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CRIMES EM ESPECIE AULA UNIDADE 4 PDF

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- -1
CRIMES EM ESPÉCIE
UNIDADE 4 – LEI DE DROGAS, RITOS 
PROCESSUAIS E TRIBUNAIS SUPERIORES
Ronaldo Félix Moreira Júnior
- -2
Introdução
O estudo do direito material penal não se encontra vinculado apenas à criminologia ou aos estudos de política
criminal. É imperativo que o operador do Direito tenha clara noção de dois outros importantes aspectos da
dogmática penal: 1) a legislação especial em matéria penal e 2) a compreensão do direito processual, ritos e
funcionamento dos tribunais superiores.
A presente Unidade será responsável por apresentar algumas importantes informações a respeito de tais temas.
Em matéria de legislação especial, será apresentada a Lei 11.343/06 com seus temas mais discutidos, de modo
que se possa responder algumas das indagações clássicas sobre o tema, tais como: “quais as consequências do
uso pessoal de drogas? ”; “o que diferencia o tráfico comum, do tráfico de drogas? ”.
Contudo, o Código de Processo Penal será uma ferramenta indispensável para Unidade, que apresentará ainda
questões como ritos processuais, para que possamos, por exemplo, entender o que diferencia o rito ordinário do
rito sumário.
O tema recursos também será compreendido, de modo a expor ao aluno as informações básicas acerca dos
principais recursos no Processo Penal, bem como apresentar o processo eletrônico, cujo entendimento é
obrigatório a qualquer jurista.
Curioso para saber mais? Leia com atenção e aproveite o conteúdo!
4.1 Aspectos materiais e processuais da Lei 11.343/06
O fenômeno do tráfico de drogas, devido à grande complexidade que o acompanha, vem sendo tratado de
maneiras distintas por diferentes sociedades. Inúmeras são as políticas públicas direcionadas a tratar do
fenômeno. Enquanto alguns Estados buscam por uma solução voltada à questão da saúde pública e redução de
danos, outros estipulam uma política de legalização, porém, não são poucos os Estados que tratam o fenômeno
como uma questão criminal, como é o caso do Brasil.
Tendo em vista as atuais discussões sobre o tema na atualidade, é de extrema importância que a legislação
brasileira a respeito dele, seja analisada tanto no aspecto processual quanto material, pois é imperativo ao
jurista que conheça os principais detalhes, independentemente de seu ramo de atuação (seja na acusação, defesa
ou investigação).
4.1.1 Aspectos materiais da legislação de drogas
O uso de substâncias entorpecentes é uma conduta comum e acompanha a humanidade desde os temais mais
antigos. Com a chegada do século XX e com a criminalização arbitrária de certas substâncias em alguns países,
principalmente nos Estados Unidos, surgiram diferentes modelos de tratamento da mercantilização e consumo.
Pode-se dizer que os três principais modelos são: 1) o modelo de guerra às drogas (aplicado por certos estados
norte-americanos com políticas de tolerância zero para consumo); o modelo de redução de danos (como o
aplicado por Portugal, que reconhece a droga como fenômeno social e questão de saúde pública); e o modelo
liberal (que pode trazer a legalização progressiva e discriminada, como no Uruguai). Quanto ao Brasil, é possível
afirmar que a atual legislação, muito embora tenha características do modelo de guerra às drogas, já reconheceu
que seu problema também diz respeito a saúde pública, como foi definido pelo Ministério da Saúde, na Portaria
n. 1.311/97 (ANDREUCCI, 2018).
Quanto à legislação atual, a lei de drogas traz tanto conteúdo de natureza penal quanto conteúdo de natureza
processual penal. Os primeiros 26 artigos da legislação, entretanto, não abordam questões penais ou
processuais, mas administrativas e de Política Criminal.
- -3
Os delitos são inaugurados pelo art. 28, que traz o porte de drogas para consumo pessoal. Clique nas abas a
seguir para conhecer mais sobre esse delito.
Penas para o consumo pessoal
Conforme estabelecido, quem: adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, será
submetido às seguintes penas: A) advertência sobre os efeitos das drogas; B) prestação de serviços à
comunidade; C) medida educativa de comparecimento à programa de curso educativo. Nota-se aí uma clara
figura tipificada como crime, porém, sem qualquer pena relacionada ao encarceramento. Conforme Andreucci
(2018), a prisão privativa de liberdade para esse delito é impossível, nem mesmo de maneira cautelar, como na
prisão em flagrante, temporária ou preventiva.
Crime comum
Trata-se, além disso, de crime comum que possui a coletividade como sujeito passivo. Tutela-se a saúde pública,
motivo pelo qual está pendente no STF uma possível descriminalização (RE 635659/SP). Sustenta-se que o art.
28 é inconstitucional, tendo em vista que não atinge a saúde pública, tratando-se apenas de lesão individual.
Neste sentido, o disposto no art. 28 passaria a ser uma mera infração administrativa.
Crime plurinuclear
O disposto no art. 28 é de crime plurinuclear, sendo um crime de ação múltipla, de forma que a realização de
qualquer ato descrito no tipo configurará o delito, cujo elemento subjetivo é o dolo (consciência e vontade) para
o consumo pessoal.
Não cumprimento das penas
Na hipótese de não cumprimento das penas estabelecidas, o §6 do artigo em questão traz as hipóteses de
admoestação verbal e multa (destinada ao Fundo Nacional Antidrogas, nos termos do art. 29, parágrafo único).
Observa-se que essas medidas não são penas, pois podem ocorrer somente no caso de descumprimento delas.
Menciona-se ainda que se trata de delito de perigo abstrato e que todos os crimes na legislação estudada são de
ação penal pública incondicionada.
Por fim, é necessário ressaltar que o §1º traz a imposição das mesmas medidas para aqueles que (para consumo
pessoal) semeiam, cultivam ou colhem plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância.
Para que se determine que uma droga se destinava ou não ao consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente, nos termos no parágrafo 2º. Esse
VOCÊ QUER VER?
Falcão – Meninos do Tráfico, produção e direção de MV Bill e Celso Athayde, da Central Única
das Favelas – Cufa (2006), é um documentário que retrata o cotidiano de diversos jovens
envolvidos no tráfico de drogas nas favelas do Brasil. Foi produzido entre os anos de 1998 e
2006, quando foi registrada a realidade na qual esses indivíduos estavam inseridos. O
documentário é uma importante obra de estudo antropológico, capaz de levar a compreensão
de uma realidade pela análise interna dos envolvidos. O documentário está disponível em: <
>. Assista!https://www.youtube.com/watch?v=B-s2SDi3rkY
https://www.youtube.com/watch?v=B-s2SDi3rkY
- -4
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente, nos termos no parágrafo 2º. Esse
dispositivo é bastante criticado, tendo em vista que permite uma atuação arbitrária e seletiva pelo magistrado
(ANDREUCCI, 2018).
Figura 1 - Nos termos do §1º, do art. 28, da Lei de drogas, haverá a imposição das mesmas medidas para aqueles 
que semeiam plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância para consumo pessoal.
Fonte: Atomazul, Shutterstock, 2018.
Outro ponto da lei que deve ser retratado é o art. 33, que explicitamente tipifica o tráfico de drogas. Os verbos
descritos no tipo são: importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar. A pena prevista é a de reclusão de cinco a 15 anos, além do pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.
O dispositivo é longo, de modo que em seu parágrafo primeiro há diversas condutas nas quais alguém poderá
incorrer na mesmapena, como no caso da colheita ou de transporte de matéria-prima ou insumo.
Muito embora esteja previsto no art. 33, o parágrafo 2º não trata da venda em si, mas da indução, instigação ou
auxílio ao uso indevido de drogas (com pena de detenção de um a três anos, além do pagamento de multa).
De forma similar, trata o parágrafo 3º, que menciona o oferecimento de droga (de maneira eventual e sem lucro)
à pessoa do relacionamento do agente para consumo em conjunto. A pena prevista é de detenção de seis meses a
um ano, além do pagamento de multa. Nota-se que do parágrafo 2º em diante, não há mais equiparação a crime
hediondo, como no caso dos dispositivos ligados ao tráfico em si.
Tal como mencionado no art. 28, trata-se de crime vago, tendo em vista que o sujeito passivo é a coletividade e
cujo bem jurídico tutelado é a saúde pública (ANDREUCCI, 2018). Quanto à tentativa, é possível, mas de difícil
percepção, a não ser no verbo adquirir, em que é plenamente possível a visualização.
É imperativo que se ressalte o §4º do mesmo artigo, que traz uma clara causa de diminuição de pena, caso sejam
cumpridos pelo agente, de maneira cumulativa, os requisitos que você conhece clicando a seguir:
1 – Réu primário.
2 – Bons antecedentes.
3 – Não dedicação à atividades criminosas.
4 – Não integração à organização criminosa.
Acompanhe o caso a seguir:
- -5
Importante mencionar que, conforme as decisões mais recentes do STF, as chamadas “mula” (pessoas,
normalmente carentes economicamente, que atravessam determinadas fronteiras com quantidade de drogas)
não integram organizações criminosas, de modo que é possível aplicar a causa de diminuição de pena do
parágrafo em questão.
Conforme Andreucci (2018), apesar de ser entendido anteriormente que não era permitida a conversão da pena
privativa de liberdade em restritiva de direitos, esse critério acabou sendo considerado inconstitucional pelo
STF em controle difuso.
4.1.2 Aspectos processuais da legislação de drogas
Nos termos da legislação, no caso de crime previsto no art. 28 da Lei de drogas, na hipótese de não haver
concurso de crimes com os delitos previstos nos arts. 33 a 37, será processado o agente nos termos do art. 60 da
Lei 9.099/95 (que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais).
Como menciona Andreucci (2018), sendo a conduta tipificada como no art. 28, da Lei 11.343/06, deve ocorrer a
lavratura de termo circunstanciado pela autoridade policial e ser encaminhado o autor do fato ao JECRIM.
Havendo necessidade, pode ser feita a requisição de exames e perícias necessárias.
Posteriormente, deverá ser realizada audiência preliminar, presente o autor do fato (e seu defensor), na qual o
Ministério Público poderá propor a transação (restrita à aplicação de advertência, prestação de serviços ou
comparecimento à programa educativo). Não ocorrendo a proposta pelo MP, a audiência deverá ser suspensa e
os autos encaminhados ao Procurador-Geral de Justiça (aplicação analógica do art. 28, do CPP). Entretanto, caso
proposta e aceita a transação pelo autor do fato, segue-se para a homologação pelo juiz e à imposição da sanção.
Caso não seja aceita, o Ministério Público oferecerá a denúncia oral, nos termos do art. 77 e seguintes da Lei
9.099/95.
Para o delito de tráfico de drogas, o procedimento é mais complexo, sendo estipulado nos arts. 50 a 59, da Lei de
drogas. Conforme Andreucci (2018), pode ser resumido em algumas etapas. Navegue no recurso a seguir para
conhecê-las.
1 – Se inicia com a condução do agente ao distrito policial, com a lavratura do auto respectivo.
2 – Recebendo a comunicação da prisão em flagrante (em 24 horas), o juiz dará vista do auto ao Ministério
Público.
3 – Elaboração de laudo de constatação por perito oficial (ou por pessoa idônea, na falta deste).
4 – Conclusão do inquérito policial em até 30 dias (estando o indicado preso) ou 90 dias (estando ele livre). O
juiz, ouvido o MP, e por pedido justificado de autoridade policial, poderá duplicar o prazo.
5 – Os autos deverão ser remetidos ao juízo, findo o inquérito policial.
6 – Em juízo, haverá vista dos autos ao Ministério Público para: a) oferecimento da denúncia (no prazo de 10
dias); b) requerimento do arquivamento; c) requisição de diligências que compreender necessárias.
7 – O acusado será notificado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 dias.
CASO
Um indivíduo acaba por ser preso devido ao fato de que tinha em depósito, para venda,
determinada quantidade de droga. Nos termos do caput do art. 33, ele responderia por tráfico,
com pena de reclusão de cinco a 15 anos, além do pagamento de multa. Entretanto, é
comprovado que o agente é primário, além de ter bons antecedentes e não se dedicar a
qualquer atividade ou organização criminosa. Neste sentido, a pena aplicada deverá ser
reduzida de um a dois terços.
- -6
7 – O acusado será notificado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 dias.
8 – Apresentada a defesa prévia, o juiz poderá então: a) receber a denúncia; b) rejeitá-la; c) determinar a
apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias imprescindíveis (no prazo de 10 dias).
9 – Recebida a denúncia, o acusado será citado para apresentação de resposta à acusação (prazo de 10 dias).
10 – Recebida a resposta, o juiz poderá: a) absolvê-lo sumariamente, presentes as circunstâncias do art. 397,
CPP; b) designar data para audiência de instrução e julgamento (no prazo de 30 dias ao recebimento da
denúncia).
Por fim, na realização da audiência de instrução e julgamento, deverá ocorrer o interrogatório do acusado e
apenas após a inquirição das testemunhas de acusação e defesa. (ANDREUCCI, 2018). Também deverá haver
sustentação oral do Ministério Público pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. Em seguida, haverá a
sustentação oral da defesa (pelo mesmo prazo) e, por fim, a sentença, proferida de imediato ou no prazo de 10
dias. Neste caso, também cabe ao juiz decidir sobre o perdimento do produto apreendido.
4.2 Análise detalhada dos ritos processuais (comum 
ordinário, sumário e sumaríssimo)
Podemos chamar de procedimento os atos realizados de forma sequencial em juízo durante toda existência da
ação (TOURINHO FILHO, 2018). É imperativo recordar que, em decorrência do princípio do devido processo
legal, todos os ritos processuais devem constar em lei, para que possa auxiliar as partes no exercício de seus
direitos. Uma vez que tais procedimentos são previstos em lei, não é possível que as partes estipulem pontos que
decidem seguir ou que o próprio juiz decida ignorar algum momento do procedimento. Qualquer ocorrência
nesse sentido acarretará em enorme vício da ação penal.
Continue lendo!
4.2.1 Procedimentos comuns e procedimentos especiais
Os procedimentos são previstos no Código de Processo Penal, em seu art. 394, podendo ser comuns ou especiais.
Em síntese, os procedimentos comuns são aqueles listados no parágrafo primeiro do mencionado artigo. Clique a
seguir para conferir:
Ordinário
O procedimento no qual se apura crimes com pena máxima em abstrato igual ou superior a quatro anos, desde
que não haja previsão de rito especial (como no caso de furto, roubo e estupro).
Sumário
Trata-se do procedimento voltado aos delitos com pena máxima superior a dois anos, mas inferior a quatro,
desde que não haja previsão de procedimento especial. É o caso do homicídio culposo e da embriaguez ao
volante.
Sumaríssimo
É aquele criado para a apuração de infrações de menor potencial ofensivo. Elas tramitam perante os Juizados
Especiais Criminais. Considera-se infração de menor potencial ofensivo, as contravenções penais e os crimes
com pena máxima em abstrato menor que dois anos.
Confira, no quadro a seguir, os procedimentos comuns previstos no art. 394, parágrafo primeiro, do Código de
Processo Penal (REIS; GONÇALVES, 2018, p. 376).
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Quadro 1 - Procedimentos comuns no Processo Penal.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado no artigo 394, CPP, 2019.
Quanto aos procedimentos especiais, eles também estão previstos noCódigo de Processo Penal, mas também
podem constar em leis especiais. Menciona-se, como exemplo, a Lei de drogas (11.343/06) e a Lei Maria da
Penha (Lei 11.340/06). Conforme Lopes Júnior (2015), os ritos especiais que constam no Código de Processo
Penal são os responsáveis pela apuração dos crimes dolosos contra a vida, além dos crimes contra a honra e
aqueles cometidos por funcionários públicos no desempenho de suas funções, além dos crimes contra a
propriedade imaterial.
No que diz respeito ao , o processo terá início com o recebimento da inicial daprocedimento comum ordinário
ação penal. Nos termos de Gonçalves e Reis (2018), essa peça poderá ser uma denúncia (nos casos de ação penal
pública) ou uma queixa (para as hipóteses de ação penal privada). A ação deverá conter todos seus requisitos,
sob pena de não recebimento, conforme consta no art. 395, CPP, que apontará para a rejeição da peça quando: I)
ela for manifestamente inepta; II) quando faltar pressuposto processual ou qualquer condição da ação; III)
quando não houver justa causa para o exercício da ação penal.
Certamente, caberá a interposição de recurso em sentido estrito, caso não seja recebida a inicial, conforme
aponta o art. 581, I, CPP. Não sendo este o caso, será então o acusado citado no prazo de 10 dias, em
conformidade com o que dispõe o art. 396.
Após recebida a ação penal e tendo sido citado o réu, o prazo de resposta será de 10 dias a partir de sua citação,
exceto no caso de citação por edital, em que o prazo começará a partir da data em que o acusado ou seu defensor
comparecer (GONÇALVES; REIS, 2018).
Não havendo advogado para o acusado, ou mesmo caso ele tenha constituído um, mas este não apresentar a
defesa, deverá o magistrado (de ofício) remeter os autos à Defensoria Pública ou nomear um defensor dativo
para a apresentação da defesa devida (LOPES JÚNIOR, 2015).
Isso é importante porque o atual entendimento do STF (estipulado na Súmula 523) é de que a ausência de defesa
VOCÊ SABIA?
Conforme consta no Código de Processo Penal, caso na defesa, seja apresentada pelo acusado
alguma exceção (como a suspeição ou impedimento), ela correrá fora dos autos do processo
principal, conforme dispõe o art. 396-A, em seu parágrafo primeiro (TOURINHO FILHO, 2018).
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Isso é importante porque o atual entendimento do STF (estipulado na Súmula 523) é de que a ausência de defesa
técnica é causa de nulidade absoluta do processo, desde que comprovado prejuízo ao réu.
Nos termos da legislação, o juiz poderá, após a defesa, realizar três medidas: 1) a absolvição sumária do réu; 2)
reconhecer eventual vício na ação penal que possa ensejar sua extinção; 3) prosseguir com o processo, marcando
uma data para a ocorrência da audiência de instrução e julgamento (art. 399, CPP). Importante lembrar que a
absolvição sumária do réu só ocorrerá nas hipóteses previstas no art. 397, CPP.
O art. 400, CPP, será o responsável por tratar dos atos na audiência de instrução em julgamento (tomada de
declarações do ofendido, inquirição de testemunhas arroladas pela acusação e defesa, esclarecimento dos
peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e interrogatório), estabelecendo um prazo de até 60
dias para sua realização. Quanto aos atos mencionados, nos termos de Lopes Júnior (2015) e do próprio Código
de Processo Penal (em seus §§2º e 3º), as provas devem ser produzidas em uma única audiência, de modo que o
juiz poderá indeferir qualquer prova que considerar irrelevante, impertinente ou protelatória. No que diz
respeito aos esclarecimentos dos peritos, eles dependerão de requerimento feito previamente pelas partes.
Importante ressaltar o art. 402, CPP, mencionando que após a produção das provas no final da audiência, o
Ministério Público, o querelante e o assistente (e posteriormente o acusado) poderão fazer requerimento de
diligências relacionadas aos fatos apurados na instrução. Apenas após a ocorrência de tais atos (se ocorrerem)
que terão início as alegações finais (art. 403, CPP), que são feitas oralmente, com o prazo de 20 minutos para
acusação e defesa, que podem ser prorrogáveis por mais 10 minutos, a não ser em casos de grande
complexidade, no qual o juiz poderá autorizar a apresentação de alegações por escrito, no prazo de cinco dias,
sendo a sentença proferida em até 10 dias (LOPES JÚNIOR, 2015).
O , em essência, é muito similar ao primeiro, mas com algumas diferenças primordiais. rito comum sumário
Clique nas abas a seguir para conhecer este tipo de rito.
• Diferenças entre o procedimento ordinário e sumário
Enquanto a audiência no procedimento ordinário deve ser realizada em até 60 dias, no sumário o prazo é
de 30 dias (TOURINHO FILHO, 2018). Nos termos do art. 532, o número máximo de testemunhas não é
oito, mas cinco. Também não há que se falar em requerimento de diligências, da mesma forma que no
rito sumário, e não há possibilidade de apresentação de alegações finais por escrito.
• Aplicabilidade do rito sumário
Como bem menciona Reis e Gonçalves (2018), o rito sumário será aplicável às infrações de menor
potencial ofensivo, quando estas não puderem ser julgadas pelo JECRIM (nos casos de citação por edital,
por exemplo).
• Procedimento sumaríssimo
Conforme ressaltado, o procedimento sumaríssimo está ligado aos juizados especiais criminais e à sua
legislação (Lei 9.099/95, em seus arts. 77 a 83). Cuida do trâmite e do julgamento das infrações
consideradas de menor potencial ofensivo (pena menor que dois anos) e também de contravenções
penais.
• Citação no JECRIM
A regra para a citação no JECRIM é que ela seja feita pessoalmente no próprio juizado ou por meio de
mandado judicial. Não sendo possível, serão as peças encaminhadas ao juízo comum, sendo observado o
rito sumário (art. 538, CPP).
• Fase preliminar
Em linhas claras, a fase preliminar começa a ocorrer após o conhecimento dos fatos pela autoridade
•
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•
•
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Em linhas claras, a fase preliminar começa a ocorrer após o conhecimento dos fatos pela autoridade
judicial, que deve elaborar um termo circunstanciado que será encaminhado com as partes ao juizado.
Havendo o comprometimento do autor do fato a comparecer em juízo após sua situação, não poderá ser
determinada prisão em flagrante, nem mesmo fiança (REIS; GONÇALVES, 2018).
• Fases do processo
Será, de pronto, designada audiência preliminar, devendo estar presente membro do Ministério Público,
autor dos fatos e a vítima, acompanhados de seus advogados. Neste momento, se busca a composição dos
danos (sendo este, caso ocorra, reduzido a escrito e homologado pelo juiz). A homologação implicará
necessariamente a renúncia ao direito de queixa ou representação nas hipóteses de ação penal privada
ou condicionada (LOPES JÚNIOR, 2015). Na hipótese da ação pública incondicionada, não ocorrendo o
arquivamento, o representante do MP poderá propor uma transação penal, conforme os requisitos do
art. 76, da mesma lei.
• Pena mínima e suspensão do processo
Conforme o art. 77, do Código Penal, nos crimes em que a pena mínima for igual ou inferior a um ano,
poderá o membro do Ministério Público propor a suspensão do processo (pelo período de dois a quatro
anos).
• Denúncia e queixa
Importante ressaltar que, não ocorrendo o disposto no art. 76 da Lei, ou quando o autor dos fatos não
comparecer à audiência, o MP poderá oferecer oralmente a denúncia (também poderá ocorrer a queixa
oral nos casos de ação penal privada). Nos termos de Reis e Gonçalves (2018), tanto a denúncia quanto a
queixa serão reduzidas a termo e o autor dos fatos será citado e imediatamente notificado da data
marcada para a audiência de instrução e julgamento.
• Atos posteriores
Quanto aos atos posteriores, nos termos do art. 81, serão ouvidas, a vítima, as testemunhas de acusação,
as testemunhas de defesa e apenas posteriormente, será interrogado o acusado, havendo, após isso,
debates orais. Ao final, o juiz prolatará a sentença.
• Rejeição da denúncia ou queixa
Na hipótese de rejeição da denúncia ou queixa, poderá haver apelação da decisãono prazo de 10 dias, o
que dá o período de 10 dias para o recorrido apresentar contrarrazões. Conforme Reis e Gonçalves
(2018), a apelação será julgada por turma composta por três juízes de 1º grau, reunidos no local da sede
do Juizado.
4.3 Noções gerais de recursos no processo penal
Não se pode compreender os procedimentos, em matéria de Direito Processual Penal, sem que se tenha uma
noção da teoria geral dos recursos, estudando o conceito, bem como a classificação das formas impugnatórias
processuais. Trata-se de uma análise geral dos arts. 574 a 580 do Código de Processo.
Diversos são os conceitos atrelados à ideia de recurso, mas uma noção completa é mencionada por Gonçalves e
Reis:
[...] o recurso é um meio processual de impugnação, voluntário ou obrigatório, utilizado antes da
preclusão, apto a propiciar um resultado mais vantajoso na mesma relação jurídica processual,
decorrente de reforma, invalidação, esclarecimento ou confirmação. (GONÇALVES; REIS, 2018, p.
•
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•
•
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decorrente de reforma, invalidação, esclarecimento ou confirmação. (GONÇALVES; REIS, 2018, p.
551)
Com base no que foi exposto, sabe-se que o escopo da existência dos recursos é o reexame de uma decisão
proferida. Esse reexame é feito por algum órgão jurisdicional (em alguns casos pelo mesmo órgão).
O fundamento constitucional para que se possa defender a existência dos recursos é o princípio implícito do
duplo grau de jurisdição (TOURINHO FILHO, 2018). Ressalta-se, porém, que tal princípio não é absoluto, tendo
em vista que há decisões consideradas irrecorríveis, como aquela que recebe a denúncia ou queixa.
Os recursos podem ser classificados conforme determinados fatores que os compõe, como será mostrado a
seguir.
Quadro 2 - Características gerais e classificação dos recursos previstos no Código de Processo Penal 
(GONÇALVES; REIS, 2018, p. 553).
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em GONÇALVES; REIS, 2018.
Um recurso pode ser quando previsto no texto de uma Constituição. Na Constituição Federal constitucional 
brasileira, são exemplos o recurso extraordinário, o recurso especial e o recurso ordinário (LOPES JÚNIOR,
2015). São considerados constitucionais, ainda que a descrição de seu procedimento se encontre em legislação
infraconstitucional.
Também poderá ser um , quando constam no Código de Processo Penal (no caso de recursosrecurso legal
penais) ou de legislações específicas. Trata-se do caso do recurso de apelação e do recurso em sentido estrito,
além dos diversos embargos (LOPES JÚNIOR, 2015).
No que tange à iniciativa: podem ser também , quando a iniciativa estiver por conta de decisão davoluntários
própria parte prejudicada pela decisão. Trata-se da regra no Código de Processo Penal, conforme se estabelece
no art. 574, CPP. Nada impede, contudo, a existência de ou recursos de ofício, quando orecursos necessários,
próprio legislador compreender a necessidade automática de um reexame. É o caso da remessa obrigatória da
sentença que conceder habeas corpus feita por decisão de juiz monocrático que acatar tal ordem (art. 574, I,
CPP).
Um recurso ainda pode ter caráter ordinário, quando não exigir requisito específico para sua proposição
(bastando o inconformismo genérico com a decisão). No entanto, pode também ter caráter extraordinário,
quando houver requisitos adicionais. Conforme Tourinho Filho (2018), exemplos de requerimentos adicionais
são: matéria constitucional, nas hipóteses de recurso extraordinário e negação de vigência de lei federal (nos
casos de recurso especial).
De qualquer maneira, independentemente das características de um recurso, é preciso que estejam presentes
todos os pressupostos recursais, sem os quais o recurso será de pronto rejeitado. Esses pressupostos podem ser
de caráter objetivos ou subjetivos.
Quanto aos pressupostos objetivos, você poderá conhecê-los clicando a seguir:
Trata-se do cabimento. Um recurso só será possível quando houver legislação prevendo
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Previsão legal
Trata-se do cabimento. Um recurso só será possível quando houver legislação prevendo
seu cabimento, como o art. 581, I, do CPP, ao apontar a hipótese de recurso em sentido
estrito para decisão que rejeitar a denúncia ou queixa (GONÇALVES; REIS, 2018).
Observância
d a s
formalidades
legais
Os recursos devem obedecer à forma estabelecida por lei para sua existência. Neste
sentido, uma apelação ou recurso em sentido estrito, deve ser interposto por petição ou
termo (manifestação oral do interessado e certificada por escrito). Por outro lado,
recursos como, o recurso extraordinário, o recurso especial e os embargos infringentes,
devem ser interpostos apenas por petição (GONÇALVES; REIS, 2018).
Tempestividade
A interposição de um recurso deve ser necessariamente feita no prazo previsto em lei.
Tais prazos são peremptórios, ou seja, sua perda implica o não recebimento da
impugnação. Há no processo penal a regra do prazo de cinco dias (no caso de apelação
em sentido estrito). Conforme menciona Lopes Júnior (2015), outros recursos possuem
outros prazos, como os embargos de declaração (com prazo de dois dias) e os embargos
infringentes (prazo de 10 dias).
Já em relação aos pressupostos subjetivos, são eles os que você conhece clicando a seguir:
Legitimidade
Diz respeito (conforme o art. 577, CPP) aos indivíduos que podem recorrer de uma determinada decisão
(Ministério Público, querelante, querelado, seu defensor ou procurador, além do assistente de acusação).
Conforme Gonçalves e Reis (2018), há regras específicas para determinados recursos. Um exemplo é o art. 598,
do CPP, nos crimes de competência do Tribunal do Júri, caso o MP não interponha apelação no prazo legal, o
ofendido ou (em hipóteses de seu falecimento), seu cônjuge ou ascendentes, descendentes ou irmãos, poderão
interpor no prazo de 15 dias, contados do término do prazo dado ao Parquet.
Interesse
É o que dispõe também o art. 577, CPP, ao estabelecer que só poderá recorrer aquele que tiver interesse na
reforma da decisão. Traduz-se tal interesse na sucumbência ou prejuízo tido pela parte (TOURINHO FILHO,
2018). Excetua-se a essa regra o Ministério Público, que pode recorrer em favor do réu. Porém, havendo já
recurso pela defesa, aquele feito pelo MP perderá seu objeto. Nos casos de ação privada exclusiva, a legitimidade
do recurso é apenas do autor da ação penal, e não do Ministério Público.
Um recurso apenas será viável havendo a presença de todos os pressupostos (objetivos e subjetivos), verificados
pelo do magistrado.juízo de admissibilidade 
Um recurso será extinto, normalmente, quando tiver seu mérito julgado pelo tribunal Entretanto, háad quem.
hipóteses em que seu mérito não chegará a ser verificado, ocorrendo sua extinção anormal nas hipóteses de
desistência (pelo querelante, assistência de acusação ou defesa, mas não pelo Parquet, nos termos no art. 576,
VOCÊ O CONHECE?
Fernando da Costa Tourinho Filho é advogado, professor e promotor de justiça aposentado.
Possui relevantes obras a respeito do Direito Processual Penal brasileiro. Trata-se de um dos
juristas atuantes mais antigos na matéria em todo país. Seu livro “Manual de Processo Penal”
(2018) já possui inúmeras edições, atualizando-se constantemente. Vale a pena conferir!
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desistência (pelo querelante, assistência de acusação ou defesa, mas não pelo Parquet, nos termos no art. 576,
CPP) e de deserção decorrente da falta de preparo (nos termos do art. 806, §2º, CPP).
Todos os recursos possuem efeitos, que podem ser: devolutivo, suspensivo, regressivo e extensivo.
• O é aquele comum a todos os modelos recursais. Trata da possibilidade de análise efeito devolutivo 
nova da questão impugnada por novo julgamento.
• O diz respeito ao fato de que a interposição de certo recurso impedirá a efeito suspensivo
aplicabilidade da decisão recorrida. No processo penal, vigora a regra da não existência de efeito 
suspensivo, exceto quando expressamente declarado em lei (GONÇALVES; REIS, 2018).
• Ocorre o quando o recurso faz com que o próprio juiz aprecienovamente a matéria. É efeito regressivo
o caso do recurso em sentido estrito (art. 589, CPP) e embargos de declaração (arts. 382 e 619, CPP).
• Há também o que, nos termos do art. 580, CPP, quando houver dois ou mais réus, efeito extensivo
havendo idêntica situação processual e fática (não se aplicando em circunstâncias pessoais), caso um 
deles recorra e tenha benefício, este também se aplicará aos demais, ainda que não tenham impugnado a 
sentença (LOPES JÚNIOR, 2015).
Quanto aos recursos existentes no Código de Processo Penal, Busato (2017), ressalta ainda que existem aqueles
interpostos na Primeira Instância (recurso em sentido estrito, apelação, agravo em execução, carta
testemunhável e correição parcial) e aqueles interpostos no Tribunal (embargos de declaração, embargos
infringentes, embargos de nulidade, recurso ordinário constitucional, recurso especial, recurso extraordinário e
agravo de instrumento).
4.4 A compreensão do funcionamento do processo 
eletrônico
O tópico em questão trata das mudanças trazidas pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Lei 11.419/06,
chamada de Lei do Processo Eletrônico. Tais mudanças tornam o conhecimento informático algo imprescindível
ao operador do direito.
A lei mencionada, contudo, não é a primeira a vincular o direito à tecnologia, uma vez que a Lei 10.259/01, ao
versar sobre os juizados especiais, trouxe a possibilidade de se praticar atos processuais eletrônicos, num
objetivo de trazer ainda mais celeridade aos processos judiciais. Neste sentido, foi desenvolvido pela Justiça
Federal, o sistema e-Proc (CARVALHO, 2017).
Porém, apenas com a Lei 11.419/06 e com a Resolução n. 94, do CSJT (Conselho Superior da Justiça do Trabalho)
houve realmente o estabelecimento de questões relacionadas ao funcionamento dessa nova modalidade de
processo.
Atualmente, cada tribunal possui um sistema no qual o operador do direito (seja ele o advogado, servidor do
tribunal ou juiz) possui uma assinatura eletrônica capaz de identificar cada atividade exercida no mundo virtual.
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Vale mencionar, nos termos no §1º, do art. 1º da lei em questão, que seus dispositivos serão utilizados no âmbito
do processo civil, penal e trabalhista, além dos juizados especiais, independente do grau de jurisdição.
A legislação, entretanto, não altera a contagem dos prazos processuais (GONÇALVES, 2018). Nos termos do art.
224, do Código de Processo Civil, a contagem continua a excluir o primeiro dia e incluir o último, iniciando-se no
primeiro dia útil após à publicação no Diário da Justiça Eletrônico. Menciona-se, contudo, que apesar do art. 212,
do CPC, estabelecer que os atos processuais sejam realizados nos dias úteis das seis às vinte horas, quando se
fala em processo eletrônico será válido o ato praticado no último dia do prazo, até as 24 horas.
Carvalho (2017) também ressalta a importância das alterações trazidas em 2015 ao Código de Processo Civil,
que tentou atualizar a legislação, buscando adequá-la às novas exigências virtuais. Cita-se, como exemplo, a
inexistência de prazo em dobro para litisconsortes com procuradores diferentes, uma vez que o acesso ao
processo eletrônico pode ocorrer de forma simultânea para as partes. Uma nova possibilidade diz respeito às
audiências realizadas em videoconferência.
Veja o quadro abaixo.
Quadro 3 - Exemplos de intimação por meio eletrônico dispostos no Código de Processo Civil (BRASIL, 2015).
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado no CPP, 2019.
Busca-se, conforme mencionado, um descongestionamento do Poder Judiciário, tendo em vista que o processo
eletrônico tende a facilitar e tornar público com mais facilidade os processos (CARVALHO, 2017). Um exemplo
claro é a possibilidade de envio de petições, recursos e prática dos próprios atos processuais mediante a
assinatura eletrônica, conforme consta no art. 2º, da Lei 11.419/06.
Muito embora a legislação respectiva, em seu art. 8º, estipule que os órgãos do Poder Judiciário podem
VOCÊ QUER LER?
O livro (2015) é uma coletânea feita pelo presidente nacional daProcesso Judicial Eletrônico
OAB, Marcus Vinicius Furtado e pelo presidente da Comissão Nacional de Tecnologia e
Informação da OAB, Luiz Cláudio Allemand. Distribuído gratuitamente pela biblioteca da OAB,
o livro traz experiências a respeito da utilização do processo eletrônico, além de informações
acerca de sua relação com o Marco Civil da Internet. Você pode ter acesso ao livro neste link <
>.https://www.oab.org.br/arquivos/processo-judicial-eletronico-1397235220.pdf
https://www.oab.org.br/arquivos/processo-judicial-eletronico-1397235220.pdf
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Muito embora a legislação respectiva, em seu art. 8º, estipule que os órgãos do Poder Judiciário podem
desenvolver seus próprios sistemas eletrônicos para o processamento de ações judiciais (por meio de autos total
ou parcialmente digitais), há também certas dificuldades (CARVALHO, 2017). Menciona-se, assim, a criação de
sistemas distintos para utilização na Justiça Federal, do Trabalho e Estadual, que podem trazer diversos
incômodos aos usuários.
Síntese
Chegamos ao final da Unidade, que foi responsável por aprofundar algumas questões de âmbito processual.
Mostrou-se a importância da existência de diferentes ritos processuais, sejam eles no próprio Código de
Processo Penal ou em legislações extravagantes, como é o caso da Lei de Drogas (Lei 11.343/06). Também foi
imperativo o estudo a respeito da teoria geral dos recursos no processo penal, imprescindível para qualquer
aluno ou profissional que busque atuação na área.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender os principais aspectos materiais e processuais da Lei 11.343/06;
• entender as diferenças entre os ritos comuns e especiais previstos no Código de Processo Penal;
• analisar as principais características dos recursos no Processo Penal;
• apreender os pressupostos necessários para que seja possível a interposição de um recurso;
• estudar a legislação que trata das noções básicas do processo eletrônico.
Bibliografia
ANDREUCCI, R. A. 13. ed. atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.Legislação penal especial.
BRASIL. Disponível em: <Decreto Lei 3689, de 03 de outubro de 1941. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
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______. . Disponível em: <Decreto-Lei nº, 2,848, de 07 de dezembro de 1940 http://www.planalto.gov.br
>. Acesso em: 24/06/2019./ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
______. . Disponível em: < Lei nº. 11.343, de 16 23 de agosto de 2006 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
>. Acesso em: 07/07/2019./_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
______. Disponível em: <Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
>. Acesso em: 07/07/2019./_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
BUSATO, P. C. : Parte especial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.Direito Penal
CARVALHO, G. B. J. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.Processo Judicial Eletrônico. 
COELHO, M. V. F.; ALLEMAND, L. C. OAB, 2015. Disponível em: Processo Judicial Eletrônico. https://www.oab.
. Acesso em: 10/06/2019.org.br/arquivos/processo-judicial-eletronico-1397235220.pdf
ESTEFAM, A. [et. al.] Parte Especial do Código Penal. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.Direito Penal Aplicado: 
FALCÃO: Meninos do Tráfico. Brasil. Direção e produção: MV Bill e Celso Athayde. Central Única das Favelas –
Cufa. 57:46min. Disponível em: < >. Acesso em: 19/07/2019.https://www.youtube.com/watch?v=B-s2SDi3rkY
GONÇALVES, M. V. R. São Paulo: Saraiva, 2018.Direito Processual Civil Esquematizado.
GONÇALVES, V. E. R.; REIS, A. C. A. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.Direito Processual Penal Esquematizado. 
JUSTIÇA. Direção e produção de Maria Augusta Ramos. Documentário. Brasil: produção independente, 2004.
Disponível em: < >. Acesso em: 18/07/2019.www.youtube.com/watch?v=qUWZHNWcj7U
LOPES, A. J. Direito processual penal. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
TOURINHO, F. C. F. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.Manual de Processo Penal.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
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https://www.oab.org.br/arquivos/processo-judicial-eletronico-1397235220.pdf
https://www.oab.org.br/arquivos/processo-judicial-eletronico-1397235220.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=B-s2SDi3rkY
http://www.youtube.com/watch?v=qUWZHNWcj7U
	Introdução
	4.1 Aspectos materiais e processuais da Lei 11.343/06
	4.1.1 Aspectos materiais da legislação de drogas
	4.1.2 Aspectos processuais da legislação de drogas
	4.2 Análise detalhada dos ritos processuais (comum ordinário, sumário e sumaríssimo)
	4.2.1 Procedimentos comuns e procedimentos especiais
	Diferenças entre o procedimento ordinário e sumário
	Aplicabilidade do rito sumário
	Procedimento sumaríssimo
	Citação no JECRIM
	Fase preliminar
	Fases do processo
	Pena mínima e suspensão do processo
	Denúncia e queixa
	Atos posteriores
	Rejeição da denúncia ou queixa
	4.3 Noções gerais de recursos no processo penal
	4.4 A compreensão do funcionamento do processo eletrônico
	Síntese
	Bibliografia

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