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Aula 02 Os esportes de aventura, relação com a natureza,

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Durante esta aula, apresentaremos a relação homem-natureza e a prática dos Esportes de Aventura.
Os esportes de Aventura
Relação com a natureza - Relação com a Aventura
Utilismo - Hummanismo - Misticismo - Naturismo
Nessa trajetória, identificaremos as principais atitudes a respeito da natureza, apresentando quatro
olhares para a natureza: o utilismo, o humanismo, o misticismo e o naturismo, segundo Pietarien.
Por fim, a relação do homem com a aventura na perspectiva de Le Breton, Simmel, Costa e Bachelard.
Explicar a relação do homem com a aventura e a natureza;
Identificar as diferentes formas de ver a natureza, segundo Pietarien.
Quando elegemos o conceito de esporte de aventura a ser seguido, de acordo com a Resolução n. 18 de 9 de
abril de 2007, do Conselho Nacional de Esportes, consideramos que os Esportes de Aventura são realizados
em ambientes naturais, percebem-se assim que a natureza está inclusa neste universo e, como tal, precisa ser
discutida.
Conjunto de práticas esportivas formais e não-formais, vivenciadas em interação com a natureza, a partir de
sensações e de emoções, sob condições de incerteza em relação ao meio e de risco calculado. Realizadas em
ambientes naturais (ar, água, neve, gelo e terra), como exploração das possibilidades da condição humana, em
resposta aos desafios desses ambientes, quer seja em manifestações educacionais, de lazer e de rendimento,
sob controle das condições de uso dos equipamentos, da formação de recursos humanos e comprometidas
com a sustentabilidade socioambiental.
O tema é vasto, e muitos são os percursos a serem seguidos, visto que se trata de uma reflexão que se
encontra no cerne dos problemas clássicos da filosofia de todos os tempos, envolvendo a relação homem-
natureza, natureza e história, natureza e Deus (Enciclopédia Einaudi, 1990), e nos dias atuais essas relações
estão presentes na prática dos Esportes de Aventura.
Esportes de Aventura no contexto escolar
Aula 02: Os esportes de aventura, relação com a natureza,
relação com a aventura
Introdução
Objetivos
Introdução
Figura 1
Fonte: Bogdan Kurylo / Istock
Você ja refletiu sobre o conceito de natureza
Nossa trajetória segue Pietarien (1991), em seu artigo Principais atitudes a respeito da natureza, apresenta
quatro olhares para a natureza: o utilismo, o humanismo, o misticismo e o naturismo.
O utilismo é descrito como uma maneira de pensar que a natureza existe somente para o bem-estar da
humanidade.
Essa forma de compreender a natureza é uma produção do mundo moderno, onde a natureza é vista como
fonte de energia e matéria-prima, podendo ser usada para o bem-estar dos homens de forma ilimitada, sem
preocupação com a extinção das espécies e as mudanças no sistema ecológico.
Os esportes valorizados no utilismo são os relacionados à tecnologia, com um alto custo, como as corridas e
rallies de automóveis.
O humanismo aparece como uma atitude centrada no humano, ligada à perfeição moral e intelectual da
humanidade. Para os humanistas, a natureza deve ser utilizada para o desenvolvimento da cultura humana,
pois as pessoas possuem o direito de usá-la para o desenvolvimento intelectual, para desfrutar de sua beleza
promovendo a harmonia mental.
Os humanistas mostram-se atrelados a uma atitude racional e valorizar o conhecimento e a ciência, como
também a tecnologia necessária para a evolução humana. Mas não deixam de incluir a justiça, a paz de espírito
e a amizade nos seus objetivos racionais. Os esportes que fazem parte deste grupo estão ligados às ginásticas,
aos exercícios orientais, aos jogos sociais que promovem a aproximação entre os jogadores, e também os
esportes de aventura.
O misticismo procura algo além da razão, visa a experiência da unidade, um sentimento de se estar unido
infinitamente, removendo os limites de tempo e espaço e sentindo em todo lugar a presença de algo infinito,
eterno e sagrado.
A natureza é compreendida como uma totalidade espiritual e divina, representando uma santidade. Rejeita a
ciência e a tecnologia, pois acredita que fazem as pessoas se afastarem da força divina.
Em relação aos esportes, são valorizados os que estão ligados aos treinamentos de rituais místicos,
caminhadas em desertos intocados, canoagem em águas naturais e todas as atividades que façam as pessoas
se aproximarem do sentimento de ser parte da infinita santidade da natureza.
A quarta atitude, apresentada por Pietarien (1991) é o naturismo, a ideia de que todas as possibilidades serão
atingidas na natureza, e ao relacionado princípio da continuidade, que reza que não há saltos entre as
espécies. A natureza deve ser conservada tão primordial quanto possível, os adeptos do naturismo não
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU271/aula2/img/figura1.jpg
aceitam a tecnologia que põe em perigo a vida de outras espécies, e os seres humanos são considerados
como parte do sistema ecológico.
Quanto ao esporte, existe a valorização dos exercícios individuais, desenvolvidos de forma suave e em locais o
mais natural possível.
Resgate do bem-estar espiritual - Reaproximação com a natureza
Essas quatro atitudes enriquecem nossa aproximação com os Esportes de Aventura, fortalecendo a ideia de
que o homem contemporâneo está se reaproximando da natureza e também indicando pistas que, de acordo
com Cardozo (2006), existe a possibilidade de a natureza ser uma fonte facilitadora para resgatar o bem-estar
espiritual que era comum nas sociedades gregas. E parece ser essa necessidade de busca de bem-estar que
faz com que os homens se aproximem dos Esportes de Aventura.
A prática de atividades de aventura junto à natureza começa a se configurar como uma das oportunidades que
os homens possuem de se afastar, mesmo que temporariamente, das pressões do cotidiano.
Figura 2
Fonte: fotoVoyager / Istock
A vida moderna é cercada por normas e regras rígidas, que mantêm os acontecimentos rigorosamente
planejados e os compromissos do dia-a-dia cada vez aumentam mais.
Todos têm muitos compromissos e parece que cumprem de forma automática, se afastando do prazer, do
hábito de lidar com as coisas imprevisíveis e usar a imaginação para solucionar esse imprevisto.
Essa imaginação criadora é uma necessidade do ser humano e tudo indica que através da aventura ele resgata
essa necessidade.  
Conceito de aventura
Le Breton (1996) 
Para Le Breton (1996), a aventura "desperta a infância: sonhos imemoráveis de partida, explorações
impensáveis, explorações inusitadas contrapostas a batalhas imaginárias; desejo (de se livrar de si para
ascender à plenitude, à incandescência de existir" (p. 10).
Simmel (1988) 
No mesmo caminho, o conceito de aventura defendido por Simmel (1988) está relacionado a uma misteriosa
necessidade de o sujeito viver algo isolado ou acidental, que produz um sentido significativo para si,
vinculando-se à sua essência e transcendendo aos encantamentos racionais da vida. Alerta ainda o autor que,
para essa vivência, é preciso que o sujeito entre em jogo com o objeto da aventura, que se configura de forma
acidental.
O desejo de ser capturado pela aventura que invade as massas e os indivíduos demonstra ter a intenção de
preencher o espaço dos desejos e dos prazeres reprimidos. Essa aventura rompe com a rotina do sujeito,
levando-o a se emocionar e a se espantar com a história da sua própria vida, com os acontecimentos que o
cercam e com os sentidos que passam a fluir no ato da aventura, com a imaginação criadora (Costa, 2000).
A imaginação não tem só a faculdade de formar imagens a partir da realidade, vai mais além, ultrapassa essa
realidade. Para Bachelard (1991), a imaginação criadora tem função diferente da imaginação reprodutora, que
aparece apenas como figuração, resultando no homem o papel de espectador do mundo. Ela solicita a
transformação da realidade concreta, pertence à função do irreal, convidando-nos – ou mesmo chamando-
nos das mais diferentes formas - à aventura dos sonhos, dos desejos, do viver a emoção e o espanto.
A imaginação reprodutora pode ser relacionadacom o mal-estar que surge como uma característica da vida
contemporânea.
Por outro lado, existem aqueles que se encontram num outro caminho, porque vibram nas trilhas da
imaginação criadora ou porque já foram chamados a transformar essa realidade e alcançaram-na. Espantam-
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU271/aula2/img/figura2.jpg
se consigo mesmos e com os outros, se emocionam e conseguem sonhar e desejar.
Podemos perceber que nos Esportes de Aventura o praticante é despertado por um desejo misterioso de
livrar-se de si mesmo, entrando num espaço desconhecido onde o sujeito e o objeto jogam um com o outro,
arrancando a sorte exterior de sua necessidade interna, um jogo que parece incitá-lo à busca de si mesmo
junto à energia da natureza que envolve o ambiente natural em que o Esporte de Aventura é desenvolvido.
Segundo Pietarien, os quatro olhares em relação à natureza são: o utilismo, o humanismo, o misticismo e o
naturismo. Correlacione-os com os esportes na coluna ao lado.
Utilismo
Humanismo
Misticismo
Naturalismo
Formula 1
Voo duplo
Caminhadas em dertos intocados
Exercicios Individuais
Caminhada de peregrinação
Motociclismo
Verificar
BACHELARD, G. A terra e os devaneios da vontade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
CARDOZO, E. M. S. Os sentidos da aventura no lazer de caminhantes-peregrinos do Caminho do Sol. (Tese de
Doutorado). Rio de Janeiro: PPGEF / Universidade Gama Filho, 2006.
COSTA, V. L. de M. Esportes de aventura e risco na montanha : um mergulho no imaginário social. São Paulo:
Manole , 2000.
ENCICLOPÉDIA EINAUDI. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1990. 41v. Natureza -
Esotérico/Exotérico, v.18.
LE BRETON, D. L'aventure : la passion des detours. Paris: Autrement, 1996.
PIETARIEN, J. Principal attitudes towards nature. In : Telama, R.; Oja, P. (Eds). Sports for all. [ s.I ]: Elsevier Science
Publishers ( Biomedical Division ), 1991, P.581-587.
SIMMEL, G. Sobre la aventura – ensayos filosóficos. Barcelona: Edicions 62, 1988.
Atividade Proposta
Aprenda mais
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Nesta aula:
O tema é vasto, e muitos são os percursos a serem seguidos, visto que se trata de uma reflexão que se
encontra no cerne dos problemas clássicos da filosofia de todos os tempos, envolvendo a relação
homem-natureza, natureza e história, natureza e Deus ( Enciclopédia Einaudi, 1990) e nos dias atuais
essas relações estão presentes na prática dos Esportes de Aventura.
Nossa trajetória segue Pietarien (1991), em seu artigo Principais atitudes a respeito da natureza,
apresenta quatro olhares para a natureza: o utilismo, o humanismo, o misticismo e o naturismo.
O utilismo é descrito como uma maneira de pensar que a natureza existe somente para o bem-estar
da humanidade.
O humanismo aparece como uma atitude centrada no humano, ligada à perfeição moral e intelectual
da humanidade.
O misticismo procura algo além da razão, visa a experiência da unidade, um sentimento de se estar
unido infinitamente, removendo os limites de tempo e espaço e sentindo em todo lugar a presença de
algo infinito, eterno e sagrado.
O naturismo, a ideia de que todas as possibilidades serão atingidas na natureza, e ao relacionado
princípio da continuidade, que reza que não há saltos entre as espécies.
Le Breton (1996), a aventura “desperta a infância: sonhos imemoráveis de partida, explorações
impensáveis, explorações inusitadas contrapostas a batalhas imaginárias; desejo de se livrar de si para
ascender à plenitude, à incandescência de existir”.
Para Simmel, a aventura está relacionada a uma misteriosa necessidade de o sujeito viver algo isolado
ou acidental, que produz um sentido significativo para si, vinculando-se à sua essência e
transcendendo aos encantamentos racionais da vida.
Para Bachelard (1991), a imaginação criadora tem função diferente da imaginação reprodutora, que
aparece apenas como figuração, resultando no homem o papel de espectador do mundo.
Na próxima aula:
Nesta aula, apresentamos a relação homem-natureza e a prática dos Esportes de Aventura. Nessa
trajetória identificaremos as principais atitudes a respeito da natureza,através do utilismo , do
humanismo, do misticismo e do naturismo, segundo Pietarien. Por fim, a relação do homem com a
aventura na perspectiva de Le Breton, Simmel, Costa e Bachelard.
Em nossa próxima aula, abordaremos os ambientes naturais onde são praticados os esportes de ar e
terra, seus materiais, onde são praticados e como começaram.
Síntese
Próxima aula

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