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Universidade Federal da Integração Latino-Americana Curso de Medicina Matriz de Funcionamento Sistêmico e Biológico II 2020.9 (2020.2) Situação-problema 3: Mulher de fases João: O que você tem, Maria? Tá com TPM? Maria: Como você é desagradável, João! Já não basta as mudanças que enfrento todo mês ainda tenho que aguentar você me perturbando? Que belo amigo! João: Vocês sempre usam isso como desculpa! Como se houvesse diferença entre os homens e mulheres...aff Maria: Não acredito que ouvi isso! Vocês homens ovulam? Menstruam? Carregam filhos na barriga? Sentem cólica? João: Não! Mas os problemas que os homens enfrentam são diferentes e causam muito mais vergonha quando acontecem na hora H! Maria: Lógico! São estruturas diferentes! Mas não se esqueça que mesmo estruturas diferentes podem ter a mesma origem. Ou você esqueceu o que é análogo e homologo? João: Pronto! Lá vem... Acha que só vocês sofrem? Já levou uma bolada nos testículos pra saber? Maria: Me deixe aqui quieta e vá estudar! E começa pela endocrinologia porque já vi que não sabe nada! João: Mas que mulher de fases! Abertura - Terça: 13/07 ATP 1 – 19h - Quinta: Graciele – 15/07 ATP 2 – 15h - Sexta: Rodrigo – 16/07 Fechamento - Terça: 20/07 Intencionalidades: Compreender as diferenças entre homens e mulheres no que se refere ao sistema reprodutor masculino e feminino e seus hormônios. SP3 – Mulher de Fases Palavras Chave: Ovulação; Menstruação; TPM; Análogo e Homologo; Mudanças que enfrento todo mês; Testículos; Ovários; Endocrinologia; Estruturas diferentes e Mesma Origem; Ciclo Menstrual; Fases; Mulheres e Homens; Problemas: desconhecimento de João sobre o ciclo menstrual e sistema reprodutor feminino; Desconhecimento do dimorfismo sexual humano; Hipóteses: 1. A menstruação é uma preparação do útero que acontece a cada 28 dias quando não há fecundação. Cujas fases são: menstruação, folicular (maturação do folículo), ovulação e fase lútea (secretora do ovócito II). verdadeiro 2. O ciclo menstrual é regulado por hormônios LH (Luteinizante) e FSH (folículo estimulante), ambos produzidos na hipófise. Eles têm seu pico durante a ovulação. verdadeiro 3. O estradiol está relacionado ao período de maturação do folículo e a progesterona atua depois da ovulação. 4. Os homens não menstruam porque eles não têm útero para gestacionar filhos. 5. A primeira menstruação (menarca) ocorre entre os 12 e 14 anos (em média). 6. Órgãos homólogos têm a mesma origem embrionária, que podem ou não ter a mesma função, e os Análogos têm origem embrionária diferentes, mas com a mesma função. 7. Os órgãos do sistema reprodutor feminino são: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, clitóris, bulbo do vestíbulo, vulva. 8. Os órgãos do sistema reprodutor masculino: testículos, epidídimos, ductos deferentes, uretra (3 partes), próstata, vesículas seminais, glândula bulbouretral, corpos cavernosos e corpo esponjoso glande. 9. A ereção inconsciente pode acontecer nos homens seja por conta de excitação ou não só tendo uma participação do córtex cerebral. Isso pode ocorrer por conta do pinçamento de um nervo espinhal. 10. O colesterol é precursor dos hormônios sexuais, sendo constituídos por pregnenolona, a qual pode se diferenciar em progesterona, que pode desenvolver-se em testosterona. Essa por sua vez pode se diferenciar em hormônios androgênios e estrogênios (esses influenciam as características sexuais secundárias). 11. A vágina tem uma mucosa mais ácida para evitar a proliferação de microorganismos. verdadeiro, naturalmente a vagina apresenta fungos e bactérias que não causam danos e esses organismos fazem fermentação lática que reduz o pH vaginal e impede que outros microorganismos nocivos contaminem o local. 12. As meninas que menstruam mais cedo têm maior chance de demorar a chegar à menopausa. Falso, não há nada que relacione a menarca precoce ou atrasada com o atraso da menopausa. A menopausa é causada pela queda dos hormônios ou pelo fim do estoque dos ovócitos 1ª 13. A ovogênese feminina é embrionária e para no estágio de ovócito I (400 mil) e existe um processo fisiológico normal que é a menopausa, quando acabam esses ovócitos. Que é caracterizada pela interrupção da menstruação, que é causada pela não produção dos hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) pelos ovários. verdadeiro 14. O fluxo de sangue é uma descamação contínua do útero. verdadeiro 15. Em mulheres existe uma glândula análoga à próstata. falso 16. A próstata se localiza a 2.5cm do ânus. verdadeiro QAs: 1. Qual anatomorfofisiologia do sistema reprodutor (feminino e masculino)? 2. Quais são as hormonas sexuais femininas e quais são as masculinas? a. E o que é a TPM (tensão pré menstrual)? b. Por que é tão estranho que meninas menstruam antes dos 12 anos? c. Por que a voz dos homens mudam quando começa a puberdade? 3. Como ocorre a aromatização hormonal? A conversão de andrógenos, principalmente androstenediona e testosterona, em estrógenos (basicamente estradiol) pelas células da granulosa, é realizada por ação de uma enzima chamada aromatase, estimulada pelo FSH. Reprodução Masculina Visão geral: O trato genital masculino é constituído de testículos, genitália interna (glândulas acessórias e ductos) e genitália externa. A genitália externa consiste no pênis e no escroto, uma estrutura em forma de saco que contém os testículos. A uretra atua como uma via comum de passagem para o esperma e a urina, embora isso não ocorra simultaneamente. A uretra está situada ao longo da parte ventral do eixo do pênis e é circundada por uma coluna de tecido esponjoso, chamada de corpo esponjoso. O corpo esponjoso e duas colunas de tecido, denominadas corpos cavernosos, constituem o tecido erétil do pênis. A ponta do pênis é alargada em uma região chamada de glande que, ao nascimento, é coberta por uma camada de pele, chamada de prepúcio. Glândulas: As glândulas bulbouretrais e as vesículas seminais liberam as suas secreções na uretra através de ductos. As glândulas individuais da próstata abrem-se diretamente no lúmen da uretra. A próstata é a glândula mais bem conhecida das três glândulas acessórias por seu significado clínico. O câncer de próstata é a forma mais comum de câncer em homens, e a hiperplasia prostática benigna (BPH) traz problemas para muitos homens após os 50 anos. Como a próstata envolve completamente a uretra, seu aumento causa dificuldade em urinar devido ao estreitamento da uretra prostática. O desenvolvimento fetal da próstata, como o da genitália externa, está sob o controle da DHT. A descoberta do papel da DHT no crescimento da próstata levou ao desenvolvimento da finasterida, um inibidor da enzima 5-redutase, que bloqueia a produção de DHT. Esse fármaco foi o primeiro tratamento não cirúrgico para a hiperplasia prostática benigna. Testículos: Os testículos possuem uma cápsula externa fibrosa resistente que envolve uma massa de túbulos seminíferos enrolados, agrupados em cerca de 250 a 300 compartimentos. Entre os túbulos seminíferos existe um tecido intersticial, onde ficam os vasos sanguíneos e as células intersticiais de Leydig produtoras de testosterona. Os túbulos seminíferos deixam os testículos e se unem, formando o epidídimo, um ducto único que forma um cordão firmemente enovelado na superfície da cápsula testicular. O epidídimo origina o vaso deferente, também conhecido como ducto deferente. Esse ducto passa para dentro do abdome, onde finalmente desemboca na uretra, a passagem da bexiga urinária para o meio externo Túbulos seminíferos - Os túbulos seminíferos são o local de produção de espermatozoides e contêm dois tipos de células: espermatogônias, em diversos estágios de desenvolvimento de espermatozóides e as células de Sertoli, que são células de suporte. O desenvolvimento dos espermatócitos ocorre em colunas, da borda externa do túbulo em direção ao lúmen. Entre cada coluna existe uma única célula de Sertoli que se estende da borda externa até o lúmen do túbulo. Circundando o lado de fora do túbulo existe uma lâminabasal que atua como uma barreira, impedindo que certas moléculas grandes do líquido intersticial entrem no túbulo, mas permitindo que a testosterona entre facilmente. Célula de Sertoli - A função das células de Sertoli é regular o desenvolvimento dos espermatozoides. Outro nome das células de Sertoli é células sustentaculares, pois elas dão sustento, ou nutrição, às espermatogônias em desenvolvimento. As células de Sertoli produzem e secretam proteínas que vão desde hormônios, como a inibina e a ativina, a fatores de crescimento, enzimas e a proteína ligadora de andrógenos (ABP). A ABP é secretada no lúmen dos túbulos seminíferos, onde se liga à testosterona. A testosterona ligada à proteína é menos lipofílica e não pode se difundir para fora do lúmen tubular. Células intersticiais ou Leydig - As células intersticiais (células de Leydig), localizadas no tecido intersticial entre os túbulos seminíferos, secretam testosterona. Elas tornam-se ativas inicialmente no feto, quando a testosterona é necessária para determinar o desenvolvimento das características masculinas. Após o nascimento, as células tornam-se inativas. Na puberdade, elas retomam a produção de testosterona. As células intersticiais também convertem parte da testosterona em estradiol. Reprodução Feminina Visão geral: A genitália externa feminina é coletivamente conhecida como vulva ou pudendo. Lateralmente, estão os lábios maiores do pudendo, dobras de pele que se originam do mesmo tecido embrionário que o escroto. Medial e internamente aos lábios maiores, estão os lábios menores do pudendo, derivados dos tecidos embrionários que, nos homens, dão origem ao corpo do pênis. O clitóris é uma pequena saliência de tecido sensorial erétil, situado na extremidade anterior da vulva, envolto pelos lábios menores e por uma dobra adicional de tecido equivalente ao prepúcio do pênis. O útero é a estrutura onde o ovócito fertilizado se implanta e se desenvolve durante a gestação. O útero é composto por três camadas de tecido: uma fina camada externa de tecido conectivo, uma camada intermédia espessa de músculo liso, denominada miométrio, e uma camada interna, denominada endométrio. As tubas uterinas têm de 20 a 25 cm de comprimento, e um diâmetro aproximado de um canudinho de refrigerante. Suas paredes têm duas camadas de músculo liso, uma longitudinal e uma circular, similar às paredes do intestino. Um epitélio ciliado reveste o interior das tubas. O movimento de líquido criado pelos cílios e ajudado pelas contrações musculares transporta o ovócito ao longo das tubas uterinas até o útero.Condições patológicas nas quais a função ciliar está ausente estão associadas à infertilidade feminina e a gestações nas quais o embrião se implanta nas tubas uterinas, em vez de no útero. Ovário: incompleto ver melhor os hormônios e a menarca O ovário é uma estrutura elíptica, com cerca de 2 a 4 cm de comprimento. Ele possui uma camada externa de tecido conectivo e uma estrutura de tecido conectivo interior, chamada de estroma. Grande parte do ovário é constituído por um espesso córtex externo preenchido por folículos ovarianos em diversos estágios de desenvolvimento ou de degradação. A pequena medula central contém nervos e vasos sanguíneos. O ovário, assim como os testículos, produz gametas e hormônios. Cerca de 7 milhões de ovogônias no ovário embrionário se desenvolvem, formando meio milhão de ovócitos primários. Cada ovócito primário é circundado por uma única camada de precursores das células da granulosa e envolvido por uma lâmina basal, formando um folículo primordial. A maior parte dos folículos primordiais nunca se desenvolverá, degradando-se ao longo dos anos por um processo semelhante à apoptose, chamado de atresia (morte celular regulada hormonalmente). Alguns folículos primordiais se desenvolvem lentamente, originando folículos primários. O ovócito aumenta, e as células da granulosa dividem-se, mas permanecem em uma única camada. Na puberdade, sinais químicos fazem grupos de folículos primários deixarem o seu estado de repouso e entrarem em um período de crescimento ativo que pode levar alguns meses. Conforme os folículos em crescimento aumentam de tamanho, uma camada de células, conhecida como teca, desenvolve-se na parte externa da lâmina basal. Neste ponto, os folículos são conhecidos como pré-antrais ou folículos secundários. Alguns folículos primários nunca completam a transição para folículos secundários e são perdidos por atresia. Conforme os folículos secundários crescem, as células da granulosa começam a secretar o líquido que se acumula na cavidade central do folículo, denominada antro. O líquido antral contém hormônios e enzimas necessários para a ovulação. Neste ponto, o folículo torna-se um folículo terciário. A partir do pool de folículos terciários iniciais, somente alguns folículos sobrevivem até alcançar os estágios finais de crescimento, e geralmente um único folículo, chamado de folículo dominante, desenvolve-se até o momento em que libera seu ovócito. O tempo necessário para o crescimento de um folículo secundário até o folículo terciário dominante é estimado em cerca de três meses ou mais. Ciclo menstrual: As mulheres produzem gametas em ciclos mensais (em média de 28 dias). Esses ciclos são comumente denominados ciclos menstruais, uma vez que apresentam um período de 3 a 7 dias de sangramento uterino, conhecido como menstruação. O ciclo menstrual pode ser descrito de acordo com as mudanças que ocorrem nos folículos ovarianos, o ciclo ovariano, ou pelas mudanças que ocorrem no revestimento endometrial do útero, o ciclo uterino. Ciclo ovariano: ● ciclo ovariano é dividido em três fases: 1. Fase folicular. A primeira parte do ciclo ovariano, conhecida como fase folicular, é um período de crescimento folicular no ovário. Essa fase é a que tem duração mais variável, de 10 a 21 dias. 2. Ovulação. Quando um ou mais folículos amadurecem, o ovário libera o(s) ovócito(s) durante a ovulação. 3. Fase lútea. A fase do ciclo ovariano que segue a ovulação é conhecida como pós-ovulatória ou fase lútea. O segundo nome tem origem na transformação do folículo rompido em um corpo lúteo, assim denominado devido ao pigmento amarelo e aos depósitos de lipídios. O corpo lúteo secreta hormônios que continuam a preparação para a gestação. Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de funcionar após cerca de duas semanas, e o ciclo ovariano é reiniciado. Ciclo uterino: ● O revestimento endometrial do útero também segue um ciclo – o ciclo uterino – regulado por hormônios ovarianos: 1. Menstruação. O começo da fase folicular no ovário corresponde ao sangramento menstrual do útero. 2. Fase proliferativa. A parte final da fase folicular do ovário corresponde à fase proliferativa no útero, durante a qual o endométrio produz uma nova camada de células em antecipação à gestação. 3. Fase secretora. Após a ovulação, os hormônios liberados pelo corpo lúteo convertem o endométrio espessado em uma estrutura secretora. Assim, a fase lútea do ciclo ovariano corresponde à fase secretora do ciclo uterino. Se não ocorrer gravidez, as camadas superficiais do endométrio secretor são perdidas durante a menstruação, quando o ciclo uterino inicia novamente. Controle hormonal do ciclo menstrual: Os ciclos ovariano e uterino estão sob o controle primário de vários hormônios: - GnRH do hipotálamo. - FSH e LH da adeno-hipófise. - Estrogênio, progesterona, inibina e AMH do ovário. Durante a fase folicular do ciclo, o estrogênio é o hormônio esteroide dominante. A ovulação é desencadeada pelo pico de LH e de FSH. Na fase lútea, a progesterona é dominante, embora o estrogênio ainda esteja presente. O hormônio anti-mülleriano (AMH) aparentemente atua como um regulador para evitar que muitos folículos ovarianos se desenvolvam ao mesmo tempo. Fase folicular inicial: O primeiro dia da menstruação é o dia 1 do ciclo. Este ponto foi escolhido como o início do ciclo porque o sangramento menstrual é um sinal físico facilmente observável. Pouco antesdo início de cada ciclo, a secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) pela adeno-hipófise aumenta. Sob a influência do FSH, um grupo de folículos ovarianos terciários começa a crescer. Conforme os folículos crescem, as suas células da granulosa (sob a influência do FSH) e suas células da teca (sob a influência do LH) começam a produzir hormônios esteróides (progesterona e estrogênio). As células da granulosa também começam a secretar AMH (hormônio antimulleriano). Esse AMH diminui a sensibilidade do folículo ao FSH, o que aparentemente impede o recrutamento de folículos primários adicionais após um grupo ter iniciado o desenvolvimento. As células da teca sintetizam androgênios que se difundem para as células vizinhas da granulosa, onde a aromatase os converte em estrogênios. Gradualmente, os níveis crescentes de estrogênio na circulação têm diversos efeitos. Os estrogênios exercem retroalimentação negativa na secreção de FSH e de LH pela adeno-hipófise, o que impede o desenvolvimento adicional de folículos no mesmo ciclo. Ao mesmo tempo, o estrogênio estimula a produção de mais estrogênio pelas células da granulosa. Esta alça de retroalimentação positiva permite que os folículos continuem sua produção de estrogênio mesmo que os níveis de FSH e de LH diminuam. No útero, a menstruação termina durante a fase folicular inicial. Sob a influência do estrogênio proveniente dos folículos que estão se desenvolvendo, o endométrio começa a crescer, ou proliferar. Este período é caracterizado por aumento no número de células e aumento do suprimento sanguíneo para levar nutrientes e oxigênio para o endométrio espessado. O estrogênio também estimula as glândulas mucosas do colo do útero a produzirem um muco claro e aquoso. Síndrome do ovário policístico Fase folicular tardia: Conforme a fase folicular se aproxima do final, a secreção de estrogênio ovariano atinge o seu ponto máximo. Neste ponto do ciclo, somente um folículo ainda está se desenvolvendo. Assim que a fase folicular está completa, as células da granulosa do folículo dominante começam a secretar inibina e progesterona, além do estrogênio. O estrogênio, que até então tinha exercido um efeito de retroalimentação negativa sobre a secreção de GnRH na fase folicular inicial, muda para uma retroalimentação positiva, levando ao pico pré-ovulatório de GnRH. Imediatamente antes da ovulação, os níveis persistentemente altos de estrogênio, auxiliados pelos níveis crescentes de progesterona, aumentam a responsividade da adeno-hipófise ao GnRH. Como resultado, a secreção de LH aumenta significativamente, um fenômeno conhecido como pico de LH. O FSH também aumenta, mas em menor grau, presumivelmente por estar sendo suprimido pela inibina e pelo estrogênio. O pico de LH é parte essencial da ovulação, pois ele desencadeia a secreção de inúmeros sinais químicos necessários para os passos finais da maturação do ovócito. A meiose é retomada no folículo em desenvolvimento com a primeira divisão meiótica. Esta etapa divide o ovócito primário em ovócito secundário (2n DNA) e em um primeiro corpúsculo polar (2n), que se degenera. Enquanto essa divisão ocorre, o líquido antral acumula-se, e o folículo cresce, atingindo seu maior tamanho, preparando-se para liberar o ovócito. Os altos níveis de estrogênio na fase folicular tardia preparam o útero para uma possível gestação. O endométrio cresce até uma espessura de 3 a 4 mm. Imediatamente antes da ovulação, as glândulas cervicais produzem grandes quantidades de muco fino e filante (elástico) para facilitar a entrada do espermatozoide. A cena está preparada para a ovulação. Ovulação: Cerca de 16 a 24 horas após o pico de LH, a ovulação ocorre. O folículo maduro secreta prostaglandinas e enzimas proteolíticas, como metaloproteinases de matriz (MMPs) que dissolvem o colágeno e outros componentes do tecido conectivo que mantém as células foliculares unidas. As prostaglandinas podem contribuir para a ruptura da parede folicular em seu ponto mais fraco. O líquido antral jorra do ovário junto com o ovócito, o qual é circundado por duas ou três camadas de células da granulosa. O ovócito é arrastado para dentro da tuba uterina para ser fertilizado ou para morrer. Fase lútea inicial: Após a ovulação, as células foliculares da teca migram para o espaço antral, misturando-se com as células da granulosa e preenchendo a cavidade. Ambos os tipos celulares, então, transformam-se em células lúteas do corpo lúteo. Esse processo, conhecido como luteinização, envolve mudanças bioquímicas e morfológicas. As células lúteas recém-formadas acumulam gotículas de lipídios e grânulos de glicogênio em seu citoplasma e começam a secretar hormônios. Conforme a fase lútea progride, o corpo lúteo produz continuamente quantidades crescentes de progesterona, estrógeno e inibina. A progesterona é o hormônio dominante na fase lútea. A síntese de estrogênio diminui inicialmente e depois aumenta. Entretanto, os níveis de estrogênio nunca atingem o pico observado antes da ovulação. A combinação de estrogênio e progesterona exerce retroalimentação negativa sobre o hipotálamo e a adeno-hipófise. A secreção de gonadotrofinas, adicionalmente inibidas pela produção de inibina lútea, permanece baixa ao longo da maior parte da fase lútea. Sob influência da progesterona, o endométrio continua sua preparação para a gestação e se torna uma estrutura secretora. As glândulas endometriais enrolam-se e crescem vasos sanguíneos adicionais na camada de tecido conectivo. As células endometriais depositam lipídios e glicogênio no seu citoplasma. Esses depósitos fornecerão a nutrição para o embrião em desenvolvimento enquanto a placenta, a conexão materno-fetal, está se desenvolvendo. A progesterona também causa o espessamento do muco cervical. O muco mais espesso cria um tampão que bloqueia a abertura do colo uterino, impedindo que bactérias e espermatozóides entrem no útero. Fase lútea tardia e menstruação: O corpo lúteo tem uma duração intrínseca de aproximadamente 12 dias. Se a gestação não ocorrer, o corpo lúteo sofre apoptose espontânea. Conforme as células lúteas degeneram, a produção de progesterona e de estrogênio diminui. Essa queda retira o sinal de retroalimentação negativa sobre a hipófise e o hipotálamo, e, assim, a secreção de FSH e de LH aumenta. Os remanescentes do corpo lúteo formam uma estrutura inativa, chamada de corpo albicante. A manutenção de um endométrio secretor depende da presença de progesterona. Quando o corpo lúteo degenera e a produção hormonal diminui, os vasos sanguíneos da camada superficial do endométrio contraem. Sem oxigênio e nutrientes, as células superficiais morrem. Cerca de dois dias após o corpo lúteo parar de funcionar, ou 14 dias após a ovulação, o endométrio começa a descamar a sua camada superficial, e a menstruação inicia. A quantidade total de menstruação liberada do útero é de aproximadamente 40 mL de sangue e 35 mL de líquido seroso e restos celulares. Em geral, existem poucos coágulos no fluxo menstrual devido à presença de plasmina, que degrada os coágulos. A menstruação continua por 3 a 7 dias, já na fase folicular do próximo ciclo ovulatório. Hormônios e seus principais efeitos ● Testosterona A testosterona começa a ser elaborada pelos testículos fetais masculinos por volta da sétima semana de vida embrionária. De fato, uma das principais diferenças funcionais entre os cromossomos sexuais masculinos e os femininos é que o cromossomo masculino tem o gene da região determinante do sexo no Y (SRY) que codifica uma proteína denominada fator dedeterminação testicular (também denominada proteína SRY). A proteína SRY inicia uma cascata de ativação genéticas que faz com que as células do tubérculo (crista) genital se diferenciam em células que secretam testosterona e, por fim, formam os testículos, enquanto o cromossomo feminino faz com que a crista se diferenciam em células que secretam estrogênios. Os testículos secretam muitos hormônios sexuais masculinos, chamados, coletivamente, androgênios, incluindo a testosterona,diidrotestosterona e androstenediona. A testosterona é mais abundante do que os outros, às vezes considerada como o hormônio testicular mais importante, embora a maioria da testosterona seja, por fim, convertida, nos tecidos-alvo, no hormônio mais ativo, a di-hidrotestosterona. A testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig, situadas no interstício entre os túbulos seminíferos, e constituem, aproximadamente, 20% da massa dos testículos adultos. As células de Leydig são praticamente inexistentes nos testículos durante a infância, época em que os testículos quase não secretam testosterona, mas elas são numerosas no recém-nascido do sexo masculino nos primeiros meses de vida e no homem adulto após a puberdade; em ambas as épocas, os testículos secretam grande quantidade de testosterona. O termo “androgênio” significa qualquer hormônio esteroide que tenha efeitos masculinizantes, incluindo a testosterona; também inclui os hormônios sexuais masculinos produzidos em outros locais do corpo além dos testículos. Por exemplo, as glândulas adrenais secretam, pelo menos, cinco androgênios, embora a atividade masculinizante total desses androgênios seja normalmente tão baixa (< 5% do total no homem adulto), que, mesmo na mulher, eles não geram características masculinas significativas, exceto a indução do crescimento de pelos pubianos e das axilas. Após a secreção pelos testículos, aproximadamente 97% da testosterona liga-se fracamente à albumina plasmática ou liga-se, mais fortemente, a uma betaglobulina, chamada globulina ligada ao hormônio sexual. A testosterona que não se fixa nos tecidos é convertida rapidamente, principalmente pelo fígado, em androsterona e desidroepiandrosterona e, simultaneamente, conjugada com glicuronídeos ou sulfatos (particularmente glicuronídeos). Essas substâncias são excretadas pelo intestino, por meio da bile, ou na urina, pelos rins. A maior parte do controle das funções sexuais, tanto dos homens quanto das mulheres, começa com a secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo (Figura 81-10). Esse hormônio, por sua vez, estimula a hipófise anterior a secretar dois outros hormônios chamados hormônios gonadotrópicos: (1) hormônio luteinizante (LH); e (2) hormônio folículo estimulante (FSH). Por sua vez, LH é o estímulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos, e FSH estimula, principalmente, a espermatogênese. Referências Bibliográficas: Fisiologia Humana Silverthorn 7ª ed. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4166265/mod_page/content/1/Foliculog %C3%AAnese.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4166265/mod_page/content/1/Foliculog%C3%AAnese.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4166265/mod_page/content/1/Foliculog%C3%AAnese.pdf
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