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A história dos surdos no Brasil

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15
INTRODUÇÃO.
		Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade surda, da sua língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.
		Principal personagem da história dos surdos no Brasil não é um brasileiro e sim um francês: Huet nasceu em 1822 e aos 12 anos ficou surdo, se formou professor e emigrou para o Brasil em 1855. Apoiado por D. Pedro II, ele fundou, no dia 26 de setembro de 1857, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, onde era utilizada a língua de sinais. 
		Começou alfabetizando sete crianças com o mesmo método do abade L'Epée. Essa foi a primeira escola a aplicar a língua de sinais na metodologia de ensino. Em 1911, o INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos estabeleceu o oralismo como método de educação dos surdos. 
		Assim como a educação na França, a língua de sinais no Brasil deixou de se desenvolver com o Congresso de Milão. Embora a influência do oralismo fosse forte, os surdos brasileiros buscaram alternativas de se comunicarem através da Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
		Organizaram-se em forma de associações para viverem aí sua cultura. As associações são lugares onde há uma rica convivência de surdos, troca de experiências, lazer, esporte e, principalmente, o fortalecimento da identidade dos surdos. 
		
A HISTÓRIA DOS SURDOS NO BRASIL.
	PASSADO.	
		No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
		Os romanos assim como os gregos tinham ideias semelhantes acerca dos Surdos, eram vistos como seres imperfeitos, sem direito a pertencer à sociedade, era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".
		 Os cristãos, até à Idade Média, criam que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos. oi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo.
		No final do século XV, não havia escolas especializadas para surdos; pessoas ouvintes tentaram ensinar aos surdos; surge Giralamo Cardamo, um italiano que utilizava sinais e linguagem escrita; posteriormente Pedro Ponce de Leon, um monge beneditino espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios. inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia.
		 Além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente econômica). Leon desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio).
		John Beverley, em 700 d.C, ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em que há registro). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de Surdos. Alguns professores dedicaram-se à educação dos surdos, entre eles, destacaram-se:
1. Juan Pablo Bonet – defendia o método oral;
2.  Konrah Amman,  - defensor da leitura labial;
3. Alexandre Gran Bell – defendia o método oral;
4. Samuel Heinicke ensinou vários Surdos a falar, criando e definindo o método hoje conhecido como Oralismo;
Charles Michel de L'Épée, - criador do método gestual. Em 1755, o abade Charles M. de L´Epée iniciou um trabalho revolucionário, recolhendo surdos pobres das ruas de Paris, aprendendo a Língua de Sinais com eles e, tentou fazer uma associação de sinais com palavras escritas e imagens, procurando assim, que os surdos tivessem acesso à cultura através da leitura e escrita .
		Esses professores divergiam quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino dos surdos. Uns acreditavam que o ensino deveria priorizar a língua falada (Método Oral Puro) e outros que utilizavam a língua de sinais (já conhecida pelos alunos) e o ensino da fala (Método Combinado).
		 Antes do Congresso, na Europa, durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos surdos: o gestualismo (ou método francês) e o oralismo (ou método alemão). A grande maioria dos surdos defendia o gestualismo enquanto que apenas os ouvintes apoiavam o oralismo.
		Em 1838 foi fundada a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos - a primeira associação de Surdos do mundo.
		O Congresso de Milão em 1880 foi um momento obscuro na História dos surdos, lá um grupo de ouvintes, tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo (o comité do congresso era unicamente constituído por ouvintes). Em consequência disso, chegou-se à conclusão de que todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro; o oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.	
		O Congresso durou três dias, nos quais foram votadas 8 resoluções, as resoluções são:
1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual;
2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;
3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;
4. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
5. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;
7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;
8. Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
		Edward Huet se formou professor e em 1855 a convite de D. Pedro II, veio ao Brasil e preparou um programa que consistia em usar o alfabeto manual e a Língua de Sinais da França. Apresentou documentos importantes para educar os surdos, mas ainda não havia escola especial. Solicitou então ao imperador D. Pedro II um prédio para fundar uma escola.
		Apoiado por D. Pedro II, ele fundou, no dia 26 de setembro de 1857, o primeiro instituto para surdos no Brasil o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, começou alfabetizando sete crianças com o mesmo método do abade L'Epée.Essa foi a primeira escola a aplicar a língua de sinais na metodologia de ensino, passando em 1956, a receber o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos, ede Instituto Nacional de Educação de Surdos em 1957. Assim, a proposta de currículo apresentado tinha como disciplinas o português, aritmética, história, geografia, linguagem articulada e leitura sobre os lábios para os que tivessem aptidão.
		Em 1862 Huet deixou o Instituto por problemas pessoais, sendo o seu cargo de diretor ocupado por Dr. Manuel de Magalhães Couto, que não era especialista em surdez e consequentemente deixou de realizar o treino de fala e leitura de lábios no Instituto. Por este motivo, após uma inspeção governamental, em 1868 o Instituto foi considerado um asilo de surdos. Com isso o cargo de diretor passou a ser ocupado por Tobias Leite que foi estabelecida obrigatoriamente a aprendizagem da linguagem articulada e da leitura dos lábios. 
		Em 1889 o governo determinou que, a leitura dos lábios e a linguagem articulada deveriam ser ensinadas apenas para aqueles alunos que apresentassem um bom aproveitamento sem prejudicar a escrita.
Por volta de 1897, o caráter educacional sofria forte influencias da Europa, inclusive devido às decisões tomadas no Congresso de Milão. Portanto, em 1911, o Instituto Nacional de Surdos (INES) passou a seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro em suas salas de aula.
		 Todavia, o uso dos sinais permanece até 1957, momento em que a proibição é dada como oficial.  É na década de setenta que chega ao Brasil a Comunicação Total, após a visita de uma professora de surdos à Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos. 
		Na década de oitenta, são iniciadas as discussões acerca do bilinguismo no Brasil. Linguistas brasileiros começaram a se interessar pelo estudo da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) e da sua contribuição para a educação do surdo. A partir das pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas, seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros), para diferencia-la da LSKB (Língua de Sinais Kapor Brasileira), utilizada pelos índios Urubu-Kapor no Estado do Maranhão. 
		A partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB.
		Todavia, no ano de 1986 a direção do Instituto Nacional de Educação de Surdos, sob a luz dos efeitos dessa nova era, iniciou o projeto de pesquisa PAE (Projeto de Alternativas Educacionais), um trabalho de implementação da Comunicação Total em grupos de alunos ali matriculados.
		Entretanto foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão. Esta foi vista como sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria oriunda da comunidade de pessoas surdas do Brasil.
		Desta maneira, o sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de educação especial, de Fonoaudiologia e de magistérios, em seus níveis médios e superiores, o ensino das LIBRAS, como parte integrante dos parâmetros Curriculares Nacionais.
		Nesta perspectiva, o surdo, como todos os demais educandos “especiais”, terá garantido assim, os seus direitos à educação, assegurando uma formação que lhe dê condições de autonomia no mercado de trabalho, etc., ou seja, realmente partindo da educação para a inclusão social em todos os seus aspectos.
PRESENTE.
1. Leis, Decreto e Resolução. 
· Lei 10.098 de 19/12/2000 – prevê a formação de intérpretes de Língua de Sinais para possibilitar aos surdos o acesso à informação.
· Lei 10.436 de 24/12/2002 – reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como língua oficial das comunidades surdas. 
· Dec. 5626 de 22/12/2005 – regulamenta os documentos anteriores. É o primeiro que usa a palavra “surdo” em lugar de deficiente auditivo. É o reconhecimento do direito dos surdos a uma educação bilíngue na modalidade escrita. (Língua de Sinais – 1ª língua e Língua Portuguesa – 2ª língua) 
· Res.SE 38 de 19/06/09 – dispõe sobre a admissão de docentes com qualificação na Língua Brasileira de Sinais, nas escolas da rede estadual de ensino.
2. Mitos.
· Todo surdo é mudo;
· Todos os surdos escrevem assim e não compreendem o que leem; 
· A Língua de Sinais é universal; 
· As Línguas de Sinais só expressam conteúdos concretos;
· A Língua de Sinais não tem coesão;
· A Língua de Sinais não tem preposição;
· As línguas de Sinais derivam da comunicação gestual espontânea dos ouvintes.
		 Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) É uma língua de modalidade gestual-visual que utiliza, como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidas pela visão. Cada língua de sinais possui sua estrutura gramatical.
 Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros: 
· Configuração das mãos;
· Pontos de Articulação Movimentos;
· Orientação/Direcionalidade;
· Expressão Facial/Corporal.
3. Como a Língua Portuguesa foi Aprendida? 
· Até a dec. de 80 no Brasil: Oralização 
· Língua Portuguesa na modalidade oral: ensinava-se a palavra, frase, texto por meio de cópia, repetição, memorização – figura, palavra ou sílaba, sinal – “Preocupação em ensinar gramática”. 
· PCNs (1990): “a língua é concebida como uma prática social” – Privilegiar o texto. 
· Ensino da Língua Portuguesa para Surdos: a meta é o uso da língua e não a repetição/memorização de estruturas gramaticais. 
4. Por que o português é considerado uma segunda língua para os surdos se eles nasceram no Brasil?
		
		A primeira língua da criança, em termos psicolinguísticos, é sempre uma Língua Natural.
 Língua Natural: é aquela aprendida sem barreiras de qualquer ordem para sua aquisição, são aprendidas naturalmente, bastando estar em contato com as pessoas que a utilizam.
•L1- Língua natural – Libras
• L2- Língua oficial do país – L. Portuguesa
• Para crianças ouvintes: línguas orais-auditivas.
• Para crianças surdas: línguas de modalidade visual-espacial.
 		Há diferença na modalidade de recepção e produção de L1 e L2.
	DIFERENÇAS ENTRE L1 E L2
	L1- LIBRAS
	L2 – LÍNGUA PORTUGUESA
	Aquisição espontânea;
	Aquisição formal, 
	Ambiente natural;
	Ambiente artificial;
	É adquirida não aprendida;
	Requer metodologias de ensino, pois é aprendida;
	A aquisição é essencial.
	 A aquisição é opcional.
		Em função da perda auditiva as crianças surdas não se apropriam de maneira natural das línguas de modalidade oral-auditiva. Há um impedimento biológico para a aquisição da L. portuguesa pelos surdos
		A aprendizagem da Língua Portuguesa pela criança surda ocorrerá em um processo formal com metodologias específicas e professores especializados. 
●L1 – Língua natural ou materna. 
● L2 – Língua Portuguesa: oral, escrita.
5. Abordagens educativas na educação dos surdos: Oralismo, Comunicação Total Bilinguismo. 
		A modalidade oralista - Baseia-se na crença de que é a única forma desejável de comunicação para o sujeito surdo, e a língua de sinais deve ser evitada a todo custo porque atrapalha o desenvolvimento da oralização
Essa concepção de educação enquadra-se no modelo clínico, esta visão afirma a importância da integração dos sujeitos surdos na comunidade de ouvintes e que para isto possa ocorrer-se o sujeito surdo deve oralizar bem fazendo uma reabilitação de fala em direção à “normalidade” exigida pela sociedade.
		 Comunicação Total - Surge a partir do questionamento da eficácia do oralismo; apesar da proibição dos usos de sinais, os aprendizes surdos seguiam comunicando-se assim nos intervalos das aulas, escondidos dos professores em seus grupos, onde criavam seu próprio sistema de sinais. Na década de 60 – nos EUA, pesquisadores começam a investigar as LS e a legitimá-las; Na década de 70 – o oralismo cede lugar à comunicação total; propõe fazer uso de todo e qualquer método de comunicação (sinaisnaturais e artificiais, palavras, símbolos, mímicas...) para permitir que a criança surda adquirisse uma linguagem.
		A Comunicação Total inclui todo o espectro dos modos linguísticos: gestos criados pelas crianças, língua de sinais, fala, alfabeto manual, leitura e escrita. A Comunicação Total foi desenvolvida em meados de 1960, após do fracasso de Oralismo puro em muitos sujeitos surdos, começaram a ponderar em juntar o oralismo com a língua de sinais simultaneamente como uma alternativa de comunicação.
		Bilinguismo - A abordagem bilíngue busca remover a atenção da fala e concentrar-se no sinal; O objetivo principal é que o surdo compreenda e sinalize fluentemente em sua LS, e domine a escrita e LS leitura do idioma da cultura em que está inserido. A limitação física não é uma deficiência, mas uma diferença.
		A modalidade Bilíngue é uma proposta de ensino usada por escolas que se sugerem acessar aos sujeitos surdos duas línguas no contexto escolar.
Bilinguismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser Bilíngue, ou seja deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua natural dos surdos e, como Segunda língua , a língua oficial de seu país.
		Na ideologia de bilinguismo as crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seus pais, professores ou outros.
“O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõe a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os estudos têm apontado para essa proposta como sendo a mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita”. (QUADROS, 1997, p. 27)
A política de inclusão de surdos nas escolas de ouvintes?
		No ano de 1994, os representantes de mais de oitenta países se reúnem na Espanha e assinam a Declaração de Salamanca, um dos mais importantes documentos de compromisso de garantia de direitos educacionais. Este documento declara as escolas regulares inclusivas como o meio mais eficaz de combate à discriminação e ordena que as escolas devam acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas.
		A política evidenciada na Declaração de Salamanca foi adotada na maioria dos países, e no Brasil serviu para a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei nº 9394/96) observamos que em um de seus capítulos sobre a educação especial onde apoia e inclui parâmetros para a integração/inclusão do aluno especial na escola regular, a Declaração faz ressalva à situação linguística dos surdos e defendeu as escolas e classes para eles. 
		Enquanto os ouvintes pensam, falam e escrevem, utilizando sua língua primária na modalidade oral-auditiva, as crianças surdas, pensam e falam na língua de sinais na modalidade viso-espacial, escrevem em sua segunda língua (L2), na modalidade oral-auditiva.
 		Em agosto de 2001, no Programa Nacional de Apoio à Educação do Surdo, a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS-RJ) em parceria com o Ministério de Educação e Cultura (MEC), capacitou 80 Surdos no Brasil, para serem Instrutores de LIBRAS e desenvolveu métodos de ensino e materiais didáticos que ofereceram aos alunos Surdos uma educação de qualidade. Em setembro de 2001, no Programa Nacional de Apoio à Educação do Surdo, a FENEIS-RJ em parceria com o MEC e com o INES - capacitou 54 Professores/Intérpretes no Brasil para atuarem como professores nas escolas inclusivas e desenvolveu métodos de ensino e materiais didáticos para serem utilizados com os alunos surdos. 
		Este plano previu, para os próximos 10 anos, a aplicação da Lei n° 10.436 – (LEI da LIBRAS) - que reconhece a língua brasileira de sinais como língua de uso corrente e legítimo de uma grande parcela de surdos brasileiros), a inserção de sua regulamentação nos currículos de Ensino Básico para Surdos e nas escolas inclusivas.
		A Inclusão da LIBRAS nos currículos de Ensino Básico para Surdos nas escolas de Surdos foi a realização de um sonho esperado por vários anos de muita luta. Para se chegar à regulamentação da LIBRAS em nível federal, o Presidente da República sancionou a Lei da LIBRAS n° 10.436 no dia 24 de abril de 2002. Nos dias 16 e 21 de março de 2005, houve reuniões técnicas para a consulta pública da Regulamentação da LEI da LIBRAS na Secretaria de Educação Especial (SEESP/MEC) com a participação de Instituições e Universidades Públicas. 
		As propostas de contribuição para a Regulamentação da LEI LIBRAS foram enviadas e aceitas até o dia 03 de abril à Casa Civil e essas foram finalmente aprovadas através do decreto lei de n° 5626 do dia 22 de dezembro de 2005 . Foi uma vitória difícil, mas a luta ainda não acabou. Recentemente, surgiram muitas polêmicas nas escolas inclusivas que não estão preparadas para receber os surdos.
		Quando se refere à Educação, pois as filosofias oralista e bilíngue de educação de surdos envolvem algumas oposições e trazem consigo perspectivas diferentes do surdo e sua constituição enquanto sujeito. A cognição do surdo, da mesma forma, é uma questão controversa. 
		O fato ainda disseminado na sociedade de que a surdez traz consigo problemas cognitivos (impossibilidade de alcançar o raciocínio abstrato e outras questões). Os estudos em línguas de sinais têm mostrado que a sua aquisição como primeira língua pode proporcionar o desenvolvimento de conteúdos abstratos, além do desenvolvimento linguístico, cognitivo e sócio-afetivo-emocional.
		 No entanto, a utilização da língua oral se configura em um importante instrumento de inserção social, tendo em vista que o surdo está imerso em um mundo de oralidade. Desta forma, acreditamos que a utilização das duas línguas, tal como propõe a filosofia bilíngue em sua essência, favorecerá o desenvolvimento do surdo de forma global.
		Os educadores, por serem os profissionais mais diretamente ligados à educação do surdo devem ter sempre em mente que a sua opção teórica terá grandes repercussões no desenvolvimento da criança sob sua responsabilidade. Desta forma, se torna imprescindível o conhecimento das diferentes possibilidades educacionais que podem ser oferecidas, a fim de maximizar o acesso ao desenvolvimento linguístico e cognitivo tão almejado pelos pais e familiares destas crianças.
FUTURO.
		 O que os Surdos temem é que, na pior das hipóteses, tudo continue como estava. Com a Lei 10.436, as escolas de Surdos que adotaram o Bilinguismo como metodologia de ensino puderam oferecer aos seus alunos melhores condições de acesso ao conhecimento do que as escolas inclusivas.
		 Na verdade, eu acredito que um modelo de bilinguismo que realmente dê conta da necessidade linguística do sujeito Surdo é aquele em que se respeite a língua de sinais como língua materna do Surdo e que o ensino de língua oral seja ensinado como metodologia de segunda língua. Deve ser oferecido ao Surdo o direito de optar pelo uso da modalidade oral ou apenas da modalidade escrita dessa língua. 	
		Onde estão as escolas bilíngues que realmente contemplam as necessidades educacionais dos Surdos e respeitam suas diferenças? Ainda não vimos nada que comprove os benefícios apregoados por aqueles que defendem um modelo de escola inclusiva e provem que a inclusão está dando resultados positivos. 
		Os desenvolvimentos cognitivos, afetivos, socioculturais e acadêmicos das crianças Surdas não dependem necessariamente da audição, mas sim do desenvolvimento espontâneo da sua língua. A Língua, de Sinais propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo da criança Surda, facilita o processo de aprendizagem de Línguas Orais, serve de apoio para a leitura e compreensão de textos escritos e favorece a produção escrita.
		O Bilinguismo, tal como entendemos, é mais do que o uso de duas línguas. É uma filosofia educacional que implica em profundas mudanças em todo o Sistema Educacional para Surdos. Enquanto estas mudanças não seefetuarem, estaremos em plena fase de transição. Tais mudanças não podem ser instaladas de uma só vez. Dependerão da autocrítica dos profissionais da área, do desenvolvimento das pesquisas sobre as Línguas de Sinais e de metodologia e materiais didáticos específicos para Surdos.
		A Educação de Surdos está sendo repensada devido ao reconhecimento das Línguas de Sinais e à mudança de postura frente à surdez. O modelo de Educação Oralista que transformava a criança surda em "ouvinte deficiente", uma vez que ela era um paciente que precisava de tratamento em clínicas especializadas para a "normalização" está sendo deixado para trás. O Surdo não é visto mais como aquele a quem a falta da audição precisa ser superada; mas como um ser eficiente, que se comunica por outro canal e, consequentemente, tem outra língua.
		A FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos acompanha de forma atuante nas questões que diz respeito à educação dos surdos no Brasil, promovendo encontros, movimentos, audiências e fórum para garantir melhores condições as crianças surdas em sala de aula.
		Principalmente frente aos novos modelos de inclusão de alunos surdos no ensino regular e às propostas do Movimento Surdo em Defesa da Educação e da Cultura Surda da FENEIS Nacional, que está desde 2011 reivindicando espaço de fala na defesa das Escolas e Classes Bilíngues para Surdos.
		A FENEIS Nacional e suas Regionais, articulada com a Comunidade Surda Brasileira, vem propondo diferentes ações relacionadas a esta temática, especialmente frente a atual política da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, com vias a tornar públicas pesquisas de grande relevância e que tem comprovado o elevado grau de eficiência das escolas e classes bilíngues para surdos, quando comparadas aos resultados apontados por alunos surdos incluídos em escolas regulares, denominadas de “inclusivas”.
		A educação de surdos não se faz por si só. De um lado há surdos em movimento, reivindicando melhoras e desenvolvimento. De outro há imposições e argumentações de pessoas que por muitas vezes não participam da realidade dos educandos.
		A realidade é que o futuro é algo que não possui respostas prontas é assim que vemos futuro da educação de surdos. Nós que participamos dela constantemente por vezes não sabemos o que virá. Não conseguimos saber se o que se tem hoje será a mesma verdade de amanhã.
		Todos nós conhecemos os prós e contras da inclusão, assim como qualquer teoria usada na educação de surdos. Não adianta só lutar contra algo ou a favor. É necessário observar cada lado e retirar o melhor de cada um. Trata-se de ampliar caminhos, reconstruir pontes e possibilitar futuros.
CONCLUSÃO.
		Analisando as três modalidades educacionais: oralismo, comunicação total e bilinguismo, percebemos que principalmente as duas primeiras foram tentativas de criar um surdo ouvinte. Recuperar para integrar. A modalidade oralista objetivava fazer com que o surdo se assemelhasse ao ouvinte, mesmo que isso custasse horas de treinamento numa concepção de déficit, de normalização do sujeito surdo.
		 A comunicação total surge como filosofia educacional que visa à utilização de todos os meios de comunicação que possibilitar a aprendizagem do sujeito surdo. Contudo, os resultados não foram os esperados. Não é possível usar línguas com estruturas diferentes, simultaneamente. 
		A proposta bilíngue/bicultural leva em conta o que as outras não fizeram a língua natural, a língua de sinais. O bilinguismo considera os aspectos culturais da comunidade surda, uma minoria linguística empenhada na busca do reconhecimento e no direito de ser diferente.
		O problema é que os governos não respeitam essa ressalva e trataram os surdos como os demais alunos. Muitos especialistas alimentam os discursos de inclusão; sem perceberem as consequências deste processo que só tem contribuindo mais ainda para a frustração educacional dos sujeitos surdos.
		Sabemos que a proposta governamental é colocar o sujeito surdo na sala de aula junto com professores sem capacitação para trabalhar com surdos. Então os alunos surdos que antes que eram excluídos são agora sendo destituídos do direito de sua língua na inclusão dentro de escolas de ouvintes. houve muitas crianças surdas tiveram fracassos escolares na inclusão nas escolas de ouvintes.
		Com a inclusão dos surdos no processo educacional, vimos que esses sujeitos não desenvolveram o seu potencial em virtude que sujeitos ouvintes queriam que os sujeitos surdos tivessem o modelo ouvintista, impondo-lhes o oralismo e o treinamento auditivo não respeitando a identidade cultural dos mesmos. E com isto houve o desequilíbrio educacional dos sujeitos surdos.
		Os povos surdos lutam pelas escolas de surdos, no entanto, a realidade é que existe no Brasil o total de 5.564 Municípios e é ofertado atendimento de educação especial apenas a 82,3% destes Municípios.
		O ideal é que na inclusão nas escolas de ouvintes, que as mesmas se preparem para dar aos alunos surdos os conteúdos pela língua de sinais, através de recursos visuais, tais como figuras, língua portuguesa escrita e leitura, a fim de desenvolver nos alunos a memória visual e o hábito de leitura, que recebam apoio de professor especialista conhecedor de língua de sinais e enfim, dando intérpretes de língua de sinais, para o maior acompanhamento das aulas.
		A presente apresentação teve como objetivo reunir alguns aspectos da história da comunidade surda no Brasil, incluindo fatos que construíram e ainda constroem sua trajetória de lutas pelos seus direitos políticos e educacionais. Espero que a sociedade brasileira reflita e respeite mais as opiniões próprias da Comunidade Surda.
		 Por outro lado, a Comunidade Surda deve vencer as barreiras da “submissão” imposta pelos ouvintes, é preciso resistir, para que os não ouvintes respeitem a Identidade e a Cultura Surda. 
BIBLIOGRAFIA.
http://www.feneis.org.br/page/noticias_detalhe.asp?categ=1&cod=623. Acesso em 14/05/2012.
SÁ, Nídia Regina Limeira de, Cultura, Poder e Educação de Surdos.
Manaus: INEP, 2002.
http://www.slideshare.net/waniadra/ensino-de-lngua-portuguesa-para-surdos. Acesso em 12/05/2012.
QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
_____________ e SCHMIEDT, M. Idéias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006
http://educacaodesurdosnobrasil.blogspot.com.br/

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