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Conceitos gerais em Farmacoepidemiologia e Farmacovigilância Farmacovigilância É a identificação e avaliação dos efeitos agudos ou crônicos, do risco do uso dos tratamentos farmacológicos no conjunto da população ou em grupos de pacientes expostos a tratamentos específicos (ANVISA). É a ciência que identifica, avalia, compreende e previne os efeitos adversos ou qualquer problema possível relacionado com fármacos (OMS). 2 Desenvolvimento da Farmacovigilância 3 Ano Acontecimento 1906 O FDA aprovou um Ato que exigia que os medicamentos fossem puros e livres de contaminação. Ainda não havia exigências quanto à eficácia. 1922 Foram relatados casos de icterícia devido ao uso de arsênico no tratamento de sífilis 1960 O FDA iniciou a coleta de notificações de RAMS e financiou o primeiro programa hospitalar de monitorização de fármacos o Boston Drug Surveillance. 1962 A Assembleia Mundial da Saúde reconheceu a gravidade do problema de segurança dos medicamentos e criou a Resolução 2051 estabelecendo o Sistema Internacional de Monitorização de RAMS, definido como Farmacovigilância. 1978 O Centro de Farmacovigilância da OMS foi transferido para Uppsala na Suécia. Atualmente: 108 países oficiais e 34 países membros associados. Anos 90 BRASIL: implantação de um Sistema Nacional de Farmacovigilância. Em 07/05/2001 a Portaria nº 696/MS cria o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM) na Unidade de Farmacovigilância da ANVISA. Objetivos da Farmacovigilância Identificação precoce de reações adversas e interações desconhecidas até o momento; Identificação do aumento na frequência de reações adversas (conhecidas); Identificação de fatores de risco e possíveis mecanismos relacionados à reações adversas; Análise dos riscos e benefícios dos medicamentos no mercado; 4 Principais objetivos da Farmacovigilância 5 Identificar os PRM - Principalmente Reações Adversas não descritas e graves Quantificar riscos: incidência, gravidade → avaliação do impacto Maior conhecimento do perfil de segurança dos medicamentos em comercialização Ações reguladoras em Farmacovigilância Ações Reguladoras em Farmacovigilância Limitar ou adicionar indicações Adicionar contra-indicações Ajustar doses recomendadas Modificação da informação sobre o medicamento, inclusive textos de bula 6 Ações Reguladoras em Farmacovigilância Modificar o status do medicamento: venda livre ↔ venda sob prescrição médica ↔ com retenção de receita Retirada do mercado Publicar Alertas Promover uso racional de medicamentos 7 Alvos da Farmacovigilância eventos adversos por desvio da qualidade de medicamentos eventos adversos decorrentes do uso não aprovado de medicamentos (off- label) interações medicamentosas inefetividade terapêutica total ou parcial relacionadas ao uso de medicamentos erros de medicação, potenciais e reais OMS: detecção de desvios da qualidade de medicamentos ou queixas técnicas e legais dos medicamentos a promoção do uso correto dos medicamentos, bem como da segurança do paciente 8 Erros de medicação Erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, possa levar ao uso inadequado de medicamentos. O uso inadequado pode ou não lesar o paciente, e não importa se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde ou do consumidor. 9 A = Erro potencial B, C e D = Erro sem dano E, F, G, e H = Erro com dano I= Erro letal Os erros de medicação podem ser classificados em 11 categorias diferentes segundo a natureza de sua ocorrência 10 A causa do erro pode ser complexa e multifatorial Efeitos indesejáveis Os medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis significativos para a saúde pública tornando a farmacovigilância indispensável à regulação sanitária. 11 EFEITO COLATERAL: Qualquer efeito não intencional de um produto farmacêutico ocorrendo com a dose normal, e que está relacionado com a propriedades farmacológicas da droga (OMS). REAÇÃO ADVERSA AO MEDICAMENTO (RAM): Qualquer efeito nocivo não intencional e indesejado de um medicamento, observado com doses terapêuticas habituais em seres humanos para fins de tratamento, profilaxia ou diagnósticos (ANVISA). Classificação das RAMs Tipo A (1): são previsíveis com base nas ações farmacológicas dos medicamentos, frequentemente, dose dependentes e tem elevada morbidade e baixa mortalidade. Tipo B (2): são incomuns, não relacionadas à dose, imprevisíveis e potencialmente mais graves. Quando ocorrem, frequentemente é necessária a suspensão do medicamento. 12 Reação Adversa ao Medicamento - RAM Classificação das reações adversas quanto à frequência 13 http://abfmc.net/pdf/RAM_ANVISA.pdf i) certificar-se de que o paciente utilizou o medicamento prescrito e na dose recomendada; ii) questionar se a RAM suspeita ocorreu após a administração do medicamento; iii) determinar se o intervalo de tempo entre o início do tratamento com o medicamento e o início do evento é plausível; 14 Reconhecendo uma RAM Reconhecendo uma RAM iv) avaliar o que ocorreu com a suspeita RAM após a descontinuidade do uso do medicamento e, se reiniciado, monitorar a ocorrência de quaisquer eventos adversos; v) analisar as causas alternativas que poderiam explicar a reação; vi) verificar, na literatura e na experiência profissional, a existência de reações prévias descritas sobre essa reação. 15 Notificação de suspeitas de RAMs NOTIFICAR qualquer suspeita de reação adversa a medicamento ou desvio de qualidade! PRIORIDADES RAM grave para qualquer medicamento RAM inesperada para qualquer medicamento RAM de medicamento novo (< 5 anos no mercado) RAM de fitoterápicos, manipulação e venda livre Desvio de Qualidade para qualquer medicamento 16 Notificação 17 https://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmLogin.asp# https://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmLogin.asp NOTIVISA Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária - NOTIVISA É um sistema informatizado na plataforma web, previsto pela Portaria n° 1.660, de 22 de Julho de 2009, do Ministério da Saúde, para receber as notificações de eventos adversos (EA) e queixas técnicas (QT) relacionadas aos seguintes produtos sob vigilância sanitária: 18 NOTIVISA Medicamentos Vacinas e Imunoglobulinas; Artigos Médico-Hospitalares; Equipamentos Médico-Hospitalares; Produtos para Diagnóstico de uso In Vitro; Uso de Sangue ou Componentes; Cosméticos, Produtos de Higiene Pessoal ou Perfume; Saneantes; Agrotóxicos. 19 Notificação Notificação voluntária: É aquela onde o profissional de saúde tem livre arbítrio para notificar uma ocorrência que, na sua opinião pode ser uma RAM. Através das notificações das reações adversas é possível que os centros de vigilância avaliem a causalidade e estabeleçam a relevância da reação. Sem notificação não há estudos de causalidade, subestimando a questão da segurança (Sobrafo, 2007). 20 Estabelecendo causalidade O estabelecimento de uma relação causal entre o medicamento suspeito e a reação observada é fundamental. Realiza-se uma avaliação sistemática das notificações espontâneas de possíveis reações adversas, com a aplicação de algoritmos. Usam-se questionários para determinar o grau de causalidade do efeito adverso. A sua aplicação tem por objetivo classificar as RAMS conforme os scores, dentro de uma categoria que podem ser: definidas, prováveis, possíveis, duvidosas (OMS). 21 Algoritmo de Naranjo 22 Naranjo et al., 1981 Farmacovigilância no Brasil Hospitais sentinelas Anvisa criou em 2002 a Rede de Hospitais - Sentinelas composta por mais de cem hospitais, distribuídos em todos os estados brasileiros, com a finalidade de educar e integrar os profissionais da saúde nessa nova prática. Farmácia notificadora Os estabelecimentos recebem o selo de “FarmáciaNotificadora”. O farmacêutico deve notificar ao Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM) assim, torna-se um elo entre a população e o governo. 23 Farmacoepidemiologia Farmacoepidemiologia Originada pela Farmacovigilância É o estudo e a aplicação de métodos, conhecimentos e raciocínio epidemiológico aos efeitos (benéficos ou adversos) relacionados ao uso dos medicamentos pela população. Está voltada em medir e explicar a variabilidade resultante do uso de medicamentos numa população aplicando-se métodos epidemiológicos a dados obtidos em trabalhos de farmacologia clínica e terapêutica. 25 Farmacoepidemiologia 26 https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/113916058.pdf 27 FARMACOLOGIA CLÍNICA EPIDEMIOLOGIAFARMACO EPIDEMIOLOGIA - Estudo do efeito positivo - Estudo do efeito negativo - Reação Adversa Inesperada - Recolhe a metodologia de investigação Estudo de farmacoepidemiologia Os antipsicóticos mais recentes (de segunda geração) produzem menos efeitos colaterais extrapiramidais do que os mais antigos, mas estão associados a outros efeitos colaterais, inclusive a ganho de peso, a alterações no metabolismo da glicose. Relatos de casos documentam a incidência de hiperglicemia ou de diabetes com o uso da olanzapina. Estudo: um grupo de pesquisadores quantificou a relação entre a olanzapina e o diabetes. Identificaram 19.637 pacientes diagnosticados e tratados para esquizofrenia. Combinaram 451 casos de diabetes com 2.696 controles. Resultados: indicaram que os pacientes usando olanzapina apresentaram um aumento significativo de risco de desenvolver diabetes, comparados com os pacientes não usuários de antipsicóticos e com aqueles que receberam antipsicóticos convencionais. Conclusão: a olanzapina está associada a um aumento de risco de diabetes clinicamente importante e significativo. 28 https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/113916058.pdf Finalizando... Necessário: compreender o uso dos medicamentos em um grande número de pessoas. As pesquisas farmacoepidemiológicas podem contribuir para os esforços de vigilância pós-comercialização, identificando novas indicações para os medicamentos, avaliando as intervenções, descrevendo as tendências de uso dos medicamentos e instruindo sobre a política. 29 https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/113916058.pdf Obrigado!
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