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O mito da Jibóia (Boa constrictor, Linnaeus 1758) De acordo com a literatura utilizada, há aproximadamente cerca de 11 subespécies de jibóias. No Brasil, foram registrados, até o momento, apenas duas espécies de jibóias: Boa constrictor constrictor e Boa constrictor amaralis. Tais serpentes pertencem a família Boidae, são encontradas na floresta amazônica, restinga, cerrado e mata atlântica e podem apresentar entre 2 à 4 metros de comprimento. A B. constrictor é considerada a segunda maior espécie da fauna brasileira, ficando atrás da sucuri (Eunectes murinus). Ambas as espécies são tidas como protagonistas em diversas estórias, dentre as mais conhecidas estão: jibóias que mamam e que cruzam com serpentes venenosas para se tornarem também venenosas, entre muitas outras. Infelizmente, a ausência de informações relacionadas com esses repteis contribuem negativamente não só para a morte indiscriminada desses animais, mas também para a perpetuação de uma visão negativa a respeito das serpentes. Essa visão inadequada é repassada como verdadeiras para as gerações futuras por meio da utilização de mitos, lendas e crenças presentes na cultura ocidental. Essas serpentes apresentam uma dentição áglifa (a = ausência, gliphé = sulco), ou seja, não apresentam presa inoculadora de veneno, portanto, são inofensivas aos seres humanos. As jiboias costumam se alimentar de mamíferos (maioria: roedores) de pequeno à médio porte, aves e até mesmo de lagartos. As presas são mortas através da constrição, que diferente do que é relatado em diversas crenças, não é uma ação responsável por quebrar os ossos da vítima, mas sim por comprimir o tórax do indivíduo, evitando assim os movimentos respiratórios e matando, consequentemente, por asfixia. Apesar das Jibóias serem animais tão fascinantes e importantes para o ecossistema, assim como qualquer outro animal, a sociedade humana possui preconceitos com a espécie, na verdade com qualquer espécie de serpente. Em torno disso, muitos mitos são construídos, e por agora, um irá se colocar em evidência: Quando uma pessoa é dominada por uma jibóia, um mito popular diz que ela põe na boca e posteriormente vomita antes de engolir para descer macio, e quebra os ossos. Elas possuem alças e apertam de acordo com o movimento, a cada inspiração que a pessoa faz, a serpente realiza uma constrição maior. Falavam que, se a serpente vomitou na pessoa em questão era sinal que ela ia começar o bote, e nisso a pessoa morde o corpo da serpente para que ela vá afrouxando as alças, sendo assim, ela soltou e ele sobreviveu. Como citado anteriormente, é um mito. Em primeiro lugar, as jibóias (Boa constrictor) não colocam suas presas diretamente na boca, ela irá realizar uma constrição ao se envolver no indivíduo e interromper o seu fluxo sanguíneo para que este vá à óbito, posteriormente, ela irá ingerir. As Jibóias (Boa constrictor) se alimentam apenas de mamíferos como roedores e pequenos primatas; de lagartos, aves, entre outros animais. A manipulação de presas exageradamente grandes pode envolver desperdício de energia, além de aumentar o risco de morte por engasgamento ou predação. REFERÊNCIAS JUNIOR, Carlos Alberto Pereira; NOGUEIRA, Carlos Henrique de Oliveira; SILVEIRA, Leonardo Serafim da. Paciente: JIBÓIA (Boa constrictor). SANTOS, Claudileide Pereira dos et al. Serpentes: costumes, saberes e crenças, na Praia de Barra de Gramame, Litoral Sul da Paraiba, Nordeste do Brasil. Revista Ouricuri, v. 3, n. 2, p. 037-053, 2013. VIANA, Diego Carvalho et al. Perfil bioquímico em serpentes-revisão de literatura. Campo Digital, v. 9, n. 1, 2014. SAZIMA, Ivan. MARTINS, Márcio. Presas grandes e serpentes jovens: Quando os olhos são maiores que a boca. Mem. Inst. Butantan, 52 (3): 73-79, 1990. APRESENTAÇÃO Graduanda em Ciências Biológicas Atualmente trabalha na área da Genética Humana e Médica, com enfâse em Oncogenética Integra o grupo de pesquisa sobre Epidemiologia e Genética de Câncer (EGC) Possui experiência nas principais técnicas de Biologia Molecular
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