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Distúrbios Hidroeletrolíticos Aluna: Júlia Micheli Perez Abril 2021 Osmolaridade plasmática Osmolaridade efetiva Osmolaridade Balanço hidroeletrolítico externo Relação de líquidos e eletrólitos X exceção pelos rins e TGI, pele e pulmões Ingesta média: 2 L BH negativo -> sede Perda suor : 500 ml/ dia Perda fezes : 100-150 ml/ dia Balanço hidroeletrolítico externo Mecanismo de regulação do BH Balanço hidroeletrolítico externo Mecanismo de regulação do BH Envolve: ADH, renina angiotensina aldosterona, peptídeo natriurétricos atritais (ANP) e cerebrais (BNP) e outros hormônios secundários envolvidos Produzido no hipotálamo Armazenado na hipófise posterior Liberado mediante elevação da osmolaridade hormônio antidiurético -> reabsorve água Mecanismo de regulação do BH Balanço hidroeletrolítico externo Hormônio antidiurético Mecanismo de regulação do BH Hormônio antidiurético AUMENTAM O ADH Hipovolemia/hipotensão Acidose metabólica ACTH/ Angiotensina II Exercícios REMIT O que diminui ADH: Noradrenalina, Haloperidol, Prometazina, Glicocorticóides, ANP Renina -> produzida no córtex renal, controlada pela PA e sódio Angiotensina II e III -> potentes vasoconstrictores; estimulam liberação de aldosterona A aldosterona reabsorve Na e água na urina e elimina K Mecanismo de regulação do BH SRAA Distúrbios Hidroeletrolíticos; Distúrbios da água Causas de desidratação : hemorragia, queimadura, vômitos, diarreia, sudorese Manifestações: sede, boca seca, oligúria , turgor da pele Excesso de água: disf. Renal, cirrose, intoxicação hídrica Distúrbios dos eletrólitos Sódio Potássio Cálcio Magnésio Fósfato Distúrbios Hidroeletrolíticos Distúrbios do Sódio Predominante no LEC VN: 135-145 mol/L Hiponatremia < 135 mmol/L Hipernatremia > 145 mmol/L Hiponatremia Concentração plasmática < 135 mmol/L Geralmente assintomática (<125 - sintomas) Excesso de água - E se beber muita agua? Capacidade de eliminação diária : >10 L/dia Fisiologia da Hiponatremia Inabilidade de suprimir o ADH Gera hiposmolaridade plasmática: deslocamento de água para o cérebro levando a edema Mecanismo de adaptação a osmois (taurina) e liberação para o LEC (48h) Aguda (<48h): sintomas mais graves, não tem adaptação Crônica (>48h): sintomas mais leves, da tempo de adaptar Hiponatremia Manifestações clínicas Assintomáticos Edema cerebral Náuseas, vômitos , cefaleia, sonolência, confusão, desconforto respiratório, convulsão e coma Gravidade: depende da vel de instalação (<48h) e intensidade (<125 mEq/L) Fatores de risco: mulheres , jovens , crianças, hipóxia , alcoolismo Classificação das Hiponatremias Gravidade dos sintomas Tempo de instalação Intensidade Moderada: náuseas, cefaleia e confusão Aguda (<48h) e crônica (>48h) Hipotônica (<275 mOsm/L) Isotônica ( 275-295 mOsm/L) Hipertônica (>295 mOsm/L) Osmolaridade Leve (130-134) Moderada (125-129) Grave (<125) Hiponatremia isotônica É uma pseudohiponatremia Osmolaridade plasmática normal ( 275-295 mOsm/L) Presença de proteínas séricas ou lipídeos Não tem repercussão clínica importante Hiponatremia Hipertônica Osmolaridade plasmática aumentada (>295 mOsm/L) Hipertonicidade devido a outro soluto (hiperglicemia, manitol...) Se ⬆️ 100 mg/dl de glicemia ⬇️ 1,6 mEq/L de Na Hiponatremia Hipotônica Hiponatremia hipovolêmica Osmolaridade < 275 mOsm/L e VEC diminuído Hipotensão ortostática , taquicardia Ocorre a perda de Na Perda extra renal Na urinário < 20 mEq/L Vômitos e diarreia Pancreatite e obstrução intestinal Perda renal Na urinário > 40 mEq/L Diurético tiazídico Diurese osmótica Sínd. Perdedora de Na Hiponatremia Hipotônica Osmolaridade < 275 mOsm/L e VEC aumentado Aumento da água corporal total Insuf. Cardíaca Cirrose DRC / sind. nefrótica Hiponatremia hipervolêmica Hiponatremia Hipotônica Osmolaridade < 275 mOsm/L e VEC normal Hiponatremia Normovolêmica SIADH Secreção inapropriada do ADH Hiponatremia com urina concentrada Aumento Na urinário >40 mEq/L Aumento osmolaridade urinária > 100 mOsm/L Euvolemia Causas: encefalite, meningite, pneumonia, BK, neoplasia, linfoma, antidepressivo.. ⬆️ ADH Retenção de Água livre Diminui Na plasmático Aumento Na urinário e osm ➡️ ➡️ ➡️ Marina Ramalho (MR) - Sínd. Perdedora de Sal Causas neurológicas: TCE, HSA, pós operatório Aumento de BNP Hiponatremia com urina concentrada Hipovolemia Aumento Na urinário (> 40mEq/L) e osmolaridade U (>100) Função renal, tireoidiana , adrenal normais Marina Ramalho (MR) - Tratamento Hiponatremia Assintomático e Na>120 mEq/L Hipovolêmica: sol isotônica Hipervolêmica: restrição hídrica e diurético de alça Euvolêmica: restrição hídrica e lítio ou demeclociclina ( combater o ADH) Tratamento Hiponatremia Reposição com salina hipertônica 3% Reposição lenta : 0,5 mEq/L/h nas próximas 24-48 h Se grave, pode repor 1 mEq/L/h nas 3 horas e depois 0,5 mEq/L/h nas 21h Dosar Na 2/2 h Após 6 horas com melhora clínica e dos níveis -> sol isotônica Sintomático e Na<120 mEq/L Tratamento Hiponatremia Variação de sódio Salina 0,9% 154 mEq Salina 3% 513 mEq Salina 5% 855 mEq RL 130 mEq Tratamento Hiponatremia Caso clínico: paciente sexo masculino, 60 anos, 70 kg, evoluiu após RTU de próstata com convulsão no SRPA. Recebeu 20 L de sol de irrigação. Na plasmático 112 mEq e glicemia 180 mg/dL. 1º) calcular a osmolaridade plasmática -> 2 Na + glic/18 2. 112 + 180/10 = 234 Então é Hiponatremia hipotônica ( VN 275-295) 2º) olhar o VEC -> euvolêmico 3º) tem sintomas? Repor sódio TTO: salina 3% + furosemida Tratamento Hiponatremia Variação do Na 513- 112 / 0,6x70 + 1 -> 9,32 1L de salina3% - 9,32 mEq Mielinólise Pontina Hipernatremia Na >145 mEq/L Sempre hipertônica Pac consciente -> protegidos pelo mecanismo da sede -> ativam osmorreceptores -> secreção de vasopressina Hipovolêmica 95% Perda H2O> Na Perdas renais: diuréticos, diurese osmótica Extra renais: vômitos, diarreia Euvolêmica Perda de H2O livre Diabetes insípidos neurogênica ou nefrogênica e perdas insensíveis Hipervolêmica Sobrecarga de vol com Na alto Sind cushing Hipernatremia Manifestações clínicas Depende da velocidade de instalação e valor 320 mOsm/L Sede, desidratação, agitação, confusão mental 340 mOsm/L espasmos musculares, hiperreflexia, coma 360 mOsm/L apneia e PCR Hipernatremia Hipernatremia Tratamento Diabetes insípidos central: desmopressina 5-20 mcg 2x dia IM Diabetes insípidos nefrogênica: suspender droga, usar tiazidico e amilorida Hipernatremia Hipervolêmica: suspender administração de sódio, repor água livre e administrar diurético Se instabilidade hemodinâmica, iniciar com salina isotônica A meta é reduzir 0,5 mEq/L nas primeiras 24 horas Se aguda pode diminuir 1 mEq/L em 6 h Hipernatremia Caso clínico: paciente sexo masculino, 60 anos , em ventilação mecânica vítima de TCE, com Na sérico 160, osmolaridade urinária 250 mOsm/L. Qual tratamento ? Distúrbios do Potássio VN: 3,5-4,5 mEq/L 98% intracelular Alta reabsorção nos túbulos próximas e limitada na porção final do néfron Responsáveis pelo potencial de repouso e de ação entre as membranas Estabilidade de cels excitáveis: neurônios e fibras musculares Hipocalemia K< 3,5 mEq/L Etiologias Deslocamento do LEC-> LIC ( alcaloide, insulina, B2 adrenergico) Hipomagnesemia Perdas TGI ( K uri < 20 mEq/L): vômitos e diarreia Perdas renais ( K uri > 40 mEq/L) Pac normotensos: tiazidicos, diuréticos de alça, diurese osmótica, gentamicina , anfotericina B Pac hipertensos: hiperaldosteronismo Hipocalemia Manifestações clínicas Leve 3 mEq/L: assintomático Moderada 2,5- 3 mEq/L: fadiga, fraqueza muscular, cãibras Grave <2,5 mEq/L: constipação, rabdomiólise, mioglobinúria, arritmias Hipocalemia Tratamento deve se basear na causa, gravidade, sintomatologia e ECG Deficit corporal de K= (4- K sérico ) x 5 x peso 1 ampola de KCL 19,1% tem 25 mEq Nunca diluir em SG 5% - libera insulina e desvia o K parao LIC Se refratário , pensar em hipomagnesemia Tratamento Hipercalemia K> 5,5 Fatores de risco: diabetes, DR , uso de IECA, aldosterona Etiologias Pseudo hipercalcemia : garroteamento com hemólise, plaquetas e leucocitose Deslocamento do LIC para o LEC: acidose, exercício, rabdomiolise, hemólise maciça, deficiência de insulina, hiperosmolaridade Drogas: BB, digoxina, succinilcolina, ciclosporina, Suplemento oral IRA ou DRC Hipoaldosteronismo : doença de Addison, IECA, BRA e poupadores de K Hipercalemia Depende do nível sérico e velocidade de instalação Leve (5,5-6,4) assintomático Moderado (6,5-7,4) início dos sintomas Grave (>7,5) fraqueza muscular, paralisia, distensão abdominal, diarreia, arritmia, PCR Manifestações clínicas Hipercalemia Se ECG alterado: estabilizar com gluconato de cálcio a 10% (10-20 ml em 5 min). Repetir em 10 min. Duração do efeito 60 min Objetivo: desviar o K do LEC para o LIC Tratamento B2 agonista adrenergico Fenoterol ou salbutamol 10-20 gotas em 5 ml SF 0,9% de 4/4 horas Início de ação 15-30 min Duração 2-4. Horas Solução polarizante-> 1 U de insulina regular para 5g de glicose 10 U + 100 ml glic hipertônica 50% Correr em 20-60 min Início de ação 15-30 min Duração 4-6 horas Hipercalemia 3. Administração IV de bicarbonato de sódio 8,4% 1 mEq/L de 4/4 h Início 15-30 min Duração 1-2 h 4. Aumentar a excreção de K Furosemida IV 1mg/kg de 4/4 horas Sorcal 15-30 g em 100 ml de manitol VO de 6/6 h 5. Diálise Distúrbios do cálcio Importante na contratação muscular, coagulação, condução cardíaca, glicólise, gliconeogênese, transporte iônico ... Influenciam a concentração: paratormônio, vit D, íon cálcio , fosfato 45% ligado a proteínas plasmáticas, 15% ligados a ânions e 40% livre ou ionizado (forma ativa) Ca ionizado VN 4,5-5,25 Ca total VN 8,5-10,5 Se ⬇️ 1g de albumina sérica , ⬇️ 0,8 mg de Ca sérico Acidose ⬇️ ligação entre ca e albumina Hipocalcemia Com PTH baixo Hipoparatireoidismo por remoção cirúrgica Doença auto imune Secreção anormal Com PTH alto O PTH tenta mobilizar os rins e ossos Tenta aumentar produção de vit D Condições clínicas: hiperfosfatemia, hipomagnesemia, metástases ósseas, pancreatite aguda, sepse Sintomas: convulsão, tetania, laringoespasmo, prolongamento QT, FA Tratamento : Agudo: gluconato de Ca IV (1-2 g em 50 ml de SG 5% em 10-20 min) Crônico: cálcio VO e vit D Hipercalcemia Causas: reabsorção óssea, absorção do TGI excessiva, exceção renal diminuída A hipervitaminose D aumenta absorção intestinal de Ca e reabsorção óssea 90% dos casos: hiperparatireoidismo 1º e neoplasias < 12 mg/dL assintomático ou inespecífico -> TTO expectante 12-14 mg/dL poluiria , polidipsia, desidratação, anorexia, náuseas, fraqueza muscular -> hidratação salina e bifosfonados > 14 mg/dL sintomas graves -> calcitonina e hemodiálise Distúrbios do cálcio Distúrbios do magnésio Componente importante de diversos sistemas enzimáticos, cofator de ácidos nucleicos, funcionamento celular, metabolismo energético Se liga albumina, sendo seu nível sérico diretamente ligado VN: 1,7-2,4 mg/dlL Hipomagnesemia 12% pacientes internados 60% pacientes UTI Causas: perdas TGI, perda renal, diarreia, omeprazol, diuréticos , álcool Manifestações clínicas: hiper excitabilidade neuromuscular ( tremor, tetania, convulsão), alteração cardiovascular (alargamento QRS, onda T apiculada, arritmia ) TTO: corrigir doença de base Se leve, via oral Se grave, IV e monitorização Hipermagnesemia Causas: excesso VO/IV, eliminação renal inadequada Se paciente com DRC não dar medicação com Mg Sintomas: 4,8-7,2 mg /dL - reflexos tendíneos diminuídos ,sonolência , perdas de reflexos, paralisia muscular 4,8 - 6 mg/dL - alterações no ECG, prolongamento de PR, alargamento QRS TTO Leve: fluidos IV isotônicos e diuréticos de alça Grave: diálise Distúrbios do fosfato Importante para função celular e mineralização do esqueleto Nível sérico regulado por interação entre absorção, trocas com o intracelular, reservatório ósseo e reabsorção renal Abundante na dieta Hipofosfatemia 5% pacientes internados Fosfato sérico <2,5 mg/dL 30% dos estilistas , sepse grave 4 mecanismos Redistribuição do fosfato do extra para o intra Absorção intestinal diminuída Excreção urinária aumentada Hemodiálise Sintomas: encefalopatia metabólica, diminui contractilidade miocárdica, falência respiratória, hemólise TTO Leve: reposição VO Grave: IV Hiperfosfatemia Quando a quantidade de fosfato no LEC> excreção Causas: aumento da ingestão, doenças renais TTO: quelastes, diálise e diminuir ingesta Cloreto Principal ânion do LEC VN 95-105 mmol/L Deve ser medido se acidose metabólica ou se grande volume de solução salina for administrado A principal causa de alcaloide hiperclorêmica é a perda do suco gástrico, sendo indicada a administração de solução salina Referências bibliográficas Anestesiologia, James Manica - 4ª edição; Anestesia, Ronald. D. Miller - 8ª edição; Clinical Anesthesiology, Morgan e Mikhail - 6ª edição; Fundamentos na Anestesiologia Clínica, Paul G. Barash - 7ª edição; Tratado de Anestesiologia, SAESP - 8ª edição
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