Buscar

[9634 - 31423]introducao_estudo_transito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução ao 
Estudo do 
Trânsito 
Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Introdução ao 
Estudo do Trânsito
Universidade Sul de Santa Catarina
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Vice-Reitor
Lester Marcantonio Camargo
Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação
Hércules Nunes de Araújo
Pró-Reitor de Administração e Operações
Heitor Wensing Júnior
Assessor de Marketing, Comunicação e Relacionamento
Fabiano Ceretta
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Rafael Ávila Faraco
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Zacaria Alexandre Nassar
Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual
Ana Paula Reusing Pacheco
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretora
Ana Paula Reusing Pacheco
Gerente de Administração e Serviços Acadêmicos
Renato André Luz
Gerente de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação
Moacir Heerdt
Gerente de Relacionamento e Mercado
Guilherme Araujo Silva
Gerente da Rede de Polos
José Gabriel da Silva
Livro Didático
Professor conteudista
Deisi Cristini Schveitzer
Designer Instrucional
Rafael Araújo Saldanha (1º edição revista) 
Lis Airê Fogolari (3ª edição)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Revisão Ortográfica
Diane Dal Mago
ISBN
978-85-506-0228-8
e-ISBN 
978-85-506-0229-5
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
S42
Schveitzer, Deisi Cristini
Introdução ao estudo do trânsito : livro didático / Deisi Cristini Schveitzer ; 
design instrucional Lis Airê Fogolari. – 3. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2017.
160 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-506-0228-8
e-ISBN 978-85-506-0229-5
1. Trânsito - Legislação. 2. Trânsito - Infrações. 3. Acidentes de trânsito. I. 
Saldanha, Rafael Araújo. II. Fogolari, Lis Airê. III. Título.
CDD (21. ed.) 341.376
Copyright © UnisulVirtual 2017
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro didático
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Introdução 
ao Estudo do 
Trânsito
Deisi Cristini Schveitzer
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Noções de trânsito | 9
Capítulo 2
Sistema Nacional do Trânsito | 33
Capítulo 3
Infrações de trânsito | 63
Capítulo 4
Crimes/delitos de trânsito | 91
Capítulo 5
Acidentes de trânsito | 123
Considerações Finais | 159
Sobre o professor conteudista | 160
Introdução 
É com muito prazer que passo a lhe apresentar este livro didático. Nele, você 
iniciará o aprendizado das noções introdutórias de trânsito.
A importância desta disciplina justifica-se porque todos os dias, ou quase todos, 
recebemos as mais diversas notícias sobre o trânsito no Brasil. Dessa forma, é 
importante você conhecer as normas que ordenam este espaço democrático: o 
trânsito brasileiro.
Tenha em mente que a disciplina não objetiva esgotar o conhecimento do tema; 
pelo contrário, abordará noções gerais sobre ele.
Mais: nosso objetivo não é oferecer-lhe somente conhecimento das informações 
disponíveis nas unidades específicas, e sim dar-lhe oportunidade para uma 
reflexão, com vistas a desenvolver seu raciocínio crítico.
Iniciaremos com as noções introdutórias, avançando para o conhecimento do 
Sistema Nacional de Trânsito, infrações, crimes e acidentes de trânsito.
Bom estudo!
Professora Msc. Deisi Cristini Schveitzer
9
Capítulo 1
Noções de trânsito
Neste capítulo estudaremos as noções introdutórias do trânsito. E para tanto, 
faz-se necessário compreender, inicialmente, alguns conceitos fundamentais. 
Dessa forma, serão apresentadas a você algumas doutrinas correlatas à matéria. 
Aqui você identificará a territorialidade e analisará as vias que integram o sistema 
viário. Compreendidos conceito e territorialidade, você conhecerá os princípios 
norteadores do trânsito.
Seção 1 
Conceito de Trânsito
Você já ouviu falar em trânsito, correto? E, se duvidar, consegue conceituá-
lo com muita propriedade, levando em consideração todas as informações 
divulgadas no nosso dia a dia a respeito dele. Tais informações envolvem 
a segurança, as infrações, os acidentes, os crimes e, ainda, o problema do 
congestionamento nos grandes centros urbanos.
Essa noção que temos de trânsito faz parte do senso comum, porém, é 
indispensável para o nosso curso a compreensão e o conhecimento a respeito do 
tema sob o aspecto científico.
Os dicionários de língua portuguesa trazem vários conceitos de trânsito. Para 
exemplificar, seguem alguns mencionados pelo Dicionário Houaiss da Língua 
Portuguesa (2001, p. 2.751):
1. ato de transitar. 2. afluência, circulação de pessoas. 3. 
movimento de veículos em determinada área, cidade, etc.; tráfego. 
4. passagem, acesso. 5. passagem de um lugar a outro. 6. lugar 
por onde se passa de um lugar a outro. 7. situação passageira em 
que se encontra o funcionário, civil ou militar, transferido de um 
10
Capítulo 1 
lugar para o outro, enquanto não atinge o seu destino. 8. influência, 
boa aceitação em certos meios. 9. passagem de um estado ou 
situação a outro. 10. morte, falecimento.
Há alguns conceitos no exemplo acima não interessam para essa Unidade de 
Aprendizagem, como veremos a seguir.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), instituído pela Lei nº 9.503, de 23 de 
setembro de 1997, em seu art. 1º, § 1º conceitua a palavra trânsito como “a 
utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, 
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação 
de carga ou descarga.”. (BRASIL, 1997).
No mesmo sentido, o anexo I do CTB, de forma mais sucinta, conceitua trânsito 
como a “movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias 
terrestres.”.
Para Rizzardo (2013, p. 331), o art. 1º do CTB trata de um conceito técnico de 
trânsito, de ampla significação, abordando, em primeiro lugar:
A generalidade dos que utilizam as vias inclui-se no termo 
trânsito. Todos que se locomovem, seja simplesmente 
caminhando, seja por meio de veículos ou de animais, e mesmo 
servindo-se das vias para conduzir animais de um local para 
outro, estão abrangidos no conteúdo da Lei.
Sob esse prisma, ao interpretar o mesmo artigo, Macedo (2009, p. 52) deduz 
que estão presentes e inclusos no cenário do trânsito tanto pessoas habilitadas 
quanto as inabilitadas, tanto os veículos em bom estado de conservação quanto 
os que estão em mau estado, assim como os animais conduzidos e os que se 
encontram soltos nas vias.
Macedo (2009, p. 52) menciona, ainda, passagem propícia à reflexão, afirmando 
que “o conceito de trânsito não se esgota nos seres envolvidos, porque o 
dispositivo faz menção à movimentação dos veículos na via: circulação, parada, 
estacionamento e operação de carga ou descarga.”. 
Segundo leciona Silva e Boldori (2009, p. 29), o trânsito compreende a 
movimentação e a imobilização de veículos, pessoas e animais pelas vias 
terrestres, sendo que as disposições do CTB são aplicáveis a qualquer veículo, 
nacional ou estrangeiro.
Dentro da amplitude do § 1º, do art. 1º, compreende-se no termo trânsito, para 
efeitos de regulamentação, as movimentações de veículos, animais e pessoas 
isolados ou em grupos. (RIZZARDO, 2013, p. 32).
11
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Já o Centro de Treinamento e Educação de Trânsito (CETET) trabalha com 
o conceito diferenciado dos autores acima, tratando o trânsito como sendo “o 
deslocamento humano dentro de um espaço público. Um espaço de realização 
da cidadania 1 e que deve ser pensado de forma integrada com as questões 
relacionadas à inclusão social, ao meio ambiente e à saúde pública, entre outros.”.
Centro de Treinamento e Educação de Trânsito - Fundado em 1980, o CETET 
promove cursos e atividades educativas, dirigidas a escolas, empresas, entidades e 
profissionais que atuam, direta ou indiretamente, nas áreas de educação, transporte e 
trânsito, atendendo desde o público da educação infantil atéa terceira idade.
As normas de trânsito são de ordem pública, pertencentes ao ramo do Direito 
Público, mais precisamente dentro do Direito Administrativo e do Penal. 
(ROSÁRIO, 2010, p. 22).
O direito público é aquele que disciplina os interesses gerais da coletividade, 
compreende os princípios gerais que norteiam a sociedade humana, como a 
estruturação social e política do Estado, regula seu funcionamento e a interligação 
entre cada poder público e entre esse e os particulares.
O direito administrativo é o ramo do direito público interno que regula a atividade 
e as relações jurídicas das pessoas públicas e a instituição de meios e órgãos 
relativos à ação dessas pessoas.
O direito penal é o conjunto de leis que definem como infração penal (crime ou 
delitos e contravenções penais) aquelas condutas que configuram ofensa grave 
a bens jurídicos relevantes, cominando a respectiva sanção (pena ou medida de 
segurança) proporcional à gravidade da lesão, em face da relevância do bem 
jurídico protegido.
Gomes (2017) ao tecer seu comentário a respeito do § 1º, do art. 1º, do CTB, 
menciona a importância de compreender a diferença entre os conceitos de parada e 
estacionamento. Parada é a imobilização do veículo com a finalidade, e pelo tempo 
estritamente necessário, para efetuar embarque ou desembarque de passageiros. 
Estacionamento é a imobilização do veículo por tempo superior ao da parada.
1 “Cidadania é o status de nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, poder participar do processo 
governamental, sobretudo pelo voto”. (FERREIRA FILHO, 2001, p. 116).
12
Capítulo 1 
Seção 2 
Via terrestre
Via é conceituada pelo anexo I do CTB como a superfície por onde transitam 
veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, 
ilha e canteiro central.
Pista, calçada, acostamento, ilha e canteiro central são partes integrantes da via. 
Vejamos os conceitos adotados, de acordo com o anexo I do CTB:
 • Pista – parte da via normalmente utilizada para a circulação de 
veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença de 
nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
 • Calçada – parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, 
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de 
pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano, 
sinalização, vegetação e outros fins.
 • Acostamento – parte da via diferenciada da pista de rolamento 
destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de 
emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não 
houver local apropriado para esse fim.
 • Ilha - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à 
ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
 • Canteiro central – obstáculo físico construído como separador de 
duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas 
viárias (canteiro fictício).
Pode-se dizer que se submete à incidência das normas do CTB qualquer caminho 
que permite a passagem ou o trânsito de veículos, porquanto interessam o 
tráfego em si e o modo como se desenvolve (RIZZARDO, 20138, p. 35).
Entre os conceitos de trânsito mencionados, a territorialidade fica estampada no 
anexo I do CTB, ou seja, a “movimentação e imobilização de veículos, pessoas e 
animais nas vias terrestres.”. 
O caput do art. 2º do CTB dispõe o seguinte:
São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os 
logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as 
rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou 
entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as 
peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
13
Introdução ao Estudo do Trânsito 
O parágrafo único do mesmo artigo considera como vias terrestres as praias 
abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios 
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de 
estabelecimentos privados de uso coletivo. 
As vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo, 
foram consideradas vias terrestres e acrescentadas no parágrafo único do artigo 
2º do CTB, pela Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que instituiu a Lei Brasileira 
de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
Para os efeitos do CTB, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação 
pública, vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas 
e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.
Convém atentar que as praias abertas à circulação pública, quando autorizado o 
trânsito de veículos, assim como nas vias internas de condomínios constituídos 
por unidades autônomas, por serem consideradas vias terrestres, sua utilização 
ao trânsito seguirá todas as regras do CTB, não podendo, por exemplo, dirigir 
sem habilitação. (GOMES, 2017).
Também, faz-se necessário nas vias e áreas de estacionamento de 
estabelecimentos privados de uso coletivo a necessidade de sinalizar 
adequadamente, informando sobre a infração do art. 181, XX, inserida pela Lei n° 
13.281 de 4 de maio de 2016, que alterou o CTB e a Lei nº 13.146, de 6 de julho 
de 2015. Vejamos o dispositivo:
Art. 181. Estacionar o veículo:
[...]
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, 
sem credencial que comprove tal condição:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
O alcance das vias terrestres deve ser entendido no contexto das atividades 
da Administração pública. O CTB não é aplicado em todas as vias terrestres. 
(MACEDO, 2009, p. 52).
No caso da linha férrea, mesmo sendo via terrestre, não se aplica o CTB, pois, além de 
não ser aberta à circulação, rege-se por legislação própria, pelo Decreto 2.089, de 28 
de janeiro de 1963, que aprovou o Regulamento de Segurança, Tráfego e Polícia das 
Estradas de Ferro. (MACEDO, 2009, p. 52).
14
Capítulo 1 
2.1 Classificação das Vias Terrestres
O art. 60 do CTB classifica a via terrestre em urbanas e rurais, de acordo com a 
sua utilização.
2.1.1 Vias urbanas
São as ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação 
pública, situados na área urbana, caracterizados, principalmente, por possuírem 
imóveis edificados ao longo de sua extensão. (CTB, 1997, anexo I).
As ruas são aberturas prolongadas de espaços destinados à passagem de 
veículos e pessoas. (RIZZARDO, 2008, p. 39).
O mesmo autor ensina que no significado clássico e tradicional as ruas 
constituem os caminhos públicos ladeados de casas ou muros, que se alongam 
em cidades, povoados, bairros e vilas, entrecortando-se ou cruzando-se, 
formando a malha viária comum dos conglomerados de prédios. (RIZZARDO, 
2013, p. 35).
A Lei Complementar n° 434, de 1999, que dispõe sobre o desenvolvimento 
urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento 
Urbano Ambiental e Porto Alegre e dá outras providências, conceitua em seu art. 
9º o conceito de malha viária como o conjunto de vias do Município, classificadas 
e hierarquizadas segundo critério funcional.
No dicionário Houaiss da língua portuguesa, encontramos, entre outras, duas 
acepções clássicas do termo rua. A primeira significa via pública urbana ladeada 
de casas, prédios, de muros ou jardins. Já a segunda diz ser o centro dessa via, 
onde transitam os veículos. (HOUAISS, 2001, p. 2.479).
Via ou rua estreita, travessa ou beco denomina-se viela.
Para Rizzardo (2013, p. 35), as avenidas compreendem as vias de maior 
escoamento do trânsito, mais largas que as outras artérias 2 urbanas e nas quais 
desembocam as secundárias.
Caminhos são qualquer faixa de terreno destinada ao trânsito. Na compreensão 
do CTB, são passagens para os deslocamentos, às vezes não oficializadas e nem 
pavimentadas ou asfaltadas. (RIZZARDO, 2013, p. 36).
Não menos importante, os logradouros públicos correspondem a espaços 
abertos para a circulação e movimentação, delivre acesso a todos, como praças, 
jardins e estacionamentos. 
2 Via de comunicação importante por onde circula grande parte do tráfego. (HOUAISS, 2001, p. 307).
15
Introdução ao Estudo do Trânsito 
O anexo I do CTB conceitua como o espaço livre destinado pela municipalidade à 
circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedestres, 
tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
O inciso I do artigo 60 do CTB classifica as vias urbanas em via de trânsito rápido, 
via arterial, via coletora e via local.
A velocidade é um dos fatores mais importantes na circulação dos veículos, 
influindo em muito para a segurança de todos os usuários das vias. O princípio 
básico que orienta a política no critério de fixação dos limites está em que a 
velocidade deve ser a adequada para o local. (RIZZARDO, 2013, p. 155). 
Veremos a seguir a classificação das vias urbanas e a velocidade permitida:
A via de trânsito rápido é caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, 
sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros 3 e sem 
travessia de pedestres em nível. (CTB, 1997, anexo I).
A velocidade máxima permitida, se não houver sinalização indicando outra, será 
de oitenta quilômetros por hora. (art. 61,§ 1°, I, “a”, do CTB).
Pode-se dizer que “são vias sem cruzamentos e sem semáforo.”. (MACEDO, 
2009, p. 55).
Via arterial é caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por 
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, 
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. (CTB, 1997, anexo I).
De acordo com Rizzardo (2008, p. 161), as vias arteriais constituem-se das 
antigas preferenciais. Diferente da via de trânsito rápido, e se não houver 
sinalização regulamentadora indicando a velocidade, será de sessenta 
quilômetros por hora a máxima permitida. (art. 61,§ 1°, I, “b”, do CTB).
Macedo (2009, p. 56) trata a via arterial como sendo via com cruzamento e com 
semáforo, que possibilita o trânsito pelos bairros da cidade.
Exemplo: A Avenida São João é uma importante via arterial do Centro de São Paulo. 
Conecta-se a ela o Elevado Costa e Silva e, em sua perspectiva, encontra-se o Edifício 
Altino Arantes (Banespa), importante ponto focal urbano. Em sua área mais central, 
a avenida é inteiramente pedonal (situação caracterizada como “calçadão”), sendo 
restrito o tráfego de automóveis.
3 Lote lindeiro - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que com elas se limita. Pode ser um 
terreno, prédio, casa, sítio, garagem. 
(anexo I do CTB).
16
Capítulo 1 
As vias coletoras são destinadas a coletar e distribuir o trânsito que tenha 
a necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, 
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade. (CTB, 1997, anexo I).
As vias coletoras são “as antigas secundárias, pouco extensas e que levam às 
arteriais”. (RIZZARDO, 2008, p. 161).
Para Macedo (2009, p. 56), “são vias com cruzamentos e com semáforo, que 
possibilitam o trânsito dentro de uma mesma região da cidade”.
A velocidade máxima será de quarenta quilômetros por hora, se não existir 
sinalização regulamentadora indicando-a. (art. 61,§ 1°, I, “c”, do CTB).
Via local é caracterizada por interseções em nível não semaforizadas. É 
destinada, apenas, ao acesso local ou a áreas restritas. (CTB, 1997, anexo I).
Trinta quilômetros por hora será a velocidade máxima nas vias locais. E, 
como as demais vias, terá que ser respeitada, em primeiro lugar, a sinalização 
regulamentadora no local. (art. 61,§ 1°, I, “d”, do CTB).
Macedo (2009, p. 56) alega que “são vias com cruzamentos e sem semáforo, 
destinadas apenas ao acesso local e áreas restritas, geralmente são as ruas 
residenciais, de pouco movimento.”. 
Para Gomes (2017) quando estivermos transitando em vias urbanas, 
independentemente do veículo que estivermos conduzindo, o limite de velocidade 
será o mesmo. De forma diferente, quando estivermos trafegando em vias rurais 
classificadas como rodovias, a velocidade máxima dependerá do tipo de veículo 
que estivermos conduzindo. Já quando a via rural for classificada como estrada, o 
limite de velocidade será o mesmo, para todos os tipos de veículos.
2.1.2 Vias rurais
Ao contrário das vias urbanas, “são as que, em regra, não possuem imóveis 
edificados ao longo de sua extensão”. (MACEDO, 2009, p. 55).
O inciso II do artigo 60 do CTB classifica as vias rurais em rodovias e estradas.
As vias rurais definem-se como as que se alongam fora do perímetro urbano, 
normalmente se ligando ao interior do município ou a outros municípios.
As rodovias são vias pavimentadas e diferem das estradas, que são vias não 
pavimentadas.
Então, o elemento caracterizador das vias rurais é o pavimento (qualquer 
beneficiamento feito na via, como asfalto, concreto etc. (MACEDO, 2009, p.55). 
A Lei n° 13.281 de 2016, alterou o inciso II do art. 61 do CTB, passando a ter 
17
Introdução ao Estudo do Trânsito 
diferença a velocidade a ser permitida em rodovias de pista dupla e pista simples 
sem sinalização regulamentadora de velocidade. A velocidade máxima nas 
rodovias de pista dupla será de 110 Km/h (cento e dez quilômetros por hora) para 
automóveis, camionetas e motocicletas. Para os demais veículos, será de 90 
Km/h (noventa quilômetros por hora). Nas rodovias de pista simples será de 100 
Km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas. 
Para os demais veículos, será de 90 Km/h (noventa quilômetros por hora).
Já nas estradas, na falta de sinalização regulamentadora, a velocidade permitida 
será de 60 Km/h (sessenta quilômetros por hora).
Gomes (2017) justifica a alteração do inciso II do art. 61 do CTB, pela questão 
de segurança, a qual é significantemente maior, quando estamos transitando em 
pista dupla, pois se houver divisor físico entre as pistas, estaremos praticamente 
livres da colisão frontal, normalmente com efeitos muito danosos, como as mortes 
e lesões graves no trânsito.
Ainda, com relação à velocidade, Rizzardo (2008) argumenta que nas vias 
rurais, a velocidade máxima admitida é maior do que nas vias urbanas, pois são 
destinadas a ligar cidades. São vias que possibilitam, por sua própria natureza, 
uma velocidade mais elevada, oferecendo uma maior segurança, desde que 
obedecidas às normas de circulação. 
De acordo com o § 2° do art. 61 do CTB, é possível concluir que no Brasil não há 
limite máximo de velocidade, pois deixa a cargo do órgão ou entidade executivo 
de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via, a regulamentação de 
velocidade, a qual poderá ser superior ou inferior às estabelecidas no § 1°. 
Vejamos o que dispõe o art. 61 do CTB:
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada 
por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas 
e as condições de trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade 
máxima será de:
I - nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
II - nas vias rurais:
a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei nº 
13.281, de 2016) (Vigência)
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, 
camionetas e motocicletas; (Redação dada pela Lei nº 
13.281, de 2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais 
18
Capítulo 1 
veículos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) 
(Vigência)
3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) 
(Vigência)
b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela Lei nº 
13.281, de 2016) (Vigência)
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, 
camionetas e motocicletas; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 
2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetrospor hora) para os demais 
veículos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora). 
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com 
circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de 
sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas 
estabelecidas no parágrafo anterior. (BRASIL, 1997).
 2.2 Usuários das Vias Terrestres
Os usuários das vias terrestres são todas as pessoas que utilizam as vias 
públicas, compreendendo os motoristas, proprietários de prédios existentes junto 
às vias e os pedestres.
Prédio é toda a fração de território, abrangendo as águas, plantações, edifícios e 
construções de qualquer natureza nela incorporados ou assentes, com caráter de 
permanência, desde que faça parte do patrimônio de uma pessoa singular ou coletiva 
e, em circunstâncias normais, tenha valor econômico, bem como as águas, plantações, 
edifícios ou construções, nas circunstâncias anteriores, dotados de autonomia 
econômica em relação ao terreno onde se encontrem implantados, embora situados 
numa fração de território que constitua parte integrante de um patrimônio diverso ou 
não tenha natureza patrimonial. (Decreto-Lei nº 287 de 12 de novembro de 2003).
Rizzardo conceitua usuários das vias terrestres como:
Usuários das vias terrestres entendem-se todas as pessoas que 
possam utilizar as vias públicas: os motoristas, proprietários de 
prédios existentes junto às vias e os pedestres, que, embora 
sejam pessoas que andem a pé, podem influir, e muito, no 
sistema viário, pois além da possibilidade de serem atingidos 
pelos veículos, como em atropelamentos, também prestam-
se a atrapalhar e prejudicar a circulação e causar acidentes. 
(RIZZARDO, 2008, p. 112).
19
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Tanto os motoristas como os pedestres e proprietários de prédios são 
responsáveis pelo trânsito, havendo, para todos, normas a serem respeitadas e 
seguidas.
O capítulo III do CTB trata das normas gerais de circulação e conduta e é 
composto de 41 artigos, “em que dispõe como os motoristas e pedestres devem 
portar-se para que o trânsito seja o mais seguro para todos e para que haja uma 
melhor trafegabilidade”. (RIZZARDO, 2008, p. 112).
Um condutor e pedestre que conhece as normas gerais de circulação e conduta, 
sinalização, e, principalmente, os deveres e proibições, será um usuário que terá 
uma postura mais correta e mais segura de como se comportar no trânsito. É 
necessário incutir nas pessoas que o conhecimento das leis de trânsito não é 
somente necessário para os que se interessarem em dirigir veículos (normalmente 
quando chega a época de “tirar” a CNH); é e será sempre necessário para todos.
O art. 26 do CTB preceitua regras de conduta para os usuários não praticarem atos 
que possam causar transtorno ao uso regular das vias. No inciso I, proíbe a prática 
de atos que venham perturbar o trânsito. Já, no inciso II, proíbe a prática de atos 
que impeçam ou causem alguma dificuldade no trânsito. Vejamos o artigo:
Art. 26 - Os usuários das vias terrestres devem:
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo 
para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda 
causar danos a propriedades públicas ou privadas;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, 
depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou 
nela criando qualquer outro obstáculo.
Como exemplo do inciso I podemos mencionar o ato de estacionar o veículo em cima 
das calçadas, perturbando o trânsito dos pedestres; e, no II, jogar sacos de lixo na via.
A preocupação obrigatória dos usuários deve ser manter a fluidez, a 
funcionalidade e a segurança do trânsito. (ROSÁRIO, 2010, p. 74).
2.2.1 Condutor
A definição de condutor está no art. 1º, v, da Convenção Sobre Trânsito Viário, 
como sendo “toda pessoa que conduza um veículo automotor ou de outro 
tipo (incluindo os ciclos), ou que guia por uma via, cabeças de gado isoladas, 
rebanho, bando, ou manada; ou animais de tiro, carga ou sela.”. 
20
Capítulo 1 
A partir dessa definição, vamos analisar dois artigos do CTB que interessam para 
o estudo desta seção.
O art. 27 do CTB dispõe que:
Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o 
condutor deverá verificar a existência e as boas condições de 
funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como 
assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar 
ao local de destino.
Para Rizzardo (2013, p. 109), o artigo tem como objetivo “dar maior segurança 
aos motoristas e, consequentemente, garantir um bom fluxo dos veículos”. 
O condutor é responsável pelo veículo. Então, antes de colocá-lo em 
circulação, deve garantir-se de que poderá circular com toda a segurança 
possível, verificando a existência e as boas condições de funcionamento dos 
equipamentos de uso obrigatório.
O art. 105 do CTB traz um rol de equipamentos obrigatórios, entre eles, o cinto de 
segurança, mencionado no inciso I.
Além de verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos 
equipamentos de uso obrigatório, o condutor deve assegurar-se da existência 
de combustível, de modo a não “[...] correr o risco de ter que interromper o seu 
trajeto pela falta”. (RIZZARDO, 2013, p. 109).
A maioria dos especialistas aconselha a não deixarmos o nível do tanque chegar à 
reserva, pois, com isso, a sujeira acumulada no tanque vai passar pelos dutos de 
combustível e pode acumular-se nos bicos, provocando mau funcionamento, ou na 
bomba elétrica, correndo o risco de travá-la ou queimá-la, trazendo-lhe certo prejuízo 
financeiro.
Sendo o condutor responsável pelo seu veículo, deve “dirigir atentamente, 
conscientizando-se de todas as precauções possíveis, a fim de evitar acidentes e 
não obstruir o trânsito”. (RIZZARDO, 2013, p. 110).
A obrigatoriedade de o condutor ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com 
atenção, está inserida no art. 28 do CTB, impondo que “O condutor deverá, a 
todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados 
indispensáveis à segurança do trânsito”. (BRASIL, 1997). 
21
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Exemplo: O condutor deve evitar distrações, como olhar para pessoas que andam 
pelas calçadas, fumar ao dirigir, falar ao telefone celular. (RIZZARDO, 2013, p. 110).
O estado físico do condutor está inserido entre os cuidados indispensáveis 
exigidos na norma. “Vê-se que tanto o condutor como o veículo devem estar em 
bom estado para imprimir segurança ao trânsito”. (RIZZARDO, 2008, p. 116).
De acordo com o art. 8º, 3, da Convenção Sobre Trânsito Viário, promulgada 
pelo Decreto no 86.714, de 10 de dezembro de 1981: todo “condutor deverá 
possuir as qualidades físicas e psíquicas necessárias e achar-se em bom estado 
físico e mental para dirigir.” (BRASIL, 1981).
Importante destacar a Resolução do Contran nº 471 de 18 de dezembro de 
2013 (Res. 471/13), que regulamenta a fiscalização de trânsito por intermédio de 
videomonitoramento em estradas e rodovias alterada pela Resolução nº 532 de 
17 de junho de 2015 (532/15), que regulamentou a fiscalização de trânsito por 
intermédio de videomonitoramento em estradas, rodovias e vias urbanas, nos 
termos do § 2° do art. 280 do CTB. Esta ferramenta possibilita a intensificação 
da fiscalização do trânsito nas vias públicas para inibir a prática de condutas 
infratoras, por condutores que pensam ter a certeza da impunidade. A Res. 
532/15 vai ao encontro do que preconiza a Década Mundial de Ação pela 
Segurança no Trânsito.
Foi lançada em maio de 2011 a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-
2020, na qual governos de todo o mundo se comprometem a tomar novas medidas 
para prevenir os acidentes no trânsito, que matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por 
ano. (ONUBR).
O plano nacional de redução de acidentes e segurança viária para a década 2011-
2020 é um conjunto de medidas que visamcontribuir para a redução das taxas de 
mortalidade e lesões por acidentes de trânsito no país, através da implementação 
de ações de fiscalização, educação, saúde infraestrutura e segurança veicular, a 
curto, médio e longo prazo. (DENATRAN).
2.2.1 Pedestres
Diferentemente de condutor, não encontramos o conceito de pedestre na 
Convenção Sobre Trânsito Viário e, tampouco, no CTB.
A Associação Brasileira de Pedestres (2000) trouxe um conceito de pedestre 
relevante para o nosso estudo:
http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2011/road_safety_20110506/en/index.html
http://www.who.int/roadsafety/decade_of_action/en/index.html
http://www.who.int/roadsafety/decade_of_action/en/index.html
22
Capítulo 1 
Pedestre somos todos nós que andamos a pé no espaço público. Também é 
pedestre o portador de deficiência física. Ser pedestre é uma condição natural do 
ser humano. Com o objetivo de poupar sua energia muscular e de dispor de maior 
conforto e mobilidade, especialmente em percursos longos, o homem criou e 
desenvolveu tipos de veículos e de sistemas de tração. A partir daí, surgiram duas 
novas condições: a de passageiro e a de condutor. Essas últimas, porém, não são 
naturais, e sim criadas pelo homem. (DAROS, 2000).
Nos mesmos moldes, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte 
S/A – BHTRANS considera pedestre toda e qualquer pessoa que está ou se 
desloca a pé. Equipara ao pedestre, também, aquele que se desloca com o 
auxílio de cadeira de rodas manual ou elétrica, patins, patinetes etc., os quais 
tenham dimensões e peso compatíveis com o referencial humano e não excedam 
velocidades de 10 km/h. Esse conceito não considera o pedestre como um grupo 
homogêneo, mas, sim, com as diversas nuances que o caracterizam.
Feitas essas considerações essenciais acerca do conceito de pedestre, serão 
descritos os artigos 68, 69 e 70 do CTB, relacionados com o pedestre e que são 
relevantes para o nosso estudo.
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou 
passagens apropriadas das vias urbanas e dos das vias rurais 
para circulação, podendo a autoridade competente permitir a 
utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não 
seja prejudicial ao fluxo de pedestres. (grifo nosso).
§ 1º. O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se 
ao pedestre em direitos e deveres.
Parte da calçada ou da pista de rolamento, nesse último caso, separada por pintura ou 
elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de 
pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas. (CTB, 1997, anexo I).
Aqui, importante conceituar também, a passarela, que é “obra de arte destinada à 
transposição de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres”. (GOMES, 2017, 
p. 64).
Segundo Rizzardo (2008, p. 175), “as regras atinentes aos pedestres se aplicam 
aos que, desmontados, conduzem bicicletas, empurrando-as, devendo utilizar os 
passeios e as faixas reservadas às travessias das vias”.
A Resolução do Contran, nº 550 de 17 de setembro de 2015 estabelece, em 
caráter experimental, sinalização educativa e de regulamentação para os ciclistas. 
23
Introdução ao Estudo do Trânsito 
§ 2º. Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou 
quando não for possível a utilização destes, a circulação de 
pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade 
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto 
em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a 
segurança ficar comprometida.
Nas vias urbanas, permite-se que trafeguem as pessoas, tanto em um lado como 
em outro da pista.
§ 3º. Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando 
não for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na 
pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os veículos, 
pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário 
ao deslocamento de veículos, exceto em locais proibidos 
pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar 
comprometida.
Diferente das vias urbanas, nas vias rurais, o pedestre transitará pelo lado oposto 
em que trafegam os veículos.
Para Gomes (2017, p. 64) como medida de segurança, convém usar roupas de 
cores claras, facilitando a visualização pelos condutores de veículos. 
§ 4º. VETADO
 § 5º. Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte 4 
a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à 
circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, 
usar o acostamento.
§ 6º. Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para 
pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via 
deverá assegurar a devida sinalização e proteção para circulação 
de pedestres.
Nas constantes obras realizadas em vias públicas, os órgãos competentes 
deverão sinalizar, de modo a prevenir e orientar os pedestres.
Quando vai se construir ou reformar uma calçada ou passarela, deverá ser 
reservado e sinalizado um lugar adequado para a circulação segura dos 
pedestres. Esta obrigação é do órgão com circunscrição sobre a via. (GOMES, 
2017, p. 64). 
4 Obras de arte são os viadutos, pontes e túneis. As vias rurais (rodovias e estradas), poderão ter trechos 
urbanos (delimitados pelo Plano Diretor do Município). Todavia, permanecerão sendo vias rurais, para todos os 
fins, no § 5º, do art. 68 do CTB há determinação relativa à segurança para os pedestres, nas obras de arte a 
serem construídas em rodovias, nos trechos urbanos. (GOMES, 2017).
24
Capítulo 1 
Nos artigos 69 e 70 do CTB fica nítida a preocupação do legislador com a 
segurança do pedestre. Vejamos:
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará 
precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a 
visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando 
sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que 
estas existirem numa distância de até cinquenta metros dele, 
observadas as seguintes disposições:
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via 
deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou 
delimitada por marcas sobre a pista:
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das 
luzes;
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo 
ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam 
faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na 
continuação da calçada, observadas as seguintes normas:
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que 
podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não 
deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela 
sem necessidade.
O caput do artigo 69 traz a obrigatoriedade do pedestre em utilizar a faixa de 
segurança para atravessar a pista de rolamento, sempre que ela existir a uma 
distância de até cinquenta metros.
Para Gomes (2017) na prática, esta norma não é observada pela maioria dos 
pedestres que, atravessam a pista de rolamento ao lado da faixa de segurança.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as 
faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, 
exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser 
respeitadas as disposições deste Código. 
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização 
semafórica de controle de passagem será dada preferência 
aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo 
em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos 
veículos.
Se no local, o sinal encontra-se aberto para a circulação de veículos, o pedestre 
não deve atravessar e sim, aguardar que o sinal lhe seja favorável. Já, os 
condutores deverão aguardar a conclusão da travessia dos pedestres, por 
ocasião da mudança de sinal do semáforo.
25
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Seção 3 
Princípios norteadores do trânsito
A seguir, serão desenvolvidos os princípios mais apontados peladoutrina de 
trânsito brasileira. Porém, os princípios enumerados não são exclusivos, podendo 
existir outros. Para o estudo dos princípios, adotamos a posição de Rosário (2010).
3.1 Princípio da segurança viária
Esse princípio trata do trânsito livre de qualquer obstáculo, risco de perigo ou 
dano.
A preocupação com a segurança “deve estar presente nos projetos, construções, 
passando pela sinalização e, lá na ponta, manutenção e a obrigação de conduzir 
preventiva e defensivamente”. (ROSÁRIO, 2010, p. 34).
Para Gomes (2017) se as pessoas, em qualquer situação possível de ocuparem 
no trânsito, se abstivessem de atitudes perigosas, adotando um comportamento 
adequado e educado seria excelente para termos segurança no trânsito.
3.2 Princípio da Fluidez
Para tal princípio, é inadmissível qualquer obstáculo ou obstrução em uma via.
O artigo 7º da Convenção sobre o Trânsito Viário, celebrada em Viena, em 08 de 
novembro de 1968, e em vigor no Brasil, desde 1981, pelo Decreto nº 86.714, 
determina a todo/a usuário/a das vias a obrigação de não obstaculizar, tampouco 
obstruir a via:
1. Os usuários da via deverão abster-se de todo ato que possa 
constituir perigo ou obstáculo para o trânsito, pôr em perigo 
pessoas ou causar danos a propriedades públicas ou privadas.
2. Recomenda-se que as legislações nacionais estabeleçam 
que os usuários da via deverão abster-se de obstruir o trânsito 
ou torná-lo perigoso atirando, depositando ou abandonando 
na via objetos ou substâncias, ou criando qualquer outro 
obstáculo na mesma. Os usuários da via, que não tenham 
podido evitar a criação de um obstáculo ou perigo, deverão 
adotar as medidas necessárias para fazê-lo desaparecer o 
mais breve possível e, se não puderem fazê-lo imediatamente, 
assinalá-lo aos outros usuários.
26
Capítulo 1 
Seguindo a recomendação da Convenção, artigo 26 do CTB dita o seguinte:
Art. 26 - Os usuários das vias terrestres devem:
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo 
para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda 
causar danos a propriedades públicas ou privadas;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, 
depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou 
nela criando qualquer outro obstáculo.
3.3 Princípio do conforto dos usuários
Segundo o princípio do conforto, a via não poderá trazer desconforto para o 
usuário.
De nada adianta um trânsito seguro, se o usuário não está bem acomodado no 
veículo, se a via traz desconforto, com saídas e entradas diretas ou um túnel sem 
dispositivos de acomodação visual nas entradas e saídas. (ROSÁRIO, 2010, p. 35).
3.4 Princípio da defesa ao meio ambiente, proteção e 
preservação da vida
Esse princípio está estampado no artigo 1º, § 5º do CTB, priorizando a defesa da 
vida, incluindo a preservação da saúde e do meio ambiente.
§ 5º - Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema 
Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da 
vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio ambiente.
Para Rizzardo (2008, p. 38), as ações de defesa da vida, dirigidas para a 
humanização do trânsito, abrangendo ações que tendem à preservação da saúde 
e do meio ambiente, alçam-se em prioridade nas ações do Sistema Nacional de 
Trânsito (SNT).
Exemplo: Ações preventivas, desde a emissão de gases poluentes, até o lançamento 
ou abandono de dejetos e resíduos inservíveis nas pistas e locais públicos. (RIZZARDO, 
2008, p. 38).
27
Introdução ao Estudo do Trânsito 
3.5 Princípio da prevenção (educação)
Todos os usuários de uma via, ou seja, pedestres, condutores de veículos 
motorizados ou não, são destinatários desse princípio. O princípio da educação 
para o trânsito, dada a sua importância, está regulado, entre outras normas, no 
capítulo VI do CTB, mais precisamente em seis artigos. (art. 74 ao art. 79).
“Em matéria de Educação de Trânsito, não há de se falar em idade, sexo, 
estratificação social ou grau de instrução. Ela deve ser direcionada de forma mais 
ampla possível”. (ROSÁRIO, 2010, p. 36).
Segundo Rizzardo (2008, p. 183), as regras de trânsito devem ser disseminadas 
e aprendidas nas escolas, eis que, mais cedo ou mais tarde, os alunos, na sua 
grande maioria, irão conduzir veículos.
Ainda, conforme Rizzardo (2008, p. 183), é na infância e na adolescência que se 
verifica maior aceitação de ensinamentos e de condutas.
Vejamos as normas no âmbito nacional que dispõe a respeito da Educação para o 
Trânsito:
 • Resolução do Contran nº 30, de 21 de maio de 1998. Dispõe sobre 
campanhas permanentes de segurança no trânsito a que se refere o 
art. 75 do Código de Trânsito Brasileiro.
 • Resolução do Contran nº 265, de 14 de dezembro de 2007. Dispõe 
sobre a formação teórico-técnica do processo de habilitação de 
condutores de veículos automotores elétricos como atividade 
extracurricular no ensino médio e define os procedimentos para 
implementação nas escolas interessadas.
 • Resolução do Contran nº 314, de 8 de maio de 2009. Estabelece 
procedimentos para a execução das campanhas educativas de 
trânsito a serem promovidas pelos órgãos e entidades do Sistema 
Nacional de Trânsito.
 • Resolução do Contran nº 515, de 18 de dezembro de 2014. 
Estabelece critérios de padronização para funcionamento das 
Escolas Públicas de Trânsito.
 • Portaria do Denatran nº 147, de 3 de junho de 2009. Aprovar as 
Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito na Pré-Escola e no 
Ensino Fundamental.
 • Lei nº 11.988, de 27 de julho de 2009. Cria a Semana de Educação 
para a Vida, nas escolas públicas de ensino fundamental e médio de 
todo o País, e dá outras providências.
28
Capítulo 1 
3.6 Princípio da padronização
O conceito de padronização relevante para o nosso estudo é o seguinte: 
“qualquer processo social que resulta na tendência de uniformização de 
comportamento ou de outros elementos culturais”. (HOUAISS, 2001, p. 2103).
De acordo com o princípio da padronização, o Sistema Nacional de Trânsito deve 
estabelecer normas comuns e padrões no território nacional, dando um único 
tratamento, sem diferenças de normas nos Estados.
O Contran aprovou a Resolução nº 277, de 28 de maio de 2008 (Res. 277/08), 
alterada pela Resoluções nº 352, de 14 de junho de 2010 e nº 639, de 30 de 
novembro de 2016 e pela Deliberação nº100, de 6 de setembro de 2010, 
que prevê a obrigatoriedade do uso de cadeirinha nos carros de passeio, para 
transportar crianças de até sete anos e seis meses.
“Este princípio obriga os órgãos e entidades a um único procedimento. O que 
deve ser estabelecido por normas de cunho geral, através do órgão máximo 
normativo e consultivo do Sistema, o Contran”. (ROSÁRIO, 2010, p. 36).
3.7 Princípio da informação integrada
Nos diversos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, que estudaremos na 
próxima unidade, devem existir “canais de comunicação, de modo a coordenar 
a atividade em conjunto, e não serem emitidas decisões contraditórias, ou não 
invadir um órgão a competência de outro”. (RIZZARDO, 2008, p. 43).
Nas palavras de Rosário (2010, p. 36), “não se pode falar em um sistema se esse 
não mantiver um fluxo de informações que o integra de forma a efetivar a aplicação 
das normas pertinentes, fiscalização, notificação, administração e finanças.”. 
29
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Referências 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PEDESTRES. Disponível em:< http://www.pedestre.
org.br/>. Acesso em 10 abr. 2015.
BRASIL. Decreto no 86.714, de 10 de dezembro de 1981. Promulga a 
Convenção sobre Trânsito Viário. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/1980-1989/d86714.htm>. Acesso em 22 abr. 2015.
_____. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito 
Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm. 
Acesso em 06 abr. 2015.
_____. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão 
da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponívelem: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. 
Acesso em 26 jun. 2017.
_____. Lei nº 13.281 de 4 de maio de 2016. Altera a Lei nº 9.503, de 23 de 
setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei nº 13.146, de 6 de 
julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2016/lei/l13281.htm>. Acesso em 26 jun. 2017.
_____. Lei nº 11.988, de 27 de julho de 2009. Cria a Semana de Educação para 
a Vida, nas escolas públicas de ensino fundamental e médio de todo o País, e 
dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2007-2010/2009/Lei/L11988.htm>. Acesso em 24 jun. 2017.
Centro de Treinamento e Educação de Trânsito (CETET). Disponível em : 
<http://www.cetsp.com.br/consultas/educacao/vivencias-de-educacao-de-transito/
conheca-o-cetet.aspx>. Acesso em 20 abr. 2015.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 277, de 28 de maio 
de 2008. Dispõe sobre o transporte de menores de 10 anos e a utilização do 
dispositivo de retenção para o transporte de crianças em veículos. Disponível em: 
< http://www.denatran.gov.br/RESOLUCOES.HTM>. Acesso em 22 abr. 2015.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 532, de 17 de junho de 
2012. Altera a ementa e o art. 1º da Resolução CONTRAN Nº 471, de 18 de 
dezembro de 2013, para incluir a fiscalização por câmeras de monitoramento nas 
vias urbanas. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/
Resolucao5322015.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 352, de 14 de junho de 
2010. Dá nova redação ao inciso III do art.7.º da Resolução n.º 277, de 28 de maio 
http://www.pedestre.org.br/
http://www.pedestre.org.br/
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC 86.714-1981?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d86714.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d86714.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 9.503-1997?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art109
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art109
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 9.503-1997?OpenDocument
http://www.cetsp.com.br/consultas/educacao/vivencias-de-educacao-de-transito/conheca-o-cetet.aspx
http://www.cetsp.com.br/consultas/educacao/vivencias-de-educacao-de-transito/conheca-o-cetet.aspx
http://www.denatran.gov.br/RESOLUCOES.HTM
30
Capítulo 1 
de 2008, do CONTRAN. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/download/
Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_352_10.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 471, de 18 de 
dezembro de 2013. Regulamenta a fiscalização de trânsito por intermédio de 
videomonitoramento em estradas e rodovias, nos termos do § 2º do artigo 280 
do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/
download/Resolucoes/Resolucao4712013.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 550, de 17 de setembro 
de 2015. Estabelece em caráter experimental conforme Resolução do CONTRAN 
nº 348/10, que estabelece o procedimento e os requisitos para apreciação 
dos equipamentos de trânsito e de sinalização não previstos no Código de 
Trânsito Brasileiro - CTB. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/images/
Resolucoes/Resolucao5502015R.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 30, de 21 de maio 
de 1998. Dispõe sobre campanhas permanentes de segurança no trânsito. 
Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/index.php/resolucoes>. Acesso em 
24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 265, de 14 de dezembro 
de 2007. Dispõe sobre a formação teórico-técnica do processo de habilitação 
de condutores de veículos automotores elétricos como atividade extracurricular 
no ensino médio e define os procedimentos para implementação nas escolas 
interessadas.
Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/
RESOLUCAO_CONTRAN_265.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 314, de 8 de maio de 
2009. Estabelece procedimentos para a execução das campanhas educativas 
de trânsito a serem promovidas pelos órgãos e entidades do Sistema Nacional 
de Trânsito. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/
RESOLUCAO_CONTRAN_314_09.pdf >. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 515, de 18 de dezembro 
de 2014. Estabelece critérios de padronização para funcionamento das Escolas 
Públicas de Trânsito. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/download/
Resolucoes/Resolucao5152014.pdf >. Acesso em 24 jun. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 639, de 30 de novembro 
de 2016. Suspende a exigência prevista no § 4º do art. 1º da Resolução 
CONTRAN nº 277, de 28 de maio de 2008, com redação dada pela Resolução 
CONTRAN nº 541, de 15 de julho de 2015, de utilização de dispositivo de 
31
Introdução ao Estudo do Trânsito 
retenção para o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade em 
veículos utilizados no transporte escolar. Disponível em: < http://www.denatran.
gov.br/images/Resolucoes/Resolucao6392016.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
DAROS, E. J..O Pedestre - 13 condições para torná-lo feliz. 2000. Disponível em: 
<http://www.pedestre.org.br/downloads/OPEDESTREFELIZ.pdf>. Acesso em 20 
abr. 2015.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO. Portaria nº 147 de 3 de junho 
de 2009. Aprovar as Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito na Pré-
Escola e no Ensino Fundamental. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/
download/Portarias/2009/PORTARIA_DENATRAN_147_09.pdf>. Acesso em 24 
jun. 2017.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO. Deliberação nº 100 de 6 de 
setembro de 2010. Altera a Resolução 277, de 28 de maio de 2008, que 
dispõe sobre o transporte de menores de 10 anos e a utilização do dispositivo 
de retenção para o transporte de crianças em veículos. Em vigor Altera a 
Resolução Contran 277/08. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/images/
Deliberacoes/DELIBERACAO100.pdf>. Acesso em 24 jun. 2017.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO. Seguro DPVAT. Disponível em: 
< http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-
temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-dpvat/documentos/
audiencias-publicas/29-08.16/apresentacao-elmer-coelho-vicenzi-diretor-do-
denatran>. Acesso em 24 jun. 2017.
Empresa de transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A. Disponível em: < 
http://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico/Temas/BHTRANS/
BHTRANS-2013>. Acesso em 21 abr. 2015.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 35. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2001.
GOMES, Ordeli Savedra. Código de trânsito brasileiro com comentários 
especiais para concursos. 5. ed. Curitiba : Juruá, 2017.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva. 2001.
JÚNIOR, José Cretella. Manual de Direito Administrativo. 7ª edição. Editora 
Forense. Rio de Janeiro, 2000.
MACEDO, Leandro. Legislação de trânsito descomplicada. 2. ed. Florianópolis: 
Conceito Editorial, 2009. 
http://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico/Temas/BHTRANS/BHTRANS-2013
http://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico/Temas/BHTRANS/BHTRANS-2013
32
Capítulo 1 
ONUBR. Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020). Disponível 
em: < https://nacoesunidas.org/campanha/seguranca-transito/>. Acesso em 24 
jun. 2017.
PORTO ALEGRE. Lei complementar nº 434. Dispõe sobre o desenvolvimento 
urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento 
Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras providências. Disponível <http://
www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/default.htm>. Acesso em 10 abr. 2015RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao código de trânsito brasileiro. 5. ed. São 
Paulo: RT, 2008. 
_____. Comentários ao código de trânsito brasileiro. 9. ed. São Paulo: RT, 2013. 
ROSÁRIO, Idayr Mário do. Legislação de trânsito. Servanda: São Paulo, 2010.
SILVA, Ricardo Alves da; BOLDORI, Reinaldo. Tudo o que você precisa saber 
sobre as infrações de trânsito: doutrinas, jurisprudências e pareceres dos órgãos 
executivos e normativos de trânsito. 2. ed. São Paulo: Letras Jurídicas, 2009.
http://www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/default.htm
http://www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/default.htm
33
Capítulo 2
Sistema Nacional do Trânsito
Seção 1 
Conceito, finalidades e objetivos do Sistema 
Nacional de Trânsito 
Para que possamos compreender o Sistema Nacional do Trânsito (SNT), tido 
como o conjunto de órgãos e entidades destinado a gerir toda sistemática de 
trânsito, estudaremos o conceito, as finalidades e os objetivos. Enfatizaremos, 
ainda, os órgãos e entidades que compõem este sistema, como o DETRAN e o 
JARI, por exemplo.
O conceito do SNT está inserido no início do art. 5º do Código de Trânsito 
Brasileiro (CTB), Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, como sendo:
[...] o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade 
o exercício das atividades de planejamento, administração, 
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, 
formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, 
engenharia, operação do sistema viário, policiamento, 
fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação 
de penalidades. (BRASIL, 1997).
Da leitura do artigo, Rizzardo (2013, p. 37) extrai que o SNT “trata-se do complexo 
de órgãos, entidades e sistema gestor, programador e diretor do trânsito nacional, 
visando à administração, à coordenação, à direção no uso de veículos e das vias”.
34
Capítulo 2 
É dever dos órgãos e entidades componentes do SNT, no âmbito de suas 
competências, adotarem as medidas destinadas a assegurar a consecução de um 
trânsito em condições seguras. (SILVA e BOLDORI, 2009, p. 28).
No mesmo art. 5º do CTB, que traz o conceito, encontramos perfeitamente 
elencadas, as finalidades do SNT:
[...] planejamento, administração, normalização, pesquisa, registro 
e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem 
de condutores, educação, engenharia, operação do sistema 
viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de 
recursos e aplicação de penalidades. (BRASIL, 1997).
No exercício de todo este complexo de atividades na área de trânsito, deve-se 
priorizar a defesa da vida, nela incluída a saúde e o meio ambiente. (MACEDO, 
2009, p. 107).
Em análise do art. 5º do CTB, pode-se concluir que existe uma atividade 
integrada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e Municípios, mas, em uma 
escala hierárquica, de modo que sempre prevalecem as normas emanadas da 
órbita federal. (RIZZARDO, 2008, p. 42).
O quadro abaixo facilita o entendimento das competências das atividades para 
cada ordem 1.
Quadro 1 - Competências de cada ordem 
Ordem Atividades
União Legislar e organizar o trânsito em vias federais. Direcionar a política 
nacional.
Instituir condutas-padrão.
Impor exigências quanto aos veículos. Estabelecer a velocidade 
permitida. Dispor sobre a segurança dos veículos.
Estados e Distrito 
Federal
Fiscalizar o trânsito.
Realizar exames para a habilitação. Registrar e licenciar veículos.
Municípios Direcionar o trânsito.
Fonte: Elaboração do Autor (2010).
1 Há em nossa Constituição três ordens. Em primeiro lugar, a ordem central – a União. Em segundo lugar, 
ordens regionais – Os Estados. Em terceiro lugar, ordens locais – os Municípios. (FERREIRA FILHO, 2009, p. 
60).
35
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Um exemplo:
União – O art. 61 do CTB estipula a velocidade máxima permitida nas vias 
urbanas e rurais. (BRASIL, 1997).
Estado – De acordo com a Lei Estadual n° 4.085, de 10 de março de 2003, 
art. 1º as pessoas, a partir de 65 anos, estão isentas do pagamento da taxa de 
renovação da habilitação, no Rio de Janeiro. (RIO DE JANEIRO, 2003).
Município – Lei Municipal nº 3.714, de 26 de outubro de 2009 disciplinou o 
serviço de transporte de escolares no município de Viamão/RS.
Essa Superestrutura é para Macedo (2013, p. 33) uma superposição a uma 
administração já existente, em que se aproveitou uma série de órgãos e 
entidades, subordinada e vinculada a secretarias e ministérios, e atribui-se a ela 
pela do CTB outras missões, com o fim de acabar com a excessiva mortandade 
nas vias do território nacional. Ex.: Polícia Rodoviária Federal (PRF) é um órgão 
subordinado ao Ministério da Justiça com atividades na área de trânsito.
Assim, tudo o que pensarmos em trânsito, quer em relação à pessoa, ao veículo, 
à fiscalização ou às vias públicas, será planejado, executado ou administrado por 
um órgão do SNT, em algum de seus três níveis (União, Estados/Distrito Federal e 
Município). (GOMES, 2017). 
A seguir, analisaremos os objetivos do SNT segundo os incisos do art. 6º do CTB:
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com 
vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental 
e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento; [...] 
(BRASIL, 1997).
A Resolução nº 514 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 18 de 
dezembro de 2014, em conformidade com os objetivos do SNT, dispõe sobre a 
Política Nacional de Trânsito, seus fins e aplicação.
O art. 5º da Resolução nº 514/2014 disciplina as diretrizes da Política Nacional de 
Trânsito:
Art. 5º A Política Nacional de Trânsito é orientada pelas seguintes 
diretrizes:
I - da segurança de trânsito: a) intensificar a fiscalização do 
trânsito viário, dos veículos e dos condutores; b) fomentar 
projetos destinados à redução de acidentes de trânsito; c) 
promover o aperfeiçoamento das condições de segurança 
veicular; d) incentivar a renovação da frota circulante, com foco 
no uso de veículos com elevado níveis de segurança passiva 
e ativa; e) desenvolver e modernizar a gestão da operação 
e fiscalização do trânsito viário; f) promover a melhoria das 
condições físicas do sistema viário: sinalização; geometria; 
36
Capítulo 2 
pavimento; passeios e calçadas de pedestres; g) incentivar 
o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas em gestão e 
segurança do trânsito; h) padronizar, aperfeiçoar e produzir as 
informações estatísticas de trânsito; i) estimular a regulamentação 
municipal de registro, licenciamento e circulação de ciclomotores, 
bicicletas e veículos de tração animal; 
II - da educação para a cidadania no trânsito: a) articular e 
promover a educação para o trânsito no âmbito da educação 
básica; b) articular e promover a capacitação de professores 
multiplicadores da educação para o trânsito; c) buscar parcerias 
com universidades e centros de ensino para promover a 
educação e capacitação para o trânsito; d) estimular a produção 
intelectual, tanto de obras científicas como de obras artísticas 
e culturais voltadas para o trânsito; e) aperfeiçoar e monitorar a 
formação de condutores; f) promover e monitorar campanhas 
permanentes de utilidade pública com vistas a difundir princípios 
de cidadania, valores éticos, conhecimento, habilidades e 
atitudes favoráveis ao trânsito seguro;
III - da garantia de mobilidade, acessibilidade e qualidade 
ambiental: a) priorizar a mobilidade de pessoas sobre a de 
veículos, considerando os usuários mais vulneráveis do 
trânsito como: crianças, idosos, pessoas com deficiência 
e com mobilidade funcional reduzida; b) estimular a edição 
de legislações municipais que regulamentem a construção, 
manutenção e melhoria das calçadas, passeios que garantindo 
aos pedestres conforto e segurança ao transitar no espaço 
público, minimizando as inclinações transversais e limitando 
as longitudinais em rampa; c) incentivar o desenvolvimento 
de sistemas de transporte coletivo e dosnão motorizados; d) 
fomentar a construção de ciclovias e ciclo-faixas; e) promover 
o uso mais eficiente dos meios motorizados de transporte 
com incentivo a tecnologias ambientalmente mais eficientes 
e desestímulo aos modos menos sustentáveis; f) promover 
nos projetos de empreendimentos, em especial naqueles 
considerados polos geradores de tráfego, a inclusão de medidas 
de segurança e sinalização de trânsito; g) incentivar que os 
planos diretores municipais incluam o trânsito como temática 
estratégica, com vistas a favorecer a fluidez do trânsito; h) 
estimular a atuação integrada dos órgãos executivos de 
trânsito com os de planejamento, desenvolvimento urbano e de 
transporte público; i) incentivar o uso de veículos ambientalmente 
sustentáveis; 
IV – do fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito – SNT: 
a) estimular a integração de municípios ao SNT; b) promover o 
desenvolvimento dos órgãos e entidades integradas ao SNT; 
c) priorizar a reestruturação organizacional dos órgãos do SNT; 
d) contribuir para a capacitação continuada dos profissionais 
de trânsito; e) estimular o redimensionamento e adequação do 
quadro de recursos humanos dos órgãos do SNT; f) estimular 
37
Introdução ao Estudo do Trânsito 
a adequação dos recursos patrimoniais e materiais, com 
investimentos e custeios adequados e modernos, para o melhor 
desempenho das competências do SNT; g) difundir experiências 
exitosas entre os órgãos do SNT; h) fomentar a pesquisa e 
desenvolvimento na área de trânsito; i) integrar planos, projetos 
e ações dos diferentes órgãos e entidades do SNT, reforçando 
o caráter de sistema com alcance nacional; j) revisar as normas 
e procedimentos, com vistas a modernizá-las e acompanhar as 
melhores práticas nacionais e internacionais; k) disponibilizar os 
estudos técnicos, estatísticas, normas e legislação de trânsito;
V – do planejamento e gestão: a) promover a criação de 
indicadores que permitam monitorar e avaliar os planos, 
programas e projetos implementados; b) estimular a criação de 
ouvidorias e outros canais de comunicação da sociedade com 
os órgãos do SNT; c) promover a articulação e a integração 
dos órgãos autuadores e arrecadadores de multas de trânsito; 
d) padronizar critérios técnicos, financeiros e administrativos 
das atividades de gestão de trânsito; e) definir estratégias e 
sistemáticas para a melhoria do controle da arrecadação de 
multas de trânsito; f) promover a articulação do governo federal 
com as diversas esferas de governo e sociedade, com vistas a 
compatibilizar políticas, planos, programas, projetos e ações; g) 
criar e manter sistemas informatizados integrados que promovam 
o fluxo de informações entre os diversos órgãos e entidades, 
a fim de facilitar o processo decisório e a gestão de trânsito; 
(CONTRAN, 2014).
Para Gomes (2017) a Política Nacional de Trânsito, pelos seus instrumentos 
legais, deverá constituir-se como marco referencial do País para o planejamento, 
organização, normalização, execução e controle das ações de trânsito em todo 
território nacional, através dos seguintes instrumentos: programa nacional de 
trânsito; deliberações do Comitê de Mobilização pela saúde, segurança e paz no 
trânsito e ações interministeriais integradas voltadas para a segurança viária.
E com relação aos objetivos da Política Nacional de Trânsito, o art. 4º da 
Resolução n° 514/2014 arrola:
Art. 4º A Política Nacional de Trânsito tem por objetivos:
I - promover a melhoria da segurança viária;
II - aprimorar a educação para a cidadania no trânsito; 
III - garantir a melhoria das condições de mobilidade urbana e 
viária, a acessibilidade e a qualidade ambiental; 
IV - fortalecer o Sistema Nacional de Trânsito – SNT; 
V - incrementar o planejamento e a gestão do trânsito. 
(CONTRAN, 2014).
38
Capítulo 2 
Segundo Macedo (2009, p. 109), o objetivo maior almejado é a diminuição dos 
gastos sociais com trânsito, em decorrência do elevado índice de acidentes e, 
consequentemente, um alto número de pensões por morte, invalidez e despesas 
médico-hospitalares.
Outro objetivo está elencado no inciso II do art. 6º do CTB:
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de 
critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução 
das atividades de trânsito; [...] (BRASIL, 1997).
O SNT deve estabelecer normas com o objetivo de padronizar o ordenamento 
dos Estados.
O território do Brasil é muito extenso, existindo, assim, a necessidade de 
uniformização dos procedimentos, para que tenhamos órgãos de todas as regiões 
trabalhando da mesma forma, mas respeitadas as peculiaridades regionais. 
(MACEDO, 2009, p. 108).
Ex.: Era frequente, no Código de Trânsito anterior, a vigência de uma restrição 
em um Estado, enquanto em outro a mesma inexistia, como no caso do cinto de 
segurança, ou do limite de velocidade em rodovias estaduais. (RIZZARDO, 2013, 
p. 39).
A Resolução do Contran nº 619, de 6 de setembro de 2016 que estabelece 
“e normatiza os procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a 
arrecadação e o repasse dos valores arrecadados, nos termos do inciso VIII do 
art. 12 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de 
Trânsito Brasileiro – CTB, e dá outras providências”, é uma norma que veio em 
consonância com os objetivos do SNT mencionados no inciso II do CTB.
Por último e não menos importante, o objetivo mencionado no inciso III do art. 6º 
do CTB dispõe:
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de 
informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de 
facilitar o processo decisório e a integração do Sistema. (BRASIL, 
1997).
Entre os órgãos que compõem o SNT devem existir canais de comunicação.
O Renavam Detran é um serviço de consulta a multas que muitos ainda não 
conhecem. Hoje, com a internet, é possível consultar as multas de seu veículo. Para 
isso, basta ter em mãos o número de Renavam ou a placa/ chassi do veículo.
39
Introdução ao Estudo do Trânsito 
Com a finalidade de assessorar o Contran nos objetivos traçados pelo art. 6º do 
CTB, a Resolução nº142, de 26 de março de 2003, criou o Fórum Consultivo, 
devendo participar nas diretrizes da política nacional do trânsito, na padronização 
de critérios técnicos, na execução de atividades de trânsito e no estabelecimento 
da sistemática de fluxos permanentes de informações.
Outra norma em consonância com a sistemática de fluxos permanentes de 
informações é a Resolução nº 398, de 13 de dezembro de 2011, que estabelece 
orientações e procedimentos a serem adotados para a comunicação de venda de 
veículos, no intuito de organizar e manter o Renavam, garantindo a atualização e 
o fluxo permanente de informações entre os órgãos e entidades do SNT.
A Resolução nº 560, de 15 de outubro de 2015, objetiva a integração dos órgãos 
e entidades executivos de trânsito e rodoviários municipais ao SNT.
Todas e quaisquer ações dos órgãos e entidades que compõem o SNT devem ser 
direcionadas para estes três objetivos.
Seção 2 
Órgãos e Entidades que compõem o Sistema 
Nacional de Trânsito
O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) é composto por um conjunto de órgãos e 
entidades, com a atribuição de operacionalizar o trânsito do nosso país, em todas 
as suas ordens.
A composição SNT está prevista no art. 7º do Código Trânsito Brasileiro (CTB), Lei 
nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, revelando “a indicação de todos os órgãos 
que dirigirão o trânsito, a começar com o de maior importância, até aqueles que 
se encarregam de setores particularizado.”. (RIZZARDO, 2013, p. 41).
De acordo com o quadro a seguir, elaborado pelo Diretor do Denatran Elmer 
Coelho Vicenzi, compõem o SNT os seguintes órgãos e entidades:
40
Capítulo 2 
Quadro 2 – Composição do SNT 
Instância Órgãos Consultivos
Órgãos Executivos Agentes de 
Fiscalização
Órgãos Trânsito 
Rodoviário 
JulgadoresTrânsito Rodoviário
Federal Contran Denatran DNIT PRF e DNIT Jari
Estadual Cetran/ 
Contrandife
Detran DER Polícia Militar, 
agente do 
Detrane DER
Jari
Municipal Órgão 
Municipal 
de trânsito e 
rodoviário
Órgão 
Municipal 
de trânsito e 
rodoviário
Polícia Militar 
e agentes 
dos órgãos 
municipais de 
trânsito
Jari
Fonte: Denatran
Veremos, na sequência, algumas peculiaridades de cada um.
2.1 Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
Esse conselho coordena o SNT e é o órgão máximo normativo e consultivo. O 
Ministério da Cidade foi designado pelo Decreto 4.711, de 29 de maio de 2003 
a assumir a coordenação máxima do SNT e regulamentou a sua composição. 
A presidência é exercida pelo Diretor do Departamento Nacional do Trânsito 
(Denatran), posição ocupada por Elmer Coelho Vicenzi 2. O Contran é um órgão 
colegiado, sendo necessária a confirmação dos atos por todos os membros. Sua 
composição está no art. 10 do CTB, com as modificações trazidas pelo Decreto 
4.711/03, pela Lei n° 11.705 de 19 de julho de 2008, que incluiu um representante 
do Ministério da Justiça e pela Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, que incluiu 
um representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
e um representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A sede do Contran é no Distrito Federal, nas dependências do Ministério das 
Cidades.
As funções do Contran estão elencadas no art. 12 do CTB, e são:
 • estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as 
diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
2 Elmer Coelho Vicenzi, ex-delegado da Polícia Federal e Chefe do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos 
da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, foi 
nomeado, em 11 de julho de 2016, para o cargo de Diretor do órgão máximo de Trânsito do país. (ANPEVI, 2016).
41
Introdução ao Estudo do Trânsito 
 • coordenar os órgãos do SNT, objetivando a integração de suas 
atividades;
 • criar Câmaras Temáticas.
De acordo com o art. 13 do CTB, as Câmaras Temáticas são órgãos técnicos 
vinculados ao CONTRAN, integradas por especialistas. Têm como objetivo estudar e 
oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões 
daquele colegiado. 
As Câmaras Temáticas têm seu Regimento Interno definido nas Resoluções nº 
586, de 23 de março de 2016 e nº 617, de 06 de setembro de 2016.
 • estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o 
funcionamento dos Cetran e Contrandife;
 • estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
 • zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste 
Código e nas resoluções complementares;
 • estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação 
das multas por infrações, a arrecadação e o repasse dos valores 
arrecadados.;
 • responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à 
aplicação da legislação de trânsito;
 • normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, 
expedição de documentos de condutores e registro e licenciamento 
de veículos;
 • aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os 
dispositivos e equipamentos de trânsito;
 • apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias 
inferiores, na forma deste Código;
 • avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de 
competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as 
decisões administrativas; e
 • dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no 
âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
 • normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da 
Carteira Nacional de Habilitação, estabelecendo seu conteúdo 
didático-pedagógico, carga horária, avaliações, exames, execução e 
fiscalização.
42
Capítulo 2 
O art. 12 não é taxativo: outras funções estão espalhadas no ordenamento 
jurídico brasileiro, em leis e artigos diversos, como o caput do art. 77 do CTB, por 
exemplo:
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao 
Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, 
estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a serem 
seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente de trânsito. 
(BRASIL, 1997)
2.2 Conselhos Estaduais de Trânsito – Cetran e o Conselho de 
Trânsito do Distrito Federal – Contradife
O Cetran e o Contrandife são órgãos com mais poderes na esfera estadual. Em 
cada Estado, há um Cetran e, no Distrito Federal, o Contrandife. São compostos 
por, no mínimo, um presidente e treze membros, com representantes em igual 
número da esfera do poder executivo distrital e de entidades representativas da 
sociedade, ligadas à área de trânsito. 
A Resolução nº 244, de 22 de junho de 2007, estabelece diretrizes para a 
elaboração do Regimento Interno dos Conselhos Estaduais de Trânsito – Cetran e 
do Conselho de Trânsito do Distrito Federal – Contrandife. 
Além dos representantes mencionados acima, deve haver também um integrante 
com notório saber na área de trânsito, com nível superior; e três membros, 
um de cada área específica – medicina, psicologia e meio ambiente –, com 
conhecimento na área de trânsito, conforme exposto no anexo da Resolução nº 
244/2007.
As funções dos respectivos órgãos estão elencadas no art. 14 do CTB, e são as 
seguintes:
 • cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no 
âmbito das respectivas atribuições;
 • elaborar normas no âmbito das respectivas competências;
 • responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos 
procedimentos normativos de trânsito;
 • estimular e orientar a execução de campanhas educativas de 
trânsito;
 • julgar os recursos interpostos contra decisões das JARI e dos 
órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão 
permanente constatados nos exames de aptidão física, mental ou 
psicológica;
43
Introdução ao Estudo do Trânsito 
 • indicar um representante para compor a comissão examinadora 
de candidatos portadores de deficiência física à habilitação para 
conduzir veículos automotores;
 • acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação, 
engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, 
formação de condutores, registro e licenciamento de veículos, 
articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao 
CONTRAN;
 • dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no 
âmbito dos Municípios;
 • informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas 
nos § 1º e §2º do art. 333;
 • designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de 
reavaliação dos exames, junta especial de saúde para examinar 
os candidatos à habilitação para conduzir veículos automotores. 
(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998).
Os presidentes e membros do Cetran e do Contrandife são nomeados pelos 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, para o 
mandato de dois anos. (art. 15 do CTB e anexo da Resolução nº 244/2007).
No item 8.2 do anexo da Resolução nº 244/2007, é previsto que o Conselho 
poderá deliberar com o mínimo de seis integrantes, cabendo ao presidente o voto 
de qualidade, em caso de empate.
O órgão máximo normativo e consultivo é o Contran. Contudo, aos Cetran e 
Contrandife, cabe, antes de encaminhar alguma consulta relativa à aplicação da 
legislação de trânsito ou procedimento administrativo, responder às consultas e 
elaborar procedimentos, quando de sua competência. (GOMES, 2017).
2.3 JARI – Junta Administrativa de Recurso de Infrações
A Resolução nº 357 de agosto de 2010 do Contran conceitua no anexo I que 
as JARIs são “órgãos colegiados, componentes do SNT, responsáveis pelo 
julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos órgãos e 
entidades executivos de trânsito ou rodoviários”. E serão compostas por:
 • um integrante com conhecimento na área de trânsito com, no 
mínimo, nível médio de escolaridade;
 • representante de entidade representativa da sociedade ligada à área 
de trânsito;
44
Capítulo 2 
 • é vedado ao integrante das JARIs compor o Conselho Estadual de 
Trânsito – Cetran ou o Conselho de Trânsito do Distrito

Continue navegando