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APG 8 - “ 1. REVER A MORFOFISIOLOGIA DA TIREOIDE · Anatomia A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto). Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo. Comparada a outros órgãos do corpo humano é relativamente pequena ela. · Histologia Do ponto de vista histológico, a glândula tireoide consiste em numerosos ácinos estreitamente agrupados, denominados folículos, cada um deles circundado por capilares e estroma. Cada folículo é aproximadamente esférico, revestido por uma única camada de células epiteliais cuboides e preenchido com coloide, um material proteináceo composto principalmente pela tireoglobulina e pelos hormônios tireoidianos armazenados. Quando a glândula está inativa, os folículos são grandes, as células de revestimento são planas, e o coloide está presente em quantidade abundante. Quando a glândula está ativa, os folículos são pequenos, as células de revestimento são cuboides ou colunares, o coloide torna-se escasso, e as margens são recortadas, formando lacunas de reabsorção. Dispersas entre os folículos, encontram-se células parafoliculares (células C), que secretam calcitonina, um hormônio que inibe a ressorção óssea e diminui os níveis plasmáticos de cálcio. A ultraestrutura de uma célula epitelial folicular está ilustrada de modo esquemático na Figura 20-3. As células variam quanto à sua aparência, de acordo com o grau de atividade da glândula. As células foliculares repousam sobre uma lâmina basal. O núcleo é redondo e de localização central. O citoplasma contém mitocôndrias, retículo endoplasmático rugoso e ribossomos. O ápice tem um aparelho de Golgi distinto, pequenos grânulos secretores contendo tireoglobulina e quantidades abundantes de lisossomos e fagossomos. No ápice, a membrana celular é pregueada, formando microvilosidades. · Fisiologia A principal função da tireoide é produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos para atender ás demandas periféricas. Os dois principais hormônios são a tri-iodotironina ou T3 e a tetraiodotironina (tiroxina ou T4). As hormonas da tiroide ou hormônios tireoides (tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3)) são hormonas produzidas pela tiroide a partir de iodo e de um aminoácido denominado tirosina. *Uma importante característica estrutural dos hormônios tireoidianos é a posição dos iodos nesse arcabouço. T3 como 3 iodos e T4 com 4 iodos. A glândula tireoide também produz o hormônio calcitonina, que ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue (calcemia). As células parafoliculares produzem calcitonina em resposta ao alto nível de cálcio no sangue. As hormonas da tirdoide são essenciais para o correto crescimento e desenvolvimento, para a multiplicação e diferenciação celular de todas as células do organismo, principalmente do sistema nervoso central, do esqueleto e das raízes dentárias. Regulam também o metabolismo basal das proteínas, dos lípidos e dos hidratos de carbono. Exercem também um efeito permissivo na ação de outras hormonas e de neurotransmissores. · Formação e secreção dos hormônios tireoidianos. A tireoide é composta de grande números de folículos fechados, cheios por substância secretora, chamada de coloide, e revestidos por células epiteliais cuboides que secretam seus produtos para o interior dos folículos. As células foliculares da tireoide desempenham três funções: (1) coletar e transportar o iodo para o coloide; (2) sintetizar a tireoglobulina - uma glicoproteína de 660.000 Da, que é composta por duas subunidades e contém numerosos resíduos de tirosina- e secretá-la no interior do coloide; (3) liberar os hormônios tireoidianos a partir da tireoglobulina e secretá-los na circulação. O coloide é constituído, em sua maior parte, pela glicoproteína tireglobulina, cuja molécula tem hormônio tireoidiano. Uma vez que a secreção chega aos folículos, deve ser reabsorvida através do epitélio folicular para o sangue, para poder realizar sua função no corpo. Tanto o estresse quanto o frio estimulam a liberação de TRH (hormônio liberador de tireotrofina) pelo hipotálamo, que estimulam a liberação de TSH pela adeno-hipófise, que por sua vez, estimula a tireoide a liberar T3 e T4 que aumenta a taxa do metabolismo basal. No indivíduo normal, o hormônio tireoidiano circulante consiste em cerca de 90% de T4 , 9% de T3 e 1% de r13 (maneira biologicamente inativa de hormônio tireoidiano, também conhecida com tri-iodotironina reversa) estando a maior parte ligada a proteínas plasmáticas. A maior parte da atividade biológica dos HT provém dos efeitos celulares do T3, que tem maior afinidade pelo receptor do hormônio tireoidiano e é cerca de 4 a 10 vezes mais potente do que o T4. Uma vez liberados na circulação T4 e T3 se ligam, de maneira reversível, a 3 proteínas plasmáticas: globulina ligadora de tiroxina (TBG), transtirretina (ttr) e albumina. *apenas 0,004% de T4 e 0,4% do T3 circulam na sua forma livre, que é metabolicamente ativa. A tireoide é controlada pela atividade do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano. O TSH produzido pelas células tireotróficas da hipófise anterior, liga-se a receptores específicos nas células tireoidianas e estimula todas as etapas da síntese do T4 e T3, bem como sua liberação na glândula. A tiroide produz maioritariamente T4. A T4 atua como pró-hormona, relativamente pouco ativa, sendo depois convertida em T3, mais ativa. A conversão de T4 em T3 ocorre nas células sob o efeito da enzima deiodinase A síntese e a secreção do TSH, por sua vez, são inibidas pelo HT (feedback negativo) e estimuladas pelo hormônio liberador de tireotrofina TRH, produzido no hipotálamo. 2. DISCUTIR COMO OCORRE A REGULAÇÃO HORMONAL DA TIREOIDE · Regulação da secreção da tireoide A secreção dos hormônios tireoidianos é controlada pelo hormônio hipofisário tireotropina TSH. Um aumento na liberação de TSH pela adeno-hipófise promove, na tireóide, um aumento na captação de iodeto, na síntese de tireoglobulina e em diversas outras etapas na produção dos hormônios T3 e T4. Como resultado aumenta a síntese e liberação destes hormônios e o metabolismo basal celular, de modo geral aumenta. *A secreção de TSH, por sua vez, é estimulada pelo fator de liberação de tireotropina TRF, produzida no hipotálamo. Ocorre um mecanismo de feed-back negativo no controle de secreção dos hormônios tireoidianos: na medida em que ocorre um aumento na secreção dos hormônios T3 e T4, o metabolismo celular aumenta. Este aumento promove, a nível de hipotálamo, redução na secreção do TRF, o que provoca, como consequência, uma redução na secreção de TSH pela adeno-hipófise e, consequentemente, redução de T3 e T4 pela tireóide, reduziando o metabolismo basal celular. Feedback: o T3 é a principal molécula de feedback e o seu excesso diminui a secreção do TSH, o que por sua vez diminuirá a secreção tanto de T3 quanto de T4 . Metabolismo: a maior parte do T3 provém do T4, que perde uma molécula de iodo Transporte no sangue: ao chegarem no sangue, 99% do T3 e T4 se combinam imediatamente às várias proteínas plasmáticas, sendo a globulina e a albumina as principais. · Mecanismos de ação dos hormônios tireoidianos OS HORMÔNIOS TIROIDEANOS (HT) são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de vários órgãos e tecidos de vertebrados. Embora essa ação já ocorra no período embrionário, alguns desses órgãos e tecidos ainda são imaturos ao nascimento e têm um padrão de desenvolvimento temporal específico, o qual depende de um aporte adequado de triiodotironina(T3), o principal hormônio tiroideano. Dele também depende o crescimento, a diferenciação e a regulação da atividade e metabolismo desses mesmos órgãos e tecidos na vida adulta, razões pelas quais os hormônios tiroideanos são considerados essenciais para a manutenção da qualidade de vida. · T3 e T4 entram na célula pelo processo de difusão facilitada e após isso T4 se transforma em T3. · Os hormônios tireóideos ativam receptores nucleares, que estão localizados no próprio DNA ou nas proximidades e, quando ocorre a ligação hormônio-receptor, é estimulada a transcrição do DNA em RNA e logo em seguida a tradução do RNA em proteínas, em tecidos específicos. · Os hormônios T3 e T4 aumentam o metabolismo celular e com isso estimulam o consumo de oxigênio total da célula. O metabolismo celular ou atividade metabólica basal pode ser aumentada até 100% quando estes hormônios são secretados em grande quantidade. · Os hormônios tireóideos aumentam o tamanho das mitocôndrias e também o seu número, o que aumenta o número de ATP produzidos e para isto, estimulam o consumo de glicose e também de gordura. · Inibem o sistema nervoso simpático. · Estimulam o crescimento linear, o desenvolvimento e a maturação dos ossos. · Níveis baixos de T3 e T4 reduzem em até 60% o metabolismo basal. Níveis altos de T3 e T4 aumentam cerca de 60 a 100% o metabolismo basal, havendo maior produção de calor. · Efeitos dos hormônios tireoidianos. Crescimento -> o efeitos do hormônio da tireoide manifesta-se, principalmente nas crianças em fase de crescimento. Nas crianças com hipotiroidismo o crescimento sofre grande retardo e nas com hipertiroidismo, com frequência occre o crescimento excessivo do esqueleto, fazendo com que a criança fique bem alta em idade mais precoce. Outro efeito é de promover o crescimento e o desenvolvimento do cérebro no feto e nos primeiros anos de vida da criança. Metabolismo dos carboidratos e lipídios -> estimulam quase todos os aspectos do metabolismo dos carboidratos, incluindo a rápida absorção de glicose pelas células, maior absorção pelo sistema gastrointestinal e aumento de secreção de insulina. O aumento do HT diminui a quantidade de colesterol e triglicerídeos no sangue. Inversamente, a diminuição na secreção da tireoide aumenta muitos as concentrações de colesterol e triglicerídeos no sangue, causando, quase sempre, um depósito excessivo de gordura no fígado. *arteriosclerose Peso corporal -> um grande aumento da produção do HT quase sempre diminui o peso corporal, e grande redução da produção desse hormônio quase sempre aumenta o peso corporal. Porém, esses efeitos nem sempre ocorrem, pois o HT aumenta o apetite, e isso pode contrabalançar a alteração do metabolismo. Sistema cardiovascular -> o aumento do metabolismo nos tecidos provoca um maior consumo de oxigênio que o normal, fazendo com que uma quantidade maoir de restos metabólicos seja produzida. Esse efeitos causa vasodilatação na maioria dos tecidos do corpo, aumentando o fluxo sanguíneo, o débito cardíaco, sobrecarga severa ou uma insuficiência do coração. *O aumento do hormônio aumenta a frequência cardíaca, enquanto a redução diminui. Respiração -> o aumento do metabolismo, no excesso do HT, aumenta a utilização de oxigênio e consequentemente aumenta a produção de CO2, esse efeitos aumenta a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Sistema nervoso central -> em geral o HT aumenta a atividade cerebral, por outro lado a falta do HT lentifica esta função, deixando os indivíduos com hipot. Mais letárgicos no raciocínio e o indivíduo com hipert. Pode apresentar nervosismo extremo e muitas tendências psiconeuróticas. Músculos -> um pequeno aumento na quantidade de HT faz os músculos reagirem de maneira enérgica, mas quando a quantidade se torna excessiva, os músculos se enfraquecem, em virtude do acentuado consumo de proteínas, por outro lado, a falta faz com que os músculos fiquem lentos, fadigados. Sono -> causa exaustão muscular que o excesso de HT gera, somada á exaustão cerebral, o indivíduo com hipet. frequentemente apresenta uma constante sensação de cansaço, por outro lado a sonolência extrema é uma característica marcante do hiport. 3. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: HIPERTIREOIDISMO · Etiologia · Fisiopatologia · Manifestações clínicas HIPOTIREOIDISMO · Etiologia · Fisiopatologia · Tireoidite de Hashimoto · Bocio · Manifestações clínicas. APG 8 - “ 1. REVER A MORFOFISIOLOGIA DA TIREOIDE Ø Anatomia A tireoide ou tiroide é uma gl â ndula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior pesco ç o, logo abaixo da regi ã o conhecida como Pomo de Ad ã o (ou popularmente, gog ó ). É uma das maiores gl â ndulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto). Ela age na fun çã o de ó rg ã os importantes como o cora çã o, c é rebro, f í gado e rins. Interfere, tamb é m, no crescimento e desenvolvimento das crian ç as e adolescentes; na regula çã o dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na mem ó ria; na concentra çã o; no humor; e no controle emocional. É fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equil í brio e a harmonia do organismo. Comparada a outros ó rg ã os do corpo humano é relativamente pequena ela. Ø Histologia D o ponto de vista histol ó gico, a gl â ndula tireoide consiste em numerosos á cinos estreitamente agrupados, denominados fol í culos, cada um deles circundado por capilares e estroma. Cada fol í culo é aproximadamente esf é rico, revestido por uma ú nica camada de c é lulas epiteliais cuboides e preenchido com coloide, um material protein á ceo composto principalmente pela tireoglobulina e pelos horm ô nios tireoidianos armazenados. Quando a gl â ndula est á inativa, os fol í culos s ã o grandes, as c é lulas de revestimento s ã o planas, e o coloide est á presente em quantidade abundante. Quando a gl â ndula est á ativa, os fol í culos s ã o pequenos, as c é lulas de revestimento s ã o cuboides ou colunares, o coloide torna-se escasso, e as margens s ã o recortadas, formando lacunas de reabsor çã o . Dispersas entre os fol í culos, encontram-se c é lulas parafoliculares (c é lulas C), que secretam calcitonina, um horm ô nio que inibe a ressor çã o ó ssea e diminui os n í veis plasm á ticos de c á lcio. A ultraestrutura de uma c é lula epitelial folicular est á ilustrada de
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