Buscar

Influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência das nações Africanas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Licenciatura em Pedagogia 
 
 
Tema 
Influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência 
das nações Africanas 
 
 
 Discente Supervisor 
Jerónimo Cesaltina Jotte dr
a
. Olga Majamanda 
 
 
 
Maputo, Agosto de 2021 
 
Jerónimo Cesaltina Jotte 
 
 
Influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência 
das nações Africanas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Agosto de 2021 
Relatório apresentado ao 
ISET em cumprimento de 
Módulo de História 
 
i 
 
Declaração de honra 
Eu, Jerónimo Cesaltina Jotte, Declaro por minha honra que o presente trabalho, foi feito por 
mim, não foi extraído de nenhum diploma mas sim do meu esforço de pesquisa por mim feita, 
usando fontes de consulta pela internet e livros. As referências nele contido foram devidamente 
referenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
AGRADECIMENTO 
Dirijo meu profundo agradecimento a minha tutora, dr
a
. Olga Majamanda, pela tutoria do 
trabalho, a todo o corpo docente de OWU ensino a distância por ter debatido e acompanhado 
passo a passo os meus estudos, ADPP Moçambique por ter me dado a oportunidade de continuar 
com os meus estudos, a toda a Família que de várias formas contribuíram para o sucesso deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
LISTA DE ABREVEATURAS 
ADPP Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo 
BM Banco Mundial 
EUA Estados Unidos de América 
FMI Fundo Monetário Internacional 
IFI Instituições Financeiras Internacionais 
IPEA Instituto de Pesquisa Económica Aplicada 
ISET Instituto Superior de Educação e Tecnologia 
ONU Organização das Nações Unidas 
ODMs Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 
ONGs Organizações Não-governamentais 
PAE Programa de Ajustamento Económico 
PME’s Pequenas Medias Empresas 
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
ÍNDICE 
 
I. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................1 
1.1. Tema .............................................................................................................................2 
1.2. Problematização ........................................................................................................2 
1.3. Justificativa ...............................................................................................................3 
1.4. Pergunta de pesquisa .................................................................................................3 
1.5. Objectivos da pesquisa ..............................................................................................3 
1.5.1. Geral ......................................................................................................................3 
1.5.2. Específicos .............................................................................................................4 
1.6. Hipóteses ...................................................................................................................4 
II. REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................................5 
2.1. Principais conceitos ...................................................................................................5 
2.2. Independência ...........................................................................................................5 
2.3. Neoliberalismo ..........................................................................................................5 
2.4. Subdesenvolvimento ..................................................................................................6 
2.5. Enquadramento Teórico .............................................................................................7 
2.5.1. Principais características do Neoliberalismo ...........................................................7 
2.5.2. Suas teorias económicas .........................................................................................8 
2.5.3. Consequências do neoliberalismo ...........................................................................9 
2.5.3.1. Direito a educação inexistente ............................................................................9 
3.1. Método de pesquisa ................................................................................................. 13 
3.2. Tipos de pesquisa .................................................................................................... 13 
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 14 
4.1. Referencias Bibliográficas ....................................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 1 
I. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho intitulado Influência do neoliberalismo na perpetração do 
subdesenvolvimento 50 anos após independência das nações Africanas, é resultado de um 
relatório final de especialização da disciplina de história em cumprimento do módulo para o 
curso de pedagogia no Instituto Superior de Educação e Tecnologia – One World - ISET/OW. 
Neste trabalho trazemos abordagens dos 50 anos de independência africana que foram marcadas 
por várias características politicas e económicas que posteriormente sofreu influenciada pelo 
neoliberalismo que serve de reforço à polípticas capitalistas que servem de veiculo para a 
proliferação dos financiamentos esmagadores das grandes instituições financeiras como o Banco 
Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). 
Esta análise se faz em torno da perpetração do subdesenvolvimento ocasionado pelas imposições 
políticas e económicas da ordem chamada neoliberalismo, que nada mais faz que afundar os 
países africanos em um fosso de dívidas criando mais desemprego, mais pobreza no seio da 
população, serviços públicos precários para principalmente a população desfavorecida através de 
privatização dos serviços essenciais que deviam ser do domínio público. O objectivo central é de 
perceber-se até que ponto as políticas do neoliberalismo influenciaram no subdesenvolvimento 
das nações africanas 50 anos após suas independências. 
Estruturalmente o presente trabalho é composto por quatro (4) capítulos: Capítulo I: onde está 
presente a introdução, a problematização, delimitação do tema, justificativa, objectivos e 
hipóteses. No capítulo II. Revisão da literatura onde encontramos abordagens de estudos 
bibliográficos e o marco teórico. No capítulo III: apresentam-se os procedimentos 
metodológicos, as técnicas e instrumentos de Colheitas de dados. IV apresentam-se as 
conclusões e as referências bibliográficas. 
 
 
 
 2 
1.1.Tema 
Influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência 
das nações Africanas. 
1.2.Problematização 
A África, o berço da humanidade, é um continente marcado por um passado tão doloroso que se 
torna efectivo no contexto da colonização. Contudo, nos anos 60, muitos países africanos 
alcançam suas independências, e se segue o período de reconstrução da identidade dos povos. De 
lá até então, os países africanos vêm adoptando modelos económicos variados, como por 
exemplo o modelo socialista que com a sua queda precedeu o neoliberalismo que é o modelo que 
vigora até agora, sustentado pelo capitalismo. Onde com grande destaque o Banco Mundial 
(BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) preconizam programas de reajustamento 
estrutural, esse modelo prega a privatização e liberalização da economia, o que alterou 
profundamente as relações laborais e o papel do estado enquantoagente de desenvolvimento. 
Por mais que tenham passado 50 anos da independência das nações africanas, em muitos países 
do continente ainda assistem-se várias questões económicas desde as dívidas externas que cada 
vez parecem eternas, os conflitos políticos internos, étnicos e culturais que se somam como 
factores do subdesenvolvimento económico do continente. Mas isso não passa da ponta do 
iceberg, isto é, o modelo económico vigorante (neoliberalismo) sucinta classes sociais criando 
consequentemente desigualdades sociais. 
Hountondji (2008) diz que as sociedades africanas devem eles próprios apropriar-se activa, 
lucida e responsavelmente do conhecimento sobre eles capitalizados durante séculos. O 
desenvolvimento em África devia ser tradicionalmente autónomo, confiante em si própria, de 
investigação e conhecimento que responda a problemas e questões suscitados directa e 
indirectamente por africanos. Mas acontece que os países africanos ainda debatem-se com fraca 
industrialização o que torna os seus recursos alvos das potências industriais, o que quer dizer, 
não têm outra escolha senão entrar no sistema económico neoliberal. 
 
 
 
 3 
1.3.Justificativa 
 A escolha deste tema deve-se ao facto de Moçambique ser um dos países africanos que aderiu 
ao modelo económico neoliberal qua também se debate com o problema de dívidas externas que 
consequentemente vai perpetuando as desigualdades sociais. 
Do ponto de vista científico falar do neoliberalismo no contexto de desenvolvimento dos países 
africanos, desperta o espírito crítico científico e enriquecimento do acervo bibliográfico para 
melhor entendimento do funcionamento dos sistemas económicos. 
Do ponto de vista político, o tema serve de reflexão quanto as realidades locais contra as 
imposições de políticas externas quem em algum momento não se aplicam. O que leva o governo 
a ser a causa das consequências económicas que o povo vive e sucessivamente levando-o a criar 
buracos e tentando tapar sem nenhum avanço em termos de desenvolvimento económico. 
Do ponto de vista social o tema serve também de reflexão sobre as desigualdades sociais no 
mundo que acabam criando conflitos internos o que acaba fazendo com que os países 
africanos adiram o mercado armamentista e consequentemente deixando o país cada vez 
mergulhado nas dívidas sacrificando assim as necessidades básicas do povo. 
 
1.4.Pergunta de pesquisa 
 Até que ponto as políticas do neoliberalismo influenciaram no subdesenvolvimento das 
nações africanas 50 anos após suas independências? 
 
1.5.Objectivos da pesquisa 
1.5.1. Geral 
 Analisar até que ponto as políticas neoliberais influenciam na perpetração do 
subdesenvolvimento 50 anos após independência das nações Áfricas 
 
 
 4 
1.5.2. Específicos 
 Descrever o funcionamento das políticas neoliberais; 
 Demonstrar o funcionamento da economia Africana após independências; 
 Relacionar as políticas neoliberais e a dependência económica das nações Africanas. 
 
1.6.Hipóteses 
 As políticas neoliberais influenciam negativamente o funcionamento da economia 
africana permitindo assim o seu subdesenvolvimento 50 anos após independências; 
 A dependência económica dos países africanos influencia no subdesenvolvimento dos 
mesmos 50 anos após independências; 
 As políticas neoliberais não influenciam no subdesenvolvimento dos países africanos 50 
anos após independências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
II. REVISÃO DA LITERATURA 
2.1.Principais conceitos 
Esta secção é reservada para os conceitos das palavras-chave que fazem parte do tronco principal 
do trabalho, assim sendo a seguir pode-se contemplar: 
Palavras-chave: Neoliberalismo; Subdesenvolvimento em África, Independências africanas. 
2.2.Independência 
Independência, s. f. oposto a dependência. A liberdade de sujeição, de fazer o que se quer sem 
autoridade, ou consentimento de outrem; sem respeitos, & de viver a seu arbítrio. Fisicamente, o 
estado das coisas que não tem conexão entre si (Silva, 1823, vol. 2, p. 88). Esta definição vai ao 
encontro dos sinónimos do que os africanos forma sujeitos durante anos, onde não tinha nem o 
direito de exercer o seu poder administrativo do seu próprio território. 
Para Neve (2010:12) a independência é um direito que tem todo o povo ou nação para governar-
se por suas próprias leis e costumes, sem sujeitar-se às de outra”. Portanto, a independência deve 
resumir a ausência de opressão onde o povo local decide sob quais medidas quer viver e quer 
administrar-se. 
Com tudo, podemos definir a independência como um direito que todo povo tem de administrar-
se sob suas próprias leis e costumes em prol do alcance dos seus próprios objectivos de acordo 
com as suas realidades. 
2.3.Neoliberalismo 
Primeiro importa referir que Neoliberalismo é uma doutrina económica e política que surgiu 
no século XX com base em teorias formuladas por teóricos, como o economista ucraniano 
Ludwig von Mises e o economista austríaco Friedrich Hayek. A teoria neoliberal surge para 
opor-se à teoria keynesiana de bem-estar social e propõe uma nova leitura da parte econômica 
do liberalismo clássico, tendo como base uma visão econômica conservadora que pretende 
diminuir ao máximo a participação do Estado na economia. 
Segundo a abordagem estrutural marxista, cit.in Andrade (2019:221) o neoliberalismo é definido 
como estratégia política que visa reforçar uma hegemonia de classe e expandi-la globalmente, 
https://mundoeducacao.uol.com.br/politica/liberalismo-x-keynesianismo.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/liberalismo.htm
 
 6 
marcando o novo estágio do capitalismo que surgiu na esteira da crise estrutural da década de 
1970. Como se pode entender o Marx define o neoliberalismo olhando muito mais a questão de 
classes sociais, defendendo que o neoliberalismo dá reforço a existência de classes sociais. E 
reforça que nasceu como reforço ao capitalismo que teve a sua oportunidade de crescimento na 
queda do bloco socialista que desencadeou uma grande crise na europa. 
O neoliberalismo se caracteriza por uma ordem social em que uma nova disciplina é imposta ao 
trabalho e novos critérios gerenciais são estabelecidos, servindo-se de instrumentos como o livre 
comércio e a livre mobilidade de capital (Duménil & Lévy, 2014: 11 e 43). Esta definição vai de 
acordo com a característica do capitalismo como a circulação livre do capital e de mercadoria. 
No entanto de acordo com os dispostos acima podemos definir o neoliberalismo como sendo um 
modelo de política económica que preconizar a mínima intervenção do Estado na economia 
permitindo a circulação livre do capital e de mercadoria como também uma forma de garantir a 
liberdade económica dos cidadãos. 
2.4.Subdesenvolvimento 
Segundo Bastos & Britto (2010) apontam que llguns artigos usam de forma 
intercambiável a expressão “país atrasado” [backward country] e “país 
subdesenvolvido”. E ainda referem que Myint distingue subdesenvolvimento dos 
recursos e atraso das populações. 
Para Costa, (2009) é a incapacidade de atingir objectivos correspondentes a necessidades 
efectivas das populações. Kuznets relaciona o conceito de subdesenvolvimento ao “fracasso em 
proporcionar níveis de vida aceitáveis a uma grande proporção da população de um país, 
resultando em miséria e privações materiais” Bastos & Britto (2010). Estes dois convergem ao 
afirmar que se trata de incapacidade ou fracasso de proporcionar melhores resultados a 
população. 
O subdesenvolvimento caracteriza-se por dois círculos viciosos. Por um lado, nos países 
atrasados a baixa renda se deve à baixa produtividade, determinada pela escassez de capital. 
Esta, por sua vez, explica-se pela baixa capacidade de investir, derivada da baixa poupança, 
 
 7 
decorrente do baixo nível de renda, ou seja, da limitada dimensão mercado Bastos & Britto 
(2010). 
De acordo com esses distintosconceitos podemos dizer em suma que o subdesenvolvimento é 
mesmo a incapacidade de um estado atingir os objectivos que correspondem os anseios da 
população ou mesmo. 
2.5.Enquadramento Teórico 
Esta secção destina a demostrar as teorias subjacente o tema e as principais abordagens sobre as 
causas do subdesenvolvimento da África. 
2.5.1. Principais características do Neoliberalismo 
Paralelamente, Harvey (2008: 172-178) chama atenção para os mecanismos de “acumulação por 
expropriação”, ou seja, o carácter contínuo de formas de acumulação que Marx acreditou 
estarem presentes apenas no início do capitalismo, caracterizadas pelo furto, pela rapinagem e 
pelo uso da violência, até mesmo por parte do Estado. Em que as suas características se resumem 
em 4 aspectos saber: 
2.5.1.1.Privatização e mercadização. 
Trata-se da transferência de activos do domínio público e popular aos domínios privados e de 
privilégio de classe, abrindo-os à acumulação capitalista, como nos casos da utilidade pública 
(água, telecomunicações e transporte), dos benefícios sociais (habitação social, educação, 
assistência à saúde e pensões), das instituições públicas (universidades, laboratórios de pesquisa 
e presídios), das formas culturais (turismo e música), dos bens comuns ambientais globais (terra, 
ar e água), dos direitos de propriedade intelectual (patente de materiais genéticos e biopirataria) e 
dos direitos de propriedade comum (direitos à aposentadoria estatal, ao bem-estar social e a um 
sistema nacional de saúde). 
2.5.1.2.Financialização 
Característica marcada pelo estilo especulativo e predatório, ou por operações fraudulentas e pela 
dilapidação e transferência de recursos via inflação, fusões e aquisições, endividamentos de 
 
 8 
famílias e do Estado, comissões sobre transacções supérfluas, contabilidade criativa e ataques 
especulativos realizados por fundos de derivativos e grandes instituições financeiras. 
2.5.1.3.Administração e manipulação de crises 
Crises orquestradas, administradas e controladas pelo complexo formado pelo Tesouro dos 
Estados Unidos, por Wall Street e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que lançam a rede 
da dívida como forma de transferir a riqueza dos países pobres para os países ricos. 
2.5.1.4.Redistribuições via Estado 
Uma vez neoliberalizado, o Estado contribui para reverter o fluxo redistributivo em direcção das 
classes altas, realizando privatizações, códigos tributários regressivos, subsídios e isenções 
fiscais a pessoas jurídicas e direccionamento de verbas públicas para beneficiar grandes 
corporações. 
2.5.2. Suas teorias económicas 
As teorias económicas tidas como neoliberais, geralmente são associadas ao termo da economia 
neoclássica, que forma influenciadas e interagem com as escolas de pensamento: 
(i) Liberalismo económico que é uma ideologia baseada na organização da economia em 
linhas individualistas, rejeitando intervencionismo estatal, o que significa que o maior 
número possível de decisões económicas são tomadas pelas empresas e indivíduos e 
não pelo Estado ou por organizações colectivas, 
(ii) Economia clássica - seus conceitos giram em torno da noção básica de que os 
mercados tendem a encontrar um equilíbrio económico a longo prazo, ajustando-se a 
determinadas mudanças no cenário económico. Um dos maiores teóricos é o Adam 
Smith; 
(iii) Escola Keynisiana que é a teoria económica consolidada pelo economista inglês John 
Maynard Keyns que teve uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e 
na reformulação da política de livre mercado e; 
(iv) Monetarismo teoria que se desenvolveu principalmente no Departamento de 
Economia da Universidade de Chicago, pelos economistas que viriam a integrar o 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Individualismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Maynard_Keynes
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Maynard_Keynes
 
 9 
movimento conhecido como Escola de Chicago, liderados por George 
Stigler e Milton Friedman, que defende a teoria de economia monetária que enfatiza o 
papel da política monetária para a estabilidade macroeconómica de uma economia de 
mercado através de instrumentos como alteração na oferta de moeda e de 
outros meios de pagamento. 
2.5.3. Consequências do neoliberalismo 
O FMI, a ONU e o Banco Mundial são as instituições financeiras internacionais que mantêm a 
política de cooperação financeira global para que haja integração entre as nações. Porem há um 
grande problema em relação a compressão da economia dos países em desenvolvimento pela 
economia dos países desenvolvidos, pois depara-se uma relação desigual, em que um tem muito 
mais força que o outro e, por isso, acaba garantindo seus benefícios em detrimento do mais fraco. 
Tornando os países menos desenvolvidos cada vez mais pobres. 
2.5.3.1.Direito a educação inexistente 
Não só os problemas reflectem na parte da economia do pais, mas também podemos contemplar 
nos sistemas educativos de países africanos em desenvolvimento têm adoptado, gradativamente, 
acções neoliberais e seguido concepções teóricas de mesmo cunho para nortear os seus 
currículos. Exemplo disso são as privatizações ou terceirizações de sistemas públicos de ensino e 
as parcerias entre as iniciativas públicas e privada para a gestão da educação. 
Essas parcerias evidenciam uma recusa dos governos a assumirem por completo o compromisso 
com a educação pública. Nesse sentido, surgiram ONGs, que atuam como parceiras da educação 
oferecendo produtos e serviços para que essa possa ser alavancada. 
Uma crítica que pode ser feita à entrada do neoliberalismo na educação diz respeito à formação: 
uma educação neoliberal visa formar pessoas aptas a entrarem no competitivo 
mundo capitalista, enquanto uma educação libertadora, voltada para a cidadania e para a 
intelectualidade, necessita muito mais que ensinar estratégias, técnicas e valores neoliberais, 
como a meritocracia. 
Aliás, se pensarmos na realidade social de nosso país (que ainda é extremamente desigual), 
a meritocracia sequer pode ser cogitada, pois a realidade social de um estudante de uma escola 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Chicago_(economia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Stigler
https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Stigler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_Friedman
https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_monet%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_monet%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_de_pagamento
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/capitalismo.htm
 
 10 
rural, de família de baixa renda e que, na maioria das vezes, vive em uma zona de conflitos como 
por exemplo no norte do pais, é muito mais difícil de ser vivida do que a realidade de um 
estudante da classe média que possui boas condições de moradia e estuda em uma escola 
particular. 
2.5.3.2. Limitação do crescimento das PME’s Nacionais 
Um dos grandes ferrolhos para o crescimento das Pequenas e Médias empresas nacionais é a 
questão do Câmbio de mercado, Investimento estrangeiro directo operação trocas de mercado no 
mundo realizando importações e exportações de produto. Isso pode ser, em alguns casos, fatal 
para a economia local e para os pequenos e médios empresários proporcionado: 
 Corrida para o fundo: as nações em desenvolvimento são forçadas a uma corrida para o 
fundo do poço em termos de trabalho e regulamentos, a fim de atrair investidores 
estrangeiros que buscam mão-de-obra barata e regulamentação inexistente ou indiferente 
para maximizar seu potencial de lucro. Tal corrida pode resultar em graves danos 
ambientais ao país estrangeiro, a destruição de recursos naturais e práticas trabalhistas 
abusivas que não são aceitáveis no mundo desenvolvido; 
 Eliminação do desenvolvimento local : O investimento estrangeiro também pode esmagara competição local, resultando em problemas de desenvolvimento económico de longo 
prazo o que se assiste nos dias actuais; 
 Meios de produção maximizados: as multinacionais detêm meios de produção 
maximizadas que faz com que o seu produto custe menos em detrimento das PME’s 
locais chegando até a afunda-las. 
Podemos contemplar as outras consequências principais como: 
 Desigualdade social; 
 Desemprego; 
 Economia instável; 
 Salários baixos; 
 Fluxo de capital invertido; 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/exportacao-importacao.htm
 
 11 
 Dependência do capital internacional (principalmente nos países mais pobres e menos 
desenvolvidos). 
 
2.5.4. Economia africana pós independência e o neoliberalismo 
A economia africana após independência foi marcada por várias características políticas 
económicas que depois viera a aderir as principais instituições criadas na Conferência de Bretton 
Woods de Julho de 1944 que tiveram importante papel na condução das economias de países 
africanos nos anos oitenta. Essa relação se deu principalmente a partir dos Programas de Ajuste 
Estrutural (PAEs), termo cunhado em 1979 pelo director do BM, Robert McNamara 
(CLAPHAM, 1996, p. 169). 
Os PAEs apresentavam a característica de exigir dos Estados receptores uma série de medidas, 
ditadas pelo BM e pelo FMI, com clara influência da ortodoxia económica – as chamadas 
“condicionalidades”. O FMI, porém, ao impor suas condicionalidades, exigia menores prazos de 
execução e, se comparadas às do BM, eram mais fiscalizáveis (AKONOR, 2006, p. 13). 
Condições para a execução de empréstimos, contudo, não eram uma exclusividade do BM, 
tampouco foram uma novidade apresentada pela crise da dívida externa. Em décadas anteriores, 
quando a ajuda externa a países periféricos se centrava em empréstimos bilaterais e interestatais, 
era frequente o atrelamento da exportação de determinados produtos primários, ou mesmo a 
concessão para a exploração de recursos naturais, à concessão de empréstimos. A singularidade 
dos PAEs residia no tipo de medidas impostas pelas Instituições Financeiras Internacionais (IFIs) 
aos países receptores, reflexo da subordinação de facto à política externa americana e ao modelo 
neoliberal defendido por Washington. Nas palavras de Hobsbawm (1995, p. 578, Tradução 
nossa), 
[...] desde os anos setenta, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, 
apoiados politicamente pelos EUA, buscaram uma política que sistematicamente 
favorecia a ortodoxia do livre-mercado, da empresa privada e do livre comércio 
global, o que servia à economia estadunidense do final do Século XX na mesma 
maneira que à britânica em meados do século anterior, mas não necessariamente 
ao mundo. 
 
 
 12 
As providências demandadas ecoavam as políticas económicas de Reagan e Thatcher e que, a 
partir de 1989, seriam atendidas pelo termo “Consenso de Washington”, cunhado por John 
Williamson (KLEIN, 2007, p. 164). 
Como podemos ver logo após as independências africanas deu-se o grande marco da história no 
que concerne a grande crise económica que veio a dar os países africanos a ideia de receber 
apoios dos capitalistas, o que até então fez com que vivam com dívidas externas. O 
neoliberalismo mostra-se que os retornos exigidos mantêm os países africanos numa situação de 
dependência que perpetua a precariedade económica. 
Um exemplo concreto deu-se em Moçambique quanto a liberalização do comércio de caju, que 
não só acabou destruindo a indústria como também acabou encerando 10 mil postos de emprego, 
JOSÉ (2005). 
1
As políticas neoliberais travam o crescimento económico da África Subsaariana e fazem com 
que ele fique aquém do necessário para a região atingir os Objectivos de Desenvolvimento do 
Milénio (ODM), afirma um estudo do Centro Internacional de Pobreza, uma instituição de 
pesquisa do PNUD, resultado de uma parceira com o IPEA (Instituto de Pesquisa Económica 
Aplicada). 
A pesquisa “As Implicações Macroeconómicas das Estratégias para os ODMs na África 
Subsaariana”, conclui que a estratégia de manter deficits fiscais reduzidos, adoptar metas de 
inflação abaixo de 5% e deixar o câmbio flutuar seguindo regras de mercado prejudica o 
desenvolvimento nos países africanos. Para o professor John Weeks e o economista Terry 
McKinley, autores do texto, a região desperdiça um momento favorável de aquecimento da 
economia mundial, que poderia impulsionar mais melhorias na vida da população 
 
 
 
 
 
1
 http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-
na-africa-aponta-estudo/ 
http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-na-africa-aponta-estudo/
http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-na-africa-aponta-estudo/
 
 13 
III. METODOLOGIA 
Gil (2007, p.162) defende que Metodologias “são procedimentos a ser seguido na realização de 
uma pesquisa”. Nesse contexto engloba todos os procedimentos técnicos usados numa 
investigação científica. Para esta pesquisa serão utilizados os seguintes métodos. 
3.1.Método de pesquisa 
Para este trabalho, foi usado como método de abordagem - o método hipotético-Dedutivo, pois, 
através deste método conseguiu-se explicar as dificuldades expressas no problema levantado 
para esta pesquisa, com base nas hipótese pré-formuladas para o desenvolvimento do estudo, 
neste caso sobre a influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos 
após independência das nações Africanas. 
3.2.Tipos de pesquisa 
Neste trabalho foi usada quanto a abordagem a pesquisa qualitativa. Para Chizzottzy (1999, 
p.79) a pesquisa qualitativa permite uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito uma 
interdependência viva entre o mundo o sujeito e o objecto e a subjectividade do suspeito. 
Quanto aos objectivos é uma pesquisa exploratória, com intuito de proporcionar maior 
familiaridade com o problema em estudo, de modo a responder com clareza as hipóteses. Para tal 
foi feito um levantamento bibliográfico, com vista a analisar exemplos de estudos feitos sobre 
influência do neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência 
das nações Africanas. 
Quanto aos procedimentos técnicos foi uma pesquisa bibliográfica – uma vez que os dados 
foram analisados e as conclusões do estudo, são baseados na revisão da literatura, ou seja, livros 
e manuais existentes que abordam sobre o tema em estudo, neste caso, influência do 
neoliberalismo na perpetração do subdesenvolvimento 50 anos após independência das nações 
Africanas. 
 
 
 
 14 
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Dados os conteúdos desta pesquisa conclui-se que (i) o neoliberalismo privilegia empresas e 
Estados hegemónicos, pois ao explorar os países pobres, sugam-se seus recursos naturais e só 
favorece a uma minoria elitista da população dos países explorados, concentrando ainda mais o 
capital. Desta maneira, tudo nos leva a concluir que a globalização comercial e o capitalismo 
desenfreado são alguns dos factores que contribuem para a desigualdade no mundo, principalmente 
em países frágeis a este sistema; (ii) uma das consequências das políticas neoliberais são uma é o 
aumento do déficit nas contas nacionais porque o estado simplesmente faz gastos excessivos e a 
necessidade de uma política de racionalização de gastos no futuro, com cortes, aumentos de 
tarifas e de impostos. O que justamente o que vivemos hoje. 
As políticas neoliberais permitiram que os salários dos trabalhadores fossem reduzidos ao 
mínimo, realidade que faz com que a população não consiga ao mínimo cobrir a cesta básica, o 
que consequentemente desencadeia a prática da corrupção desde a base até o topo do governo. 
Esta realidade faz com que haja má qualidades dos serviçosna função pública perpetuando assim 
a pobreza. Acompanhada com a política de pouca intervenção do governo na economia e 
privatização dos serviços, o que actualmente assistimos, o governo pouco intervém no 
aprimoramento dos serviços de atendimento ao público, colocando a população mais pobre sem 
acesso dos serviços de saúde de qualidade e limitando assim a idade média de vida do africano. 
Nesse caso mesmo que tenham passado 50 anos de independência, os países africanos ainda não 
alcançaram a sua independência económica, isto é, por conta das políticas neoliberais os países 
africanos vivem endividando-se e os líderes africanos viciaram-se das esmolas e pouco fazem 
para sair desse ferrolho. O que assistimos são líderes corruptos, a roubarem do seu próprio povo 
colocando os países em fossos de dividas, eis a razão que muitos líderes africanos depois dos 
seus mandatos sempre têm um julgamento que os espera. 
 
 
 
 
 15 
4.1.Referencias Bibliográficas 
AKONOR, Kwame. (2006). Africa and IMF Conditionality. The Uneveness of Compliance, 
19832000. New York: Routledge. 
ANDRADE, D. P. (2019) O que é o neoliberalismo? A renovação do debate nas ciências sociais. 
Revista Sociedade e Estado – Volume 34, Número 1. 
BASTOS, C. P. & BRITTO, G. (2010). Introdução à Economia do Subdesenvolvimento. 
CHIZZOTTZY (1999) a dinâmica da pesquisa qualitativa. 
CLAPHAM, Christopher. (1996). Africa and the International System: The Politics of State 
Survival. Cambridge: Cambridge University Press. 
COSTA, A. M. C. S. (2009). Do subdesenvolvimento, vulgatas rupturas e reconsiderações em 
torno de um conceito. Antologia e roteiro critico. Centro de estudos africanos da universidade do 
porto. Colecção Ebooks. Edição 1. 
DUMÉNIL, G.; LÉVY, D. (2014). A crise do neoliberalismo. São Paulo: Boitempo. 
GIL,A.C. (2007). Como Elaborar Projecto de Pesquisa.3ª Ed. São Pulo: Atlas. 
HARVEY, D. (2008). O neoliberalismo. História e implicações. São Paulo: Loyola. 
HOBSBAWM, Eric. (1995). The Age of Extremes: The Short Twentieth Century, 1914-1991. 
London: Abacus. 
HOUNTONDJI P.J. (1968). Histoire d’un mythe, Présence Africaine, n°91. 
JOSÉ, A. C. (2005). Neoliberalismo e crise de trabalho em Moçambique. O caso da indústria de 
caju. O cabo dos trabalhos revista electrónica dos programas de metrado e doutoramento do 
CES/FEUC/FLUC, No. 1 2006. Disponível em: http://cabodostrabalhos.ces.uc.pt/n1/ensaio.php 
Acesso 25/08/2021. 
KLEIN, Naomi. (2007). The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism. New York: 
Metropolitan Books. 
http://cabodostrabalhos.ces.uc.pt/n1/ensaio.php%20Acesso%2025/08/2021
http://cabodostrabalhos.ces.uc.pt/n1/ensaio.php%20Acesso%2025/08/2021
 
 16 
NEVES, L. M. B. P. (2010). Independência: contextos e conceitos. História Unisinos Vol. 14 Nº 
1. 
PNUD. (2008). Políticas neoliberais freiam Objectivos de Desenvolvimento do Milénio na 
África, aponta estudo. Brasil. Disponível em: http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-
freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-na-africa-aponta-estudo/ Acesso 24/08/2021 
 
 
 
 
http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-na-africa-aponta-estudo/
http://cebes.org.br/publicacao/politicas-neoliberais-freiam-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-na-africa-aponta-estudo/

Continue navegando