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AVE O acidente vascular encefálico (AVE) é definido como uma disfunção neuro- lógica de origem no sistema nervoso central (SNC), caracterizado por lesão vascular de início súbito em um período superior a 24 horas, que resulta em disfunções as quais variam de acordo com a área de lesão no encéfalo (NADEAU, S. et al., 2010). O acidente vascular encefálico é uma patologia prevalente em idosos, mas atualmente houve um aumento na incidência de casos em jovens ativos, assim como, em mulheres usuárias de anticoncepcionais orais. Isso demonstra que o AVE não está relacionado apenas com o processo de envelhecimento. Outras causas para o AVE incluem os principais fatores de risco para a gênese da aterosclerose, que são eles: hipertensão arterial, dislipidemia, dia- betes mellitus, tabagismo e sedentarismo, sendo a hipertensão o mais importante fator de risco. TIPOS AVE isquêmico é o mais comum, causado por obstrução de uma ou mais artérias que irrigam o encéfalo, e resulta em ausência do suprimento sanguíneo local evoluindo para uma isquemia. O êmbolo que causa o AVE pode ter origem do coração, de uma trombose arterial da carótida interna, ou de uma placa ateromatosa no trato da carótida. As ramificações da artéria cerebral média são infartadas mais comumente como resultado de sua continuidade direta da artéria carótida interna. AVE hemorrágico, um vaso sanguíneo cerebral se rompe, causando extravasamento sanguíneo na região afetada, agravando o caso clínico rapidamente e comprimindo estruturas adjacentes. Nos AVEs hemorrágicos, as hemorragias mais comuns são aquelas resultantes dos seguintes fatores: hipertensão, aneurisma e malformação arteriovenosa. Frequentemente, as hemorragias resultam de uma doença cardíaca hipertensiva; o sangramento no tecido cerebral produz uma massa oval ou redonda, que desloca as estruturas da linha mediana. O mecanismo exato da hemorragia é desconhecido. Essa massa de sangue extravasado reduz de tamanho durante seis a oito meses Ataque isquêmico transitório (AIT), é causado por interrupção sanguínea temporária por um trombo, levando a perda de força muscular e limitações funcionais que se revertem em 1 hora, e em menos de 24 horas; a função e a força perdida são restauradas não deixando sequelas. O infarto lacunar são pequenas lesões na massa encefálica em formato de “lua crescente”. Normalmente ocorre nos núcleos da base, e seus efeitos podem ser significativos dependendo da área lesionada. SINAIS E SINTOMAS ✔ Paralisia ou fraqueza de um hemicorpo; ✔ Alterações na fala; ✔ Na deglutição; ✔ Na visão; ✔ Na memória; ✔ Na marcha; ✔ Perda de equilíbrio; ✔ Alteração na coordenação motora. Deficiências primárias e secundárias As deficiências primárias são o resultado da lesão de uma área específica do cérebro, que causam alterações na força muscular, no tônus muscular, na coordenação e no equilíbrio, nas sensações exteroceptivas e proprioceptivas. Da mesma forma, alterações na cognição, na fala, linguagem e nas emoções também são deficiências primárias. As deficiências secundárias envolvem os sistemas do corpo mais do que o sistema neurológico. Essas deficiências ocorrem como resultado do AVE e/ou devido a outras influências clínicas ou ambientais, como quedas, pneumonia ou flebite. Há quatro maiores categorias de deficiências secundárias: mudanças ortopédicas no alinhamento e na mobilidade, no comprimento do músculo e do tecido mole, dor e edema. Tratamento pós AVE Fase aguda com pacientes inconscientes Objetivos na função respiratória: prevenir retenção e acúmulo de secreções, atelectasia e broncopneumonia. Para alcançar esses objetivos, podemos realizar como condutas: mudança de decúbito, regulares e frequentes; técnicas de percussão e vibração do tórax e de reexpansão pulmonar; drenagem postural, se indicado. Objetivos na função musculoesquelética: manter ou ganhar amplitude de movimento; prevenir subluxação de ombro com uso de tipoia quando estiver sentado; prevenir contraturas e deformidades. Para alcançar esses objetivos, realizar como condutas: massagem no ventre muscular, alongamentos passivos, mobilizações passivas; tipoia e órteses externas; mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores. Prevenir a trombose venosa profunda (TVP): prevenir TVP, após liberação médica. Para alcançar esse objetivo são necessárias mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores. Prevenir úlceras de decúbito: para alcançar esse objetivo, é importante realizar como conduta a mudança de decúbito do paciente a cada 2 horas. Prevenir a trombose venosa profunda (TVP): prevenir TVP, após liberação médica. Para alcançar esse objetivo deve-se fazer mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores. Fase aguda com pacientes conscientes Objetivos na função respiratória: prevenir pneumonia. Para alcançar esse objetivo, podemos realizar como condutas: manobras de higiene brônquica; manobras de reexpansão pulmonar; exercícios ativos fora do leito, em pé ou sentado; vibração, vibrocompressão e aceleração do fluxo expiratório; direcionamento de fluxo. Objetivos na função musculoesquelética: manter ou ganhar amplitude de movimento; prevenir a subluxação de ombro; prevenir contraturas, deformidades e dor articular; ganhar força muscular; ganhar a propriocepção e melhorar o equilíbrio estático e dinâmico; normalizar tônus em hemicorpo; se for o caso, auxiliar na analgesia. Para alcançar esses objetivos, deve-se realizar como condutas: (1) alongamentos passivos ou ativo- assistidos, de acordo com o grau de força muscular do paciente, mobilizações passivas; (2) facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), estimulação elétrica funcional (FES), Bobath, hidroterapia, tipoias, órteses e bandagem elástica (KinesioTaping); (3) mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores; (4) exercícios ativo-resistidos, exercícios isométricos; (5) tapping de deslizamento com calor ou frio, escovação, disco proprioceptivo, tábua basculante, exercícios táteis com diferentes texturas; (6) descarga de peso, pontos-chave; (7) infravermelho, neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS). Fase tardia Objetivos na função musculoesquelética: manter ou ganhar amplitude de movimento; prevenir subluxação de ombro quando necessário; prevenir contraturas e deformidades; ganhar força muscular; melhorar a propriocepção e con- sequentemente, melhorar o equilíbrio estático e dinâmico; normalizar tônus em hemicorpo; produzir analgesia; treinar atividades de vida diária e atividades fun- cionais; treinar marcha; reaprendizado motor. Para alcançar esses objetivos, devem ser feitos, respectivamente: (1) alongamentos passivos e ativos, mobilizações passivas; (2) facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), estimulação elétrica funcional (FES), Bobath, hidroterapia, tipoias, órteses e bandagem elástica (KinesioTaping); (3) mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores; (4) exercícios ativo-resistidos e exercícios isométricos; (5) tapping de deslizamento com calor ou frio, escovação, disco proprioceptivo, tábua basculante, exercícios táteis com diferentes texturas, deambulação em diferentes terrenos, tábua basculante sentado e em pé entre as barras paralelas e/ou espaldar; (6) descarga de peso, pontos-chave; (7) infravermelho, neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS); (8) treinar as trocas posturais (deitado se deslocar no leito, virar para o lado, deitado para sentado, sentado para deitado, sentado para em pé e em pé para sentado), bipedestação, treino para auto cuidados, treino para as AVD’s com restrição do membro sadio; (9) treino entre as barras paralelas, subida e descida de rampa, subida e descida de degraus; (10) exercícios sincronizados para membros superiores (passivos ou ativo-assistidos), exercícios ativos ou ativo- assistidos combastão e bola; (11) exercícios mentalizando o movimento.
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