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Movimentos em defesa do meio ambiente
O meio ambiente, no cenário como questão de ordem pública e de emergência, se destacou há pouco tempo, muito embora, entidades voltadas à preservação e conservação ambiental sempre existiram. Notadamente, foi nos anos de 1970 que surgiu como um movimento social. 
Movimento social 
· é considerado uma expressão técnica que tem como definição ação coletiva social ou de organizações sociais para defender direitos e promover interesses para conservar, preservar ou transformar uma ordem estabelecida numa sociedade determinada. 
Os movimentos sociais, na prática, são a representação da sociedade como organização, que os utiliza como instrumentos de ação num contexto histórico específico. O conflito de classe e os acordos políticos são, consequentemente, canais dos movimentos para atingir seus fins (BIRUEL, 2016).
Rachel Carson, em 1945, publicou um ensaio retratado no artigo “Reader’s Digest”, que trata sobre o uso indiscriminado de inseticidas, como destaque para o diclorodefeniltricloretano – DDT. Esse artigo, apesar de publicado, não obteve sucesso. Contudo, a autora, em 1962, publicou o livro “Primavera silenciosa”, retomando o assunto dos inseticidas, que despertou o interesse pelo meio ambiente, muito embora tenha sido escrito numa linguagem nada técnica, ou seja, poética. No primeiro capítulo, “Uma fábula para o Amanhã”, de "Primavera silenciosa", descreve uma fictícia cidade americana atacada por uma doença inexplicável surgida de um ‘pó misterioso’, que, primeiramente, atingiu as plantas e, mais tarde, se alastrar atingindo os animais e, em seguida, a população, inclusive as crianças, transformando em uma estação moribunda e silenciosa a primavera. Com essa obra, desperta-se a importância dos cuidados com o meio ambiente e a partir desse momento iniciam-se os movimentos em sua defesa. 
A partir de então, nos idos de 1960, os primeiros movimentos ecológicos aconteceram marcados pelos pacifistas e hippies, nascendo, nos Estados Unidos, o “ecologismo”, que se expandiu chegando à Europa, à Austrália e ao Japão e a sua ideia conceitual espalhou-se pelo mundo nos anos 1980. 
O “ecologismo” 
· remete à ideia de olhar o planeta sob o ponto de vista ecocêntrico em face das políticas públicas, ou seja, trata-se de uma ideologia política que surgiu das indagações ou, questionamentos sobre a escassez de recursos naturais, os quais passaram a ser considerados finitos. 
Diante disso, passou-se a questionar como seu esgotamento iria afetar o destino das gerações futuras no mundo. 
· No Brasil, a AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção à Natureza – representa um movimento brasileiro, que nasceu em 1971, para oprimir o uso indiscriminado de agrotóxico, marcando o início do movimento em nosso país. Na época, a AGAPAN era liderada por José Lutzemberger. 
· No Brasil, com a abertura política (1977), os movimentos de reivindicação se ampliaram começando pelos protestos contra a Usina de Itaipu, que, para a formação dos lagos para a sua implantação, fez desaparecer as cataratas de Sete Quedas comprometendo a biodiversidade local.
· A Amazônia ganha destaque também nessa época com manifestações de alerta. 
· Posteriormente, em 1980, uma calamidade marca a história ambiental brasileira, trata-se de Cubatão. A cidade de Cubatão, localizada no estado de São Paulo, na baixada santista, ficou conhecida, nessa época, como um dos lugares mais contaminados do mundo. A origem do problema se deu pelo processo de industrialização a partir de 1955; 
· em 1963, tiveram início as atividades da COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista –, que efetivou a industrialização na cidade e a consagrou como um dos polos industriais mais expressivos na América Latina. Este fato teve um preço muito alto para o meio ambiente, que refletiu na saúde das pessoas que ali viviam e vivem, marcada pela poluição ambiental, sendo retratado da seguinte maneira por Santos (2016): No começo do século XX, Cubatão, cerca de 40 quilômetros da cidade de São Paulo, era um lugar bonito, coberto de matas. Tinha imensas plantações de bananas, olarias e engenhos. 
· Oito décadas depois, em 1984, havia se transformado em um dos mais ricos e modernos centros industriais do País. Em compensação, era um retrato fiel do Brasil: o progresso e a riqueza se confundiam com a pobreza extrema, doenças e insegurança.
É importante considerar que Cubatão possui cento e sessenta quilômetros quadrados de extensão, área considerada pequena, o que não impediu que se concentrasse um polo fabril considerável, formado por vinte e três indústrias importantes, uma refinaria, uma siderúrgica, aproximadamente sete fábricas de fertilizantes e nove fábricas de produtos químicos. Dessa maneira, a poluição e a devastação marcaram a destruição ambiental de Cubatão.
O conceito de poluição corresponde a qualquer alteração provocada no meio ambiente, em um ecossistema natural, agrário ou urbano. O significado vem do latim, que significa ”sujar”.
A devastação é a destruição que corresponde à ação em si de depredação ou ao resultado da ação, como a depredação, o esbulho ou o saque. Preocupados com os riscos, as pessoas e o meio ambiente, ainda nessa década de 1980, ocorreram os movimentos em face dos programas nucleares de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Angra dos Reis faz parte do Programa Brasileiro de Energia Nuclear, cujo projeto nasceu em 1930 na Universidade de São Paulo – USP. 
A energia nuclear corresponde a três por cento da matriz enérgica brasileira, cuja produção advém de dois reatores de água pressurizada na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada na cidade de Angra dos Reis. Para defesa do meio ambiente surgiu a Sociedade Angraense de Proteção Ecológica – SAPE –, que é uma organização não governamental nascida nos anos de 1980 para protestar contra a instalação das usinas nucleares em Angra dos Reis. Defende não só o meio ambiente mas também o patrimônio histórico e cultural com a promoção do tombamento de vários edifícios históricos da cidade. Na década de 1990, a SAPE promoveu debates importantes sobre a gravidade dos acidentes no terminal marítimo de petróleo (TEBIG), instado pela Petrobras, na década de 1970. Já em 2011, houve mais protestos contra a implantação do terceiro reator da Usina Nuclear de Angra com a participação do Greenpeace. O movimento contra os agrotóxicos, iniciado no Rio Grande do Sul, se espalhou pelo Paraná, Santa Catarina e São Paulo, articulado entre os ecologistas, grupos profissionais, engenheiros florestais, agrônomos e universidades contra agrotóxicos, movimento advindo do Rio Grande do Sul. 
É importante considerar que há entidades não institucionalizadas que incorporam os movimentos em prol do meio ambiente, contudo, no Brasil, ao se falar em movimento e entidades defensoras do meio ambiente, não podemos excluir a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC –, criada em 1948, com sede em São Paulo, que é uma entidade sem fins lucrativos e políticos, totalmente voltada ao avanço da ciência e da tecnologia, bem como ao desenvolvimento educacional e cultural em nosso país. Esta entidade (SBPC) exerce, desde então, um papel importante no aperfeiçoamento e na expansão do sistema nacional de ciência e tecnologia e, também, na difusão da ciência do país. O seu foco é o debate e está na tecnologia e na ciência a favor do meio ambiente, além das devidas políticas públicas. 
As políticas públicas se constituem em ações, atividades e/ou programas desenvolvidos pelo Estado, direta ou indiretamente, com a participação de entidades públicas e privadas que visem assegurar o direito à cidadania de forma direta e difusa (que atinja esta e as gerações futuras) para determinado seguimento, seja econômico, cultural, étnico ou social.
Os movimentos sociais são movimentos de reivindicação das políticas públicas necessárias e, no nosso caso, são políticas públicas em face do meio ambiente. O movimento social pelas políticas públicas constrói a cidadania.
ASSIMILE
Os movimentos sociais, na prática, são a representaçãoda sociedade como organização, que os utiliza como instrumentos de ação num contexto histórico específico. O conflito de classe e os acordos políticos são, consequentemente, canais dos movimentos para atingir seus fins. 
As políticas públicas são ações, atividades e/ou programas desenvolvidos pelo Estado, direta ou indiretamente, com a participação de entidades públicas e privadas que visem assegurar o direito à cidadania de forma direta e difusa para determinado segmento, seja econômico, cultural, étnico ou social.
Referência: Responsabilidade social e ambiental - Benedita de Fátima Delbono

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