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Infecções de Vias Aéreas Superiores INTRODUÇÃO Incidência de doenças respiratórias vem aumentando nos últimos anos: urbanização da população infantil; piora da qualidade do ar inalado; tabagismo; mudança no estilo de vida. IRAs são o principal motivo de atendimento nos serviços de UBS e de urgência e emergência na pediatria. A divisão entre as vias aéreas superiores e inferiores se da na carina( limite da bifurcação da traqueia). Fatores de risco para a criança desenvolver IRAs, com elevação da gravidade e mortalidade: • Prematuridade • Baixo peso ao nascer • Baixo nível socioeconômico • Desmame precoce • Desnutrição energético- proteica • Baixa cobertura vacinal • Aglomeração de pessoas (creches, escolas) • Tabagismo domiciliar/familiar • Numero elevado de crianças menores de 5 anos • Dificuldade de acesso ao sistema de saúde (principal fator). Fatores de risco para a aquisição de IVAs: • Idade entre 6-24 meses • Sexo masculino • Baixo peso • Atopia • Deficiência imunológica • Anomalias craniofaciais e do palato • Aglomeração de pessoas • Irmãos mais velhos( que frequentam escolas) • Fumo passivo • Uso de chupeta • Aleitamento artificial RINOFARINGITE AGUDA( RESFRIADO COMUM) Mais comum IVAs Epidemiologia • Acomete com mais frequencia a faixa etária pediátrica • As crianças soa os principais reservatórios • Disseminação no ambiente escolar, creches • Crianças pequenas→ 6-8 episodios por ano • Adultos→ 2 a 3 episodios por ano • Crianças do grupo de risco de IVAs→ 9/10 episodios por ano • Incidência declina após os 3 anos • Sazonalidade: rinovírus(inicio do outono/fim da primavera); influenza e VSR (inverno); parainfluenza (fim do outono); cocksackievírus ( resfriado do verão) Etiologia • O principal causador é o rinovírus (mais de 50% dos casos). Mais de 100 sorotipos( não há imunidade cruzada entre eles) • Agentes ocasionais→ coronavírus; vírus sincicial respiratório (VSR); metapneumovirus • Agentes incomuns→ influenza; parainfluenza; adenovírus; enterovírus ( cocksackievírus e echovírus) Transmissão • rinovírus e VSR—> contato direto Influenza —> via inalaríeis , por meio de partículas de aerossol Patogênese • ocorre invasão do epitélio nasofaríngeo, dos seios paranasais e do trato respiratório superior , com lesão celular subsequente. • A estimulação colinergica provoca a aumento da produção de muco, levando ao surgimento de coriza e tosse. • Secundariamente a invasão do epitélio , ocorre liberação de mediadores inflamatórios nas secreções nasais, aumento da permeabilidade vascular, edema de mucosa e congestão nasal. Manifestações clínicas • incubação : 1 - 3 dias • Contágio : algumas horas antes de dois dias apois início dos sintomas • Pico sintomático : 2º ao 4º dia • Início do quadro: sensação de garganta arranhando, de duração máxima de 3 dias, evolui com espirros, obstrução nasal e rinorreia. Coriza e obstrução nasal sempre estão presentes. • Coriza abundante , sendo mais clara nos 3 primeiros dias, mas pode se tornar purulenta nos últimos dias devido a descamação epitelial e presença de polimorfonucleares. • Obstrução nasal piora de noite e prejudica a alimentão dos lactentes , que são respiradores nasais preferenciais • O influenza , VSR e adenovírus podem causar febre e mialgia • Tosse presente em 30%, principalmente durante o sono , devido ao gotejamento pós - nasal que faz com que as secreções pinguem nas vias aéreas posteriores e provoquem tosse. • Duração média do resfriado comum: 1 semana, apenas 10% dura por duas semanas. • Pode ter febre alta • Em lactentes pode haver período prodrômico com anorexia, inquietação , amolecimento das vezes e vômitos • Na rinoscopiananterior se vê edema e hiperemia dos cornetos e discreta hiperemia da orofaringe • A OTITE MÉDIA AGUDA é a principal complicação bacteriana dos resfriados comuns ( 30%). As crianças acometidas geralmente apresent uma mudança na gravidade da doença e passam a ter febre alta , irritabilidade e dor de ouvido • Complicações menos comuns: sinusite , pneumonia , piora de asma brônquica Diagnóstico • Essencialmente clínico • Doença viral tem curso de 1 a 2 semanas. Sintomas persistentes ou recorrentes podem sugerir complicações bacterianas ou alergia. • Avaliar história de contato, epidemia na comunidade • Identificação do vírus é desnecessária • Diagnóstico diferencial : rinite alérgica ( predomínio de espirros, prurido nasal , deflagrados por alergenos ambientais); corpo estranho no nariz( secreção nasal unilateral e fétida ); sinusite (febre, cefaleia , edema periorbitario, rinorreia persistente ou tosse com mais de 14 dias); coqueluche ( tosse proeminente e persistente ); sífilis congênita ( rinorreia serossanguinolenta persistente com início entre 1 e 3 meses de vida) Tratamento • melhora dos sintomas e medidas de suporte • Antitérmicos e analgésicos : usar com cautela , sendo recomendado em temperatura axilar acima de 38 graus ( tratamento agressivo de fevereiro pode aumentar tempo de excreção viral em caso de quadros por rinovírus e VSR). Drogas : paracetamol (1 gota /kg/dose de 6/6h) ; dipirona ( 1 gota/2kg/ dose 6/6h) e ibuprofeno( 10 mg/kg/dose). AAS não é recomendado por causa de sua associação com síndrome de Reye nas infeções por influenza . • Hidratação : oferta abundante de líquidos e alimentação respeitando aceitação da criança • Soluções salinas isotônicas nas narinas, vaporizadores e boa hidratação são bons para fluidificar as secreções . Evitar fumaça de cigarro. • Orientar os pais com relação aos sinais de gravidade , retornando para reavaliação em 48h • Ministério da saúde não recomenda uso de anti- histamínico e descongestionantes nasais de administração tópica e/ou oral em crianças menores de 2 anos. • Antivirais: oseltamivir e zanamivir devem ser usados nos quadros de influenza , e deve ser iniciado preferencialmente nas primeiras 48h • Prevenção : lavagem frequente das mãos Imunização • não há vacina contra o rinovírus • Vacina anti-influenza: anualmente em crianças 6 meses -4 anos e 11 meses. Ou crianças de qualquer idade com fatores de risco . Idosos com idade igual ou superior a 69 anos também devem ser vacinado anulamente. FARINGOAMIGDALITES VIRAIS E BACTERIANAS • processos inflamatórios acometendo faringe , amígdalas , tecidos subjacentes. • Caracterizada por eritema, presença ou não de exsudato amigdaliano , ulcerações e vesículas . Etiologia • Causa mais comum em todas as faixas etárias são os vírus (75%) • Crianças menores de 3 anos raramente apresentam doença bacteriana. Após essa idade, a incidência de eleva entre os 4-7 anos de vida e volta a cair , permanecendo estável entre adultos jovens • Vírus : adenovírus, coronavirus, enterovirus, rinovírus , VSR, Epstein-Barr Virus (EBV), herpes-simplex vírus (HSV). • Bactérias : Streptococcus pyogenes. Acomete principalmente a faixa etária de 5-15 anos(15-20%). 10 a 30% das crianças em idade escolar é carreadora de estreptococo do grupo A na orofaringe de forma assintomatica. Causa escar- latina que é uma síndrome clínica que congrega faringoamigdalute exsudativa, enxantema com aspecto de lixa, devido à ação dr toxinas A,B e C produzidas pelo S. pyogenes. A faringoamigdalite estreptocicica tem como complicação a logo prazo a febre reumática. outras complicações : GNDA pos - estreptococica, complicações supurarias ( abscesso retrofaringeo e abscesso periamigdaliano). Mais raramente em adultos e adolescentes:Streptococus do grupo c; Mycoplasma pneumoniae e Arcanobacterium haemolyticum. Adolescentes sexualmente ativos, investigar faringite gonocócica (Neisseria gonorrhoeae). Considerar o diagnóstico de difteria em faringites agudas com prresenca de membranas acinzentadas nas amigdalas e pilares, úvula. Transmissão : pacientes sintomáticos transmitem a bactéria por secreção nasal e saliva(perdigotos) . contato próximo é o grande fator de risco para transmissão ( predomínio no período pré-escolar, reigoes de baixo nível socioeconômico , aglomeração ) Clínica • Infecções virais: Associada ao resfriado comum: a faringite não costuma estar associada a dor intensa e odinofagia. Dor de garganta moderada/ garganta arranhando. Presença de corrimento nasal, tosse, mal-estar, anorexia, febre. Faringe eritematosa e edemaciada. Eventualmente, pode ter exsudato no palato e nos folículos linfoides amigdalinaos, indistinguíveis dos encotrados por estreptococos. Linfonodos cervicais podem estar aumentados, e as vezes dolorosso (poliadenopatia). Fase critica dura 24h e noa dura mais que 5 dias. Adenovírus: mais intensa. Sintomas de mialgia, cefaleia, calafrios, febre de mais de 38,3 gruas, que persiste por 5 a 6 dias. Dor de garganta importante, exsudatos amigdalianos e eritema daa orofaringe. Presença de conjuntivite, do tipo folicular ( ate 50%) → febre faringoonjuntival. Coxsackie A: incomum. Herpangina → pequenas vesículas, localizadas no palato mole, úvula, pilares amigdalianos anteriores. As lesões geralmente se rompem e forma m ulceras esbranquiçadas. Febre alta, dor de garganta, disfagia. Alguns casos, pode haver dor abdominal e anorexia. A infecção pode evoluir com miocardite a coxsackie A-16 pode causar a síndrome mao-pe-boca , com faringotonsilite ulcerosa, lesões papulovesicosas nas maos e pes. Epstein- barr: dor de garganta; amigdalite exsudativa. Mononu- cleose infecciosa. Febre , linfadenopatia cervical, esplenomegalia. O uso indevido de ampicilina leva a enxatema típico. A pesquisa do anticorpo heterofilo confirma o diagnostico em crianças . Sinais e sintomas agudos podem permanecer por ate 15 dias, lguns podem referir fadiga no período convalescente que pode durar meses. • Faringite estreptocócica: Queixas pouco especificas, como cefaleia, dor abdominal, mal estar, náuseas, vômitos e febre de ate 40 graus. Horas após, a criança relata dor de garganta com intensidade variável. O exsudato pode ser na forma de uma membrana amarelo- acinzentada limitada ao tecido linfoide. Edema de úvula pode ocorrer. Linfadenpatia cervical anterior ou submandibuar (única) é precoce, e doloroso. Achado de maior consistência para o diagnostico : vermelhidão das amigdalas e pilares amigdalianos, acompanhada ou não de exsudato, associada a petéquias em palato mole. Outros fatos sugestivos: idade entre 5 e 15 anos, ausência de outras manifestações do trato superior. Incomum na idade menor de 3 anos. O pico de incidência é entre 4 e 7 anaos. Complicação: formação de abscessos peritonsilares e na parede lateral da faringe. Outras: glomerulonefrite e febre reumática. Costuma evoluir com mlehora espontânea após 4-5 dias, mesmo se, o uso de ATB. Porem ela não é considerada benigna, pelas complicações de febre reumática , GNDA, complicações supurativas da garganta e grande transmissibilidade quando não é tratada. Diagnóstico • Swab de orofaringe, cultura em agar sangue apresenta alta especificidade para o estreptococos. Porem tem falsos positivos( crianças carreadoras) e falsos negativos ( técnica incorreta) • Testes rápidos tem alta especificidade, mas baixa sensibilidade. • Sorologias virais não costumam ser solicitadas, a não ser em suspeita de mononucleose. • Diagnóstico diferencial: herpangina, mononucleose infecciosa, febre faringoconjuntival. Difiteria( membrana única e localiza-se também em áreas fora de amigdala). Tratamento: • A maioria das faringites agudas é causada por vírus e não precisa de terapia especifica, exceto pelo HSV em pacientes imunossuprimidos (aciclovir). • Antibioticoterapia deve ser feita na faringite estreptocócica. Mesmo nos primeiros 9 dias do inicio dos sintomas, os antibióticos podem previnit a febre reumática, mas não protegem glomerulonefrite difusa aguda pós estreptococia. Outras complicações que podem ser evitadas com o uso do ATB são as supurativas. • Antibiótico mais usado: penicilina. A penicilina benzatina é feita em dose única , IM de 600.mmm UI em crianças com peso menor que 27kg e 1.200.000 UI em crianças com mais de 27kg. A amoxicilina (50mg/kg/dia de 8/8h, por 10 dias), ampicilina e penicilina V, por VO, 10 dias também podem ser prescritas. • Eritromicina (30 a 40mg/kg/dia por 10 dias) ou azitromicina (5 dias) podem ser usadas em crianças alérgicas a penicilina. • Solução salina e acetaminofen são uteis para controlar dor e febre. • Crianças com faringotonsilite de repetição ( >7 episodios no ultimo ano e > 5 episodios / ano nos últimos dois anos) podem ser indicadas para a realização de tonsilectomia/adenoidectomia . Complicações da faringite estreptocócica • Agudas: Abscessos peritonsilares→ incomum, porem é mais frequente que o retrofaringeo. Predomina em crianças maiores ou adolescentes. Ocorre rotura da capsula anterior da amigdala infectada, lancando bactérias no espaço periamigdaliano, preenchido normalmente por tecido frouxo. Quadro clinico: intensofocação da dor de garganta, intensa disfagia, trismo. O exame da orofaringe mostra abaulamento inflamatório unilateral rehacando a amigdala e úvula para o lado oposto. Conduta: internar + ATB venoso+ drenagem. Abscessos retrofaringeos→ é rara. Predomina em crianças entre 3 e 4 anos, geralmente sexo masculino, pois nessa faixa, esse espaço é rico em tecido linfoide e recebe toda a drenagem da cavidade oral , faringe e fossas nasais. Com isso, a faringoamigdalite bacteriana pode se estender a essa região, levand a formação de abscesso. Sintomas: febre, irritabilidade, dificuldade de engolir, rigidez cervical, por contratura da musculatura paravertebral. Voz abafada, estridor e dificuldade respiratória . etiologia costuma ser polimicrobiana: S. pyogenes+ anaeróbios da boca + estafilococos. Abaulamento local. O raio x mostra aymento do espaço retrofaringeo (maior que o diâmetro de um corpo vertebral). Tc cervical é confirmatória. Risco de vida: pode obstruir vias aéreas; drenar espontaneamente e provocar grave pneumonia aspirativa; ou mediastinite. Conduta: internar, inicia antibiótico venoso( amoxicilina- clavulanato) e drenagem de urgência quando o tto não for eficaz ou quando houver obstrução de VA. Ulcerações amigdalianas( crianças debilitadas) Síndrome do choque toxico estreptocócico • Tardias Glomerulonefrite difusa aguda pós- estreptococica Febre reumática PANDAS( desordem neuropsiquiátrica autoimune pediátrica) OTITE MÉDIA AGUDA Epidemiologia • Uma das doenças mais frequentes nas crianças. • 80% das crianças abaixo de 3 anos terão pelo menos um episodio. 50% terão mais de um episodio. • Incidência declina após os dois anos. Fatores de risco: • Idade (menores de 2 anos, devido a imaturidade da tuba auditiva que é mais horizontalizada e curta; hipertrofia das tonsilas próximas ao ostio) •Sexo masculino • Raça branca (controverso) • Perfil socioeconômico baixo • Aleitamento artificial • Tabagismo passivo • Exposição a outras crianças : irmãos, permanência em creches e escola • Anomalias congênitas . Etiologia : • S. pneumoniae (30-50%); H. influenza não tipavel (25- 30%); M. catarrhalis(10-15%). Isso vem se midificando devido a vacina antipneumocócica. • Em lactentes jovens hospitalizados e neonatos: outras pode causar→ s. pyogenes; s. aureus e gram- negativas Patogênese : • Maioria são complicações de infecções de IVAs. • Relacionada a obstrução da tuba auditiva ( ela exerce as seguintes funções ao ouvido médio : ventilação, proteção e limpeza). As principais causas de obstrução são: IVAs(principal); hipertrofia de adenoide e tumor. • Com a resposta inflamatória, há um comprometimento do transporte mucociliar, levando a efusão liquida na cavidade timpânica, propiciando a infecção bacteriana Quadro clínico: • Sintomas variam de acordo com a idade. Em maiores de 2 anos há queixa de otalgia, associada a febre, astenia, inpetencia e hipoacusia flutuante. Em crianças menores dde 2 anos ( faixa etária mais prevalente) apresentam sinais indiretos de otalgia, como mmao ate o ouvido, irritabilidade, choro intenso, dificuldade para dormir, sintomas gastrointestinais . atentar se há episodio prévio de rinofaringite viral, ante- cedendo as manifestações, pois a OMA é uma das suas principais complicações. • Otorreia , fluida ou purulenta, pode ocorrer em um terco. Otoscopia • Normal Membrana timpânica transparente Brilhante Côncava Móvel (otoscopia pneumática) • Na OMA Hiperemiada Opaca Abaulada Pode ter otorreia Tratamento • Medidas gerais Analgesia com paracetamol, dipirona ou ibuprofeno • Antibioticoterapia Indicações de inicio obrigatório: presença de otorreia; presença de sinais de gravidade; OMA bilateral em <2 anos. Prevenção • OMA recorrente: 3 ou + episódios nos últimos seis meses ou 4 oi + episódios no ultimo ano. • OMA recorrente é uma das causas predominantes e prevenivel de surdez • Medidas de pevencao: orientar pais quanto a fatores de riscos; imunizações: antipneumocócia-10 valente (2 m, 4m e reforço aos 12m); anti- influenza ( 6meses- 5 anos; uma dose anual) antibioticoprofilaxia com amoxixcilina (meia dose) nos meses frios cirurgia de timpanostomia adenoidectomia Complicações • perfuração timpânica • otite media secretora • otite media crônica (+ de 3 meses) • mastoidite • infecção do SNC RINOSSINUSITE AGUDA Resulta da infecção de um ou mais seios paranasais , causada por agentes virais ou bacterianos Ao nascer, apenas os seios etimoidais são pneumatizados. Os seios maxilares são pneumatizados aos 4 anos. Aos 5 anos ocorre a pneumatização dos seios esfenoidais. Dos 7-8 anos ate o fim da adolescência ocorre a pneumatizacao dos seuis frontais. Etiologia • a maioria é de etiologia viral (rinovírus, adenovírus, VSR, parainfluenza), consequencia direta das rinofaringites virais (6%). • Nas sinusites bacterianas agudas, os principais agentes são: S. pneumoniae, Haemophilus influenzae não tipavel, S. aureus e M. catarrhalis. • Na obstrução ostial prolongada , que leva a sinusite crônica → S. aureus e diversas anaeróbias . Em imunodeficientes e diabéticos podem ocorrer por fungos, como Aspergillus sp. e Nocardia sp. Classificação : • Sinusite aguda: ate 4 semanas • Subaguda: de 4 a 12 semanas • Crônica : mais de 12 semanas • Recorrente: + de 4 episodios agudos ao não. Patogênese : • A partir da rinossinusite vira, inciam edema e inflamação local, causando o bloqueio da drenagem dos seios da face, acumulando líquidos e secreções → favorece a proliferação de bactérias, levando a sinusite bacteriana Fatores de risco para sinusite • Resfriado comum(principal) • Rinite alérgica (segunda causa) • Exposição a fumaca de cigarro • Anormalidades estruturais • Disfunção ciliar • Refluxo gastroesofagico • Tubos e sondas nasotraqueais • Imunossupressão Diagnóstico • Clínico, dispensando imagens , na maioria das vezes • Sintomas nasais persistentes ( coriza, obstrução, congestão), acompanhados de tosse, que costumam pioram a noite. IVAS acima de 10 a 14 dias, descarga nasal purulenta por mais de 3-4 dias consecutivos. • Em crianças maiores pode haver queixa de cefaleia, dor em peso, e dor a palpação e/ou percussão dos seios nasais. • Sinal da vela (gota pós-nasal) • A cultura de aspirado de seio da face é recomendada em casos refratários e em imunossuprimidos. • Rx pode mostrar velamento assimétrico dos seios ou edema de mucosa. Esse exame não deve ser solicitado! • TC é mais fiel ara fins diagnósticos, mas apresenta limitações devido ao desenvolvimento dos seios nas crianças. Descarta seu uso rotineiro. Tratamento • Virais : tratamento de suporte • Bacteriana: amoxicilina 45- 50mg/kg/dia ,e em alérgicos usar cefuroxima, cefpodoxina, cefixima ou levofloxacina (maiores). Usa-se amoxicilina + clavulannato de 80- 90mg/kg/dia para menores de 2 anos que frequentam creche, para quem usou antibiótico prévio nos últimos três meses ou se suspeirar de pneumococo com resistência intermediaria (ex: ausência de resposta clinica após 72h de uso da amoxicilina na dose de 45mg/kg/dia). • Sinusite frontal deve ser abordada com antimicrobiano parenteral (ex: ceftriaxone EV) nos primeiros dias devido ao risco de complicações intracranianas. Após esse controle de infecção, o tto pode ser continuado por ATB por VO. • Na sinusite subaguda e crônica, devido a alta incidência de microorganismos produtores de beta lactamase, não se usa amoxicilina so. O recomendado é : amoxicilina+ clavulanato por pelo menos 4 semanas. • Instilação nasal de solução fisiológica objetiva manter a mucosa hidratada e remover o muco em excesso que prejudica a função ciliar. • Não deve-se usar anti- histaminicos, a não ser em casos de rinite alérgica associada. Spray nasal de corticoide reduz edema de mucosa em pacientes atópicos e naqueles com sinusite crônica. Complicações • Celulite periorbitária: infecção se alastra do seio etmoidal para o tecido subcutâneo periorbitário. Edema e sinais flogisticos na região palpebral e peripalpebral, febre e queda do estado geral. Conduta: internação hospitalar e ATB venosos (cefuroxima venosa, ceftriaxona, amoxicilina+ clavulanato). • Celulite orbitária: grave. Se não for tratada precocemnt, leva a perda visual e /ou infecção no SNC. Paciente apresenta os sinais flogisticos da periorbitaria e proptose e oftalmoplegia. Conduta: internação imediata+ ATB venosa. A drenagem do seio etmoidal pode ser indicada • Infecção no SNC: meningite, abscesso, trombose do sei cavernoso. OBSTRUÇÃO AGUDA INFLAMATÓRIA DAS VIAS AEREAS SUPERIORES Crupe • Vírus parainfluenzae tipos 1, 2 e 3 (75% dos casos) • Forma mais comum de obstrução aguda de VAs • Outros: influenza, adenovírus e VSR • A laringotraqueite bacteriana é uma complicação da laringotraqueite viral, causada mais comumento pelo S. aureus, seguindo-se de M. catarrhallis e H. influenzae não tipavel. • Maioria dos pacientes com crupe viral tem entre 3 meses e 5 anos de idade, porem as causadas pelo H. influenza e C. diphthrtiae são mais comuns dos 2 aos 5 anos. • Manifestações: IVA d evarios dias antes da tosse com características crupais (ladrante). Se manifestar. No inicio , há apenas tosse metálica com estridorinspiratório leve. A medida que a obstrução aumenta, o estridor se torna continuo e é acompanhado por piora da tosse, rouquidão, batimento das asas do narize retrações supra, sub e intercostais. Temperatura pode estar um pouco elevada. Sintomas pioram a noite, e as manifestações regridem gradualmente ao longo dos dias. Doença autolimitada. Duração media de 3-5 dias. • Idade de predomínio : 3 meses a 5 anos, sendo o pico aos 2 anos. Afeta predominantemente, sexo masculino. • Diagnóstico: criança com historia recente de resfriado , evoluindo dias depois com tríade rouquidão + tosse metálica+ estridor. No rx de pescoço observa-se o sinal da torre ( estreitamento da via aérea infra-glotica devido ao edema inflamatório) • Crupe espasmodica: acomete criancas mais novas, entre 1 mês e 3 anos, e achados de infecção estao ausentes. Quadro de inicio subito, geralmente a noite, precedido de coriza leve a moderada e rouquidao. Crianca acorda a noite ansiosa com tosse metalica, inspiracao ruidosa e dificuldade respiratoria. Normalmente não há febre , e a dispineia pode ser agravada com a agitacao. Intensidade dos sintomas diminui dentro de várias horas, com importanyte melhora no outro dia. • Tratamento: nebulização com adrenalina, dexametasona oral ou Im dose única Epiglotite • H influenzae tipo B (causa habitual na era pré-vacina). S. pyogenes, S. pneumoniae, e S. aureus são mais comumente encontrados. • Manifestações clínicas: com a vacina, a epiglotite tem diminuído de incidência . é a forma mais grave de obstrução inflamatória aguda das VAs. Instalacao aguda, com insuficiência respiratória precoce. Acomete criancas entre 2 e 5 anos. Curso fulminante, com febre alta, dor de garganta, sialorreia, dispneia, obstrução respiratória rapidamente progressiva e prostração. Em horas pode obstruir completamente. A criança costuma acordar a noite com febre alta, afonia, sialorreia e dificuldade respiratória moderada a intensa com estridor. Costuma assumir a posição de tripé. Pescoço hhiperestendido, língua protusa, boca aberta. Podem evoluir rapidamente pro choque , com palidez, cianose e RNC. • Diagnóstico padrão ouro: visualização da epiglote vermelho-cereja, grande e dematosa, por laringoscopia. Evitar supina e abaixador de língua (laringoespasmo). • Conduta: UTI+ IOT ou traqueostomia. Em geral a intubação dura de dois a três dias . deve-se usar antibioticoterapia parenteral com ceftriaxona, cefotaxima, ampicilina-sulbactam oi amoxicilina-clavulanato. Essa terapia com ATB deve durar de 7 a 10 dias. • A profilaxia com rifampicina (20mg/kg/dia max 600mg/dia 1x dia VO 4 dias) é indicada pra os contactantes de uma epiglotite causada por hemófilos quando: todos os contactantes intradomiciliares, incluindo crianças abaixo de quatro anos sem vacinação completa, menores de um ano sem vacinação completa e imunocomprometidos.
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