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Farmacodinâmica: Ação e Efeitos dos Fármacos

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1 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
 
A farmacodinâmica estuda os eventos resultantes 
da interação do fármaco com seu receptor, 
analisando a especificidade, afinidade, ação e efeito 
do fármaco. 
Essa parte da farmacologia é dividida em duas: ação 
e efeitos. 
Geralmente, a droga tem uma única ação que pode 
gerar muitos efeitos. 
Nem sempre sabemos como explicar a ação de uma 
droga. No passado, muitos medicamentos que 
foram para o mercado tinham ação desconhecida. 
Ainda temos drogas no mercado em que sua ação 
em determinadas situações ainda está sendo 
conhecida. 
Assim, a ação de uma droga pode ser desconhecida 
ou pode ser conhecida. A ação conhecida pode ser 
específica ou inespecífica. 
A ação inespecífica corresponde a droga que produz 
ação sem interferir com receptores. Enquanto, uma 
droga de ação específica interage com um receptor 
especifico. 
 
Questão de prova! 
Uma droga inespecífica é uma droga que atua 
em vários tipos de receptores? 
Resposta: Não! Uma droga inespecífica não 
interfere com nenhum receptor. 
 
 
Exemplo de droga inespecífica: Medicamento com 
bicarbonato de sódio (anti ácidos) aumentam o pH 
sem interagir com receptores ao chegar ao 
estômago. 
Efeito é o que a droga vai produzir como resposta 
após o uso. 
No néfron temos o glomérulo. O manitol é uma 
droga de ação inespecífica, pois ela não precisa 
interagir com um receptor para desempenhar sua 
ação. O manitol é filtrado no néfron e aumenta a 
osmolaridade no seu interior, provocando um 
aumento da excreção de água pela urina. Pode-se 
dizer que a ação do manitol foi aumentar a 
 
osmolaridade no túbulo renal de forma inespecífica 
porque não houve interação com nenhum receptor. 
Jonh Langley (1878) – provou a existência de 
receptores. Como? Pegou um coração, calculou a 
massa cardíaca, número de células, e superfície 
quadrada das células. Em seguida, introduziu 
digitálicos, o que provocou o aumento da força de 
contração cardíaca. No entanto, o número de 
moléculas não era suficiente para cobrir toda a 
superfície das células cardíacas. Então, Langley 
concluiu que haveriam receptores na membrana 
das células que quando ativados realizavam efeitos. 
Receptores: são derivados proteicos que podem 
estar na membrana celular, no núcleo, citoplasma e 
até mesmo fora da célula. 
 
O receptor é um alvo que tem uma determinada 
estrutura que possui afinidade apenas por algumas 
moléculas, e essa afinidade é variável dependendo 
da estrutura da molécula. 
Especificidade corresponde ao reconhecimento do 
fármaco ao receptor e está diretamente relacionada 
a estrutura do fármaco. Enquanto, a afinidade esta 
Farmacodinâmica 
 
2 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
relacionada a força da ligação ao receptor, ou seja, 
a intensidade da ligação entre o fármaco e o 
receptor. A afinidade pode ser medida em um 
gráfico de dose X efeito de fármacos agonistas, por 
exemplo. 
 
O receptor ao ser acionado pelo ligante pode ser 
ativado e irá desempenhar sua ação. 
Intensidade da ligação 
Van der Waal – ligação de fraca afinidade 
Ligações covalentes – ligações de alta afinidade, 
como por exemplo, fonte de sulfeto. 
Cinética da interação ligante – receptor 
Vários fatores alteram o equilíbrio de interação 
ligante- receptor. 
Isoterma de Langmuir 
 
O modelo de isoterma de Langmuir considera que 
uma vez os receptores são ocupados eles se tornam 
indisponíveis, sendo assim a oferta de receptores 
desocupados vai diminuindo até que todos estejam 
ocupados. Nesse momento, em que não há mais 
receptores livres diz-se que o sistema saturou. 
Teoria da ocupação de Clark: o efeito de 
determinadas drogas seria um efeito proporcional 
ao número de receptores ocupados. 
A eficácia só é conseguida com a ligação do fármaco 
ao receptor, gerando um estímulo (ação) e em 
seguida o efeito. Isso só ocorre devido a capacidade 
da droga se ligar ao receptor e ativá-lo, produzindo 
efeito. 
Conceito atividade intrínseca: capacidade do 
fármaco produzir alteração conformacional no 
receptor, ativando-o. 
Após a ativação do receptor ocorre a transdução, 
que consiste na ativação de cascatas sinalizadoras, 
através de uma rede complexa, que determina uma 
resposta biológica final. No caso de uma transdução 
de sinal intermembrana realizada através da ligação 
do fármaco ao receptor intermembrana haverá a 
comunicação entre o meio extracelular e o meio 
intracelular. 
Eficácia: capacidade da droga produzir efeito com a 
mínima quantidade da droga. 
Potência: força de ligação da droga ao receptor com 
a mínima quantidade da droga disponível. 
Uma droga para ser agonista precisa apresentar 
especificidade por aquele receptor, afinidade e 
atividade intrínseca. 
A droga simplesmente modula na célula o que ela é 
capaz de fazer através do receptor, realizando a 
transdução do sinal. Então, uma droga só provoca 
no tecido o que ele já é capaz de fazer. Como assim? 
Uma célula que realize contração ao sofrer a ação 
de um agonista continuará fazendo contração, mas 
de uma forma mais intensa. 
Conversando sobre algumas substâncias... 
Histamina se liga ao receptor H1 causando efeitos 
como: prurido, queda da pressão, edema, 
vasodilatação. Pode-se dizer que a histamina ativa o 
receptor H1, tem atividade intrínseca e eficácia. 
O anti-histamínico é um antagonista de H1 e impede 
que a histamina desempenha sua ação. Então, 
quando o anti-histamínico se liga ao receptor H1 ele 
não faz nada no receptor, não tendo efeito nem 
eficácia; ele impede a histamina de ter efeito. 
A histamina quando se liga aos receptores H3 
estimula a vigília, por isso anti-histamínicos “dão 
sono”. 
Buscopan® tem escopolamina que é antagonista da 
acetilcolina, e impede que haja a contração do 
músculo liso, reduzindo a cólica. 
Diazepam interfere com o receptor do GABA, 
ajudando o GABA a abrir canais de cloro, agindo nos 
núcleos da rafe, e, assim, reduzindo a ansiedade. 
 
3 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Propranolol é um antagonista dos receptores de 
adrenalina. 
Atropina é um antagonista da acetilcolina. 
Em um gráfico de dose e efeito é impossível colocar 
o antagonista. Como avaliar a resposta do 
antagonista? Sabendo que o antagonista altera os 
efeitos do agonista, a avaliação da resposta do 
antagonista é feita observando o comportamento 
do agonista em um ambiente com agonista. 
 
Agonista é aquele fármaco que se parece com a 
molécula fisiológica, entra no mesmo receptor que 
a substância endógena (precisa ter especificidade e 
afinidade) e produz atividade (ação da resposta 
biológica). 
Antagonista é aquele fármaco que tem 
especificidade, tem afinidade, mas não gera 
atividade, apenas impede que o agonista natural se 
ligue, criando um efeito estérico. 
Agonista pleno é a droga que tem atividade 
intrínseca igual 1. Eficácia igual a 1. Atinge o efeito 
máximo. Exemplo: morfina. 
 
Um pouco sobre a morfina... 
A morfina na membrana do mastócito pode 
levar a liberação maciça de histamina. 
Em caso de overdose com morfina deve-se 
prescrever naloxona, anti-histamínico, 
corticosteroide. E, caso haja choque usar 
adrenalina. 
 
 
Agonista parcial é a droga que tem a 
eficácia/atividade intrínseca maior que zero e 
menor que 1. Não atinge o efeito máximo. Agonista 
parcial é agonista quando ele está sozinho e 
antagonista quando ele está presente junto com 
outros agonistas plenos. Exemplo: Narlofina que é 
agonista na ausência de morfina, e antagonista na 
presença de morfina. 
Antagonistas correspondem as drogas que 
possuem eficácia igual a 0, ou seja, não produzem 
efeito. Exemplo: Naloxona. 
Três drogas que se ligam ao mesmo receptor: 
Morfina, Narlofina e Naloxona. 
Agonista inverso corresponde a droga que tem uma 
atividade intrínsecaexatamente inversa. Foi 
descrito nos receptores GABAS cerebrais. O GABA 
ao se ligar ao receptor, abre canal de cloro, o cloro 
entra na célula, deixando-a hiperpolarizada. 
O diazepam se liga ao receptor GABA, aumentando 
a afinidade do GABA, entra mais cloro e a célula 
hiperpolariza ainda mais. 
O flumazenil é antagonista do diazepam, o 
flumazenil bloqueia o receptor de GABA, fazendo 
com que entre menos cloro, a célula que estava 
hiperpolarizada, despolariza e o paciente acorda. 
Exemplo: Uma substância X consegue fechar o canal 
de cloro ao se ligar ao receptor. Assim, a célula fica 
muito mais excitável, aumentando o disparo pelo 
neurônio, deixando o indivíduo muito agitado e 
ansioso. Por isso o nome dessa substância é 
chamado de agonista inverso, e essa droga não tem 
uso clínico ou terapêutico. 
À nível de curiosidade... A atropina é um 
antagonista, mas já tem alguns artigos falando que 
ela pode ser um agonista inverso para os receptores 
de acetilcolina. 
 
Os receptores de membrana da célula podem estar 
acoplados ao canal iônico: receptor inotrópico. 
A droga se liga ao receptor, abre-se/fecha-se um 
canal e um determinado íon passa por esse canal 
caso ele esteja aberto. Exemplos de drogas que se 
ligam aos receptores inotrópicos: curare, 
 
4 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
bloqueadores neuromusculares, anestésicos locais 
(terminação -caína). 
Acetilcolina se liga a receptores nicotínicos 
associados a canais iônicos. 
Benzodiazepínicos se ligam a receptores associados 
a canais iônicos abrindo canais de cloro fazendo 
influxo de cloro hiperpolarizando a célula. 
Os receptores de membrana da célula podem estar 
acoplados a proteína G. 
A proteína G é um sistema que ativa segundo 
mensageiro. Vamos ter muitos receptores 
acoplados a proteína G. O fármaco se liga ao 
receptor, ativando-o, a subunidade alfa torna-se 
ativa, ativando um sistema. Esse sistema ativado é 
variável, depende de qual tipo de proteína G foi 
ativado. 
A maioria dos remédios desse semestre interagem 
com receptores acoplados a proteína G. 
Os receptores de membrana da célula podem estar 
acoplados a sistemas enzimáticos. 
Receptor acoplado a enzima, receptor que modula 
sistema enzimático. Exemplos: prolactina, insulina, 
GH. 
AINES são inibidores de uma enzima (ciclo 
oxigenasse). 
Receptores capazes de ativar o sistema tirosina 
quinase que é o caso da insulina e dos IGFS. 
Os receptores podem ser intracelulares. 
Uma droga pode atuar em receptores intracelulares 
após atravessarem a membrana plasmática. 
Esteroides atuam dessa maneira. 
Transdução consiste na conversão da ligação da 
droga àquele receptor e a atividade intracelular que 
será gerada. Em outras palavras, transdução é uma 
interação de cascatas sinalizadoras, através de uma 
rede complexa, que determina uma resposta 
biológica final. 
Pode ocorrer através de receptores intracelulares 
ativados, o receptor citoplasmático associado ao 
esteroide é levado a cromatina e então haverá a 
síntese proteica comandada pelo esteroide. 
Canal iônico. Exemplo receptor nicotínico 
ganglionar, musculo esquelético, onde os 
receptores nicotínicos tem um canal de sódio na 
parte central. Quando a acetilcolina (agonista) se 
liga a esse receptor ocorre a abertura do canal de 
sódio e há influxo de sódio, despolarizando a célula. 
Receptor nicotínico é receptor para acetilcolina e 
tem um modelo muito parecido para o canal de 
GABA, canal de cloreto (alvo para barbitúricos, 
esteroides). No entanto, os efeitos são bastante 
distintos. 
Receptores ligados a segundos mensageiros 
associados a proteína G. O fármaco se liga a um 
receptor acoplado a proteína G. A proteína G se 
transloca e ativa o segundo mensageiro que pode 
interferir com a proteína quinase A ou C e ocorre 
interferência de processos celular. 
Proteína Gs está ligada a Adenil ciclase. O hormônio 
se liga ao receptor, ativa proteína Gs, a subunidade 
alfa é translocada e ocorre a ativação da adenilil-
ciclase, essa enzima converte ATP em AMP cíclico. O 
AMP cíclico ativa várias proteínas quinases que 
atuam ativando e desativando diversos canais. O 
canal de sódio é ativado dessa forma, assim há 
influxo de sódio e despolarização celular, por 
exemplo. 
O fármaco ao se ligar ao receptor, ativa a proteína 
Gq, translocando a subunidade alfa, ativa-se a 
fosfolipase C formando IP3 e DAG. Isso promove a 
mobilização de cálcio do retículo para o citoplasma 
e resulta no aumento da atividade celular. 
A proteína G0 é acoplada ao sistema de cálcio 
calmodulina. A proteína G0 ativa o canal de cálcio, 
levando ao influxo de cálcio. O cálcio se liga à 
calmodulina e ocorrem uma série de atividades 
intracelulares ligadas a calmodulina. 
Regulação de receptor 
A regulação do receptor se dá através da síntese e 
degradação deles. Podemos ter doenças causadas 
por degradação de receptores como ocorre na 
miastenia graves. 
Fosforilação: Alguns receptores extracelulares 
podem ser internalizados e isso impede com que o 
fármaco não seja associado ao receptor, 
interferindo no acoplamento. 
Down regulation: quando você apresenta uma 
tolerância ao receptor, ou seja, quando o receptor 
para de responder a dose usual do medicamento. 
 
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AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Assim, observa-se menor afinidade e atividade. A 
down regulation leva a uma perda de sensibilidade 
do indivíduo aquela substância. 
A morfina causa tolerância metabólica e 
farmacodinâmica. Na tolerância farmacodinâmica 
pode ser reduzida a afinidade e a eficácia. 
A insulina vai perdendo afinidade e é necessário que 
seja aumentada a concentração de insulina. Assim, 
percebe-se que há tolerância de receptor. Na 
tolerância metabólica a metabolização da insulina é 
muito rápida reduzindo a concentração de insulina 
tão rápido que não há efeito. 
Up regulation é quando o receptor se torna mais 
sensível, ele passa a responder mais a uma dose 
menor. Quanto mais se usa a droga, mais atividade 
ocorre. A up regulation leva a uma super 
sensibilidade do indivíduo aquela substancia. 
Delta THC é agonista e atua no receptor canabinóide 
faz up regulation que faz a pessoa apresentar a 
síndrome amotivacional. 
 
O fármaco quando se liga ao receptor pode gerar 
dois efeitos, um efeito terapêutico e outro efeito 
adverso. Exemplo: o diurético se liga ao receptor e 
aumenta o volume urinário, fazendo a pressão cair. 
Com essa pressão baixa ocorre a liberação de 
noradrenalina que gera uma taquicardia reflexa, 
como um efeito adverso secundário. 
O fármaco também pode se ligar a diferentes 
receptores. Quando se liga a um receptor gera um 
efeito terapêutico e quando se liga a outro receptor 
causa um efeito colateral. 
 
 
Receptor Efetor Efeito 
F + R FR → X → Terapêutico/ 
adverso 
Ex: hipertensão – remédio vai levar a queda da 
pressão (terapêutico), mas se a queda for 
excessiva será adverso. 
F + R FR → X → 
 
→ Y → 
Terapêutico 
+ 
Adverso 
Ex: o fármaco se ligou a um mesmo receptor, 
mas gerou dois efeitos diferentes (1 terapêutico 
e 1 adverso). Nesse caso, que não tem como 
fugir do efeito adverso ele será conhecido como 
efeito secundário. 
F + R1 FR1 
 
F + R2 FR2 
→ X → 
 
→ Y → 
Terapêutico 
+ 
Adverso: 
colateral 
Ex: esse é o verdadeiro efeito colateral, o efeito 
colateral acontece quando a droga atua em mais 
de um receptor, incluindo o receptor que não se 
deseja que ela se ligue. Como evitar o efeito 
colateral? Usar uma droga R1 seletiva ou usar 
antagonista de R2. 
 
 
Vamos supor que o miométrio de útero gravídico 
está contraindo precocemente e temos que ofertar 
uma substância para evitar as contrações precoces. 
É válido ressaltar que no miométrio tem-se 
receptores β-2. 
Sabemos que todos os receptores tem pontos de 
afinidade e de atividade.Os pontos de afinidade 
dizem respeito a qual substância será capaz de se 
ligar ao receptor. Nos pontos de atividade tem-se 
ativações de proteína Gs. 
 
6 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Substância 1 não tem reconhecimento entre as 
estruturas, portanto não é específica, uma vez que 
não há afinidade. 
Substância 2 é capaz de se encaixar nas duas células 
(tem afinidade) e também possui especificidade 
pelos dois receptores A e B. No entanto, a 
substância 2 possui afinidade mais afinidade pelo 
receptor B, uma vez que o receptor A tem dois 
pontos de atividade e a substância 2 só se liga à um 
desses pontos. Quando essa droga atua sobre o 
miométrio promove um relaxamento parcial no, 
uma vez que a substância é um agonista parcial do 
seu receptor. Enquanto, o efeito da droga em B é 
total, porque a substância 2 age como um agonista 
pleno, promovendo taquicardia nas células 
cardíacas. 
Substância 3 é um agonista A seletivo, tem 
especificidade, afinidade e atividade por A. Produz 
menos efeitos colaterais, e, teoricamente, menos 
reações adversas. 
Atualmente, ocorre uma busca por drogas seletivas, 
uma vez que reduzem os efeitos colaterais porque 
elas se ligam a apenas um tipo de receptor. 
Substancia 4 tem especificidade e afinidade, mas 
não tem atividade, não tem efeito, porque ela é 
antagonista. 
ISRS – inibidores seletivos da recaptura de 
serotonina. Não aumentam noradrenalina nem 
dopamina, aumentam apenas a serotonina. O 
provac e a sibutramina são seletivos. 
IT = índice terapêutico 
Índice terapêutico é um índice que determina a 
margem de segurança de uma droga. Então para 
calcular o IT de uma droga precisa-se saber qual a 
dose eficaz para 50% dos indivíduos testados (DE50) 
e a dose letal para 50% dos indivíduos testados 
(DL50). 
O IT vai dizer qual o numero de doses que se precisa 
para alcançar a dose letal. 
 
 Droga A Droga B Droga C 
Dose eficaz 50% 100% 100% 
Potência - 10% 20% 
Dose letal - 40 mg 5120 mg 
IT - 4 256 
Interpretação Não daria 
para o 
doente 
porque ela 
não tem 
eficácia. 
Tem 
eficácia. 
Droga B é 
mais 
potente que 
a droga C. 
Drogas com 
IT menor 
que 10 só 
vão para o 
mercado se 
não tiver 
uma droga 
mais 
segura. 
Tem 
eficácia. 
Tem menor 
potência 
que a droga 
B. Mas, tem 
maior 
segurança 
que a droga 
B. Então 
essa será a 
droga a ser 
prescrita. 
 
A dose letal de nicotina é absurdamente baixa, 42 
mg é suficiente para matar um adulto com 70kg. 
Curva A: corresponde ao efeito de X. 
Curva B: corresponde ao efeito de X após o uso de 
Y. 
Curva C: corresponde ao efeito de X após o uso de 
Z, 
Agonista – substância X 
 
7 
AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
A substância Y é um antagonista competitivo da 
substância X. Quando substância Y se liga no mesmo 
sítio do receptor que a substância X (agonistas) se 
liga. Então, quando eu tiver mais substância X a ação 
do agonista irá predominar. Mas, quando eu tiver 
mais substância Y (agonista competitivo) haverá o 
bloqueio da ação de X. 
A substância Z é antagonista não competitivo da 
substância X. A substância Z possui maior afinidade 
ao receptor que o agonista, ou então se liga a um 
local diferente do agonista fazendo uma modulação 
alostérica. Pode-se observar que não adianta 
aumentar a concentração da substância X que ela 
não fará mais o efeito máximo.

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