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TXXIV Larissa Cardeal 5. DOENÇAS PULMONARES RESTRITIVAS - doenças restritivas são caracterizadas por redução da expansão do parênquima pulmonar e diminuição da capacidade pulmonar total - algumas dessas doenças são fibrosantes - as doenças restritivas são identificadas pela capacidade pulmonar total reduzida e por uma taxa de fluxo expiratório normal ou proporcionalmente menor. - os defeitos restritivos ocorrem em duas condições gerais: (1) distúrbios da parede torácica (p. ex., doenças neuromusculares como poliomielite, obesidade severa, doenças da pleura e cifoescoliose) e (2) doenças intersticiais e infiltrativas crônicas, como pneumoconioses e fibrose intersticial de etiologia desconhecida - pode estar associado a processos de infecções ou não - granulomas não caseosos - ocorrência de processo de fibrose - há esses 4 grupos dentro dessas doenças fibrosantes - pneumoconioses são relacionadas à inalação exagerada de componentes de carvão > pulmão fica preto tanto na macro, como na microscopia - a fibrose pulmonar idiopática é a mais comum I) FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA - quando há pneumonia > processo inflamatório, com ou sem infecção - processo leva à fibrose intersticial muito intensa - ainda não se sabe o que desencadeia esse processo > agentes etiológicos TXXIV Larissa Cardeal - fibrose ocorre geralmente por processos de inflamação crônica > lesão epitelial com reparação - os agentes envolvidos e células inflamatórias da reparação celular são fibroblastos, macrófagos, TGF- beta (liberado pelos macrófagos) - estímulo contínuo leva à fibrose > cicatrização x fibrose - fibrose trata-se da cicatrização exacerbada, pois o estímulo é persistente, e sempre há deposição de colágeno > estímulo contínuo - cicatriz: deposição de colágeno > estímulo cessa - no processo de reparação as MMPs atuam visando conter a deposição excessiva de colágeno - no processo de reparação há formação de cicatriz (inflamação, tecido de granulação e deposição de colágeno) >> as MMPs atuam para que não haja deposição de colágeno em excesso, ela contrabalanceia essa deposição * no aneurisma ela é negativa, pois degrada elastina * na cicatriz, ela evita fibrose e formação de queloide * na fibrose, com estímulo persistente, há constante deposição de colágeno de forma exacerbada - essa denominação de fibrose idiopática pulmonar é utilizada para diferenciar de processos inflamatórios de pneumonias da comunidade, associadas a infecções (que já se sabe do agente etiológico) – visto que nesse tipo de fibrose, não se sabe a causa >> caracteriza uma pneumonia intersticial - na FIP, sabe-se que há uma ativação de Th2 que ativa a via alternativa de atuação dos macrófagos - linfócitos e macrófagos se estimulam entre si - nesse processo, os macrófagos atuam de forma alternativa > ativam neutrófilos, que irão produzir elastase neutrofílica (protease) e possuem também papel fibrogênico - ativa os fibroblastos via TGF-beta - ocorre lesão dos pneumócitos do tipo I pelas proteases, o que gera a hipertrofia e hiperplasia de pneumócitos do tipo II > aumento de volume e de número - além do papel fibrogênico (atua sobre os fibroblastos e miofibroblastos), o TGF-beta atua também sobre a morte de células (atuando sobre os telômeros) TXXIV Larissa Cardeal - na macro, não há muitas alterações > se parece um pouco com pneumonia > áreas mais claras são lesões - pulmão deixa de ser uma esponja, fica mais rígido, emborrachado - visualização de lesão em parênquima - substituição de espaço alveolar por deposição de fibroblastos - os macrófagos estimulam os neutrófilos, que vão lesar pneumócitos do tipo I > papel alternativo - visualização de feixes de fibras de colágeno > mais grosseiros TXXIV Larissa Cardeal - deposição de colágeno, células inflamatórias - edema ou muco (provável que seja muco) - comprometimento grave do pulmão > espaço alveolar tomado - entre o colágeno há visualização de células inflamatórias >> isso identifica fibrose | em área de cicatrização, não há mais presença de células inflamatórias - visualização de células inflamatórias - muitos linfócitos, visualização de neutrófilos e macrófagos também - aspecto de faveolamento > processo de fibrose que vão se agrupando > formando agrupamentos celulares - deposição de colágeno - destruição de pneumócitos do tipo I e posterior proliferação de pneumócitos do tipo II II) PNEUMONIA INTERSTICIAL INESPECÍFICA - não se sabe a etiologia também - a inflamação é mais leve do que na FIP, e também há presença de plasmócitos - pacientes apresentam um - prognóstico muito melhor que aqueles com PIU TXXIV Larissa Cardeal - áreas de espessamento de septos e áreas de destruição total dos septos - visualização de plasmócitos - imunossupressão é mais efetiva nessa patologia do que na FIP III) PNEUMONIA ORGANIZADA CRIPTOGÊNICA - processo associado à inflamação crônica > associação com processo de fibrose - há visualização de “bolas” de colágeno > denominadas corpos de Masson - tampões polipoides de tecido conjuntivo organizado solto - pode levar à obstrução - visualização de áreas fibrosantes TXXIV Larissa Cardeal - áreas fibrosantes - visualização de corpos de Masson > áreas concêntricas de fibrose > rosa claro é fibroblasto III) PNEUMOCONIOSES - difere das outras 3 > já se sabe a etiologia - há presença do pigmento antracose - pode levar o paciente à óbito - trata-se, geralmente, de doença ocupacional - pneumoconiose trata-se de um termo genérico > pneumoconiose trata-se de inalação direta de qualquer tipo de partículas > deve-se dizer, por ex: pneumoconiose do trabalhador de minas de carvão - deve-se diferenciar entre lesões de partículas maiores ou de partículas menores - as lesões de partículas menores chegam até os alvéolos, lesando muito; as partículas maiores tendem a se estacionar no transito respiratório, não chegando aos alvéolos, na maioria das vezes - trata-se de um processo intenso - em tabagistas, ocorre se for um tabagista de ALTA carga tabágica > processo afeta todo o parênquima pulmonar - geralmente há deposição dessas poeiras minerais, sem ação de células inflamatórias - a gravidade ocorre quando há intensa quantidade dessa poeira, aí sim entra em pneumoconiose complicada, com perda da função pulmonar e dificultação de troca gasosa - isso desencadeia fibrose > atuação dos macrófagos de estimulação fibrogênica (fibroblastos e TGF) - há deposição de colágeno e presença exacerbada do pigmento TXXIV Larissa Cardeal - inicia-se e um processo de antracose assintomática, podendo atuar em indivíduos que moram em lugares com muita poluição e indivíduos que fumam - na pneumoconiose complicada já ocorre fibrose > prejudicial - fibrose associada - visualização de antracose - a antracose geralmente se inicia com acúmulo nos macrófagos - ocorre deposição intensa de antracose no pulmão e também se inicia o processo de fibrose - visualização de locais de fibrose - fibrose maciça progressiva superposta a pneumoconiose dos mineradores de carvão. As grandes cicatrizes enegrecidas estão localizadas, principalmente, no lobo superior. Observar as extensões das cicatrizes para o parênquima circundante e a retração da pleura adjacente - áreas mais escuras representam fibrose - pode ocorrer nos septos e ir se ampliando - deposição de colágeno - o papel do macrófago nas doenças fibrosantes (incluindo na pneumoconiose) é o de papel fibrogênico, que estimula a produção de fibroblastos > via TGF-beta TXXIV Larissa Cardeal - áreaescura: deposição de pigmento - área rosa: deposição de fibroblastos IV) SILICOSE - trata-se da inalação de sílica por período crônico - areia de gato, construções - os macrófagos fagocitam o material aspirado > sílica - isso gera uma resposta inflamatória > citocinas liberadas pelos próprios macrófagos: IL-1, TNF e EROs - os macrófagos, via TNF-beta e outras citocinas estimulam os fibroblastos, que irão realizar a fibrose - a sílica é fagocitada pelos macrófagos - liberação de citocinas e EROs com destruição do septo alveolar - inicio de ativação dos fibroblastos e fibrose do tecido - há ativação dos macrófagos alternativos (M2) que possuem ação fibrosante - a silicose está associada a maior susceptibilidade à tuberculose TXXIV Larissa Cardeal - há formação dos nódulos fibrosantes - são grandes áreas nodulares fibróticas > nódulos silicóticos - lembram granulomas * diferenciar: presença x ausência de células gigantes - visualização de colágeno e células inflamatórias - visualização de fibroblastos (que produzem o colágeno) - a sílica é refringente, em luz negra ela brilha - imagens brilhantes: sílica V) DOENÇAS RELACIONADAS COM O ASBESTO - também se trata da inalação de partículas: no caso – asbestos - pode levar à asbestose e a CA > a depender da forma do asbesto aspirado TXXIV Larissa Cardeal - geralmente, essas partículas inaladas, podem levar a processos inflamatórios ou a células tumorais - em um curto período de tempo e grande inalação gera um processo agudo - o processo crônico é mais grave > pode levar ao CA - há diferentes tipos de tumores, que são desenvolvidos na fase crônica - os macrófagos fagocitam essas partículas aspiradas - os macrófagos geram uma resposta inflamatória e estimulação de fibroblastos >> geração de fibrose - algumas dessas partículas podem ser estimuladoras de células tumorais * iniciação, promoção e progressão - são possíveis desencadeadores > carcinógenos > podem ativar células tumorais - tabagistas possuem maior probabilidade de desenvolvimento do CA de pulmão por aspiração de asbestos TXXIV Larissa Cardeal - visualização de um macrófago com asbesto em seu interior - lembram “contas” de terços - a partir da entrada do asbesto no macrófago inicia-se o processo - asbesto muito grande > macrófago não consegue fagocitar, mas tenta a interação de qualquer forma - muita presença de antracose > paciente possui maior tendência ao desenvolvimento do CA - todos esses são processos possíveis de ocorrer após inalação de asbestos - a asbestose ocorre quando ocorre fibrose pulmonar associada - não se sabe o mecanismo exato que incentiva ao desenvolvimento do CA - macrófagos fagocitando asbestos TXXIV Larissa Cardeal - massas de áreas mais claras > fibrose pleural * quando ocorre no parênquima é denominado asbestose - tipo de neoplasia formada por instigação do asbesto - o processo pode afetar pleura ou parênquima - há processo de inflamação - pode haver transformação dos protooncogenes em oncogenes >> genes que levam ao CA – protooncogenes: geralmente, têm função de proliferação celular - quando os protooncogenes são mutados, viram oncogenes e geram proliferação celular desenfreada, gerando CA - a mutação nos oncogenes gera alteração nos genes de supressão tumoral > p16 e p19 - há alteração em CDK > gerando possível alteração de mesotelioma - estresse oxidativo são grandes influenciadores na possibilidade de geração de um câncer > geram lesão no DNA e nas mitocôndrias, podendo estimular a proliferação - desorganização celular e pleomorfismo - deve ser feita imunohistoquímica para diagnosticar - pleomorfismo intenso > dinúcleos, multinúcleos, mitoses ocorrendo TXXIV Larissa Cardeal VI) DOENÇAS GRANULOMATOSAS - granulomas não caseosos >> ausência de necrose - há presença de células gigantes e células inflamatórias (macrófagos, linfócitos e eosinófilos – se for infecção por parasitas) A) SARCOIDOSE - não caseosos = não necrosantes * necrose caseosa * - difícil diagnóstico - não se trata de uma doença pulmonar > afeta o pulmão, mas pode ser sistêmica - não se sabe a causa/ o fator desencadeante - ocorrem alterações pulmonares e em vasos linfáticos, podendo acometer sistemicamente o indivíduo - uma infecção prévia pode ser que seja um possível fator desencadeador - estudos mostram que há alterações nos genes HLA que, a partir daí, desenvolvem a doença granulomatosa - em alguns pacientes, pode haver processo de regressão ou evolução > granulomas vão se confluindo e depois começam se fibrosar, gerando fibrose pulmonar - após o gatilho inicial, há ativação dos LT, especialmente os LTCD4 > liberam citocinas e ativam macrófagos - ocorre ativação do padrão de resposta Th1 > presença de citocinas > IL-2, IFN, IL-8 e TNF - essas citocinas predispõem a formação dos granulomas - os granulomas são formados na tentativa de contenção de algo > mas nesse caso, não se sabe a etiologia, o que instiga a formação exata dos granulomas > presença de células gigantes (união de macrófagos) - obs: a fibrose vai ocorrendo no entorno dos granulomas TXXIV Larissa Cardeal - pode ser que algum microorganismo ou alguma partícula desencadeie esse processo de sarcoidose - alteração no gene HLA, apresentação ao LTCD4 - há ativação do padrão de resposta Th1, com sobreposição de resposta por Th1 > maior ação de Th1 - geralmente, granulomas não caseosos possuem padrão Th2 > IL-4, IL-5, IL-13 - esses granulomas podem regredir ou se confluir por grande deposição de colágeno, gerando a fibrose pulmonar - se houver presença de granulomas não caseosos em outros locais, deve-se suspeitar de sarcoidose TXXIV Larissa Cardeal - visualização de granulomas que começam se confluir - visualização de granuloma não caseoso - granulomas se confluindo com deposição de colágeno que podem fibrosar - envolvimento de cartilagens brônquicas TXXIV Larissa Cardeal - comprometimento pulmonar por fibrose - granulomas vistos em panorâmica - visualização de fibrose, células inflamatórias (linfócitos, macrófagos) - comprometimento de todo o parênquima pulmonar - granulomas não caseosos sarcoides característicos, mente são acompanhadas por inflamação das glândulas peribrônquicos, com muitas células gigantes B) PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE - trata-se de uma resposta imunomediada - pode ser causada por algum agente, com formação de granulomas, mas sem formação de fibrose - gera alterações intersticiais e depois pode evoluir para alteração do espaço alveolar - pode ser causada por esporos, partículas, fungos (histolplasma, blastomyces > coloração pela prata) - o processo de hipersensibilidade pode ser do tipo III ou do tipo IV > a depender do agente causador - há formação de granulomas, geralmente, não caseosos TXXIV Larissa Cardeal - processo intersticial > espessamento do interstício * pode ser confundido com pneumonia atípica > pensar nas etiologias - visualização de congestão, hemorragia, processo inflamatório - formação de granulomas - visualização de células gigantes, células inflamatórias, edema pulmonar, congestão - processo de fibrose pulmonar - não tem necrose caseosa > área de necrose caseosa é grande - célula gigante - muitas células inflamatórias e célula gigante - granuloma não caseoso - muitas células inflamatórias e célula gigante - granuloma não caseoso - infiltrado composto de linfócitos e macrófagos TXXIV Larissa Cardeal VII) DOENÇAS RESTRITIVAS DO PULMÃO A) EOSINOFILIA PULMONAR- aumento da quantidade de eosinófilos - há formação de nódulos na radiografia > nódulos de eosinófilos - pode ocorrer pela passagem de larvas em infecções parasitárias ou por asma e processos alérgicos (processos de hipersensibilidade) - ocorre padrão de resposta Th2, com mastócitos e eosinófilos - liberam grânulos tóxicos - os granulomas, em parasitoses, são necessários, pois auxiliam na destruição do parasita - eosinofilia pulmonar é dividida nas seguintes categorias: - visualização de eosinófilos dentro dos granulomas ou pode haver nódulos de eosinófilos sem formação de granulomas B) PROTEINOSE ALVEOLAR - ocorre acúmulo de surfactante exagerado no espaço alveolar - raro - pode ser adquirido ou congênito TXXIV Larissa Cardeal - proteinose alveolar pulmonar, aspecto histológico. Os alvéolos são preenchidos por um precipitado granular proteico-lipídico denso e amorfo, enquanto as paredes alveolares estão normais - material róseo, hialino - pode haver proteínas - material mais denso que o edema: surfactante - material mais denso: surfactante - deve ser feita imunohistoquímica
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