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AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE CANDIDATURA CONCEITO A ação de impugnação ao registro de candidatura está prevista no art. 3 e seguintes da LC 64/90. Trata-se instrumento hábil para o indeferimento do pedido de registro da candidatura. A AIRC tem por objetivo o reconhecimento judicial da inelegibilidade do candidato, impedindo a sua candidatura, seja pela ausência de uma das condições de elegibilidade, seja pela incidência de alguma causa de inelegibilidade. LEGITIMIDADE ATIVA São legitimados para ajuizar AIRC: candidato; partido político; coligação; Ministério Público Eleitoral. Qualquer eleitor poderá noticiar alguma incidência de inelegibilidade de candidato ao Juiz Eleitoral. No entanto, não terá o eleitor legitimidade para o ajuizamento de da AIRC. De acordo com a súmula n 45 do TSE, nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa. O Ministério Público pode recorrer da decisão que deferiu o pedido de registro, ainda que não o tenha impugnado inicialmente. No entanto, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional. A petição inicial da AIRC não precisava ser subscrita por advogado, o que se exigia apenas na fase recursal. No entanto, o próprio TSE passou a exigir que o impugnante tenha representação processual, conforme art. 40, §1 da Res TSE 23.609/2019. LEGITIMIDADE PASSIVA São legitimados passivos os pré-candidatos que tenham incorrido em alguma causa de inelegibilidade, não tenham cumprido uma condição de elegibilidade ou que não tenham cumprido uma condição do registro. Não há litisconsórcio passivo entre o impugnado e seu partido ou coligação, mas nada impede que estes sejam assistentes do réu na referida ação. Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de candidatura. Nesse sentido, o art. 18 da LC n 64/90 dispõe que a declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice- Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO O prazo para a propositura da AIRC é de cinco dias, a contar da data da publicação do edital com a relação nominal dos pedidos de registro de candidatura. Haverá preclusão da matéria não impugnada em tempo hábil por AIRC, salvo se se tratar de matéria de cunho constitucional. Nesse caso, a inelegibilidade poderá ser arguida posteriormente através de recurso contra a expedição de diploma. Nos termos da súmula n 49 do TSE, o prazo para o Ministério Público impugnar o registro também se inicia com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação pessoal. COMPETÊNCIA A competência para o processamento e julgamento da AIRC dependerá do cargo pleiteado pelo pré-candidato. Dessa forma, a competência será do Juiz Eleitoral, quando tratar-se de pré-candidato ao cargo de Prefeito, Vice-Prefeito ou Vereador; do TRE, quando for pré-candidato ao cargo de Governador, Vice-Governador, Senador, suplente de Senador ou Deputado Federal, Estadual ou Distrital; e do TSE, quando for pré- candidato ao cargo de Presidente ou Vice- Presidente da República. PROCEDIMENTO Proposta a AIRC, os legitimados ativos deverão especificar, desde logo, os meios de provas que pretendem produzir. O impugnante deve arrolar diretamente as testemunhas, em número máximo de seis. Após, será aberto o prazo de sete dias para contestação do impugnado. Na contestação, deverão constar os documentos e provas da defesa. Decorrido o prazo para a contestação, serão designados os quatro dias seguintes para inquirição das testemunhas do impugnante e do impugnado. Ouvidas as testemunhas, o Juiz ou o Relator irá proceder, nos cinco dias subsequentes, a todas as diligências que entender necessárias, de ofício ou a requerimento das partes. Encerrado o prazo, os autos serão conclusos ao Juiz para sentença. Tratando-se de eleição municipal, o Juiz Eleitoral terá três dias para proferir sentença. Nas eleições gerais, aplica-se a regra do art. 10 da LC n 64/90, Assim, recebidos os autos na Secretaria do TRE, estes serão autuados e apresentados no mesmo dia ao Presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional Eleitoral pelo prazo de dois dias. Findo o prazo, com ou sem parecer do Ministério Público, os autos serão remetidos ao Relator que os apresentará em mesa para julgamento em três dias, independentemente de publicação em pauta. Caso já tenha sido deferimento o registro, haverá o seu cancelamento. Se o candidato já tiver sido diplomado, será declarado nulo o diploma. Até 20 dias antes da eleição, todos os pedidos de registro de candidatura devem ter sido julgados. Contudo, esta regra só se aplica às instâncias ordinárias, conforme dispõe o art. 16, § 1 da Lei n 9.504/97. Referência Bibliográfica: CORREA, Bruno Gaspar de Oliveira; Direito Eleitoral; 2ª edição; Brasilia; CP Iuris; 2021.
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