • ampliação do sistema empresarial; • mudança de portfólio e • diversificação de atividades. Na realidade, as empresas buscam as alianças como forma de alcançarem seus objetivos estratégicos, sendo eles realmente os principais. O estudo dos objetivos das alianças deve partir da análise destes, levando as organizações a procurarem a satisfação de seus objetivos individuais primários. Assim, podemos separar esse processo em duas etapas, segundo Benjamin Gomes- Casseres: Primeira etapa “Os principais elementos da estratégia de aliança, que são quatro: 1) uma estratégia de negócios fundamental, por exemplo, de aprendizado, de posicionamento ou de fornecimento; 2) uma abordagem dinâmica que oriente o gerenciamento e a evolução de cada aliança; 3) o gerenciamento de um portfólio de alianças; 4) a construção de uma infraestrutura interna que apoie e procure maximizar o valor da colaboração externa. Segunda etapa Os passos do processo de montagem da estratégia de aliança, que também são quatro: 1) criar um processo organizacional que incorpore a aliança como uma opção natural para a empresa, incluindo um sistema que defina e monitore os objetivos a serem alcançados com ela; 2) encontrar uma forma de gerenciar a mudança na aliança; 3) estabelecer a ordem de prioridades para as várias alianças; 4) criar uma hierarquia organizacional responsável pela otimização do portfólio de alianças.” O benefício de uma aliança para as organizações deve ser avaliado pelos objetivos pretendidos e alcançado segundo os que originaram este processo e pela forma como este é administrado. A intenção de realizar uma aliança tem várias origens, mas, mais que os desejos de seus acionistas majoritários ou a oportunidade de uma jogada de mercado, sua necessidade de fato deve ser observada segundo os objetivos estratégicos de cada uma das organizações envolvidas nessa aliança. Outra questão a ser analisada é a maneira como se adaptarão as culturas destas empresas a este processo que irá gerir um novo conjunto de valores comuns a ambas. Os principais objetivos das alianças podem ser classificados da seguinte forma para Benjamin Gomes-Casseres: “Alianças de fornecimento, ou seja, com fornecedores. Têm como meta aproveitar a economia de escala e a especialização, fazendo com que um dos parceiros forneça ao outro, produtos e serviços. Alianças de posicionamento. Ajudam as partes a entrar em novos mercados ou a expandir os já existentes. Alianças de aprendizado. Servem para desenvolver novas tecnologias por meio da pesquisa colaborativa ou da transferência de capacidades entre os parceiros. Definir claramente como a aliança se adaptará à estratégia da empresa também é importante para que se possa, no futuro, medir de forma precisa o desempenho da parceria. Mede- se uma aliança de fornecimento, por exemplo, de forma diferente de uma aliança de aprendizado. Além disso, o verdadeiro valor de cada aliança geralmente não se evidencia nos custos ou no faturamento conjunto, mesmo que se trate de uma joint venture isolada. Como a aliança é a ferramenta de uma estratégia mais ampla, seu efeito precisa ser medido do ponto de vista da contribuição para tal estratégia. Assim, temos também de levar em consideração os custos das oportunidades que serão descartadas em decorrência da aliança, além de quaisquer outros benefícios qualitativos que a parceria possa trazer para a empresa como um todo.” Há uma tendência comum à maioria das empresas que executam uma aliança deduzirem que sua atenção deva ser concentrada no fechamento do acordo, mas este é apenas o início de um processo. Entendendo as organizações como sistemas orgânicos e as variáveis externas que continuamente provocam mudanças nas mesmas, devemos saber que as alianças são mutáveis, por isso é preciso acompanhar e gerir suas etapas. Desta forma, a avaliação sobre seus resultados devem acompanhar todo o processo desde o início, promovendo correções em seu curso, o que significa que o processo de negociação é a base de sustentação para que a aliança seja bem sucedida. Sem dúvida os gerentes das organizações envolvidas no processo da aliança assumem um papel fundamental, interagindo entre si, buscando formas de conduzir o processo de forma a equacionar os problemas que envolvem principalmente a formação de uma nova cultura e orientando seus funcionários a superarem as dificuldades naturais deste processo. Papéis dos executivos no processo de aliança organizacional Comunicar os objetivos da aliança: É importante que todos tenham a consciência da importância da aliança e direcionem seus esforços nestesentido. A comunicação tem o objetivo de tranquilizar os empregados sobre as incertezas que esse processo possa gerar na vida profissional de seus empregados, evitando boatos sem fundamento que possam provocar resistências ao processo. Caracterizar o parceiro: Entender e passar aos empregados as características do comportamento organizacional do parceiro, demonstrando os valores comuns e complementares entre as duas culturas, bem como os pontos divergentes que amenizam possíveis conflitos improdutivos no processo de aliança e uma visão mais próxima entre as duas empresas nos seus objetivos. Aprender sobre aliança e com a aliança: Procurar especializar-se no assunto, aprender com a situação, criando oportunidade para que cada empresa possa contribuir com o que mais sabe para a construção de uma organização mais aprimorada para o mercado competitivo, gerando mais satisfação aos clientes e acionistas. Incentivar a colaboração entre os empregados: Muitas vezes, as empresas envolvidas na aliança, provavelmente eram rivais anteriormente no mercado. Transformar o sentimento de concorrência anterior em colaboração mútua não é uma tarefa fácil, mas é fundamental que os membros destas empresas passem a se ver como componentes de uma única organização, como parceiros em busca de um mesmo objetivo. Uma estratégia é realizar intercâmbio entre as equipes dessas organizações, provocando a miscigenação das equipes e dos valores culturais. Realizar projetos comuns: Os resultados positivos, alcançados, vão consolidando o entendimento de que é possível o trabalho cooperativo, bem como tendem a ser mais produtivos. Premiar a colaboração: Incentivar a participação através de um programa que destaque a participação colaborativa entre os membros das equipes fomenta a participação dos demais membros. Administrar os conflitos: Compreender que os conflitos são parte inerente do processo de toda formação de equipe e dada as características do processo de aliança estes são mais prováveis, facilita sua previsão e possibilita a definição de alternativas para administrá-los. Administrar o tempo: O processo de aliança demanda de médio a longo prazo para sua consolidação e, naturalmente, gera muitas expectativas entre os empregados das organizações. Cabe aos gestores amenizar as tensões naturais entre seus empregados, fazendo-os compreender a importância de se respeitarem, que é o amadurecimento do processo, através do cumprimento de suas etapas. Desenvolver a flexibilidade: A flexibilidade para aceitar novos valores, processos de trabalho, um novo modelo de gestão e uma nova estrutura de poder são fundamentais para que a aliança se consolide. Ao gestor, cabe o papel de provocar a flexibilidade de seus empregados ao novo modelo organizacional. O Papel da área de Recursos Humanos Propiciar a integração entre os recursos humanos das empresas envolvidas: gerar procedimentos de integração social que permitam a compreensão da existência de um único corpo funcional, propiciando as relações profissionais e interpessoais. Gerar um ambiente que gere a cooperação entre as equipes: incentivar a formação de equipes multifuncionais e intraorganizacional, analisando e sinalizando os potenciais talentos existentes nas organizações. Estudar os processos organizacionais definindo uma participação dos recursos humanos de uma forma a integrar os esforços produtivos: estudar os processos organizacionais e propor formas de integrá-los, interagindo as forças produtivas das organizações envolvidas na aliança. Definir as políticas comuns de recursos humanos: definir uma política de Recursos Humanos comum, evitando desnivelamento nas práticas de gestão de recursos humanos que provoquem injustiças entre os empregados comuns as empresas. Consolidar a cultura destas organizações: definir projetos que propiciem a tolerância à diversidade e a compreendam como formas complementares a uma nova cultura. Facilitar a troca de experiências: abrir as “caixas-pretas” do conhecimento adquirido pelas organizações ao longo de suas vidas desenvolvidas de maneira independente e até concorrente. Valorizar Experiência profissional e a competência técnica: reconhecer e destacar a experiência técnica e profissional dos integrantes das equipes que constituem as organizações envolvidas no processo de aliança. Propiciar feedback: gerar retorno sobre o desempenho dos empregados no processo de aliança, direcionando as ações dos empregados ao comportamento e resultados esperados. Trabalhar os processos de desligamentos: independente de não ser o propósito do processo de aliança provocar demissões, esta é uma das consequências inerentes e cabe à área de Recursos Humanos promover ações que suavizem os impactos causados pelas demissões, fazendo-as de maneira justa e ética. Aula 04 ARQUITETURA ORGANIZACIONAL A análise da arquitetura organizacional deve priorizar um formato empresarial que tenha foco nos seus objetivos estratégicos, na aplicação dos seus recursos humanos, aproximando a ação dos empregados das atividades-fins da organização, com o propósito de fornecer produtos e serviços que atendam melhor à demanda dos seus clientes. Um dos fatores mais críticos quando se fala em desenho organizacional é a alta gerência, devendo ser preparada para atuar na definição do novo modelo e na adequação dos Recursos Humanos na estratégia de gestão adequada à organização. Assim, é necessário o aprimoramento das competências desses profissionais através de ações de desenvolvimento gerencial como MBAs e cursos de pós-graduação. Não se trata apenas de empreender ações convencionais de aprimoramento dos modelos organizacionais adotados, mas principalmente de buscar modelos mais flexíveis, menos hierarquizados que habilite os empregados à autogestão. • Analisar a relação de adequação entre empresa e o seu ambiente externo; • promover a compreensão da organização como um sistema integrado, onde as partes interagem para se fazer cumprir os objetivos organizacionais; • deve-se observar as premissas básicas para se promover uma nova arquitetura física voltada a gerir uma organização mais eficiente: - princípio da finalidade: O modelo físico deve ser adequado à função da organização. - adequação arquitetônica: se mostrar ágil às respostas que a empresa deve proporcionar às variáveis externas; - atender às demandas internas: compreender as necessidades dos gestores, empregados em relação à melhoria dos processos administrativos; - desenvolver a organização: promover a renovação dos valores organizacionais sem descaracterizar a organização em sua cultura. Para tal, devem os gestores buscar traçar um modelo congruente, sob duas perspectivas (NADLER et al., 1994): O binômio arquitetura/cultura: como a arquitetura se harmonizará com as pessoas que trabalham na organização. O binômio arquitetura/estratégia: como a arquitetura adotada permitirá à organização realizar sua estratégia. Características a serem observadas para a construção do modelo: • A maioria dos gestores tende a enxergar suas empresas apenas pelo organograma, não observando as características culturais; • observar os princípios da Psicologia Social das Organizações; • compreender a abordagem de sistemas abertos, entendendo a influência de todo o ambiente que envolve a organização: mercado, clientes, acionistas, investidores, organizações governamentais, ONGs, comunidades e a sociedade; • compreender a interdependência interna, entendendo que as mudanças, em um componente organizacional, possuem repercussões sobre os demais e deles recebem insumos; • aplicar os princípios da Equifinalidade: Katz e Kahn, em 1987, definiram a equifinalidade para justificarem o fato de diferentes configurações ou mesmo processos organizacionais conduzirem ao mesmo fim desejado; • promover a adaptação: para que um sistema organizacional sobreviva, deve manter um equilíbrio favorável nas transaçõesde troca com o ambiente e, dessa forma, procurar continuamente o desenvolvimento do modelo organizacional, entendendo-o jamais como um modelo finalizado; • analisar as atividades básicas às quais a organização se dedica: as estratégias para sua realização; • envolver as pessoas, entendendo que são as responsáveis pela realização das tarefas, aplicando seus conhecimentos, habilidades, assim como comportam percepções e expectativas sobre a dinâmica organizacional; • Dessa forma, além dos aspectos formais da organização, devem ser considerados os de caráter informal, ou seja, além da estrutura organizacional formal adotada e seu conjunto de normas e regras de procedimentos, deve-se considerar a organização paralela à organização formal, sua cultura e as percepções das pessoas sobre a empresa. Para Araújo (2001), o desenvolvimento de novos modelos estruturais para a organização deve envolver as pessoas, segundo o modelo dos sete Cs: Alguns modelos de estrutura organizacional têm um maior impacto junto aos recursos humanos. Apresentamos a seguir alguns dos mais adotados na atualidade: Empowerment “Criação ou o fortalecimento do poder decisório nas mãos das pessoas da organização. Pretende-se conceder às pessoas oportunidades de participar ativamente do processo de tomada de decisão” (DORSEY, 2000). Pilares sobre os quais deve se assentar o conceito. O empowerment parte do princípio de que as pessoas são ricas em potencial para participar da gestão organizacional. Com maior autonomia de planejamento e decisão, pode-se diminuir os níveis organizacionais provocando o “achatamento” da estrutura organizacional. A diminuição dos níveis existentes do chão da fábrica ao alto escalão facilita uma maior flexibilidade da organização para responder ao ambiente externo. Assim, devemos considerar que o capital intelectual das organizações está e se manifesta pelas pessoas que a compõem e é através da aplicação correta desse capital que as organizações impulsionam seu desenvolvimento. É através dos seus empregados que a organização se relaciona com os clientes, fornecedores e acionistas. São as pessoas que analisam os concorrentes da empresa, as oportunidades do mercado, são elas que geram o lucro e garantem a sobrevivência da empresa. A rapidez com que o mundo globalizado obriga as organizações às ações em curtíssimo tempo não permite mais as estruturas organizacionais altamente hierarquizadas onde o poder de decisão esta subdividido em diversos níveis hierárquicos. A extrema competitividade da atualidade requer um acompanhamento presente, contínuo sobre os concorrentes, fornecedores e as aspirações de consumo dos clientes. Dessa forma, uma equipe mais autônoma permite ao gestor a oportunidade de estar livre para vislumbrar novas oportunidades e anteciparem as ameaças que advêm do ambiente externo. Assim, seguindo os princípios de MILLS (1996), podemos dizer que a gestão de recursos humanos deve trabalhar no sentido de desenvolver em seus empregados a postura do uso do próprio discernimento, na iniciativa e no processo decisório. a) Associar os conhecimentos e experiências das pessoas para alcançar a excelência na realização da missão organizacional. b) Gerir as informações de forma qualitativa, permitindo o acesso a elas em todos os níveis. Não apenas os Gestores devem ter acesso às informações, mas entender que quanto mais acesso às informações, mais condições têm de participar de maneira efetiva dos processos organizacionais. c) Gerar um comprometimento dos empregados com os resultados e metas organizacionais. d) Desenvolver um sistema de recompensas associado ao comprometimento e desempenho dos empregados. e) Propagar a todos os empregados o Planejamento Estratégico da Organização, em todas as suas etapas. f) Desenvolver a cultura de que a aprendizagem é um processo e que as falhas desse processo não devem ser alvo de punições. Somente assim as pessoas estarão propensas a assumirem riscos, a assumirem as responsabilidades e a tomarem iniciativa. g) Desconstruir os velhos paradigmas relacionados à hierarquia, poder e autoridade centralizados e democratizando estas questões com os demais empregados, através da criação de Equipes autogerenciadas. h) Promover um processo decisório participativo, comprometendo todos os envolvidos com os resultados, entendendo que, para isso, é necessário que entendem o que é empowerment. TERCEIRIZAÇÃO Visa promover o enxugamento da estrutura da empresa, eliminando as unidades organizacionais que podem ser desenvolvidas por outras empresas prestadoras desses serviços, para permitir que a empresa se dedique mais às áreas que representam um comprometimento maior com sua missão, objetivando sua excelência. A terceirização visa desafogar a empresa das rotinas que podem ser executadas por empresas contratadas, mas, as responsabilidades pela adequação e resultado dessas rotinas devem ser da empresa que contrata, considerando que seu produto é único na percepção do cliente. A terceirização pode se apresentar segundo a natureza do trabalho, buscando agregar inovações tecnológicas e segundo a forma como se opera. Não pode ser uma justificativa simplista de desobrigar as empresas de seus encargos sociais, dos benefícios, para provocar redução salarial e do seu quadro funcional. O princípio da organização pela opção da terceirização deve ser orientado pela redução de investimentos próprios, financeiros e tecnológicos, nas áreas secundárias à elaboração do seu produto ou serviço, direcionando esses investimentos à sua área de conhecimento. Dessa forma, a empresa pode se tornar mais competente no seu negócio, mais ágil nas suas operações e, em consequência, mais competitiva junto ao mercado. GESTAO DE PORTAS: Mais importante que a definição da modelagem organizacional, é importante que a organização defina seu modelo de gestão. A gestão de portas abertas propõe a total transparência das informações e todas as direções. A definição das metas sustentadas pelas justificativas, em consonância com os objetivos da organização, dos resultados alcançados, responsabiliza os empregados em suas ações para com a organização. A gestão de portas abertas propõe a total transparência das informações e todas as direções. A definição das metas sustentadas pelas justificativas, em consonância com os objetivos da organização, dos resultados alcançados, responsabiliza os empregados em suas ações para com a organização. O princípio da gestão de portas abertas implica aos gestores não apenas em levar as informações aos empregados, mas saber ouvi-los e considerar suas informações como relevantes para o ajuste das forças organizacionais produtivas em uma mesma direção. Implica na existência de um processo de comunicação fluindo entre as áreas, eliminando as “caixas pretas” entre gestores e empregados. Significa que a empresa deve se perceber como um verdadeiro sistema orgânico no qual o sucesso de um depende do sucesso de todos. Para tal percepção, é fundamental que a organização promova um bom clima e um ambiente que inspire a confiança entre seus membros e o espírito de cooperação. Assim, o gestor deve promover reuniões para passar e receber informações, delegar responsabilidades e apoiar seus empregados no processo de realização delas, prestando apoio técnico, emocional e feedback constante para ajustar o desempenho deles ao que se espera. Criar um sistema de sugestões premiando as que trazem significativas melhorias ao sistema organizacional, envolvendo os empregados no processo decisório da empresa e gerando mais autonomia é uma boa tática. A criação de um sistema de ouvidoria para permitir aos mais tímidos ou inseguros participarem com seus pontos de vista e responder aos seus anseios, sem que haja represálias, objetivando ações de melhorias e ajustes das disfunções apresentadas. É importante, no modelo de portas abertas, que os gestores entendamque não bastam ações figurativas, pois os empregados sentem as diferenças destas para as ações verdadeiras. Não podem entender que, ao implantarem sistemas de informações acessíveis aos empregados, ou mudarem a apresentação do ambiente eliminando paredes ou deixando suas portas abertas, é o suficiente para gerir o modelo de portas abertas. É fundamental que o gestor adote uma postura que transmita aos empregados a certeza de um modelo no qual eles são envolvidos no processo decisório. Mais que abrir as portas para permiti-los entrar em seu espaço de trabalho, é importante sair do seu cotidiano, ir a todos os espaços da organização, mostrar-se visível, atento e presente constantemente entre seus empregados. Aula 05
Compartilhar