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TÓPICOS EMERG. EM GESTÃO DE PESSOAS Aula 05 Na atualidade, em consequência dos processos de empowerment e de reestruturação, que “achatam” os níveis hierárquicos das organizações e buscam uma maior participação dos empregados nos processos decisórios das empresas, os gestores têm sofrido um grau maior de cobrança sobre seu desempenho em virtude de apresentarem competências que até então eram distribuídas a diversos personagens organizacionais. A Gestão de Recursos Humanos, em suas ações de provisão e desenvolvimento dos empregados, deve promover o desempenho eficiente de pessoal garantindo, através de seus programas e técnicas, as condições necessárias aos empregados desenvolverem suas habilidades e competências para serem empregadas segundo as necessidades presentes e futuras da organização. Para isso, deve captar e manter pessoas na organização com uma atitude motivada e proativa, cultivar as condições ambientais internas que favoreçam a associação dos objetivos individuais com os objetivos organizacionais, como o desenvolvimento de carreiras de seus colaboradores. Desenvolvimento de carreira é um processo formal e sequencial que identifica o potencial do empregado para ocupar futuros cargos na organização e parte para ações que viabilizem o desenvolvimento de suas competências. Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais e expectativas e imposições da organização e da sociedade. London & Stumph apud Dutra. Os planos de desenvolvimento de carreiras devem considerar não somente as necessidades da organização com vistas às suas mudanças organizacionais, mas as aptidões e expectativas de seus empregados, preparando-os antecipadamente para novas ocupações e responsabilidades. Não apenas às empresas cabe a responsabilidade pela administração da carreira do colaborador, mas a ele próprio, embora a organização deva ser uma facilitadora, através da área de Recursos Humanos, proporcionando-lhes orientações, ações de desenvolvimento profissional e condições para se dedicar ao seu aprimoramento, dentro e fora da empresa. Aceleradores de Carreira: preparação intelectual, tempo e experiências no exercício profissional. Trajetória de carreira: sequência de cargos que forma a carreira de um indivíduo. As metas de carreira: posições futuras que um indivíduo deve objetivar na construção de sua carreira. Planejamento da carreira: conjunto de ações necessárias para o indivíduo alcançar suas metas de carreira. Administração de carreiras: supervisão sobre a condução do indivíduo segundo seu planejamento de carreiras, competindo ao próprio empregado e a área de Gestão de Recursos Humanos. 1. Autoavaliação – habilidades, interesses e aptidões. 2. Análise da carreira, pontos fortes e fracos – formação, experiências, resultados alcançados. 3. Análise dos espaços profissionais: Dentro da empresa e da ocupação Dentro da empresa e fora da ocupação Fora da empresa e dentro da ocupação Fora da empresa e fora da ocupação 4. Identificação da estratégia de carreira: Crescimento – investir no caminho que já esta sendo percorrido Diversificação – procurar uma nova ocupação, trabalho ou empresa Integração – busca de uma ocupação, empresa complementar ou relacionada à atual Reconstrução– repensar totalmente a carreira até o momento e redirecionar Combinação – combinar duas ou mais estratégias 5. Seleção dos objetivos de carreira 6. Implementação da estratégia de carreira 7. Avaliação de resultados das estratégias de carreira Para Milkovich e Boudreau, “Administração da Carreira é o processo pelo qual a organização seleciona, avalia, dá atribuições e desenvolve os empregados, para obter um grupo de pessoas qualificadas a atender às necessidades futuras.” Na percepção destes autores, a Administração de carreiras envolve a organização como a responsável por criar as condições para o crescimento profissional de seus empregados, como programas de treinamento de habilidades e competências e indicar o programa de sucessão: - Dos gestores - em localizar e orientar os talentos humanos existentes na sua equipe e orientar os empregados para o processo de planejamento de carreiras. - Da área de Recursos Humanos - em criar programas de desenvolvimento e selecionar para as ocupações futuras os candidatos mais preparados. - Finalmente o próprio empregado que, como maior interessado, deve assumir a responsabilidade pelo seu desenvolvimento profissional autoavaliando suas habilidades e competências, suas necessidades de desenvolvimento segundo as opções de carreiras que se apresentam na organização. Podemos entender Competência como a qualificação de um profissional, adquirida através da associação das suas habilidades, características natas ao indivíduo, com o conhecimento recebido através dos processos formais de educação, treinamento e informais decorrentes de sua experiência prática no exercício profissional. Assim, o modelo organizacional demarca como competências necessárias a serem desenvolvidas pelo empregado, segundo as competências Organizacionais, do Cargo e do Indivíduo. A seguir, exemplificamos as competências segundo a classificação do perfil do Administrador estabelecidas pelas diretrizes do MEC para formação do profissional: ORGANIZACIONAIS – Relacionadas à Empresa e ao seu negócio • Gerenciar tempo, recursos e espaço de trabalho; • estabelecer métodos próprios de ação; • autoplanejar e auto-organizar; • liderar; • atuar e refletir criticamente, compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva, seus direitos e deveres, assim como o seu papel de cidadão. DO CARGO – Relacionadas à execução das tarefas e funções do cargo. • Transferir, generalizar e aplicar conhecimentos; • propor e/ou introduzir modificações no processo de trabalho; • atuar de forma preventiva e proativa; • pensar estrategicamente; • reconhecer e definir problemas, propondo soluções para equacioná-los. INDIVIDUAIS – Relacionadas ao indivíduo em sua atuação profissional • Comunicar-se de forma eficaz com os acionistas, clientes, fornecedores, parceiros, superiores, subordinados e comunidade em geral; • compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está ele inserido para tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente; • empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações; • compreender a necessidade de um contínuo aperfeiçoamento profissional, do desenvolvimento da autoconfiança e da atuação em equipes interdisciplinares; • atuar na gestão das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática profissional com base em sólida formação técnica e científica; • trabalhar em equipes, gerenciando conflitos e interesses; • iniciativa; • criatividade; • adaptabilidade; • consciência da qualidade; • ético; • interesse em aprender. Tipos de carreira A carreira vertical é a mais comumente reconhecida pelos indivíduos e a mais presente na maioria das organizações atuais que apresentam estruturas piramidais marcadas por um grande número de níveis hierárquicos. Assim, o indivíduo, para evoluir na carreira, deve ascender a um cargo superior na estrutura. Outro tipo de carreira é a relacionada com a experiência profissional e a formação técnica do indivíduo, levando-o à evolução horizontal na carreira, segundo o seu grau de especialização e sua maturidade profissional. Na carreira por habilidades, o indivíduo evolui na carreira horizontalmente, segundo a aplicação de habilidades formalmente definidas pela organização e na carreira por competências parte do mesmo princípio, mas está voltada para as funções gerenciaisrelacionanda à aplicação das competências dos gestores com os objetivos estratégicos da empresa. A carreira em Y, pouco adotada em nossas organizações, é merecedora de um destaque especial, pois permite que haja uma opção maior por parte do indivíduo em seguir uma carreira técnica ou gerencial. Dessa forma, a vocação do indivíduo tem maior liberdade de se manifestar a favor de sua atuação no contexto organizacional. Ou seja, as mesmas condições de status e financeiras são concedidas aos cargos gerenciais são concedidas aos que optam pela carreira técnica. Isso significa que a empresa ganha profissionais “mais bem resolvidos” com suas reais vocações. Na percepção de Chiavenato, a avaliação de desempenho é uma fonte significativa para identificar as possibilidades de crescimento profissional do empregado, podendo ser enriquecidas pelos testes vocacionais e avaliações dos gestores sobre as possibilidades de crescimento dos seus subordinados. É importante ter em foco as possibilidades decorrentes do programa de sucessão e preparar o indivíduo para assumir posições mais complexas e com maior grau de responsabilidade. O aconselhamento profissional ao empregado com potencial para ocupações futuras deve ser realizado pelo gestor imediato em parceria com a área de recursos humanos, levando em consideração as suas aspirações de carreira. Além disso, deve ser disponibilizado aos empregados um sistema de informações sobre as opções de carreiras e as condições que devem ser preenchidas por eles para se candidatarem a posições futuras. Um programa e ações de desenvolvimento para essa evolução devem ser proporcionados pela área de gestão de recursos humanos para garantir igualdade de condições a todos. A sucessão na área empresarial é um assunto polêmico nas organizações, mas que pode ser um entrave para o programa de desenvolvimento de carreiras, pois entende-se que sem a previsão de possibilidades de ascensão futura o investimento em seu crescimento profissional fica desestimulado. Assim, fica condicionado o sucesso dos programas de desenvolvimento de carreiras a um programa de incentivos às aposentadorias, levando os executivos a identificarem outras oportunidades para suas vidas após se desvincularem de suas rotinas da vida profissional. É fundamental que, durante o processo de desenvolvimento na carreira, algumas ações não devem deixar de ser aplicadas pela organização como forma de incentivo aos empregados que fazem parte desses programas, como forma de mantê-los motivados. Os empregados devem perceber ganhos com seu empenho no desenvolvimento que têm obtido na sua evolução na carreira. Não há como esperar que o empregado permaneça na organização após vir se desenvolvendo do ponto de vista técnico e comportamental apenas pela promessa de uma futura posição. Assim, proporcionalmente ao desempenho do indivíduo, devem ser concedidas recompensas sociais e financeiras que o destaque através do seu esforço diante dos demais empregados da organização e representem melhorias na sua vida pessoal e profissional. Posicionar o empregado sobre sua evolução é importante para fortalecer sua motivação e incentivá-lo a novos investimentos em seu crescimento profissional. Promover o rodízio profissional de forma a ampliar sua visão sobre o contexto organizacional e incentivá-lo a autogestão são imprescindíveis para que esse profissional alcance, confiança e segurança, necessárias às ocupações futuras que o esperam. Uma metodologia de desenvolvimento de carreira que vem sendo muito adotada nos programas desse tipo é o coaching, que pode ser aplicado por consultores externos ou internos à organização. O coaching presume um tipo de relacionamento onde um coacher se compromete em apoiar o aprendiz a seguir um caminho planejado para o seu crescimento profissional. Envolve instruções técnicas e comportamentais através de um fluxo contínuo de instruções, comentários e sugestões, visando uma relação direta do aprendizado através da associação de conhecimentos adquiridos pelo aprendizado teórico e prático. Através de reuniões periódicas entre o orientador e o orientando, são estabelecidas metas a serem alcançadas por este na sua atuação profissional, dentro de sua área ocupacional na organização. Assim, o orientando vai sendo alimentado de conhecimento teórico e incentivado a colocá-lo em prática, através de projetos a serem operacionalizados no próprio contexto organizacional. Na medida em que evolui em sua carreira, o empregado já apresenta resultados para a organização e pode ser avaliado por ela. Aula 06 Para todas as áreas do sistema de recursos humanos, a constituição do cargo é fundamental, pois a base das descrições de tarefas e funções do cargo é o subsídio para as ações de treinamento, avaliação de desempenho, planejamento de carreiras, dentre outras. O Cargo identifica para o empregado suas ações no esforço produtivo, sua responsabilidade e amplitude de autoridade e poder, bem como para os gestores que supervisionam os seus ocupantes. Através da descrição do cargo fica clara a complexidade das tarefas e o grau de responsabilidade que é exigido de seu ocupante, podendo, assim, identificar as competências e habilidades que são exigidas de seus ocupantes. A área de ocupação e o nível hierárquico também são demonstradores das competências que devem ser exercidas pelo empregado no espaço organizacional, além do modelo de produtividade e o estabelecimento de metas a serem cumpridas para alavancarem a organização ao cumprimento do seu planejamento estratégico. Através da descrição do cargo podemos identificar as qualificações que são necessárias aos seus ocupantes: Assim, podemos estabelecer não somente o valor relativo deste cargo para a organização, sua importância para a empresa, como também o valor absoluto, em termos de remuneração. Um diferencial da atualidade nas empresas é ir além desse tipo de avaliação convencional de cargos, segundo objetivos de remuneração, para a consideração do valor do indivíduo no exercício do seu cargo, procurando diferenciar o desempenho significativo para a o sucesso da organização. Isso se justifica em virtude da dinâmica de atuação que é solicitada das organizações para darem respostas ao ambiente externo altamente competitivo, cobrando que as empresas revejam suas estruturas e modelos de gestão para adquirirem maior flexibilidade e agilidade em suas respostas aos stakeholders. Da mesma forma, as organizações transferem aos empregados parte dessas cobranças, no sentido de que eles assumam novas tarefas e responsabilidades, tendo que apresentar um desempenho com resultados que estejam diretamente relacionados com o desempenho organizacional. Dentro dessas premissas, cabe observar que os modelos de remuneração e incentivo tiveram que evoluir em seus princípios anteriormente estabelecidos dentro de parâmetros de uma estrutura rígida e inflexível, baseada em cargos estreitos para atender às expectativas de cargos amplos e enriquecidos. Através do aumento gradativo de tarefas mais complexas e desafios propostos em sua execução e em relação aos objetivos organizacionais, o enriquecimento do cargo delega maior responsabilidade ao seu ocupante, trazendo uma maior satisfação intrínseca ao empregado, reconhecendo-o como um ser mais participativo e autônomo no contexto organizacional. Programas de incentivo São programas que visam incentivar o empregado a aumentar seu desempenho e seu grau de participação na empresa, objetivando ganhos diretos tanto de cunho social quanto de remuneração. Embora os programas de incentivo tenham premissas comuns, cada organização tem a flexibilidade de criar um modelo que seja adequado à sua cultura e aos seus objetivos estratégicos. O importante é que sejam bem definidos os critérios para a participação do empregado nesses programas e que sua divulgação seja ampla e transparente, para não causar dúvidas sobre osresultados. Não podemos esquecer que, de forma indireta, os programas de incentivos trazem uma conotação de punição aos que não são premiados. Assim, os modelos de incentivo devem ser cuidadosamente estruturados para não descaracterizar um trabalho de equipe através de uma competição desagregadora e desleal. Um bom programa deve observar ganhos individuais que destaque os desempenhos exepcionais e ganhos coletivos como reconhecimento da importância do trabalho em equipe. De forma geral, os modelos de recompensas relacionam o conjunto de benefícios que a empresa oferece aos seus empregados e às condições dessa oferta, cabendo ao empregado enquadrar-se a elas e aceitá-las. É normal que as empresas, para evitarem abusos no uso dos benéfícios e vantagens, estabeleçam condições aos empregados, incluindo até mesmo descontos percentuais em seus salários para se estabelecer o direito ao benefício oferecido. Como exemplo, podemos citar o auxílio-creche, que estabelece que o empregado tenha o benefício, se tiver filhos em idade que requer este suporte ao seu bem-estar, enquanto os pais estão trabalhando. Algumas empresas optam por pagamento integral em Creches credenciadas ou um valor-teto, podendo o empregado matricular a criança em um estabelecimento de sua preferência e arcando com a diferença na mensalidade. Outro exemplo é o vale-refeição, que muitos empregados em cargos executivos são desestimulados a aceitarem, em virtude do desconto a ser feito em seus salários serem superiores ao valor do benefício. Esta medida é executada pela empresa em virtude de ser perceptível que os empregados desviavam tal benefício aos filhos, para divertimento pessoal ou aos seus empregados domésticos, enquanto o objetivo da aplicação do benefício é o bem-estar e a saúde do empregado durante o horário de trabalho. O desconto de um percentual de 2%, por exemplo, sobre o valor do salário de um operário tem um reflexo diferenciado desse mesmo desconto sobre o salário de um executivo. Assim, enquanto para um operário este percentual é muito inferior do valor do vale-refeição, para um executivo é o vale-alimentação que será bem inferior ao desconto que sofrerá em seu salário. Dessa forma, o benefício não restringe a participação do empregado, mas o próprio empregado reconhece que à organização. Também é importante a participação financeira do empregado no custo do benefício por uma questão de gestão das condições de oferta deste. A partir do momento em que há um desconto financeiro, por menor que seja, o empregado sente-se no direito de cobrar um melhor atendimento e auxilia a área de Recursos Humanos a supervisionar as condições de oferta desse benefício, principalmente quando ele é proveniente de uma empresa terceirizada. Embora não possamos desconsiderar que os benefícios são uma forma de recompensa aos empregados de uma organização, nosso foco nesta aula é a recompensa que diferencia a participação do empregado nos resultados da organização, ou seja, na visão de Chiavenato (2008), aquelas que: 1. “Aumentam a consciência e a responsabilidade do indivíduo e do grupo dentro da organização. Isto é, que incentivem o espírito de missão na empresa.” 2. “Ampliem a interdependência do indivíduo para com o grupo e do grupo para com toda a organização. Em outras palavras, incentivem o espírito de equipe e o trabalho em conjunto.” 3. “Ajudem a enfrentar a constante criação de valor dentro da organização. Em outras palavras, incentivem as ações que agreguem valor à organização, ao cliente e às próprias pessoas. O desempenho excelente deve ser premiado.” Há vários modelos de remuneração vinculados aos incentivos à participação do trabalhador. Cabe à organização verificar qual o modelo que atende melhor aos seus objetivos estratégicos, bem como as suas condições de manutenção de oferta desses incentivos, pois, como sabemos, segundo a visão de Herzberg, os incentivos financeiros podem até não motivarem o empregado a desenvolver um comportamento mais produtivo mas, a retirada deles, com certeza, irá desestimular o empregado, trazendo perda de produtividade. Dessa forma, o estudo preliminar dos objetivos da organização e de suas condições de manutenção dos estímulos financeiros devem ser muito bem verificados. É importante também entender que “nem só de pão vive o homem” e que reconhecimento, principalmente os motivacionais, tornam o empregado reconhecido afetiva e socialmente dentro e fora do grupo organizacional, bem como a sua autorrealização profissional e pessoal é fundamental para sua motivação no trabalho. Assim, os planos de incentivo devem observar não somente os ganhos financeiros, mas também o reconhecimento por parte da organização, dos gerentes e demais empregados pela atuação do indivíduo no contexto organizacional. Sendo assim, o processo de Avaliação de Desempenho deve ser a base principal desses modelos de incentivos, observando questões objetivas, associadas à produtividade do indivíduo e também seu comportamento junto ao grupo organizacional. Qualquer que seja o modelo escolhido pela organização, é fundamental que as regras sejam claras e amplamente divulgadas, bem como o processo de avaliação do desempenho do empregado ser o mais transparente possível. • Remuneração Variável: Parte do estabelecimento de uma remuneração fixa por ocupação ou função e a partir desse patamar e através da avaliação do desempenho dos seus ocupantes, se estabelece percentuais sobre essa remuneração fixa. Assim, se diferencia financeiramente aqueles empregados que apresentam um desempenho superior aos demais empregados. • Plano de Bonificação Anual: É uma variável da remuneração variável, mas a contrapartida ao desempenho do empregado é anual. Através de critérios estabelecidos pela organização, como aumento nos lucros, aumento de produtividade, na qualidade do produto e de clientes, dentre outros, estabelece o grau de participação do empregado para o alcance da empresa de seu sucesso. • Distribuição de Ações da Empresa aos Funcionários: É uma variação da bonificação anual, substituindo o valor em dinheiro por ações da organização. Nesse modelo as ações são doadas aos empregados em uma proporção direta ao seu desempenho e aos resultados obtidos com esta participação do indivíduo, pela organização. • Opção de Compra de Ações da Companhia: É uma variação da distribuição de ações, mas com a participação ativa do empregado. Segundo o desempenho do indivíduo e sua participação no sucesso da empresa, há a oferta, a preços subsidiados, de suas ações aos empregados. Cabe ressaltar que tanto a distribuição de ações como a opção de compra não são modelos muito observados nas empresas brasileiras. Naturalmente, não são muito apreciados pelos indivíduos ocupantes de cargos mais baixos na hierarquia organizacional que têm preferência por remunerações mais imediatas e por valores monetários expressos em sua remuneração. • Participação nos Resultados Alcançados: É relacionado ao desempenho do indivíduo ou do grupo com as metas e resultados estabelecidos pela organização para determinado período. Essas metas organizacionais devem estar decompostas entre os departamentos e seus setores e estabelecidas ao nível do indivíduo. • Remuneração por Competência: Também identificada como por habilidades ou qualificação profissional, remunerando o indivíduo pelas habilidades e competências técnicas e comportamentais, que este empreende na sua atuação na organização independente das exigências do cargo. Assim, criatividade, motivação e traços de sua personalidade são bem valorizados, além de seu conhecimento técnico e experiência. Essa participação personalizada parte de um processo que envolve a discussão entre o gestor e seu subordinado sobre quais as habilidades e competências são importantes para a organização e, através da análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, são estabelecidas as metas de melhoria do seu desempenho. Naturalmente,deve haver uma ação conjunta da empresa e do empregado em estabelecer um programa de treinamento que crie um comprometimento mútuo com a melhoria do desempenho do empregado. Entende-se que a partir daí uma remuneração individual pode ser mais coerente com o grau de envolvimento do indivíduo para com a organização. • Distribuição do Lucro aos Funcionários: Esse tipo de remuneração anual é estabelecida no Brasil a partir de 1946, pela Constituição Federal, e define que a empresa distribua parte do seu lucro aos seus empregados. É uma imposição legal e remunera coletivamente, não criando diferenciais individuais. Segundo Chiavenato, um plano de incentivos é interessante quando, na organização: 1. “As unidades de resultados podem ser facilmente medidas.” 2. “Existe uma clara relação entre o esforço do funcionário e a quantidade de resultados alcançados.” 3. “Os cargos são padronizados, o fluxo de trabalho é regular e não há demora na aferição dos resultados.” 4. “A qualidade é menos importante do que a quantidade, ou, quando a qualidade é menos importante, ela é facilmente medida e controlada.” 5. “As condições de competição impõem que as unidades de custo sejam precisas e conhecidas.” Assim, os planos de incentivo devem recompensar os indivíduos na proporção diretamente proporcional a sua participação na produtividade da organização, cabendo à ela fornecer as condições necessárias ao exercício profissional do empregado. É fundamental que as regras estabelecidas pela organização para a sua concessão sejam claras e mensuráveis pelo empregado para garantir um resultado transparente. As metas estabelecidas aos empregados devem ser viáveis de serem alcançadas e serem estabelecidas junto com os empregados, negociadas entre os gestores e seus subordinados, com o devido apoio da organização às necessidades do empregado para superarem seu desempenho. O corpo gerencial da organização deve apoiar o modelo de remuneração variável estabelecido pela organização e em hipótese alguma a empresa deve reduzir os incentivos quando os resultados forem alcançados. Chiavenato ainda destaca os prós e contras de uma remuneração variável, que devem ser observados pela organização ao resolver adotar um modelo de incentivos desta natureza: Pros: 1. Ajusta a remuneração às diferenças individuais das pessoas, ao seu desempenho e ao alcance de metas e resultados. 2. Funciona como motivação intrínseca, ou seja, como fator motivacional, dando ênfase à autorrealização pessoal. 3. Premia o bom desempenho e incentiva o desempenho excepcional. 4. Focaliza os resultados e o alcance de objetivos. 5. Permite uma autoavaliação de cada pessoa, pois funciona como retroação. 6. Estabelece uma remuneração adicional e contingencial. 7. Não produz impacto sobre os custos fixos da organização. Contras: 1. Requer uma certa desadministração salarial. 2. Altera as estruturas salariais lógica e rigidamente estabelecidas, instalando a contingência em função do desempenho. 3. Quebra a isonomia dos ganhos dentro da organização. 4. Reduz o controle centralizado dos salários. 5. Pode provocar queixas dos funcionários não beneficiados e possíveis pressões sindicais. Não podemos deixar de admitir que um sistema de remuneração flexível permite ao empregado uma autogestão do seu desempenho e uma maior participação produtiva no contexto organizacional, mas, devemos garantir por parte da organização um estudo pormenorizado das vantagens e desvantagens da adoção e manutenção de um modelo de incentivo baseado em remuneração. Cabe à organização, também, reconhecer que não basta apenas estabelecer um programa dessa natureza baseado apenas no esforço de seus empregados, devendo proporcionar as condições para estes executarem suas ações e superarem seus pontos fracos, gerando melhorias nos seus desempenhos. Assim, um processo de avaliação de desempenho deve estar alinhado com ações de treinamento e desenvolvimento profissional. Aula 07 Clima Organizacional Podemos definir o clima organizacional como um conjunto de características presentes no ambiente da empresa que podem ser percebidos e mensuráveis de forma direta e indireta por seus empregados e que têm influência sobre o nível de motivação desses no desempenho de seus papéis profissionais. O comportamento dos indivíduos sofre, portanto, uma forte influência do clima que se estabelece nas organizações. Os responsáveis por este são as políticas de relacionamento que a empresa estabelece com seus empregados, as ações da área de Recursos Humanos para promover a integração entre os empregados e a atuação dos gestores junto aos seus subordinados. Os canais de comunicação entre empregados e a organização são a base para o estabelecimento de um ambiente favorável ao estabelecimento de um bom clima na organização e para que sejam levantados os fatores que estejam influenciando negativamente o clima. Dessa forma, podem ser trabalhados no sentido de promoverem as mudanças desejadas. A análise periódica do clima possibilita identificar as necessidades de intervenção e acompanhamento das ações de melhorias que serão implantadas, buscando-se a realização profissional de seus recursos humanos de forma a que estes conduzam a organização ao desempenho almejado por esta frente ao mercado, seus acionistas, clientes e sociedade em geral. Na medida em que se identifica o grau de satisfação ou não dos empregados em relação à organização, a pesquisa de clima auxilia as empresas a entenderem e atenderem às necessidades de seus empregados e com isso melhorarem sua relação com a empresa. “É um levantamento de opiniões que caracteriza uma representação da realidade organizacional consciente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar acontecendo em determinado momento dentro da organização” (BERGAMINI, 1997, p.63). É um processo que tem por objetivo o mapeamento das condições de trabalho e os aspectos críticos que estejam influenciando o nível de motivação dos empregados através da percepção dos mesmos e não da empresa. Assim, o ponto de análise do clima organizacional é o ambiente interno da mesma sob o ponto de vista de seus colaboradores e das necessidades apresentadas pelos mesmos. A partir da identificação dos pontos fortes e frágeis da organização e das expectativas de seus empregados as ações devem ser imediatas para melhorarem ou alterarem a percepção dos empregados sobre o clima da organização. A pesquisa do clima de uma organização é uma fotografia de um dado momento, expressa através da opinião de seus membros, podendo ser alterado segundo a adoção de medidas por parte da organização. Tais medidas têm o objetivo de provocarem melhorias no ambiente de trabalho que sejam percebidas por seus colaboradores e melhorem a aderência do indivíduo com esta, gerando uma motivação para o trabalho e em consequência melhorem o desempenho da organização. Dentro desse princípio, a atualização dessas informações, dessa fotografia, deve ser realizada em períodos constantes para que a empresa evolua na geração de um clima organizacional cada vez mais propício ao bem-estar do indivíduo nos seus aspectos pessoais e profissionais, favorecendo a sua permanência dentro das fronteiras da empresa. O diagnóstico do clima organizacional propiciado pela pesquisa é um instrumento de gestão no auxílio de gerar procedimentos como: • Identificar os pontos fortes da organização não só no sentido de demonstrá-los aos empregados, mas mantê-los e melhorá-los; • identificar os pontos críticos da organização para desenvolver melhorias e que conduzam a resultados voltados para as necessidades reais dos seus empregados; • identificar os principais entraves nos processos organizacionais e promover melhorias nos seus fluxos; • gerar a sinergia entre os empregados; • melhorar os relacionamentos interpessoais, potencializando a convivência interna e melhorando os níveis de produtividade;• provocar a reflexão dos empregados sobre a realidade em que atuam; • provocar a reflexão dos empregados sobre as oportunidades profissionais que a organização lhes oferece e seu desenvolvimento profissional e pessoal; • melhorar o nível motivacional de seus colaboradores pela percepção de que a organização está interessada com sua opinião sobre sua conduta na gestão de seus recursos humanos; • promover a reflexão dos gerentes sobre o modelo de gestão adotado; • promover a reflexão da organização sobre seus objetivos estratégicos, especialmente quanto à reorientação e redefinição das diretrizes estratégicas; • promover a sinergia das lideranças; • propiciar um clima adequado à realização de outros trabalhos de recursos humanos; • aprimorar o processo de comunicação interna. Dessa forma, a atenção e o acompanhamento do clima organizacional, através da pesquisa de clima, permitem que a organização tome decisões mais coerentes entre os objetivos dos seus empregados e os objetivos organizacionais, favorecendo um ambiente que valorize e retenha seus talentos profissionais indispensáveis à competitividade das organizações. Ações motivacionais adotadas pelas organizações, sem levarem em consideração a escuta sobre os aspectos que interferem no desempenho dos seus profissionais, sob o ponto de vista destes, tendem a não apresentarem os resultados esperados. Escutá-los, além de elevar o índice de satisfação interna, gera um comprometimento do indivíduo com a organização, na medida em que sentem o comprometimento da empresa com suas necessidades específicas. Perceber-se como um elemento importante para a organização facilita o processo de interação do indivíduo com a organização, melhora o processo de comunicação e aumenta a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa ao mercado. A atitude de mudar seu comportamento, de motivar-se, é exclusiva do empregado. Cabe a ele esta iniciativa, mas é através da mudança de comportamento da organização através de iniciativas de promover melhorias no seu ambiente e no seu clima que levam o empregado a quererem mudar seu próprio comportamento. Assim, dar continuidade as políticas de gestão do clima organizacional é a condição primordial para tornar este movimento um ato contínuo em que o empregado em sua mudança de comportamento gera também melhorias no próprio ambiente em que está inserido. O indivíduo motivado é um elemento mais participativo, criativo e comprometido com os resultados organizacionais. Contagia os demais elementos com seu comportamento, gera sinergia entre os membros do grupo. A desumanização com que muitas empresas ainda tratam seus empregados é uma das principais causas de reclamações trabalhistas, de evasão organizacional, de absenteísmos e em decorrência do insucesso organizacional. O principal desafio das organizações é buscar um ambiente onde o clima seja propício à produtividade com qualidade de vida onde os indivíduos estejam comprometidos com suas metas, seus objetivos e sua missão empresarial. A construção deste ambiente passa necessariamente por um tratamento mais humanizado que promova o respeito recíproco entre a organização e seus empregados, motivando-os a resultados produtivos através da capacitação técnica aliada ao sentimento de pertencimento a um grupo organizacional que produz à sociedade. A valorização dos seus talentos parte de um ambiente de trabalho que seja harmonioso o suficiente para ser atrativo a estes. O conjunto de seus talentos é fator determinante para o sucesso da organização em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado. Empresa com um perfil conservador comumente contém gestores com uma postura arbitrária, autoritária junto aos empregados o que propicia um clima organizacional ruim à produtividade. É importante que as organizações percebam a necessidade de mudanças em sua cultura, através da adoção de um modelo de gestão que crie uma postura mais democrática e participativa de seus empregados. De nada adianta promover pesquisa de clima numa organização se não for para favorecer uma mudança na sua cultura de gestão, na sua filosofia que norteia suas políticas de recursos humanos. Se a pesquisa de clima representa uma fotografia de um dado momento da organização, sua aplicação em determinado intervalos de tempo pode permitir uma visão à contínua das alterações efetuadas em sua cultura. Portanto, a análise organizacional demanda: • compreender sua cultura; • o estilo gerencial adotado; • suas lideranças e formadores de opinião; • sua história organizacional. Para tal, a pesquisa de clima é uma ferramenta fundamental para se compreender a dinâmica de seu corpo funcional e o atendimento aos resultados apresentados nesta, através de políticas de valorização dos recursos humanos, é a condição para, inclusive, criar credibilidade dos empregados sobre as intenções da organização sobre eles. Não dar atendimento aos pontos frágeis detectados pela pesquisa compromete todo e qualquer trabalho que se pretenda produzir em prol dos empregados, pois eles desacreditarão das intenções desses programas. Estratégias de avaliação do clima Além da pesquisa de clima, são importantes para proporcionar um bom diagnóstico do clima da organização: Algumas empresas têm usado a estratégia do Café da manhã com o presidente como um momento de aproximação para os empregados escutarem do seu “porta-voz principal” os objetivos da organização, bem como serem escutados por seu gestor maior. Mas não somente esse momento deve ser o contato de seu gestor com os empregados, já que a naturalidade pode ser bloqueada por parte de seus empregados. As visitas aos vários setores da organização, sem aviso prévio, devem fazer parte da rotina de um bom gestor para que este possa exercitar sua observação in loco, pois visitas com hora marcada podem camuflar o comportamento organizacional. Observar os processos trabalhistas e escutar as críticas dos representantes sindicais pode servir também como uma forma de observar os principais problemas que interferem no clima organizacional. Outra fonte de informação é o atendimento do serviço médico, do serviço social e do setor de psicologia organizacional. Algumas empresas têm usado a estratégia do Café da manhã com o presidente como um momento de aproximação para os empregados escutarem do seu “porta-voz principal” os objetivos da organização, bem como serem escutados por seu gestor maior. Mas não somente esse momento deve ser o contato de seu gestor com os empregados, já que a naturalidade pode ser bloqueada por parte de seus empregados. As visitas aos vários setores da organização, sem aviso prévio, devem fazer parte da rotina de um bom gestor para que este possa exercitar sua observação in loco, pois visitas com hora marcada podem camuflar o comportamento organizacional. Observar os processos trabalhistas e escutar as críticas dos representantes sindicais pode servir também como uma forma de observar os principais problemas que interferem no clima organizacional. Outra fonte de informação é o atendimento do serviço médico, do serviço social e do setor de psicologia organizacional. Técnicas de coletas de dados: Questionário: permite uma maior abrangência de participação dos empregados e uma maior garantia de sigilo, o que garante uma apresentação de respostas mais fidedignas. Além disso, tem um custo mais baixo de aplicação, mas deve observar que se compostos por um grande número de perguntas tendem a ser desmotivadores da participação dos empregados. Entrevista: deve ser usada de forma complementar ou para elucidar possíveis dúvidas pelo seu custo mais elevado, demandar mais tempo e por não garantir que, frente a frente com o entrevistador, o empregado será sincero em suas respostas. Variáveis organizacionais que devem compor o instrumento de pesquisa • O Trabalho: o quanto este é interessante ao trabalhador • O Salário:como o indivíduo se sente remunerado, se de forma condizente com seu esforço. • Os Benefícios: se atendem às necessidades expressas pelos empregados. • O Modelo de Gestão: o estilo de liderança de seus gerentes. • A Integração Interdepartamental: como se realiza a interface entre os setores da organização. • O Processo de Comunicação: como é realizada a comunicação em seus diversos níveis e direções • O Progresso Profissional: as possibilidades de crescimento profissional que são oferecidas pela organização. • O Relacionamento Interpessoal: como as pessoas se relacionam entre si. • As Ações de Treinamento e Desenvolvimento: não somente quantitativamente, mas qualitativamente. • As Condições Físicas do trabalho: as condições a que estão sujeitos os trabalhadores na execução de suas tarefas. • A Estabilidade no Emprego: se as pessoas sentem garantias de manutenção no emprego. • O Pagamento dos Salários: se há assiduidade e pontualidade nos pagamentos aos empregados. • O Processo Decisório: se envolve os empregados ou não. • O Modelo Disciplinar: se são claras as suas regras de conduta e justas as aplicações de sanções. • O Reconhecimento: se os empregados são destacados e premiados pelo seu desempenho diferenciado. • A Segurança do Trabalho: se são dadas as condições de prevenir acidentes e doenças ocupacionais. • A Estrutura Organizacional: se são flexíveis ou muito hierarquizadas. • Os Objetivos Organizacionais: se são claros e alcançáveis. • A Vitalidade Organizacional: como a organização apresenta seus resultados e como é observada no espaço externo a organização. • O Trabalho em Equipe: se é estimulado e harmonioso. São alguns exemplos de variáveis a serem observadas no instrumento de pesquisa de clima. ETAPAS DO PLANEJAMENTO DA PESQUISA, segundo Luz são: DIVULGAÇÃO: A divulgação da pesquisa deve ser anterior à sua aplicação, destacando a importância desta para a organização promover melhorias em seu sistema e devem abranger todos os meios de comunicação disponíveis na empresa. Após sua aplicação e tabulação dos dados deve-se também se utilizar dos mesmos meios para se apresentar os resultados, destacando-se os pontos fortes da organização e as medidas a serem adotadas pela empresa para corrigir e melhorar seus pontos frágeis. Aplicação e coleta da pesquisa Para garantir um melhor resultado, a pesquisa deve ser aplicada no próprio local de trabalho, evitando a não participação do empregado pela perda do instrumento de levantamento de informações e também favorecer esclarecimentos necessários às dúvidas de interpretação, bem como evitar a interferência de questões externas a organização nas respostas dos empregados. Uma pesquisa de clima deve ser feita de forma que o empregado possa ter garantido o sigilo de suas respostas e de preferência ser depositada pelo próprio empregado e urnas lacradas. Aula 8 Recursos humanos O estabelecimento e a manutenção do bom relacionamento entre empregados e empresas é uma das funções mais específicas da área de Gestão de Recursos Humanos e envolve a definição de políticas bem delineadas entre os direitos e deveres de ambas as partes, bem como o aprimoramento das habilidades e competências dos gestores em lidar com seus subordinados. As principais estratégias para se favorecer um bom relacionamento entre empregados e a organização envolvem o estabelecimento de: Bom clima organizacional: ações que promovam um ambiente de trabalho onde o empregado se sinta reconhecido pela organização em seu potencial e esforço produtivo, bem como preservado por ela em suas condições de produzir com segurança e conforto. Treinamento e desenvolvimento dos gestores: as principais queixas dos empregados se reportam à forma como são tratados por seus superiores, pela falta de respeito pessoal e profissional e pelo autoritarismo. Sistema de atendimento às queixas e reclamações: a criação de uma Ouvidoria, mais conhecida como ombudsman. É a designação de um funcionário que atua como advogado dos empregados nos conflitos com a organização. O ombudsman funciona como canal de comunicação e fiscalização entre empregados e gestores. A figura do ombudsman emerge como um ouvidor ou mediador entre o empregado e a organização, portanto, deve ter o livre exercício da crítica e fiscalização sobre todos os setores e personagens organizacionais. Abrir canais de comunicação com os funcionários: acesso a um sistema de comunicação informatizado, ou não, que garanta a livre participação dos empregados com reclamações e sugestões para aqueles que tenham alguma forma de constrangimento de se apresentarem pessoalmente é aconselhável. Entretanto, é fundamental que, através da gestão da cultura organizacional, seja gradativamente desenvolvido o comportamento dos gestores e empregados de se ouvirem de forma direta e com objetivos construtivos de um bom relacionamento que visem melhorias no sistema organizacional. Observar os motivos das Reclamações Trabalhistas: os principais problemas de “mal” relacionamento entre a empresa e seus empregados são denunciados nos processos trabalhistas com riqueza de detalhes. Através desse estudo, a organização pode observar as principais reclamações dos empregados e as principais falhas cometidas pela organização. Manter um bom relacionamento com os sindicatos dos trabalhadores: as organizações devem rever seu olhar sobre os sindicatos trabalhistas, tirar o enfoque tradicionalmente adotado de reconhecer o sindicato como inimigo e passar a observar que em suas intervenções junto à empresa, o papel do sindicato passa a ser o de um colaborador. Não apenas em suas ações de supervisão sobre as condições de trabalho a que estão sujeitos os empregados, mas também por ser um veículo da confiança dos empregados para realizarem suas reclamações, o sindicato sinaliza sobre problemas que podem ser evitados através da alteração de ações por parte da organização. Estilos de Administração: o modelo de gestão adotado pela organização, permitindo que haja uma maior liberdade por parte dos empregados em participarem do processo decisório e buscarem a autogestão, reconhecendo-os em suas habilidades e competências, bem como interessados em contribuir para o desenvolvimento da empresa, facilita que estabeleçam um bom relacionamento com a empresa. Relações com Empregados: respeitar os direitos dos trabalhadores estabelecidos pela legislação e pelos acordos coletivos. Programas de Assistência ao Empregado: os benefícios e vantagens oferecidos pela organização refletem o reconhecimento desta sob o bem-estar do empregado e sua contribuição para a empresa. Disciplina: estabelecer, de forma clara, as normas de conduta a serem seguidas pelos empregados, garantir a divulgação e o entendimento por parte deles, esclarecer os indivíduos sobre os objetivos da organização quanto aos seus comportamentos. Administração de Conflitos: desenvolver técnicas de administração dos conflitos, buscando a negociação com base no “ganha/ganha”, conciliando os interesses entre as partes para benefício mútuo. As relações trabalhistas são as relações coletivas entre as empresas, os funcionários, os sindicatos e o Estado. Cada um desses personagens desempenha um papel específico que o compromete em obrigações que garantam um relacionamento justo e harmonioso entre a relação do trabalho e do capital. Sindicato Habitualmente identificamos o sindicato dos trabalhadores, que é a reunião de profissionais de uma mesma categoria que se agrupam como uma pessoa jurídica de direito privado para a defesa dos seus interesses comuns. Entretanto, existe o sindicato dos empregadores, que representa os interesses de organizações que comungam de uma mesma categoria econômica. A origem do sindicato é no século XVIII, na Inglaterra, como forma dos trabalhadores assalariados defenderem seus interesses de terem condições dignas de trabalho após o advento da industrialização.Estrutura sindical brasileira: O processo no qual a categoria defende seus interesses por melhores condições de trabalho, através dos seus representantes sindicais é denominado como negociação coletiva. Na convenção coletiva, que deve ocorrer anualmente na data- -base acordada entre as partes, são negociados os reajustes e aumentos salariais, benefícios a serem concedidos, bem como os direitos e deveres dos trabalhadores e empresas. Esse processo de negociação deverá ser concretizado no acordo coletivo, que deverá ser efetuado entre o sindicato da categoria profissional e a empresa (ou mais de uma) onde esses profissionais atuam. Quando o acordo não é estabelecido entre as partes, o Tribunal Superior do Trabalho julga as propostas entre as partes e através de uma sentença normativa decide a questão. O não cumprimento por uma das partes da sentença normativa implica em punições estabelecidas pelo TST. Uma das estratégias dos trabalhadores para pressionar a empresa a aceitar suas reivindicações é a greve, que trata-se de uma suspensão temporária, coletiva ou parcial do trabalho. Para ser considerada legal a grave deve ser um movimento pacífico e, no caso das categorias públicas, preservar o atendimento mínimo necessário à população. O movimento grevista deve ser a última alternativa, quando o processo de negociação não surte os efeitos desejados e o conflito se estabelece. Assim, a habilidade de negociar deve ser desenvolvida pelos representantes das partes para evitar nesse momento ônus para ambas as partes. Atenção à outra parte: demonstrar respeito aos pontos abordados pelos outros participantes da mesa de negociação, mantendo a escuta aberta e o contato visual quando estão apresentando suas posições frente à pauta de negociação. Confirmar o que foi exposto: quando a outra parte acabar sua exposição, confirmar se o seu entendimento sobre o que foi dito está correto, através de um breve resumo da abordagem da outra parte, perguntando se quer acrescentar algo mais. Demonstrar uma postura aberta à negociação: o grande resultado de uma negociação é o “ganha-ganha”, ou seja, quando as duas ou mais partes saem do processo de negociação com o sentimento de que tiveram seus pleitos atendidos, senão, na sua maioria, nos principais pontos da pauta. Assim, não devemos encarar o processo de negociação como uma disputa, onde uma parte deve vencer a outra. A boa negociação deve terminar em consenso de que foi um bom negócio para todos. Dessa forma, usar frases “Entendo seu ponto de vista”, “Podemos rever esta questão”, “Concordamos neste aspecto”, gera um entendimento de compreensão sobre as necessidades da outra parte e uma predisposição para chegar a um ponto comum. Expressar opinião sem negação: ao se posicionar sobre um assunto é fundamental não causar uma impressão de desrespeito sobre o posicionamento da outra parte. A afirmação sobre o posicionamento do outro é a técnica, ainda que seu posicionamento seja o contrário. Assim, usar a afirmativa e após posicionar a outra parte sobre as questões que lhe dizem respeito favorecendo-a para não interpretar uma postura reativa, mas de busca de conciliação de interesses, como: “Sim, você esta correto quanto ao custo desse plano de saúde ser maior do que o plano anterior. Entretanto, ele confere aos empregados uma cobertura maior, o que garantirá um benefício de melhores garantias de condições físicas e psicológicas, o que gera uma estabilidade para produção”. Trabalho em equipe: durante a negociação, tenha uma equipe dividindo as responsabilidades e papéis. O processo é longo e penoso para ser de responsabilidade de uma só pessoa. Enquanto um membro da equipe fica responsável pela observação do processo, dando inputs a quem esta à frente do processo, outro exerce a responsabilidade de moderador, intervindo quando os ânimos ficarem alterados e procurando fazer com que as partes voltem a um propósito de uma negociação amistosa. Técnicas para uma boa negociação: Para Costacurta Junqueira, existem pontos-chave para alcançar um resultado ganha/ganha. • Não restrinja sua negociação a um único ponto. Se focalizar somente um assunto, você automaticamente criará uma situação com um ganhador e um perdedor. O exemplo mais comum de como estreitar uma negociação em um só item é discutir sobre o preço de alguma coisa. Muitosoutros fatores, além do preço, podem ser levantados em uma negociação, tais como custo de entrega, prazo, qualidade, outros produtos e serviços etc. • Conscientize-se de que sua contraparte não tem as mesmas necessidades e desejos que você. Se não levar esse fator em consideração, você negociará tendo a impressão de que sua perda é o ganho de sua contraparte. E com essa atitude, é virtualmente impossível alcançar um resultado ganha/ganha. • Não pressuponha que você conhece as necessidades da contraparte. É muito comum que os negociadores demonstrem saber exatamente o que a contraparte deseja. Por exemplo, um vendedor sabe que o comprador deseja comprar o produto ou serviço ao menor preço possível. Mesmo que isso seja verdade, o comprador pode ter outra necessidade muito mais forte, que poderá influenciar sua decisão na compra do produto ou serviço. Fazendo perguntas inteligentes, você poderá descobrir, por exemplo, que a maior preocupação do comprador é que seu chefe perceba a sua atuação e considere a compra como uma operação bem feita.” Preparação da reunião: Elabore a pauta de interesses para orientar sua participação na reunião: faça uma lista de objetivos e identifique os pontos que podem gerar um acordo. Não crie expectativas fantasiosas e recolha informações sobre a forma de negociação dos componentes da outra parte, seus interesses na negociação, seus pontos prioritários e secundários no processo. Seja objetivo ao criar a pauta com frases simples e prepare sua equipe através de reuniões, permitindo que todos entendam bem os interesses que devem ser defendidos no processo, a estratégia a ser empreendida e o papel que cada um deve desempenhar na mesa de negociação. Ambiente: a escolha do local onde se procederá a negociação é significativa para o processo. Deve ser escolhido um local neutro para que nenhuma das partes sinta-se intimidada. O ambiente deve ser arejado e confortável e salas de apoio para as equipes se reunirem privadamente é importante, já que o processo pode ser em etapas. Estratégias de negociação: ao entrarmos em uma negociação, devemos analisar as alternativas possíveis para chegarmos a um bom termo de negociação. Dessa forma, se durante o processo alguns caminhos se demonstrarem fechados, podemos abrir outros para conduzirmos a negociação. Justiça no processo: uma legítima negociação busca ser um processo justo, baseando-se em leis e normas ou procedimentos habitualmente adotados em negociações anteriores. Compromisso: respeitar o resultado da negociação é fundamental para se garantir o respeito necessário para futuras negociações. Além do acordo em papel, muitas posições são firmadas durante o processo de forma oral e ao final deste, devem ser preservadas. Aula 09 Aula 10 Fim
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