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SISTEMAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

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SISTEMAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Sistema do Contencioso Administrativo / Sistema Francês
Nesse sistema, há uma divisão entre a esfera administrativa e a esfera do Poder Judiciário. Se houver uma questão com envolvimento do Estado – Administração Pública-, quem será responsável por julgar em todas as instâncias é o Tribunal Administrativo.
Entretanto, se houver uma causa que envolva apenas um particular contra outro particular, quem será responsável por julgar é o Poder Judiciário.
Em caso de conflito de competência, o impasse é resolvido pelo Tribunal de Conflitos, criado justamente com este escopo.
2. Sistema Judiciário / Sistema Inglês
Tem como principal característica o fato de que todos os litígios são sujeitos à apreciação e à decisão do Poder Judiciário, titular da função jurisdicional. Portanto, decisões tomadas no âmbito administrativo podem ser levadas às vistas do Poder Judiciário.
Nosso ordenamento pátrio expressamente optou por este sistema, pois prevê que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
Em consonância com a jurisprudência do STF e do STJ, em regra, não é necessário o esgotamento das instâncias administrativas para que se leve a questão para a tutela fornecida pelo Poder Judiciário.
SISTEMA ADOTADO NO BRASIL
O sistema adotado no Brasil é o sistema Inglês – Não se exclui de apreciação judiciária lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado-
Exceções:
- Justiça Desportiva: A Justiça Desportiva faz parte da Justiça Administrativa.
Art. 217 § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
Art. 217 § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. 
- Habeas Data: Para entrar com habeas data no Poder Judiciário, antes deve haver uma negativa da via administrativa, ou seja, deve ser apresentada uma demonstração para que possa haver o interesse de entrar judicialmente com o habeas data.
- Contra omissão ou ato da administração pública o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
Ex: Se algum órgão está nomeando parentes, por exemplo, haverá violação de súmula vinculante.
Primeiramente, é necessário recorrer no órgão, na tentativa de resolver essa questão administrativamente. Se não for possível, é necessário recorrer ao STF. O STF irá analisar o pedido e dar uma decisão para assegurar a aplicação de sua súmula vinculante.
- M.S quando houver recurso administrativo com efeito suspensivo: Por exemplo, se um aprovado em um concurso for reprovado no psicotécnico e entrar com recurso contra a decisão, não será possível já recorrer com mandado de segurança, visto que o recurso administrativo possui efeito suspensivo. Sendo assim, deve-se esperar que a decisão final saia e, caso ela desfavoreça o aprovado, só então ele poderá entrar com um mandado de segurança.
- O STF entendeu que a exigibilidade de prévio requerimento administrativo como condição para o regular exercício do direito de ação, para que se postule judicialmente a CONCESSÃO de benefício previdenciário, NÃO ofende o art. 5º, XXXV, da CF. 
Ou seja, exigir previamente o requerimento administrativo como condição para o exercício de ação para que se postule um benefício previdenciário não é inconstitucional. 
OBS: Nas hipóteses de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, o pedido poderia ser reformulado diretamente em juízo, porque, nesses casos, a conduta do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já configuraria o não acolhimento da pretensão.

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