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1 Perfis Bioquímicos Os perfis bioquímicos incluem um conjunto de provas que permitem o monitoramento das funções metabólicas, ou das funções dos órgãos, eles podem ser um monitoramento geral ou especifico de um conjunto de órgãos. Temos os perfis, pancreáticos, renais, hepáticos, cardíacos, ósseo, e lipídicos. Perfil Cardíaco: Principais marcadores: Mioglobina, troponinas T e I, Creatinoquinase CK-MB, TGO e LD. O perfil bioquímico cardíaco inclui um conjunto de marcadores, ou seja, substancias liberadas no sangue quando há uma lesão cardíaca, como no caso do infarto agudo do miocárdio (IAM). As medidas desses marcadores são usadas para avaliar, diagnosticar e monitorar os pacientes. O Infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorre quando um vaso sanguíneo que leva sangue para o coração (artérias coronárias) é obstruída é causado por acúmulo de gordura na parede do vaso e endurecimento da parede (aterosclerose). O iam ocorre quando há morte do músculo do coração pela “falta de sangue”, em geral, começa com dor e pressão no peito, e parte do tórax Creatinoquinase: CK- MB A CK-MB é encontrada no coração, e é aumentada quando há lesão nas células do Músculo cardíaco. Nesses casos, a CK-MB e a CK total é analisada. Níveis alterados de 4 a 6 horas, seu pico é de 18 a 24 horas após o inicio dos sintomas e se normalizam de 2 a 3 dias. Além da Ck-Mb, temos a Ck-bb que é encontrada no cérebro, e Ck-MM encontrada nos músculos, como foi dito anteriormente, a Ck total também é analisada, e ela indica que há lesão no coração e em outros músculos, porém só a Ck-Mb ajuda a distinguir entre as duas fontes. Lactato Desidrogenase: A Lactato desidrogenase é encontrada nas células teciduais, ela é liberada na corrente sanguínea quando há lesão celular. Para perfil cardíaco só são analisadas a LD total e a LD1 que é cárdio-especifica. Seu nível alterado inicia-se de 8 a 12h após os sintomas, seu pico de 24 a 48h e se normaliza em 7 a 12 dias. Mioglobina: Proteína citoplasmática presente nos músculos cardíacos e esqueléticos, sua função é captar oxigênio para a utilização celular. Para diagnóstico de IAM é utilizada junto com a troponina. A vantagem da mioglobina sobre outros marcadores cardíacos é que ela aumenta antes da troponina, entretanto, não é específica de lesão cardíaca porque pode provir do músculo esquelético, um 2 resultado negativo de mioglobina exclui infarto do miocárdio, mas um resultado positivo precisa ser confirmado pela troponina. Os níveis de mioglobina começam a se elevar 2 a 3 horas após o infarto ou outra lesão muscular, atinge seu máximo em 8 a 12 horas e volta ao normal em um dia. Tgo: Transaminase glutâmico oxaloacética É encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, músculos esqueléticos, cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos, por isso ela não é cárdio-espefíca. Mas é utilizada para monitoramento ao longo prazo. O aumento se dá de 6 a 8 horas, tem seu pico em 18 a 24h e se normaliza em 7 a 12 dias. Troponinas: As troponinas são proteínas encontradas nas fibras musculares cardíacas, e por isso, são cárdio-espeficas. Existem três (C,T,I) Sendo duas dela troponina I e T Quando um paciente tem um infarto do miocárdio, os níveis sanguíneos de troponinas se elevam em 3 a 4 horas após a lesão, e tem seu pico em 14 a 36 horas, e permanece elevado durante 10 a 14 dias, Enfermidades Ósseas: Temos como principais marcadores: Cálcio, fosfatase alcalina (Fal) e Fósforo. Os marcadores ósseos são testes que detectam substâncias do remodelamento ósseo.. Eles podem ser utilizados para monitorar a resposta de um tratamento, indicar fraturas ou diagnosticar doenças como a osteoporose. Cálcio O cálcio está associado a coagulação sanguínea e a formação dos ossos. O exame de cálcio no sangue é feito para triagem, diagnóstico e monitoramento de várias condições relacionadas aos ossos, coração, nervos, rins e dentes. Os níveis de cálcio não informam diretamente quanto cálcio há nos ossos, mas quanto cálcio está circulando no sangue. O cálcio pode ser utilizado como um teste diagnóstico se uma pessoa apresenta sintomas que sugerem: Cálculos renais Doença óssea Distúrbios neurológicos Fosfatase Alcalina: A fosfatase alcalina é usada no diagnóstico e distúrbios hepáticos e ósseos . Nos distúrbios hepáticos, ela reflete sofrimento das células dos ductos biliares. Nos distúrbios ósseos, indica aumento da atividade de formação óssea Ela é amplamente distribuída nos tecidos humanos, notadamente na mucosa do intestino delgado, no fígado (canalículos biliares), túbulos renais, baço, ossos e placenta. A fosfatase alcalina se eleva quando aumenta a formação de tecido ósseo novo, como a doença de Paget e alguns tipos de câncer ósseo. E em casos de aumentos https://labtestsonline.org.br/glossary/neurologic 3 pequenos quando ocorrem durante a cicatrização de fraturas. Níveis diminuídos de fal ocorrem em casos de desnutrição crônica e hipotireoidismo. Fósforo Fósforo (ionizada) e fosfato (não ionizado) só existe como fosfato. Obs. É necessário um jejum noturno antes do exame. Produção de energia, funcionamento de músculos e nervos e crescimento ósseo. Níveis altos de fósforo podem levar a lesão de órgão por calcificação, depósito de fosfato de cálcio nos tecidos. Valores de Referência: Perfil Hepático: O teste bioquímico hepático é ultilizado para monitorar funcionamento e lesões hepáticas. Os principais marcadores: Albumina, Transaminases (Tgo e Tgp) ɣ-gt, albumina e fosfatase alcalina. Albumina Proteína mais importante do plasma sanguineo Manutenção da pressão oncótica intracelular. Sintetizada pelos hepatocitos no fígado. Diminuição de albumina esta presente em casos de cirrose, gravidez, síndrome nefrótica, e doenças auto-imunes. Bilirrubinas: A síntese te proteína começa a partir da degradação do grupo heme da hemglobina. A hemoglobina sofre ação da enzima hemoxidase, e se transforma em biliverdina, bilirrubina não conjugada, quando se liga a albumina por captação, no fígado, torna-se bilirrubina conjugada. No instestino por ação bacteriana, ela pode se tornar em urobilinogenio e em forma de urobilina, é excretada pela urina, e estercobilinogênio, sofre oxidação e em forma de estercobilina é excretada pelas fezes. Classificação e etiologia das icterícias: A Ictericia é visível quando os indices são de 2,0 a 3,0 mg/dL, A produção excessiva de bilirrubinas pode ocorrer em: a) Produção excessiva de bilirrubinas: pode ocorrer nas anemias hemolíticas, reabsorção de sangue de hemorragias internas e nas síndromes de eritropoese ineficaz. - Hiperbilirrubinemia não conjugada b) Captação reduzida pelo hepatócito no uso de drogas e algumas doenças como (Sindrome de Gilbert) - Hiperbilirrubinemia não conjugada c) Conjugação prejudicada, aparece nas icterícias fisiológicas do recém-nascido nas deficiências genéticas da atividade de UGT1A1 d) Excreção hepatocelular prejudicada, levando ao acúmulo por uma deficiência nos transportadores - Hiperbilirrubinemia não conjugada https://labtestsonline.org.br/glossary/calcification 4 e) Fluxo biliar prejudicado (colestase) Hiperbilirrubinemia não conjugada Fosfatase Alcalina: Relacionada aos ductos biliares. O aumento da fal acontece quando há obstrução dos ductos biliares, mas ela pode ser encontradas em outros tecidos do corpo, com concentrações maiores no figado e nos ossos. Em análise hepática, ela reflete o sofrimento dos ductos biliares, e nos ossos ela reflete o aumento da atividade óssea. Os valores referência parafosfatase alcalina são de 35-104 U/L em mulheres e 40-129 U/L em homens. Transaminases (Tgo – tgp) Tgo: Localiza-se nas mitocondrias, no figado, no miocardio e musculos esqueleticos Tgp: Encontra-se nos hepatócitos e citoplasma O tgo e Tgp estão associadas a danos celulares hepáticos. O dano hepático é considerado leve quando a relação TGO/TGP é menor que 1, com predomínio de TGP elevada, ( Hepatite) em casos de dano hepático severo a relação TGO/TGP é maior que 1, (cirrose) Valores de refêrencias entre 5 e 40 U/L e de TGP entre 7 e 56 U/L. A gama glutamil transferase ɣ-gt É encontrada nas vias biliares, outros tecidos como figado (hepatocitos) e nas células epiteliais que revestem os ductos biliares. Em casos de patologias hepaticas ou biliares o aumento de ɣ-gt ocorre de 2 a 3 vezes mais, aumentos maiores, de 5 a 30 vezes ocorre em colestase (obstrução dos ductos). Perfil Lipidico: Principais marcadores: Colesterol total, frações de colesterol (Hdl, Ldl, e Vldl) triagliciderol, e indices de catelli (risco coronarianos) No perfil lipidico, o principal objetivo é avaliar o risco de doença cardiaca coronariana, também é ultilizado como marcador de infarto agudo do miocárdio. Ou AVC. Que ocorrem devido a endurecimento das arterias por gordura (arteroscleose). Colesterol total: O colesterol faz parte de todas as membranas do corpo, esta associado á fabricação de esteroides. Hormonios essenciais, para o crescimento e reprodução. O corpo produz o colesterol necessário para seu funcionamento, mas ele também é absorvido da dieta. Frações de Colesterol (HDL, LDL e VLDL) HDL: O colesterol hdl é o colesterol ligado a proteina de alta densidade, são considerandas boas porque elas removem o colesterol do tecido, e transportam para serem metabolizadas pelo fígado, ou seja, ela impede o acumulo. LDL: É uma lipoproteina de baixa densidade. Possui a maior quantidade de colesterol, ela transporta o colesterol do 5 figado para outras arterias, e quando há acumulo forma a arterosclerose (parede de gordura nas arterias) VLDL: É uma proteína de muito baixa intensidade, possui a maior quantidade de triglicerídeos. O principal papel do colesterol VLDL é transportar o excesso de triglicerídeos presentes no fígado para outros tecidos em que serão armazenados Para serem usados como fonte de energia quando o corpo necessitar. Triacilglicerol: A maior parte dos triglicerídeos se encontra no tecido gorduroso (adiposo) do corpo, Níveis altos de triglicerídeos no sangue estão associados a um risco aumentado de doença cardiovascular, Alguns fatores podem contribuir para elevar os níveis de triglicerídeos e para o risco de doença cardiovascular, incluindo falta de exercício, excesso de peso, fumo, consumo excessivo de álcool e problemas clínicos como diabetes e doença renal. Valores de Referência: Colesterol LDL: Ideal: menos de 100 mg/dL Desejável: 100-129 mg/dL Limítrofe: 130-159 mg/dL Alto: 160-189 mg/dL Muito alto: mais de 190 mg/d Colesterol Total: Desejável: menos de 200 mg/dL Limítrofe: 200-239 mg/dL Alto: 240 mg/dL ou mais Colesterol HDL Nível baixo e risco aumentado: Homens: menos de 40 mg/dL Mulheres: menos de 50g/dL Nível médio, risco médio homens: 40-50 mg/dL Mulheres: 50-59 mg/dL em Nível alto e risco baixo: 60 mg/dL ou mais em homens e mulheres. Indices de Castelli O índice de Castelli 1 (IC-1) é um escore que permite identificar indivíduos com risco aumentado para eventos cardiovasculares importantes, como o IAM. O IC-1 é calculado a partir da razão entre o colesterol total e a fração de colesterol de alta densidade (HDL-c). Quanto maior o nível de LDL e menor de HDL, maior será o risco o qual pode ser quantificado através dos índices de Castelli: Perfil Pancreático: O perfil bioquímico pancreático possui como objetivo avaliar o funcionamento do pâncreas através da dosagem sérica de algumas substâncias que funcionam como marcadores, são elas: amilase, lípase e glicose. Alterações nos níveis de tais substâncias podem indicar doenças como a pancreatite, aparotidite (caxumba) e a diabetes. Amilase A amilase é uma enzima que é produzida pelo pâncreas, e pelas glândulas salivares, 6 sua função é ‘’quebrar’’ o amido e o glicogênio dos alimentos. Sua contagem serve para analisar as funções do pâncreas. O aumento da amilase pode indicar: doenças do trato biliar, hepatite viral, obtrução dos ductos biliares.. etc Obs: A amilase baixa é comum em pacientes hospitalizados, e pode er um indicativo de leão permanente das células, um indicativo de pancreatite crônica. Os níveis de amilase são analisados entre 4 a 8 horas depois do inicio da dor abdominal. Após 12 a 72 horas os valores atingem o seu máximo, tornando se 4 a 6 vezes acima do valor de referência. Os valores se tornam normais depois de 3 a 4 dias Valores de Referência: Soro/ Plasma: 25-125 U/L Lípase A lípase também é produzida pelo pâncreas. Seus níveis aumentados podem indicar alguma doença do trato digestivo, principalmente pancreatite aguda. Ela é analisada junto com a amilase, pois juntas favorecem um melhor diagnóstico, Glicose A Glicose é obtida por meio da alimentação, e sua quantidade no sangue chama Glicemia. Sua principal função é fornecer energia para os seres vivos. O aumento da produção de glicose é denominado hiperglicemia, enquanto sua diminuição é denominada hipoglicemia. Algumas patologias contribuem para tal situação. Como diabetes mellitus, uma síndrome causada pela deficiência ou má captação do hormônio insulina. A insulina regula os níveis de glicemia. A insulina age pegando a glicose e a transformando em energia (ATP) quando há uma deficiência de insulina, conseqüentemente há um aumento das concentrações de glicose. Na Diabete tipo 1 ocorre as destruição das células beta pancreáticas, produzindo pouca ou nenhuma insulina. Nesse caso necessita de injeções de insulina o resto da vida. A diabetes tipo 2 é caracterizada por uma resistência a insulina provocada pela demanda dos tecidos que são insulinodependentes (muscular e adiposo). Esta relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. A diabete gestacional está relacionada á resistência a insulina por fatores fisiológicos da gestação, algumas substancias da placenta também podem bloquear a insulina contribuindo para a diabetes. Valores de Referência: A glicemia é analisada em jejum de 8 a 12h 7 Glicemia pós prandial (depois de uma refeição): É medida o índice de glicemia em jejum, e posteriormente depois de 2h, é medida novamente depois de uma refeição. (75g de glicose) Teste de curva glicêmica: É um teste oral de tolerância a glicose, é um exame que irá acompanhar a diabetes, pré diabetes e tolerância a insulina e outras alterações pancreáticas. Deve-se ingerir 75g de glicose e colher amostras em intervalos de 30, 60, 90 e 120 minutos. Perfil Renal Principais marcadores: Uréia, Creatinina e Ácido Úrico. Ácido Úrico O ácido úrico esta presente nos ácidos nucléicos (dna e rna) Os níveis altos (hiperuricemia) podem ser ocasionados por dois fatores, alta produção ou diminuição da sua excreção. A diminuição da sua excreção pode ser um indicativo de doença renal. Altos níveis de acido úrico na urina pode ser um risco de formação de cálculos renais. Entre as patologias da hiperuricemia estão: insuficiência, cetoacidose e excesso de lactato. Além disso, também existem muitos medicamentos que podem aumentar ou diminuir os níveis de ácido úricono sangue. Diuréticos do grupo das tiazidas diminuem a excreção de ácido úrico, causando aumento nos níveis sanguíneos, aspirina, por exemplo, tem efeito variável sobre os níveis de ácido úrico. Doses baixas elevam e doses altas diminuem sua concentração no sangue. Valores de Referência: Creatinina: A creatinina é produzida através de uma substância chamada creatina. Sua excreção ocorre inteiramente por via renal de modo que ela não é reabsorvida pelo organismo, ou seja, se há presença da mesma no organismo, pode ser um indicativo de má filtração renal. A dosagem de creatinina é feita juntamente com o Ácido úrico, para avaliações de rotina, acompanhamento da evolução e do tratamento de doenças renais. A creatinina é relativamente independente em relações a fatores como dieta, grau de hidratação ou metabolismo, o que torna esta, um marcador mais seguro que a uréia. Alguns fatores que podem contribuir para o aumento de creatinina: doenças renais, 8 desidratação, obstrução urinaria etc. Alguns fatores que podem diminuir a concentração de creatinina: Miopatia (desordem muscular) danos hepáticos. Valores de referência: Uréia O nível de uréia é um dos indicadores de funcionamento renal, porém esse nível pode ser afetado pela idade do paciente, como por exemplo, em uma dieta rica em proteína a uréia se encontrará elevada, e sua diminuição se encontrará em uma dieta pobre em proteínas. aumento plasmático de uréia pode mostrar: Causas pré-renais, como insuficiência cardíaca, onde o fluxo sanguíneo é comprometido nos rins. Causas renais: como insuficiência renal e nefrites. Causas pós-renais: como obstrução das vias urinárias, sendo ocasionado por cálculos, carcinomas e pólipos etc 9 Perfis Bioquimicos Súmario: PERFIL BIOQUIMICO CARDÍACO Creatinoquinase (CK-MB) Lactato Desidrogenase (LD) Mioglobina Transaminase Glutâmico Oxalacética (TGO) Troponinas PERFIL BIOQUÍMICO DE ENFERMIDADES ÓSSEAS Cálcio4 Fosfatase Alcalina Fósforo PERFIL BIOQUÍMICO HEPÁTICO Albumina Bilirrubinas Fosfatase Alcalina Transaminases (TGO E TGP) ɣ - GT11 PERFIL BIOQUÍMICO LIPÍDICO Colesterol Total Frações de Colesterol (HDL, LDL e VLDL) Triaciglicerol Índice de Castelli – Risco Coronariano PERFIL BIOQUÍMICO PANCREÁTICO Amilase Lipase Glicose PERFIL BIOQUÍMICO RENAL Ácido Úrico Creatinina Uréia
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