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Exame da motricidade MOTRICIDADE ❖ Existem diferentes tipos de motricidade ❖ Motricidade voluntária ou ativa - Depende do sistema motor piramidal - Modo consciente, pela ação da vontade ❖ Motricidade automática - Depende do sistema motor extra-piramidal - Realiza-se sem intervenção da consciência, embora possa sofrer a sua influência, como ocorre na fala, respiração, deglutição ❖ Motricidade involuntária - Realiza-se sem a participação da vontade - Motricidade involuntária espontânea → de modo inteiramente espontâneo → ocorrem frequentemente em afecções do sistema extra-piramidal -Motricidade involuntária provocada ou reflexa → condicionada a um estímulo → dependem, essencialmente, do sistema motor periférico CONCEITOS ❖ Sistema motor piramidal - É constituído pelos tratos corticoespinhal e corticobulbar - É a via motora direta do córtex erebral para a medula espinhal e para o tronco encefálico, e sua função é principalmente excitatória - Inerva basicamente os músculos voluntários da cabeça, do pescoço e dos membros, e também os núcleos dos nervos cranianos que inervam a musculatura do mecanismo da fala ❖ Sistema motor extra-piramidal - Seus componentes incluem diversas áreas corticais, os gânglios da base, o núcleo rubro, a substância negra, a formação reticular e o cerebelo - Essas estruturas enviam informações aos neurônios motores inferiores através de via direta - Envolve os tratos rubroespinhal, o reticuloespinhal, o tectoespinhal e o vestíbuloespinhal - Trabalha com o sistema nervoso autônomo para ajudar com a postura e o tônus muscular e possui mais influência sobre estruturas axiais do que sobre estruturas periféricas - Expressão facial ❖ Espasticidade muscular - Sua base fisiopatológica é a amplificação anormal dos reflexos - Distúrbios de controle muscular caracterizadopela alteração no tônus muscular miotáticos da medula espinhal, provocando rigidez e tensão - Contração e encurtamento involuntário - Mais frequente em casos de alteração neurológica → AVE ❖ Rigidez muscular - É reconhecida clinicamente como uma maior resistência a movimentos passivos mais lentos - Sua base fisiopatológica parece ser a amplificação do componente de latência prolongada do reflexo miotático - É uma característica importante do Parkinsonismo INSPEÇÃO ❖ Se o paciente estiver deitado, observar: - Existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do leito ❖ Trofismo muscular – avaliação de grupos musculares - Crescimento e desenvolvimento do músculo - Avaliação comparativa - Circunferência dos braços, pernas - Atrofias ou hipotrofias musculares (Primária ou miogênica, por desuso, parietal) - Hipertrofia e pseudohipertrofia - Se houver dúvidas quanto à presença de assimetria → medir com fita métrica os perímetros das coxas, pernas, braços e antebraços ❖ Postura e atitude ❖ Movimentos involuntários, hipercinesias, tremores, hemibalismo, coreia (face, boca, tronco e membros) ❖ Mímica facial e frequências do piscamento PALPAÇÃO ❖ Permite avaliar a consistência muscular - Normal: elástica - Hipotonia: flácida – consistência diminuída - Hipertonia: rígida – consistência aumentada - Miosites: consistência endurecida e dolorosa ❖ Tônus muscular: vê-se a consistência muscular - Estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos - Mão esquerda “sentindo” o tônus e mão direita realizando o movimento e identificando a resistência deste ❖ Sempre comparativa → bilateralmente MOVIMENTAÇÃO PASSIVA - TÔNUS ❖ Paciente em completo relaxamento ❖ Realizar a movimentação passiva dos diversos segmentos dos membros ❖ Realizar movimento das diversas articulações, avaliando a resistência oferecida - Deve-se imprimir diferentes velocidades e níveis diferentes de extensibilidade dos membros ❖ Observar: - Passividade → capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades distais perante mobilização, oscilações e balanços ativos e bruscos introduzidos exteriormente pelo avaliador - Extensibilidade → maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo afastando as suas inserções ❖ Na hipotonia: passividade e extensibilidade ❖ Na hipertonia: passividade de extensibilidade ❖ Notando-se: - Hipotonia: lesões cerebelares, coma profundo, coreias - Hipertonia ❖ Balanceio do segmento distal → passividade ❖ Sinal do canivete - Indica espasticidade - Lesão piramidal - Maior resistência ao estiramento muscular inicial, que cessa bruscamente - AVE, Esclerose múltipla - O estiramento passivo do músculo espástico encontra grande resistência inicial que cessa bruscamente - Hipertonia elástica - Síndrome piramidal ❖ Sinal da roda denteada - Resistência ao estiramento muscular, com interrupções - Fácil, difícil, fácil... - Tremor + hipertonia - Rigidez plástica dos parkinsonianos - Lesão extrapiramidal - Hipertonia plástica - Síndromes extrapiramidais ❖ Sinal do cano de chumbo - Resistência ao flexionar ou estender um membro, ao longo de todo o trajeto do movimento - Sem tremor - Lesão extrapiramidal ❖ Hipotonias - Lesões cerebelares, coma profundo, coreias - Doença da unidade motora, das vias proprioceptivas, por lesões cerebelares e nas coréias. Coma, estado de choque do SNC, em algumas encefalopatias (mongolismo) ❖ Hipertonia - Transtornos cerebrais difusos, em doenças que envolvem o sistema extrapiramidal, em doenças de interneurônios da medula espinhal e transtornos musculares em síndromes de atividade contínua das fibras musculares → Hipertonia piramidal - Hipertonia elástica (resistência inicial com facilitação posterior), eletiva → Sinal do canivete - Espasticidade - AVEs, ELA, EM, melites e compressões medulares → Hipertonia extrapiramidal - Hipertonia plástica, global → Sinal da roda denteada ou do cano de chumbo - Rigidez - Doença de Parkinson e síndromes parkinsonianas BALANÇO PASSIVO DAS ARTICULAÇÕES ❖ Realizado nos segmentos distais dos membros; ❖ Permite avaliar a oscilação das mãos ou dos pés; ❖ Pernas e braços são movimentados pelo examinador → segmentos distais; ❖ Observar → amplitude; - Hipotonia: movimentos amplos; - Hipertonia: movimentos curtos ou ausência de movimentos. FORÇA MUSCULAR VOLUNTÁRIA ❖ Pedir para o paciente realizar determinado movimento contra a resistência imposta pelo examinador; ❖ Testar comparativamente os segmentos; ❖ Sistematização: céfalo-caudal, próximo-distal. GRADUAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR (ESCALA DE MCR): ❖ Grau 0: contração nula; ❖ Grau 1: contração esboçada; ausência de movimento; ❖ Grau 2: contração fraca, movimento executado desde que não haja ação da gravidade; ❖ Grau 3: contração regular, movimento executado mesmo contra a ação da gravidade, mas não vence a resistência exercida pelo examinador; ❖ Grau 4: contração boa; vence alguma resistência oposta do examinador; - 4-: movimento ativo contra a gravidade e resistência ligeira - 4: movimento ativo contra gravidade e resistência moderada - 4+: movimento ativo contra a gravidade e resistência forte ❖ Grau 5: contração normal; vence o máximo de resistência; ❖ Força muscular é diferente de alteração da motricidade ativa dos segmentos; - Provas de contra: resistência e contra a força da gravidade. MOVIMENTAÇÃO ATIVA ❖ Solicitar ao paciente que realize todos os movimentos possíveis nos diferentes segmentos do corpo ❖ Observar: - Velocidade - Habilidade- Energia - Amplitude ❖ Deve se levar em conta se o paciente apresenta algum quadro doloroso que possa limitar a movimentação, assim como: - Limitação articular - Espasticidade - Rigidez SISTEMATIZAÇÃO: ❖ Cabeça e pescoço → flexão, extensão, rotação e inclinação - Avaliar também: músculos oculomotores, da mastigação, da mímica, esternocleidomastoideo e trapézio, e da língua ❖ Membros superiores: - Dedos: flexão, extensão, adbução e oponência do polegar - Mãos: flexão, extensão, supinação, rotação - Antebraço: flexão, extensão, supinção - Braço: flexão, extensão, abdução e elevação ❖ Membros inferiores: - Dedos: flexão e extensão - Articulação do joelho: flexão e extensão das pernas - Articulação coxa-femural: flexão, extensão, adução, abdução e rotação ALTERAÇÕES DE MOVIME NTAÇÃO ATIVA ❖ Monoplegia/monoparesia: um único membro ❖ Para: resultante de causa única → segmentos simétricos ❖ Hemi: hemicorpo ❖ Tri ou tetra: quando uma única lesão (traumatismo da medula cervical alta, processos do tronco encefálico) → três ou quatro membros ❖ Di: resultante de diversas causas e instaladas em ocasiões diferentes → segmentos simétricos. Ex.: diplegia dos pseudo- bulbares → realiza-se por soma de duas hemiplegias MANOBRAS DEFICITÁRIAS ❖ É realizado quando o exame do tônus suscita dúvidas. MEMBROS SUPERIORES ❖ Manobra de Mingazzini - Paciente sentado ou em pé - Manter os membros superiores esticados por aproximadamente 30 segundos a 1 minuto, enquanto isso, olhos fechados - O membro parético (se houver) apresenta oscilações e tende a abaixar-se progressivamente - Útil para avaliar musculatura proximal e distal do membro superior, distúrbios extrapiramidais, cerebelares, vestibulares e da sensibilidade profunda ❖ Manobra de Raimiste - Paciente em decúbito dorsal - Pede-se que o paciente coloque os braços em ângulo reto com flexão em 90º de antebraço e mãos estendidas e olhos fechados - Déficit motor → mão e antebraço caem sobre o tronco - Útil para avaliar musculatura distal MEMBROS INFERIORES ❖ Manobra de Mingazzini - Paciente em decúbito dorsal - Pede-se para que ele faça uma flexão de pernas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre o quadril - Déficit → oscilações, não permanência dos membros, queda das pernas e/ou coxa ❖ Manobra de Barré - Paciente em decúbito ventral - Pernas fletidas, formando um ângulo reto com as coxas - Déficit → oscilações, queda imediata ou progressiva de uma ou de ambas as pernas - Evidencia déficits dos músculos flexores da perna sobre a coxa ❖ Prova da queda do membro inferior em abdução - Paciente em decúbito dorsal - Penas fletidas sobre as coxas, mantendo-se o apoio plantar bilateral sobre o leito - Déficit → queda do membro em abdução
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