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Distúrbios ácido-base e hidroeletrolíticos Junyara Souza 2 DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE: pH adequado é essencial para a manutenção das reações químicas 90% dos pacientes críticos apresentam distúrbios ácido-base Equilíbrio ácido-base: Metabolismo de carboidratos e lipídios liberam ácidos: · Carboidratos/lipídios – CO2 + H2O ↔ H2CO3 (ácido carbônico) · Proteínas – ácidos não carbônicos (ex. NH4+, H2SO4) Regulações dos íons H+ (liberação por respiração e excreção renal): · Sistema tampão químico intra e extracelular · Controle parcial da PaCO2 do sangue por alterações na Frequência Respiratória · Controle da [HCO3-] por alteração da excreção renal de íons H+ Sistemas tampões: Alteração aguda (excesso de H+) – fases: 1. Tampão Extracelulares (HCO3 / proteínas): imediato 2. Intracelulares (Hemoglobina / céls. em geral) e ósseo): 2-4 horas 3. Pulmões (↓pCO2): minutos a horas 4. Rins (↑ excreção renal de H+): horas a dias Gasometria arterial: Coleta direta por artéria periférica (radial, femoral – artérias compressíveis – se sangrar consegue comprimir). Gasometria de artéria radial: palpa pulso radial, entra a 30-45° da pele, preferencialmente com agulha de insulina. Gasometria de artéria femoral: palpa o pulso femoral abaixo do ligamento inguinal. Cuidado com a veia femoral. RESPOSTA IMEDIATA! pH: 7,35-7,45 Acidemia: pH arterial abaixo do valor normal; Alcalemia: pH arterial acima do valor normal; Acidose: processo que reduz o pH, por ↓HCO3- e/ou ↑PaCO2; Alcalose: processo que eleva o pH, por ↓HCO3- e/ou ↓PaCO2. Distúrbios ácido-básico primários (ou simples): Acidose metabólica (↓ HCO3- → ↓ pH) Alcalose metabólica (↑ HCO3- → ↑ pH) Acidose respiratória (↑ pCO2 → ↓ pH) Alcalose respiratória (↓ pCO2 → ↑ pH) pH: 7,35-7,45 PCO2: 35-45mmHg PO2: 80-100mmHg SO2: 95-99% BE: -2 a +2 HCO3-: 22-26 mEq/L Lactato: ≤2 mmol/L PO2/FiO2: > 400 Casos clínicos: 1) 48 anos, sexo feminino, choque séptico de origem abdominal. pH 7,15, PCO2 18mmHg, HCO3- 6mEq/L: acidose metabólica! Quando há acidose metabólica, o paciente começa a hiperventilar (PCO2 baixo) para gerar uma alcalose respiratória e compensar. 2) 60 anos, sexo feminino, vômitos pós-QT, pH 7,54, PCO2 53mmHg, HCO3- 42mEq/L: alcalose metabólica. PCO2 subindo para tentar compensar o distúrbio primário. 3) 56 anos, sexo feminino, DPOC com diarreia, pH 7,08, PCO2 80mmHg, HCO3- 24mEq/L: DPOC é doença crônica, pensa na agudização. Acidose metabólica: Anion Gap (acúmulo de H+ versus perda de HCO3-) · AG = Na+ - (Cl- + HCO3-) · Normal < 12 · Acidose metabólica com AG alto → ↑ produção de H+ · Acidose metabólica com AG normal ou baixo → perda excessiva de HCO3- Ânion GAP alto: · Acidose láctica (sepse, choque) · Cetoacidose (diabética, alcoólica, jejum) · IRC · Rabdomiólise · Intoxicações exógenas (etanol, etilenoglicol, AAS) · Ingestão de metanol, polietilenoglicol, · etilenoglicol, isoniazida · Envenenamento por salicilatos · Uremia/insuf renal Ânion GAP normal ou baixo (reabsorção de Cl-) · Perdas digestivas (diarreia, fístulas entéricas / pancreática / biliar) · Perdas renais (acidose tubular renal, IRC inicial) Aumento da produção de H+ ou perda excessiva de HCO3- TRATAR CAUSA/DOENÇA DE BASE!!!! Correção com NaHCO3 a 8,4% ou 10% se pH < 7,15 · Déficit de HCO3 (mEq) = peso corporal (kg) x 0,3 x BE · Repor ½ do déficit em 30 min Respiração de Kussmaul: respiração profunda e rápida!! Alcalose metabólica: DAB mais frequente em pacientes hospitalizados ↑pH secundário a ↑HCO3-, associado a hipoventilação compensatória (↓pCO2) Causas: · Perda de H+ pelo TGI (vômitos ou SNG) · Perda de H+ pela urina (diuréticos, mineralocorticoides, hipercalcemia / hipoparatireoidismo) · Influxo de H+ para o meio intracelular (na hipoK) · Retenção de HCO3- (transfusão sanguínea maciça, admin de HCO3) Clínica: · Astenia, câimbras, hipotensão postural, polidipsia, poliúria, parestesias e espasmos musculares · Arritmias cardíacas, angina, hipocalemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hipopotassemia · Hipoventilação com hipercapnia, depressão do nível de consciência, convulsões, torpor TRATAR DOENÇA/CAUSA DE BASE!!!! Se necessário repor cloreto (soluções de NaCl e KCl), suspender diuréticos, adm. antieméticos e bloquear secreção gástrica. Acidose respiratória: ↓ eliminação de CO2 pelos pulmões (hipoventilação) · Origem central (AVE, intoxicação exógena, coma em geral) ou · Origem pulmonar (DPOC, pneumonias, atelectasia, pneumotórax, COVID-19) pCO2 > 60mmHg, pO2 < 50mmHg – insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo I) ou ventilatória (tipo II) Tratamento: Melhora da ventilação alveolar – manobras mecânicas, VNI, intubação traqueal Alcalose metabólica: Hiperventilação decorrente de causas psicogênicas, estados hipermetabólicos (febre, tireotoxicose, delirium tremens), sepse, ventilação artificial excessiva e hipoxemia; Sintomas: tonturas, parestesias, irritabilidade, tetania ou síncope; TRATAR DOENÇA/CAUSA DE BASE!!!! Não tem tratamento específico DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS: Água corporal: 50-70% do peso corpóreo 5-10% da água corporal é perdida e reposta diariamente Ganhos – ingestão (bebidas 80% e alimentos 20%) e produção endógena na cadeia respiratória (250-350mL/d) Perdas: · Insensíveis (por evaporação): PELE – 450-1900mL/d (até 5L/dia em grandes queimados). PULMÕES – 250-350mL/dia · Fezes – 100-200mL/dia · Suor (eliminar calor, mantendo a temp corpórea) – 455-3630mL/dia · Urina (controle ativo pelos rins) – 500-1000mL/dia (até 20L) Ingestão de água recomendada – mínimo 1-2L/dia (adultos sedentários em clima temperado) (homens > mulheres) (não vale para atletas ou trabalhadores que realizam esforço físico em climas quentes). Melhor de 2-3L de água por dia para não haver deficiência. Deficiência aguda ou crônica de água pode prejudicar a saúde e/ou o desempenho físico e mental. Qualquer excesso de água é facilmente eliminado pelo rim. Distribuição de água corporal: Adulto 70 Kg – 60% de água · 40% – intracelular · 20% – extracelular · Intersticial (15%) · Intravascular (plasma) (5%) · *Transcelular (±2L) Distribuição de água e eletrólitos: Sódio (Na+) é o principal cátion extracelular (rabdomiólise – hipernatremia) Potássio (K+) é o principal cátion intracelular EQUILÍBRIO pela Bomba Na-K-ATPase Distribuição de água: · Pressão hidrostática nos vasos sanguíneos · Pressão oncótica – plasma e interstício · Permeabilidade das paredes vasculares Distúrbios hidroeletrólitos: · Pacientes críticos · Vítimas de trauma ou grandes queimaduras · Sépticos · Insuficiência cardíaca ou renal · Quimioterapia · Atletas de alto desempenho (lesão celular) · Uso de diuréticos, ↑reposição volêmica, diarreias agudas etc. Distúrbios do sódio: 135-145mEq/L Principal cátion extracelular Concentração mantida pela bomba Na-K-ATPase. Hiponatremia é o DHE mais frequente em pacientes hospitalizados e está associado a aumento da mortalidade Hiponatremia: Na < 135mEq/L Mais excesso de água que déficit de sódio!!! Gravidade depende da velocidade de instalação (crônicos – adaptação cerebral e menor lesão tecidual) Casos agudos (<48h) e graves (<125mEq/L) necessitam correção de emergência Hiponatremia verdadeira: osmolaridade sérica baixa (<280mOsm/L) Se osmolaridade normal ou alta (>295mOsm/L): pseudo-hiponatremia Sintomas da hiponatremia aguda: náuseas, vômitos, letargia, cefaleia, câimbras, desorientação, convulsão, coma, insuficiência respiratória, EAP não cardiogênico; Sintomas da hiponatremia crônica: normalmente não tem sintomas. Pode ter fadiga, náuseas, tontura, alteração da marcha, confusão, letargia, câimbras. Causas hipervolêmicas: É a principal. ICC, síndrome nefrótica, insuficiência hepática, gestação. · Tratamento: restringir líquido e excretar o excesso de água (diuréticos de alça, vaptans – inibidores dos V2 da vasopressina); Causas hipovolêmicas: perdas GI, sudorese excessiva, sangramentos, perdas renais. · Tratamento: reposição volêmica; Causas normovolêmicas: sódio baixo e água normal. Deficiência de cortisol, deficiência de hormônio tireoidiano, SIHAD (secreçãoinapropriada do hormônio antidiurético). · Tratamento: repor hormônio deficiente suspender diuréticos tiazídicos e outros fármacos que causem a SIHAD. Alteração do estado mental, obnubilação e coma, convulsões (Na<120mEq/L). Tratamento: · Salina normal e restrição de água livre (800ml/dia) · Repor hormônio que esteja deficitário · Otimizar tratamento da doença de base · Velocidade de correção < 10-12mEq/L nas primeiras 24h – reposição lenta para não levar a complicação neurológica (mielinólise pontina) Hipernatremia: Na >145mEq/L Perda de água livre. Pessoas sem acesso a água ou diabetes insipidus Letargia, fadiga, reflexos tendinosos hiperativos, convulsão e coma (Na>158mEq/L) Administração de água livre (Soro Glicosado 5%) ou NaCl 0,45%. Distúrbios do potássio: K: 3,5-5,5 mEq/L Principal cátion intracelular (2% no extracelular) Gradiente IC x EC → excitabilidade nervosa e muscular, incl. miocárdica Excreção 80% (renal) x 20% (intestinal/glândulas sudoríparas) Influenciado por: · Equilíbrio ácido-básico (troca de H+ por K+ entre o meio intra e extracelular) · Quantidade total de potássio total corporal (K+ intracel pode estar depletado, p. ex. nacetoacidose) Hipocalemia: K+ < 3,5mEq/L Aporte inadequado (desnutrição prolongada) Perda excessiva · Gastrintestinal – vômitos, diarréia, SNG aberta, fístulas intestinais, laxantes, enemas · Urinária – diabetes melito, manitol, furosemida, diuréticos tiazídicos · Hiperaldosteronismo (adenoma/carcinoma suprarrenal, doença de Cushing, tumores produtores de ACTH) · Outros – sudorese, queimaduras, anfotericina B, polimixina B Desvio de K+ para o intracelular · Insulina + glicose · Tireotoxicose · Agonistas beta-adrenérgicos · Correção aguda de acidose (ou na alcalose aguda) etc. Alcalose prolongada por perdas gástricas de HCl e K+ (acidúria paradoxal – eliminação renal de H+ para poupar K+) Alterações ECG (onda T plana ou invertida, ↑onda U, arritmias cardíacas) Mialgia, cãibra, fraqueza muscular, paralisia, íleo paralítico, poliúria, arritimias cardíacas e até PCR!!! Tratamento: · Tratar causa subjacente · Corrigir Ca, P, Mg se alterado · Reposição: oral - Xarope KCl 6% - 10-20mL VO 8/8h ou 6/6h. Venosa – Ampola KCl 10% (1,34 mEq/mL) ou KCl 19,1% (2,5mEq/L) · Classificação x Tratamento: · Leve 3,0-3,5mEq/L – reposição oral ou venosa (60mEq/dia) · Moderada 2,0-3,0mEq/L – reposição venosa (100mEq/dia) · Grave <2mEq/L – reposição venosa 40-60mEq/L até 2mEq/L Hipercalemia: K+ > 5,5 mEq/L Aumento do aporte: · Líquidos venosos ricos em K+, concentrado de hemácias > 5 dias · Penicilina potássica, substitutos do sal, suplementos nutricionais ↓ excreção: Insuficiência renal, hipoaldosteronismo, espironolactona, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), heparina, indometacina, ciclosporina; Desvio de K+ para o extracelular: Rabdomiólise, acidose, deficiência de insulina, propranolol, succinilcolina, digitálicos. Arritmias cardíacas e até parada cardiorrespiratória. Dosagem sérica + ECG. Tratamento: · Corrigir causa/retirar drogas hipercalemia · Resina de troca (poliestirenossulfonato de cálcio) 15-30g VO ou VR 6/6h ou 8/8h (troca K+ por Ca++) · SLIDEEEEEEEEEEEE Se ECG alterado, correção de urgência: · Gluconato de cálcio a 10% - 10-30mL IV lentamente (estabiliza a membrana celular do CORAÇÃO) · Bicarbonato de sódio a 8,4% – 50-100mL IV (desvia K+ para o intracelular) · Solução polarizante (insulina + glicose) – desvia K+ para o intracelular · Nebulização com beta2-agonista (ex. fenoterol) – desvia K+ para o intracelular · Furosemida – excreção renal de K+ · Diálise Distúrbios do cálcio: VR: 8,5-10,5 mg/dL Fonte: dieta (absorção pelo TGI sob influência da vitamina D) 50% do Ca++ plasmático está ligado às proteínas Cálcio ionizado (Ca++) – VR: 1,0-1,4 mmol/L Hipoalbuminemia: cálcio total está reduzido, cálcio ionizado não Excreção: Ca++ livre é filtrado nos rins, 95% é reabsorvido no túbulo proximal e na alça de Henle. Regulação hormonal: · Paratormônio (PTH) – na hipocalcemia, liga-se a receptores nos ossos (↑reabsorção óssea) e túbulos renais (↓excreção renal) · Vitamina D (pele e dieta) – aumenta absorção de Ca++ e fósforo no TGI Hipocalcemia: <8,5 mg/dL ou ionizado < 1mmol/L ↓ secreção ou ação do PTH: · Hipoparatireoidismo 1º ou 2º (cirurgia ou trauma cervical, iodo radioativo, doença infiltrativa (hemocromatose, câncer), neonatal, sepse, queimaduras, hipo/hipermagnesemia, pancreatite, rabdomiólise, pós-hiperCa++ ↓síntese ou ação da vitamina D · Baixa ingestão, má absorção, doença hepática ou renal, hipomagnesemia, sepse, rabdomiólise, pseudo-hipoparatireoidismo Precipitação/ação quelante sobre o cálcio · Fosfato, citrato, EDTA, albumina, embolia gordurosa, pancreatite, sepse, protamina ↓do turnover ósseo · Calcitonina, cisplatina, bifosfonatos Clínica: Sintomas geralmente se cálcio < 7,0-7,5mg/Dl Aguda: · Neuromuscular – tetania, mialgia, câimbras, disfagia · Psiquiátrico – ansiedade, irritabilidade, psicose, demência · Cardíaco – prolongamento do ST, aumento do QT, ondas T invertidas, miocardiopatia Crônica: osteomalácia Insuflação de manguito - ↑P venosa – espasmo (sinal de Trousseau) Estimulação do nervo facial – espasmo facial ipsilateral (sinal de Chvostek) Hiperreflexia Laringoespasmo, broncoespasmo, convulsões e papiledema Tratamento: · Cálcio corrigido (mg/dL) = cálcio medido (mg/dL) – [albumina (g/dL) – 4] x 0,8 – REPOSIÇÃO LENTA!!! A REPOSIÇÃO RÁPIDA PODE LEVAR À ARRITMIA · Tratar causa subjacente · Tratar hiperfosfatemia associada · Corrigir déficits de K+, Mg++ e vitamina D · Gluconato de cálcio 10% - 20mL IV em 20-30min (hipotensão ou arritmias cardíacas) Hipercalcemia: > 11mg/dL ↑ aporte de cálcio, ↓ excreção de cálcio, ↑ reabsorção óssea, inibição da formação de osso Causas · Hiperparatireoidismo e malignidades (80%) · Doenças granulomatosas – tuberculose, sarcoidose, hanseníase · Hipercalcemia hipocalciúrica familiar · Fármacos – lítio, estrogênios ou androgênios, tiazídicos, excesso de vitamina D ou A · Imobilização prolongada, NPT, IRA e IRC, tireotoxicose Sintomas GI (anorexia, náuseas, vômitos, dor abd e constipação intestinal) Fadiga, letargia, fraqueza muscular Diabetes insipidus nefrogênica, úlcera péptica, nefrocalcinose, pancreatite, HAS > 16mg/dL – psicose, alucinações, estupor e coma ECG – intervalo QT curto, arritmias cardíacas Distúrbios do magnésio: VR: 1,8-2,3mg/dL Maior parte intracelular ou óssea Funções · Cofator enzimático · Metabolismo energético celular · Estabilização de membranas · Condução nervosa · Transporte iônico · Atividade dos canais de cálcio Regulação renal (95% Mg++ filtrado é reabsorvido) e outros fatores (PTH, calcitonina, glucagon, vasopressina, DAB e depleção de K+) Hipomagnesemia: Mg < 1,8 mg/dL Grave < 1 mg/dL Causas (perdas digestivas, perdas renais, redistribuição, endócrinas, outras): · Diarreia ou vômitos, má absorção, esteatorreia, resseção intestinal extensa, síndrome de realimentação, fístula intestinal, SNG · Diuréticos (alça e tiazídicos), ciclosporina, aminoglicosídeos, anfotericina B, IBP, digoxina, insulina · Hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, SIHAD, hiperaldosteronismo, DM · Cirurgia, trauma, infecção/sepse, pancreatite aguda, queimaduras, HTF (citrato), · desnutrição, etilismo Clínica: · Maioria assintomática (e associada a hipoCa ou · hipoK) · Hiperexcitabilidade neuromuscular (sinais de Chvostek e Trousseau +), convulsões, coma e até óbito · Arritmias ventriculares (Torsades de Pointes) Tratamento: · Casos graves e sintomáticos – IV lento · MgSO4 a 10% ou 50% diluir p/ 20% e infundir em 4-6h · 50% da dose será excretada na urina Hipermagnesemia: > 2,3 mg/dL Moderada (4-12mg/dL) – náuseas, vômitos, reflexos profundos abolidos, hipotensão, bradicardia, alteração ECG (↑PR, ↑QRS) Grave (>12,5-32mg/dL) – IRpA, hipotensão refratária, bloq AV, PCR e morte Causas: insuficiência renal e iatrogênica Tratamento: · Assintomáticos – restrição de magnésio, diuréticos de alça, diálise · Graves – cloreto ou gluconato de cálcio IV em 5-10 min Distúrbios do fósforo:VR: 2,7 – 4,5 mg/dL Principal ânion intracelular – fosfato Ossos e tecidos moles, só 1% no extracelular Geralmente assintomática!!! Funções · Composição óssea · Composição da membrana celular (fosfolipídios) · Condução nervosa · Função muscular · Reações corporais que exigem energia (compõe o ATP) Pacientes críticos – maior demanda de fósforo (hipermetabolismo) Hipofosfatemia: < 2,7 mg/dL Causas: · Desnutrição · ↓reservas ou administração de fosfato, NPT pobre em fosfato · Alcalose (resp ou metab) · Cetoacidose diabética, alcoolismo, vômitos ou perda gástrica · Medicações (insulina, diuréticos, antiácidos, sucralfato) Clínica: · ↓ contratilidade diafragmática e IRpA, hipóxia tecidual · ↓ contratilidade miocárdica · Paralisia, fraquezas, parestesias · Disfunção neurológica, convulsões e morte Tratamento: · Reposição oral/enteral/NPT · Se sintomática, moderada ou grave – fosfato de potássio ou de sódio IV em 4-6h Hiperfosfatemia: > 4,5 mg/dL Causas: · Insuficiência renal (+) · Iatrogênica (ex. NPT ou dieta enteral) · Laxantes · Toxic da vitamina D · Anfo B lipossomal · Acidose (metab/resp), hemólise, rabdomiólise · Hipoparatireoidismo Clínica: · Precipitação de fosfato de cálcio · Tetania e outras manif de hipocalcemia · Depósito de cristais e lesões em tecidos moles e órgãos Tratamento: · Quelantes de fosfato · Iônicos (sais de magnésio, alumínio) ou · Não-iônicos (sevelamer)
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