TUTORIA - DRAMA - SP3.2

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LARA NATHÁVIA | TUTORIA – DOENÇAS RESULTANTES DA AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE (DRAMA) | P4 -2021.1 
 
 
 
 
Dois irmãos, Adinailson e Adriano, 23 e 24 anos respectivamente, previamente 
hígidos, foram internados para investigação diagnóstica por apresentarem: fadiga, 
perda de memória, irritabilidade e alterações de humor, diminuição da libido, 
anorexia leve, mialgia generalizada, pirose, parestesias e paresia e, presença de 
linhas escuras nas gengivas. Exames laboratoriais demonstraram anemia 
(hemoglobina de 9g/dL), hiperbilirrubinemia (bilirrubina total de 2,5mg/dL), às 
custas de bilirrubina indireta e elevação discreta de aminotransferases (2-3 vezes 
acima do limite superior da normalidade). Após uma anamnoese mais detalhada 
obteve-se a informação de que trabalhavam em uma fábrica de reciclagem de 
baterias automotivas há 10 anos, sem uso adequado de equipamentos de 
proteção individual, levando à hipótese de intoxicação por chumbo e cádmio. Foi 
realizada pesquisa de pontilhado basofílico em hemácias, através de esfregaço 
sanguíneo periférico, o que foi positivo em ambos os pacientes. Além disso, a 
dosagem de chumbo sérico encontrava-se em níveis aumentados (53mcg/dL e 
78mcg/dL), configurando quadro de intoxicação crônica por chumbo 
(saturnismo). Durante a internação, os pacientes foram medicados e evoluíram com 
resolução da anemia e normalização de aminotransferases. A empresa não possuía 
CIPA e não respeitava as normas de logística reversa de resíduos sendo realizada 
a notificação ao Ministério da Saúde, através do Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (SINAN). Os pacientes foram orientados a realizar 
afastamento imediato e completo da exposição, e foram informados que deverão 
fazer monitorização regular e reavaliação periódica clínica e laboratorial. 
Assustados, perguntaram se o perigo era só para eles que trabalharam diretamente com 
as baterias ou se havia risco para suas famílias e vizinhos, pois toda a sobra de material 
era jogada num pequeno córrego que passava perto da fábrica. A empresa foi autuada 
pela Cetesb e obrigada a adotar medidas de recuperação das áreas contaminadas. 
Atualmente devido as manifestações neurológicas agravadas foram encaminhados 
para acompanhamento com neurologista que diagnosticou neuropatia periférica 
por intoxicação crônica. O neurologista solicitou mais informações a respeito da 
utilização e contato dos pacientes com solventes orgânicos. 
 
 
 
 
 
 
 
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• Aminotransferases: são enzimas presentes nas células do fígado (hepatócitos) 
e que são liberadas no sangue em consequência de lesão hepática de naturezas 
diversas. 
 
• CIPA: significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e tem em vista a 
prevenção de acidentes e doenças relacionadas no trabalho, busca harmonizar 
o trabalho e a prevenção da vida e saúde dos trabalhadores 
 
• Cetesb: é a agência do Governo do Estado responsável pelo controle, 
fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de 
poluição, com a preocupação fundamental de preservar e recuperar a qualidade 
das águas, do ar e do solo. 
 
• Pesquisa de pontilhado basofílico em hemácias: são pequenas inclusões 
contendo RNA. Eles podem aparecer em diferentes condições clínicas, dentre 
elas: hemoglobinopatias (como a talassemia), anemias hemolíticas, 
hepatopatias, síntese anormal do Heme, envenenamento por chumbo ou outros 
metais pesados, por exemplo. 
 
• Neuropatia periférica: é a disfunção de um ou mais nervos periféricos (porção 
de um nervo distal ao plexo ou à raiz). Isso 
 
 
 
 
• Adinailson e Adriano, 23 e 24 anos, irmãos 
• Foram internados 
• Quadro clínico: fadiga, perda de memória, irritabilidade e alterações de humor, 
diminuição da libido, anorexia leve, mialgia generalizada, pirose, parestesias e 
paresia e, presença de linhas escuras nas gengivas 
 
 
 
 
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• Exames laboratoriais: anemia (hemoglobina de 9g/dL), hiperbilirrubinemia 
(bilirrubina total de 2,5mg/dL), às custas de bilirrubina indireta e elevação 
discreta de aminotransferases (2-3 vezes acima do limite superior da 
normalidade) 
• Trabalhavam em uma fábrica de reciclagem de baterias automotivas há 10 anos, 
sem uso adequado de equipamentos de proteção individual. 
• Hipótese diagnóstica: intoxicação por chumbo e cádmio 
• Realizada pesquisa de pontilhado basofílico em hemácias, através de esfregaço 
sanguíneo periférico, o que foi positivo em ambos os pacientes 
• Dosagem de chumbo sérico: níveis aumentados (53mcg/dL e 78mcg/dL), 
configurando quadro de intoxicação crônica por chumbo (saturnismo) 
• A empresa não possuía CIPA e não respeitava as normas de logística reversa 
de resíduos sendo realizada a notificação ao Ministério da Saúde, através do 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
• Pacientes foram orientados a realizar: afastamento imediato e completo da 
exposição, monitorização regular e reavaliação periódica clínica e laboratorial. 
• A sobra de material da empresa era jogada num pequeno córrego que passava 
perto da fábrica. 
• A empresa foi autuada pela Cetesb e obrigada a adotar medidas de recuperação 
das áreas contaminadas. 
• Manifestações neurológicas agravadas = encaminhamento dos pacientes para 
acompanhamento com neurologista = diagnóstico de neuropatia periférica por 
intoxicação crônica. 
 
 
 
 
 
1. Quais os mecanismo e sinais e sintomas da intoxicação pelo chumbo 
e cádmio? 
O chumbo e o cádmio se acumulam no corpo do organismo, provocando o efeito 
tóxico que apresenta sintomas como fadiga, perda de memória, irritabilidade e 
alterações de humor, diminuição da libido, anorexia leve, mialgia generalizada, 
pirose, parestesias e paresia e, presença de linhas escuras nas gengivas. 
 
2. Qual a importância do uso de EPIs na prevençã+o de intoxicações 
ocupacionais? 
A utilização de EPIs, quando feita de maneira adequada, auxilia na prevenção 
das intoxicações, pois atua como uma barreira entre o agente tóxico e o 
 
 
 
 
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organismo. Desse modo, eles atuam impedindo o contato dos agentes tóxicos 
com a pele, vias aéreas, trato gastrointestinal e mucosa ocular. 
 
3. Como deve ser o descarte adequado do chumbo e cádmio, e quais as 
implicações do descarte incorreto? 
Diante da toxicidade desses materiais, os envolvidos no processo de fabricação e 
os consumidores devem realizar o descarte correto, a fim de reduzir danos à 
saúde dos seres vivos e contaminação do meio ambiente. Nesse sentido, tais 
materiais devem ser separados do lixo comum. 
 
4. Qual a relação entre os exames laboratoriais e o quadro clínico? 
Os desvios hematológicos que levam à anemia pelo chumbo são considerados 
como resultado de sua ação tóxica sobre as células vermelhas e eritropoiéticas 
na medula óssea. 
 
5. Qual é o manejo para essa situação? 
O manejo deve ser o uso de medicamentos para a substância química, e o 
acompanhamento após a lata para monitorar o quadro clínico dos pacientes. 
 
6. Qual a conduta que deve ser realizada em casos de intoxicações por 
chumbo e cádmio? 
Pessoas com uma leve intoxicação por chumbo recebem succímero por via oral. 
Pessoas com uma intoxicação por chumbo mais séria recebem tratamento 
hospitalar com injeções de medicamentos quelantes, como dimercaprol, 
succímero e edetato de cálcio dissódico. 
 
7. Como é realizada a notificação em casos de intoxicações por chumbo e 
cádmio? 
Notificar o Centro de Controle de Intoxicação (CCI) através do preenchimento da 
ficha de notificação do SINAN. 
 
8. Qual o amparo legal para as pessoas que sofrem intoxicações crônicas? 
Podem receber indenizaçõesdas empresas que ocasionaram essas 
intoxicações, além de aposentadoria por invalidez. 
 
9. O que acontece com as empresas que cometem essa ação? 
 
 
 
 
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Na primeira vez recebe notificação/advertência; não ocorrendo a modificação, 
multa. 
 
 
 
 
 
1. Definir intoxicação crônica; 
 
• As toxicidades provocadas por xenobióticos podem ser classificadas em agudas e 
crônicas. Conforme o número e a persistência da exposição do sistema biológico no 
agente. 
• A intoxicação aguda é decorrente de uma única exposição ou de exposições múltiplas 
ao agente tóxico, num período aproximado de 24 horas. 
• A intoxicação crônica resulta de exposições repetitivas com o agente tóxico, num 
período prolongado, de meses ou anos. Muitos compostos não chegam a causar danos 
após algumas exposições, porém, cm caso de exposições prolongadas, podem 
promover efeitos lentos e graves, como são os casos de mutagenicidade e 
carcinogenicidade. 
• Exposição crônica = Organismo vivo X Substância química → Manifestação clínica 
(sinais e sintomas) → efeitos nocivos. 
 
→ A intoxicação humana pelo chumbo é denominada saturnismo ou 
plumbismo. 
→ Benzenismo: conjunto de sinais, sintomas e complicações, decorrentes da 
exposição aguda ou crônica ao hidrocarboneto aromático, benzeno. 
 
2. Conhecer a epidemiologia, fisiopatologia, manifestação clínica e 
tratamento das intoxicações crônicas por agentes solvente e metais 
(chumbo, mercúrio e benzeno); 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ A fonte da maioria das substâncias que causam intoxicação crônica é o 
ambiente (o lar, o local de trabalho ou áreas externas) e a maioria das exposições 
é não intencional. 
 
 
 
 
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→ Uma vez que muitos desses metais são essenciais para funções fisiológicas normais, 
outra fonte podem ser os suplementos dietéticos. 
→ O local mais comum de absorção é o trato gastrointestinal. 
→ A literatura médica sobre exposição crônica a baixas concentrações não é uniforme. 
→ A toxicologia clínica de cada metal é apresentada individualmente, mas a maioria, se 
não todas, das exposições envolve diversos metais diferentes, e o impacto clínico das 
interações metal-metal é pouco compreendido. 
EPIDEMIOLOGIA DO CHUMBO: 
→ A intoxicação por chumbo foi reconhecida há mais de 2.000 anos. 
→ A intoxicação por chumbo é considerada um problema principalmente nas crianças 
das famílias socioeconomicamente mais carentes, vivendo em habitações mal 
conservadas, com tinta à base de chumbo descascando. 
→ No entanto, ela também ocorre em adultos expostos a atividades ocupacionais ou 
não ocupacionais. 
→ Nos Estados Unidos, aproximadamente 95% dos casos de níveis de chumbo no 
sangue igual ou maior a 25 μg/dL, em adultos, são atribuídos à exposição ocupacional. 
 
EPIDEMIOLOGIA DO MERCÚRIO: 
→ As diferentes formas químicas do mercúrio entram e são distribuídas por todo o corpo 
por meio de diversos sistemas biológicos de transporte. 
 
 
 
 
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→ De uma perspectiva clínica, o mais importante órgão-alvo é o sistema nervoso 
central. 
→ Por outro lado, o rim acumula a maior quantidade de mercúrio, independentemente 
do tipo químico. 
→ A intoxicação crônica por qualquer das formas químicas de mercúrio resulta em toxicidade no 
sistema nervoso central. 
→ A ingestão de mercúrio orgânico é a via mais eficiente de fazê-lo penetrar no 
cérebro, seguido pela inalação de vapor de mercúrio elementar. 
→ A ingestão de mercúrio inorgânico é a menos eficiente. 
 
FISIOPATOLOGIA 
CHUMBO (PB) 
Visão Geral: 
→ O chumbo (Pb), do latim plumbum, é um elemento de ocorrência natural, pesado, 
macio, maleável e mau condutor de eletricidade, abundante na crosta terrestre e 
geralmente encontrado na forma de outros minerais. 
→ É um cátion divalente, que está amplamente distribuído e é encontrado livre ou 
em associação com outros elementos. 
→ É tóxico, amplamente usado no meio industrial, doméstico, farmacêutico, em 
construção civil e em mineração, além de ter grande evidência no uso como manta 
protetora para as ondas eletromagnéticas de raio-X. 
→ É relativamente resistente aos ácidos sulfúrico e clorídrico, mas, em ácido nítrico, se 
dissolve lentamente. 
Apresentações: 
→ Suas fontes naturais incluem as emissões vulcânicas, marítimas e do 
intemperismo geoquímico. 
→ Outras formas de exposição incluem: 
• Os processos de extração, concentração e refino de minérios contendo Pb. 
• Fundição de chumbo, latão e bronze. 
• Produção de cristais e cerâmicas. 
 
 
 
 
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• Operações com o uso de maçarico em materiais de chumbo ou revestidos de 
tinta à base de chumbo. 
• Reparo de radiadores de carro; jateamento de tintas antigas à base de Pb. 
• Soldas à base de Pb. 
• Produção de pigmentos ou operações de lixamento/polimento de materiais 
contendo Pb. 
• Residência vizinha de empresas que manuseiam ou manusearam chumbo. 
• Presença de projéteis de arma de fogo alojadas no organismo. 
• Ingestão acidental de água ou de alimentos contendo ou contaminados com 
chumbo. 
• Eliminações atmosféricas resultantes da combustão de gasolina entre outros. 
→ Pode ser encontrado na forma orgânica (chumbo tetraetila e tetrametila – o 
tetraetila era um agente adicionado à gasolina como agente antidetonante) e 
inorgânica (sais e óxidos de chumbo, usados em tintas, canos, munições, cerâmica, 
jóias). 
FARMACOCINÉTICA: 
• Absorção: 
→ O chumbo não é biotransformado, mas complexado por biomoléculas. 
→ É diretamente absorvido, distribuído e excretado. 
→ Os compostos inorgânicos do chumbo são bem absorvidos por inalação → 50 
à 70%, dependendo do tamanho das partículas inaladas, densidade, forma química, 
solubilidade, ritmo respiratório e duração da exposição. 
→ Até 16% do chumbo ingerido por adultos pode ser absorvido. 
→ Em crianças, o percentual absorvido através da via digestiva é de 50%. 
→ Sua absorção é lenta e pode variar de acordo com característica etária e 
condições fisiológicas e nutricionais do indivíduo exposto. 
→ Os compostos orgânicos são lipossolúveis, podendo ser absorvidos por via 
cutânea e respiratória. 
→ Prevalecem os transtornos nervosos após sua absorção. 
→ O chumbo inorgânico atua no organismo da mesma forma após a absorção. 
→ A absorção gastrointestinal ocorre no intestino delgado. 
 
 
 
 
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→ Tanto a absorção quanto a deposição óssea são influenciadas pela dieta do 
indivíduo exposto, tais como ingestão de cálcio (Ca), ferro (Fe), fósforo (P) e 
proteínas. 
• Distribuição: 
→ Uma vez absorvido, o chumbo é distribuído para: 
➢ Sangue: com meia-vida de 37 dias, 90% nos glóbulos vermelhos; 
➢ Tecidos moles: principalmente no fígado e rins, com meia-vida de 40 dias; e 
➢ Tecidos mineralizados: ossos e dentes, com meia-vida de 27 anos – o maior 
depósito corporal do metal, que armazena 90 a 95% do chumbo presente no 
corpo. 
→ A distribuição do metal no organismo independe da via de absorção. 
→ A distribuição do chumbo pelo organismo depende de sua taxa de transferência 
da corrente sanguínea para os diferentes órgãos e tecidos. 
→ Existem inúmeras diferenças relacionadas à idade entre crianças e adultos: 
➢ Nos adultos, os ossos contêm cerca de 90 a 95% do conteúdo corpóreo total 
de chumbo; 
➢ Nas crianças, os ossos contêm 80 a 90% do conteúdo corpóreo. 
→ A concentração de chumbo em sangue é menor que 2% do seu total no organismo, 
mas 90 a 99,8% do metal está ligado à membrana e frações de proteínas dascélulas 
vermelhas, principalmente hemoglobina. 
→ O chumbo é qualitativamente um análogo biológico do cálcio, então, sua entrada e 
liberação do esqueleto são, em parte, controladas por muitos dos mecanismos que 
regulam a homeostase do mineral. 
→ A concentração do chumbo em SNC é de extrema importância toxicológica - 
Ocorre com maior intensidade em fetos do que em crianças no período pós-natal e 
tem predominância em cerebelo, hipocampo, córtex cerebral e medula. 
→ O chumbo orgânico pode ser biotransformado a chumbo inorgânico pelo sistema 
hepático. 
→ O chumbo inorgânico não é metabolizado, mas pode sofrer conjugação com a 
glutationa. 
→ Crianças de até dois anos de idade retêm 34% da quantidade total de chumbo 
absorvido, enquanto que essa retenção é de apenas 1% em adultos. 
• Excreção: 
 
 
 
 
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→ A excreção do chumbo é extremamente lenta, o que favorece a sua acumulação 
no organismo. 
→ Depois da ingestão, aproximadamente 90% do chumbo que não é absorvido pela 
via gastrintestinal é excretado nas fezes. 
→ Os rins filtram o chumbo inalterado, sendo possível haver o transporte tubular 
ativo se houverem altos níveis do metal absorvido. 
→ A taxa de excreção depende da taxa de filtração glomerular e do fluxo plasmático 
renal. 
→ O rim é responsável por aproximadamente 75% da eliminação do metal. 
→ Cerca de 25 à 30% do chumbo absorvido terá excreção biliar e, 8% através do 
suor, cabelo e unhas. 
Mecanismo de efeitos tóxicos: 
→ Em termos biomoleculares, o chumbo age de três maneiras principais: 
• Ligação a diversas proteínas estruturais, enzimáticas e receptoras; 
• Interferência em diversas vias metabólicas, principalmente mitocondriais e de 
segundo-mensageiros que regulam o metabolismo de energia celular; 
• Efeitos mutagênicos in vitro e carcinogênicos em ratos. 
→ No cérebro, o cálcio é um componente crítico de numerosas funções bioquímicas e 
metabólicas e o chumbo tem a capacidade de mimetizar e competir com o cálcio 
alterando essas funções: 
• Bloqueia a entrada de cálcio para os terminais nervosos, inibe as ATPases 
do cálcio, sódio e potássio, afetando o transporte de membrana. 
• Inibe a utilização de cálcio pelas mitocôndrias diminuindo a produção de 
energia essencial às funções cerebrais. 
• Interfere com os receptores do cálcio acoplados a segundos mensageiros. 
→ A exposição crônica pode causar efeitos cardiovasculares, hematológicos, 
neuropsiquiátricos, reprodutivos e renais, bem como efeitos sobre o crescimento e 
desenvolvimento. 
 
MERCÚRIO (HG) 
Visão Geral: 
→ É um metal pesado de coloração prateada. 
 
 
 
 
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→ É o único metal líquido em temperatura ambiente, sendo altamente volátil, podendo 
permanecer na atmosfera por até um ano. 
→ É usado para extração de prata e ouro, em manômetros para medida e controle 
da pressão, em termômetros, em computadores, lâmpadas fluorescentes e em 
restaurações de amálgama dental. 
→ Compostos químicos de Hg têm sido usados em baterias e tintas, além de 
medicamentos antissépticos, reagente de laboratório e catalisadores. 
Apresentações: 
→ O Hg inorgânico pode se apresentar sob três formas moleculares diferentes: 
• Forma metálica ou elementar (Hg) – principal agente envolvido nas exposições; 
• Forma mercurosa ou catiônica monovalente (Hg+) 
• Forma mercúrica ou catiônica bivalente (Hg+2) 
→ Cada forma possui características toxicológicas diferentes. Os sais de mercúrio 
mais importantes são: 
• Cloreto de mercúrio (HgCl2) 
• Cloreto mercuroso (Hg2Cl2) – chamado de calomelano, que foi empregado 
como purgativo e vermífugo. 
• Fulminato de mercúrio Hg(CNO)2 - usado como detonador de explosivos. 
• Sulfeto de mercúrio (HgS) – pigmento vermelho. 
• Os compostos orgânicos, o íon mercúrio (Hg+2) se liga pelo menos a um átomo 
de carbono, formando sais como o metilmercúrio (CH3Hg+) e o etilmercúrio 
(C2H5Hg+), que são os mais importantes sob o ponto de vista toxicológico. 
FARMACOCINÉTICA 
→ Varia conforme a forma química do mercúrio e da via de exposição. 
• Absorção: 
→ Cerca de 80% do vapor de mercúrio metálico é absorvido pelos pulmões através 
da inalação. 
→ A absorção gastrointestinal do mercúrio metálico é desprezível e considerada 
não tóxica em uma ingestão acidental de pequeno volume (mercúrio de termômetros). 
→ Os sais de mercúrio inorgânico podem ser absorvidos de 7 a 10% quando ingeridos, 
e somente 1% após contato com a pele intacta. 
→ O metilmercúrio é bem absorvido pelo intestino (90%). 
• Distribuição: 
 
 
 
 
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→ O mercúrio atravessa as barreiras hematoencefálica e placentária. 
→ Além do cérebro, ele se deposita na: 
➢ Tireoide; 
➢ Mamas; 
➢ Coração; 
➢ Músculos; 
➢ Rim; 
➢ Adrenais; 
➢ Fígado; e 
➢ Pâncreas. 
→ Pode estar associado à disfunção desses órgãos. 
→ A maior concentração de íons mercúrio é nos túbulos renais. 
→ O metilmercúrio é lipofílico e se distribui em todos os tecidos, incluindo placenta e 
SNC. 
→ Excretado por vias renais e fecal. 
Mecanismo de efeitos tóxicos: 
→ O Hg leva à inibição enzimática e a alterações das membranas celulares 
através da reação com grupos sulfidrila, carboxila, fosforila e amida. 
→ O principal órgão-alvo do vapor de mercúrio é o cérebro, mas também causa danos 
renais, imunológicos, endócrinos, musculares, gastrointestinais e cutâneos. 
BENZENO 
Visão geral: 
→ É um líquido incolor, volátil, ponto de ebulição de 80,1 graus celsius, inflamável, 
com elevada lipossolubilidade e praticamente insolúvel em água. 
→ Usado em diversos processos ocupacionais, mas o uso industrial vem diminuindo 
progressivamente no Brasil, em virtude da proibição do seu uso como solvente industrial 
(Portaria n.3 do Ministério de Trabalho, de março de 1982). 
→ Este hidrocarboneto ainda é responsável pelo risco ocupacional para milhares de 
indivíduos. 
→ Esse solvente pode ser encontrado na gasolina automotiva em concentrações de até 
1% v/v. 
 
 
 
 
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→ A fração de benzeno que não é queimada nos carburadores agrava os problemas 
de poluição nas grandes cidades. 
Apresentações: 
→ As principais fontes de exposição ocupacionais são: 
1. Industria petroquímica que utiliza cerca de 90% da produção brasileira de 
benzeno. 
→ Durante a transformação petroquímica, os trabalhadores se expõem, 
principalmente nas etapas de transferência e estocagem dos produtos, amostragem 
para o controle de qualidade e paradas para manutenção de unidades de refinaria. 
É usado como matéria prima para a produção de etilbenzeno, estireno, poliestireno, 
polipropileno, náilon, cumeno e prolactanas... 
2. Siderúrgicas que utilizam carvão mineral. 
Toxicocinética 
→ É absorvido pelas vias cutânea e pulmonar. 
→ A via cutânea tem uma significância discutida nas intoxicações ocupacionais, mas 
pesquisas mostraram que essa via de absorção tem significância quando a exposição 
é na forma líquida do hidrocarboneto. 
→ O benzeno é rapidamente absorvido pela via pulmonar. 
→ Cerca de 50 a 90% do benzeno inalado pode ser absorvido. 
→ Sua concentração atinge um pico em minutos e decai com a rápida saída do 
composto para os tecidos ricos em lipídios. 
→ É ínfima a quantidade de benzeno exalada de forma inalterada. 
→ A maior parte da fração absorvida é biotransformada no fígado e, em menor 
proporção, na medula óssea dos indivíduos expostos. 
→ A ação tóxica benzênica é resultante da ação de seus metabólitos. 
→ O principal metabólito benzênico, do ponto de vista quantitativo, é o fenol. 
→ A formação fenólica resultariade um rearranjo, não enzimático, do benzeno 
epóxido formado pela ação do citocromo P-450 2E1 e que se encontra em equilíbrio 
com outra forma instável do composto, o benzeno oxepina. 
→ Outra hipótese para formação do fenol seria a Hidroxilação do anel aromático por 
um radical hidroxil, formado a partir do peróxido de hidrogênio gerado no organismo. 
 
 
 
 
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→ Após a formação do complexo instável epóxido-benzeno oxepina e do fenol, várias 
reações metabólicas ocorrem. 
→ Dentre elas (Biotransformação): 
• Hidroxilação do fenol a hidroquinona e catecol. 
• Hidrólise do complexo instável benzeno epóxido-benzeno oxepina. 
• O aldeído pode ser reduzido a álcool, pela ação da enzima álcool desidrogenase 
ou oxidado. 
• O benzeno epóxido pode ser conjugado com a glutationa, produzindo um 
metabólito urinário ácido fenilmercaptúrio (AFM). 
→ Existe uma inibição competitiva entre o benzeno e tolueno, ou seja, a presença de 
um solvente diminui a biotransformação do outro. 
→ A maior parte do benzeno absorvido sofre biotransformação e é excretada 
conjugada com sulfato ou ácido glicurônico pela urina. 
→ A excreção do fenol, principal metabólito urinário do solvente, ocorre em duas fases: 
• A primeira, cerca de 4 horas e meia após o final da exposição, correspondente 
à excreção da maior parte do solvente absorvida e biotransformada. 
• A segunda, bem mais lenta, cerca de 24 horas após o final da exposição. 
→ A meia-vida do fenol urinário é, em média, igual a 12 horas. 
Toxicodinâmica: 
→ O benzeno é irritante da pele e mucosas. 
→ Sua principal ação tóxica, em exposição aguda, é a depressão do SNC. 
→ Apresenta propriedades radiomiméticas, ou seja, potencial para gerar radical 
oxigênio livre, o que explicaria várias de suas ações tóxicas. 
→ Em exposições crônicas destaca-se a ação mielotóxica que resulta em lesões 
graves com progressiva degeneração da medula óssea e aplasia medular. 
→ Essa ação do benzeno está associada a trombocitopenia (bloqueio 
megacariócito), leucopenia (com maior frequência granulopênica) e anemia 
aplásica. 
→ A extensão dessas alterações depende de fatores pessoais, intensidade e tempo de 
exposição. 
→ Em casos graves, quando a pancitopenia, podem ocorrer aplasia medular, com 
infiltração de gordura e necrose da medula. 
 
 
 
 
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→ Essas alterações hematológicas aparecem, geralmente, meses ou anos após a 
exposição ocupacional. 
→ Evidências mostram que a exposição crônica a elevadas concentrações benzênicas 
pode desencadear episódios de leucemia, até mesmo anos após o término da 
exposição ocupacional. 
→ O tipo de leucemia associada ao benzeno é a mielogênica aguda, ou seja, 
caracterizada pelo aumento de células morfologicamente semelhantes aos 
mieloblastos. 
→ A hemotoxicidade do benzeno é mediada por um número de metabólitos hidroxilados 
e metabólitos de cadeia aberta. 
→ Os metabólitos do tipo quinônico (catecol e hidroquinol) seriam os compostos 
responsáveis pela ação mielotóxica do solvente, ao reagirem com os cromossomos, 
resultando em alterações morfológicas e, consequentemente, interferência na mitose. 
→ A benzoquinona é agente que interfere na formação e organização dos microtúbulos. 
→ Espécies reativas de oxigênio contribuem para ação toxica do benzeno. 
→ Aldeído mucônico – genotóxico (carcinogênese). 
→ São referidos 3 mecanismos fundamentais de mielotoxicidade do benzeno: 
1. Depressão das células progenitoras primitivas e indiferenciadas (Stem cells); 
2. Lesão do tecido de medula óssea; e 
3. Formação clonal de células primitivas afetadas decorrentes de danos 
cromossomiais dessas células. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR CHUMBO 
• Clínico: 
→ Considerar intoxicação por chumbo em qualquer paciente com achados 
multissistêmicos como dor abdominal, cefaleia, anemia e, algumas vezes, 
neuropatia motora e insuficiência renal. 
 
 
 
 
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→ A suspeita de encefalopatia pode ser realizada quando há delirium ou 
convulsões na presença de anemia. 
• Complementar 
Laboratorial Específico: 
→ Dosagem de chumbo no sangue (plumbemia – PbS) ou na urina (plumbúria – 
PbU) – coletar as amostras em tubos especiais livres de chumbo. 
→ Observar jejum de 4 horas e utilizar tubo com tampa verde, heparinizado e 
sem gel. 
→ Crianças: 
• Níveis séricos de Pb entre 20 e 44 mcg/dL podem estar associados a alterações 
comportamentais e cognitivas crônicas; 
• > 44 mcg/dL possuem alta probabilidade de sintomas e lesões graves de SNC 
de caráter subagudo e crônico 
→ Adultos: 
• A encefalopatia e a nefropatia ocorrem geralmente com níveis acima de 
100mcg/dL; 
• Níveis sanguíneos superiores a 80mcg/dL estão relacionados a séria 
intoxicação, incluindo fortes cólicas abdominais e nefropatia; 
• Níveis sanguíneos entre 60 e 80 mcg/dL estão geralmente associados a 
sintomas gastrointestinais e efeitos renais subclínicos. 
• Níveis sanguíneos entre 25 e 60 mcg/dL podem estar associados a cefaleia, 
irritabilidade, dificuldade de concentração, e outros efeitos psiquiátricos. 
Laboratorial Geral: 
→ Função renal, hemograma, eletrólitos, aumento de protoporfirina IX na forma 
livre (EP) ou zincada (ZPP), diminuição da atividade do ácido 
deltaminolevulínico dehidratrase (ALA-D), aumento de ácido 
deltaminolevulínico (ALA-U) e coproporfobilinogênio (CPU) na urina. 
→ A interpretação das dosagens e porfirinas obtidos depende da comparação 
com valores de referência (VR) e com valores de tolerância biológica 
(Indicadores Biológicos de Exposição – IBE) – estando estes últimos 
correlacionados com limite de tolerância ambiental (LTA). 
→ A exposição poderá ser classificada como ocupacional ou ambiental, com 
valores limites diferentes. 
 
 
 
 
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DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR HG 
 
• Clínico: 
→ Informações de exposições ocupacionais, ambientais, acidentais e intencionais, com 
sintomatologia compatível são importantes, porém a identificação de mercúrio no 
sangue, urina ou tecidos é necessária para confirmar o diagnóstico. 
• Complementar 
Laboratorial Específico: 
→ A análise de mercúrio por espectrometria de absorção atômica é um método sensível, 
mas não diferencia a forma química do Hg. 
→ Não há correlação entre a concentração de Hg no sangue ou urina e o grau de 
intoxicação. 
→ Esse elemento não possui função na fisiologia humana – valores tão baixos quando 
1 mcg/dL em sangue e o,5 mcg/dL na urina são níveis relacionados com exposição 
anterior que não apresentam intoxicação aguda. 
→ As dosagens urinárias de Hg nas exposições ao mercúrio elementar e sais 
inorgânicos têm maior valor na confirmação da exposição e no controle da terapêutica 
quelante, quando indicada. 
 
 
 
 
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→ Como o mercúrio orgânico é eliminando por via fecal, a determinação dos níveis de 
Hg urinário não é útil para diagnóstico das intoxicações por metilmercúrio. 
→ O metilmercúrio se acumula nas hemácias, por isso é possível correlacionar seus 
níveis totais no corpo, numa intoxicação aguda. 
Laboratorial Geral: 
→ Eletrólitos, glicose, função renal e hepática, gasometria, RX tórax e análise de urina. 
Valores de referência: 
• Sangue total até 1,0 mcg/L (<50nmol/L) 
• Urina de 24h <20,0 mcg/L (<100nmol/L) 
• < 5 mcg/g creatinina (< 25 nmol/g) 
Manifestações Clínicas da intoxicação por Hg 
• Intoxicação AGUDA: 
→ A inalação aguda de grandes quantidades de vapor de Hg metálico causapneumonite química e edema pulmonar. 
→ A ingestão aguda de sais de Hg inorgânico pode desencadear dor abdominal, 
gastroenterite hemorrágica e necrose tubular aguda com consequente insuficiência 
renal. 
• Intoxicação CRÔNICA: 
→ A exposição crônica a doses clinicamente significativas de vapor de mercúrio 
geralmente produz uma tríade clássica caracterizada por: 
• Distúrbios neuropsiquiátricos; 
• Tremores; 
• Gengivoestomatite. 
→ Em casos de exposições leve – sintomas inespecíficos como fraqueza, fadiga, 
anorexia, perda de peso, estomatite e distúrbios têm disso descritos. 
→ Os estágios iniciais se caracterizam por tremores nas extremidades e distúrbios de 
movimento. 
→ As manifestações psiquiátricas envolvem fadiga, anorexia, perda de memória, 
insônia e transtornos de humor. 
→ Pode ocorrer acrodinia, uma reação rara – caracterizada por dor em extremidades 
acompanhada de descamação da pele (“doença rosa”), hipertensão, sudorese, 
irritabilidade e/ou apatia, exantema miliar, insônia e anorexia. 
 
 
 
 
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→ Os sais de Hg, na exposição crônica, são tóxicos para o SNC. 
→ Os compostos de Hg orgânico, como metilmercúrio, afetam principalmente o SNC, 
provocando ataxia, disartria, parestesia, comprometimento da audição e campos 
visuais. 
→ A exposição perinatal pode levar ao retardo mental e síndrome semelhante à paralisia 
cerebral no feto. 
DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR BENZENO 
→ O diagnóstico é eminentemente clínico e epidemiológico, fundamentado na história 
de exposição ocupacional e na observação de sintomas e sinais clínicos e laboratoriais. 
➢ Clínico 
→ Baseado na história de exposição ao agente, presença de sinais e sintomas, e no 
exame físico. 
➢ Complementar 
Laboratorial geral 
→ Eletrólitos, glicose, RX tórax e abdome, função hepática, função renal, gasometria, 
ECG, endoscopia digestiva alta para determinados casos; 
Laboratorial específico 
→ Não há exame específico para o diagnóstico 
Manifestações Clínicas da intoxicação por Benzeno 
➢ GERAIS: 
→ A intoxicação crônica pode levar às seguintes manifestações: 
→ Pele: 
• Irritação de pele e mucosas com: 
➢ Prurido; 
➢ Eritema; 
➢ Queimaduras; 
➢ Dermatites; 
➢ Eczema perioral; 
→ Aparelho hepático e renal: 
➢ Hepatomegalia; 
 
 
 
 
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➢ Cirrose; 
➢ Acidose tubular; 
➢ Cálculos renais; 
➢ Proteinúria; 
➢ Hematúria. 
→ Aparelho respiratório: 
➢ Edema pulmonar; 
➢ Enfisema. 
→ Sistema imunológico: 
➢ Indução de doenças autoimunes. 
→ Lesões medulares e dos nervos periféricos. 
 
 
Específicas do BENZENO 
→ O benzeno é um mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno, mesmo em 
baixas concentrações. 
→ Não existem sinais ou sintomas patognomônicos da intoxicação. 
→ As complicações podem ser agudas, quando ocorre exposição a altas 
concentrações com presença de sinais e sintomas neurológicos, ou crônicas, com 
sinais e sintomas clínicos diversos, podendo ocorrer complicações a médio ou a longo 
prazos localizadas principalmente no sistema hematopoiético. 
→ Os sintomas iniciais da intoxicação a longo prazo, provocada pelo solvente, não 
caracterizam um ação mielotóxica. 
→ São relatadas fadigas, palidez que progride ao longo da intoxicação, cefaleia, perda 
do apetite e irritabilidade. 
→ Em etapas mais avançadas da intoxicação, o desenvolvimento da trombocitopenia é 
traduzida em hemorragias diversas como epistaxes, menorragia, hemorragia gengival. 
→ Com a leucopenia instalada são frequentes os casos de infecções bacterianas e 
lesões necróticas de mucosas. 
→ Os sintomas hematotóxicos estão associados as concentrações iguais ou superiores 
a 50 ppm de benzeno no ar ocupacional. 
 
 
 
 
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→ Os dados laboratoriais hematológicos mais relevantes são representados pelo 
aparecimento de neutropenia, leucopenia, eosinofilia, linfocitopenia, monocitopenia, 
macrocitose, pontilhado basófilo, pseudo Pelger e plaquetopenia. 
→ A aplasia da medula óssea, que corresponde à depressão de todas as linhagens 
hematológicas, se expressa no sangue periférico por meio de pancitopenia – 
leucopenia, plaquetopenia e anemia. 
→ Alterações neuropsicológicas e neurológicas: são observadas alterações de 
atenção, percepção, memória, habilidade motora, viso-espacial, visoconstrutiva, função 
executiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendizagem e humor. 
→ Outras alterações: foram observadas alterações cromossômicas numéricas e 
estruturais em linfócitos e células da medula óssea de trabalhadores expostos ao 
benzeno. É possível fazer avaliação de danos cromossomiais por meio de técnicas 
citogenéticas. 
 
 
TRATAMENTO 
 
TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO POR PB 
 
→ Medidas de suporte: 
➢ Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio se necessário; 
➢ Monitorizar sinais vitais; 
➢ Manter acesso venoso calibroso; 
➢ Hidratação adequada. 
→ Descontaminação: 
➢ Ingestão aguda: em crianças, ocasionalmente, pode ser indicada irrigação 
intestinal; 
➢ Considerar a remoção endoscópica ou cirúrgica de corpos estranhos contendo 
chumbo; 
➢ Exposição cutânea ou ocular: remover roupas e objetos contaminados e lavar 
com água sabão. 
→ Antídoto: 
 
 
 
 
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➢ O tratamento com quelantes reduz as concentrações sanguíneas de chumbo e 
aumenta a sua excreção urinária; 
➢ A sua indicação depende da idade do paciente, dos exames laboratoriais e da 
sintomatologia, embora a redução da exposição seja a providência mais 
importante. 
→ Medidas de eliminação: 
➢ Não estão indicadas. 
→ Sintomáticos: 
➢ Tratar convulsões com administração de benzodiazepínicos; 
➢ Tratar hipertensão intracraniana com dexametasona e manitol IV 
TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO POR HG 
 
→ Medidas de suporte: 
➢ Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio se necessário; 
➢ Monitorizar sinais vitais; 
➢ Manter acesso venoso calibroso; 
➢ Hidratação adequada. 
→ Descontaminação: 
→ A descontaminação gastrointestinal geralmente não é necessária quando a 
exposição ao mercúrio ocorre por via oral: 
➢ Por não ser normalmente absorvido pelo trato gastrointestinal, o mercúrio 
elementar possui baixa toxicidade por essa via; 
→ O mercúrio inorgânico possui características cáusticas; 
→ O mercúrio orgânico é o único em que se deve considerar a descontaminação, se 
houver ingestão conhecida de grandes quantidades devido ao risco de lesões 
irreversíveis e refratárias ao tratamento. 
→ O carvão ativado não é eficaz; 
→ Em caso de intoxicação por via inalatória, remover o paciente do local de exposição; 
→ Na exposição cutânea, realizar descontaminação com água em abundância. 
→ Antídoto: 
 
 
 
 
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→ Pacientes sintomáticos após exposição aguda ou crônica são candidatos a terapia 
com quelante; 
→ Opções de quelante: 
➢ BAL (British Anti-Lewisite); 
➢ DMSA-succímero; 
➢ D-penicilamina. 
→ Medidas de eliminação: 
➢ Não estão indicadas. 
→ Sintomáticos: 
→ Tratar broncoespasmo com beta-2 adrenérgicos e corticoides se necessário; 
→ Os pacientes com intoxicação crônica realizam tratamento sintomático usando 
drogas antidepressivas, tranquilizantes e analgésicos. 
TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO POR BENZENO 
→ Não existe tratamento específico para intoxicações agudas ou crônicas com esse 
solvente (benzeno). 
→ As medidas terapêuticas são apenas sintomáticas. 
→ Medidas de suporte: 
➢ Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário; 
➢ Monitorizar sinais vitais; 
➢ Manteracesso venoso calibroso; 
➢ Hidratação adequada. 
→ Descontaminação: 
→ Se houve contato com pele e mucosas, deve-se praticar uma descontaminação, 
lavando com água corrente em abundância e sabão; 
→ A descontaminação gastrintestinal não está indicada. 
→ Antídoto: 
➢ Não há. 
→ Medidas de eliminação: 
➢ Não estão indicadas. 
→ Sintomáticos: 
 
 
 
 
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→ É imprescindível afastar o paciente da fonte de exposição e prover oxigenação e 
ventilação mecânica, se necessário; 
→ Administrar oxigênio e benzodiazepínicos na ocorrência de convulsões. Considerar 
administração de fenobarbital nos casos refratários; 
→ O tratamento do coma e das alterações cardiovasculares deve ser realizado com 
cuidado, sabendo-se que as aminas vasoativas podem facilitar arritmias cardíacas. 
→ O monitoramento pelo eletrocardiograma deverá ser realizado por 4 a 6 horas após 
a exposição. 
 
3. Identificar os agentes neurotóxicos no ambiente de trabalho e seus efeitos; 
 
→ Os agentes neurotóxicos são substâncias químicas altamente tóxicas que 
envenenam o sistema nervoso central do corpo e impedem que ele funcione 
adequadamente. 
→ Eles são de ação rápida. 
→ Exposta a altas doses, a vítima pode sofrer convulsões imediatas, sufocamento ou 
morte decorrente de parada cardíaca. 
→ Eles podem ser empregados em forma de gás, aerossol ou líquido. 
AGENTES METEMOGLOBINIZANTES 
O que são: 
→ São substâncias capazes de induzir a oxidação de um dos átomos de ferro da 
hemoglobina, do estado ferroso (Fe+2) para o férrico (Fe+3), o que resulta em um 
pigmento chamado de metemoglobina (MHb). 
→ A MHb não consegue se ligar ao oxigênio, ao gás carbônico ou ao monóxido de 
carbono devido à carga positiva do ferro. 
→ Porém a MHb tem grande afinidade por ânions como fluoreto, cloreto e cianeto, e 
liga-se também à hidroxila em meio alcalino e com água em meio ácido. 
→ A carga positiva do ferro altera a absorção espectral de hemoproteínas, além de 
permitir a separação eletroforética entre hemoglobina e MHb. 
→ Os eritrócitos têm um risco aumentado de estresse oxidativo, por várias vezes: 
➢ Carregam oxigênio em altas concentrações – sendo continuamente expostos a 
radicais livres. 
 
 
 
 
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➢ A hemoglobina é susceptível a auto-oxidação e pode funcionar como oxidase e 
peroxidase. 
➢ Todos os xenobióticos oxidantes que organismo absorve passam pelo sangue. 
→ Além disso, os eritrócitos são mais suscetíveis aos agentes oxidantes por serem 
anucleados, ou seja, não são capazes de reparar os danos por resíntese, e por terem a 
membrana mais vulnerável à peroxidação, devido à presença de cadeias laterais de 
ácidos graxos poli-insaturados e de grupos aminoacil. 
→ Os xenobióticos podem promover a oxidação da hemoglobina de forma direta ou 
indireta. 
ANILINAS 
→ É um líquido oleoso e incolor que escurece rapidamente pela exposição à luz e ao 
ar. 
→ É solúvel em diversos solventes, inclusive a água. 
→ Pode ser encontrada em corantes, fármacos, antioxidantes, produtos químicos para 
fotografia, isocianatos, fungicidas e herbicidas. 
→ Pode ser absorvida por gastrointestinal, cutânea e pulmonar (90% da quantidade 
inalada). 
→ A biotransformação inclui oxidação e hidroxilação. 
→ A toxicidade é atribuída ao produto de sua N-oxidação, a fenilidroxilamina. 
→ A fenilidroxilamina é produzida no fígado e captada pelas hemácias, sendo oxidada 
a nitrosobenzeno com formação da MHb. 
→ Achados clínicos: fraqueza, cefaleia, tontura, ataxia, dispneia, irritação ocular, vômito, 
além de depressão do SNC em exposições crônicas. 
NITROBENZENO 
→ Líquido oleoso, incolor a amarelado, com odor característico que é detectável em 
concentrações de 5 ppb no ar. 
→ Usado na produção de ésteres e acetatos, polidores de metal e como intermediário 
na síntese do paracetamol, além de servir como essência em perfumaria. 
→ Absorvido principalmente pelas vias respiratórias e dérmicas. 
→ Pode ser biotransformado pela hidroxilação aromática e redução. Seus produtos são 
excretados na urina. 
 
 
 
 
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→ Sua tóxica é desencadeada pela MHb através de intermediários quando ocorre sua 
redução à anilina. 
→ Achados clínicos: anemia, vertigens, vômitos e cefaleia (sintomas neurotóxicos), 
bilirrubinemia, Hepatomegalia, redução da atividade da protrombina (hepatotóxicos), 
irritação ocular e dermatite. 
DIMETILANILINA 
→ Líquido oleoso, com cor que varia do amarelo ao castanho. 
→ É intermediária na fabricação de vanilina e corantes. 
→ É catalisadora do endurecimento de resinas sintéticas e é utilizada como aceptor 
ácidos na síntese de penicilinas semissintéticas e cefalosporina. 
→ Absorvida principalmente por via pulmonar e dérmica. 
→ É biotransformada por reações de desmetilação, oxidação e hidroxilação. 
→ Ação de metemoglobinizante similar à anilina e a exposição a curto prazo induz 
irritação dos olhos e da pele. 
→ A exposição a longo prazo provoca lesões hepáticas, renais e pulmonares. 
DINITROBENZENO 
→ Geralmente é uma mistura dos isômeros orto, meta e para. 
→ A forma orto e para apresentam-se como cristais bancos e a forma meta é amarela. 
→ É usado na produção de corantes, explosivos, como substituto da cânfora na 
produção de celuloides e em síntese orgânica. 
→ É classificado como uma substância altamente tóxica e bem absorvida pela pele. 
→ Em exposições ocupacionais há relatos de metemoglobinemia, anemia, dano 
hepático, redução da acuidade visual com descoramento e esclerose conjuntiva. 
DINITROTOLUENO (DNT) 
→ É uma mistura composta de isômeros. 
→ Os isômeros puros são cristais amarelos e a mistura, quando aquecida, forma um 
líquido oleoso e combustível. 
→ Usado na fabricação de espumas de poliuretano, na formulação de corantes, na 
indústria de munições e de explosivos de uso comercial e militar. 
 
 
 
 
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→ Pode ser absorvido por via gastrointestinal, dérmica e respiratória. 
→ Estudos de exposições ocupacionais demonstram que a absorção do DNT é rápida 
e significativa pode via cutânea. 
→ Pode ser biotransformado, de forma rápida, em ácido 2,4-dinitrobenzóico (52% do 
total). 
→ É excretado principalmente pela urina. 
→ Efeitos: metemoglobinemia com cianose, acompanhada de cefaleia, fraqueza, 
náusea, tontura e dispneia, podendo haver inconsciência e morte. 
→ A metemoglobinemia é sinal precoce da toxicidade. 
→ A exposição prolongada produz anemia e está associada à redução da contagem e 
à alterações da morfologia dos espermatozoides. 
 
 
TRINITROTOLUENO (TNT) 
→ É um sólido inflamável, sem odor, de cor amarelada. 
→ O risco de explosão é considerado moderado, ocorrendo por queima, aquecimento 
ou concussão. 
→ O TNT é usado como explosivo detonável por iniciadores de alta velocidade ou por 
concussão eficiente. 
→ A exposição humana a concentrações superiores a 1,5 mg/m3 produz sintomas 
decorrentes de alterações vasomotoras e metemoglobinemia. 
→ Achados clínicos: dermatite, cianose, gastrite, atrofia hepática, anemia aplásica, 
leucopenia, depressão variável do SNC, neurites periféricas, irregularidades cardíacas 
e irritação do trato urinário. 
→ Pode ser absorvido pela pele. Descrição de 43% de metemoglobinemia, desenvolvida 
em 24h, por exposição simultânea pelas vias respiratórias e dérmica. 
SOLVENTES ORGÂNICOS 
O que são: 
→ É a designação genérica dada a um grupo de substâncias químicas orgânicas, 
líquidas à temperatura ambiente, que apresentam maior ou menor grau volatilidade e 
 
 
 
 
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lipossolubilidade, e são empregadas como solubilizantes, dispersantes ou diluentes em 
diversos processos ocupacionais. 
→ Uso desses solventes no meio ocupacional brasileiro representa significativo risco à 
saúde do trabalhador, uma vez que o espectro de uso é bastante amplo (processos 
industriais em pequenas, médias e grandes empresas, meio rural, laboratórios 
químicos). 
→ Podem ser empregados na forma pura ou misturada. 
→ São divididos em classes químicas: 
➢ Hidrocarbonetos alifáticos 
➢ Hidrocarboneto aromáticos 
➢ Hidrocarbonetos halogenados 
➢ Álcoois 
➢ Cetonas 
➢ Éteres 
 
TOLUENO 
→ Líquido incolor, volátil e com lipossolubilidade significativa. 
→ As principais de formas de exposição ocupacional ao tolueno decorrem do seu uso 
para óleos, borracha natural e sintética, resinas, carvão, piche, betume e acetilcelulose. 
→ Usado também em tintas e vernizes. 
→ Além de ser usado na indústria química para formação de outros compostos, exemplo 
o TNT. 
→ Absorvido principalmente por via pulmonar. 
→ Distribuição rápida pelo organismo. 
→ 80% do tolueno absorvido sofre biotransformação hepática (oxidação do grupamento 
metila). 
→ Sua excreção e de seus metabólitos também é rápida. 
→ Principal ação tóxica ocorre no SNC. 
→ Apresenta propriedades narcóticas e neurotóxicas. 
 
 
 
 
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→ O tolueno apresenta um efeito bifásico sobre o SNC, em baixa concentração produz 
estimulação, com euforia e excitação e em alta concentração leva à depressão, com 
desorientação, tremores, alucinações, ataxia, convulsão e coma. 
→ A exposição ao tolueno está associada ao aumento significativo da concentração dos 
neurotransmissores norepinefrina, dopamina, indolamina, serotonina. 
→ O cerebelo é área mais afetada pelo tolueno (pode causar danos reversíveis ou 
irreversíveis). 
→ Sintomas da exposição aguda: euforia, dor de cabeça, fraqueza, pressão forte no 
peito, fadiga e náusea. 
→ Exposição severa: tremores, convulsões, confusão mental, paralisias, andar 
cambaleante, distúrbio de visão. 
→ Efeitos irreversíveis: encefalopatia crônica, demência e alteração das funções 
neurovegetativas. 
→ Exposição crônica: anorexia, astenia, albuminúria, hematúria e uremia. 
 
XILENOS 
→ Também chamados de dimetilbenzenos, são líquidos incolores, de elevada 
lipossolubilidade. 
→ O isômero mais importante é o para-xileno. 
→ Usados em processos industriais, tais como a indústria química, de plásticos, fibras 
sintéticas, couros, tecidos e papéis. 
→ Usado também como agentes de limpeza e desengordurante. 
→ Usado como solvente para tintas e lacas. 
→ Pode sofrer absorção por via cutânea e pulmonar, sendo esta mais importante sob o 
ponto de vista ocupacional. 
→ A absorção é intensa, inicialmente, e leva a um rápido equilíbrio na concentração 
sanguínea. 
→ Distribuído rapidamente e com uma meia-vida plasmática de 4 horas. 
→ Não se armazena no organismo. 
 
 
 
 
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→ 90% do xileno absorvido é biotransformado no fígado (oxidação dos grupos metilas 
ou anel aromático). 
→ As principais ações tóxicas são as ações irritantes de pele e mucosa e depressora 
do SNC. 
→ Irritação das mucosas: 
➢ Mucosa pulmonar – em casos de inalação. 
➢ Trato gastrointestinal – em ingestões acidentais. 
➢ Irritação ocular e nasal – exposição aos vapores do solvente 
→ A ação depressora do SNC ocorre tanto na exposição aguda quanto na crônica. 
→ Pode apresentar efeitos hematológicos na sua forma comercial (Xilol). 
→ Pode causar prejuízos aos fetos. 
→ Achados clínicos: cefaleia, fadiga, sonolência, vertigens, confusão mental, dispneia, 
náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, conjuntivite e hemorragias nasais. 
→ Casos graves: dificuldade respiratória, coma e morte. 
→ Contato prolongado com a pele: dermatites e eczemas. 
ESTIRENO 
→ Também denominado feniletileno, é um líquido viscoso, incolor em temperatura 
ambiente, com odor levemente adocicado que aparece a partir de uma concentração 
superior a 0,32ppm, além de volatilidade moderada. 
→ Reatividade elevada, polimeriza e oxida facilmente. 
→ Os principais usos ocupacionais ocorrem durante a produção do próprio estireno, 
fabricação de polímeros, copolímeros e resinas, borracha sintética, produtos de fibra de 
vidro e sínteses orgânicas. 
→ Absorvido pelas vias pulmonar e cutânea. 
→ 89% do solvente inalado sofre absorção. 
→ Uma vez absorvido, o estireno é distribuído pelo organismo, concentrando-se nos 
rins, fígado, cérebro e pâncreas. 
→ Em exposições crônicos o estireno pode se acumular no tecido adiposo. 
→ Também pode transpor a barreira placentária. 
→ A biotransformação ocorre principalmente no fígado. 
 
 
 
 
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→ O resultado da biotransformação é o estireno 7,8 epóxido, metabólito reativo de ação 
genotóxica. 
→ Possui ação irritante da pele e mucosa. 
→ Apresenta neurotoxicidade central e periférica. 
→ Efeitos sobre o SNC predominam na exposição aguda, enquanto os sobre o SNP 
predominam na crônica. 
→ Suponha-se que o mecanismo da ação neurotóxica resulte da alteração na atividade 
dopaminérgica, no cérebro, provavelmente mediada pela diminuição na modulação de 
dopamina realizada pela hipófise. 
 
→ Acredita-se que este solvente, em concentrações em torno de 100ppm, diminui a 
velocidade na condução nervosa sensorial, com deficiência na memória curta e redução 
da destreza manual. 
→ Os efeitos neurotóxicos centrais podem ser revertidos após o final da exposição, mas 
não está claro se o mesmo ocorre com os periféricos. 
→ Tendência de abortos espontâneos em mulheres expostas ocupacionalmente. 
→ Possível ação hepatotóxica – depleção de glutationa, alterações nas enzimas e até 
necrose. 
→ Contato cutâneo agudo: eritema, dermatite e remoção lipídica da epiderme. 
→ Inalação de altas concentrações: vertigens, astenia, hemorragias, irritação das 
mucosas oculares e respiratórias. 
→ Exposição crônica: cefaleia, tontura, fadiga, irritabilidade, perda de memória, 
anorexia, astenia e sensação de embriaguez. 
N-HEXANO 
→ É um hidrocarboneto alifático saturado produzido durante o craqueamento catalítico 
ou térmico, seguido de destilação fracionada do petróleo e empregado em vários 
processos industriais. 
→ É um líquido incolor, de odor característico em concentrações superiores a 130ppm, 
muito volátil, inflamável e insolúvel em água. 
 
 
 
 
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→ Usado na fabricação de calçados (como cola), na industrialização da borracha, 
laminação de materiais plásticos, tintas e solventes, extração de óleos vegetais, 
fabricação de móveis, produção farmacêutica, cosmética, têxtil, química e petroquímica. 
→ O solvente mais tóxicos entre todos os alifáticos da classe dos alcanos. 
→ Importante problema no Brasil – crianças e adolescentes “cheiradores de cola”. 
→ Rapidamente absorvido por via gastrointestinal e pulmonar, a última mais importante 
para exposição ocupacional. 
→ Após a absorção, esse solvente é largamente distribuído para tecidos (tecidos 
vascularizados, de eliminação e adiposo). 
→ Tem uma lata afinidade por tecidos que apresentam elevado conteúdo lipídico. 
→ Atravessa facilmente a barreira placentária. 
→ É biotransformado pelo fígado, produz um metabólito hidroxilado inativo e em seguida 
cetocompostos responsáveis pela ação neurotóxica. 
→ Os metabólitos são excretados preferencialmente pela urina. 
→ O 2,5-hexanodiona (2,5-HD) é o principal metabólito ativo do solvente no homem. 
→O contato intenso com o solvente com a pele resulta na extração lipídica da camada 
epidérmica que pode evoluir para lesões e eritemas. 
→ Irritação da mucosa nasal, bucal, respiratória e córnea também são ações desse 
solvente. 
→ A exposição crônica provoca efeitos tóxicos principalmente sobre o SN. 
→ Os metabolitos também podem provocar neurotoxicidade periférica de instalação 
subaguda ou crônica, caracterizada por neuropatia progressiva motora e sensomotora 
– polineurite periférica. 
→ Desmielinização e degradação dos neurônios. 
→ A 2,5-HD tem ação tóxica sobre os testículos, podendo alterar a tubulina testicular e 
as células de Sertoli dos microtúbulos. 
→ O n-Hexano, em elevadas concentrações, possui efeitos tóxicos sobre o sistema 
hematopoiético e hepático. 
→ Achados clínicos: neuropatia periférica, alterações sensoriais em mãos e pés, 
câimbras e dormência. 
 
 
 
 
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→ Além de perda tátil, térmica e dolorosa. Fraqueza muscular, alterações visuais, perda 
de memória, anorexia e perda de peso. 
→ Outros solventes orgânicos: metanol, etilenoglicol, solventes clorados e bissulfato 
de carbono. 
 
 
4. Conhecer os resíduos logística reversa obrigatória; 
• A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (2010), visa a regulação da 
gestão adequada dos resíduos. 
→ A Lei 12.305/2010 também inclui questões para o desenvolvimento 
econômico, social e a manutenção da qualidade ambiental. 
→ Essa política apresenta o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (elaborado 
em 2011) como um de seus instrumentos para garantir o alcance dos objetivos 
da Lei 12.305/2010. 
→ Fazem parte dos princípios e instrumentos definidos na lei a 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística 
reversa. 
→ De acordo com a PNRS, a responsabilidade sobre o produto cabe a 
comerciantes, fabricantes, importadores, distribuidores, cidadãos e titulares de 
serviços de limpeza e manejo dos resíduos sólidos urbanos, para minimizar o 
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os 
impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do 
ciclo de vida desses produtos. 
→ Logística reversa: é definida pela Lei 12.305/10 como “instrumento de 
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou 
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada”. 
→ O processo da logística reversa responsabiliza as empresas e estabelece 
uma integração de municípios na gestão do lixo. 
→ Neste processo, os produtores de um eletroeletrônico, por exemplo, têm que 
prever como sedará a devolução, a reciclagem daquele produto e a destinação 
ambiental adequada, especialmente dos que eventualmente poderão retornar 
o ciclo produtivo. 
https://www.ecycle.com.br/3074-avaliacao-do-ciclo-de-vida-do-produto
 
 
 
 
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→ Resíduos de Logística Reversa Obrigatória: produtos que necessitam de um 
sistema de logística reversa independente do serviço de limpeza público. 
Assim, são definidos como objetos obrigatórios da logística reversa nos termos 
da PNRS. 
→ É de total responsabilidade da empresa recolher novamente os produtos que 
sejam perigosos para a população e o meio ambiente. 
→ São eles: 
Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja 
embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; 
Pilhas e baterias; 
Pneus; 
Lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; 
Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; e 
Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. 
→ Para tal, deve haver uma logística de recolhimento, independente do 
oferecimento de serviço público de limpeza urbana, de forma a garantir o 
retorno desses resíduos ao fabricante após o uso pelo consumidor final. 
→ Segundo a PNRS, para a implementação da logística reversa é necessário 
acordo setorial ou contrato entre o poder público e fabricantes, importadores, 
distribuidores ou comerciantes. 
→ Devem ser considerados aspectos de qualidade ambiental e de saúde pública, 
e todo o sistema deve ser avaliado sob os aspectos técnico e econômico. 
→ Além dos resíduos já descritos, outros resíduos podem ser objetos do sistema 
de logística reversa, de acordo com fatores como o impacto à saúde pública e 
ambiental. 
→ Muitos desses resíduos podem apresentar características perigosas e, de 
acordo com a PNRS, esses resíduos são definidos como: 
Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, 
regulamento ou norma técnica. 
 
 
 
 
 
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5. Identificar a contaminação do lençol freático e os efeitos nocivos na saúde 
das pessoas; 
 
→ A POLUIÇÃO é sem dúvida uma das externalidades negativas mais marcantes 
do modo de produção e consumo da sociedade moderna, que tem a indústria 
como uma de suas características dominantes. 
→ A possibilidade de ocorrência de poluição acidental por eventos não previstos, 
como derramamentos, vazamentos e emanações não controladas, assim como a 
contaminação ambiental intencional por lançamentos industriais de gases, 
material particulado, efluentes líquidos e resíduos sólidos, é particularmente crítica 
nas áreas que combinam indústria e baixa prevenção. 
→ Outro aspecto a ser destacado refere-se ao consumo de energia e de recursos 
naturais pelo setor industrial. 
→ Ou seja, pensar em impactos ambientais causados pela indústria e que vão 
interferir posteriormente na saúde da população, é pensar inicialmente em 
POLUIÇÃO e posteriormente no CONSUMO DE ENERGIA E RECURSOS 
NATURAIS POR ESSA INDÚSTRIA. 
→ Dentro da POLUIÇÃO, a gente pode sistematizar em dois aspectos para analise, 
a poluição intencional, que é aquela cuja empresa sabe que está fazendo mal 
para a população e para o meio ambiente e acidental, cujo significado é intuitivo. 
→ Pode-se considerar, grosso modo, a evolução da preocupação ambiental em 
relação às indústrias como tendo ocorrido em fases. 
• Inicialmente, Poluição do ar, em decorrência das graves condições que existiam 
em polos industriais paulistas. 
• Quase em paralelo, Poluição das águas. 
• Mas apenas nas últimas houve destaque para a inadequada gestão dos 
resíduos perigosos por elas gerados. 
• Por fim, a contribuição do setor industrial para o efeito estufa e o aquecimento 
global é uma externalidade ainda não devidamente considerada. 
Poluição das Águas 
→ Trata-se de uma grande motivo de preocupação a nível mundial. 
 
 
 
 
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→ Diversas atividades humanas, destacando-se produção agrícola, indústria, 
mineração, infraestrutura hídrica e lançamento de efluentes domésticos, 
afeta a qualidade da água e compromete o atendimento às necessidades 
básicas dos seres humanos e do meio ambiente. 
→ Embora a utilização de água pela indústria seja baixa (cerca de 10% do total de 
retirada), seus impactos sobre a qualidade das águas são significativos e 
crescentes. 
→ Entre produtos despejados, devem citar-se: 
• Contaminantes biológicos 
• Compostos químicos, como solventes e agrotóxicos orgânicos e inorgânicos, 
• Metais, como: chumbo, mercúrio, zinco, cobre; 
• Nutrientes, como fósforo e nitrogênio; GERANDO EUTROFIZAÇÃO• Matéria em suspensão, incluindo particulados e sedimentos; alterações na 
temperatura provocadas por descargas de efluentes de água utilizada para 
resfriamento; 
• Produtos farmacêuticos e de cuidados pessoais. 
→ As indústrias são responsáveis pelo lançamento de 300 a 400 milhões de 
toneladas de metais pesados, solventes, lodo tóxico e outros resíduos nos corpos 
de água. 
Poluição do Solo 
→ O solo é a camada de material orgânico e inorgânico que cobre a superfície 
rochosa da terra. 
→ A porção orgânica, derivada da decomposição de animais e plantas, concentra-
se na parte superior do solo. Já a parte inorgânica é formada por fragmentos de 
rochas. 
→ A água e o ar também estão presentes no solo e suas concentrações variam de 
acordo com a ocorrência de chuvas. 
→ A poluição do solo, também chamada de contaminação do solo, é causada 
pela introdução de substâncias químicas ou pela alteração desse ambiente pela 
ação humana. 
→ Além de poluírem o solo, esses elementos químicos também poluem a água e 
o ar. 
https://www.ecycle.com.br/2945-poluicao-da-agua.html
https://www.ecycle.com.br/2949-poluicao-do-ar.html
 
 
 
 
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→ Entre esses químicos, os tipos mais comum são os hidrocarbonetos de 
petróleo, metais pesados (como o chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e 
arsênio), pesticidas e solventes. 
→ Em algumas áreas, notadamente as que têm histórico industrial foi gerado um 
quadro insustentável no que diz respeito a áreas contaminadas, que se 
agrava com a precariedade das informações nesse campo. 
• Pela carência de normas legais com foco nos resíduos perigosos 
• Dificuldades técnicas quanto ao tratamento 
• Destinação final de determinados tipos de resíduos 
• Inexistência de uma cultura consolidada de gerenciamento ambientalmente 
correto dos resíduos das atividades produtivas. 
→ Para exemplificar, havia 4.131 áreas contaminadas registradas no estado de São 
Paulo em dezembro de 2011, dessas, 577 estavam veiculadas com industrias. 
→ Com o passar do tempo a contaminação abrange extensão maior e fica mais 
dispersa do que anteriormente. 
→ As vias de exposição à população estavam presentes principalmente pela 
cadeia alimentar, sendo que os alimentos de origem animal eram os mais 
contaminados – especialmente ovos de galinha e leite de vaca. 
→ Em santo amaro na Bahia, em 1980, centro industrial de mineração, um estudo 
realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) constatou que 96% das 
crianças residindo a menos de 900m da chaminé da companhia apresentavam 
níveis de chumbo e cádmio no sangue acima do limite de toxicidade. 
→ Detectou também que o nível de metais no sangue da população crescia à 
medida que seu local de residência se aproximava das instalações da metalúrgica. 
→ Provavelmente em consequência da contaminação, muitas pessoas foram 
acometidas por saturnismo, doença que fragiliza os ossos, paralisa as mãos, 
provoca dores agudas, causa impotência sexual nos homens e aborto em 
mulheres e má-formação fetal nos bebês, e também aumentou a incidência de 
outras doenças, como anemia, lesões renais, hipertensão arterial, câncer de 
pulmão, etc. 
→ A contaminação do solo e das águas subterrâneas quase sempre acontece pelo 
resultado da atividade humana. 
https://www.ecycle.com.br/2988-petroleo.html
https://www.ecycle.com.br/2988-petroleo.html
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3549-quatro-dicas-para-reduzir-a-exposicao-a-metais-pesados.html
https://www.ecycle.com.br/2433-chumbo
https://www.ecycle.com.br/2533-cadmio
https://www.ecycle.com.br/2768-mercurio.html
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/5991-uso-seguro-de-pesticidas-e-falso-afirmam-cientistas-do-reino-unido-.html
https://www.ecycle.com.br/437-descarte-de-tinta.html
 
 
 
 
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→ Em áreas de grande concentração populacional em que o uso da terra é intenso, 
o solo e as águas subterrâneas estão, invariavelmente, vulneráveis a uma 
potencial poluição, seja ela intencional ou não. 
→ O descarte de efluentes químicos e industriais, principalmente óleos e solventes, 
em rios, córregos, lagos, aquíferos, e até mesmo no solo (contaminando os lençóis 
freáticos), costuma consumir o oxigênio da água, matando o ecossistema local 
(peixes, plantas e crustáceos) e tornando a água proveniente desses locais 
imprópria para o consumo, oferecendo grave risco a vida humana. 
→ Além disso, a contaminação aquática costuma causar diversos tipos de doenças 
na população, como cólera, disenteria, meningite, amebíase e hepatites, sendo 
essas doenças normalmente causadas por resíduos sanitários descartadas da 
maneira incorreta. 
→ Já quando um metal pesado, como o mercúrio, é jogado na água, pode causar: 
• Diversos tipos de câncer, especialmente no fígado e tireoide; 
• Dermatoses; 
• Alterações neurológicas; 
• Alterações sanguíneas, etc. 
→ O manejo adequado dos resíduos é uma importante estratégia de preservação 
do meio ambiente, assim como de promoção e proteção da saúde. 
→ Uma vez acondicionados em aterros, os resíduos sólidos podem comprometer a 
qualidade do solo, da água e do ar, por serem fontes de compostos orgânicos 
voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados, entre outros. 
→ A decomposição da matéria orgânica presente no lixo resulta na formação de um 
líquido de cor escura, o chorume, que pode contaminar o solo e as águas 
superficiais ou subterrâneas pela contaminação do lençol freático. 
→ Pode ocorrer também a formação de gases tóxicos, asfixiantes e explosivos que 
se acumulam no subsolo ou são lançados na atmosfera. 
→ Os locais de armazenamento e de disposição final tornam-se ambientes 
propícios para a proliferação de vetores e de outros agentes transmissores de 
doenças. 
→ Pode haver também a emissão de partículas e outros poluentes atmosféricos, 
diretamente pela queima de lixo ao ar livre ou pela incineração de dejetos sem o 
uso de equipamentos de controle adequados. 
→ De modo geral, os impactos dessa degradação estendem-se para além das 
áreas de disposição final dos resíduos, afetando toda a população. 
 
 
 
 
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→ Considera-se, porém, que a comprovação da relação de causa e efeito para 
exposições ambientais que possam desencadear manifestações crônicas em 
seres humanos demanda estudo específicos, em pesquisas frequentemente 
custosas e demoradas. 
→ Para Ravetz, os efeitos da exposição de humanos a poluentes ambientais se 
manifestam, geralmente, a longo prazo, sendo mascarados por outras causas. 
→ Soma-se a isso o fato de que a probabilidade de sinergia entre elementos nocivos 
e a potencialização de riscos é geralmente desconhecida, havendo grande 
dificuldade para comprovações por meio de uma ciência baseada em testes 
laboratoriais, que não incorpora outros fatores relevantes, como interesses 
corporativos, industriais, regulatórios ou profissionais que se posicionam contra o 
reconhecimento dos efeitos. 
 
 
6. Compreender as ações e instituições que possibilitem a recuperação, 
fiscalização e prevenção da poluição ambiental; 
 
VISAMB 
Introdução: 
→ A Vigilância em Saúde Ambiental diz respeito ao conjunto de ações e serviços 
prestados por órgãos e entidades públicas e privadas. 
→ Essas ações visam conhecer, detectar e prevenir qualquer mudança nos fatores 
ambientais que interferem na saúde humana. 
→ A partir desse reconhecimento, é possível realizar medidas de promoção da saúde 
ambiental para prevenir e controlar os possíveis fatores de risco. 
Objetivos: 
→ Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando disponibilizar ao SUS 
instrumentos para o planejamentoe execução de ações relativas às atividades de 
promoção da saúde, de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio 
ambiente; 
→ Estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações 
relacionadas à vigilância em saúde ambiental; 
→ Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais 
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde; 
 
 
 
 
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→ Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros 
setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de risco à saúde humana; 
→ Promover, junto aos órgãos afins ações de proteção à saúde humana relacionadas 
ao controle e recuperação do meio ambiente; 
→ Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, 
visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e 
qualidade de vida. 
Competências: 
→ Acompanhar e fiscalizar o cumprimento das normas técnicas aplicáveis à vigilância 
em saúde ambiental 
→ Implementar o processo de articulação interinstitucional com as diversas esferas de 
governo (Federal, Estadual e Municipal), visando garantir níveis de desempenho técnico 
satisfatório; 
→ Promover os meios para o intercâmbio de experiências em vigilância em saúde 
ambiental, visando universalizar o conhecimento e sua aplicabilidade no município; 
→ Fornecer dados para os sistemas Federal, Estadual e Municipal de informação de 
saúde ambiental; 
→ Realizar estudos e inventários de recursos naturais e outros estudos, em seu âmbito 
de atuação; 
→ Coordenar e supervisionar as ações de vigilância em saúde ambiental, assegurando 
como princípio norteador a multidisciplinaridade técnica das equipes de trabalho; 
→ Realizar análises técnicas em sua esfera de competência, para subsidiar este e 
demais órgãos Federais, Estaduais e Municipais nas atividades de prevenção e controle 
dos fatores de riscos ambientais. 
Áreas de Atuação 
→ Para que os objetivos e competências sejam cumpridos, o órgão tem algumas 
subdivisões para coordenar as possíveis mudanças em áreas mais específicas. 
VIGIÁGUA: 
→ As ações de vigilância da água visam garantir à população o acesso à água em 
quantidade e qualidade que sejam compatíveis com o padrão de qualidade preconizado. 
→ Para isso, são realizadas coleta de água para análise em laboratório; inspeção e 
orientação nas unidades de interesse da saúde, segundo plano de amostragem da 
 
 
 
 
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vigilância; atendimento de denúncias em casos de suspeita de contaminação de água 
para consumo humano. 
→ Além dos objetivos da VISAMB, esse programa tem alguns objetivos específicos, que 
são: 
● Reduzir a morbimortalidade por agravos e doenças de transmissão hídrica; 
● Melhorar as condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água, em 
articulação com o controle; 
● Participar do desenvolvimento de políticas públicas destinadas ao saneamento, à 
preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente, entre outras; 
● Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social. 
● Avaliar a qualidade da água consumida pela população. 
● Aferir o monitoramento realizado pelo Controle. 
● Subsidiar a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade das 
formas de abastecimento de água. 
● Identificar pontos críticos/vulneráveis (fatores de risco) em sistemas e soluções 
alternativas de abastecimento 
● Avaliar a integridade do sistema de distribuição. 
→ Os campos de atuação existentes que visam alcançar esses objetivos são: 
• Sistema de Abastecimento de Água para Consumo Humano 
→ É a instalação que vai desde a zona de captação até as ligações prediais (conexões 
que interligam a rede pública até a residência do usuário), destinada à produção e ao 
fornecimento de água potável por meio da rede de distribuição. 
VIGIAR: 
→ Ações de vigilância da qualidade do ar são realizadas através do mapeamento das 
principais áreas de risco de poluição do ar causada por substâncias químicas e físicas 
(relacionar com o caso). 
→ Seus objetivos específicos são: 
• Identificar os efeitos agudos e crônicos na população decorrentes da contaminação do 
ar; 
• Avaliar os efeitos e riscos a saúde decorrentes da poluição atmosférica; 
 
 
 
 
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• Monitorar as tendências dos indicadores de qualidade do ar e correlacionar com os 
indicadores de saúde; 
• Desenvolver (subsidiar/demandar) ações de controle em conjunto com os demais 
setores envolvidos; 
• Fornecer elementos para orientar as políticas estaduais, municipais e locais de 
proteção da saúde da população frente aos riscos decorrentes da poluição atmosférica. 
 
VIGISOLO: 
→ Ações que consistem no mapeamento e cadastramento das áreas de contaminação 
do solo e do subsolo que tenham potencial de risco à saúde humana, como resíduos 
tóxicos e perigosos. 
→ Seus objetivos específicos são: 
• Identificar e priorizar áreas com populações expostas a solo contaminado. 
• Coordenar e estimular ações intra-setoriais entre as áreas de vigilância ambiental, 
epidemiológica, sanitária, saúde do trabalhador, atenção básica e laboratórios públicos. 
• Realizar articulação com os órgãos ambientais, entre outros, no controle e fiscalização 
de atividades ou empreendimentos causadores ou potencialmente causadores de 
degradação ambiental, com vistas à prevenção e controle da contaminação de solos. 
• Implementar metodologias de avaliação de risco a saúde humana. 
• Alimentar sistema de informação de vigilância em saúde de populações expostas a 
áreas com solo contaminado. 
• Informar a sociedade os riscos decorrentes da exposição humana a solo contaminado. 
VIGIDESASTRES: 
→ Desenvolve ações que visam à prevenção e controle dos riscos para saúde humana 
e meio ambiente decorrente de inundações, secas, desmoronamento e incêndios 
(desastres naturais ou não). 
→ A atuação desse programa é baseada na gestão do risco com medidas que propõem 
a redução desse risco. 
Outras Informações 
→ Em Salvador, o VIGIDESASTRES atua principalmente em situações como: 
 
 
 
 
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• Deslizamentos de terra, 
• Desabamentos de imóveis e 
• Alagamentos causados por chuvas intensas. 
→ Dentro do programa VIGIDESASTRES são desenvolvidas atividades relacionadas 
com a prevenção dos desastres naturais, a exemplo do levantamento das unidades de 
saúde e escolas situadas em áreas de risco que pudessem eventualmente servir como 
abrigo em situações de emergência; elaboração do Plano de contingência para 
acidentes com produtos perigosos e o Plano de emergência para acidentes químicos 
em Ilha de Maré, área de risco priorizada pela equipe devido à sua vulnerabilidade frente 
a esse tipo de evento; realização de simulados, salas de situação e elaboração de 
boletins com alertas à população para os eventos de risco. 
→ No site da VISAMB de Salvador também foram citados alguns órgãos que estão em 
fase de implantação, como: 
• VIGIQUIM (controle de fatores químicos perigosos), 
• VIGIFISI (controle de fatores químicos perigosos) e 
• VIGIAPP (controle de riscos resultantes da exposição a produtos perigosos em 
casos de acidente). 
 
7. Caracterizar a importância e as formas de manejo do lixo industrial; 
 
O lixo industrial é todo o lixo e resíduos oriundos da produção industrial. 
→ Normalmente é classificado em três classes: perigosos, não inertes e inertes. 
→ Sua composição e demais características variam de acordo com o tipo de 
indústria. 
→ O lixo