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Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 EXAME FÍSICO DO TÓRAX - Antes de iniciar o exame físico do tórax, o médico já deve ter realizado o exame físico geral, incluindo cabeça, tronco e membros para identificar alterações que se correlacionem com problemas pulmonares. Avaliações do exame físico geral: • CRÂNIO: Depressões e nódulos (mieloma múltiplo, metástases) • FACE: Áreas de hiperpigmentação simétricas (lúpus eritematoso); Lesões descamativas, nódulos, linfonodos retroauriclares, paralisia facial (sarcoidose) • NARIZ: Sinusite (bronquiectasias), Rinite alérgica (asma), lesão mucosa, paracoccidiodomicose • ORELHA: Otite média • Boca, garganta laringe: Dentes em más condições e alterações gengivais (pneumonias aspirativas), lesões ulceradas ou moriformes das gengivas e mucosas, lesões labiais (“boca de tapir”, paracoccidioidomicose), disfonia (comprometimento do recorrente por neoplasia do mediastino ou paracoccidioidomicose). • OLHOS: Síndrome de Claude-Bernard-Horner (compressão do simpático, tumor de Pancoast), estrabismo (metástase cerebral), uveíte, coriorretinite, conjuntivite flictenular, cegueira (tuberculose, sarcoidose), edema de papila (hipertensão craniana, narcose por CO2), retinopatias (glomerulonefrite da síndrome de Goodpasture). • PESCOÇO: Nódulos na tireoide (metástase pulmonar), bócio mergulhante (tumor do mediastino), desvio lateral da traqueia (fibrose pulmonar, atelectasia e grande derrame pleural), redução do espaço entre a borda inferior da cartilagem cricoide e a fúrcula esternal (normal > 5,5 cm, valor menor sugere hiperinsuflação do enfisema avançado), turgência das veias jugulares (síndrome da veia cava superior e insuficiência cardíaca congestiva). Nos pacientes enfisematosos, a turgência se acentua com a expiração, o que não acontece na insuficiência cardíaca. • LINFONODOS: Pesquisá-los nas regiões cervicais, fossas supra e infraclaviculares e axilas. • ABDOME: verificar se existe hepatoesplenomegalia, líquido na cavidade ou circulação colateral. • MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES: Baqueteamento (hipocratismo) digital (supuração pulmonar não tuberculosa), osteoartropatia hipertrófica pnêumica, síndrome de Bamberg- Marie (neoplasia maligna do tórax), artrites (sarcoidose), tromboflebite dos membros inferiores (tromboembolismo pulmonar), neurite periférica (síndrome paraneoplásica). INSPEÇÃO INSPEÇÃO ESTÁTICA TÓRAX NORMAL o A forma do tórax apresenta variações em relação a idade, sexo e ao biótipo o Diâmetro lateral é maior que anteroposterior no adulto TÓRAX EM TONEL (Globoso) o Aumento exagerado do diâmetro anteroposterior → O diâmetro anteroposterior se iguala ao diâmetro transversal o Horizontalização dos arcos costais o Abaulamento da coluna dorsal, tornando o tórax mais curto o Observados em enfisematosos do tipo PP (soprador rosado) → Geralmente acompanha doenças com obstruções crônicas PECTUM EXCAVATUM (Tórax infundibuliforme) o Depressão na acentuada no nível inferior do esterno e região epigástrica o Pode ser congênito ou adquirido → Sendo a causa congênita a mais comum o Quando acentuado pode produzir distúrbio pulmonar restritivo o Raquitismo pode ser uma das causas o Na radiográfica do tórax, em posição posterioanterior (PA), mostra o contorno do átrio direito borrado → Sugere erroneamente comprometimento do lobo médio PECTUM CARINATUM (Tórax cariniforme) o Esterno proeminente e costelas horizontalizadas o Tórax semelhante ao das aves o Pode ser de origem congênita ou adquirida o Raquitismo infantil é a principal causa, e NÃO compromete a ventilação pulmonar o Pode haver alterações no tamanho do ventrículo direito Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 TÓRAX CIFÓTICO o Curvatura da coluna dorsal, formando uma gibosidade o Pode ser de origem congênita ou resultar da postura defeituosa o Patologias: Tuberculose (mal de Pott), Osteomielite ou neoplasias TÓRAX ESCOLIÓTICO o Tórax assimétrico devido ao desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral o Causa mais comum é congênita TÓRAX CHATO OU PLANO o Perde a convexidade normal da parede anterior o Diminuição do diâmetro anteroposterior o Costelas com inclinação aumentada, espaços intercostais reduzidos e o ângulo de louis (ângulo esternal) torna-se mais nítido o Clavículas mais oblíquas e salientes, fossas supra e infraclaviuclares mais profundas o Escapulas se sobressam no relevo do tórax o Não tem significado patológico o Mais comum em longilíneos TÓRAX EM SINO OU PIRIFORME OU CÔNICO o Parte inferior exageradamente alargada, lembrando tronco de cone ou sino o Encontrado nas hepatoesplenomegalia e ascites volumosas TÓRAX CIFOESCOLÓTICO o Decorrente da combinação da cifose e a escoliose o Pode ser congênito ou secundário o Pode produzir restrição grave da expansão pulmonar, causando insuficiência respiratória ABAULAMENTO E DEPRESSÕES - Podem localizar-se em qualquer região do tórax - Indicam lesão que aumentou ou reduziu uma das estruturas ou paredes dos órgãos intratorácicos Abaulamento: o Aneurisma da aorta o Tumor de timo o Derrames pleurais o Hipertrofia do ventrículo direito Depressões: o Atelectasias o Lesões fibróticas de pulmão INSPEÇÃO DINÂMICA - Na inspeção dinâmica, os itens observados são: o Tipo respiratório o Ritmo respiratório o Frequência respiratória o Amplitude dos movimentos respiratórios o Tiragem o Expansibilidade dos pulmões TIPO RESPIRATÓRIO - O movimento do tórax e do abdome durante a respiração deve ser observada → Verificar as regiões em que os movimentos respiratórios são mais amplos Normalmente: o Em pé ou sentado: Predomínio da respiração torácica ou costal, caracterizado pela movimentação predominantemente da caixa torácica o Decúbito dorsal: A respiração é predominantemente diafragmática, prevalecendo a movimentação da metade inferior do tórax e superior do abdome - Nas mulheres é predominante a respiração costal superior → Participação do músculo escaleno e esternocleidomastóideo - Nos homens a respiração predominante é a toracoabdominal → Particiação da musculatura diafragmática A observação do tipo respiratório é importante para o diagnostico da fadiga e da paralisia diafragmática, condições em que a parede abdominal tende a se retrair na inspiração ao contrário da respiração diafragmática normal. - Nessas situações pode haver alternância entre da respiração torácica e abdominal, e os músculos do diafragma são recrutados devido a fraqueza do diafragma - Pode haver aumento anormal do trabalho respiratório por alguma lesão que dificulta a respiração Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 RITMO RESPIRATÓRIO - Na respiração normal, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração - Os dois movimentos são intercalados por uma leve pausa e possuem a mesma amplitude - É necessário observar durante dois minutos a sequencia, forma e amplitude das incursões respiratórias RESPIRAÇÃO DISPNEICA – Sucessão regular de movimentos respiratórios amplos e desconfortáveis para o paciente PLATIPNEIA – Dificuldade de respirar em pé, sendo aliviado quando o paciente se deita, sendo comum após pneumectomia ORTOPNEIA – Dificuldade para respirarna posição deitada TREPOPNEIA – Condição na qual o paciente se sente mais confortável para respiração em decúbito lateral, pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e no derrame pleural RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES o Ritmo caracterizado por uma fase de apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, e em seguida vai decrescendo até uma nova Paula o Ocorre devido a variações da tensão de H+ e CO2 no sangue → O excesso de CO2 na apneia ou uma resposta exagerado a ele, faz com que o bulbo envie estímulos intensos, aumentando a intensidade da inspiração e eliminando o CO2 intensamente. Quando o estimulo do centro respiratório diminui, a amplitude dos movimentos respiratórios também diminuem, aumentando o CO2 e repetindo o ciclo o Ocorre na insuficiência cardíaca grave, hipertensão intercraniana, AVC, traumatismo cranioencefálico (TCE) e em intoxicações por morfina e barbitúricos o Esse ritmo é mais perceptível pela audição do que visualmente RESPIRAÇÃO DE BIOT o Ocorrencia de apneia que interrompem a sequencia de incursões respiratórias → A apneia é seguida de movimentos inspiratórios e respiratórios anárquicos quanto ao ritmo e a amplitude o Possuem as mesmas causas que respiração de cheyne stokes o Causas: Meningite, neoplasias cerebrais e hematoma subdural RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL o Possui quatro fases: 1. Inspirações ruidosas → As inspirações são gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude 2. Apneia em inspiração 3. Expiração ruidosas → As expirações são gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude 4. Apneia em expiração o Principal causa é a cetoacidose diabética, também ocorre na insuficiência renal RESPIRAÇÃO SUSPIROSA o Paciente executa uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente, seguidos de expiração breve e rápida Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 o Interrompendo a sequencia regular das incursões respiratórias, surgem uma inspiração mais profunda seguida de expiração demorada o Traduz tensão emocional e ansiedade TIRAGEM - Durante a inspiração em condições normais, os espaços intercostais ficam deprimidos ligeiramente, resultado da pressão negativa da cavidade pleural. - Quando há obstrução brônquica, o parênquima correspondente ao brônquio entra em colapso e a pressão negativa aumenta → O aumento da pressão negativa provoca retração dos espaços intercostais A tiragem pode ser difusa ou localizada: o Supraclavicular o Infraclavicular o Intercostal o Epigástrica PALPAÇÃO - Três parâmetros são observados durante a palpação: o Estrutura da parede torácica o Expansibilidade ou mobilidade o Frêmito toracovocal EXPANSIBILIDADE DOS ÁPICES: o Pesquisada com ambas as mãos espalmadas → As bordas internas tocando a base do pescoço e os polegares apoiando-se na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas supraclaviculares EXPANSIBILIDADE DAS BASES: o Apoia-se os polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais o A técnica é útil na identificação dos processos localizados nas bases e que reduzem a mobilidade da região Em ambas as manobras o médico fica atrás do paciente em posição sentada, e este deve respirar profunda e pausadamente EXPANSIBILIDADE OU MOBILIDADE APICAL BASAL UNILATERAL - Processo infecioso - Processo cicatricial - Derrame pleural - Hepatomegalia - Esplenomegalia BILATERAL - Processo infeccioso - Processo cicatricial - Gravidez - Ascite - Obesidade grave - Derrame pleural FRÊMITO TORACOVOCAL o Frêmito toracovocal são vibrações percebidas na parede torácica pela mão do examinador quando o paciente emite algum som o A transmissão das ondas sonoras é melhor nos meios sólidos, depois liquido e por fim no ar o O médico deve por a mão na região do tórax do paciente, e pedir para que ele repita as palavras “trinta e três” → Isso porque o FTV é mais perceptível em pessoas com a voz grave, e ao pronunciar a palavra se torna nítido pelo médico a variação da vibração para mais ou menos a medida em que as silabas são faladas o A medida em que o paciente fala, o exame desloca sua mão de modo a percorrer toda a extensão da parede torácica (face anterior, lateral e posterior), completando os exames comparando as regiões homologas ❖ Palpação da face posterior: Médico se coloca a esquerda do paciente, usando sua mão direita, deslocando-a de cima para baixo → Pesquisa o FTV nas fossas supraclaviculares ❖ Passando para diante e à direita do paciente, o medico apoia sua mão, alternadamente, sobre o hemitórax esquerdo e direito, seguindo a linha médioesternal de cima para baixo o O interesse semiológico é a intensidade do frêmito toracovocal que pode sofrer variações, dependendo de fatores extrapulmonares o Nos homens e nos indivíduos com a parede torácica mais delgada, o FTV geralmente é sempre mais nítido. Nas mulheres, devido ao tom de voz e pessoas com a parede mais espessa, por existir hipertrofia muscular ou aumento do panículo adiposo o FTV é menos perceptível o O FTV é mais acentuado à direita e nas bases, sendo melhor perceptível ao colocar a face Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 palmonar correspondente apenas ao 2º, 3º e 4º quirodáctilos o A maior nitidez é notada do ápice direito e na região interescapulovertebral direita, devido a facilidade que as vibrações tem de chegar a superfície em razão do menor comprimento do brônquio fonte direito o As afecções pleurais são “antipática” ao FTV → Isso acontece porque os derrames pleurais líquidos ou gasosos afastam o pulmão da parede, oque dificulta a transmissão das vibrações até a superfície, ocasionando redução da FTV ou mesmo abolição dela o As afecções do parênquima são mais “simpáticas” ao FTV → A consolidação do parênquima facilita a transmissão da voz, sendo melhor perceptível o FTV AUMENTO DO FTV (CONSOLIDAÇÃO) DIMINUIÇÃO/DESAPARECIMENTO DO FTV -Pneumonia - Infarto pulmonar - Derrame pleural - Atelectasia -Pneumotórax - Enfisema pulmonar FRÊMITO BRONQUICO → Equivalente tátil dos estertores FRÊMITO PLEURAL → Resulta da sensação tátil do ruído de atrito pelas duas superfícies rugosas dos folhetos pleurais e que pode preceder o derrame PERCUSSÃO - Consiste na produção de vibrações na parede torácica que se transmitem aos órgãos e tecidos subjacentes - O som produzido pelas vibrações varia dependendo da relação existente entre quantidade de ar/tecido - A percussão possibilita a captar os sons das estruturas localizadas no máximo a 5 cm do ponto de impacto do dedo percussor → Por isso o uso desse método só faz sentido quando há lesões até essa profundidade e com tamanho suficiente para modificar a densidade da região - Em um individuo sem qualquer lesões, o som claro pulmonar é identificado na percussão da clavícula e até 2,5 a 3 cm acima - Do lado direito o som está presente em toda a extensão da face anterior do tórax até o nível da sétima costela → Abaixo da sétima costela, o som se torna macico devido o contato da parede torácica com o fígado - Do lado esquerdo, o som claro pulmonar está presente simetricamente como a direita até a região precordial (região de submacicez variável, de acordo com o biotipo do individuo que geralmente possui área aproximadamente de 5 cm) → Essa região ocupa a região mamaria à esquerdado esterno, indo da 4º à 6º costela - A submacicez na região precordial é máxima no centro da área e vai gradualmente desaparecendo na periferia até ser substituída pelo som claro pulmonar, lateralmente sobre as costelas e medialmente sobre o esterno A submacicez da área precordial é substituída pelo som maciço, quando ocorre aumento do ventrículo direito Em grandes derrames pericárdicos é produzida uma exensa área de macicez na face anterior do tórax Existem quatro tipo de sons: Som claro pulmonar (projeção dos pulmões), som timpânico (espaço de traube), som maciço (região inferior do esterno – macicez hepática, e região inframamária direita – macicez hepática) e som submaciço (região precordial) CLARO PULMONAR: o Projeção dos pulmões na parede torácica o É produzido vibrações lentas pela percussão, produzindo um som de baixa tonalidade e maior duração o Quando existe excesso de ar em relação ao tecido, a percussão produz um som de tonalidade mais baixa e de duração maior e mais ressonante que o habitual → Pulmões hiperinsuflados, como nas obstruções crônicas ao fluxo aéreo resultante da DPOC Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 - A projeção do coração na parede torácica varia de acordo com o biotipo do paciente: o Longilíneos → Coração é verticalizado, se escondendo atrás do esterno o Normolíneos → O ictus cordis está situado na linha hemiclavicular da 5ª costela o Brevilineos → Coração é mais horizontalizado, o ictus cordis está mais a esquerda - Inferiormente a direita, a submacicez cardíaca se confunde com a do fígado - Inferior e a esquerda a submacicez da área preocordial é substituída pelo timpanismo do espaço de traube, possuindo os limites: o Superior: submacicez cardíaca → Sexta costela o Inferiomedial: a margem costal o Lateral: Linha axila anterior A percussão da área cardíaca NÃO tem valor clinico, sendo executada apenas por aprendizado dos tipos de sons que podem se obter à percussão do tórax! AUSCULTA - Para a realizar a ausculta o paciente deve estar sentado e com o tórax parcialmente ou totalmente descoberto - O médico deve se colocar atrás do paciente que não deve forçar a cabeça ou dobrar excessivamente o tronco - O paciente deve respirar pausada e profundamente, com a boca aberta, sem fazer ruido - O receptor mais adequado é o DIAFRAGMA do estetoscópio, utilizando os de menor diâmetro no exame de crianças SONS NORMAIS: o Som traqueal o Som brônquico o Murmúrio vesicular o Som broncovesicular SONS ANORMAIS: o Descontínuos: Estertores finos e grossos o Contínuos: Roncos, sibilos e estridor o Sopros o Atrito pleural SONS VOCAIS: o Broncofonia o Egofonia o Pectorilóquia fônica e afônica SONS PLEUROPULMONARES NORMAIS SOM TRAQUEAL - Reconhecem-se dois componentes: Inspiração(ruído soproso) e expiração (forte e prolongado) - Origina-se da passagem de ar através da fenda glótica e na própria traqueia - Audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal REPIRAÇÃO BRÔNQUICA - Corresponde ao som traqueal audivel na zona de projeção de bronquoos de maior calibre, na região anterior do torax proximo ao esterno - Semelhante ao som traqueal, se diferenciando apenas por ter o componente expiratório menos intenso MÚRMURIO VESICULAR - Produzido pela turbulência de ar circulante que se choca contra saliências das bifurcações brônquicas, passando pelas cavidades de diferentes tamanhos, como os bronquíolos e os alvéolos - sofre variações em sua intensidade na dependência da amplitude dos movimentos respiratórios e da espessura da parede torácica, sendo mais débil nas pessoas musculosas ou obesas - Constitui importante alteração do murmúrio vesicular o prolongamento da fase expiratória, que, em condições normais, é mais curta e mais suave que a fase inspiratória → Este prolongamento da expiração aparece na asma brônquica em crise e na DPOC avançada, traduzindo de modo objetivo a dificuldade de saída do ar. Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção das regiões: o Esternal superior o Interescapulovertebral DIREITA o Nível da 3º e 4º vértebras dorsais A diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de numerosas causas, sendo as principais: o Pneumotórax – Presença de AR o Derrame pleural – Derrame pleural o Enfisema pulmonar – Tecido sólido - O murmúrio vesicular NÃO tem intensidade homogênea em todo o tórax: Mais forte na região anterossuperior, axilas e regiões infraescapulares - O murmúrio é mais intenso quando o paciente respira amplamente e com a boca aberta, após esforço, em crianças e em pessoas magras RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR - Soma-se as características da respiração brônquica e do murmúrio vesicular - Nas crianças o som é mais audível nas regiões periféricas, devido ao menor tamanho do tórax SONS ANORMAIS DESCONTINUOS ESTERTORES FINOS - Ocorrem no final da inspiração, com frequência alta e aguda - NÃO se modificam durante a tosse - São ouvidos principalmente nas zonas pulmonares influenciadas pela força da gravidade → Base pulmonar - Presentes na pneumonia e congestão pulmonar ESTERTORES GROSSOS - Menor frequência e maior duração que os finos - Se modificam com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax - São audíveis no inicio da inspiração e durante toda a expiração, diferente dos finos que são apenas auscultados no final da inspiração - Presente em bronquites e nas bronquiectasias SONS ANORMAIS CONTINUOS RONCOS - Constituídos por sons graves, poranto de baixa frequência - Ocorrem na inspiração quanto na expiração - São fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em um curto período de tempo SIBILOS - Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento destes ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou achado de secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas bronquiectasias e nas obstruções localizadas. - múltiplos e disseminados por todo o tórax quando provocados por enfermidades que comprometem a árvore brônquica toda, como acontece na asma e na bronquite. - Quando os sibilos são localizados em uma determinada região, indicam a presença de uma obstrução por neoplasia ou corpo estranho. ESTRIDOR - Ruído basicamente inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou da traqueia - Pode ser provocado por difteria, laringe aguda, câncer de laringe e estenose da traqueia - Quando a respiração é calma e pouco profunda, o estridor é pequeno mas é intensificado quando o fluxo de ar aumenta na respiração forçada ATRITO PLEURAL - Em condições normais, os folhetos visceral e parietal da pleura deslizam um sobre o outro, durante os movimentos respiratórios, sem produzir qualquer ruído. - Nos casos de pleurite, por estarem recobertas de exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro atritado, o qual recebe a denominação de atrito pleural. Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 - Representa um som de duração maior e frequência baixa, de tonalidade grave e produz vibração palpável, o que torna fácil distingui-lo dos estertores. - Sede mais comum do atrito pleuralsão as regiões axilares inferiores, onde os pulmões realizam movimentação mais ampla - O aumento da pressão do receptor do estetoscópio sobre a parede torácica pode torná-lo mais intenso. - Sua causa principal é a pleurite seca. - Desaparece no derrame pleural AUSCULTA DA VOZ - Sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica constituem a ressonância vocal - A ressonância vocal costuma ser mais forte em homens do que em mulheres e crianças, em decorrência do timbre o BRONCOFONIA - Ausculta-se a voz sem nitidez o PECTORILÓQUIA FÔNICA - ausculta-se a voz nitidamente o PECTORILÓQUIA AFÔNICA - ausculta-se a voz mesmo se cochichada. o EGOFONIA - É uma broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido de cabra. Aparece na parte superior dos derrames pleurais. Pode ser observada, também, na condensação pulmonar. SÍNDROME BRÔNQUICA - Decorrente do acometimento brônquico pro enfermidades que provoquem: Redução do calibre, dilatação e/ou hipersecreção brônquica - Clinicamente os sintomas se manifestam como: Dispneia acompanhada de sensação de constrição ou aperto no tórax, dor torácica difusa, sibilância e tosse - A tosse pode ser produtiva ou seca → Decorrente da irritação bronquice e/ou do aumento de muco - O principal achado da síndrome brônquica é a presença de: o Sibilos o Estertores grossos o Roncos - As principais causas incluem: Asma, DPOC, bronquiectasia e infecções traqueobrônquicas → Todas essas doenças causam redução do calibre dos brônquios devido a edema de mucosa brônquica, aumento da produção de muco e aumento do tônus vasomotor ASMA: o Caracterizado por sibilos, roncos e/ou estertores grossos o Inspeção e a palpação podem estar normais o Pode haver aumento da frequência respiratória e redução bilateral da expansibilidade quando o paciente esta hiperinsuflado (asma em crise) BRONQUITE CRÔNICA DA DPOC o Condição caracterizada por excessiva secreção de muco na arvore brônquica o Principal manifestação clinica é a tosse com expectoração mucopurulenta de pequeno volume, que persiste por meses e alterna em períodos de melhora e piora, dependendo de infecções, poluição atmosférica e uso de tabaco o No exame físico o principal achado é estertores grossos disseminados em ambos os hemitórax o Roncos e sibilos são frequentes o Pode-se encontrar redução bilateral da expansibilidade, hipersonoridade e redução do FTV e do murmúrio vesicular nos pacientes com enfisema associado BRONQUIECTASIA o Ocorrência de dilatação irreversível dos brônquios em consequência de destruição dos componentes da parede destes ductos o Comprometimento dos segmentos, lobos pulmonares ou vários lobos em ambos os pulmões o Manifestação clinica mais comum é a tosse produtiva com expectoração mucopurulenta abundante, principalmente pela manhã o Hemoptise são frequentes o A medida em que as bronquioectasias se tornam abundantes, a inspeção revela anormalidades: Aumento da FR, redução da expansibilidade uni ou bilateral, diminuição do FTV devido a broncoconstrição associada o Pode haver hipersonoridade e redução do murmúrio vesicular o Ausculta encontram-se estertores grossos, roncos e sibilos na área de bronquiectasia o Nas bronquiectasias basais externa é observada a redução da expansibilidade e submacicez nestes locais INFECÇÕES BRÔNQUICAS (BRONQUITE AGUDA) o Bronquite aguda é geralmente acometida por vírus que compromete as vias respiratórias o Os sintomas envolvem a febre, cefaleia, desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca que pode ser seguida após alguns dias de expectoração mucosa que se transforma em Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 mucopurulenta nos casos em que haver infecção bacteriana secundária o A inspeção, palpação e percussão não é observado nada de anormal o A ausculta o principal achado são estertores grossos em ambos os pulmões, roncos e sibilos esparsos inconstantes o Os dados do exame físico podem varia de acordo com a localização e a extensão da área comprometida SINDROMES PARENQUIMATOSAS - As síndromes parenquimatosas são: Consolidação, atelectasia e hiperaeração - As principais causas dessas síndromes são: o CONSOLIDAÇÃO PULMONAR → Pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose o ATELECTASIAS → Neoplasias e corpos estranhos o SHIPEAERAÇÃO → Enfisema pulmonar CONSOLIDAÇÃO PULMONAR o Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato o Principais manifestações clinicas são dispneia e tosse produtiva ou seca o Principais achados no exame físico: FTV aumentado, submacicez ou macicez a percussão e a estertoração fina o Quando há expectoração tem a presença de sangue misturado com o muco ou com o pus → EXPECTORAÇÃO HEMOPTOICA o Quando há comprometimento da pleura, são comuns a sensação de desconforto retroesternal e surgimento de dor localizada em um dos hemitórax com característica de dor pleurítica ATELECTASIA o O principal elemento é o desaparecimento do ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato o Principais achados são redução da FTV e macicez → Essas características são indistinguíveis do exame físico do derrame pleural, pois não é demonstrado redução da FTV e macicez moveis o As causas mais comuns é a oclusão do lúmen dos brônquios, causado por neoplasias e corpos estranhos → Quando a oclusão é no brônquio principal, ocorrerá atelectasia do pulmão inteiro, enquanto nos brônquios lobares ou segmentar é restrita a um lobo ou segmento pulmonar o Quanto maior a área comprometida, maior será as manifestações clinicas: Dispneia, sensação de desconforto e tosse seca HIPEAERAÇÃO o Representada clinicamente pelo enfisema pulmonar o O enfisema apresenta variações anatômicas, dependendo da sede e da extensão do comprometimento do ácidos e dos lóbulos o Manifestação clinica mais importante é a dispneia que é lentamente agravada → No inicio ocorre só após grandes esforços, e em seguida surge ate em repouso, podendo levar a manifestações de insuficiência respiratória na sua fase final o Nas fases iniciais: Redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada o Fase mais evoluída: Tórax em tonel, FTV diminuído e hipersonoridade CONGESTÃO PASSIVA DOS PULMÕES o Principais causas são a insuficiência ventricular esquerda e a estenose mitral. o O líquido se acumula no interstício, causando dispneia de esforço, dispneia de decúbito e dispneia paroxística noturna, além de tosse seca, estertores finos nas bases e, às vezes, sibilância. ESCAVAÇÃO OU CAVERNA PULMONAR o consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose o pode ocorrer nos abscessos, neoplasias, micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose. o As manifestações clínicas são muito variáveis, predominando tosse produtiva e vômica fracionada ou não o Para ser detectada ao exame físico, é necessário que a caverna esteja próxima à periferia do pulmão e que tenha diâmetro mínimo de mais ou menos 4 cm. Habilidades clínicas Weslley Jonathan P2 SINDROMES PLEURAIS - compreendem a síndrome pleurítica, a síndrome de derrame pleural e a síndrome pleural respiratória (pneumotórax). SINDROME PLEURÍTICA o A pleurite, ou seja, a inflamação dos folhetos pleurais, pode ocorrer em várias entidades clínicas, destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a doença reumática e outras colagenoses, viroses e as neoplasias da pleura e pulmão o caracterizada pela presençado atrito pleural. o Na pleurite aguda, o principal sintoma é a dor localizada em um dos hemitórax, com características de dor pleurítica. o Podem ocorrer tosse, dispneia, febre e outros sintomas relacionados com a causa da pleurite. o À medida que a inflamação da pleura evolui, existe produção de líquido que se acumula no espaço pleural e afasta o folheto parietal do visceral, causando o desaparecimento da dor pleurítica e do atrito pleural → a síndrome pleurítica pode evoluir para a síndrome de derrame pleural. SINDROME DE DERRAME PLEURAL o observados nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca o pode haver dor sem as características de dor pleurítica, tosse seca e dispneia cuja intensidade depende do volume do líquido acumulado. o Principais achados do exame físico são FTV reduzido e macicez. SINDROME PLEURAL RESPIRATÓRIA OU PNEUMOTÓRAX o No pneumotórax, o que se acumula no espaço pleural é ar, que penetra através de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em certas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias) que põem em comunicação um ducto com o espaço pleural. o As principais manifestações clínicas são a dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispneia, no exame físico chama a atenção o FTV reduzido e a hipersonoridade. o A intensidade da dispneia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem acompanhar o pneumotórax. o Pode haver derrame pleural associado, configurando o hidropneumotórax.
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