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ETEC ARISTÓTELES FERREIRA TRABALHO DE HISTÓRIA - JOHN LOCKE Santos 2020 1- BIOGRAFIA John Locke foi um filósofo e escritor do século XVII. Nascido em 1632 em uma área rural da Inglaterra, se tornou um dos principais intelectuais do país, conhecido como o pai do liberalismo e fundador do empirismo. Ele não nasceu de uma família rica, mas estudou filosofia, medicina, ciências naturais e outras áreas na Universidade de Oxford, considerada hoje a melhor do mundo. Lá, ele teve contato com a doutrina racionalista de René Descartes, que o motivou a se aprofundar no conhecimento filosófico. Foi médico do Conde de Shaftesbury e se tornou seu discípulo. Ele conheceu vários pensadores por conta dessa relação. Se exilou na Holanda por conta do governo absolutista da Inglaterra e retornou poucos anos depois, já publicando duas obras. Morreu em 1704, sem filhos e sem esposa. Seu legado influenciou o período iluminista e segue sendo um teórico do absolutismo importante até hoje. 2- A FILOSOFIA POLÍTICA DE JOHN LOCKE Locke defendia a liberdade intelectual e a tolerância. Foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Sendo assim a Filosofia Política de John Locke tornou-se, desde sua época, conhecida como Liberalismo – a crença nos princípios da liberdade e da igualdade, e ele considerado pai do liberalismo. Ele criticava a teoria de direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes. Sendo expresso sua opinião quando escreveu, a sua principal obra de filosofia política "os Dois Tratados sobre o Governo" , que tinha dois objetivos: refutar a doutrina do direito divino dos reis e do absolutismo régio, como tinha sido apresentada no livro de Robert Filmer, Patriarcha, assim como criar uma teoria que conciliasse a liberdade dos cidadãos com a manutenção da ordem política Para ele a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Afirmando que, para assegurar um Estado de direito, os representantes do povo deviam promulgar as leis e o rei ou o governo executá-las. Sendo assim também o primeiro a apresentar o *princípio* da divisão dos três poderes, segundo o qual o poder do estado se divide entre instituições distintas. 3- ANÁLISE “DOIS TRATADOS SOBRE O GOVERNO” 3.1 - Democracia para Locke; Locke era um democrata relutante, ou seja, que resiste, que não aceita. Ele acreditava em uma forma direta de democracia que existia apenas para proteger seu povo e permitir que eles tenham liberdade e propriedade. 3.2 - Críticas ao governo Absolutista; Na obra, expressa o pensamento liberal adotado por Locke e sua posição contra o governo Absolutista. Os defensores do absolutismo, postularam que o poder dos monarcas era concedido por Deus. Locke não apenas refutou esse argumento por meio da razão, mas também indicou que não havia nada dizendo na Bíblia. 3.3- Teorias: Política da sociedade civil baseada no direito natural Contrato social; Para Locke, os direitos naturais não poderiam ser tirados das pessoas pelo Estado. 3.4 Direitos naturais: direito de vida, liberdade, propriedade e resistência à tirania; E acreditava que esses direitos naturais é que ajudam a equilibrar o governo e manter os líderes poderosos em risco. Contrato social, é um acordo entre governantes e governados que tem como base um conjunto de leis escritas. Para manter os direitos naturais, era necessário um governante que respeite o desejo da maioria, caso o governante coloque -os em risco, o povo tem direito de resistir e fazer uma revolução. 3. 5 Pensamentos de Locke influenciaram eventos importantes; Principalmente na Europa e na América, tendo influenciado na Declaração de Independência dos Estados Unidos. 4- Análise da obra “Cartas sobre tolerância” 4.1 Contexto de guerras e perseguições religiosas Locke afirma que na Inglaterra, a tolerância já foi discutida diversas vezes, mas que é necessário discutir novamente, com argumentos mais sólidos. Esses argumentos não se aplicam a todos, só àqueles que conseguem pensar nos interesses do próximo, e não apenas no seu. Destaca a tolerância como sinal característico da verdadeira religião, agindo com virtude e piedade. Enquanto a falta da mesma, mostra que a pessoa não entendeu os fundamentos do que tenta ensinar aos outros. 4.2 Critica a hipocrisia dos religiosos ao fazerem acepção de pessoas Se tais pessoas de fato quisessem condenar os homens por amor de suas almas, isto é, para impedi-los de permanecer no erro e no pecado que podem impedir sua salvação, então, não teriam por que se concentrarem apenas nos crentes de religiões distintas da sua, mas teriam o mesmo zelo em criticar quaisquer outros erros e pecados, inclusive os muitos de que são autores os fiéis de sua própria igreja. 4.3 - Critica a falta do seguimento genuíno da vida cristã Afirma que, se alguém visa obrigar pela força outros a crerem, faz para aumentar o número dos que professam a mesma fé que ele, para alimentar seu ego. Se cristão fosse, seguiria o exemplo do próprio Cristo, que jamais quis convencer pela força nem recomendou isso aos seus apóstolos. 4.4 - Distinção entre governo civil e religião Para eliminar a confusão entre a preocupação com a salvação das almas e a preocupação com a segurança da sociedade civil. A sociedade civil, trata-se de uma sociedade de homens que visa à busca, à preservação e ao progresso de seus próprios interesses civis, isto é: vida, liberdade, saúde, libertação da dor e posse de coisas externas (dinheiro, terras, casas, móveis etc.). É dever do magistrado assegurar a todo o povo em geral, ou seja, dar segurança aos cidadãos e suporte para ajudá-los a lucrar economicamente. O poder civil, entretanto, não se estende à salvação das almas porque o magistrado civil consiste apenas na força externa (o que implica que ele é capaz de alterar condutas, mas não convicções). Quanto à igreja, é uma sociedade livre e voluntária de homens que se reúnem para o culto público de Deus. 4.5 - Deveres de cada um com respeito à tolerância Nenhuma igreja é obrigada a manter em seu corpo o membro desobedece constantemente as regras da igreja. Mas, ao mesmo tempo, essa punição não deve ser feita através da força física, com castigos que envolvam o Estado. Observa que os homens religiosos costumam defender a paz e a tolerância quando não têm o magistrado civil ao seu lado, mas costumam gritar pela perseguição quando contam com seu apoio. Da mesma forma, quando têm o magistrado civil ao seu lado, não se ocupam da condenação dos pecados e maus costumes do governante ou de sua corte, como seria de esperar de homens tão vivamente comprometidos com a religião. 4.6 - Deus como fundamento da lei moral Para Locke, Deus é fundamento última da lei moral e a suspensão da crença nele elimina os nexos de confiança em que se baseiam todos os pactos humanos, eliminando, assim, a própria possibilidade de convivência social. Porque sem o temor a Deus, a pessoa podia te tratar como quisesse, pois não haveria castigo. 5- Análise sobre conhecimento e educação. 5.1 – Proposta Educacional Sua proposta educacional visava a formação de um cavalheiro, um homem virtuoso capaz de agir pela razão. Para Locke a educação deve começar desde cedo, através do desenvolvimento das capacidades individuais, da formação de bons hábitos, e deve ser focada nos aspectos físico, moral e intelectual. No aspecto físico eles cuidavamda higiene, da estética e do controle do corpo. Locke preconizava certo endurecimento físico para facilitar a autodisciplina e o domínio das paixões O aspecto moral, segundo Locke, é um dos mais difíceis, porem essencial na educação. Na formação da moral se tinha como objetivo formar um homem capaz de agir segundo os ditames da razão burguesa. No aspecto intelectual o objetivo era aprender a aprender, ser capaz de entender qualquer coisa. Formar um aluno, sob esses aspectos, seria exclusivamente o resultado do trabalho das pessoas que os educam - pais e professores, a quem caberia sobretudo dar o exemplo de como pensar e se comportar, treinando a criança para agir adequadamente. Sua proposta educacional, é basicamente de cunho moral com vistas à formação de bons hábitos, à constituição e a preservação da sociedade burguesa. 5.2 – Empirismo Segundo Locke, todo conhecimento vem dos sentidos, só se pode captar as coisas e os fenômenos em sua superfície, sendo impossível chegar a suas causas iniciais. Das coisas que percebemos pelos sentidos nasceriam as ideias simples que, combinadas, formariam as mais complexas. O conhecimento não passaria de concordância ou discordância entre as ideias. Empirismo é uma doutrina que diz que todo conhecimento vem unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser vivenciado no mundo externo 5.3 – Ensino acerca do entendimento humano A Obra "Ensino acerca do Entendimento humano", de John Locke, começa afirmando que a mente humana é uma *tábua lisa*, metáfora referente a folha em branco, preenchida ao longo da vida. Ele caracteriza uma Ideia, são recebidas pelas sensações, enquanto os pensamentos, tem a ver com a experiência individual de cada ser, ambos podem ser contidos. As nossas vivências nos distinguem, mas segundo John, todos nascemos seres igualmente pensantes, independentemente da cor ou raça. 6- Principais reflexões Para Locke, a razão tem limites, pois depende da experiência para conhecer, já que ela fornece o conteúdo em que a nossa razão vai trabalhar. A razão não consegue produzir ou criar nada sozinha. Então, precisamos ter experiências para termos ideias. Já com a ética, Locke acreditava que ela precisa ser demonstrada racionalmente, porque não dá para apresentar nenhuma regra moral sem fundamentar através da razão a necessidade dessa regra. Também dizia que os principais fundamentos das regras morais, são a busca da felicidade pública e evitar a deterioração da sociedade. O homem em estado natural é governado pelas leis da natureza. E para evitar conflitos, o estado político surge e cria regras para a convivência pacífica entre todos. Ou seja, um pacto com o consentimento de todos que faz com que as pessoas se organizem em uma comunidade política.
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