Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV 2M1 – Farmacovigilância: Conceitos e Notificação de Eventos Adversos. Desenvolv imento de medicamentos: Antes de serem registrados na Anvisa, os medicamentos são submetidos a uma avaliação rigorosa de eficácia, qualidade e segurança. Essa avaliação é feita através dos estudos clínicos realizados antes do registro. Na atualidade existem muita discussão sobre o registro de urgência em função da pandemia de COVID-19. Fases de desenvolvimento de um novo medicamento: Identificaçao de reaçoes adversas na pesquisa. A maior fase é a fase IV. Pode-se levar anos para se conhecer uma reação adversa. Farmacovig i lância : Ciência e um conjunto de atividades que tem como objetivo principal a detecção de reações adversas a medicamentos. Vigilância pós-comercialização. PRM – problema relacionado ao uso de medicamentos: Problemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, derivados da farmacoterapia que, produzidos por diversas causas, conduzem ao não alcance dos objetivos terapêuticos ou ao surgimento de efeitos não desejados. Critérios de Beers – medicamentos inapropriados para pcts idosos. Um tipo de resultado negativo: pct não recebe medicamento necessário. Isso é devido a diversos problemas – financeiro, não tem mais receita. Ineficácia quanti e qualitativa. Evento adverso : • Qualquer ocorrência desfavorável passível de ocorrer enquanto o paciente está utilizando o medicamento. • Não possui necessariamente, relação causal com o tratamento. Tipos de eventos adversos: • Reações adversas (ex: plazil – bloqueador dopaminérgico – pode causar SEP – síndrome extrapiramidal); • Desvios da qualidade de medicamentos; • Inefetividade terapêutica, erros de medicação; • Uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro; • Uso abusivo, intoxicações; • Interações medicamentosas. Reação adversa : • Qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento • Ocorre nas doses usualmente empregadas. • Relação causal • Individual Importância da farmacovigilância: algumas reações adversas só são observadas após o uso do medicamento por uma grande quantidade de indivíduos ou por um longo período de tempo. Eventos adversos relacionados a medicamentos podem ter várias consequências: • Agravos leves – facilmente resolvidos • Hospitalização • Incapacidade – temporária ou permanente • Morte Como surg iu a farmacovig i lância? A história da farmacovigilância é marcada por tragédias. 2 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV • Etilenoglicol: em 1937, 100 pessoas morreram nos EUA, por insuficiência renal, pelo uso de elixir de sulfanilamida, que possuía o veículo de etilenoglicol, causador da reação. • Cloranfenicol: no início da década 1950, descobriu-se que o cloranfenicol poderia causar anemia aplásica. • Marco histórico da farmacovigilância – desastre da talidomida: décadas de 1950 e 1960; usada para náuseas durante a gravidez; milhares de casos de focomelia (rara malformação congênita). Foram registrados cerca de 4.000 casos, sendo 498 mortes durante ou após o parto. 300 bebês foram afetados no Brasil em1960. Medidas para proteger a população: • 1962 – FDA passou a exigir estudos não clínicos e clínicos mais rigorosos dos fabricantes de medicamentos • 1963 – Assembleia Mundial da Saúde reafirmou a necessidade de ações precoces para a promoção de uma rápida disseminação da informação sobre reações adversas a medicamentos. • 1964 – Reino Unido instituiu o famoso Yellow Card, primeiro formulário padronizado para a notificação de reações adversas em um sistema de vigilância governamental. • 1968 – a OMS criou o Programa Internacional de Monitorização de Medicamentos • 1976 – foi publicada a Lei n° 6.360, de 23 de setembro de 1976, que estabelece a transmissão de acidentes ou reações nocivas à autoridade sanitária competente. • 1999 – Criação da Anvisa • 2001 – Criação do Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos, localizado na Gerência de Farmacovigilância da Anvisa Farmacoepidemiolog ia : Aplicação do método e raciocínio epidemiológico no estudo dos efeitos – benéficos e adversos – e do uso de medicamentos em populações humanas. Objetivos da farmacovigilância: • Detectar reações adversas desconhecidas • Detectar aumento da frequência de reações adversas conhecidas. • Identificar fatores de risco e possíveis mecanismos de desenvolvimento de reações adversas • Contribuir para a avaliação dos benefícios, danos, efetividade e riscos dos medicamentos – cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados. • Incentivar o uso racional de medicamentos • Melhorar a saúde pública e a segurança em relação ao uso de medicamentos Farmacovig i lância no Brasil : • Os primeiros atos legais que regulamentam a farmacovigiância no Brasil datam da década de 1970. • Lei n° 6.360 de 23 de setembro de 1976, que estabelece a transmissão de acidentes ou reações nocivas à autoridade sanitária competente. • A prática da vigilância pós-comercialização foi contemplada na lei orgânica do SUS (Lei n° 8.080/90) • Vigilância sanitária e farmacoepidemiologia • O primeiro passo efetivo da caminhada rumo à estruturação da farmacovigilância no Brasil ocorreu com edição da Política Nacional de Medicamentos (PNM) • A PNM foi aprovada em 1998 pela Portaria MS n° 3.916. • Principal objetivo: garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos. • PNM também tem como objetivo a promoção do uso racional e do acesso da população aos medicamentos considerados essenciais Regulamentação Sanitária de Medicamentos é uma das diretrizes da PNM. • restrições e eliminações de produtos que venham a revelar-se inadequados ao uso, com base nas informações decorrentes da farmacovigilância Farmacovig i lância e PNM: A farmacovigilância e farmacoepidemiologia devem ser empregadas como ferramentas para a promoção do uso racional de medicamentos. Deverão ser incentivados estudos sobre a utilização de medicamentos como forma de contribuir para o uso racional de medicamentos. Consolidação do Sistema de Informação em Vigilância Sanitária. - vigilância de medicamentos (farmacovigilância). Farmacovig i lância E Anvisa : Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada em 1999. Unidade de Farmacovigilância implementou o Sistema Nacional de Farmacovigilância implementou e coordena o Sistema Nacional de Farmacovigilância. Portaria do Ministério da Saúde nº 696, de 7 de maio de 2001 instituiu o Centro Nacional de Monitoração de Medicamentos (CNMM). Colocou em funcionamento a Rede Sentinela. Representa o Brasil no Programa Internacional de Monitorização de Medicamentos da Organização Mundial da Saúde, sediado no “The Uppsala Monitoring Centre” , Uppsala, Suécia. Em 2001 o Brasil foi inserido como membro oficial do Programa Internacional de Monitoração de Medicamentos. RDC nº 4/2009: Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano. Alertas emitidos pela Anvisa: • Inclusão de novas reações adversas na bula do medicamento Genuxal® (ciclofosfamida). • Alerta sobre a interrupção abrupta ou a diminuição rápida da dose de medicamentos opioides. 3 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV • Alerta sobre o aumento do risco de câncer de pele não- melanoma decorrente do uso cumulativo de hidroclorotiazida. Referências: MASTROIANNI. Farmacovigilância para Promoção do Uso Correto de Medicamentos. Artmed. 1ª ed.2013. (Biblioteca virtual) VARALLO. Farmacovigilância: da teoria à prática. São Paulo. Editora Unesp. 2013. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S00 34-89102000000200018. Política Nacional de Medicamentos. Secretaria de Políticas de Saúde. Portaria do Ministério da Saúde n.º 3.916, de 30 de outubro de 1998. Política Nacional de Medicamentos.
Compartilhar