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ANATOMIA DA REGIÃO CERVICAL Elaborado por Antonio Carlos de Almeida Barbosa Filho Monitor do Módulo OMF II – Medicina, CESMAC O Pescoço tem o formato de um cilindro e é a região que se interpõe entre a Cabeça e o Tórax, servindo como meio de união entre estas. É uma área de passagem de vasos, nervos, Medula Espinal e do eixo aerodigestivo (vísceras do Sistema Respiratório e Vísceras do Sistema Digestório). Há vários músculos no Pescoço, que movimentam tanto a Coluna Vertebral quanto a cabeça. Ainda, a musculatura do Pescoço aumenta a área visual e auditiva ao fazer com que a cabeça gire em direção ao estímulo visual ou auditivo. Limites do Pescoço: Limite Superior: linha que parte do Mento, percorre a Borda Inferior da Mandíbula, Processo Mastóide e termina na Protuberância Occipital Externa (bilateralmente). Limite Inferior: parte superior do Manúbrio Esternal, Clavículas e uma linha que vai da Articulação Acromioclavicular até o Processo Espinhoso de C VII. OBS: C VII é a transição entre o Pescoço e o Tórax. Assim, faz parte do Limite Inferior do Pescoço e também do Limite Superior do Tórax, que é uma linha imaginária que vai do Processo Espinhoso de C VII até a parte superior do Manúbrio Esternal. A importância anátomo-clínica do Pescoço se dá por haver uma grande quantidade de elementos passando em uma área relativamente pequena. Exemplos: Medula Espinal, Nervo Vago (NC X), Nervo Frênico, Cadeia do Simpático, Plexo Braquial (entre o Músculo Escaleno Anterior e o Músculo Escaleno Médio), Faringe, Esôfago, Traqueia, Glândulas Submandibulares, Glândula Tireóide, Glândulas Paratireoides Superiores (direita e esquerda) e Glândulas Paratireoides Inferiores (direita e esquerda), Artérias Carótidas Comuns, Artérias Carótidas Internas, Artérias Carótidas Externas, Artérias Subclávias, Veias Jugulares Internas, Veias Jugulares Externas, Veias Jugulares Anteriores e Veias Subclávias. O Desfiladeiro é um espaço entre a Clavícula e a Primeira Costela e que comunica o Pescoço com os Membros Superiores. Pode ocorrer a Síndrome do Desfiladeiro, patologia que se dá pela a compressão do Plexo Braquial, Artéria Subclávia e Veia Subclávia. Zonas Anatômicas do Pescoço: São 3 zonas, muito utilizadas na Clínica. A zona de menor número é mais caudal e a zona de maior número, mais cranial. São elas: Zona III: Vai da Base do Crânio até a Mandíbula; É uma zona difícil de ser explorada no ferimento; Uma lesão na Zona III geralmente atinge a Medula Espinal e pode atingir a Artéria Carótida Interna. Zona II: Vai da Borda Inferior da Mandíbula (ou do Ângulo da Mandíbula) até a Cartilagem Cricóide; 78% dos ferimentos do Pescoço ocorrem na Zona II; Possui uma grande área em que podem ser lesadas vísceras, vasos e nervos. Por exemplo: Faringe, Laringe, Esôfago, Artéria Carótida Comum e Veia Jugular Externa. Zona I: Vai da Cartilagem Cricóide até a Fossa Supraclavicular; Uma lesão na Zona I pode atingir os vasos Subclávios e pode ocorrer, também, lesão da Pleura. Regiões do Pescoço: O Pescoço pode ser dividido em 3 regiões, de cada lado. Para isso, são levados em consideração dois músculos nessa divisão: o Músculo Esternocleidomastóideo e o Músculo Trapézio. São as regiões: Região Cervical Anterior: fica entre a Linha Mediana, Borda Inferior da Mandíbula e Borda Anterior do Músculo Esternocleidomastóideo. Região Cervical Lateral: situada entre a Borda Posterior do Músculo Esternocleidomastóideo, Clavícula e Borda Anterior do Músculo Trapézio. Região Cervical Posterior: compreende o Músculo Trapézio. Ou seja, está situada entre a Borda Anterior do Músculo Trapézio e seu limite inferior é uma linha imaginária que vai da Articulação Acromioclavicular até o Processo Espinhoso de C VII. É a região denominada de “nuca”. A Pele do Pescoço é bastante móvel, fina e sensível devido à sua inervação, sendo rica em glândulas sebáceas e sudoríparas. As linhas de clivagem são transversas ou oblíquas e, portanto, uma incisão para remover a Glândula Tireóide ou numa traqueostomia, não será vertical, mas sim transversal. Os Elementos de Referência são divididos em: → Ósseos: Mandíbula, Processo Mastóide (do Osso Temporal), Osso Hióide, Incisura Jugular e Protuberância Mentoniana (linha média da Mandíbula). → Cartilagíneos: Proeminência Laríngea (linha média da Cartilagem Tireóide, conhecida popularmente como “Pombo de Adão”) e Cartilagem Cricóide. → Musculares: As duas origens do Músculo Esternocleidomastóideo e a Margem Anterior do Músculo Trapézio. → Vasculares: Veia Jugular Externa (cruza o Músculo Esternocleidomastóideo). Se, durante uma palpação do Pescoço ao longo da linha mediana, desde o Mento até a Incisura Jugular, a sequência das estruturas seria: Mento, Corpo do Osso Hióide, Proeminência Laríngea, Cartilagem Cricóide, Istmo da Glândula Tireóide, 4ª e 5ª Cartilagens Traqueais e Incisura Jugular do Esterno. Músculo Platisma O Músculo Platisma é superficial. Origem: Na Cútis (pele) da parte mais alta da região peitoral e na parte anterior do ombro; Inserção: Na Borda Inferior da Mandíbula e na Cútis da face; Ação: Ao se contrair, o Músculo Platisma traciona a Mandíbula e o Ângulo da Boca para baixo; Inervação: Ramo Cervical do Nervo Facial (NC VII). A drenagem venosa superficial se dá pelas Veias Jugulares Externas e pelas Veias Jugulares Anteriores. Os nervos superficiais provêm do Plexo Cervical. São eles: Nervo Occipital Menor, Nervo Auricular Magno, Nervo Cervical Transverso e Nervo Supraclavicular. https://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjG88OckLPbAhWPnJAKHTukBNQQjRx6BAgBEAU&url=https://br.pinterest.com/pin/414120128229196658/&psig=AOvVaw0mTRieZlo1Xwwyo9IgESSe&ust=1527965225426160 OBS: Na Borda Lateral do Músculo Esternocleidomastóideo há o Ponto Nervoso do Pescoço, que é o local onde se faz um bloqueio anestésico para cirurgia de estruturas superficiais. Localiza-se na junção do 1/3 médio com o 1/3 superior do Músculo Esternocleidomastóideo. Músculo Esternocleidomastóideo É um músculo bíceps, ou seja, possui duas cabeças de origem. Origens: 1. À nível da Clavícula; 2. À nível do Manúbrio Esternal. Entre as duas origens e a Clavícula, há uma pequena área triangular denominada de Triângulo de Sedilot, cuja importância é a de que, através dele, pode ser feita uma punção venosa central, acessando tanto a Veia Subclávia quanto a Veia Jugular Interna. Inserção: No Processo Mastóide do Osso Temporal; Ação: Quando um lado é contraído, faz a flexão lateral da cabeça e gira a face para o lado. Ao contrair os dois lados, pode-se fazer a flexão ou a extensão da cabeça. Inervação: Nervo Acessório (NC XI). O Músculo Esternocleidomastóideo divide o Pescoço em dois triângulos: Trígono Anterior e Trígono Posterior. • TRÍGONO POSTERIOR: Anteriormente: Margem Posterior do Músculo Esternocleidomastóideo; Posteriormente: Margem Anterior do Músculo Trapézio; Inferiormente: 1/3 médio da Clavícula. O Trígono Posterior, juntamente com o Trígono Anterior, é cruzado por um músculo digástrico chamado de Músculo Omo-Hióideo (vem da Escápula e se prende ao Hióide). O “omo” vem de Omoplata, como era chamada a Escápula. O Músculo Omo-Hióideo possui dois ventres, sendo um Ventre Inferior e um Ventre Superior, e passa por trás do Músculo Esternocleidomastóideo. O Trígono Posterior, dessa forma, é dividido em outros 2 triângulos pelo Ventre Inferior do Músculo Omo-Hióideo, de forma que: - Acima do Ventre Inferior do Músculo Omo-Hióideo: Triângulo Occipital; - Abaixo do Ventre Inferior do Músculo Omo-Hióideo: Triângulo Supraclavicular. Triângulo Occipital Anteriormente: Margem Posterior do Músculo Esternocleidomastóideo; Posteriormente: Margem Anterior do Músculo Trapézio; Inferiormente: Ventre Inferior do Músculo Omo-Hióideo. Assoalho: Músculo Escaleno Anterior; Músculo Escaleno Médio; Músculo Escaleno Posterior; Músculo Levantador daEscápula; Músculo Esplênio da Cabeça. Conteúdo: Artéria Occipital; Artéria Cervical Transversa; Nervo Acessório (NC XI); Linfonodos. Triângulo Supraclavicular Anteriormente: Margem Posterior do Músculo Esternocleidomastóideo; Superiormente: Ventre Inferior do Músculo Omo-Hióideo; Inferiormente: 1/3 médio da Clavícula. Assoalho: Músculo Escaleno Anterior; Primeira digitação do Músculo Serrátil Anterior. Conteúdo: Artéria Subclávia; Plexo Braquial; Linfonodos Supraclaviculares; Junção da Veia Jugular Externa com a Veia Subclávia. Em cirurgias de Membro Superior, faz-se um Bloqueio de Plexo, feito exatamente no Triângulo Supraclavicular. O cuidado se dá em não perfurar a Pleura numa inspiração forçada, além de não perfurar a Artéria Subclávia e a Veia Subclávia. Na região do Triângulo Supraclavicular são encontrados os Linfonodos Supraclaviculares, que normalmente não são palpáveis e quando aumentam de tamanho, são chamados de linfonodos sentinelas. Muitas vezes, o sinal de um tumor maligno de Tireóide, Mama, Fígado, Estômago e Pulmão, está nos linfonodos sentinelas. Se estiver aumentado, faz-se uma biópsia. O Sinal de Troisier se dá com o aumento do Linfonodo de Troisier no Trígono Supraclavicular Esquerdo, sendo sugestivo de neoplasias abdominais. • TRÍGONO ANTERIOR: Anteriormente: Linha Mediana; Superiormente: Borda Inferior da Mandíbula e parte do Ângulo da Mandíbula; Posteriormente: Margem Anterior do Músculo Esternocleidomastóideo. O Músculo Digástrico possui um Ventre Anterior, um Tendão Intermediário e um Ventre Posterior. O Músculo Estilo-Hióideo começa no Processo Estilóide do Osso Temporal e se insere no Osso Hióide afrente do Ventre Posterior do Músculo Digástrico. Dois músculos passam pelo Trígono Anterior. São eles: Ventre Superior do Músculo Omo-Hióideo e Músculo Digástrico (Ventre Anterior e Ventre Posterior). Com isso, o Trígono Anterior é dividido, de cada lado, em 3 triângulos e 1 meio triângulo. Triângulo Muscular ou Triângulo Carótico Inferior Anteriormente: Linha Mediana; Superiormente: Ventre Superior do Músculo Omo-Hióideo; Posteriormente: Margem Anterior do Músculo Esternocleidomastóideo. Recebe esse nome porque são músculos infra-hióideos que formam o seu conteúdo, excetuando-se o Músculo Omo-Hióideo, cujo Ventre Superior é um limite. Conteúdo: Artéria Tireóidea Superior (ramo da Artéria Carótida Externa) e Artéria Tireóidea Inferior (ramo do Tronco Tireocervical); Nervos recorrentes laríngeos e ramo externo laríngeo superior; Linfonodos; Vísceras medianas do corpo. MÚSCULOS INFRA-HIÓIDEOS: Músculo Esterno-Hióideo É o maior deles; Origem: parte posterior do Manúbrio; Inserção: no Osso Hióide; Ação: desloca o Hióide para baixo durante a deglutição. Músculo Esterno-Tireóideo É posterior ao Músculo Esterno-Hióideo; Origem: parte posterior do Manúbrio; Inserção: Cartilagem Tireóide; Ação: abaixa a Laringe durante a deglutição. Músculo Tireo-Hióideo É a continuação do Músculo Esterno-Tireóideo e é um músculo pequeno; Origem: Cartilagem Tireóide; Inserção: Osso Hióide; Ação: aproxima a Laringe ao Osso Hióide e a Epiglote oclui o Ádito da Laringe durante a deglutição. Músculo Omo-Hióideo No Triângulo Muscular ou Triângulo Carótico Inferior, não está contido e apenas delimita. Possui dois ventres, sendo um músculo digástrico; Origem: na Borda Superior da Escápula; Inserção: no Osso Hióide; Ação: abaixa o Osso Hióide durante a deglutição. Os músculos infra-hióideos são inervados pela alça cervical. Triângulo Carótico Superiormente: Ventre Posterior do Músculo Digástrico; Posteriormente: Margem Anterior do Músculo Esternocleidomastóideo; Inferiormente: Ventre Superior do Músculo Omo-Hióideo. Recebe o nome de Triângulo Carótico por conter a Artéria Carótida Comum, Artéria Carótida Externa e Artéria Carótida Interna. Conteúdo: Artéria Carótida Comum, Artéria Carótida Externa e Artéria Carótida Interna; Seio e Glomo Caróticos; Ramos da Artéria Carótida Externa; Veia Jugular Interna; Nervo Vago (NC X); Nervo Laríngeo Superior; Bainha Carotídea. Triângulo Submandibular Superiormente: Borda Inferior da Mandíbula; Anteriormente: Ventre Anterior do Músculo Digástrico; Posteriormente: Ventre Posterior do Músculo Digástrico. Assoalho: Músculo Hioglosso (um dos músculos da Língua); Músculo Milo-Hióideo (diafragma da boca). Conteúdo: Glândula Submandibular, Glândula Sublingual e parte da Glândula Parótida; Nervo Lingual e Nervo Hipoglosso (NC XII); Artéria Lingual, Artéria Facial e Ramo Submentual da Artéria Facial; Veia Facial; Linfonodos Submandibulares. Triângulo Submentual Laterais: Ventres Anteriores dos Músculos Digástricos; Inferior: Osso Hióide. É o único triângulo ímpar. Assoalho: Músculo Milo-Hióideo. Conteúdo: Formação das Veias Jugulares Anteriores; Ramo Submentual da Artéria Facial; Linfonodos Submentuais. MÚSCULOS SUPRA-HIÓIDEOS: Músculo Digástrico Origem: no Processo Mastóide do Osso Temporal; Inserção: na Mandíbula na Fossa Digástrica; Ação: abaixa a Mandíbula (abre a boca) e traciona o Osso Hióide para cima, além de abaixar e elevar o Músculo Milo-Hióideo. Músculo Estilo-Hióideo Origem: no Processo Estilóide do Osso Temporal; Inserção: no Corpo e no Corno Maior do Osso Hióide; Ação: desloca o Hióide para trás e para cima na deglutição; Inervação: Nervo Facial (NC VII); O Músculo Estilo-Hióideo cruza anteriormente o Ventre Posterior do Músculo Digástrico. Músculo Milo-Hióideo Origem: na face interna do Corpo da Mandíbula e Corpo do Hióide; Inserção: Rafe Mediana; Ação: abaixa a Mandíbula e o Hióide e eleva a Língua. Músculo Genio-Hióide Origem: na Espinha Mentual; Inserção: no Corpo do Osso Hióide; Ação: abaixa a Mandíbula e move o Hióide para frente e para cima; Inervação: C1 e C2; É um músculo de forma cilíndrica. Músculo Hioglosso Origem: no Corpo e Corno Maior do Osso Hióide; Inserção: na margem lateral da Língua; Ação: movimenta a Língua para baixo e para trás; Inervação: Nervo Hipoglosso (NC XII); É um músculo extrínseco da Língua. https://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj8m9LI7rPbAhWCjpAKHbd1DC0QjRx6BAgBEAU&url=https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-muscular/musculos-do-pescoco/&psig=AOvVaw3ReHmTh2dDrONDtLEL7QdI&ust=1527990555925514 Fáscias Cervicais: São constituídas de Tecido Conjuntivo Frouxo e a importância se dá por facilitarem o deslizamento das estruturas cervicais. Podem servir como via de disseminação de infecções que podem se propagar para a Axila, Membros Superiores e Tórax. A fáscia é dividida em três folhetos: - Fáscia Cervical Superficial ou Fáscia Cervical de Revestimento; - Fáscia Pré-Traqueal; - Fáscia Pré-Vertebral. Fáscia Cervical Superficial ou Fáscia de Revestimento Envolve o Pescoço como um todo, formando um cilindro; Envolve as estruturas mais superficiais; Origem: da linha mediana da Nuca, da Protuberância Occipital Externa, dos Processos Espinhosos das Vértebras Cervicais, da linha Nucal superior e do Ligamento Nucal; Inserção: na Clavícula, parte do Esterno, na Espinha Escápula e no Acrômio da Escápula. Fáscia Pré-Traqueal Recobre anteriormente e posteriormente as vísceras medianas do Pescoço, delimitando o compartimento visceral, onde estão a Faringe, Laringe, Traqueia, Esôfago, Glândula Tireóide e Glândulas Paratireóides, passando por trás dos músculos infra-hióideos (Músculo Esterno-Hióideo, Músculo Esterno-Tireóideo, Músculo Tireo-Hióideo e Músculo Omo-Hióideo), formando um espaço entre as vísceras e os músculos, chamado Espaço Pré-Traqueal, que se comunica com a Face e, dessa forma, um abscesso dentário pode descer para o Pescoço; Quando a Fáscia Pré-Traqueal passa por trás da Faringe e do Esôfago, recebe o nome de Fáscia Buco- Faríngea, de onde vai para a Face para envolver o Músculo Bucinador formando sua Bainha.Ou seja, a Fáscia Buco-Faríngea está atrás da Fáscia Pré-Traqueal e também se comunica com o Pescoço. Fáscia Pré-Vertebral Este espaço é importante porque, como vai do Osso Temporal até o Mediastino Posterior, uma infecção no Pescoço pode descer para o Membro Superior, passando pelo Desfiladeiro, ou para o Mediastino; O Espaço Retrofaríngeo está entre a Fáscia Bucofaríngea e a Fáscia Pré-Vertebral e também estabelece uma comunicação com o Músculo Bucinador. Por isso, uma infecção na bochecha pode descer para o Pescoço; A Fáscia Pré-Vertebral se propaga para formar a Bainha Axilar, que envolve os vasos axilares. Bainha Carotídea: Envolve a Artéria Carótida Comum, Nervo Vago e Veia Jugular Interna e é formada a partir da contribuição das 3 fáscias; Lateralmente: quando a Fáscia Cervical Superficial envolve o Músculo Esternocleidomastóideo; Medialmente: a partir da Fáscia Pré-Traqueal; Posteriormente: a partir da Fáscia Pré-Vertebral. Glândula Tireóide Do grego thyreós, que significa escudo e oidés, forma. A Glândula Tireóide está situada na porção anterior e inferior do Pescoço no nível da Vértebra C V até a Vértebra T I e é delimitada por relevos palpáveis, como a Laringe, Manúbrio Esternal e Bordas Mediais dos Músculos Esternocleidomastóideos. A parte posterior da Tireóide abraça o eixo visceral aerodigestivo e, durante a deglutição, se projeta adiante e torna-se mais facilmente palpável. É a maior glândula endócrina e está presente em todos os vertebrados; Pesa entre 25 a 30 gramas e está envolta por uma cápsula fibrosa, derivada da Fáscia Pré-Traqueal. É formada por dois lobos situados lateralmente à Laringe e Traqueia (Lobo Direito da Tireóide e Lobo Esquerdo da Tireóide), que são unidos pelo Istmo da Glândula Tireóide, que cruza a 2ª, 3ª e 4ª Cartilagens Traqueais. O Lobo Piramidal é uma variação anatômica com formato de pirâmide que se direciona cranialmente; São três hormônios produzidos: T3 (Triiodotironina), T4 (Tetraiodotironina ou Tiroxina) e Calcitonina, que são essenciais para o crescimento, desenvolvimento e metabolismo. A liberação ocorre na baixa de T3 ou T4 e o Hipotálamo libera o TRH que vai estimular a Hipófise a liberar o TSH. Distúrbios da função: - Bócio Endêmico: aumento da Glândula Tireóide por carência de Iodo; - Bócio Esporádico: devido ao bloqueio na formação de Tiroxina; - Hipotireoidismo: Cretinismo (deficiência mental e alterações no crescimento) e Mixedema (intolerância ao frio, aumento do peso, diminuição da força, fala lenta, palidez, edema periorbitário e bradicardia); - Hipertireoidismo: Bócio Exoftálmico (geralmente devido à distúrbios emocionas, olhos salientes) e Adenoma Tóxico (sintomatologia é de emagrecimento, nervosismo, taquicardia, fadiga, diarreia e tremor). Cada Lobo da Tireóide tem: Dimensões: 5cm de comprimento, 3cm de largura e 2cm de espessura; Faces: Face Anterolateral, Face Posteromedial e Face Posterior; Polos: Polo Superior e Polo Inferior. Irrigação da Glândula Tireóide: Artéria Tireóidea Superior: ramo da Artéria Carótida Externa; Artéria Tireóidea Inferior: ramo do Tronco Tireocervical, oriundo da primeira porção da Artéria Subclávia; Artéria Tireóidea Ima: é uma variação anatômica, mais comum originada da Artéria Braquiocefálica. Drenagem Venosa: Veia Tireóidea Superior drena para a Veia Jugular Interna; Veia Tireóidea Média drena para a Veia Jugular Interna; Veia Tireóidea Inferior drena para o Tronco Venoso Braquiocefálico. Drenagem Linfática: Drenam para os Linfonodos Pré-Laríngicos, Linfonodos Pré-Traqueais e Linfonodos Para-Traqueais. Inervação: Cadeia do Simpático e Nervo Vago (NC X). Relações da Glândula Tireóide: Anteriores: Pele, Músculo Platisma, Fáscia de Revestimento, Músculo Esternocleidomastóideo, Músculo Esterno-Hióideo, Músculo Esterno-Tireóideo e Músculo Omo-Hióideo; Póstero-Mediais: Laringe, Traqueia, Esôfago, Nervo Laríngeo Recorrente e Glândulas Paratireóides; Póstero-Laterais: Bainha Carotídea e Cadeia do Simpático. Glândulas Paratireóides Situam-se na superfície posterior dos lobos da Tireóide. Ou seja, posteriormente à Tireóide. Estão em número de 4 (dois pares), estando duas em cada lobo. O peso é de 50mg e a coloração é amarelo- castanho; Dimensões: 5mm de comprimento, 3mm de largura e 2mm de espessura; As Glândulas Paratireóides secretam Paratormônio (PTH), cuja produção depende do nível de Cálcio no sangue e a ação é a de aumentar os níveis de Cálcio e Magnésio, além de absorver os mesmos. Aumenta a reabsorção óssea. A falta do Paratormônio provoca a Tetania, que é o espasmo involuntário dos músculos. Há dois sinais clínicos da retirada das Paratireóides: - Sinal de Chvostek: estimula o Nervo Facial (NC XII) e o indivíduo entra em espasmo da Face. - Sinal de Trousseau: coloca-se um tensiômetro após a cirurgia, insufla e quando há compressão arterial, a musculatura do Carpo entra em espasmo. Irrigação das Paratireóides: Artéria Tireóidea Superior: ramo da Artéria Carótida Externa; Artéria Tireóidea Inferior: ramo do Tronco Tireocervical, oriundo da primeira porção da Artéria Subclávia; Artéria Tireóidea Ima: é uma variação anatômica, mais comum originada da Artéria Braquiocefálica. Drenagem Venosa: Veias Paratireóideas, que drenam para o Plexo Venoso Tireóideo Drenagem Linfática: Linfonodos Cervicais Profundos e Linfonodos Paratraqueais. Inervação: Cadeia do Simpático e Nervo Vago (NC X).
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