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SEM3 Extinção e exclusão CREDITO

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NORMAS 
ESPECIAIS DO 
DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Distinguir entre extinção e exclusão do crédito tributário. 
 > Explicar as hipóteses de extinção do crédito tributário. 
 > Comparar a prescrição e a decadência no direito tributário. 
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as causas de extinção do crédito tributário, com 
destaque para as normas aplicáveis a pagamento, remissão e compensação. Serão 
apresentadas a prescrição e a decadência, que se referem à perda do direito sub-
jetivo sobre algo, respaldando o provérbio jurídico de que o direito não socorre os 
que dormem. Para o direito tributário, a decadência se dá com a perda do direito 
ao crédito tributário em si mesmo, e a prescrição é perda do direito de ação, ou 
seja, o direito de ir ao Judiciário e cobrar a satisfação do crédito tributário. Por fim, 
você vai estudar a anistia e a isenção, formas de exclusão do crédito tributário. A 
isenção se volta à liberação do sujeito passivo ao pagamento do próprio tributo, 
e a anistia o exonera do pagamento das penalidades.
Extinção do crédito tributário: hipóteses
A extinção do crédito tributário, como o próprio nome sugere, é o ato que faz 
desaparecer o crédito na medida em que este é satisfeito. De acordo com o 
Código Tributário Nacional (CTN), em seu art. 156, o crédito pode ser extinto 
nas seguintes possibilidades (BRASIL, 1966, documento on-line):
Extinção e exclusão 
do crédito tributário
Anna Carolina Gomes dos Reis
I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – a remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão de depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do art. 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado;
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas 
em lei.
Há muitas divergências sobre ser esse rol taxativo ou exemplificativo. Para 
Alexandre (2020, p. 514), a interpretação do art. 141 do CTN nos leva à conclusão 
de que a lista é taxativa, uma vez que afirma expressamente que “[…] o crédito 
tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem 
sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei”. Na 
prática forense tributária, é possível encontrar argumentos para o lado que 
for mais conveniente. Em provas de concurso, no caso das objetivas, mais 
acertado é tender para a taxatividade; nas questões dissertativas, sugere-se 
que se transcorram as duas possibilidades (rol taxativo e rol exemplificativo). 
Passemos à análise das principais formas de extinção, com exceção da 
prescrição e da decadência que, dada a amplitude, serão abordadas em 
tópico dedicado exclusivo.
Pagamento
O pagamento é a forma mais comum de extinção do crédito tributário. Consti-
tui-se no ato em que o sujeito passivo ou seu representante entrega ao sujeito 
ativo a quantia devida. Segundo o art. 157 do CTN, a imposição de penalidade 
não suprime o pagamento integral do crédito tributário. Dessa forma, a multa 
sempre será cumulativa e, sob nenhuma hipótese, substitui o pagamento do 
tributo. Por isso, ainda que o valor da multa supere extraordinariamente o 
valor do tributo, todos deverão ser pagos cumulativamente.
Outro aspecto do pagamento previsto no CTN é a presunção. O Código Civil, 
em seu art. 322, assim dispõe: “Quando o pagamento for em quotas periódicas, 
a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de es-
tarem solvidas as anteriores” (BRASIL, 2002, documento on-line). No entanto, 
o legislador tributário deixou claro no art. 158 do CTN que a regra do direito 
civil não se aplica no regime tributário (BRASIL, 1966, documento on-line):
Extinção e exclusão do crédito tributário2
O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:
 I – quando parcial, das prestações em que se decomponha;
 II – quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
Para que você entenda melhor o art. 158, basta pensar no contribuinte 
que optou pelo parcelamento do IPVA em quatro prestações. Pagou a pri-
meira, não pagou a segunda e a terceira, mas quitou a quarta parcela. No 
Direito Civil, presume-se relativamente que, uma vez paga a última prestação, 
adimpliu todas as anteriores. No direito tributário, não há essa presunção 
em favor do contribuinte; ele deve fazer prova de pagamento de cada uma 
das prestações sob pena de considerar não pagas as parcelas em aberto. 
Por isso a importância de manter guardado o comprovante de pagamento 
de todos os tributos pagos enquanto não transcorrido o prazo prescricional 
para cobrança. Já o item II do art. 158 do CTN reflete o caso do contribuinte 
que paga o IPVA relativo ao exercício do ano 2019, mas não adimpliu o mesmo 
tributo relativo ao ano de 2018. Igualmente ao caso anterior, o débito referente 
a 2018 continua em aberto.
Sobre o local e o prazo para pagamento, o CTN traz regras que serão 
aplicadas apenas se as normas relativas ao tributo não vierem a disciplinar 
tal assunto. Nesse caso, o pagamento é efetuado na repartição competente 
do domicílio do sujeito passivo, e o vencimento do crédito ocorre trinta dias 
depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lança-
mento. Atualmente, a regra do local de pagamento tem pouca relevância, pois 
as legislações preveem pagamento em rede bancária, e o tributo pode ser pago 
em qualquer local que tenha instituição bancária, aplicativos, entre outros.
A regra do prazo não é aplicada no lançamento por homologação, 
pois, nesse caso, o próprio sujeito passivo calcula o tributo, antecipa 
o pagamento e aguarda a homologação da autoridade administrativa competente.
Se o sujeito passivo não efetuar o pagamento no valor, no prazo e no lugar 
determinado em lei, estará em mora, cujos efeitos são os juros e a multa, 
seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição 
das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia 
previstas na lei tributária. O termo inicial da fluência dos juros e da multa de 
mora, de modo geral, acontece do seguinte modo: os juros incidem no primeiro 
dia do mês seguinte ao vencimento; já a multa tem início no dia seguinte ao 
vencimento. Sobre a forma de pagamento, o CTN determina que o tributo seja 
Extinção e exclusão do crédito tributário 3
pago em moeda corrente, cheque ou vale postal e, nos casos previstos em 
lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. Registra-se 
que, se o crédito for pago por cheque, somente se considera extinto com o 
resgate deste pelo sacado.
Imputação de pagamento
A imputação do pagamento ocorre quando o mesmo sujeito passivo tem, 
simultaneamente, dois ou mais débitos vencidos com a mesma pessoa jurídica 
de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenien-
tes de penalidade pecuniária ou juros de mora (AMARO, 2017). Nesse caso, a 
autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará 
a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras elencadas no art. 163 
do CTN, a saber: “I – Em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e 
em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária”. Se não 
resolvido quando aplicado o critério acima, aplica-se o critério de retributi-
vidade (BRASIL, 1966, documento on-line):
II – primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e, por fim, aos 
impostos;
III – na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV – na ordem decrescente dos montantes 
O item IV se refere ao crédito do valor mais elevado para o menos 
elevado.
Para concluir em relação ao pagamento como forma de extinção do crédito 
tributário, o CTN, em seu art. 164, autoriza a consignação judicialdo pagamento 
pelo sujeito passivo, que versará sobre o crédito que este se propõe a pagar. 
Entretanto, tal hipótese de pagamento só poderá ser usada nos seguintes 
casos (BRASIL, 1966, documento on-line):
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo 
ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas 
sem fundamento legal;
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo 
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Extinção e exclusão do crédito tributário4
Se a consignação em pagamento for julgada procedente, o pagamento 
se reputa efetuado, e a importância consignada é convertida em renda. Se 
julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
Compensação
A compensação acontece quando duas pessoas forem, ao mesmo tempo, 
credora e devedora uma da outra. A consequência é a extinção da obrigação 
até quando se compensarem. Na seara tributária, a compensação sempre 
decorrerá de lei. Esta, de modo direto ou indireto (quando a lei delegar a 
concessão à autoridade administrativa), deverá estipular as condições e 
garantias da compensação de créditos tributários com créditos líquidos e 
certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.
O CTN estabelece que se o crédito do sujeito passivo for vincendo, a apura-
ção do seu montante não pode cominar redução maior que a correspondente 
ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. Para efeito de compensação, o CTN, em 
seu art. 170-A veda o uso da compensação se for de tributo que seja objeto 
de ação judicial ajuizada pelo sujeito passivo e ainda não ocorrido o trânsito 
em julgado da decisão judicial proferida na respectiva ação.
Remissão
A remissão é a dispensa gratuita da dívida feita pelo credor ao devedor. No 
direito tributário, a regra é a indisponibilidade do patrimônio público. Mesmo 
assim, é possível que a lei autorize a autoridade administrativa a conceder, 
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário 
em decorrência de situações definidas pelo art. 172 do CTN, a seguir (BRASIL, 
1966, documento on-line):
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
IV – a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou 
materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
O despacho administrativo não gera direito adquirido e pode ser revo-
gado sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos 
para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora.
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Extinção do crédito tributário: prescrição 
e decadência
Neste tópico, vamos examinar os institutos da prescrição e da decadência 
em matéria tributária. O fato gerador faz nascer a obrigação tributária e, na 
sequência, deve a administração fiscal proceder o seu respectivo lançamento. 
Lançada a obrigação, surge o crédito tributário, e o fisco notifica o sujeito 
passivo para que pague o tributo devido. A inércia do devedor, seja para pagar 
no prazo estipulado seja para impugná-lo, permite que a Fazenda execute 
judicialmente o crédito.
Tanto para proceder o lançamento quanto para cobrar judicialmente o 
crédito, o fisco deve cumprir certos prazos impostos pelo CTN, e é justamente 
por isso que nasce a importância de saber os conceitos e as implicações 
jurídicas da decadência e da prescrição, como você vai conferir a seguir.
Decadência
A decadência é um conceito bastante estudado no Direito Civil e, de forma obje-
tiva, é conceituada como a perda do direito material. Na seara tributária, diz-se 
que ocorre a decadência quando a Fazenda, por meio de autoridade competente, 
perde o prazo para efetuar o lançamento e constituir o crédito tributário. 
O CTN determina que a Fazenda Pública perde o direito de constituir o 
crédito tributário após cinco anos. Como regra geral, o termo inicial desse 
prazo é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lan-
çamento poderia ter sido efetuado. Por exemplo, se o fato gerador ocorreu 
em novembro de 2018, o prazo para lançamento teria iniciado em 1 de janeiro 
de 2019. Logo, em 1 de janeiro de 2024, consuma-se a decadência, e a Fazenda 
perde o direito de lançamento do crédito.
Uma segunda regra aplicável para verificar a decadência é a chamada 
regra da antecipação de contagem. Nesse caso, o prazo para contagem da 
decadência começa desde a iniciação da constituição do crédito tributário 
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória in-
dispensável ao lançamento. Para exemplificar esse caso, temos o seguinte 
exemplo. Ocorrido o fato gerado em 10 de janeiro de 2018, a Fazenda Pública 
inicia a fiscalização em 5 de julho de 2018, mediante notificação, nessa data, 
do sujeito passivo de tal procedimento. Pela regra de antecipação, o prazo 
para efetuar o lançamento obrigatoriamente começa a correr a partir de 5 
de julho e se consumará em 5 de julho de 2023. Após essa data, extingue-se 
o crédito tributário.
Extinção e exclusão do crédito tributário6
Por fim, temos a regra da anulação de lançamento por vício formal. O 
prazo inicial para que a Fazenda proceda o lançamento é a data em que se 
tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. Veja num exemplo como ficaria. O fato gerado ocorre 
em 1 de setembro de 2018 e efetua-se o lançamento em 1 de setembro de 
2019, mas o sujeito passivo recorre sob alegação de que o agente fiscal que 
lançou o crédito era incompetente. Em 15 de julho de 2020, publica-se a deci-
são e anula-se o lançamento por vício formal (incompetência da autoridade 
administrativa). O termo inicial da decadência, então, passa a ser o dia 15 
de julho de 2020, e a decadência se consumará no dia 15 de julho de 2025.
Em todos os casos, consumado o prazo para que o Fisco proceda o lança-
mento, extingue-se o crédito tributário, desparecendo a obrigação do sujeito 
passivo de pagar o tributo devido.
A despeito de o CTN incluir a decadência no rol de extinção do crédito 
tributário, nota-se que tal inclusão é tecnicamente inapropriada, pois 
o tributo sequer chegou a ser lançado. Se não há crédito, como seria possível 
extinguir algo que nunca existiu? De toda forma, em provas de concurso, por 
exemplo, segue a literalidade da lei e permanece a decadência como forma de 
extinção do crédito tributário.
Prescrição
A prescrição é a perda do direito de ajuizar a ação para cobrança do crédito. 
Nos termos do art. 174, a ação para cobrança do crédito tributário prescreve 
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. O CTN afirma 
que, para contagem do prazo prescricional de cinco anos, o crédito deve estar 
definitivamente constituído.
Dessa forma, quando o crédito é lançado e o sujeito passivo é notificado 
para pagamento, concede-se a este o prazo para que pague ou impugne a 
cobrança do tributo. Se nesse interregno o sujeito passivo nada fizer, podemos 
dizer que o crédito está definitivamente constituído, nascendo a pretensão 
do sujeito ativo em efetuar a cobrança judicial para satisfação do crédito. 
De acordo com a súmula 622 do Superior Tribunal de Justiça (BRASIL, 2021, 
documento on-line): 
Extinção e exclusão do crédito tributário 7
A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a 
constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso 
do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo 
e esgotadoo prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, 
inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial. 
Notificado o sujeito passivo para pagar tributo, não se fala mais em deca-
dência, mas exclusivamente em prescrição. Por fim, há os casos de interrupção 
da prescrição previstos no art. 174 do CTN (BRASIL, 1966, documento on-line):
 I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal- a demora na 
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento 
da arguição de prescrição ou decadência (súmula 622, STJ);
 II – pelo protesto judicial;
 III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
 IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reco-
nhecimento do débito pelo devedor.
A incidência de quaisquer dessas causas de interrupção faz cessar a 
contagem do prazo. Ao prazo da prescrição, é integralmente devolvido a 
quem pode ser prejudicado. De modo geral, o prejudicado é o sujeito ativo 
que deseja receber o crédito. 
Exclusão do crédito tributário
A exclusão do crédito tributário reflete casos definidos no CTN como aptos 
a impedirem a constituição do crédito e que permitem ao contribuinte não 
pagar o tributo devido, desde que cumpridas as condições previstas em lei. 
As causas de exclusão são duas: anistia e isenção. Enquanto na isenção há 
a dispensa legal do pagamento do tributo, na anistia há a dispensa legal do 
pagamento das penalidades pecuniárias.
Todavia, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito for 
excluído, ou dela consequente. Por exemplo, suponha que o sujeito passivo 
não entregou a declaração de imposto de renda no prazo determinado, 
incidindo, portanto, a multa por atraso. A concessão de anistia, nesse caso, 
implica no não pagamento da multa, mas mantém o dever de fazer a entrega 
da declaração (ALEXANDRE, 2020). Vejamos, agora, cada um desses institutos.
Extinção e exclusão do crédito tributário8
Isenção
A isenção é ato legal consistente em dispensar o pagamento do tributo. Nesse 
caso, há a ocorrência do fato gerador e a respectiva obrigação tributária, mas 
o lançamento e o consequente crédito tributário são excluídos. A isenção 
sempre decorre de lei, ainda quando prevista em contrato. Essa lei, segundo 
o art. 176 do CTN, deve especificar (BRASIL, 1966, documento on-line): 
I – as condições e os requisitos exigidos para a sua concessão; 
II – os tributos a que se aplica e; 
III – sendo caso, o prazo de sua duração.
A isenção pode ser restrita à determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. A regra geral é que a 
isenção não se estenda às taxas e às contribuições de melhoria e aos tribu-
tos instituídos posteriormente à sua concessão. Para que isso ocorra, a lei 
deve conter previsão expressa nesse sentido. Se a isenção for concedida por 
prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou 
modificada por lei a qualquer tempo.
Quando atinge sujeitos passivos, pode ser concedida em caráter geral; 
quando atinge sujeitos passivos que comprovem determinadas caracterís-
ticas previstas em lei, pode ser concedida em caráter individual. Em caráter 
individual, deverá ser feito um requerimento em que o interessado comprove 
o preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos 
em lei ou contrato para sua concessão. A efetivação da isenção será realizada 
por meio de despacho da autoridade administrativa. Além disso (BRASIL, 
1966, documento on-line):
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho re-
ferido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando 
automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual 
o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. 
A isenção de caráter individual concedida por despacho administrativo 
não gera direito adquirido.
Anistia
A anistia é o perdão legal de determinadas penalidades e abrange, exclusiva-
mente, as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. 
Aos moldes do art. 180 do CTN, a anistia não se aplica às seguintes situações 
(BRASIL, 1966, documento on-line):
Extinção e exclusão do crédito tributário 9
I – aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo 
sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito 
passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II – salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas 
ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Em relação ao item II, observe que é possível, mas desde que haja dis-
posição em lei expressa. A anistia pode ser integral ou parcial, desde que 
atinja infrações tributárias cometidas antes da vigência da lei que concedeu 
o respectivo benefício, nas seguintes hipóteses (BRASIL, 1966, documento 
on-line):
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, 
conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de con-
dições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, 
ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
A anistia em caráter individual é efetivada, em cada caso, por despacho 
da autoridade administrativa. No termos do art. 182 do CTN, o interessado 
deverá, mediante requerimento, comprovar que preenche as condições e os 
requisitos previstos em lei para sua concessão. Tal como a isenção, o des-
pacho administrativo que concede a anistia em caráter individual também 
não gera direito adquirido.
Referências
ALEXANDRE, R. Direito tributário. 15. ed. Salvador: JusPODIVM, 2020.
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional 
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. 
Brasília, DF: Presidência da República, 1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 4 maio 2021.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 4 maio 2021.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmulas do STJ. Brasília, DF: STJ, 2021. Disponível 
em: https://scon.stj.jus.br/SCON/sumstj. Acesso em: 4 maio 2021.
Extinção e exclusão do crédito tributário10
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