Buscar

Aula 28 - Direito Digital e a Responsabilidade do combate às discriminações no ambiente virtual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

FACULDADE LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO EM LGPD 
TEMA: Direito Digital e a Responsabilidade do combate às 
discriminações no ambiente virtual
Profa. Dra. Adriana Galvão Moura Abílio - Advogada, Especialista em Direito
Empresarial FGV, Mestre em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto e Doutora em
Direito pela PUC/SP, Diretora do Núcleo de Responsabilidade Social da CIESP/FIESP,
Professora Universitária e de Cursos de Pós-Graduação em Direito, Coordenadora da
Pós Graduação em Direitos da Mulher e Advocacia Feminista da Faculdade Legale,
Autora de Livros e Artigos Jurídicos.
Contato:@adrianagalvaoabilio
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Direito Digital – Conceitos Introdutórios
Trata-se do conjunto de normas e conceitos doutrinários destinados ao estudo e normatização de toda e
qualquer relação em que a informática seja o fator primário, gerando direitos e deveres secundários. É o
estudo abrangente, com o auxílio de todas as normas codificadas de Direito, a regular as relações dos mais
diversos meios de comunicação, dentre eles os próprios da informática.
O Direito Digital ou Direito Informático é o conjunto de normas e instituições jurídicas que pretendem
regular aquele uso dos sistemas de computador - como meio e como fim - que podem incidir nos bens
jurídicos dos membros da sociedade; as relações derivadas da criação, uso, modificação, alteração e
reprodução do software; o comércio eletrônico e as relações humanas estabelecidas via Internet.
Fonte: ALMEIDA FILHO, José Carlos de Araújo. Direito Eletrônico ou Direito da Informática? Informática
Pública vol. 7 - Disponível em:
http://www.ip.pbh.gov.br/ANO7_N2_PDF/IP7N2_almeida.pdf. Acesso em 22.02.2021.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Direito Digital x Relações Sociais
1- Era digital, o instrumento de poder é a informação: liberdade individual e soberania do Estado
(capacidade de acesso a informação – fenômeno da digitalização)
2- Avanços tecnológicos afetam diretamente as relações sociais.
3- Reconfiguração das relações sociais: Os ambientes digitais apresentam características de interação
diferenciadas daquelas apresentadas pela sociabilidade convencional - Internet faculta a formação de grupos
de interesses comuns, mas sem vínculos territoriais, configurando uma nova forma de organização
comunitária, com muitas especificidades “comunidades virtuais”.
4-Dinâmicas da interação em redes sociais poderosa força de agregação social, vinculação desses ambientes
com as dinâmicas de sociabilidade.
5- Surgimento de conflitos entre as novas tecnologias e o corpo social.
6- Relações virtuais – Direito como ciência e mecanismo de controle social.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Sociedade da Informação & Direito
Sociedade da Informação - Modo de desenvolvimento social e econômico em que a aquisição,
armazenamento, processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação de informação
conducente à criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos cidadãos e das empresas,
desempenham um papel central na atividade econômica, na criação de riqueza, na definição da qualidade
de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais. ( (Miguel Pupo Correia - In Sociedade de Informação e
Direito).
Globalização das fontes e a acessibilidade da informação traduz em “sociedade do conhecimento‟
Direito
1- Estabilidade e segurança às relações jurídicas que se estabelecem através da Internet (transição do
ordenamento jurídico aplicável ao mundo digital).
2-Necessidade de um marco jurídico próprio - observar as bases histórico-jurídicas atuais, de modo a
conferir segurança jurídica às relações eletrônicas.
3-O direito na sociedade da informação deve compor legislações atualizadas, atentando para os avanços
tecnológicos e sociais. Ex. Civil (negócios jurídicos, contratos virtuais e relações econômicas de consumo) e
Intelectual (direitos autorais e circulação de cultura).
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Sociedade da Informação & Cidadania Virtual
Educar a sociedade para a cidadania!!
Educar para a convivência social, para a tomada de consciência coletiva - exercício dos direitos e deveres do
cidadão.
Educar para a cidadania significa formar indivíduos que conheçam seus direitos fundamentais, suas garantias e
obrigações, inclusive no ambiente virtual.
Ética e Cidadania no virtual: Afirmação que o ambiente virtual é um exercício de convivência social e respeito às
diferenças!!!
Cidadania digital (cybercidadania): Direito de acesso democrático, às ferramentas tecnológicas em todas as
suas possibilidades, além da prática responsável e consciente de direitos e deveres dos usuários no
mundo virtual. Os cidadãos virtuais precisam ser educados sobre o que podem fazer no ambiente online e a agir
de forma ética e segura.
Obs. Quase 40 milhões de brasileiros não tinham acesso à internet em 2019. O número representa 21,7% da população com
idade acima de 10 anos. (Dados do IBGE)
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Declaração Universal dos Direitos do Homem & Era Digital
Cidadania Virtual - A DUDH nos lembra que os direitos e liberdades que desfrutamos como seres humanos em
nossa cidadania física, e agora digital, não são ilimitados.
O artigo 1 da DUDH - Os seres humanos são “dotados de razão e consciência” e devem exercer ambas em relação
aos outros “em espírito de fraternidade”. A liberdade e igualdade, dignidade e direitos de uma pessoa são
limitados pela liberdade e igualdade, dignidade e direitos do resto da humanidade.
O Artigo 7 da DUDH, dá ênfase à proteção dos cidadãos contra a discriminação que decorre de violações de seus
direitos humanos básicos.
Governança Digital - DUDH como base da governança da Internet, para garantir os direitos e obrigações digitais
em um ecossistema global da Internet com integridade.
DUDH - como ferramenta de referência universal e confiável para sinalizar direitos e deveres digitais
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Preservação de Direitos Fundamentais e o Constitucionalismo Digital
Revolução Digital trouxe consigo a necessidade de proteger os Direitos Fundamentais reconhecimento de novos
direitos como universais, fundamentais e prioritários, “proteção de dados pessoais, neutralidade da internet e
liberdade de expressão”.
Constitucionalismo Digital, que possa englobar as importantes mudanças trazidas por esta revolução, e, assim,
resguardar os direitos fundamentais, conduzindo a migração e adaptação desse paradigma constitucional para o
âmbito virtual.
Declaração de direitos no âmbito digital - inserção ao panorama do constitucionalismo digital em quatro
vertentes:
1- Marco Civil da Internet
2-Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR - General Data Protection Regulation)- Regulamento
União Europeia.
3-Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD),
4- Carta dos Direitos Fundamentais Digitais da União Europeia
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Legislações e o Direito Digital
Constituição Federal/88 – Art. 1 , III e IV, Art. 3 I e IV, Art. 4 VI e VII, Art. 5 II, III, IV, V, ART. 6 Caput, Art. 170 a 179, Art. 220
Lei Nº 12.737/2012 (conhecida como Lei Carolina Dieckmann) - Introduziu 03 tipos penais específicos envolvendo crimes informáticos: i)
invasão de dispositivo informático alheio (artigo 154-A do Código Penal); ii) interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico,
informático, telemático ou de informação de utilidade pública (artigo 266, §§ 1º e 2º do Código Penal); e iii) falsificação de cartão de crédito
ou débito (artigo 298 do Código Penal);
Decreto Nº 7.962/2013 - Regulamentou o Código de Defesa do Consumidor, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Traz
diversos esclarecimentos sobre atendimento ao consumidor em relação às compras realizadas pela internet, direito de arrependimento em
comércio eletrônico, abordando até mesmo o tema das compras coletivas;
Lei Nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) - Estabeleceu princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, tanto
paraprovedores de conexão, provedores de aplicação e usuários da Internet. É um marco mundial, no que concerne ao tratamento da
Internet sob a ótica do Direito Civil, sendo referenciado por alguns como a "Constituição da Internet", tendo em vista o caráter
principiológico da norma.
Lei n. 13.105/15 (Novo CPC) Ex. art. 439, estabelece que “a utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de
sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei”.
Lei nº 13.709/2018 (LGPD), dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa
jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
LEI Nº 14.155 DE 27 DE MAIO DE 2021
• Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), para tornar mais graves os crimes de violação de dispositivo
informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica ou
pela internet; e o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), para definir a competência em
modalidades de estelionato.
• Competência territorial do estelionato plurilocal -competência será
definida pelo local do domicílio da vítima
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Marco Civil da Internet – Lei 12.965/2014
Pilares sobre os quais se fundamenta a Lei do Marco Civil da Internet:
1- Neutralidade da rede: Isonomia dos pacotes de dados que trafegam na Internet. ( Internet democrática
e livre), protegendo principalmente, a liberdade de expressão, a manifestação do pensamento e as escolhas
dos usuários na rede.
2- Privacidade: Tratada pela lei como um princípio em seu art. 3º, incisos II e III, ao abranger também a
proteção dos dados pessoais.
3- Liberdade de Expressão - Art. 2º da lei: “A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento
o respeito à liberdade de expressão”.
A liberdade de expressão tende a sempre prevalecer, desde que não viole demais direitos de terceiros.
Objetivos do Marco Civil da Internet:
Estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, bem como regular a
atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Marco Civil – Lei 12.965/2014 (Direitos e Garantias dos Usuários)
DOS DIREITOS E GARANTIAS DOS USUÁRIOS
Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos:
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial;
Da Proteção aos Registros, aos Dados Pessoais e às Comunicações Privadas
Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como
de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra
e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.
§ 1º O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os registros mencionados no caput, de forma
autônoma ou associados a dados pessoais ou a outras informações que possam contribuir para a identificação do usuário ou do
terminal, mediante ordem judicial, na forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no art. 7º .
§ 2º O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser disponibilizado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos II e III do art. 7º .
Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de
comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em território
nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais
e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Da Responsabilidade por Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por Terceiros
Art. 18. O provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo
gerado por terceiros.
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet
somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem
judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo
assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.
§ 1º A ordem judicial de que trata o caput deverá conter, sob pena de nulidade, identificação clara e específica do
conteúdo apontado como infringente, que permita a localização inequívoca do material.
§ 2º A aplicação do disposto neste artigo para infrações a direitos de autor ou a direitos conexos depende de previsão
legal específica, que deverá respeitar a liberdade de expressão e demais garantias previstas no art. 5º da Constituição
Federal.
§ 3º As causas que versem sobre ressarcimento por danos decorrentes de conteúdos disponibilizados na internet
relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade, bem como sobre a indisponibilização desses conteúdos
por provedores de aplicações de internet, poderão ser apresentadas perante os juizados especiais.
§ 4º O juiz, inclusive no procedimento previsto no § 3º , poderá antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial, existindo prova inequívoca do fato e considerado o interesse da coletividade na
disponibilização do conteúdo na internet, desde que presentes os requisitos de verossimilhança da alegação do autor e de
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Art. 20. Sempre que tiver informações de contato do usuário diretamente responsável pelo conteúdo a
que se refere o art. 19, caberá ao provedor de aplicações de internet comunicar-lhe os motivos e
informações relativos à indisponibilização de conteúdo, com informações que permitam o contraditório e
a ampla defesa em juízo, salvo expressa previsão legal ou expressa determinação judicial fundamentada
em contrário.
Parágrafo único. Quando solicitado pelo usuário que disponibilizou o conteúdo tornado indisponível, o
provedor de aplicações de internet que exerce essa atividade de forma organizada, profissionalmente e
com fins econômicos substituirá o conteúdo tornado indisponível pela motivação ou pela ordem judicial
que deu fundamento à indisponibilização.
Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será
responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem
autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de
nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante
ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do
seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo.
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de nulidade, elementos que
permitam a identificação específica do material apontado como violador da intimidade do participante e
a verificação da legitimidade para apresentação do pedido.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
DA ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO NO DESENVOLVIMENTO DA INTERNET NO BRASIL
Art. 24. Constituem diretrizes para a atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dosMunicípios no desenvolvimento da internet no Brasil.
Art. 26. O cumprimento do dever constitucional do Estado na prestação da educação, em
todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, integrada a outras práticas educacionais,
para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o
exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.
Art. 27. As iniciativas públicas de fomento à cultura digital e de promoção da internet
como ferramenta social devem:
I. promover a inclusão digital;
II. buscar reduzir as desigualdades, sobretudo entre as diferentes regiões do País, no
acesso às tecnologias da informação e comunicação e no seu uso; e
III. fomentar a produção e circulação de conteúdo nacional.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Alguns precedentes jurisprudenciais – Marco civil da i nternet
No âmbito do direito civil, a Terceira Turma do STJ, estabeleceu que:
a) para fatos anteriores à publicação do Marco Civil da Internet, basta a ciência inequívoca do conteúdo
ofensivo pelo provedor, sem sua retirada em prazo razoável, para que este se torne responsável e,
a) após a entrada em vigor da Lei n. 12.965/2014, o termo inicial da responsabilidade solidária do
provedor é o momento da notificação judicial que ordena a retirada do conteúdo da internet.
(Precedente - STJ - REsp 1.591.179, relatado pelo ministro Villas Bôas Cueva, (29/05/2017).
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
REPERCUSSÃO GERAL – Plenário STF
i. Leading Case: RE 1037396 – Rel. Min. Dias Toffoli (andamento com o Relator - 07/06/2021)
Discussão sobre a constitucionalidade do art. 19 da Lei n. 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) que determina a
necessidade de prévia e específica ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedor
de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentes de atos ilícitos praticados por
terceiros.
ii. Leading Case: RE 1057258 – Rel. Min. Luiz Fux (andamento com o Relator – 07/06/2021)
Dever de empresa hospedeira de sítio na internet fiscalizar o conteúdo publicado e de retirá-lo do ar quando
considerado ofensivo, sem intervenção do Judiciário.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
DIREITO A INDENIZAÇÃO 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;
Pelo Código Civil:
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para
impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Pelo Código Penal:
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pacote Anticrime (Lei 13.864/2019)
“se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores,
aplica-se em triplo a pena”.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Dano Moral e o Dever de Indenizar
“O dano moral encontra fundamento legal nas disposições contidas no art. 5º, V e X, da CF, sendo considerado aquele
proveniente da violação dos direitos individuais relativamente à sua intimidade, privacidade, honra e imagem, de
natureza íntima e pessoal em que se coloca em risco a própria dignidade da pessoa humana, diante do contexto
social em que vive. O artigo 186 do CC consagra a regra de que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a
repará-lo” ((TJSP; Apelação 4002256-19.2012.8.26.0100; Relator (a): Mauro Conti Machado; Órgão Julgador: 28ª
Câmara Extraordinária de Direito Privado; Foro Central Cível - 23ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/08/2017; Data de
Registro: 23/08/2017)
No que tange à fixação de indenização por dano moral, deve ser levado em consideração, na apreciação do Magistrado,
todos os fatos e circunstâncias presentes no caso, para que assim seja fixado valor suficiente a compensar toda dor e
sofrimento causados à vitima e, conjuntamente, preservando o caráter punitivo pedagógico dessa modalidade de
indenização, devendo ser analisada as condições econômicas e sociais das partes envolvidas. E dessa forma entende o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
“A reparação do dano moral tem por finalidade compensar o abalo moral e prevenir novas falhas sem promover
enriquecimento indevido[...] o arbitramento há de realizar-se com prudência e moderação, conforme os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, sem ignorar a condição das partes, a natureza da falha e a extensão do dano. O
montante não pode ser ínfimo nem excessivo, devendo corresponder à realidade do gravame.
(TJ-SP - APL: 00031510720098260568 SP 0003151-07.2009.8.26.0568, Relator: Guilherme Santini Teodoro, Data de
Julgamento: 16/04/2013, 2ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 16/04/2013).
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Jurisprudências
i) RESPONSABILIDADE CIVIL - Insurgência do autor contra injúrias publicadas pela ré em sítio eletrônico de relacionamento - Prova
documental a demonstrar os termos pejorativos e depreciativos utilizados pela ré em referência ao autor - Evidente a intenção de
difamar e insultar - Não configurada hipótese de legítima defesa dos interesses dos filhos da ré - Limites da mera crítica extrapolados
- Honra e imagem do autor violadas - Dano moral caracterizado - Indenização devida - Cabível, por outro lado, a redução do valor da
condenação - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJSP; Apelação 1004400-73.2015.8.26.0597; Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Sertãozinho - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 16/05/2017; Data de Registro: 17/05/2017)
ii) Responsabilidade civil – Comentário publicado em rede social, sem conteúdo ofensivo – Dano moral não configurado – Mero
aborrecimento não caracteriza dano moral – Recurso improvido.
(TJSP; Apelação 1000682-66.2016.8.26.0360; Relator (a): Fábio Quadros; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Mococa - 1ª Vara; Data do Julgamento: 24/08/2017; Data de Registro: 25/08/2017)
iii) Liberdade de manifestação de pensamento não se confunde com ataque gratuito à honra alheia. É justamente por esse motivo
que a Constituição Federal nega o anonimato, justamente para que o lesado possa pleitear reparação do ofensor caso se sinta
prejudicado.” (TJ/SP, 8ª Câmara de Direito Privado, Apelação Cível n.º 0002885-77.2015.8.26.0481. Rel. Des. PEDRO DE ALCANTARA DA
SILVA LEME FILHO. J. 17-02-2016)
* Há responsabilidade dos que ‘compartilham’ mensagens e dos que nelas opinam de forma ofensiva, pelos desdobramentos das
publicações, devendo ser encarado o uso deste meio de comunicação com mais seriedade e não como caráter informal que como
entendem as rés.” (Apelação nº. 4000515-21.2013.8.26.0451, do Tribunal de Justiça de São Paulo)
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
DISCURSOS DE ÓDIO E INTOLERÂNCIA (Hate Speech)
Qualquer tipo de comunicação por discurso, texto ou comportamento que ataque ou use
linguagem pejorativa ou discriminatória referente a uma pessoa ou grupo baseado em quem eles
são ou, em outras palavras, baseado na sua religião, etnia, nacionalidade, raça, cor,
descendência, gênero ou outro fator identitário. Isso geralmente está enraizado e gera
intolerância e ódio e, em certos contextos, pode ser humilhante e excludente” (ONU.United
Nations Strategy and Plan of Action on Hate Speech, p. 2. Maio de 2019. Disponível em: . Acesso
em 13/03/2021).
Em síntese: O discurso do ódio refere-se a palavras que tendem a insultar, intimidar ou assediar
pessoas em virtude de sua raça, cor, etnicidade, nacionalidade, sexo ou religião, ou que têm a
capacidade de instigar violência, ódio ou discriminação contra tais pessoas.
Características dos discursos de ódio:
(I) Insulto e/ou ofensa a uma pessoa, incluindo um grupo socialmente vulnerável ao qual ela pertence;
(II) Fala, gesto, expressão que instiga a violência, seja ela explícita ou implícita na fala do agressor.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 - Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Direitos Humanos Fundamentais 
Artigo 3º, inciso IV da Constituição Federal:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território
a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania.
- Lei 7.716/89 alterações trazidas pela Lei 9.459/97
- Artigo 140, § 3º Código Penal - Injúria Racial
- Lei n.º 13.964/2019 (Pacote anticrime) - triplica as penas de crimes contra a honra quando estes forem cometidos ou
divulgados nas redes sociais.
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Enquadramento dos Discursos de Ódio
“Princípios de Camden (Campanha Global – ONU 2009 - pela Liberdade de Expressão e Igualdade)”, 
recomenda a verificação dos seguintes critérios: 
i. severidade: a ofensa deve ser “a mais severa e profunda forma de opróbrio”.
ii. intenção: deve haver a intenção de incitar o ódio.
iii. conteúdo ou forma do discurso: devem ser consideradas a forma, estilo e natureza dos argumentos
empregados.
iv. extensão do discurso: o discurso deve ser dirigido ao público em geral ou à um número de indivíduos
em um espaço público.
v. probabilidade de ocorrência de dano: o crime de incitação não necessita que o dano ocorra de fato,
entretanto é necessária a averiguação de algum nível de risco de que algum dano resulte de tal
incitação.
vi. iminência: o tempo entre o discurso e a ação (discriminação, hostilidade ou violência) não pode ser
demasiado longo de forma que não seja razoável imputar ao emissor do discurso a responsabilidade
pelo eventual resultado.
vii. contexto: o contexto em que é proferido o discurso é de suma importância para verificar se as
declarações têm potencial de incitar ódio e gerar alguma ação (STROPPA; ROTHENBURG, 2015, p.
459)
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Liberdade de Expressão x Discurso de Ódio
Na perspectiva do Direito, um dos principais desafios é o de buscar assegurar um equilíbrio entre o exercício pleno
da liberdade de expressão nas suas mais diversas dimensões e a necessária proteção da dignidade da pessoa
humana e dos direitos de personalidade dos indivíduos, mas também o de operar como instrumento para a
afirmação, do pondo de vista transindividual (e intersubjetivo), de um ambiente com níveis satisfatórios de
tolerância e reconhecimento. Sem isso, o próprio Estado Democrático de Direito, necessariamente livre, plural e
igualitário, estará em risco. (Ingo Sarlet)
Posicionamento dos Tribunais
1) Não se olvida, é claro, que a garantia à livre expressão e manifestação de pensamento – assim como todos os outros direitos
fundamentais – não possui caráter absoluto, sendo lhe impostos certos limites morais, de forma que não sejam protegidas
manifestações que impliquem na ilicitude penal, tais como, por exemplo, os chamados discursos do ódio. (STF, HC nº 82.424,
rel. p/ o acórdão Min. Maurício Corrêa, j. em 17.09.2003) apud (TJ-SC - AI: 40005938820188240000 Concórdia 4000593-
88.2018.8.24.0000, Relator: Luiz Antônio Zanini Fornerolli, Data de Julgamento: 22/01/2018, Câmara Civil Especial, grifou
nosso).
2) A manifestação de pensamento, assim como a liberdade de expressão, encontra restrição no tocante à proteção da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, tendo em vista que essa proteção está interligada à
dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos consagrados na Constituição (art. 1º, III). Quando houver colisão
de direitos fundamentais, tanto a doutrina quanto a jurisprudência já se posicionaram no sentido de que deve ser aplicada a
técnica de ponderação em que, dentre a razoabilidade, adequação e necessidade será verificado qual o direito mais relevante
ao caso em concreto. (TJ-SC - AC: 00018761120108240126 Itapoá 0001876-11.2010.8.24.0126, Relator: Rodolfo Cezar Ribeiro
Da Silva Tridapalli, Data de Julgamento: 10/08/2017, Quarta Câmara de Direito Civil, grifo nosso).
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discurso de Ódio – Homofobia
STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de racismo ao reconhecer omissão legislativa – ADO 26 e MI 4733
Manifestações homofóbicas na internet, desde 13 de junho de 2019, podem ensejar a responsabilização criminal do 
agente, em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu que a discriminação por orientação sexual e 
identidade de gênero pode ser enquadrada pela Lei de Racismo (Lei nº 7.716/89).
Teses aprovadas pelo Plenário – STF 
1- Até que o Congresso Nacional edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, se 
enquadram nos crimes previstos na Lei 7.716/2018 e, no caso de homicídio doloso, constitui circunstância que o qualifica, 
por configurar motivo torpe. 
2- A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe o exercício da liberdade religiosa, desde que 
tais manifestações não configurem discurso de ódio. 
3- A tese estabelece que o conceito de racismo ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos e alcança a 
negação da dignidade e da humanidade de grupos vulneráveis.
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discurso de Ódio – Estatísticas Mundiais 
Foram registrados 12.098 crimes de ódio, média de 33 ocorrências por dia, segundo o Mapa do Ódio realizado pela Words
Heal the World, ONG que desenvolve estratégias de combate a diferentes tipos de extremismo no Reino Unido, Brasil e
América Latina. Entre os crimes de ódio registrados, 1.175 foram homicídios, sendo 1.141 feminicídios, 33 homicídios
motivados por preconceito baseado em orientação sexual e um homicídio por preconceito baseado na origem da vítima.
Fonte - http://www.generonumero.media/crime-de-odio/
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discurso de Ódio – Estatísticas no Brasil
O número total de denúncias de ofensas motivadas por ódio registradas em 2018:
• 2,290 (44,94%) denúncias de ofensas motivadas por ódio ao gênero feminino (feminicídios: tentados e consumados);
• 1.685 (33,07%) denúncias de ofensas motivadas por ódio à orientação sexual e identidade de gênero (tendo como
alvo a comunidade LGBTI);
• 615 (12,07%) denúncias de ofensas motivadas por ódio racial;
• 506 (9,93%) denúncias de ofensas motivadas por ódio religioso;
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
CRIME DE PERSEGUIÇÃO (STALKING) 
. 
Lei 14.132/2021: institui o crime de perseguição (stalking) – (art. 147-A do Código Penal)
O crime de stalking é definido como perseguição reiterada, por qualquer meio, como a
internet (cyberstalking),que ameaça a integridade física e psicológica de alguém,
interferindo na liberdade e na privacidade da vítima.
Art. 147-A CP. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a
integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer
forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
De acordo com a nova lei, o crime de perseguição terá pena aumentada em 50% quando for
praticado contra criança, adolescente, idoso ou contra mulher por razões de gênero. O
acréscimo na punição também é previsto no caso do uso de armas ou da participação de
duas ou mais pessoas.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
LEI 13.185/2015- Programa de Combate à Intimidação Sistemática - Bullying. 
O art. 1º - bullying como todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que
ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas,
com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de
desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
art. 2º - lista de condutas que podem enquadrar-se na moldura elástica da violência, revelada em
atos de intimidação, humilhação ou discriminação, tais como ataques físicos, insultos pessoais,
comentários depreciativos sistemáticos, apelidos pejorativos, ameaças, grafites depreciativos,
expressões preconceituosas, isolamento social consciente e premeditado e pilhérias.
Cyberbullying - intimidação sistemática na rede mundial de computadores, quando neste ambiente
e, mediante o uso de recursos que lhe são próprios, o agressor virtual depreciar, incitar violência,
adulterar fotos e dados pessoais objetivando o constrangimento psicossocial da vítima.
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Bullying x Cyberbullying
Enquanto o bullying é praticado no ambiente escolar, trabalho, na família, entre outros o
cyberbullying ultrapassa qualquer fronteira física, os ataques acontecem o tempo todo
por meio, principalmente, das redes sociais e dos aplicativos de mensagens.
Ações que podem ser consideradas cyberbullying:
•exposição de fotografias ou montagens constrangedoras;
•divulgação de fotografias íntimas;
•críticas à aparência física, à opinião e ao comportamento social de indivíduos
repetitivamente.
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Dados Estatísticos
Pesquisa (Intel Security) realizada com 507 crianças e adolescentes (entre 8 e 16 anos) obteve os
seguintes dados sobre cyberbullying no Brasil:
• 66% presenciaram casos de agressão na internet;
• 21% afirmam ter sofrido cyberbullying;
• 24% realizaram atividades consideradas cyberbullying.
• 14% admitiram falar mal de uma pessoa para outra;
• 13% afirmaram zombar de alguém por sua aparência;
• 7% marcaram alguém em fotos vexatórias;
• 3% ameaçaram alguém;
• 3% zombaram alguém por conta de sua sexualidade;
• 2% postaram intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído para ele ver que foi
excluído.
Fonte:https://memoria.ebc.com.br/infantil/2015/07/21-das-criancas-ja-foram-vitimas-de-agressoes-
online-revela-pesquisa
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
DADOS ESTÁTISTICOS – DISCURSO DE ÓDIO NA INTERNET
file:///C:/Users/Adriana/Documents/CARTILHA-DE-ORIENTACAO-PARA-VITIMAS-DE-
DISCURSO-DE-ODIO-FGV-2020.pdf
. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Precedentes Jurisprudenciais
Os pais têm responsabilidade sobre ofensas feitas pelos filhos através
da internet. Com esse entendimento, a 6ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul manteve a condenação da mãe de um
menor de idade pela prática de cyberbullying. A mãe terá de pagar
indenização de R$ 5 mil pelos danos causados ao colega de classe de
seu filho. (https://www.conjur.com.br/2010-jul-02/mae-
responsabilizada-cyberbullying-praticado-filho)
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
AÇÃO INDENIZATÓRIA. Pretensão em razão de ofensas de cunho sexual perpetradas contra a
honra e reputação da vítima divulgadas por meio de aplicativo de mensagens (Whatsapp).
Sentença de procedência para condenar o corréu a compensar danos morais no importe de R$
5.000,00. Apela o autor sustentando necessidade de majoração da condenação. Apela o corréu
sucumbente sustentando nulidade da sentença por cerceamento de defesa, ilegitimidade ativa e
passiva, inexistência de danos morais e, subsidiariamente, redução do "quantum". Cabimento parcial
do recurso do autor e descabimento do reclamo da ré. Preliminar. Cerceamento por ausência de
depoimento pessoal do autor e oitiva de testemunhas. Insubsistência. Prova oral incapaz de
apresentar novos subsídios para o desate da lide. Preliminar rejeitada. Ilegitimidade ativa.
Inadmissibilidade. Fala contida na gravação da qual proveio os ataques deixam evidente a
identificação da pessoa insultada. Ilegitimidade passiva por ausência de responsabilidade na
gravação objeto da lide. Insubsistência. Temática de natureza meritória. Mérito. Elementos de
convicção não impugnados especificamente comprovam o comportamento doloso do autor para a
eclosão do evento lesivo. Insultos perpetrados por encomenda do corréu-apelante configuram
situação grave e ofendem de forma flagrante a honra e a imagem do autor. Dano moral
configurado. Majoração da indenização para R$ 20.000,00. Observância do caráter
pedagógico, da necessidade de amenizar o sofrimento da vítima e da ausência de impugnação à
alegada capacidade financeira do mandante. Recurso do autor parcialmente provido para majorar a
condenação e improvido o do corréu.
(TJSP; Apelação Cível 1005838-68.2019.8.26.0024; Relator (a): James Siano; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Andradina - 2ª Vara; Data do Julgamento: 11/02/2021; Data de Registro: 11/02/2021)
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Distinção Preconceito / Discriminação 
Preconceito:
Discriminação: PRECONCEITO POSTO EM AÇÃO!!!
Noção pré-concebida em que as 
pessoas classificam alguém ou 
algo antes de conhecer, juizos 
de valor, pré julgamento
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
PRECONCEITO X DISCRIMINAÇÃO
Preconceito: Noção pré-concebida, de pré-julgamento em relação a
determinada pessoa ou grupo. (A desvalorização do outro de modo
injustificado).
Ex: “não temos profissionais com deficiência competentes e com boa
formação acadêmica”.
Discriminação: Preconceito posto em ação, em prática (cria distinção,
exclusão e preferência entre pessoas e grupos).
Ex: “contrata-se vendedoras, preferencialmente de 20 a 25 anos.
Obs. Discriminação por interseccionalidade: Mulheres negras e pobres –
potencial vitíma em razão de seu genêro, de sua raça e de sua classe social.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discriminação Direta/Indireta
1- DIRETA: Propõe certas normas ou ações tendentes a estigmatizar ou simplesmente
excluir o outro de certos direitos. Ex: Proibir pessoas LGBTI, de ingressar em
estabelecimentos comerciais.
2-INDIRETA: Consiste na imposição de normas e regras que trazem consequências
nefastas e negativas afetando os direitos das pessoas.
Práticas indutoras de efeitos discriminatórios, prejudiciais a pessoas ou grupos específicos
(critérios aparentemente neutros que geram impactos desproporcionais).
Ex. 1. Exigência na contratação de pessoas com força física extrema ou determinada
altura e peso.
* Forma de discrímen indireto às mulheres e a certos grupos étnicos.
Ex. 2. Ao recrutar estagiários, é dado preferência para os alunos da mesma universidade
na qual o gerente da área se formou.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
ALGUNS EXEMPLOS DE DISCRIMINAÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discriminação por Classismo (Classes Sociais) - Discriminação de indivíduos
ou grupo de indivíduos com base nasua classe social (Beneficia as classes
privilegiadas).
Discriminação de gênero (Sexismo) discriminação baseada no gênero de
uma pessoa.
Discriminação racial - qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência
fundada na raça, cor, ascendência na origem nacional ou étnica.
Discriminação Etária (Etaísmo) - Discriminação contra pessoas ou grupos de
pessoas baseado na idade.
Discriminação por orientação sexual/identidade de gênero – Discriminação
de pessoas LGBTI (Homofobia/Transfobia).
Discriminação Religiosa – Discriminação com base na religão/crença.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Discriminação na Legislação
Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 - 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Lei 9.459/97 - Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de
preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
Lei 9.029/95 Art. 1o É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à
relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar,
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao
adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Lei 10.741/2003 ( Estatuto do Idoso) – Ex - artigo 96: formas de discriminação contra idoso.
Lei 13.146/2015. Estatuto da Pessoa com Deficiência - Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente - Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Lei Estadual SP 10.948/01 - Dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de
orientação sexual/ identidade de gênero e dá outras providências.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Algumas convenções internacionais em matéria de Discriminação
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial – Decreto 65.810/69
(Decreto Legislativo 1/21) - Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas
de Intolerância. (18/02/2021)
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1979, e revoga o Decreto
no 89.460, de 20 de março de 1984.
Decreto nº 6.949, 25/08/2009.- Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Viés Inconsciente 
Vieses inconscientes são preconceitos incorporados no nosso dia a dia e estão baseados em estereótipos de gênero,
raça, classe, orientação sexual, idade etc. Eles afetam nossas ações e julgamentos sem que prestemos atenção
Podemos citar os processos de recrutamento e promoção, quando o viés inconsciente pode surgir pelos responsáveis ao
distorcer os resultados de testes/entrevistas para justificar sua predileção ou um desagrado por determinado candidato.
Situações recorrentes, como no caso de determinado gestor que na hora de recrutar estagiários, dá preferência para os
alunos da mesma universidade em que se formou, ou no caso da exclusão de determinada colaborada mulher, que
deixou de ser incluída na lista de promovidos, porque o gestor supôs que ela não iria querer assumir mais
responsabilidades no trabalho, ao retornar da licença maternidade.
Nos casos citados, referidas pessoas foram vítimas de uma tomada de decisão carregada de um preconceito sutil, ou
seja, os gestores não quiseram deliberadamente deixá-los de fora de oportunidades, mais foram influenciados por um
viés inconsciente, ao serem tendenciosos na tomada de decisão motivadas por experiências próprias.
O viés, ou tendência, é um peso desproporcional em favor ou contra uma coisa, pessoa ou grupo, que pode ser
considerado injusto quando enseja tratamentos desiguais.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
RACISMO & INJURIA RACIAL 
Racismo e injúria racial estão situadas nos seguintes moldes “...enquanto a injúria racial consiste em ofender a
honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de racismo
atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça.”
Para o sistema de justiça o crime de injúria está associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou
cor com a intenção de ofender a honra da vítima, isto é, o emprego de expressões como “macaco(a)” a título de
xingamento ofensivo dirigido a uma pessoa negra.
Crime de racismo - caracteriza-se de forma mais ampla, vez que a conduta discriminatória deve ser dirigida a um
determinado grupo ou coletividade, a título exemplificativo, cita-se o caso do Habeas Corpus 82.4248, impetrado
em favor de Siegfried Ellwanger, escritor e editor que fora condenado em instância recursal pelo crime de anti-
semitismo e por publicar, vender e distribuir material anti-semita contra a comunidade judaica, afirmando, por
exemplo, que o holocausto não teria existido. O caso teve início em 1986 e se estendeu por 18 anos até que o
Supremo manteve a condenação por considerar que o crime de racismo imprescritível.
Obs. Lei 7.716/89 e art. 5, XLII CF
Fonte - Disponível em: https://cnj.jusbrasil.com.br/noticias/195819339/conheca-a-diferenca-entre-racismo-e-
injuria-racial Acessado em: 05/04/2021
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Crime de discriminação racial ambiente virtual
- Análise: Casos Concretos
25/10/2015: “Nordestino não precisa de carteira, não tem dinheiro pra nada, a não ser se for o dinheiro do bolsa
família! Moeda! Aposto que era moeda de 5 centavo que sobra quando ele compro o passe de ônibus”.
26/02/2016: “Não senhor, vai estudar, tá pensando que aqui é Pernambuco é?!” e “Amaldiçoado seja o povo do
Nordeste!!! Culpa de termos esta presidente é toda suas!”
Decisão Judicial: “ainda que o sistema normativo não possa tutelar o pensamento das pessoas, a manifestação do
pensamento pode ser punida quando, pelo excesso, envolver preconceitos ou discriminações de origem, raça, sexo, cor e
idade, dentre outros aspectos da personalidade, mormente pelo fato de que, atualmente, a rápida difusão dessas
manifestações é proporcionada pela utilização de meios digitais (redes sociais)”.
O réu foi condenado pelo crime de discriminação racial – artigo 20, caput e §2º, da Lei 7.716/1989, com redação dada
pela Lei nº 9.459/1997.
Fonte: Processo n.º 0002194-24.2018.4.03.6110 – Juíza Federal- Sylvia Marlene de Castro Figueiredo, da 3ª Vara
Federal em Sorocaba (SP), - Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal em São Paulo – Acesso 14/04/2021
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Maria Júlia Coutinho (Maju jornalista Rede Globo) - foi vítima de comentários
preconceituosos na página oficial do Jornal Nacional no Facebook. Diversos internautas
escreveram mensagens racistas, como:
“Só conseguiu emprego no ‘Jornal Nacional’ por causa das cotas,
Preta imunda”,“Vá fazer as previsões do tempo na senzala”, Negra desgraçada!!!, Raça maldita
que estraga a tv globo!!! Morte dos negros!!!” “Quem deixou essa preta sair da gaiola?”
Em 9 de março de 2020, a 5ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo – o magistrado afirmou
que "os réus, deveras, incitaram e induziram a discriminação e o preconceito de raça e
cor” – Condenados - Rogério Wagner (vulgo Irene Acácio ou Ariel Vieira) e Erico Monteiro dos
Santos (vulgo Erico Abelhão, Jaaziel Sousa da Silva, Thiago San Monteiro ou Conan Trindade)
foram condenados a pelo menos cinco anos de reclusão em regime semiabertoe multa.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
Discriminação via internet configura crime de racismo
Incitar a prática de discriminação racial e etnológica conscientemente na internet não deve ser tipificado como injúria
preconceituosa, mas sim como racismo. O entendimento é da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná,
que manteve a condenação contra R.M.R., que se autodenominava “Satan”, e A.N.M., que adotava a alcunha de
“chefia”, pela prática de racismo via internet.
De acordo com os autos, ambos criaram uma página na Internet, denominada “amônia 88”, para estimular a
discriminação e o preconceito em relação a judeus e à raça negra. A página era alimentada com artigos, fotos e chats
de conteúdo racista.
Para o relator da apelação, desembargador Luiz Osório Moraes Panza, os acusados incitaram a prática de
discriminação racial e etnológica de forma livre e consciente por meio da internet, que se caracteriza como um meio
de comunicação ilimitado, alcançando um número irrestrito de pessoas. "A conduta dos apelantes colide com
preceitos fundamentais elencados na Constituição Federal, uma vez que atinge a coletividade e constitui crime
tipificado em lei.“
"ao veicular mensagens de conteúdo discriminatório, este atingiu não somente um indivíduo, mas a coletividade, ou
seja, um grupo indeterminado de pessoas"
Fonte - Apelação 664486-6 - 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná – Rel. Des. Luiz Osório Moraes Panza
15/04/2011.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Indenização por danos morais e providencias legais. 
Caso a vítima de discriminação racial ou injúria qualificada considere que sofreu algum tipo de prejuízo (seja ele
financeiro, psicológico ou de outra ordem), ela pode entrar com a ação de indenização por danos morais, prevista no
artigo 159 do Código Civil brasileiro. Os danos morais são aqueles que abalam a honra, a boa-fé e/ou a dignidade da
pessoa. É preciso provar a existência de uma ligação entre a discriminação sofrida e os danos à sua moral. Isso porque a
indenização tem como função reparar a dor e a exposição indevidas sofridas pela vítima, além de tentar desestimular o
ofensor a praticar novamente a conduta que gerou o dano.
Como agir em casos de discriminação?
Se você foi vítima de qualquer tipo de preconceito ou discriminação, é muito importante que denuncie, pois a denúncia
visa combater a prática desse crime, punir o agente e garantir o direito à igualdade.
Ex. DECRADI/SP – Delegacia Especializada em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
Delegacia Especializadas em Crimes Cibernéticos – Estado de SP
Ex. Estado de São Paulo: Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) - 18/12/2020
1ª Delegacia sobre Fraudes contra Instituições Financeiras praticadas por meios eletrônicos;
2ª Delegacia sobre Fraudes contra Instituições de Comércio Eletrônico;
3ª Delegacia sobre Violação de Dispositivos Eletrônicos e Redes de Dados;
4ª Delegacia de Lavagem e Ocultação de Ativos Ilícitos por meios eletrônicos.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
PRESERVAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS TITULARES DE DADOS - LGPD 
O titular dos dados é a pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de tratamento.
Tratamento, de acordo com a LGPD, é toda operação realizada, no âmbito do Direito Privado ou Público, com dados
pessoais. Aquele que, pessoa natural ou jurídica, realiza as decisões em relação ao tratamento é denominado controlador.
1- informações claras e completas sobre o tratamento e proteção de seus dados pessoais, que, de acordo com o Marco Civil
(art. 7º, inciso VIII Marco Civil),
2- a autodeterminação informativa, isto é, acesso e conhecimento de quais são os dados que foram coletados (art. 7º, inciso
VII, do Marco Civil)
3- correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados ( art. 18, inciso III da LGPD)
4- anonimização, bloqueio ou eliminação definitiva de dados desnecessários, excessivos ou tratados em desconformidade
com o disposto em lei (art. 7º, inciso X, do Marco Civil, art. 18, inciso IV da LGPD);
5-portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, bem como revogação do consentimento (art. 18, incisos
V, IX, da LGPD);
6- Explicação e revisão das escolhas individuais automatizadas (art.20 da LGPD).
*Titular dos dados pessoais tem o direito à transparência, à proteção contra vigilância ilegal, arbitrária e não
verificada.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Dados Sensíveis 
• LGPD criou regras específicas para o tratamento de dados que
frequentemente são utilizados para discriminação, os
chamados dados pessoais sensíveis, como os que tratam sobre
origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação
a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político,
dado referente à saúde ou à vida sexual e dado genético ou
biométrico. (digitais)
• Ex- nome, RG, CPF, gênero, data e local de nascimento, telefone,
endereço residencial, fotografia, prontuário de saúde, etc.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Direitos dos Titulares de Dados - LGPD
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Princípios da LGPD – Tratamento de Dados Pessoais 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Medida Provisória MP 954/2020 & Ação Direta de Inconstitucionalidade 6387 DF 
MP n. 954/2020 autorizava o “compartilhamento de dados por empresas de telecomunicações prestadoras de serviço
telefônico fixo e móvel pessoal com a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE” (art.1º). Essas
empresas disponibilizariam “a relação dos nomes, dos números de telefone e dos endereços de seus consumidores,
pessoas físicas ou jurídicas” (art.2º §1º), que são configurados como dados pessoais, pois permitem a identificação do
usuário, estes seriam utilizados “direta e exclusivamente pela Fundação IBGE para a produção estatística oficial, com o
objetivo de realizar entrevistas em caráter não presencial no âmbito de pesquisas domiciliares.”(art. 2º § 2º), durante o
período da pandemia.
MP contém vícios de inconstitucionalidade material ao “argumento principal de violação das regras constitucionais da
dignidade da pessoa humana, da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, do
sigilo dos dados e da autodeterminação informativa”
24/04/2020 - STF – Min. Rosa Weber foi coerente com a teoria constitucionalista digital, uma vez que reconheceu a
inconstitucionalidade na falta de transparência quanto ao uso e à finalidade de dados pessoais da medida
provisória n.954/2020. Dessa forma, também demonstra a importância do debate relacionado aos direitos fundamentais
na Era Digital, e, além disso, reconhece o Marco Civil da Internet e a Lei Geral da Proteção de Dados como norteadores
desse debate.
Fonte: Ação Direta de Inconstitucionalidade 6.387 Distrito Federal. Disponível
em http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADI6387MC.pdf acesso em 20 de abr de 2021.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
LGPD & COMBATE A DISCRIMINAÇÃO
Lei Geral de Proteção de Dados é um marco legal para a proteção de dados no País, tanto no âmbito público
quanto no privado, a fim de tutelar a proteção de direitos constitucionais e infraconstitucionais de pessoas físicas,
inclusive em ambientes virtuais.
Assim, a LGPD classifica como dado pessoal sensível aquele que verse sobre a origem racial ou étnica, a
convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou
político, saúde ou vida sexual, genética ou biometria do titular do dado.
Essa classificação se deu com o intuito de conferir especial tratamento aos dados sensíveis, evitando que referidas
informações pessoais possam ser utilizadas como forma de discriminação do titular por quem tiver acesso aos
seus dados.
Ex. situação prática, fica vedado às operadoras de planos privados de assistência à saúde utilizar-se do tratamento de
dados sensíveis para selecionar os riscos na contratação, ou para exclusão ou mesmorecusa de beneficiários.
A implementação de garantias legais especiais que visem abolir as práticas discriminatórias tem um papel
fundamental na mudança de hábitos de violação aos direitos fundamentais.
“Para a melhor tutela dos direitos fundamentais, há que se definir quando, onde, como e para que fins poderão ser
colhidos informações pessoais, restringindo-se o seu tratamento como ativo comercial ou expressão de poder político
do Estado“. Assim, a privacidade da pessoa física se concentra no seu consentimento, podendo controlar o
fluxo e a finalidade de seus dados
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
LGPD E A RESPONSABILIADE CIVIL 
A responsabilidade surge do exercício da atividade de proteção de dados que viole a “legislação de proteção
de dados”. Por essa expressão, o legislador reconhece que a proteção de dados é um microssistema, com
normas previstas em diversas leis, sendo a LGPD a sua base estrutural.
Identificar duas situações de responsabilidade civil na LGPD: a) violação de normas jurídicas, do
microssistema de proteção de dados; b) violação de normas técnicas, voltadas à segurança e proteção de
dados pessoais.
Art. 944 do Código Civil dispõe que “A indenização mede-se pela extensão do dano”.
E a extensão de um dano relativo à proteção de dados poderá levar em consideração os seguintes critérios:
a) a quantidade de dados pessoais afetados; b) a natureza dos dados pessoais afetados: o vazamento de
dados pessoais sensíveis; c) a reincidência da conduta; d) a omissão em tomar medidas de segurança e
técnicas para minorar o dano ou em colaborar com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados; e) a
ausência de notificação dos usuários da ocorrência do incidente23; f) a comprovada utilização dos dados
pessoais vazados de titulares por terceiros.
Obs. REsp 1.245.550/MG 2015, no voto do ministro relator Luís Felipe Salomão, se afirmou que" A dignidade humana
pode ser considerada, assim, um direito constitucional subjetivo - essência de todos os direitos personalíssimos -, e é o
ataque a esse direito o que se convencionou chamar dano moral. "
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
PL 2630/2020 - Institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.
PL 2630/2020: Institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, apresenta
normas e instrumentos de transparência a serem seguidos por provedores de redes sociais e serviços de
mensageria privada, além de impor regras de conduta ao comportamento dos agentes políticos no meio digital,
com o objetivo de "garantir segurança e ampla liberdade de expressão, comunicação e manifestação do
pensamento". É certo que medidas legislativas, por si só, não são capazes de controlar, por completo, o fenômeno
extremamente complexo da desinformação, entretanto, a conjunção do Projeto de Lei nº 2630/2020 e a LGPD
representam passos importantes para o enfrentamento da questão.
Tramitação: Apresentação do Projeto de Lei n. 2630/2020 em 03/07/2020 - "Institui a Lei Brasileira de Liberdade,
Responsabilidade e Transparência na Internet, aguardando constituição de comissão temporária - 15/07/2021.
Aguardando Despacho do Presidente da Câmara dos Deputados -
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2256735.
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Sugestão de Filmes/Documentários sobre a temática 
1- Intolerância. Doc ( Produção - Susana Lira)
2- A Onda ( Produção - Dennis Gensei) 
3- A outra história americana ( Produção - Tony Kaye)
4- Infriltado na Klan (Produção - Spike Lee)
5- Rede de Ódio ( Produção - Jan Komasa) 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Bibliografia
CORREA, Gustavo testa. Aspectos Jurídicos da Internet. São Paulo: Saraiva, 2010.
Educação Digital. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-digital.htm. Acesso em
23/06/2019
DONEDA, Danilo. Da privacidade à proteção de dados pessoais. Rio de Janeiro: Renovar, 2016.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 7ªEd, São Paulo, p.315
LIMA, Glaydson de Faria. Manual de Direito Digital. São Paulo: Appris 2016
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 9. Ed., rev. Atual.
São Paulo: Saraiva, 2014
PINHEIRO, Patricia Peck. Direito Digital. 8ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2017.
ROCHA, Andreia. Direito Judicial e modernização do judiciário. São Paulo: LTR editora, 2015
TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e
Tecnologia, 2000
VIEIRA, Alexandre. Direito autoral na Sociedade Digital. São Paulo: Editora EWL, 2012.
https://politics.org.br/edicoes/declara%C3%A7%C3%A3o-universal-dos-direitos-humanos-na-era-digital.
https://wearesocial.com/blog/2019/01/digital-2019-global-internet-use-accelerates
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
Artigos Jurídicos Complementares 
https://politics.org.br/edicoes/declara%C3%A7%C3%A3o-universal-dos-direitos-humanos-na-era-digital
http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RIMA/article/view/3972
https://www.conjur.com.br/2020-fev-19/ellen-gracie-constitucionalidade-marco-civil-internet
https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/29938
https://www.conjur.com.br/2011-abr-15/incitar-discriminacao-internet-tipificado-racismo
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631